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TIPOS DE FUNDAÇÕES

Prof. Ms. Bernardo Ramos


Definição

Fundação Superficial (Rasa ou Direta)

Elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões


distribuídas sob a base da fundação.
Definição
Fundação Profunda

Elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base


(resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por
um combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar assente em
profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no
mínimo 3,0 m.
FUNDAÇÕES RASAS
Blocos de Fundação

Elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as


tensões de tração nele sejam resistidas pelo concreto, sem necessidade de
armadura.

São caracterizados por uma altura relativamente grande, necessária para que
trabalhem essencialmente à compressão.
Sapatas
São elementos de apoio de concreto armado, de menor altura que os blocos,
que resistem principalmente por flexão.

Podem assumir praticamente qualquer forma em planta, sendo as mais


frequentes as sapatas quadradas (B=L), retangulares e corridas (L>>B).
Sapatas

Rigidez

A NBR 6118:2010 classifica as sapatas quanto à rigidez de acordo com as


seguintes expressões:
Sapatas

Rigidez

A NBR 6118:2010 classifica as sapatas quanto à rigidez de acordo com as


seguintes expressões:

 Sapatas flexíveis

 São de uso mais raro, sendo mais utilizadas em fundações sujeitas a


pequenas cargas. Outro fator que determina a escolha por sapatas
flexíveis é a resistência do solo (solo pouco resistente).

 Apresentam o comportamento de uma peça fletida sendo dimensionadas


ao momento fletor e à força cortante.

 Verificação da punção é necessária.


Sapatas

Rigidez

A NBR 6118:2010 classifica as sapatas quanto à rigidez de acordo com as


seguintes expressões:

 Sapatas rígidas

 São comumente adotadas como elementos de fundações em terrenos que


possuem boa resistência em camadas próximas da superfície.

 Verificação da punção é desnecessária, pois a sapata rígida situa-se


inteiramente dentro do cone hipotético de punção, não havendo
possibilidade física de ocorrência de tal fenômeno.
Sapata Isolada

Elemento de fundação superficial, de concreto armado, dimensionado de


modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo
emprego de armadura.
Sapata Associada

Utilizadas nos casos em que as cargas estruturais são muito altas em relação
à tensão admissível do solo. Normalmente, recebe dois pilares.
Sapata Corrida

Recebem a ação de cargas distribuídas linearmente, ou seja, são elementos


de fundação superficial que suportam diretamente o peso de uma alvenaria ou
uma sequencia muito próxima de pilares.
Sapatas

Viga de Alavanca / Viga de Equilíbrio

Utilizada em situações nas quais os pilares estão posicionados junto à divisa


do terreno. O momento produzido pelo não posicionamento do pilar sobre o
centro da sapata, deve ser absorvido por uma viga, chamada viga de
equilíbrio, que se apoia na sapata junto à divisa e em alguma sapata
construída para pilar interno.
Radier

Elemento de fundação superficial que abrange parte ou todo os pilares de uma


estrutura, distribuindo os carregamentos.
Critérios adicionais (NBR 6122:2010)

Dimensão mínima

Em planta, as sapatas isoladas ou os blocos não devem ter dimensões


inferiores a 0,60 m.

Profundidade mínima

Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre
rocha, tal profundidade não deve ser inferior a 1,5 m.

Lastro

Todas as partes da fundação superficial em contato com o solo devem ser


concretadas sobre um lastro de concreto não estrutural com no mínimo 5 cm de
espessura.
Critérios adicionais (NBR 6122:2010)

Fundações em cotas diferentes

A reta de maior declive que passa pelos seus bordos deve fazer, com a vertical,
um ângulo com os seguintes valores:

o Solos pouco resistentes: α ≥ 60º

o Solos resistentes: α = 45º

o Rochas: α = 30º
Aspectos Práticos

Cintas

o Impedir deslocamentos horizontais

o Limitar rotações decorrentes de


excentricidade construtivas

o Servir de fundação para paredes no


pavimento térreo.
Aspectos Práticos

De uma maneira geral, esse tipo de fundação não deve ser usado nos
seguintes casos:

o Aterro não compactado;

o Argila mole;

o Areia fofa e muito fofa;

o Existência de água onde o rebaixamento do lençol freático não se justifica


economicamente.
Procedimentos Construtivos

Escavação

Seguindo a orientação do projeto de fundações, inicia-se a escavação da área


a receber as sapatas até a cota de apoio.
Procedimentos Construtivos

Regularização

Com a área escavada e


compactada, o passo seguinte é
depositar uma camada de 5 cm de
concreto magro na área escavada
nivelando-a.

Essa camada é importante para


garantir que a umidade do solo não
ataque a armadura da sapata.
Procedimentos Construtivos

Preparação das laterais

Não só o fundo, mas também as


laterais precisam receber concreto.
Por isso, as laterais de toda a área
escavada devem ser chapiscadas.
Procedimentos Construtivos

Marcação dos pilares

Com a vala preparada, inicia-se a


marcação dos pilares. Para tanto,
são fixadas estacas de madeira nos
pontos indicados pelo projetista.
Procedimentos Construtivos

Armação

Depois de definida a localização de


todos os pilares, tem início a
inserção da armação, sempre
seguindo a orientação do projeto de
fundações.
Procedimentos Construtivos

Saída para os pilares

Com o auxílio de arames de aço,


são presos também os ferros
especiais de arranque dos pilares.
Procedimentos Construtivos

Concretagem

A concretagem também deve ser feita, de acordo com as especificações do


projetista, até a parte superior da sapata.
Procedimentos Construtivos

Finalização

A armação do pilar deve ser


montada a partir dos ferros de
arranque. Só então serão colocadas
as fôrmas do pilar para o
prosseguimento da concretagem.

