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GEORREFERENCIAMENTO

Organização e Elaboração:
Profa. Dra. Andréia Medinilha Pancher
Profa. Dra. Maria Isabel Castreghini de Freitas
CONHECIMENTO DA INCERTEZA = ERRO

Tudo o que se mede ou se modela está sujeito a


erros e esses erros respondem pela qualidade de um
mapa ou da base de dados num SIG.
A questão não é a busca da perfeição mas sim o


conhecimento da incerteza.
O usuário de SIG deve se preocupar com o ERRO


DAS MEDIÇÕES das coordenadas dos pontos de


controle com GPS (fornecido pelo fabricante) ou então
com o ERRO PLANIMÉTRICO associado à escala dos
mapas (PEC e EP).
Padrão de Exatidão Cartográfica

 PEC – Padrão de Exatidão


Cartográfica: indicador estatístico de dispersão,
relativo a 90% de probabilidade, que define a exatidão
dos trabalhos cartográficos
Decreto no 89817 de 20/06/1984 – Instruções Reguladoras
de Normas Técnicas da Cartografia Nacional - (artigo no 8)

 PEC = 1,6449 x EP
EP = Erro Padrão (ou Desvio Padrão)
PEC – Artigo 8

 Planimetria: 90% dos pontos bem definidos


numa carta, quando testados no terreno, não
deverão apresentar erro superior ao PEC
estabelecido

 Altimetria: 90% dos pontos isolados de


altitude, obtidos por interpolação de curvas de
nível, quando testados no terreno, não deverão
apresentar erro superior ao PEC Altimétrico
estabelecido
Classificação das Cartas segundo
sua Exatidão (Artigo no 9)

Classificação Exatidão Planimétrica Exatidão Altimétrica

CLASSES PEC EP PEC EP

0,5 mm x 0,3 mm x 1/2 1/3


A Den. Escala Den. Escala Equidistância Equidistância

0,8 mm x 0,5 mm x 3/5 2/5


B Den. Escala Den. Escala Equidistância Equidistância
1,0 mm x 0,6 mm x ¾ ½
C Den. Escala Den. Escala Equidistância Equidistância
Exemplo – PEC E EP – Carta 1:10.000
(Equidistância entre Curvas de Nível = 5m)

Classificação Exatidão Planimétrica Exatidão Altimétrica

CLASSES PEC EP PEC EP

A 5m 3m 2,5m 1,67m

B 8m 5m 3m 2m

C 10m 6m 3,75m 2,5m


Análise Estatística da Exatidão
Cartográfica (Merchant, 1981)

 Análise de Tendências (erros sistemáticos) e Análise


da Precisão – baseiam-se em testes estatísticos de
hipóteses sobre a média e desvio padrão amostral das
discrepâncias observadas entre as coordenadas

 Discrepâncias são determinadas a partir de


coordenadas extraídas do produto a ser avaliado
(carta produzida) e das coordenadas dos mesmos
pontos obtidas através de levantamentos confiáveis
(levantamentos geodésicos, cartas em escalas
maiores)
TRANSFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS

 Um mapa no formato analógico (em papel) pode ser transformado


para o meio digital via MESA DIGITALIZADORA ou por digitalização
por SCANNER, para ser processado num PROGRAMA
COMPUTACIONAL CAD (Computer Aided Design) ou SIG (Sistema de
Informação Geográfica)
 Para que suas coordenadas sejam reconhecidas pelo sistema digital se
impõe uma CALIBRAÇÃO entre os sistemas de coordenadas do MAPA
e do PROGRAMA COMPUTACIONAL
 São selecionados pontos de controle no MAPA, que podem ser
visivelmente reconhecidos na imagem em tela do COMPUTADOR (ou
em MESA DIGITALIZADORA)
TRANSFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS

 O CURSOR (ou mouse) vai permitir que sejam selecionados os pontos


na tela do computador, dos quais se conhecem as coordenadas
terrestres.
 Via de regra, o CURSOR indica a posição espacial do PONTO DE
CONTROLE e, pelo teclado, se registram as COORDENADAS
TERRESTRES correspondentes.
 O PROGRAMA COMPUTACIONAL calcula os parâmetros de uma
TRANSFORMAÇÃO LINEAR, em geral de AFINIDADE, que guarda a
relação entre as coordenadas de COMPUTADOR e as coordenadas do
MAPA (coordenadas terrestres).
 A integração de IMAGENS ORBITAIS ou FOTOGRAFIAS AÉREAS à uma
base de dados é feita por meio de FUNÇÕES POLINOMIAIS (não
lineares) determinadas a partir das coordenadas de pontos de controle
identificados nas imagens e no sistema de referência da base de dados.
TRANSFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS
GEOREFERENCIAMENTO

