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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

ENGENHARIA MECÂNICA

ÁDIRA SAFFIRA DA SILVA E SILVA - 1512134

LUCAS COSTA DE CARVALHO - 1512133

RAYANNE DE JESUS PEREIRA BRAGA-1512115

MEDIDORES DE VAZÃO DE RESTRIÇÃO PARA ESCOAMENTOS


INTERNOS

SÃO LUÍS - MA

2017
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ÁDIRA SAFFIRA DA SILVA E SILVA - 1512134

LUCAS COSTA DE CARVALHO - 1512133

RAYANNE DE JESUS PEREIRA BRAGA - 1512115

MEDIDORES DE VAZÃO DE RESTRIÇÃO PARA ESCOAMENTOS


INTERNOS

Trabalho apresentado como


requisito parcial para a obtenção da
nota da disciplina de mecânica dos
fluidos, ministrada pelo prof. Dr.
Lourival Sousa filho, na Universidade
Estadual do Maranhão – UEMA.

SÃO LUÍS - MA

2017
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SUMARIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4
2. PLACA DE ORIFICIO ...................................................................................................... 6
3. BOCAL MEDIDOR ............................................................................................................ 8
4. TUBO DE VENTURI........................................................................................................ 11
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 13
Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 14
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1. INTRODUÇÃO

Medidores de vazão são dispositivos baseados na equação de Bernoulli que


funcionam baseados no mesmo princípio: uma diminuição na seção transversal do
escoamento provoca um aumento na velocidade, que é acompanhada por uma diminuição
de pressão. A correlação da diferença de pressão com a velocidade fornece um meio de
medir a vazão. A maior diferença entre os medidores de pressão é em questão de custo,
precisão e sua condição ideal de funcionamento se aproximando da operação real.

Medidores de restrição são aqueles que restringem o escoamento, aumentando a


velocidade do fluido e provocando uma queda de pressão. São utilizados para
escoamentos internos e a aceleração da corrente fluida ocorre através de alguma forma de
bocal. Os três dispositivos mais utilizados para medir a vazão instantânea em tubos são a
placa de orifício, o bocal medidor e o Venturi [Figura 1.1]. Nos medidores ideais os
efeitos viscosos e de compressibilidade não são levados em consideração.

Figura 1.1 Medidores de vazão de restrição

Fonte: BRUCE e col. 2004, pág. 114

A medição da vazão em volume em tubos ocorre pela instalação de algum tipo


de restrição no tubo e medindo a diferença de pressão na região de baixa pressão e alta
velocidade [2] e na região de alta pressão e baixa velocidade [1]. Esta é calculada a partir
da equação de Bernoulli, que relaciona as variações de pressão com aquelas de velocidade
e de elevação em um fluido.
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𝑃1 𝑉1 𝑃2 𝑉2 Eq. 1.1
+ + 𝑔𝑧1 = + + 𝑔𝑧2
𝜌 2 𝜌 2

Para o escoamento ente dois pontos, incompressível, invíscido e horizontal (𝑧1 =


𝑧2 ), em regime permanente, a equação de Bernoulli se resume à:

1 1
𝑃1 + 𝜌𝑉1 2 = 𝑃2 + 𝜌𝑉2 2 Eq. 1.2
2 2
Como os perfis de velocidade são uniformes ente os dois pontos, aplicando a
equação de conservação de massa:

𝑄 = 𝐴1 𝑉1 = 𝐴2 𝑉2 Eq. 1.3

Dessa forma, a equação para a medição de vazão em instrumentos de medição


por restrição é a seguinte:

2(𝑃1 − 𝑃2 ) 1/2
𝑄 = 𝐴2 ( ) Eq. 1.4
𝐴
𝜌(1 − (𝐴2 ))2
1

Esta vazão Q é chamada de vazão teórica, pois desconsidera as perdas de cargas


do sistema. A vazão real 𝑄𝑟𝑒𝑎𝑙 será sempre menor que o resultado teórico. A perda de
carga ocorre principalmente na seção [2], onde há aumento de velocidade e queda de
pressão. Esta é causada principalmente por curvas, joelhos, separação do escoamento e
atrito com a parede interna.

A equação para calculo de vazão levando em consideração a perda de carga


inclui um coeficiente impirico de descarga c .O valor de c depende da construção
especifica do medidor, tal como a localização das tomadas de pressão, cantos da plana
retou ou arredondados e etc.Uma curva gradual ,arredondada, reduz consideravelmente
as zonas de turbulencia e a separação do escoamento, reduzindo assim também a perda
de carga e consequentemente, a vazão real se torna mais próxima da teórica.

𝑄𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑐𝑄
Ou seja :

2(𝑃1 − 𝑃2 ) Eq. 1.5


𝑄𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑐𝐴2 √
𝜌(1 − 𝛽 4 )

𝐴2
Onde β =
𝐴1
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2. PLACA DE ORIFICIO

A placa de orifício é um tipo de medidor de restrição (redução de área) para


escoamentos internos, em que sua função é aumentar a velocidade do fluido a partir da
diminuição da seção da área, promovendo uma queda de pressão, e mediante essa queda,
a vazão pode ser determinada. A variação de pressão pode ser medida com a utilização
de um medidor de pressão ou um manômetro. Embora seja um equipamento rústico e de
baixo custo, pode ser aplicado com grande precisão para a medição de vazão de diversos
gases e líquidos. O Orifício, como também é chamado, consiste num disco com um
orifício central com saída em ângulo que deve ser montado concêntrico ao eixo do
conduto cilíndrico, provido de duas tomadas de pressão, uma a jusante e outra a montante
do disco.

