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A gestão dos recursos naturais, sempre foi, e continuara a ser de grande importância para a vida
das comunidades, uma vez que a vida humana depende desses recursos para a sua
sobrevivência(Rydin e Falleth, 2006). Muitos estudos mostraram que muitas populações pobres
em países em desenvolvimento particularmente em Moçambique são muito dependentes dos
recursos naturais locais para o seu sustento Aldana, 2003 & Veld, 2005). Na maioria dos países
em desenvolvimento onde as florestas são recursos naturais nativos, estes são de propriedade
comum, ou de acesso livre, os direitos sobre os mesmos não são claros, e são em geral
acompanhados de má gestão levando à degradação de muitas florestas (Omura, 2008).Sistemas
de gestão de recursos florestais danosos, podem resultar em fenómenos de desertificação, ou no
que o ecologista Garret Hardin denominou como “a tragédia dos comuns”.Neste conceito se
argumenta que recursos naturais que são considerados de propriedade comum, inevitavelmente
se degradam devido à pressão acrescida sobre os mesmos, em virtude dos recursos serem
limitados e o número de indivíduos necessitando do recurso ser crescente. Em relação a este
conceito, Elionor Ostron, é de opinião que recursos comunitários podem ser geridos e usados de
forma sustentável quando o sistema opera dentro de pequenas comunidades. Isto é, quanto maior
for o número de indivíduos numa comunidade, mais complexa se torna a governação e a gestão.
Nestas condições, a probabilidade de surgimento de comportamentos oportunistas aumenta,
desestabilizando os sistemas, podendo levar ao colapso dos recursos (Ashton e Gallagher, 2009).
DELIMITAÇÃO DO TEMA
O trabalho tem como o tema produção de carvão vegetal no posto administrativo de Savane
concretamente em milha-14-Dondo.
A localidade de savane verifica se muita pratica de produção de Carvão vegetal por ser uma área
com uma grande extensão de floresta , a vegetação e um dos fatores que incentiva bastante para
a produção de Carvão vegetal . Em Moçambique, o maior combustível doméstico utilizado pelas
populações em geral e especificamente nas zonas rurais, é sem dúvida a lenha e o carvão vegetal.
O carvão vegetal é produzido a partir da queima da madeira, material predominantemente
orgânico.
JUSTIFICATIVA
PROBLEMATIZAÇÃO
A desflorestação nestas regiões para a produção de carvão para venda nos mercados urbanos,
visa sobretudo a sobrevivência das famílias. Esta atividade movimenta alguns recursos
financeiros e garantem empregos a inúmeras famílias pelo menos a curto e médio prazo. No
entanto, a longo prazo, as consequências da degradação do solo levarão a desertificação que por
sua vez afectara a economia nacional em aspetos como desaparecimento de espécies
endémicas,segurança alimentar e migração (MICOA )
Na maior parte das regiões de Moçambique, as florestas são cortadas para providenciar lenha e
carvão para o consumo familiar,para indústria de panificação e restaurantes, entre outros.
Constituem exemplos típicos de desflorestação em Moçambique, onde se apontam como
principais causas a ausência de alternativas de sobrevivência, costumes inadequados, que
conduzem a uma pressão constante sobre a floresta ea terra (MICOA)
A maioria da população Moçambicana (63%) vive em zonas rurais, onde a agricultura de
subsistência é a principal estratégia de sobrevivência (FAO, 2000). Adicionalmente a agricultura,
a produção e venda de carvão vegetal constitui uma grande fonte de receitas alternativa devido
ao aceso fácil, falta de empregos nas zonas rurais e baixos retornos resultantes da actividade
agrícola.
Não observância das normas de corte de árvores para permitir o seu restabelecimento após o
corte. Estudos levados a cabo por Puná (2008) mostraram que é possível ver no terreno que
existe pouca observância das normas nas árvores que são cortadas. Adicionalmente, a falta de
capacidade para monitorar a concessão de permissões significa que a maioria senão toda a
quantidade de carvão vegetal que entra nas grandes cidades, provêm de explorações ilegais Até
ao momento, ainda existe pouca informação sobre a situação do carvão para apoiar na tomada de
decisões e o carácter informal deste negócio dificulta estatísticas neste sector.
Será que a Produção de Carvão Vegetal em savane Distrito de Dondo pode causar poluição
atmosférica ?
HIPÓTESE
Hipótese primaria
Hipótese secundaria
Geral:
Avaliar os problemas ambientais causados pela Produção de Carvão Vegetal no Posto
Administrativo de Savane na zona de Milha-14 Distrito-Dondo
Específicos:
Descrever os aspectos físico-geográficos e socio-económicos da zona em estudo;
Analisar os efeitos dos impactos ambientais causados pela produção de Carvão vegetal
em Milha-14 Savane;
Propor estratégias de mitigação para a resolução dos problemas ambientais causados pela
Produção de Carvão Vegetal na milha-14 Savane – Distrito de Dondo.
