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POETICAS DO PROCESSO
SICTIIÂRIA
ffi
DI tsrÀp0
DA CUtlURÂ
A/rre
ljnir¡nid¡de de Sô¡ P¡lls
&
OOVERNO DO ESÍADO
DE sÃo PAU!o rLUMIrf!p65
Copyright@ 1999: íruorcr
Cristina Freire
Capa:
Fê APRESENTAÇAO E AGRADECTMENTOS, 13
sobre Paulo Bruscky, Confirmado: é Arte,1977 (carimbo e decalque s/ cartão-postal),
Alfredo S. Portillos, Caixa com Sabões para Distintas C/asses Sociais, 1971 (caixa
de madeira, sabões, nanquim e foto p/b s/ papel) e,Manuel Casimiro, ProieTo Porto
ARTE CONCEITUAL NO MUSEU DE ARTE
de Nice, 1976 (diapositivos a cores, detalhe), modificados digitalmente.
CONTEMPORÂNEA DA USP: UM PONTO DE PARTIDA, 21
Revisão:
Arte Conceitual e o Conceito de Arte, 29
Rose Zuanetti
Apoio cultural:
dialdata internet systems
ARTE CONCEITUAL NO ACERVO DO MAC-USB 73
Arte postal: comunicação marginal, 76
Outras publicações de artistas, 86
A instalaçäo e o espaço da exposição, 91
Fotografia: obra ou documento?, 95
Fotografia: performances, 103
Auto-retratos conceituais, 1 15
Catálogos e livros de artista, 122
O artista como crítico, 128
A arte sociológica: da prática à teoria, '130
O artista como curador, 155
Videoarte no MAC dos anos 70: breves apontamentos, 160
ANEXO
Cronologia das exposições conceituais no MAC-USp
- Anos 70,175
1 999
Biografias concisas, .l g1
EDITORA ILUMINURAS LTDA. Artistas do Acervo Conceitual do MAC-USB 1g9
Rua Oscar Freire, 1233 - CEP 01426-001 - São Paulo - SP Bibtiografia, 195
Tel.: (01 1)3068-9433 / Fax: (01 1)282-5317
E-mail: iluminur@ dialdata.com.br
Site: http://www.iluminuras.com.br
A mais alta sabedoria seria entender que todo fato é uma teoria.
Goethe
Marta Minuj¡n
O destino errático dos arquivos que guardam a coleção de arte Conceitual
no Museu de Arte Contemporânea da USP sempre me interessou. As
transferências realizadas por diversas vezes, da biblioteca para corredores
anódinos, me sugeriam que o problema dessa errância não se resumiria
à falta de espaço físico para aquelas obras e documentos, mas à
indefinição de seu lugar simbólico. lsto é, para enfrentar, em profundidade,
as questões levantadas pela situação da arte Conceitual no museu, que
não difere muito, como pudemos constatar, de outras instituições que
mantêm esse tipo de acervo, seria necessário analisar os paradigmas
com os quais o museu opera e que cristalizaram um lugar (ou não-lugar)
simbólico para esse conjunto de obras.
À
o
Embora as entrevistas não tenham sido
o .ãnii"r da pesquisa, ct)
eras, sem dúvida, nos auxiriaram na "i*o de
compreensão obras do acervo
e do contexto de sua rearização.
Jurio praza, Ártri'g""i", pauro Bruscky,
Regina Vater (via internet) e Krzysztof wodiczká 1", úr"u"
pero país) também foram extremamente passagem
generosos ao nos fornecer
informações sobre as obras e as referênc"ia"
artistas que pudemos localizar, nos enviaram
J" ¿po.". pero correio,
materäl significativo, são
etes: Ben V3u!er, Dick Higgins, IVtanuet
Banana, Luis camnitzer, Cãrros pazgs,
C".¡._", jãrier Marin, Anna
Howardena pindet, Dov or-Ner, Rafaer
*r* crárr, Ërieoerite pezord,
vo"t"ri 1tiir..,o äe wort voster),
Endre Tót, Mirosrav Krivar, Antoni Munradas,
críticos franceses pierre Restany, Jean-Marc poinsàt tär"n, arém dos
wùiiå"
do Frankrin Furnace de Nova voit, que pude e vartha wirson
visitar graças ao apoio da
Fundação Vitae
Agradeço ainda
pesquisa Ma
que na cond
de pesquisa
investigação. revantamentobibriográfico, napesquisasobreart¡stas
e obras e no exi usrivo rrabarho técñico
oá aiglãriJ"óää das imasens
óculos coÈt GfiÀu5
Preço rrastalgia só
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öecrasrsPc*IE
TraFort¿da s0 pincel ou a argila, mas enquanto memór¡a
e pensamento da arte, e influirá posi-
tivamente sobre os modos de experiência
! *eçe noslaþra só estética.
G C Argan
L {È -¡r !\ J USP nos anos 70, especialmente entre 1974 e 19771, exposições estas
muito significativas para a arte Conceitual no Brasil. Como observa o
\ \ L. crítico inglês Tony Godfrey2 no livro Conceptual Art, "a história da arte
Conceitual não é uma história pontuada por indivíduos geniais, mas por
l{..fo$dÕ - algumas exposições que marcaram época". Se no plano internacional as
7 - -L-
1 exposições lnformation, realizada em Nova York em 1970,
Attitudes become Form, na Suíça em 1g6g, entre outras, são
e When
öcuros BtFocAtg
zrto ilETÂt
t 5t fundamentais; no Brasil, especialménte em São paulo, no MAC-USP,
Freç* noetafgia så
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nos anos 70, as exposições Prospectiva e Poéticas Visuais têm lugar de
destaque inconteste.
G ou 8
L
a provenientes de exposições
L \
Comunicabité (1982), também fazem
parle da coleção conceitual do MAC- antes e depois desse período em galerias e outros museus do Brasil
USB mas não serão analisados detidamente aqui pelo recorte adotado. (especialmente o MAM do Rio de Janeiro), com a participação de muitos
artistas significativos para a arte Conceitual e contemporânea no Brasil,
É fato que seria muito difícil reconstituir em exposiçoes no museu o não referidos aqui pois seus trabalhos não pertencem ao nosso acervo
espírito daqueles difíceis e agitados anos 70. No entanto, as idéias e de arte Conceitual.
motivações daquele tempo permanecem latentes nos documentos e
obras. Nesse caso o próprio museu testemunha e documenta uma época Vale lembrar, como já observou o prof. Zanini, que o eixo dos
e de "fundo" passa à "figura", dentro da análise que empreendemos. acontecimentos da vanguarda artística nacional desloca-se para São
Paulo a partir dos anos 1971-1972, e tal fato não se explicaria apenas
pelo enriquecimento de seu mercado, mas também por outras situações
de vivência e de entendimento da arte que se delineavam na Paulicéiaa.
CaPa do
catálogo da
exPosiçáo
ProsPect¡va,
PRflSPEOTIUff
o 1974'
74
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Ø MAC.USP
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o Só hoje, com o passar do tempo, podemos observar como são muitos o
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! MUSEU DåARTE CONTEMPORÂNEA o
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os que desapareceram da cena artística depois daquela única apariçäo da Ufivê.s¡dÊdÊ de Såo Pauh Ø
Pilqw lbirarurå, Sào Påú0. &åsil (ú
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F fugaz. Estavam, talvez, em busca daqueles quinze minutos de fama O
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o de que falava Andy Warhol. o
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(o Nessa perspectiva mais internacionalista, não parece acertada qualquer ¡-
N
Por outro lado, participaram também outros que, embora desconhecidos divisão por nacionalidade dos trabalhos apresentados em tal 6¡
naquele momento, hoje são reconhecidos no sistema da arte oportunidade no MAC e que ora constitui sua coleção conceitual. Parece,
contemporânea, em nível internacional. Nesse caso, é exemplar o artista isto sim, relevante lançar alguma luz sobre as aproximações e
polonês Krzyszlof Wodiczko que, ainda morando na Polônia em 1974, distanciamentos entre as proposições dos artistas. Vale observar que,
envia ao MAC-USP fotografias do projeto Vehicles. Hoje esse artista é nesse momento, talvez tenha sido a arte Conceitual a que mais tenha
um dos mais significativos nomes da arte contemporânea, e projetos facilitado a participação de artistas, especialmente latino-americanos,
como Homeless Vehicles (1988) já estão indicados, como veremos, em geral excluídos do sistema hegemônico de circulação de
nos Vehicles das fotos enviadas ao MAC-USP, há duas décadas. informações artísticas, centralizado na Europa e nos Estados Unidos.
O crítico inglês Lawrence Alloway (1926-1990)8, notabilizado pelo Em Art after Philosophy (1969), Joseph Kosuth delineia uma definição
impulso dado à arte pop britânica no final dos anos 50, observa que a propria do que seria arte conceitual, separando-a de outras poéticas
o produção de arte Conceitual especialmente quando consiste de ;'impuras". Para esse artista, a arte conceitual teria como fundamento o
Ø
o - e instruções é mais passível de
fotos, diagramas, listas, mapas
Ø
o
O
o - uma origem puramente analítica ou linguística.11 O
o
o aproximação por parte do público quando publicada. A forma de livro, o
o o
Þ considera o crítico, é mais adequada do que uma exposição (tradicional) Sol LeWitt publica, em 1967, Paragraphs on Conceptual Art e a crítica !
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na qual os trabalhos podem passar por "obras gráficas mal-acabadas,,. Lucy Lippard acentua a questão da desmaterializaçáo do objeto na
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o VALOR DE
EXtBtÇÃo
paradoxo é óbvio:
3;::*: ao mesmo rempo que o museu é
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peças que ficariam sob a guarda do museul. ,rosoecltva'
1974,
MAC.
Escreve Plaza: "a intersemioticidade,
a intermediação e a interdis- þÍa?veta
ciplinaridade que permeiam estas linguagens são muitas vezes
responsáveis por situações-limite, nas quais a demarcação de um trabalho ¡
como 'artístico'dá-se apenas por sua inclusão num contexto de arte"2.
Assim, é fato que certas obras circulam entre esses vários locais de lilaßinal'
1974'
acordo com a valorização (de mercaáo) a que estão sujeitos os artistas. Balland
O critério de valor (econômico e simbólico) nada tem de f ixo, é oscilante, Off-set s/
Pa1el
instável, relativo, e a exibição é fator decisivo na agregação de valor no 248 P
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Segundo Duncanl3,
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gravura), mas representam, muita. lfintura, escurtura, desenho, r
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Ø u"r"i, o momento originário de rr; ri
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uma idéia que reaparecerá posteriormente'em a-
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Ao observar mais cuidador^u1:lt" o Cd
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!f conjunto de trabalhos de Regina .o
+ coteção do MAC-USP por. o
ll::l: l" nos postais da série ""årö,o, as rmasens da cidade Obviamente os cartões_postais da coleção conceitual
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rmpressas tnterferências são -util¡zaJ"r-n"" lrazemquestões ro
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serigrafias Destruturas- a serem enfrentadas peros museur que
ô" dispõem a rever cr¡tiåámàìte
!.rlana3 Ua uÁa piofunOa int"i_r"t"çáä
os suportes e, para a artista, e em profundidade seus paradigmas. A
museografia deve atentâr
não existe quarquer privirégio entre "ntr" fara
diferentes meios. esses a nat.ureza (banal, próxima, sem aura) própria
do cartão_po"t"i å ãiiu,
condições para que esses cartões possam
ser mostrados ao púbrico
em sua especificidade. Seria um
ie lnclusões em São pauto (1973), equívoco apresentá_lor, po,
emotdurados em passe_partouf
emprestando-thes ,., "*"rpto,
"riå óàriii"
os monumentos públicos da cidade
, MASB Monumento às Bandeiras
as instalações posteriores, lamos tem o poder de descartar
(1 ee4le8). lizados, ou tentar assimilá_los às
as de arte, consolidando a partir
ocorre nos ateliers dos artistas)
e, não raro, torna-se bastante
ntemporâneas.
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artística. As i ffH:fliffi::å'i,i:"1::1'
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resses que regem
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visando ass m reverar,
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próprio termo o
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6 especificos.
a y ]1Tll:
a incorporaçâo de um sisrema
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do museu deixa de ser o
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torna ponto de partida pela'o"nsijai""ã" ra, mas se
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elemento referen museu se torna morouia .",
:9r."
senridos simbólicos.