 Transforma as coordenadas quaisquer de mapa ou imagem para um


dado sistema de referência plana.
 Pontos de Controle são selecionados na imagem ou no mapa a ser
georeferenciado (imagem ou carta produzida).
 As coordenadas reais dos pontos de controle (verdade terrestre)
podem ser obtidas em trabalho de Campo (Lev. Topográfico, GPS,
mapas em papel ou digitais georefenciados).
 Pontos de Controle são feições perfeitamente identificáveis como
intersecções de estradas, pontes, cantos de pistas de aeroportos, etc.
e devem ser bem distribuídos na imagem/mapa.
 Apoia-se em transformações geométricas: ortogonal (3p);
similaridade (4p); afim ortogonal (5p); afinidade (6p) e
transformações polinomiais (+6p).
GEORREFERENCIAMENTO
 Com o aparecimento do georreferenciamento, até um simples
levantamento topográfico passou a se constituir em elemento
fundamental para o estabelecimento da base de um sistema. O meio
técnico e científico adotou a denominação de Sistema de Informação
Geográfica (SIG) para indicar um sistema de informação
georreferenciado cuja peça principal é o profissional da área de
mensuração. (SILVA, 1995 apud SHUMACHER et al., 1995)
 Dados ou informações sobre um evento contém pouco significado se
não for posicionado espacialmente na superfície terrestre global da área
de interesse. (LOCH, 1994 apud SHUMACHER et al., 1995)
 “A operação do registro geométrico tem como objetivo compatibilizar
dados espaciais que se referem à mesma região geográfica. Com isto,
os conjuntos de dados registrados estarão referenciados ao mesmo
sistema de coordenadas. As operações de registro mais comuns são
realizadas entre IMAGEM X MAPA e IMAGEM X IMAGEM”
(GUIMARÃES et al., 1998).
 O registro da imagem-mapa consiste em referenciar a base de dados a
um sistema de projeção plana (UTM) ou geográfica (latitude/longitude).
Tal operação é de suma importância quando se pretende trabalhar com
dados espaciais em SIG. (VIADANA, 1998)
GEORREFERENCIAMENTO

 O Georreferenciamento consiste na
localização de um layer ou coverage no
espaço pelo sistema de coordenadas.
 Referenciamento espacial no terreno de
uma entidade geográfica por meio da sua
localização – utiliza um sistema de
coordenadas conhecido.
 Coordenadas – grandezas lineares ou
angulares que indicam a posição ocupada
por um ponto numa estrutura ou sistema
de referência.
 Qual o sistema de referência será
utilizado para coordenadas plano-
retangulares ou esféricas? É necessário
definir o Datum (ponto de origem de um
sistema de referência)

Fonte: Silva, p. 49, 2007


SISTEMAS DE REFERÊNCIA

 No Brasil, existem os seguintes Datums


horizontais:
 Córrego Alegre – Elipsóide de Hayford
 SAD69 (South American Datum) – Elipsóide
Internacional de 1967
 WGS84 (World Geodesic System) - Elipsóide
Internacional de 1980 (GRS-80)
 SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para
as Américas) - Elipsóide Internacional de 1980 (GRS-80)
(Silva, 2007)
SAD 69 (Datum Sul-Americano de 1969)
Elipsóide de Referência Internacional 67

 Elipsóide de referência – UGGI 67 (recomendado pela União


Geodésica e Geofísica Internacional em 1967)
– Semi-eixo maior – a: 6.378.160 m
– Achatamento – f: 1/298,25
 Origem das coordenadas (Datum planimétrico)
– Estação: Vértice Chuá (MG)
– Altura geoidal: 0 m
– Coordenadas:
 Latitude: 19o 45’ 41,6527” S
 Longitude: 48o 06’ 04,0639” W
 Azimute geodésico para o Vértice Uberaba: 271o 30’ 04,05”
DATUM SIRGAS 2000

 Elipsóide de referência  Origem: centro de massa


de 1980 (Geodetic da Terra (geocêntrico)
Reference System –  Orientação: polos e
GRS 1980) meridianos de referencia
 Semi-eixo maior: consistentes em ±
a=6.378.137m 0,005” com direções do
 Achatamento: BIH, em 1984
α =1/298,257  21 estações de referência
ALTITUDE GEOIDAL - Elipsoide WGS 84

World Geographic System - WGS 84 é um datum de referência


para a utilização de Sistemas de Posicionamento Global - (GPS)
GPS PARA GEORREFERENCIAMENTO
EM SIG

 Técnicas mais precisas, exatas e eficazes no posicionamento de pontos.