Figura 2.1. Placa de orifício instalada num tubo

Fonte: Stuckenbrusk. 2012, pág.20

A velocidade é obtida considerando nenhuma perda, sendo assim, essa é a


velocidade máxima que pode ocorrer no local da constrição. Na verdade, é inevitável que
haja alguma perda de pressão devida aos efeitos do atrito, e, portanto, a velocidade será
menor. Além disso, a corrente de fluido continua se contraindo após a obstrução, e a área
da vena contracta é menor do que a área de escoamento da obstrução. As duas perdas
podem ser calculadas pela incorporação de um fator de correção chamado de coeficiente
de descarga, Cd, cujo valor (que é menor do que 1) é determinado experimentalmente.
[ÇENGEL, 2006, p. 332]
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Além da perda de carga por efeito de atrito com as paredes internas da placa,
também são levados em consideração um fenômeno da formação de escoamentos
recirculativos e pelos movimentos turbulentos na região próxima da placa.

Figura 2.2 Gráfico de 𝑐𝑜 em função de Re

Fonte: BRUCE e col. 2004, pág. 461

A equação para a medição de vazão para a placa é oficio é a mesma utilizada


para medidores de vazão. Por ser um equipamento mais rústico e possuir grandes regiões
de separação provocando turbilhamento, os valores do coeficiente são baixos, tendo alta
perda de carga.

2(𝑃1 − 𝑃2 )
𝑄𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑐𝑘 𝑄 = 𝑐𝑘 𝐴2 √ Eq. 2.1
𝜌(1 − 𝛽 4 )

𝐴2
Onde 𝛽 =
𝐴1

Como a localização das tomadas de pressão influencia o coeficiente de vazão


empírico, devem ser selecionados de manuais ou normas. A equação de correlação é:

C 𝑘 = 0,5959 + 0,0312 β 2,1 – 0,184 β 8 + ( 91,71 β 2,5)/ (Re0,75D1) Eq.2.2


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3. BOCAL MEDIDOR

O bocal medidor consiste em um aferidor de vazão com características


intermediarias (Entre a placa de orifício e o tubo de Venturi) em relação à perda de carga
e o custo de fabricação. Sua aplicação fundamenta-se em medições de fluidos com
velocidades muito altas ou corrosivas, geralmente utilizado em medições de vapor
superaquecido em elevadas pressões e temperaturas. Existem vários tipos de bocais em
dutos, com raios de curvatura diferentes (Figura 3.1). Em virtude de sua forma curva,
arredondada, ocorre a redução considerável de zona de turbulência e, assim, a perda de
carga.

Sua operação pode ser encontrada em dutos ou em câmaras pressurizadas


mostrado na Figura 3.2. O bocal possui os mesmos princípios utilizados na placa de
orifício. O comportamento do escoamento no bocal é mais próximo do ideal do que aquele
numa placa de orifício. Há somente uma vena contracta suave e a separação do
escoamento é secundário e menos severa. (MUNSON e col., 2014, p.462).
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Entretanto ainda são relevantes os efeitos viscosos presentes no fluido tendo assim
que ser levado em consideração através de um coeficiente de descarga do bocal, 𝐶𝑛 . Esse
coeficiente pode chegar próximo de 1,0, apesar de que a perda de energia na jusante seja
relativamente alta. Na Figura 3.3 encontram-se alguns valores experimentais de 𝐶𝑛 .

Sendo o cálculo análogo ao da placa de orifício, o valor do coeficiente do bocal


será em função da razão dos diâmetros β = 𝐷2 ⁄𝐷1 , e do número de Reynolds (Equação
3.1). Bocais são normalmente construídos com razão de diâmetros na faixa de: 0,2 < β <
0,8. (STUCKENBRUCK,2012,p.38).

2(𝑝 −𝑝 )
1 2
𝑄𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝐶𝑛 𝑄 = 𝐶𝑛 𝐴𝑛 √ 𝜌(1−𝛽 4)
Eq. 3.1
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Devido à redução da vena contracta e com isso a redução considerável de perda


de energia observa-se que 𝐶𝑛 > 𝐶𝑂 , ou seja, o bocal é mais eficiente do que a placa de
orifício. Todavia, os medidores de bocal são mais caros que os medidores de orifício.

O bocal medidor é utilizado também para a medição de vazão em escoamentos


compressíveis em dutos. Da mesma forma que nos incompressíveis a vazão pode ser
determinada através da leitura da diferença de pressões. Nesse medidor praticamente não
apresenta vena contracta, sendo assim os resultados mais precisos. No caso de
escoamento subsônico (Ma < 1) e adiabático, a vazão de massa pode ser escrita na forma
da Equação 3.2.