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E
Essa obra, desde então peça da coleção permanente de nosso acervo,
documentação, entre a experiência da obra e sua evidência, os museus,
é mais um vestígio do espÍrito daqueles tempos que resiste pois pôde
e não apenas o MAC-USP, enfrentam os maiores dilemas em sua
ser assimilada a uma coleção de museu. Vale aqui a pergunta: se esse
vocação classificatória.
quadro alcançou a segurança do acervo de um museu, quantas outras
obras do período desapareceram não apenas pela repressão política
As proposições artísticas da arte Conceitual, assim como muitas obras
reinante, em que a ordem era "apagar os rastros", mas pela fugacidade
contemporâneas, supõem uma nova concepção de museu que possa
dos meios nos quais foram realizados e pela impossibilidade resultante
de serem assimilados à lógica do museu? Quantas outras operações, também assimilar o fluido e entremear o paradoxo de incorporar
movidas pela mesma urgência, de artistas não menos comprometidos, dinamicamente o transitório. Nesta perspectiva, o museu de arte
puderam ter o mesmo destino do S. Sebastião de Sérgio Ferro? contemporânea não se limita a uma função passiva, com salas de
exposições abertas à contemplação de poucos privilegiados.
Nesse mesmo ano de 1974 são realizadas também no MAC, como
vimos, duas das mais instigantes exposições de arte Conceitual no O prof. Zanini ia havia tornado explícita sua preocupação em relação à
Brasil. Além da Prospectiya, acontece a oitava edição da Jovem Arte função de um museu de arte contemporânea, quando escreve, no
Contemporânea. No catálogo desta última, escreve o prof. Zanini: ca1álogo da Vl Exposição de Jovem Arte Contemporânea (1972):
Tal esforço envolve a integraçäo e a contextualizaçâo de trabalhos Assim, ao tomar o museu como lugar privilegiado na formulação e
de
artistas vivos dentro de um conjunto dinâmico de réferentes individuais reiteração de valores dinâmicos, não parece ser suficiente, ou mesmo
e sociais, pertinentes à ampra questão da visuaridade e dos recursos possível, a análise da obra de arte e da trajetória do artista sem uma
tecnológicos disponíveis em seu tempo. Envorve instigar questões consideraçäo cuidadosa de sua posição, inserção ou exclusão dentro
mais
do que reiterar dados. de um dado sistema de valores e de representações.
O desafio que se apresenta a_o pesquisaåor Oe arte que se debruça lsto é, as representações modulam a percepção do público, pos-
sobre a produção conceituar não envorve a decifração isorada
oa oora, sibilitando que as pessoas vejam ou não vejam certas coisas. A própria
mas a criação de novas metodologias Oe anâlise que po..u, forma de olhar, longe de ser espontânea, é construída a partir de tais
acompanhar os significados dos projetos, conceitos e o'bjetos, junto conceitos que possibilitam, ou não, a assimilação do novo. E a
com as instituições que os legitimam. lsto porque, em face
Oé um assimilação do novo sempre opera dentro de um repertório anterior.
trabalho conceituar (o mesmo pode varer para a arte
contemporânea), Ou seja, cada nova imagem é assimilada por um conjunto anterior que
o parecer do crítico, aquere que tem o bom orho capaz
de reconhecer lhe dá sentido, configurando-se uma nova representaçäo. As repre-
o valor intrínseco escondido na peça, não parece ser
suficiente. o que sentações sociais, que mencionamos aqui, articulam assim funções
vale é a interrogação constante como instrumento de
uma anárise capaz básicas tanto do ponto de vista psíquico individual pela função cognitiva
de compreender os artistas e suas poéticas inseridos no ,,"r¡rito'oo de integração da novidade e sua conseqüente interpretação, quanto
tempo" (zeitgeist) que os tornou possível. do ponto de vista das relações sociais e dos comportamentos
Ø
Ø
relacionados a essa rede simbólica. o
o Ø
o Nesse trabalho junto aos artistas foi possíver revantar Ø
o mais informações o
o
o sobre as obras e o contexto em questão. Alguns artistas, o
revivendo o o
õo espírito daqueles anos, enviaram propostas o
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là maneira das trocas oe
arte postal) a serem realizadas hoje. Ben Vautier, por
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o exemplo, (ú
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o pLojglo_d" banner e propôs que fosse cotocado defronte à entrada "nuio,
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XXIV Bienal de São pauto (19gg), com os seguintes geral da fL
<l dizeres: 0¡posrçao
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1977,
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Arquivo
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Æ Nessa medida, a idéia de arte, que organiza a percepção e dirige o
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*ð #'n-g* julgamento em relação às obras, se constrói por meio dessas
representações. Assim, todos aqueles que vivem para a arte e pela
arte como críticos, curadores, trabalhadores de museus e galeristas
estão influenciando a apreciação da obra de arte.
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Folod¡ O exercício reflexivo e crítico sobre os pólos da criação, distribuição e
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legitimação do que se convencionou chamar obra de arte é nuclear
nanqú nesses e em muitos outros projetos de arte Conceitual.
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O MUSEU - FORUM E A EQUAÇAO ARTE E VIDA Esse papel quase visionário do prof. Walter Zanini foi testemunhado
pelos artistas que participaram das atividades do MAC e também
Conta a lenda que um entrevistador irado,
gr¡tando, perguntou a Joseph Beuys: "Você
sublinhado por críticos como o francês Pierre Restany24 que, ao analisar
fala de tudo sob o sol, exceto de ade!", ao que o contexto da produção artística nacional nos anos 70, observa o papel
ele respondeu: "lVlas tudo sob o sol é ade!" fundamental do MAC-USP como ponto difusor e acolhedor das
propostas mais instigantes naquele momento. Referindo-se
É sabido que o discurso hegemônico na arte vem sendo tensionado a basicamente ao papel das exposições Jovem Arte Contemporânea e
partir da década de 60, e como ponto comum de ataque está a exclusão mostras como a Prospectiva e Poéticas Visuai*s, escreve Restany:
das minorias e da arte de países "não-ocidentais" da narrativa oficial
da história da arte. Abordagens diversas como as da antropologia, Faz-se necessário sublinhar o papel de Walter Zanini, diretor do Museu de
Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, que conseguiu conciliar
psicanálise e sociologia, assim como as téorias da informação, cultura as exigências de duas gerações de uma só vez (. ) sua inquietude aliada a
e linguagem, foram incorporadas ao estudo da arte, alargando um profundo interesse pelas pesquisas dos jovens sempre me pareceu
necessariamente o seu campo. Apesar de tais abordagens serem hoje sintomática de uma tomada de consciência. Esses artistas, mais ou menos
significativas nos círculos acadêmicos, e a crítica da cultura ter se ligados ao circu¡to tradicional, são sensíveis a uma crítica radical da arte. Se
quiserem escapar do circuito, o circuito da produção e da dìfusão da obra de
tornado departamento em algumas universidades da América do Norte, arte como valor mercadológico, é preciso encontrar uma resposta para a
elas não têm, de maneira geral, como observa Carol Duncan (1gg5), questão: "arte, para quê?" Essa questão desemboca necessária e
influenciado as práticas (especialmente as exposições) organizadas inelutavelmente numa pesquisa sobre linguagem baseada na metodologia
das Ciências Humanas Trata-se do único instrumento disponível aos jovens
em museus universitários.
artistas para tentar reencontrar uma nova relação entre arte e sociedade. A
questäo "arte, por quê?" respondem: "Arte por que náo?"26
Para a autora, existe uma explicação para isto, uma vez que
o
( O entusiasmo de Pierre Restany pela produção de artistas que o
a ) os museus de arte públicos são instituições mediadoras, situados entre as Ø
0)
o comunidades críticas e acadêmicas de um lado e de outro lado os conselhos, o encontrou aqui o fez retornar ao país para, a partir de suas experiências Ø
o
o público visitante assim como autoridades oficiais que, de maneira geral, esperam junto ao artista Franz Kracjberg em viagem à Amazônia, publicar o O
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que o museu confirme suas próprias idéias sobre arte. A maioria dos museus e
Manifesto do Rio Negro, espécie de proposta estética, em 1978. o
Ø seus curadores estão no meio deste fogo cruzado Por um lado compartilham o
(õ Ø
.o teor das discussões presentes nos círculos acadêmicos, mas, por outro lado, (ú
.o O audiovisual Deconstrução (1971172), de Gabriel Borba, adquirido pelo o
como são funcionários de uma ¡nstituiÇão pública ligada ao governo, trabalham .c)
o o
È sob pressão de manter o conhecido em termos de idéias sobre arte e sobre a MAC-USP, tem lugar de destaque nas considerações do crítico francês. o_
o própria instituiçáo, além de ter que também preservar a memória de seus valores
Ú) d)
e crenças mais universais Portanto, especialmente no que tange às coleções ro
permanentes, os museus tendem a reafirmar noções amplamente difundidas e
aceitas de arte e história da arte. À exceção de poucos museus públicos de
arte, isto se traduz hoje em narrativas conservadoras23.
Luis
Cïî'nilzet '
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o O processo de des_realiz"çT que
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perseguida pelo artista.
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(ú 6) do L¡vro de Art¡sta no Bras¡l Sáo Paulo: Ø
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o 7) CRIMP, Douglas On the Museum's Bulns MIT Press, 1995, p 78 .0)
rL
s/ papel o
S) GODFREY, Tony. OP. cit., P.198. rL
<l éj n ruot" on òonceptual Nr. TheTate Gattery, 1972-1974 - Bienn¡al ReporL.rate calley, London, 1974 ro
(o iô) ¡snen, phitip. Mak¡ng and EÍlacing Artr Modern American Art in a culture of [,4useums New York: (o
11)esenvolvidain¡cialmentenapesquisaquerea|izeiemLondres'comoapoiodo
período 1 99S/96, e que resultou no trab alho Beyond the Arl of Exhib¡t¡on. Searching
Contents ¡n Contemporary Art Exhíbitions City University' London, 95 p ' mimeo'
(lnedito).
12) AN/AFAú, Aracy A História de uma Coleção ln: Perf¡l cle um Acetvo ¡¡useu de Arte contemporânea,
usP, 1 988.
1993
13) DUNCAN, Carcl.TheAestheticof Power.Essays¡nCr¡t¡cal ArtHislory.cambrìdge: univ.Press,
14i ADES, Dawn. Reviewing Art History. ln: Ress and Borzello (ed.) The New ArfHistory. London:
candem
Press 1986
15) Ver I\¡arquis, A G Alfred Baar Jr. A Missionary for he Modern Chicago: Contemporany
Books' 1989
16) CFlN4P, Dougtas On the Museum's Rulns l\,4assachussets: lvllT Press, 1993
In: Para-
17\ GUILBAUT, óerge Recycling or globaliz¡ng the museum: MoltrìA-Guggenheìm approaches
chu¿e, out /nov/dec 1 998
18) A¡/IAFAL, Aracy Op cit , PP 13 e 14
1e) GUILBAUT, Serge Op c¡t , P 64
20) BOUFDIEU, Pìerre The Historical Genesis of a Pure Aesthetic The Journal of Aesthet¡cs and Art
o
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Silveira, Antoni
Braz¡l Munladas,
BRAZIT :oday, Bellexões
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Serigralâ l,.lorle,
t.l catlao 1973
poslal Série de 80
Foto: Fôrr- drapos¡tivos
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Paulo Objelos'
Bruscky, I 969
Arte por
Îííf"0"*.
Off-set
em COreS,
carimbo
e selo 57 ßoø1Ênas
papel too
¡äJs"n'
plastific¿tr¡ l')
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Augusto de
Campos e
Julio Plaza,
Caixa Preta,
1975,
Biil Ofl-set em
Vazan, :oresI papel,
Conveßa papel
Prtr'aúa, recortado e
1977. disco
FotocóPia lonográfico
efl i Cofes, compaclo
s/ papel Edições
',!rçôes, São
:!o l4itens j'z
'agem:1000.
Fúlo:
Bômulo
Fiatd¡ni
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Piette
ßeslattY
"+ttnluto
1982
oalilo{aÍt't'
Ulises catitTtDo '
Carion. selo'
Sl/ence nanquilfr'
¡
/s Go/r,
1 973.
""cerogràlic
eoÎ'se\st
Hidrográfir, papet
e grafite Oelalhe
s/ fotocon-
em corsi'
s/ papet
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Biil
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o Gaglione, (ú
È Poemas .o
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o Visua¡s,
N 1977 fro
Recortes
de olf-set Ì-
s/ papel
colados s/
carlão
Delalhe
Jonier
Marin,
5em
fílulo,
Alfredo S
1977
Portillos,
l-ivro
Catxa con
rccotlado
Saboes
para
D/sünlas
C/asses
Soc/als,
1 971
Caixa de
rtadeira,
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Foto.
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o Casimiro,
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O 19 6
.o Diapositivos
(!o em cores
Dc alhe
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Como observa Karshaml, muito amigo, Ben vautier toma o resultado de ações corriqueiras (uma
carta ou diário) como obras.
No passado muitas obras consideradas comuns e sem valor foram descartadas,
e aquelas que se salvaram dessa situaçáo do descarte foram reavaliadas
como objelos valorosos Portanto, do comum pode advir a raridade através da
mudança de circunstâncias.,.