METODOLOGIA DE TRABALHO
Método de Abordagem
Métodos de Procedimentos:
Método bibliográfico
Este método permitiu instrumentalizar os meios legais nacionais sobre exploração de pedras ,
assim como mineração, PEDD, obras e artigo científicos relevantes ao tema analise entre
diferentes autores, tendo permitido a formalização e contextualização para elaboração deste
trabalho cientifico.
Método de observação directa
Inquérito
Em relação aos inquiridos foi lhes dado um guião de perguntas para responderem de maneira
sincera das informações necessária sobre impactos ambientais na exploração de carvão em
Mafambisse. No local foram inqueridos os Produtores, na zona de Muzimbite. A amostra
prevista foi de 30 pessoas, mas apenas foi possível trabalhar com 15 pessoas, dentre estes foram
4 Mulheres e 11 Homens devido a indisponibilidade de algumas pessoas contactadas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O Carvão vegetal é uma substância de cor negra obtida pela carbonização da madeira ou lenha
também e a principal fonte de energia lenhosa utilizada nos centros urbanos dos países em
desenvolvimento, substituindo a lenha, a medida que a renda das famílias aumenta. A medida
que as cidades Africanas crescem, elas requerem mais carvão vegetal. Segundo Hosier et
al.(1993).
Carvão vegetal é obtido a partir da queima ou carbonização de madeira, após esse processo
resulta em uma substância negra. No cotidiano o carvão vegetal é utilizado como combustível de
aquecedores, lareiras, churrasqueiras e fogões a lenha, além de abastecer alguns setores
industriais, como as siderúrgicas. O carvão também é usado na medicina, nesse caso chamado de
carvão ativado oriundo de determinadas madeiras de aspecto mole e não resinosas.(MICOA).
Tradicionalmente, em Moçambique, a nível doméstico, tanto a lenha como o carvão vegetal são
usados basicamente para a confecção de alimentos, quer seja nas zonas rurais, suburbanas ou
urbanas. Todavia, nas zonas rurais, as fogueiras são usadas também para o aquecimento do meio,
secagem de alimentos e sementes, aquecimento de água para o banho, iluminação e mesmo com
um meio de proteção contra os animais ferozes durante a noite, em algumas regiões. Em muitos
casos, satisfazem-se duas ou mais destas necessidades em simultâneo. Por exemplo, ao mesmo
tempo que se está a cozinhar, pode-se estar a secar uma dada quantidade de alimentos ou
sementes, a iluminar e a aquecer o meio e a água. Nas zonas suburbanas e urbanas, os
dispositivos para a queima do carvão vegetal, ao mesmo tempo que são usados para a confecção
alimentar, podem satisfazer também outras destas necessidades.
Características sociais e económicas
Moçambique tem um grande potencial em termos de energia, contudo somente uma pequena
parte do seu potencial é explorada. O uso do carvão vegetal quando comparado com o uso de gás
ou energia eléctrico é mais oneroso para o usuário, mas, as baixas rendas da maioria da
população e os custos iniciais associados com a utilização de outras fontes, fazem com que o
carvão vegetal seja uma grande alternativa para a população. Adicionalmente, os usuários podem
comprar pequenas quantidades o que permite que eles possam fazer melhor uso das suas rendas
baixas (DNERN, 2006 em Puná, 2008)
Para que a produção de carvão vegetal não tenha impacto negativo na sustentabilidade das
florestas, várias medidas devem ser tomadas em consideração. Em primeiro lugar, devem ser
implementadas medidas que limitam o acesso aos recursos florestal através de melhorias na
delimitação de terras e direitos e obrigações sobre as florestas. Devem ser levados a cabo
investimentos em pesquisas, planificação, patrulhamento, treino de pessoal, aquisição de meios
de controlo, e inventários florestas (ver também Kooper 2001). Para alem disto as entidades
envolvidas na gestão e no uso dos recursos devem assegurar a existência de informação segura e
fiável acerca das quantidades dos recursos florestais, disponibilidades dos recursos para
produção de carvão, sobre os processos biológicos que ocorrem em relação ao desenvolvimento
das florestas, bem como informação acerca de como os produtores de carvão utilizam as
florestas.
Incentivos através de créditos rurais bonificados para os produtores de carvão que queiram
investir em tecnologias melhoradas de produção, pode ter implicações positivas a longo prazo
nas receitas obtidas pelos produtores, e na redução de desperdícios da produção de carvão
resultantes da baixa eficiência de conversão dos fornos tradicionais, e na pressão sobre os
recursos florestais. O Aumento da eficiência de carbonização: tem por objectivo conseguir-se
maiores rendimentos na carbonização. O resultado será o consumo de cada vez menos lenha para
produzir a mesma quantidade de carvão. Esta intervenção é aplicável apenas aos produtores de
carvão e requer assim relativamente menos recursos que o melhoramento dos fogões. As
associações de produtores de carvão vegetal podem servir de montra de tecnologia, e jogar um
papel importante na promoção das mesmas. Por outro lado, é necessário organizar o sector de
produção de carvão, encorajando os carvoeiros a organizarem-se em associações ou em grupos
particulares para permitir que a assistência em tecnologias de produção de carvão deve ser levada
a cabo para a adopção das tecnologias. Esta medida pode ser implementada através de um
controlo efectivo da concessão de licenças de exploração de madeira lenhosa. São muito poucos
os dados estatísticos fiáveis e consistentes sobre as eficiências obtidas usando diferentes métodos
de produção de carvão. A maioria dos relatórios têm como base um número pequeno de
experiências, o que impede que os seus resultados sejam homologáveis. Adicionalmente, dado
que existem diferentes métodos de medir e exprimir eficiência, isto pode conduzir a erros
consideráveis e confusão de conceitos. Mas, mesmo considerando a informação disponível, é
claro que independentemente do método utilizado para produzir carvão, há uma grande variação
nas eficiências obtidas.