𝐶𝑛 𝐴𝑂 𝑌 Eq. 3.2
𝑄= √2𝜌1 (𝑝1 − 𝑝2)
√1 − 𝛽 4

Sendo, Y = o fator de expansão e 𝐴𝑂 = área da garganta.


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4. TUBO DE VENTURI

O tubo de Venturi faz parte do grupo dos instrumentos de medição de vazão de


restrição. É o mais preciso em comparação ao bocal medidor e a placa de orifício, porém
é o mais caro também. O princípio de operação é o mesmo, ou seja, uma redução na seção
transversal do escoamento, causando o aumento da velocidade e a queda pressão e utiliza
os princípios da equação de Bernoulli para o cálculo de vazão.

O tubo de Venturi é um dispositivo composto por um trecho de tubulação de


entrada igual ao do conduto ao qual está acoplado e onde está instalado contém um anel
piezométrico ou outro instrumento utilizado para medir a pressão naquele ponto ,uma
tubeira convergente que tem por objetivo uniformizar a distribuição de velocidade na
seção circular reduzida ,chamada de garganta, que também contém um medidor de
pressão e uma outra tubeira divergente que gradualmente leva a seção circular da garganta
de volta a medida do conduto. Para a medição de vazão de gases, utilizasse também
medidores de temperatura, uma vez que a massa especifica varia de acordo com a
temperatura do gás.

Figura 4.1. Tubo de Venturi

Fonte: BRUCE e col. 2004, pág. 463

O Venturi é projetado de modo a reduzir perdas de carga ao mínimo. O formato


da contração é tal que acompanha as linhas de corrente, assim como o formato da
expansão, minimizando a separação do escoamento nos trechos de aceleração e
desaceleração. Para um Venturi bem projetado, a maior perda de carga é devido ao atrito
nas paredes internas, ao invés das perdas associadas a separação do escoamento, como é
comum em outros dispositivos.

A equação para a medição de vazão no tubo de Venturi é comum ás utilizadas


em outros medidores:
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2(𝑃1 − 𝑃2 ) Eq. 4.1


𝑄𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑐𝑣 𝑄 = 𝑐𝑣 𝐴2 + √
𝜌(1 − 𝛽 4 )

Onde;
𝐴2
𝛽=
𝐴1

𝐴2 = 𝐴𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑔𝑎𝑟𝑔𝑎𝑛𝑡𝑎
𝑐𝑣 = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑜 𝑉𝑒𝑛𝑡𝑢𝑟𝑖
Como os valores do coeficiente de descarga dependem da geometria especifica
dos dispositivos de medição, para o Venturi, que possui raio de curvatura bastante
elevado, este possui altos valores, indicado menores valores de perda de carga. O valor
de 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑐𝑣 0,95 e 0,99, sendo assim o mais preciso. Para números de Reynolds elevados,
o valor de 𝑐𝑣 também aumenta, chegando próximo de 1% de erro para a medição de vazão.

Figura 4.2. Gráfico de 𝑐𝑣 em função de Re

Fonte: BRUCE e col. 2004, pág. 463

A tabela abaixo compara as características dos medidores de vazão de orifício,


bocal medidor e Venturi. Altos valores de perda de carga acompanham um baixo custo
inicial, e baixos valores de perda de carga acompanham um alto custo inicial.

Tabela 4.1. Características dos medidores de vazão

Tipo de medidor de vazão Perda de carga Custo Inicial


Orifício Alta Baixo
Bocal Medidor Intermediária Intermediário
Venturi Baixa Alto

Fonte : Fox e col. 2016, Pág.390


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5. CONCLUSÃO
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Referências Bibliográficas

FOX, R.W. e MCDONALD, A.T., 2016, Introdução à Mecânica de Fluidos, Editora


Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro

FMASTER SISTEMAS DE MEDIÇÃO LTDA. Bocal De Vazão - Manual De


Operação. Disponível em: http://www.flowmaster.com.br/. Acesso em: 27 de maio de
2017.

STUCKENBRUCK, S. Escoamento de líquido e gazes em dutos. Disponível em:


http://sulgas.usuarios.rdc.puc-rio.br/Esc-Dutos.pdf. Acesso em: 27 de maio de 2017.

SCHNEIDER, P. S. Medição de Velocidade e Vazão de Fluidos. Disponível em:


http://www.ufrgs.br/medterm/areas/area-ii/vazao_mt.pdf. Acesso em 27 de maio de
2017.
BRUCE, R.M E YOUNG, D.F ,A.T., 2004, Fundamentos da mecânica dos fluidos,
Editora EDGARD BLUCHER LTDA, São Paulo
STUCKENBRUNCK, SIDNEY. 2012. Companhia de gás do estado do Rio Grande
do Sul – SULGÁS. Curso de extensão. Porto alegra
WHITE, F.M., Mecânica dos Fluidos, 6ª edição, Editora AMGH Ltda., Porto Alegre,
2011.

ÇENGEL, Y.A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos Fluidos: Fundamentos e aplicações,


Editora AMGH Ltda., Porto Alegre, 2012.

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