Olf-setl
papel,
exemplar
un¡co
68p
A artista Anna Banana (Canadá, 1g40),
ffi também mu¡to atuante no
campo da arte postar internacionar,
uur"úr.á, em arguns trabarhos, do
princípio da eterna repetição
imptícito nos ãårimOos.
Na XVI Bienat de São pauto (1gg1)
O artista polonês Jaroslaw Kozlowski, por exemplo, a arte postal teve núcleo especial
envia Grammar. (organizado por Jurio praza).
Nessa publicação o artista ñã cãriöà, 5".rruoor-g"rar prof. Zanini
com palavras, questiona a para quem arguns anos antes
incomunicabilidade da língua. "rp""ui" -
análoga do MAC-USp foi
o mateiiar que hoje
_""Iãr"u"r,
enoereçàoà ";".tiil;;#ä"
Pelos trabalhos dos artistas poloneses,
tais Atividade de clara mobilização
enviados para o MAC nos anos 70, seria eq com a dinâmica de seus gestos
do Leste Europeu fossem mal informados. signos, a arte postal esóra
de Rorand Barthes, foi traduzido para o poronês conteúdos, utilizando todo e
antes mesmo da sociedade de consumo. Se
tradução inglesa.
rrreverentes transtorna, é porqu
Y
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Anna
_È
Banana
sem fiìui^ Jorge
1977. aßballo'
Carimbo nTttulo'
¡i 1977
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rflEu ARË
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lf Muitas vezes, especialmente na América Latina, o conteúdo desses o contexto porítico mundiar também é referido em muitos trabarhos o
õo
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(ú
O
trabalhos, nas difíceis décadas de 60 e 70, é eminentemente político.
.o
o Também a arte postal se constitui, nesse momento, numa estratégia (õ
O
CL
de liberdade diante do contexto político opressor. .o
o
o
@
CL
Clemente Padín7 (Lascano, Uruguai, 1939), por exemplo, foi preso pela co
1'",\t 1977
Ldrçocs PüEITICÃ
Clemef le '; rß tP,
PadÍn, tÌ Urâsrl
.)'l sct s/
CamPanhs
papel
Sens¡b¡hz¡;
Estél¡ca' 4Bp
1977
Nidragrâl:
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liiiepl,tzt 1969:t977
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Julio
Plaza'
Evotuçeo/
Revolução,
1971
Folografia P/b
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ParaaexposiçãoPoéticasVisuais'AnnaBellaGeiger(RiodeJaneiro'
1933) envia seu irônico lamento/protesto, Sobre a Arte'
Aegina
VaIer'
Postalixo -
SOBRE Â ÂRTÉ
,,,ildíf,?î,
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< + ,.+ '- I ''
1974
tr.iî:5t t
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A corf 0sc0
Anna
D lG Bella
Geiger,
Sotrre
a Arte,
1977
ê Fotocópìa
Ð
I
A,J \J s/ papel
lttlio ?la1?
et ailt'
CorPo
çc¡ønho 3'
'- tga2'
o$'sel sl
papel
Marco
Batdini,
Love, Ao examinar a poesia visual brasileira nos anos 70, o crítico Nelson
c 1978 Ascher observa a existência de duas tendências distintas.
Serigralia
s/papel ¿n¡,
papel Iamr¡;r Uma adepta da expressão imediata e direta dos sentimentos, emoções e
e papel desejos autodenomina-se poesia marginal. A segunda de caráter construiivista,
dupla-face
agrupou-se em torno de algumas pequenas revistas (Navrlouca, pótem, Código,
dobrado
Muda, Artéria etc.) chamadas de criaçáo intersemiótica.
o ++q o
Ø
Ø
o A exposição Poéticas vi su ai s (1 977), apesar de ser programa estendido, C)
o
O o
o tem como curador (ou organizador, como prefere o artista) Julio plaza
o
o
!
@ que, de volta ao Brasil, no início dos anos 70, juntamente com Regina
o-
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CÚ
silveira (Porto Alegre, 1939) introduzem elementos da semióticã na (ú
O
.9
.o análise plástica dos signos visuais. .o
o
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I
|.\
(o John Cage (EUA, 1912-1992), por exempto, envia o trabatho NotWanting @
o
OLJTRAS PUBLICAÇÕES DE ABTISTAS to say Anything about Marcel para essa mostra coletiva, porém solicita
que ele seja doado ao poeta Augusto de Campos ao final da exposição.
Nesse trabalho chapas de ptexiglass são encaixadas em bass de
madeira. A morte de Duchamp em 1g6g inspirou Cage a produzir a
primeira peça dessa série de múltiplos. Em livro que comenta o trabalho,
Cage escreveu:
de um livro."
as dessas palavras e
palavras em peças de
a pelo acaso. Coloquei
uma base de madeira.
O resultado é que as letras surgem em profundidade, se sobrepõem e se
12
relacionam.
Chapas
plexigta
s/base de
=
ã+
= =.Ê
;i.;: t l:; J * *i'Ã
madeira
Ir oru,,o
Serigrafia
da gravura ou das publicações de afiista. Ou seja, a utilizaçáo de um variado
em Cores
S/
número de novos materiais freqüentemente transitórios, a recriação do espaço
papel e
através das instalações são fatores que resistem (ao menos num primeiro
recortes
de pap-"¡ momento) à noção de arte como bem de consumo.
ttô
tiragem: 200
No limite está a escultura ausente, aquela que existe apenas através
de reproduções.
o
o O trabalho do artista inglês Richard Long, realizado em 1969 e intitulado Ø
o
@ Sculpture by Richard Long made for Martin and Mia Vesser Bergei, como o
C)
O
o
o observa Moeglin-Delcroix, "constitui-se de sete fotografias da escultura o
o
o que, segundo as indicações dadas em livro, são a própria obra e não sua õo
! Ø
(õ
Ø
(ú documentação pois a obra foi concebida para a reproduÇãe"rs. A escultura .e
O .o
.c) de Richard Long, nessa perspectiva, nada mais é do que sua reprodução o
TL
o
(L Gabriel Bot, fotográfica, passível de circular como envio postal.
Nós, 6
o
o) 1 975
Do livro
de arlislâ
Tràma, de A TNSTALAÇAO E O ESzAÇO DA EX7OS\ÇÃO
Gabriel
Borba e
Maurício
É a partir da década de 60 que o termo tnstatação, que até então
Fridman significava a montagem (a instalação) de uma exposição, passa a
colagem
e olf-sel s/
nomear essa operação artística em que o espaço (entorno) torna-se
paPel parte constituinte da obra.
12 p.,
Iiølen:2c"
Sua origem, no entanto, remonta aos environmenfs dos dadaístas. Mais
tarde o Environmental Art e a Land Arfiomariam não apenas o contexto
da galeria, mas todo o entorno, a nalureza inteira, como objeto de
apreciação estética.
para tornar a
Esse sentido utópico de subverter as leis do mercado passo
Antes do uso geral do termo lnstatação, que se popularizou só nos
pessoas seria o primeiro
arte contemporânea mais próxima das anos 70, as expressões Ambiente, Environment e Assembtage
pensavam os aÌtistas
p"ì; ,ma maior assimilaçåo -rs conteúdos' nomeavam, mais freqüentemente, operações nas quais os artistas
nàqreta época. A gratuidad trocas propiciaram' reuniam os mais diferentes materiais num dado espaço.
nesse primeiro momento, o
um circuito artístico
paralelo, externo ao circuito conv ia' o conceito' mais Se o contexto da galeria ou do museu é parte fundamental da lnstalação,
umavez,contamaisOoquearealidadefísicadeumeventualobjeto a primeira observação a ser feita é que ela não ocupa o espaço, mas o
criado pelo artista'
["nOau"f e convencionalmente exibível) reconstrói, criticamente. Dessa forma a lnstalação nega, em tese, o
Y
poder de compra e não se presta ao adorno
e' portanto' até mesmo a Para o crítico Pierre Restany, o vazio de yves Klein prevê toda a aventura
de "ter em casa" é frustrada pela
do imaterial. Tal vazio, escreve o crítico, é "o vazio de uma verdadeira
;;"t"t;á" tipicamente buiguesa ao pÚblico em
ãsliutura mesma desses irabalhos' que remetem alquimia que é um pouco mais verdadeira do que a própria nalureza,'2l.
detrimento do Prrvado.
Klaus
Binke,
Desenho
de Gra_
vilaçao,
1973
Cordel,
Prumo
c pfego
å
Y
FOTOGRAFIA: OBRA OU DOCUMENTO?
à montagem' os projetos'
Além das fotografias feitas posteriormente de perenizar uma
elaborados previamente, também
säo capazes A fotograf¡a nunca é inocente, mas
descreve os itens de montagem'
i;;,"1";á" No projeto, o artista necessários para a
estruturada pelas formas de representaçào
;ö;;f1;; materrais e outros detalhamentos que são sempre ideológicas. Se a arte
Conceitual, em sua modalidade linguística,
montagem da obra' investiga como nós pensamos e fazemos
os outros pensarem, então a fotografia
(Shrmosuwa' Japão' 1922) envia
O artista japonês Matsuzawa Yutaka para o MAO-USP' por
como arte Conceitual trata de como as
; ;;õì; iä tnrtrtuça o Quarto Psi em Ptano D fotograftas são usadas para cr¡ar
significados.
ocasiâo da exposição Poéticas Visuats'
Tony Godfrey
o
o
Ø Malsuzavi a o
Ø
Ø Yutaka, O
o o
O
o Sem Títuto, o
o c 1976 o
!
õo Off-set
em cores
Ø
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O
(ú s/ papel
O .o
.o o
o
È
sua imagem fotográfica reproduzida à exaustão. lnúmeros outros 0-
caótico e inapreensÍvel2e
N4an uel
o casimiro, o
a seu PaPel iconográfico Projeto Ø
Ø o
0) Porlo de O
o
conceitual não é
O
o
o
o Assim, prossegue Morgan, Nice,
1976
o
o
õo prortô(como ña totogrãtla 6 déia' freqüentemente Diapositivo !
Fegina
Silve ra
Intelercl
1976
r
Serigrai
d carøa
poslal
Y
J. Kocman (RepúblicaTcheca, 1g47) sinal,za a natureza com
as paravras
The End. As fotografias registram essa operação embremåtica de
inscrição na pedra realizada pelo artista.
4#ñ" Miroslav
Klivar,
Poes¡a na
Nalurez¿,
1974
Fotografia
p/b s/ p¿pg¡,
o
a o
Ø
ø
o
o o
o o
o
o J Kocman'
o-
o o
! The End, Ð
(ü 1973 (ú
o ao MAC-
Na carta que acompanhou o envio da Escultura de Papel
Fotografia O
.o p/b s/ .o
o o
o- USP, o artista escreveu: papel o_
co (t)
o o)
JO.
Mallander'
Escultuta
de PaPel'
ß71t1973
OfÊset
d Pa1el
¡
Y
suporte para o artista eslo,vaco
O cenário natural serve também como
de madeira a palavra HELP'
Juraj Melis (1942).otpot ttÀ
Valoch'
pedaços Jiri
de
Estudo
realizando uma fotomontagem'
är"'"ågridâmentã fotografa
Mentil¡'
caçãoV'
't973
entre 1975-1977 ' Em
O projeto Hetp foi desenvolvido pelo artista atra¡t-!¡ de uma
Éologralia
evoca' Plb sl
;;;ñ;;"t, objetos, fotografias e instalações vivida em seu pals' PaPel
¡"Lä pár""ta, a situaçáo social e política
o
Ø
o Ø
Ø o
o
Ø
o
o I
o
o Nesse momento de forte repressáo
política nos países do Leste o
E
o uso de
õo Europeu (analogament" uot países iatino-americanos)'
Ø
(ú
o
Ø o mimeógrafo' por exemplo'
(d
o instrumentos portáteis de reprodução como .o
; ä fotografia é bastanie freqüente como possibilidade para o
fr
.o)
o
À
¿ ö;ú;,
reþrodução e veiculaçáo de idéias3o' o
o
o
à fotografia' Para essa
Susan Sontag dedicou vários de seus ensaios primordial na
a imägem fotográfica opera como elemento
Dalibor
;;t";", ser observada através das
Chatrnli,
õ";;óã; llot¡zonles
oartistatchecoJiriValoch(RepúblicaTcheca,1946)fotografaomesmo
que semelh"lg?"
tema repetidas vezes. A repetição faz com (1973), "o
diferenças se mistuãm. fm'seú Study of Identification
estranhämento parte do mais banal dos registros'
Y
Em 1974, ArturBarrio reatiza a seqüênci9 q" jllo-gt1i1:,*::"
Movimentos.Nessa te'iJ o
áititt" registra através de fotos o movimento
incessante da mão toti"nJo
o pápet com a tesoura' num moto-
contínuo32
d I
I
€a.
(6 .o
O escreve: Nas performances as fotografias registram o ocorrido, ali, naquele .o
.q)
o
momento. Lembramos que o papel inicial da fotografia na arte conceitual o_
repetidas.