 Maior ferramenta para referência espacial para o SIG
 Permite a determinação de posições em coordenadas geográfica e UTM, e
altura geométrica.
 Georreferenciamento de base cartográfica – levantamento de campo, de
pontos de controle, rastreados com GPS e bem identificáveis na carta e/ou
no mapa, para que esses pontos sejam inseridos como coordenadas da
carta e/ou do mapa não georreferenciado. Tais coordenadas devem ser
convertidas antes de serem utilizadas para um sistema de referência
compatível com o objetivo do trabalho.
 Uma das principais fontes de introdução de novos dados geográficos para
os SIG´s.
 Determinação de pontos de referência para o controle de qualidade de
produtos cartográficos (cuidado quanto aos referenciais envolvidos)
GPS PARA GEORREFERENCIAMENTO
EM SIG

 Em SIG, uma das maiores preocupações é a


qualidade dos dados, erro, incerteza, escala,
resolução e precisão em dados espaciais
interferindo nos modos nos quais os dados poderão
ser usados e interpretados.
 Exatidão: proximidade dos resultados, cálculo ou das
estimativas para valores verdadeiros. Dados espaciais 
generalização do mundo real  considera-se os valores
aceitos como verdadeiros.
 Precisão: número de casas decimais ou dígitos significativos
em uma medida. SIG trabalha com alta precisão.
GEOREFERENCIAMENTO DE MAPAS

Transformação de Similaridade
(4 parâmetros - 2 pontos de controle)

http://www.ptr.poli.usp.br/labgeo/graduacao/ptr321/material2/registro.pdf
Transformação Afim (Afinidade)
(6 parâmetros – 3 pontos de controle)

http://www.ptr.poli.usp.br/labgeo/graduacao/ptr321/material2/registro.pdf
ANÁLISE DA PRECISÃO NO
GEOREFERENCIAMENTO

 Após a etapa do georreferenciamento, deve-se selecionar pontos


de verificação em cada fotografia ou imagem para verificar o grau
de precisão do georreferenciamento.
 Os pontos são localizados nas fotos e paralelamente medidos nas
cartas, visando calcular as coordenadas x e y dos mesmos. Em
seguida, utilizam-se as equações para calcular o EMQ das
coordenadas x e y, respectivamente.
 Pontos de Verificação DIFERENTES dos Pontos CONTROLE
EXEMPLO: Mapa na projeção UTM
(Ei,Ni)= coordenadas UTM de imagem georeferenciada
(Ec,Nc)= coordenadas UTM (MAPA em escala maior ou GPS) -
corresponde à VERDADE TERRESTRE
EMQE = √∑(Ec – Ei)2/n
EMQN = √∑(Nc – Ni)2/n
EMQE,N = √∑((EMQE)2 – (EMQN)2)
Exemplo de Georefenciamento;
Análise e Precisão de MAPA
produzido com base em
interpretação de Imagem SPOT - P
Viadana,
MIC (1995)
Exemplo de Georeferenciamento
Transformação Afim (6 pontos de controle)

Viadana, MIC (1995)


Viadana, MIC (1995)
EMQ – Imagem SPOT-P Georeferenciada
 EMQE = 15 metros
 EMQN = 11 metros
 EMQ(E,N) = 19 metros

Observando-se os valores de de EMQ do PEC e EP para


o Brasil constata-se que a imagem apresenta
precisão para mapeamento em escala 1:50.000 e
menores.
1:50.000 – PEC PLAN = 25m e PEC ALT = 10m

Viadana, MIC (1995)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUIMARÃES, R. G. et al.. Sistema de atualização cartográfica apoiado por
computador. In.: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO.
Santos (SP). Cdroom.1998.
SILVA, R. M. da. Introdução ao Geoprocessamento: conceitos, técnicas e
aplicações. Novo Hamburgo: Feevale, 2007.
SCHUMACHER, D. H.; LOCH, C. & LOCH, R. E. N. Metodologia para a produção
de mapas a partir de fotografias aéreas de pequeno formato. In.:
CONGRESSO BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA, XVII. Anais. Bahia, pp. 1130-
1138, 1995.
VIADANA, M. I. C. de F.. A experiência de atualização da Carta Topográfica
1:50.000 através de imagens SPOT – Folha Rio Claro (SP). In.: SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO. Santos (SP). Cdroom. 1998.

Site consultado:
http://www.ptr.poli.usp.br/labgeo/graduacao/ptr321/material2/regi
stro.pdf

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