Outra estratégia chave para o sucesso desta política, é a definição de mercados fixos para a venda
do carvão vegetal, e a identificação do mercado no qual se vai vender o carvão produzido usando
tecnologias melhoradas. O preço de venda deste tipo de carvão deve ser suficiente para cobrir os
custos de produção e do seu transporte para o mercado. E os custos de produção variam de
acordo com o tipo e a escala da operação. Carvoeiros tradicionais trabalhando em florestas não
reguladas,pode não haver custos a pagar directamente a não ser o tempo e o esforço investido no
trabalho.Em contrapartida, os carvoeiros de larga-escala têm de comprar lenha e pagar os seus
empregados. Mas, o princípio é o mesmo: a não ser que se produzam lucros, faz sentido
desenvolver qualquer negócio.
Os consumidores por outro lado, devem estar preparados para aceitar preços altos por um carvão
de alta qualidade. Se os consumidores domésticos estiverem satisfeitos com o carvão obtido por
métodos tradicionais, poucas hipóteses restam para tentar persuadir os carvoeiros a mudar a suas
técnicas de produção de modo a produzir um carvão de melhor qualidade, particularmente se ta
Impactos socioeconômicos
Outro aspecto muito importante é o social, Carvoarias são palco de denúncias frequentes
envolvendo jornadas excessivas, alimentação inadequada e alojamentos insalubres – para não
falar na corriqueira ausência de carteira assinada. Não raro, ocorrem situações ainda mais graves,
como a retenção de salários e a chamada “peonagem” por dívidas, onde o trabalhador é coagido
a permanecer no serviço para pagar supostos débitos de alimentação, transporte ou outros
alegados por seus chefes.
Medidas a tomar
O reflorestamento de áreas degradadas é vista como solução para este problema, visto que possui
menor tempo de regeneração quando comparado às florestas nativas.
Para a fabricação de uma tonelada de carvão vegetal são necessários 2,2 toneladas de toras de
eucalipto, que é uma árvore de crescimento rápido da família das mirtáceas, gênero Eucaliptos.
O carvão é ainda a base da fabricação de combustíveis líquidos e de toda uma indústria de
compostos químicos aromáticos, a carboquímica. O processo tradicional de obtenção do carvão
vegetal dá-se pela queima ou aquecimento de madeira, em temperaturas que variam entre 500 e
600C, na ausência de ar. Empilham-se estacas de madeira, cobertas parcialmente por terra, para
limitar a entrada de ar, e procede-se à queima. Trata-se de uma técnica bastante primitiva, que
não permite o aproveitamento de nenhum subproduto, geralmente usada por pequenos
produtores, que operam no próprio local de desbaste das árvores. O processo industrial utiliza
fornos, pré-aquecidos à temperatura de 300 graus Celsius, nos quais são colocados pedaços
relativamente pequenos de madeira seca. Esse processo permite a produção em escala
incomparavelmente maior de carvão vegetal destinado à siderurgia do ferro gusa e à obtenção de
subprodutos, como metanol, ácido acético piche, óleo e gás. A madeira mais indicada é o
eucalipto, plantado em grandes extensões.
singular ou colectiva que pretende explorar os recursos florestais para fins comerciais, industriais
e energéticos deve estar licenciado. Existem dois tipos de permissão de abate de árvores. O
Primeiro é exploração por licença simples e o segundo é a licença de exploração por concessões.
Até ao momento, poucas são as florestas que foram concessionadas para a produção de produtos
madeireiros. Em relação a produção de carvão, ainda não existe concessões no país, e a produção
de carvão é levada a cabo sob o regime de Licença Simples de Exploração, e não existem planos
concretos de plantio de árvores para a reposição das abatidas.
Constituiu objecto de estudo A poluição Atmosférica Causado pela produção de Carvão Vegetal
no Posto Administrativo de Savane na Milha-14 Distrito de Dondo colocando o risco o meio
ambiente. Para tal, foram feitas várias análises descritivas, partindo dos pressupostos teóricos
aliados à prática, analisando aspectos físico-geográficas e socioeconómicos do Posto
Administrativo de Savane na Milha-14, com vista a compreender a dinâmica de Produção do
carvão Vegetal na região, não só, a Produção de carvão Vegetal serve para a fonte de
rendimento do Posto Administrativo de Savane .
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