Y
Tres Macacos chineses foi o nome que a artista Regina Vater deu à
além do eventual material
Os registros das performances incluem' performance realizada nos portões do MAC-lbirapuera, em 197S.
impresso, os relatos, nàrtatiuat do público que as testemunhou' Sentada ali por cerca de quarenta minutos, tinha a boca e os olhos
" tapados e vestia camisa listrada em branco e preto, no estilo dos
uniformes de presidiários. Para Regina Vater, esse evento foi realizado
a propósito da situação política do país naquela época.
Fegina
Vater'
Três
Wotf Macacos
Vostell, Chineses'
Coelho 1975
da Pãs- Pelor
coa, mance'
1 976/77
li/AC-USP
Foto- Alqulvo
cópia da arìista
s/ papet
o
Ø
o a
Ø
o
Ø O
o
o
O
o
o discurso da crítica de arte diante dessas proposições deveria rever, o-
o
o necessariamente, seus parâmetros. A autonomia da obra é questionada !
o
! e a crítica necessariamente expande-se, incorpora os principios da (õ
.O
(õ
psicanálise, da filosofia da linguagem, da crítica da cultura. Tais áreas .o
O
'F o
0_
'o
o de conhecimento passam a ser quase pré-requisitos para a com-
imaginado por Vostell aterrissado
Um avião caça F3 norte-americano foi
o- N
preensão da arte. o
(o
o sobre o principal J" exposição de Kassel' Esse comentário
".páCo da Alemanha dividida
contundente qr" t",-'i"J"iência à'situaçao Nesse mesmo horizonte expandido da arte, o artista Dov Or Ner (paris,
Guerra Fria'
sånr"uiu" num projeto, depois de finda a 1927) funda, em 1975, o projeto Museum of Museums. Desse projeto
participaram museus de diversas partes do mundo. A idéia básica
descreve as etapas
O projeto compreende um texto no qual Vostell centrava-se na reciclagem do lixo produzido no museu, como forma de
Coetho da Páscoa (Osterhase)
para a realizaçâo Oo **to¡nstalação preservação da memória da instituição que, segundo o artista, corria o
na Documenta de Kassel (1977)' risco de desaparecimento. Dentro desse espírito, o artista realizou em
1977 no MAC-USP o projeto Reciclagem lg7fs. Aqui Dov, acom_
surpresa ocasionado
O nome Coelho da Páscoa remete ao elemento interna
panhado por artistas convidados e pelo prof. zanini, recolheu o lixo do
ón *¡áo-pousado sobre oedifício museu dentro de sacos plásticos que foram ritualisticamente enterrados
projeto
central do edifício, conforme
grande
na cidade universitária, próximo do lugar onde seria construída a nova
tanque cheio de água negra 1lldo' sede do MAC-USP. Tal evento foi registrado em fotografias que
"
estaria uma documentação fot
século
compõem hoje o acervo desse museu. Restos de lixo foram também
tanque para poder ver as fotos'
XX. caberia ao público åndar dentro do enviados para alguns artistas que deveriam propor novas formas de
reciclagem.
Nesse Pro¡eto, escreve Vostell: "A
apenas o fato concreto, mas Nesse caso, o projeto liga-se às questões da reciclagem e torna-se
documentação. lsso significa qu rundamental conhecer os princípios da proposta para poder
entender
realidade. O conhecimento dessa as imagens que a registram e documentam.
por mim através de um Processo a
conteúdo desagradável das fotos
desagradável no corPo".
Y
é Dov Or
Ner,
Rec¡cla-
gem 197>
MACeo'-
Museu dos
Muse¡Js,
1977.
Diaposil¡y¡
em cotes a
carta Antoni
datilogrqfqq. ¡/iralda,
Arrcz e
Pão
Color¡dos'
o Luiz
Ø
Ø
o Pazos, o
O A C¡dade Ø
o o
o Possuída o
o
€o pelos
Demôn¡os,
o-
o
(ú !
o c 1974
E
.o Fotograf¡a
O conteúdo das fotografias inclui, não raro, o corpo do artista. São (ú
O
o p/b s/ muitas vezes retratos ou imagens de fragmentos de corpos distorcidos, .o
È o
papel
co multifacetados, andróginos. È
o o)
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o Ê+&* 7&1 Ø
Cõ
! Carlos ¿t +tE- .o
.o
CÚ
Pazos, o
O Vou Fazer rL
'F
.o
de M¡n
Distante de ser a "última trincheira da aura", como anotou Walter
o
CL uma Benjamin, aqui as fotografias de rostos têm um sentido absolutamente
o Estrela,
diferente.
1 975/1976
Off-set em
cores e
fotogtafa
Nessas imagens os rostos deformados e os corpos dilacerados aludem
p/b s/ ao reverso do prazer estético. Mais uma vez o campo artístico se amplia
papel
s/ carláo
e inclui questões afeitas à psicanálise, à antropologia, ao feminismo,
etc. O masoquismo, por exemplo, teve lugar privilegiado nos Body-
works do período. O auto-flagelo, cuidadosamente documentado pelas
lentes fotográficas, tem destaque nessas poéticas. O artista tcheco
Petr Stembera (República Tcheca, 1945) fotografa seu exercício de
martírio. A propósito de seu trabalho, escreve Stembera:
, f reqÜentemente
os artistas conceituais se vêem O artista contesta, entretanto, explicações psicanalít¡cas entendendo
Como observa Goldinal
ideotogicamente manipuladas' que, se sua obra fosse simplesmente a solução ou o reflexo de questões
como desma"""|."oor".'JJäóàion.iu" pessoais, ele não teria coragem suficiente para exibir-se em público.
diagramas-sobre rostos'
Letícia Parente (Salvador, 1930) traça
Em outra série de fotografias, o punho fechado sugere um gesto político.
a ser construída'
ãn"rËánOo a lógica da expressão facial
Y
O brasileiro Fernando Cochiarale (Rio de Janeiro, i951) também,
eventualmente, utilizou o corpo como
suporte para suas proposições.
rctnando
Cocchøtal.e'
SequeB'
c 1974
FoþUalia
Plb' st
PaPel
Foþ: Ana
Vitória
It/ussl
o Em Dr. Douglas
Ø Dybuig a primeira máquina copiadora o
Ø
o co¡o s, sonia sher¡dan é convidada como Ø
O
o peta art¡"ta-räìãånte
volver uma série de pesquisas com a rec¿m
o
o
o inveÃàoa o
máq o-
õo
(ú
õo
Ø
O Se hoje Bill Vazan trabarha basicamente
.o com projetos de arte ambientar CÚ
,O
o
È
(Land Art) e escurturas de grandes oimensáes, 'q)
em smail Tatk (1977) o o
artista canadense erabora um comprexo o_
ô,t de imagens fotocopiadas em
que a gradação de cores sugere (Ð
o movimento das mãos.
B¡II
Vazan,
Pequena
Conversa,
1977
I Pef
Fotocópia
em cores
Stemtlera
s'papel
Peça dâs
{.* Mangas'
c 1972
Folografia
plb sl
pape
Y
AUTO- R ET RATOS CO N C E ITUAI S
Annette
Nlessager'
Coleção
para En-
contrar
M¡nha
Melhor
Ass¡natura'
1976
FolocÓPia
s/ PaPel
Annette
N'lessager,
Betrato
da Artista'
1976
o
o Da expo- Ø
Ø
q)
Ø slçao
o O
o PaPel Y o
o LaPis, o-
o de Jonier õo
o
! Marin (ú
a
(õ FotocóPia O
Jochen
Gelz'
Desenvol
d¿ Paul
v¡nenlo
Escr¡la Carter,
1972 Giass,
FotocóPìa 1977
sl pa¡el Etiqueta
adesiva
s/ loto_
qrafia p/b
V oapel
Y
Na série da artista Anna Kutera, os textos
manuscritos são anexados
outras vezes, como na montagem de Paulo Bruscky, o registro
da ao rosto, como se tentassem regendar
privilegiado faces esvaziadas da
identidade se dá através das radiografias de crânio, método expressiva. ""p""ioà."
pelas investigações Policiais.
Paulo
Bruscky,
Protelor
para
ldentidade.
1975.
Off-set
s/ papel
o
Ø
o
o
o
o
o
!
-t
L¿,
protetor
Anna
Kutera,
Morfo-
logia da
Nova
neal¡dade,
õo
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o
C)
O
o
o-
(ú 1976 CÚ
'F O + Fotocópia
.o
.o 'q)
o
o e fologra-
È È
la s/ papel
@
t
5 PhiliP
Patket'
A Condt
-- Êr+
çao (12)
VE 1977
() Mlt Y
Fotogralta
plb e
nanqulm
d Pa1el
ÄN rNgs
T
Gretta,
Série
Transfor-
V'
nàÇoes
1976
rcþqalia
Plb st
PaPel
Marìa
l\4ichatos/skâ
A experiência transcurturar, as questões afeitas à antroporogia
Approaches e no
1973. limite, mais uma vez, à própria identidade do artista estão piesentes
Fotogralia
p/b s/ papet.
na série de fotos do artista polonês Féliks podsiadly.
o o
Ø Ø
Na seqüência desses auto-retratos, o europeu transforma-se Ø
o o
O
o no africano o
e a carga expressiva resultante dessa metamorfose é intensa. o
o o
o
! õo
(ú Os retratos do artista têm essa aura que se revela na carta quase o
O O
.o confessional que acompanhou o envio desses trabalhos .o
È
o à mostå. o
o_
o o)
4 Feliks
Podsiadly,
Melanor-
phose,
FiecJerike o
Ø
o ?ezold, o
0)
O
É+c SenTitulo' o
o
o 1973
o o -;Ò FotocóPia o
!
o s/ papel Ø
! (ú
(õ O
o
'F
.o
'o o
o_
o
o-
o ñt
N
Friederike
Pezold,
Sem
Tnub,
1973
Fotocópia
s/ papel
lvlirelta
Benlivooliô
No final dos anos 1960, Seth Sieglaub, galer encerra
as atividades de sua galeria e passa Jser
Histor¡i an' ra ele, a
Monuneiø publicação e não mais as paredes de sua
ue Luca naquele
momento, o meio privilegiado para veicular
Editore, tica. Em
1 968 1969, Seth Siegtaub pubtica três edições de catátogos
O"
Off-set que nunca existiram fora-dessas pubricações.
s/ papet trressè rimite"*portfO"r,
o catåtogo
não dá apoio às exposições, ariás nem necessita deras para
existir, é
auto-suficiente.
Fotografia o
Ø
o p/b Ø
Ø C)
Ø O
o
o o
o o
o !
o
o Ø
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Ø .o
'F
(g
O A segunda série on-off (1973) foi feita apenas de cartões-postais, .0)
.o o
o suporte escolhido entre os participantes. È
ù È-
ô,t
@
ô¡
Amélia
Toledo,
Sem
Título,
1973
Off-set
em cores
g papel
Jul¡o
plaza,
Areyou
Ulises
Ca(tton'
Regina
Áûunentos'
Vater, 'oáau Ges¡e
Urbacion.
Press'
1 975.
1973
Xerox Off-set
colorìdo,
sl Pa?el'
cx de 90p,
madeira
vagen:400
DickHigginsconceituaaindaoteatroexperimentalVersusotradicional
pelo Fluxus) Íoi
e argumenta que o happening (Ial como realizado
ãeieîvolv¡Oo como intermediático, uma vez que articula
as
.artes No livro, sugestivamente intiturado LrHistoire de |art
por regras' cada um est terminée (paris,
pta.ti."., a música e o teatro' Náo é governado 1981), Fischer analisa a história das vanguardas
suas necessidades' como um movimento
o contém seu próprio meio e forma de acordo com
Ø
Ø
0)
enfoque, juntamente com a pintura da
movi
linear, visando o progresso e a superação de
B
O
o
o
þerspectiva,
artistas do Quatroccento e tomado como únic
g
o
g
E compreensão da arte e mais especiarmente das vanguardas
(ü
Dick
até pelo menos os anos 70 do sécuro XX. No entanto,
históricas. €
o
.F
Higgins,
Artisla
uma quarta dimensão na obra, isto é, o contexto
para o artista]iä g
social no qr"t ,r" oOi;
'q)
o em Seu
rL
de arte é exposta, o que também a constitui como È
Escrilório
tal. d
o
(', SomeLhing
Else Press
New York Den.tro dessa perspectiva, Hervè Fischer junto F
1 969
com o Art sociotogique
realizam diversos projetos, entre os qrãi. o Hygiéne de L,Art que
compreendeu trabarhos executados a partir oe gzi
r ]soor" pio¡"to
escreve o artistasa: "r*
A Higiene da Arte baseia-se numa anárise sociorógica
da função porÍtica da
arte, de seus símboros e de suas inst¡tuições soclais, tománão
,iÀ .ãiat",
A ARTE SOCIOLÓGICA: DA PNÁTICA À TTONM pedagógico e polêmico, colocando em foco
a ideologia artística dominante,
seus efeitos mistificadores, dentro de uma prática
eõpecifica no ,i.iär"i"
artístico
Algumas outras publicações do gênero
teórico e não necessariamente misturam desse projeto mais amplo, as proposições foram
São assim as edições dos membros do ?"l,tg
maioria das vezes na França, ,"a uigrr"s
realizadas na
que também realiiou diversos trabalhos no Brasil' também no Brasil, entre
outros países. A Higiene da pintura
näs interessa mais diretamente,
uma vez que integra a coleção do
pelos artistas de formaçáo MAC_USp. Originalmente åxposta
O coletivo francês Art SociotogiqueÍoicriado Junto com três outras toarhas áe mão está un
a faixa ãe vinit traÃspaiJnte
heterodoxa: Fred Forest, Hervé Fi
surgiu a Partir da Publicação de melho e azul. O interdito de
Uon¿e em 1974. O Programa bás ial exigido do visitante no
ações coletivas que Procurassem ção se alualiza no toque.
prática artística, revelando seus pr utrem um carál.er sinalético
ão destituídas de qualquer
tam para a origem francesa
Y
Hervé
Fischer,
FarnacE
Fischer'
agosto
de 1975
Pßça da
Fle1Úlrlica'
SP
Foþqalia
Plb st
PaPel
N
A idéia de púbrico de arte é mais umavezsubvertida (')
(t com esse projeto. (Ð
foram os questio- 1j
JeanPaul ilG
Thenot,
oquestionárioelaboradonotrabalhoVisitorsProfile(197.1-72)inclui Sem
perguntas controversas para aquele momento I tlulo,
formado em
Jean-Paul Thenot (Chartres, 1943), artista francês'
vale-se
psicologia e colega de Fischer no coletivo Art Sociologique'
¿o questiónário com o públ¡co em seus
projetos' mas preocupa-
i"ro¿.ñ
valor; em outras palavras' como o
se, sobretudo, com a percepção do s
,,sociológico,,que
percepção do público' Thenot, o artista
valor econômico de uma obrá pode moldar a ambém foi membro do Fluxus,
como Les ário fundamentalmente niilista,
Em suas fichas apresenta reproduções de "obras-primas"' e cômicas _,'O que é o nada?,,,
de Vasarely'
Moissonneurs (1553) de Bruåghel ou Vega-Pat(1969)
lance seu palpite'
sugere várias faixas de preços para que o entrevistado
Y
Endre
o TóI,
a o
Sem Ø
Ø
O Título, 0)
o O
o 1974 o
o Cópia mi. o
o o
Ð meogra- !
Ø fada, Ø
(ú CÚ
O off-set, Vera .o
.c) .0)
dalilografra
o Chaves
È e carlmbo Batcellos, I
E ùo
s/ papel E
(o Teslarle, e
(') 1974 É ¡..
c)
Folografla
i b s/ papel
i dâl logfalia
si papel
Y
Também tem a forma de questionário, embora mais lúdico, o
trabalho
(off-set) de Mario lshikawa dentro da série On'Off
Anton¡
Muntadas'
'On
St)þiectív¡tY:
50 Photo-
graPhs
lrcm
a.rNt.roquÐé¡sÐ?
The Best
ol Life",
c'1977
Datilo-
lrlario
{a¡iae
ÍoþqaÍia
lshikawa
È..8..r. r !$l¡$-q-Ej Plb sl
¡) aòt¡tr. d.¿ãrhÀdùr.rrtÉ at 1ãã!inã Ä' ! È ci ùem
dÞ! r'¡- PaPel
Êl Lr¡. .biltôi r6i ¡tÈúç:o, á r'lãçíc Título,
ùoa {:è tieèr dúv1d'¡ cohrurt+ o dleiõf¡r¡ol '1973
¡'¿E n' À
5) Âscrá, rêI¡elÞñ'
tr t c cú €' r.È6ô! G
'!áin'!¡
'É
se uá Ë ãÁ
Off-set
e fita
o museu é tomado por esses projetos como um raboratório,
um centro
r.àpêl¿ar Àd.qu.d..
fô4êÉi €è¡rðtFóñd¿r r !É' å adesiva de pesquisas. Do ponto de vista museológico, no entanto,'o que
tl tadn tqrltÉ
s/ papet
tica
f¡ù* óu À nthñvÈ dÈã l4É^Þ' desses trabarhos são as fotos que regisìram a interação
do artista
com os passantes ou com o público do museu. No casó
da Farmácia
Fischer, as pílulas guardadas no museu não têm autonomia
isàlaoa,
apenas ganham significado através das fotos dos registros
dessa
"situação" criada pelo artista na praça da República.
o
Ø o
Ø Ø
q
o
O
o A criação a partir de situações vividas no cotidiano, a utirização q)
O
è da o
cidade como protagonista de ações artísticas já faziam parte, q
o
E no iinar o
Ø
dos anos 50, do programa porítico e estético oos s¡tuaá¡onistas E
(ú Ø
.9 lnternacionais. Apesar de muito pouco estudado (ú
.o entre nós, é bom o
o lembrar que situacionista rnternacionar nomeia um grupo .o
CL de artistas o
que_ considefava a possibiridade da o_
@ experiência integrar da dimensão
(Ð
estética unida à vida cotidiana diretamente reracionida d)
î.,
à experiência
social e porítica. Muitos deres participaram das barricadas
de par¡s,
dentre os quais se destaca o nome do artista e teórico
Guy Debord
O artista catalão Antoni Muntadas (Barcelona, 1942), por sua vez' a (1932-1994) cuja obra escrita mais significativa
é o rivro La dociété du
Spectacle (1967).
rdþ=
I *iå
4+.
o
Ø
Ø
o
o
o
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o
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CÚ o
.o Fred Ø
'q) Forest, o
o De maneira análoga e também no contexto o
0_
urbano, a exemplo dos Passe¡o
o-
I
o situacionistas rnternacionais, Hervé ris"r,er, Eslético-
=
Ë
Fischef2, protagoniza como ',farmacêutico,,
no projeto Farmácia So- =-I Þ
Ø
o
Off-set
Vostell,
Energta, fitt il0il
s/ papet 1973174.
s/ cartào Jonal e
tffi[$Eltl
t fotocóPia
sl Pa?el
Htr tlilililailflfl
tf, ll0$tflfi
lllÍfi ,n'
ït0sTErr
ValcarLel
lvledina,
I
SemTítuto, Esse jornal foi utirizado por vosteil num happenning
1973 no quar um cadittac
é totalmente embarado com pães e
o
Ø
Off-set
¡ornáiå. De fato trata-se de ,,coisa o
o
a
o
s/ papet que não conhecemos", como anuncia o texto. No projeto Ø
O s/ cartao oatitãgrafaoo, o)
o
o vostett enumera detarhadamente os procedimentàs o
ä cioaoås-1nràori, o
o
!
Genova, Bochun) para a realização desse happ enning, iniciaäo em o
!
Ø
(õ Roma em 1923. Ø
õ
o .O
.0) 'q)
o
CL Paulo Bruscky tom rio em jornais de grande circulação
o
È
N para sua propaga 1976, junto com Daniel Santiago, c,
<f ç
publica no Jornal cio da exposição de *uma aurora
tropical artificial c ¿ pela excitaçâo Oos átomos Oos
Aindaoperandono..texto,'Urbano,odétournementdemeiosde componentes atmosféricos a 100 Km de artitude,,i
comun¡c;ção cotidianos, como o jornal, também são freqüentes'
A E prossegue o-texto
projetos supõe que olhar para o mais banal publicitário-poético: "os átomos voltarão espontaneamente
idéia subjacente a esses ao estado
natural depois da exposição. A exposição não polui
dos veículos de comun¡cação, com olhar de distanciamento' o espaço, naoãltera
o tempo, nem infruencia a astrorcgia, o um acontecimento
possibilitaria uma perspectiva mínima para ressensibilizar nosso
.entorno.Sairdacegueiradohábito,criarumdistanciamento' de arte
contemporânea"64.
provocar o
ressignificar experiências da vida cotidiana ou, pelo menos'
Tais princípios, como Fred Forest, por sua.vez, publica página
estra-nhamento através de situações inusitadas. em branco em jornais de
artistas nos anos 60 e 70. grande circulação..s Nesse projeto deñominado
sabemos, nortearam o trabalho ãe muitos space uea¡auu táma
modeto operatório o aforisma de Macluhar,
131o- tao uogã n"
CriandoumaréplicadojornalparisienseFrance-Soir'YvesKleinpublica
epoca: o meio é a mensagem. Trata_se
qual o artista utiliza a mídia como
",
de uma metamensager, n"
a fotomontagem de .é, que se lança no ar' Esse jornal foi instrumento para uma refrexão crítica
"oipo no sobre ela. Aliás, vários projetos do Art
iegularmentã oitttiOrfOo e representou a participação do artista outros artistas no período, partem mo de
Fãstivat da Arte de Vanguarda de Paris em 1960'
sensibilidade é manioulada pelos meios
da nossa
Nessa medida, há uma ctaia distinção assas.
são
As publicações em forma de jornal do grupo Fluxus (1962-1978) gia da
notórias. ?tl9) " uma prática artística vortada p"ru o contexto sociar, tar como os
artistas do coletivo Art Sociotogiquò propOám nesse momento.
publicitário
Wolf Vostell utiliza também essa estratégia e adquire espaço
paraveicularSuamensagemnaprimeirapáginadojornalilalianoUntø,
Enquanto os latino-americanos
Fred
contextualização, a referencialida
Forest,
Space
Med¡a,
(série
On/Otf 2\
rgzo. -"
Off-set
s/ papel
Antoni Muntadas realiza um projeto/açâo (SíSftA) em quatro países ady_mades são uma ,,tática irônica
latino-americanos (Argentina, Brasil, Venezuela e México)' O espaço atividade artística no contexto
criado inclue elementos de "informação pessoal" e de "informação de rnoperante da América Latina,,67.
massas". A mídia se faz presente através de vários jornais locais colocados
à disposição do Público. A partir desse comentário, a maleta
executiva forrada de pregos
de Janeiro, I gì¿icr.r"'io, Zílio (Rio
o" ro (1974).
Antonì
Carlos
l\,4untadas,
Zílio,
HOJE:
Para um
o tó oe-
Jovem
o zembro 75, o
'1975 de Bri-
O Ø
o lhante o
Jornal e o
Futuro, o
o bastidor o-
! 197311974
Þo
de made¡ra
(ú Valise
O c/ pregos
(ú
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o .o
È .0)
o
+ È
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ro
É
Se, grosso modo, os movimentos de contestação nessa época nos países Carlos
Krzyszlof
y/odiczko,
Vetculo,
1 973
-.Fotogratia
,ot,tapul.
+_=
o
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O
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KtzysztoÍ Ø
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! Wodiczko, o
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(s Veículo, o
.O 1973 o
'a) Folograf¡a
o
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0_ p,b s/ papel (ú
co .o
sf .o
o
o_
o)
rt
Ktzyszlol
Wodiczko,
Veículo
1973
Fotograllil
p/b sl DaP.l
No Brasil, Artur Barrio, já desde o final dos anos 60, realiza projetos
cuja poética, seja pelas ações que executa ou materiais que elege, projetos (no caso de
rompe com qualquer categoria ou código hegemônico da arte. Em : "
Situação.,. ORHHHHHHHH... ou... 5000... TE... em... NY... ClTY... contexto singulares. N".rud
(1969), por exemplo, usa o museu como nada mais que um depósito medida, as fotos
todos os aspectos d"
de lixo. Nesse projeto, o artista opera com materiais simples: espuma ::g:]r..rT
se por dias, semanâs,
rrnaË;;;;;,
de borracha e aparas de madeira que junta a restos orgânicos de ou mesmo meses.
putrefação certa como carne, sangue e outros dejetos, com o que As Situaçoes criadas
preenche suas trouxas. oo¡"to. iåãi;n;ä;ä.,P:i îit" Barrrb,
r
nas décadas de 60 e
70, são
"centros de energia acumulada",
" ;;ñ; ";i[iu.o'
oei¡niu
A violência, a degenerescência e a putrefação são os estados que se "o'ro,"r"
apresentam em suas obras, e as várias Situações criadas pelo artista
des(articulam) o cotidiano automatizado pelo hábito.
Off-set
o sl PaPel
Ø
Ø Na fase externa, as trouxas junto com todo o lixo acumulado foram
o
O
o levadas para o lado de fora do museu, catalisando mais atenções, o
o dúvidas e polêmicas7a. Ø
co o
O
Ø
(ú
Io-
O As trouxas (que foram celebrizadas, leia-se, fetichizadas o
'q) E
o
rL
posteriormente ao integrarem a prestigiosa coleçäo de Gilberto Ø
(ú
convidados a integrar a exposição lnformation, ocorrida em Nova York i.. a,rÞÈ _1 ,t.
no ano seguinte. Artur
Banio,
Stuapoes
o
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Ø
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Artur rô
Batrio,
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Sangrcnlas
(segurlit
parle),
'1975
Fotoqritltit
p/b s/ Pitlt' '
6 folos
Folos: tjr I
ZatcjrYt
Y
Para Marchan (1972), m de pedormances, de ações,
é
f Actions: between perfoimance
a arte Povera recorre a estas substâncias em estado de transformaçáo
(...) por paul Schimmel no Museu de
emumníve|anterioràfofmaçãodaimagemdefinitivadoobjeto.Porissosuas les em 1999. No catálogo dessa
característicasmaisrelevantessáoasdemudança,contingência'
indeterminação,emoutraspalavras:aquelasquenosintroduzemno..processo,, conrêm traços da história da ação ,l"oot:.oj:Ït"t:""J¿'3î:îå:åiï:
no futuro. Eles não são bens de consumo em
Frederico Morais utilizou a expressão Estética da Precariedade ao
si mesmoa,
tornar a sê-ro, dependendo do uso que é feito
,u,
podem
comentar o trabalho de Barrio nos anos 70. oetes.'ra,s-Jo¡etos
resultantes de ações apontam para o valor do
sujeito inOivrOuãi!ue
cria os objetos,e criar aqui tem um duplo sentido, ¡éto ¿, signitica
No entanto, u a crítica italiana Lucilla Saccá, a o gesto do artista como um produtor, mas também arudJao
talto
propós¡to da de Barrio e a ãrte povera italiana, há mais amplo de elevar o trabalho do sujeito acima
sentido
diferenças q abalho de Barrio e o distanciam da valor mais alto da criacão.,,
dos objetos, ;;;;
arte povera, princípios análogos como a pesquisa "
sobre o devir da matéria.
O ARTISTA COMO CURADOR
Escreve Saccá7ô:
A relação dos artistas com a possibiridade de exibição
NoBrasilapesquisaculturalassumeumaclaraautonomia,aproblemática de sua obra ou
da obra de outros artistas carrega ambivalência.
artística se faz violenta, às vezes mais crua, seja pela contingência da situação iao ,.rro, in.ãrpor"
históricaqueviuopaísoprimidopeladitaduramilitar,sejadevidoauma comentários críticos ao sistema de exposição. ",
maiorliberdadequeso|taofreioinibidofnoquedizrespeitoàbagagem
o euroPéìa tradicional. Entre 1930 e 194S, Marcel Duchamp ocupou_se o
da realização de Ø
o réplicas de argumas de suas obras pãra compor Ø
o
o um museu portátir.
o
o Vale lembrar ainda que a expressão Arte Poverafoi cunhada por Celant Em caixas no formato de uma mara-varise o artista acondicionàu
o
o
o em (azâo do trabalho de um grupo muito específico de artistas italianos em minia'tura de alguns de seus trabalhos, ready_made.s,
.oô¡". o-
! o
como Mario Merz, Pistolleto e Kounellis, entre outros'
além de Ð
(ü reproduções de argumas pinturas. r s imagens q
.O do "grande vidro,, foram (ü
o
.o também incluídas, impressas em pláõtico transparente. .o
u Janis Kounellis, celebrizado pelo projeto realizado em 1969 no qual Marcel o
^o
Duchamp, ao selecionar reproduções de obras À
suas em uma valise,
<l
ro
preenche a galer¡a IAttico, em Roma, de cavalos, envia também, a transforma-se em curador de sua própria obra. rf)
ro
convite do prof. Zanini, um projeto para a sexta ediçáo da Exposição
Jovem de Arte Contemporânea no MAC-SP (1972). Nesse projeto, a Klaus Groh (Neisse, polônia, 1936) realiza um comentário
sobre o tema
á*ia vapenciero da ópera Nabucco de Verdi, muito conhecida na ltália, em seu Pocket Museum of(f) Modern Art, ondejunta
foi tocada ao piano ininterruptamente, desde a montagem e durante dentro de um envelope e o envia ao diretor do
pequeno. ù;io.
MAC. como esse, tåiam
toda a exposição. A exaltação ao nacional¡smo e a repetição incessante realizados mais de uma centena de pequenos
museus. A maioria em
da mesma melodia alud¡am às restrições de liberdade impostas pela pequenas caixas de madeira, mas também
em caixas de fósforo ou
repressão política vigente no país. Essa exposição foi cercada pela sacos prásticos. A brincadeira com o títuro do projeto
incompreensão, conforme anotou o prof. ZaniniTT:
é reveradora:
of(f) Modern Art, ou seja, ,'de/fora da arte moderna,,.
Klaus
rera na futilidade de colocar Groh,
pocket
r, com um fundo musical, os Museum
îáo se tratava de um fundo ol(r) Mo-
dern Arl,
1974.
Pequenos
objetos
de
metal
hrri¡ográl
fica e
ofi-set
,/ pupul,
anvoltos
lT "uiru.
,'j acllico
definidos, ganhe abrangência no tempo e no espaço. e saco
ptástico.
Y
Mes Peti
iå'rfiliå
NaversãofinaldoseuMuseudeArteModernaapresentadaemDusse|dotJ rnes (1988)
(1972), Broodthaers incluiu uma grande variedade de objetos todos o formali lcanos em
sustentando a imagem da águia acompanhados pela etiqueta com os dizeres
exposições de arte moderna.
"lstonäoéumaobradearte"Essaetiquetafoiincluídamesmoparaositens
emprestados de museus como o Louvre ou o British Museum e portanto Nesses projetos, o museu, seu acervo
atestavam sua proveniência estética. O museu era uma ficção, expondo nada e por vezes seu edifício
monumental, como no caso dos ,,empacotamentos,,do
além do símbolo da autoridade através dos quaìs os museus apresentam sua artista búlgaro
versão das coisas
nas projeções oe imasåÃÀìesar¡aooras
1I,.^,"^11:"1
sao de Wodiczko'2,
o suporte e o ponto de partida dos trabalhos.
o Declarou o artista
É interessante obser
o
O
o
o
o
Ð
Falar sobre o meu museu significa discutir as formas de analisar a fraude. O
museu ordinário e seus correlatos apresentam uma forma da verdade. Falar
sobre esse museu significa falar sobre as condições da verdade E também
oe exposiço;; i,;s"ñi"ä#f"i,,5fl3ii:i:
lado do prof. warter zanini, muitos artistås
iiiå:^i:î:îä:iï:
conceberam e organizaram å
g
importante descobrir se o museu ficcional lanÇa ou não uma nova luz sobre exposições no MAC-usp Ari os artistas podiam
(ú fazervarer*ã €
O os mecanismos da arte, da vida artística e da soctedade. Eu proponho essa de arte e dar lugar às experimentações "ääãpcao
.o nà. propo.tr. ,r."ogratåäi
o questáo com o meu museu8o. Para Julio praza, idea,zador de uarà. ro.iras no MAC especiarmente ü
rL .E
nos anos 70, organizar exposições d
(o
b De maneira sarcástica Marcel Broodthaers desconstrói criticamente, e questões inerentes à sua poética
era mais um meio para tormutar
artística.
rvrrrrurqr nñäJ
rr\
com fina ironia, certas premissas museológicas como a class¡ficação È
e a taxionom¡a. hecidos de seus amigos faz
omunidade artística mundial.
No mesmo ano de 1968, queimar o Museu do Louvre era palavra de
o vtmos, cada artista era
ordem pichada nos muros franceses e se tornou comum o ataque aos
ido e enviar trabalhos para a
museus, instituições que reverenciavam os valores de uma "eternidade"
repressora. Uma agenda mais crítica começou a ser exigida dos
museus, e os artistas, freqüentemente, envolviam-se em projetos de o texto da carta enviada aos artistas por Jurio praza
exposições, Nessa vontade de mudança francamente compartilhada deixa claro a abertura da proposta e warter Zanini
Oã á"t"n.ao do convite.
no período, o museu foi tomado como um lugar privtlegiado para os "
debates, um pólo catal¡sador de novas idéias. O museu-templo deveria
ada ao público a chance de
dar lugar ao museu-fórum.
ostariam de levar para casa,
exibidos, configurando a
É interessante atentar para mais um paradoxo. Muitas poéticas dos
a constituição de inúmeras
anos 60 e 70 (Environmental Art, nces
etc.), que, programaticamente, seu
propósito original, necessitam O oto
MAC a mostra Espaço de
atestado de sua existência enqu
seu
dade de confrontar trabalhos
produtor como artista.
as de recepção critica em
e ns artistas se posicionaram
Mais recentemente, nos anos 80 e 90, o próprio museu, seu acervo
ue pendiam do teto, presos
Y
Em 1973 a artista Anna Beila Geiger, auxiriada por arguns
um círculo' coraboradores,
dentro de invÓlucros de plástico transparente, formando organizou a exposição circumamburatio, umamostra temática
centrada
Polêmicasàparte,depoisdamostra,cadatrabalhoretornouaosSeUS na figura arquetípica do círcuro. Essa exposição, que foi iniciarmente
respectivos.ii"dor"t e o que res o pelo artista'
apresentada no MAM do Rio de Janeiro, teve grande repercussão junto
ul¿r O" algumas fotos. Esse p Alan Meyer'
ao público.
teve a particiPaçáo do GruPo de
Anna
Betla
Geiger,
Gabriel C¡rcumam-
Borba, bulatio,
f Espaço 1 973,
de Confron- N/AC-USP
tação, Catálogo
1972 de exPoslçao
Fotogralia
Arquivo
MAC.USP
Circumam-
bulatio,
1973,
IVAIV-RJ
o
outra mostra, organizada por Jonier Marin no MAC, foi a videopost o
Ø
Ø
q)
(1977). oartista convidou para essa mostra 17 artistas que enviáram Ø
o
o
O
o pelo correio seus trabalhos em vídeo. I
o_
o o
ð
Entre outros, o artista colombiano Jonier Marin (colômbia, 1946)
o
Ð
Ø coletivas
O polo Io para a Liberdade. (ú
tamOém organizou pelo menos duas interessantes mostras o
(ú
O
.o
o
L
no MAC-USP nos anos 70: Videopost e Papel y Lapis'
quefic
Nesse
Powel
Petasz,
Para a
de desenhos e fotos expostos juntos' L¡berdade,
1977
Projeto
V¡deopost.
vlDFOpOSt
ão apenas
Jon ier
lVarin, nto quase
Vídeopost, materiais
1977,
utilizarem
MAC.USP
Catálogo
ao.
de exposição
videoarte no nos anos 70, escreveu,
uma década depois,
å ï:i?åîff
(...) realizados quase
conhec¡mento dessa t
produção atual _ os
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o VIDEOABTE NO MAC DOS ANOS 70: BREVES APONTAMENTOS o
o
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A videoarte também teve lugar privilegiado no MAC-USP Especialmente
.o
o para abrigar a mostra de projetos experimentais, notadamente em vídeo, (ú
rL .o
foi criado no MAC, em 1976, o Espaço B. poderão ainda ganhar com .o
o a ap o
(o rL
Sem dúvida, essa forma encontrada para institucionalizar o novo não presentado num museu (o
brasileiro,
poderia deixar de causar polêmica. Para alguns, o espaço reiterava, rooklin, realizado por Fred Forest
pela formalidade espacial, a aura museal. O que importa assinalar é a percepção da realidade como
que frente às especificidades (entenda-se limitações) que o contexto nalisado, E o vídeo, nesse
caso,
brasileiro oferecia à criação artística, especialmente quanto à exploração ima o artista do público já
durante
de novas tecnologias, o MAC-USP foi um espaço pioneiro que ofereceu o.
aos artistas a possibilidade de utilizar equipamentos novos cujo acesso
era difícil naquela época. Essa chance possibilitou aos artistas Para o pro'f.Zan
a, ao menos poten-
realizarem seus projetos e mostrarem os resultados no próprio museu87. cialmente, em u a em que uma das
suas intenções e
pressões qr" e. indivíduo diante das
VideoMaðB (1977) foi o resultante da iniciativa do prof. Zanini grande
incentivador da videoarte em nosso país
-
de oferecer aos artistas a
-
possibilidade de exploração dessa nova linguagem iniciada pelo coreano à recepção, a videoarte trata de iniciar
5T-lllrnto
outra o púbtico numa
Nam June Paik já no final dos anos 50. Além do equipamento linguagem, distinta da rógica
o" ìJàuiJao No entanto, não raro,
emprestado, o MAC assumia os problemas técnicos de composição e co nside,"ruräbor,""iJo.'ã
3; i.å:i"oores tais projeros
edição dos video fapes, assim como os de assistência aos artistas "nt"oiantes
durante as gravações8e. Vale ressaltar que o próprio June Paik foi
Como anotou Annateresa
convidado pelo prof. Zanini a vir ao MAC, no início dos anos 70, mas Fabris a propósito dessa questãgsr;
declinou do convite receoso das condições repressoras da política
nacional naquele momento.
( ) de certa forma.o púbrico não deixa de ter
exige dele uma atenção O¡rtruiOa razào. se a terevisão comerciar
u Jãuã"r,", contrár¡o, requer uma
atenÇão tota¡, pois um gesto
está necessar-iaÀente "o
interrigado perder
a outro.
Y
gesto como
um momento de uma ação pode pôr em crlse a compreensão do
pela
um todo, pode infirmâr a recepçáo da mensagem que não atua
redundância
r'^T:iåy Donard rheEndof thecurtof the rJnique,stud¡ornternat¡onar,n934,v
Mais uma vez se reafirma um distanciamento do mercado, princípio
181,Jun 1971,p
2) GODFREY Tony. Op. cit., p. z7g.
que se coaduna às questões inerentes à arte Conce¡tual' Escreve o 3) GODFREY Tony. Op. cir., e. z7S.
prof. Zanini: t tÏÏl;Tiä?l^ Arre posiar na Busca de uma Nova comun¡caçáo
Internacionar o Estado de s pauto,
5¡ osiçao
(...) a videoarte da sede dos Correjos e
polícia bos e confiscou diversos
produções de li
comPletamente d 6) paulo. enal de São paulo, out./
contextos da cota 7) os art¡stas uruguaios clemente PadÍn
e Jorge caraballo foram presos pelo reg¡me
ou um livro de a t uiJ::I;**ria a retirada das rrop". oäviJnåä,
m¡litar entre 1972 e 19g2.
nenhumparalelopoderiasertraçadoaproximandoadistânciaquesepara uiä !ägrin." estouraria o escân ddo wàtersate
"o
essas duas realidades profundamente divergentese2' 9l Rev¡sta pov¡s (1969_1977), Natal, RN. Editores
J. Medeiros e Fatves da sitva.
10) ArtePostar (catarogo). xvr e¡enar ¿es¿rprrl"sãoË"uìoìrundaçaoBienar desãopauro,out/dez
Ainda na década de 70, foi criado o setor de vídeo no MAC. Tal iniciativa l 1) A revista foi editada, bas¡camente por
Régis Bonvicino e Ju
realizaçäo de projetos em vídeo pelos artistas que pr¡meiros números saíram.entrern",o 1982. Os dois
possibilitou a oã iãru,
Itilir"uur o equipamento recém-adquirido pelo museu. Aliás, o MAC
púbtrcoro primeiro semestre de l g8z. "^¿"i"rnoro
O prime¡ro n¿;";;;;"" ção chegou ao
pedro Tavares
fias
-1976
e Stud¡o lnternat¡onal, )ul.laug.1976.
rmance realizada no Institute of Contemporarv
Art
osiçào poeficas V¡suà¡s no ¡/AC em 1977
Buenos Aires _ London _ Fio de Janeiro _
Santiago
íormance and the Object 1 g4g_1 g7g. tr¡useuÁ
ot
38) GODFREY Tony. Conceptual Ar¿ London: phaidon press, 1 998, p 31 1
78)
39) Eventos semelhantes já haviam sido realizados em Hatzor, Tel-Aviv, Jerusalém e Alasca entre 1 975 e
1 976
79) PeÍormance
40) Antoni l\,,1¡ralda, Projeto Honeymoon (1986-1992)
80)
41) GOLDIN, Amy. The Post-Perceptual portrait. Art in America, n 63, jan /feb 1975, p BO Fall' 1987.
42) STEIVBERA, Petr. Danger ¡n ArI. Flash Ail, teb.laT. 1978.
81)
43) BRUScKY Paulo. Xerografia artÍstica: arte sem original (da invençáo da máquina ao processo xerox/ de Chicago
gráfico). lnr ARTE novos me¡os/mult¡meios - Bras¡l 70/80 São Þaulo: Fundaçáo Aimando
Álvares o as paredes do Hirschorn
Penteado, 1 985. Museum (Washington-DC)
48)
49)
,l"u,uli1;rtinu
o'ou da mostra
p.62.
rdo, Luis paulo Baravelli e Frederico Nasser fundaram a
u a coleção de videos
do MAC,
50) FABRIS Annateresa, COSTA, Cac¡lda T. da. Tendências do L¡vro de Artísta no Bras¡l useu, assim como providencjou
' São paulo: Centro
o Cultural São Paulo, 1 6 a 23 de lunho 1 ggs nea _ Espaço Vídeo MAC_USp
Ø 51)
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O 52\ bição para
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o abrir duas
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o trole sobre o
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Ø
(õ 53) Something Else Press talvez tenha sido a mais potente divulgadora do F/uxus
Fechou em 1 974, mas
I
o-
O
Dick Higgins lançou a unpubrished Editions para produzir outras pubricaçoes em o
.O novas bases. !
o 54) FISCHER, Hervé. lHistoire de LArt EstTerminée. par¡s: Bailand, 1981, p.62.
CL Ø
55) Op. cit., p.65. CÚ
.O
sl 56) Folha de S Paulo, São Paulo, j 5 out 1 gg1
(o 'qJ
57) KOSUTH' Joseph Att After Philosophy and After. Collected Wr¡¡t¡ngs, I 966-1 ggo Boston:
MIT press,
o
o_
1993, p.124.
rô
(D
69) Arte acla no lVuseu Nacional de Belas Artes Buenos Aires (1 g72). Atte cle Sístemas
-
ll - do )AYC (1972). Peñit de Arte Latino-Americana
Me
- realizaãa na e Bienal c.le
70) Junto com o esquema de montagem, soricita uma atenção especiai grafia
à de seu nome ainda pouco
conhecido naquele momento.
71) B.
721 which fvtedia, which pubtic? tn. Discussion n
73) autora no IMAC-USP, jun. fgg8.
74) io: registros. Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, set 1996
75) autora - IMAC-USP,2 out.1998.
76) BARRlo, Ar r. Ecos de revorta. catálogo.TexIo Luciila saccá. Gareria seo pauro, 1997.
77) ZANlNl, Wa¡ r. Novas Potenciatidades. catátogo de Expos¡Çao vl JAC. são pauto, fvlAc-usp, 'lgzz
ARS BREVIS VITA LONGA
coNstDERAÇöES FtNA|S
-
4-+
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%' = =
a a a \
O que é própr¡o do saber não é nem ver
nem demonstrar mas tnterpretar.
Michel Foucault
Juraj
o Museu de Arte Moderna de Ñova york teve paper fundamentar. O
o
A o
Melis, formuração de uma certa visuaridade, a narrativa
Help, imprícita de uma õo
particular forma de mostrar, isto é, de dar
1975-1977 a ver, são as camadasmais Ø
(ú
Fotografia profundas da formação de um padrão forjado peros
interesses presentes .O
-;* p/b s/
papel
no mundo, naquere momento rigidamente dividido pera Guerra Fria.
.o
o
o_
-+ Todas as estratégias sub-reptícias corocadas
em jogo pero MoMA desde ol
os anos 40 para tentar infruenciar a concepção ocidentar (o
oe musãu oe
arte lançando cópias de sua própria estrutüra na América
Latina (em
especial no Brasir e na Argentina) estão agora obsoretas,
como bem
demonstrou serge Guirbaut (199g). Nos anðs 40 a
arte moderna e os
museus de arte a serem criados nesses países
representavam
desenvolvimento e modernização. Hoje a tão acramada
modernização
se anuncia de outras maneiras e é bem distinto o panorama
político e econômico. A produção artística contemporânea, sìciar,
por sua
I vez, é mútipla e escapa à homogeneidade do
discurso moderno. As
proposições artísticas reracionam de maneira
freqüente a arte ao
universo da vida cotidiana articurando, não raro,
conteúdos sociais e
políticos.
:iÊ-
ù o
lsso significa que dos museus já não se adequa
t-
\ às poéticasartístic adas. Uma álteração Jo õr"
chamamos "obra de
metade do século XX. Não se trata aqui de
desde, pelo menos, a."õrÄd,
=1 + .--t= = semântica, mas sim epistemológica; ou seja,
uma simples alteîação
==n= não apenas o objefo'de
arte mas sobretudo o objeto da arTe deve
ser reconsíderado. O que
implica, necessariamente, uma crítica
t ti I
I
às instituições que pavimentam
o caminho à regitimação das narrativas.
E a tarefa que se nos upr"r""t,
¿*
) -.!
Y
é bastante complexa e exige ainda uma mudança das mentalidades. Nessa medida, esses arquivos têm como estrutura um sistema de
Em texto intitulado Museu: Adminstrador de consciências (1986), o memória que escapa aos interesses do
circuito de arte tradicionar e da
artista Hans Haacke escreve: "Nunca foi fácil para o museu preservar narrativa oficial e hegemônica. Tudo tem aí um lugar
uálor .or-
ou manter um grau satisfatório de mobilidade e integridade intelectual. respondente. "
É necessário astúcia, determinação
- e um pouco de sorte. Mas uma
sociedade democrática exige nada menos do que isso". No outro extremo, tomemos como exemplo
o tratamento dado aos
livros de artista, vídeos, filmes,
do museu, ass¡m cámo as inter to
Nesse contexto, a arte conceitual representa um singular ponto de análise.
Afinal os artistas conceituais investigavam, nos anos 60 e 70, a natureza a eventual agregação dessas t
do objeto de arte e os mecanismos institucionais que os mantinham' cada museu in"o1pär" tais obras " e
No pósfácio de seu livro The Dematerialization of the Art Obiect (1973)' o MoMA de Novayork, por exemplo , uTilizao critério de meios
e técnicas
Lucy Lippard já observa que a intenção de se manter afastada da para organizar as obras em seu acervo.
comercialização geral não se confirmou na arte Conceitual, e tal
categoria de obra foi desde logo assimilada pelo mercado. No parecer de vários c'ticos, o problema
com o MoMA é que, apesar
do importante interesse histórico nos diferentes
tipos oe prooução iisuat
Apesar da assimilação pelo mercado, no domínio das práticas cotidianas (departamentos para vídeo, firme l
arquitetura), o museu nunca aceitou
do museu, a incorporação das obras de caráter conceitual às coleções a interpenetração dessas diferentes
como se essa separação
se dá, como vimos, entre dúvidas e questionamentos. lsto significa fosse essenciar para a continuidade de ""f"r"",
um paraoigma curturar moderno,
que nem todas as batalhas foram vãs. Pelo menos dentro do museu, a como se arte e vida tivessem de ser separadas.
i/ais uma u", áìi"ao
arte conceitual pode encadear ou sugerir uma reflexão que interroga a entre o político e o estético se dá nessa iormuração
o de uma u,.r"t¡áuo"
Ø
própria instituição e as convenções que regem seus critérios de valor. possível dentro do museu. o
CJ Ø
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o Esquecer remete ao que não é possível ou permitido lembrar. É ¡nteressante observar também o tratamento
dado a uma importante
O
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Recordamos a década de 70 para as artes no Brasil como um período parcela do acervo do grupo Fluxus pr o
!
negro de boicote à Bienal, perseguição de artistas, censura e prisões.
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O
.F (Fluxushoe) que está nos arquivos da a
(ú
'a)
o Por outro lado, paradoxalmente, trata-se de um momento no qual o tem, nesse caso, um sentido mais .O
È 'q)
mapa da produção artística contemporânea pode, de fato, incluir países depositário de documentos históricos o
È
o
t- periféricos no sistema internacional, erial audiovisual integram esse arquivo, que
tem seção t
a arte britânica do século XX. Entretanto, tamO¿m
aqu¡
É notório que a arte Conceitual e seus sistemas correlatos de oscilantes, como vimos anteriormente em
retaçáo ao
distribuição e circulação criaram possibilidades para que artistas oriundo da aulalperformance de Beuys.
brasileiros pudessem participar de um universo mais amplo de troca
de informações artísticas. Nesse contexto, os trabalhos conceituais Ao menos potencialmente, os arquivos de
arte contemporânea
não se definem por meio de noções rígidas, mas dentro de uma pode-riam desempenhar uma função
mais ampra e dinâmica, bastante
concepção ampla de obra de arte, e supõem, por conseguinte, uma significativa dentro de uma institulção que preserva
e mostra a arte de
revisão dos critérios de sua institucionalização, isto é, de sua exposição, nosso tempo. Nesse sentido, tais arquivos poderiam
aOrigàr,-por
preservação e guarda. exemplo, p ões
materiais, ões
possibilitari em
ARQUIVOS DE ABTE CONTEMPON¡IIEN: NO PBESENTE PARA O evitados en mm
FUTURO DO PRETÉRITO metonimicamente, incorporam a p
isoladas de lnstalações que, não
sem a relação com os demais elementos
da lnstalação ou estando
fora do lugar originário (no caso dos prol"to.
site_specific)da obra.
Do ponto de vist
blico com arquivos
0"".unãtrìã.ui esfera de espaço e
tempo particurai
com os cuidados Poderia manipular,
fosse de interesse,
ou ainda, por exemplo, assistir ao vídeo que desejasse. Assim, distante
da recepção coletiva (e freqüentemente) distraída que as grandes
mostras propiciam, o contato do público com os trabalhos nos arquivos
é direto, manipulatório. A recepção tem o ritmo da apreciação individual.
No caso dos livros de artista é capaz de incorporar a percepção do
tempo na seqüência das páginas. O arquivo ocuparia, portanto,
programaticamente e não acidentalmente um lugar intermediário entre
a reserva técnica e a biblioteca no museu, pois tal como o espaço que
o contém, os documentos e obras que guarda estão sob o signo da
ambigüidade.
Ulises
Carrión,
To be or
not to be,
1 976
Fotografia
o
p/b s/papet
Ø
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È
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F.
Por fim, cabe-nos ressaltar que não se trata de substituir por outra a
narrativa (naturalizada e hegemônica) na qual o museu se assenta,
mas, atentos às interrogações desencadeadas por essas obras de
natureza conceitual, devemos relaTivizar certezas. No limite, essa
passagem recente da história da arte se concretiza não apenas nas
obras, mas nos seus cambiantes significados e nos sempre oscilantes
juízos de valor.
a.==-¿4.="é=a41=-=
=
+=- ==æ=É t+ ææ Expos¡ção/lntervenção da Equipe 9 (Erisabeth yatiko
Kinue Sano, Luiza Aiko Kira, Maria de.Lor-,rdes
Takeda, Léria Rosa occhini, Lidia
-==4 @-:|-- 2aaa5a7iæé nÀ¡o. èirur, H¡ar¡a emii¡ã erá.å,'M"ri"
-'
æ -=24-=+==
lrene da sirva Ribeiro, sorange Lopes da s¡lva,
=æ-læ-ae vatiãtì¡ òoroti sommer nrn-ii
*: + æ =:é*-4
ææ--é
=èe=. ¿+==:**- 6 Artìstas Conceituais (3.1 0.1 973)
Exposição coletiva dos art¡stas: Éetr.stembera,
Jarosraw Kozrowski, Kraus Groh, Gabor
Attalay, william Vazan, Ângero de Aquino A t
-'mática comum adotada foi a metaringuagem.
?.é==-=€='- a 12.12.1975)
Nelson pinheiro de Arrdrade, Gabriel Borba, Analívia
Cordeiro,
9, Grupo Coral de Dança Contemporânea, Grupo Mutikçào,
1 97s)
Aquisições e Doações de Obras Becentes (3.1974)
Mostra das obras dos seguintes artistas: Klaus Rinke (com Desenho de Gravitaçáo que já, aà
havia sido exposto em 1973), Jean Otth (EspaÇo Diapositivo, composto das séries: ,Ar
lnterrogaÇões plásticas, Bloco de gelo, sombras, Land Art, D¡aposit¡vo e L/rnites g,R
- este
conjunto de obras fora exposto na vll JAC). Foi exposto também um conjunto de fotografias oerr
de VT; Mirella Bentivoglio (3 poemas visuais), Alexandre Bonnier e Fred Forest (serigrafias).
A proposta lançada na vll JAC de transformar as Jovem Arte contemporânea num evento
cuja programação fosse constante foi aceita. A ocorrência no MAC de eventos da maior
importância para a arte conceitual como a vttt JAC e a prospectiva marcaram a discussão
no campo da arte conceitual no período. o MAc-usp passa então a ser um importante
eixo no cenário da arte Conce¡tual internacional.
1975
ram: Artur Barrio,
Video Art (15.1,1975) í Valoch, Jochen
Exposição das obras de artistas brasile¡ros que participaram de mostra homônima na ska, peter Vogel,
universidade da Pensilvânia nos EUA: Anna Bella Geiger (pa ssages, centerm¡nal, statement icks.
in Portrait), sônia Andrade (Mancha na Parede), Fernando cocchiarale (Retógio, Memoryl,
Angelo de Aquino (Exerclses about Myselfl, lvens N/achado (pés Amarrados, Versus,
Resolut¡on).
V 10 a 12.1977\
o vanguarda argentina ligada ao CAYC
ci rtistas: Jacquðs Bedel' Luis Benedit'
e Victor Grippo, Leopoldo Maler' Vicente
Marotta, Luis Pazos, Alfredo Portillos e Clorindo Testa
Percival Tirapeli
Bienal
Exposição das obras deste artista ligadas ao trabalho Mult¡rão Seco expostas na XtV
de Sao Paulo
BIOGRAFIAS CONCISAS
art¡c¡pou
lo como
projetos
artistas.
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O de expos¡ções reatjzadas no t\/AC-USp (1
967-82), de doaooes ou
como envio postat, especiatmente nos
1 ^"^.Ti":i
s esra em andamento, o que cria algumas lacunas
ár"ð-iõ n
O" i"fáiræa"
CLAUS, Carlfredich (Alemanha, 1930) FIORE, Ondina (Brasil) IIANNET, Jacques (França, 1931) MA \
CLEVELAND, Buster (EUA, 1943-1998) FIORONI, Giosetta (ltália, 1932) JOHNSON, Cart (EUA) MA I
, 1945)
.o O
o DIDONET (Brasil, 1932) GUBEN, Günter (Alemanha, 1938) KRUEGE MUNTADAS,.Anroni (Espanha .1942) .o
CL
DOUGHERTY, Mary Jane (EUA) GUDMUNDSSON, Kristjan (Holanda, 1 941) KRUE.E nh_a,,1949) NANUcct, Massimo lttati", ts+o¡ o
o
o)
DOV OR NER (França, 1927) GUDMUNDSSON, Sigurdur (Holanda, 1942) KUPERM
KUTERA, 1s42) tossi
o_
EHRENBEFG, Felipe (México, 1942) HENDRICKS, Jon NOGUEtRA, Spencer de Mora¡s (Brasil, 1 940)
ELDRIDGE, Aethehed HERKENHOFF, Paulo (Brasil, 1949) NORTETVANN. Rotf (A¡emanha, j947)
ELGHERALLI, Eric HERMANN, Villari (Brasil) NOTARO, Marconi (Brasil)
ERIDFINSSON, Hreinn (Holanda, 1943) HERSBERGER, Marguerite (Suíça) NOVAK, tro
ERNANDIS HIGBY Frank (lnglaterra) OBERTO, Ana (ttátia)
ESMERALDO, Sérvulo (Brasil, 1929) HTGGtNS ilr, E F. (EUA) OBERTO, Martino (ttátia, 1925)
ESPARTACO, Carlos (Argentina, 1933) HIGGINS, Dick (lnglaterra, 1938-Canadá,
ESTEVES, Mercedes (Argentina, 1937) 1 998)
fggAgH,Bernd(Aremanha,1s41) 3m1.iäi:î!,j'1"¿.r^,
ETLINGER, Amélia (EUA, 1933) HOMPSON, Davi Det (EUA, 1939) (Brasil)
!9lY.lo_,..Y"s_"li OKUMURA, Lydia (Brasir, 1e4B)
EVANGELìSTA, Rui (Brasil) HORIIKE, Tohei (Japao) LUCHEBINI, Sergio (ttátia) OL|VE|RA, Hélio Jòsé (Biasit, 1,9s0)
FAJARDO, Carlos (Brasil, 1941) HORN, Bruce (EUA, 1946) LUCILA, Van¡a (Brasit) OLSEN, Muriet
FALLIS, Lawrence (EUA) HOUSER, lvan (Rep Tcheca) NTANt, Luigi (ttál¡a)
FERLAUTO, Cláudio A R (Brasil, 1944) HUDNILSON JR. (Brasil, 1957) RENSANZ, Marie (Argentina, 1936)
FERLAUTO, José (Brasil, 1951) IGLESIAS, Jose Maria (Espanha, 1933) RRIDGE, Genesis (lnglaterra, 1 9S0)
FERNANDEZ, Lourenço (Brasil) INARRA, Francisco (Espanha, 1947) SMAR, pedro (Uruguai)
FERRARI, Leon (Argentina, 1920) |OMMl, Enio (Argentina, 1926) SSOBNO, M. H. (Espanha, 1gS7t1gg7)
FERRARI, Vicenzo (ltália, 1941) ISHIKAWA, Mário (Brasil, 1944) SWALD, Ernst (EUA)
FERRO, Antônio JACKS, Robert (EUA) tvlAtLLET,R
FERVENZA, Hélio (Brasil) JANKOVIC, Josef (ReP. Tcheca, 1937) N/AIREY Francotse (França)
FIALHO, Renato (Brasil) JAFDIM, Evandro Carlos (Brasil, 1935) MALLANDER, J.O, (Fintândìa, 19a4)
FIGUEIREDO, Luciano (Brasil, 1 948) JASSAUD, Gervais (França, 1944) MANTOVANT, Anna (Brasit) 99g)
PAINITZ, Hermann (Austria, 1938) RITZ, Lorna (EUA)
PAMNJANAMIC, Radomir ROBEFTSON, Kirk (EUA, 1946)
PAPE, Lygia (Brasil, 1929) ROIVERO, Juan Carlos (Argentina, 1931)
PAPPA, Peppe (ltália) ROOK, G. J (Holanda)
PARADISO, Antônio (ltália, 1936) ROSELL, Benet
PARAÍSO, Essila Burello (ltália,1 941) ROSOLOWICZ, Jerzy (Polônia, 1928)
PARENTE, Letícia (Brasil, 1930) ROSSEL, Benet (Espanha, 1937)
PARKER, Philip (lnglatena) ROWE, Biil (EUA)
PARSCHALK RREUKER, William
PARTUfM, Andrzej (Polônia) SADAMITSU USUI (Japão, 1948)
.1948)
PASQUETTI, Carlos José (Brasil, SADDI, l\4aria Luiza (Brasil)
PATELLA, Luca (ltália, 1938) SALAI\¡ANCA, Vera (Brasil)
PAULI SALDANHA, Carlos (Brasil)
PAYEFO (Espanha) SALLES, Evandro (Bras¡l)
PAZOS, Carlos (Espanha, 1949) SALOMAO, Wally (Brasil, 1943)
PAZOS, Luiz (Argentina, 1940) SAMPAIO, João Carlos (Brasil)
PECHAR, Thomas (Alemanha) SANDOVAL, Roberto (Brasil, 1954)
PECHTER, Paul (EUA, 1940) SANTIAGO, Daniel (Brasil, 1939)
PEDROSA, Sebastião (Brasil) SANTOS, Abílio José (Portugal, 1926)
PEIXOTO, Augusto SANTOS, João B (Brasil, 1950)
PELI, Romano (ltália) SANTOS, Maria lvone (Brasil)
PERALTA, Nelson lsrael de Lima (Brasil, SAPERE, Horácio (Espanha) VALOCH, Jiri (Rep Tcheca, 1946)
1951) SCHENDEL, Mira (Suíça, 191g-Brasil, 1988) VAIMPRE
PEREIRA, Ramon (Argentina) SCHERIV, Gerd (Alemanha, 1950) VANDREPOTE, pierre
PEREZ, Amador de Carvalho (Brasil, 1952) SCHEURER, Jean (Suiça, 1942) VATER, Regina (Brasit, 1943)
PERFETTI, Michele (ltália) SCHWARZ, l\4artin (Alemanha,.1946) VAUTIER, Ben (ttátia, 1935)
o PERIASSU, Ronaldo SCHWARZEWBERGER, Jorg (Austr¡a, 1943) VAZ, Gultherme (Brasit)
Ø
Ø PESCADOR, Lúcia (ltália, 1943) SECCO, Maria do Carmo (Brasil, 1933) y.taAN, Wiilian (Biil) (Canadá, 1e33) o
o Ø
o PEZOLD, Friederik (Austria, 1944) SEDLACEK, Zdenek (Rep Tcheca, 1955) VEFNASCHI, Elvira (Brasit, 1943) Ø
o o
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tornando-se um im sao
ional e internacional.
Poéticas do Processo - Arte lisa alguns
aspectos das obra s enviadas USP nos
anos 70, mas não a arte con-
trário, observa seu no de
muitos artistas co ina ainda ce nterro-
g ESSAS sobre as nas e
USEUS e rânea.
À vista um
pata uma VEZES
para ser ? De que erra
já
a arte cha da" r uma
permanente?
Livros de fotog mento concei-
tual, arte postal o material de análise que fun-
damenta a , que apresenta trabalhos de
Silveira, Plaza, Gabriel Borba, Artur Barrio,
de Kryzysztof Wodiczko, Klaus Rinke, John
utier e Wolf Vostell, do Fluxus, entre outros
rsEN E5-73a1-ø98-6
SICRITARIÀ
DI ESTÂDO
,tüilllllililltttilill
Dr Cunuu GOVERNO OO E5ÎADO
DE SAO PAULO