Após a desforma do pilar, deve-se


fazer o reaterro da cava da sapata.
Problemas Executivos

Os problemas originados pelos elementos estruturais das fundações


superficiais são relacionados a seguir:

 Qualidade inadequada do concreto, com tensão característica inferior a de


projeto, repercutindo na integridade dos elementos construídos.

 Ausência de regularização com concreto magro do fundo da cava de


fundação, para posterior construção da sapata.
Problemas Executivos

 Execução dos elementos de fundação com dimensão e geometria incorretas.

 Adensamento deficiente e vibração inadequada do concreto, resultando em


peças sem a geometria ou integridade projetadas.
FUNDAÇÕES
PROFUNDAS
Tubulões

Elemento de fundação profunda, escavado no terreno em que, pelo menos na


sua etapa final, há descida de pessoas, que se faz necessária para executar o
alargamento de base ou pelo menos a limpeza do fundo da escavação, uma vez
que neste tipo de fundação as cargas são transmitidas preponderantemente
pela ponta.
Tubulões
Tubulão a céu aberto

 Características gerais

Este tipo de fundação é empregado acima do lençol freático, ou mesmo abaixo


dele, nos casos em que o solo se mantenha estável sem risco de
desmoronamento e seja possível controlar a água do interior do tubulão.
Tubulão a ar comprimido

 Características gerais

Este tipo de fundação é empregado sempre que se pretende executar tubulões


abaixo do nível d’água em solos que não atendam às condições para utilização
de tubulão a céu aberto.
Estacas

Elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou


ferramentas, sem que, qualquer fase de sua execução, haja descida de
pessoas.

Os materiais empregados podem ser:

 Madeira

 Aço

 Concreto pré-moldado

 Concreto moldado in loco

 Ou pela combinação das anteriores.


Classificação das Estacas

De acordo com o processo executivo, as estacas podem ser separadas


segundo o local onde são moldadas:

 Estacas moldadas in loco

 Estacas tipo Franki;


 Estacas sem lama bentonítica: estacas tipo Strauss, estacas escavadas
mecanicamente com trado helicoidal, estacas tipo broca, etc.
 Estacas tipo hélice contínua;
 Estacas injetadas: microestacas e as estacas-raíz

 Estacas pré-moldadas

 Estacas de concreto;
 Estacas de madeira;
 Estacas metálicas, etc.
Classificação das Estacas
De acordo com o processo executivo, as estacas podem ser separadas
segundo o efeito no solo (ou tipo de deslocamento) que provocam ao serem
executadas e são classificadas como:

 “de deslocamento”

Introduzidas no terreno através de algum processo que não promova a retirada


do solo.
Classificação das Estacas
 “de substituição”

São aquelas executadas in situ através da perfuração do terreno por um


processo qualquer, com remoção de material, com ou sem revestimento, com
ou sem utilização de fluido estabilizante.
Classificação das Estacas
 “sem deslocamento”

Em alguns processos de estacas escavadas, em que não há praticamente


remoção do solo e/ou, na ocasião da concretagem, são tomadas medidas para
restabelecer as tensões geostáticas (ao menos parcialmente), estas estacas
podem ser classificadas numa categoria intermediária.
Classificação das Estacas

De acordo com o sistema de funcionamento:

 Estacas de ponta;

 Estacas de atrito ou flutuante;

 Estaca mista;.

De acordo com o sistema de carregamento:

 Estacas de compressão;

 Estacas de tração;

 Estaca flexão;.
Estacas de Madeira

São constituídas por troncos de árvores, razoavelmente retilíneos, que têm uma
preparação das extremidades (topo e ponta) para cravação e limpeza da
superfície lateral e, caso sejam utilizadas em obras permanentes, um tratamento
com produtos preservativos.
Estacas de Madeira

No Brasil, as estacas de madeira são utilizadas, quase que exclusivamente em


obras provisórias. Já na Europa e nos Estados Unidos, elas são largamente
empregadas em obras permanentes.

Têm uma duração ilimitada quando mantidas permanentemente debaixo d’água.


Sujeitas a alternâncias de secura e umidade, quase todas as madeiras são
destruídas rapidamente.

Da preocupação de se manter um bom estado as estacas de madeira decorre


que elas devem ser arrasadas, nas regiões onde o nível do lençol d’água está
sujeito a variações, sempre abaixo do nível mínimo.
Estacas de Madeira

Aparelhamento da estaca

o Toda cortiça deve ser retirada, deixando-se apenas o alburno.

o A ponta da estaca deve ser cortada em forma cônica, com uma altura de 1,2
vezes o diâmetro (caso de terrenos resistentes) e 2 vezes o diâmetro (caso
de terrenos mais fracos).

o A ponta e o topo devem ter diâmetros maiores que 15 cm e 25 cm,


respectivamente, e o segmento de reta que une os centros das seções da
ponta e do topo deve estar compreendido integralmente no interior do
perímetro da estaca.

o A cabeça da estaca deve ser protegida por um capacete ou simples anel. Em


condições de difícil cravação, a cabeça da estaca pode ser danificada e terá
que se preparar uma nova. Uma estaca rachada é imprópria para a absorção
de esforços.
Estacas de Madeira

Aparelhamento da estaca
Estacas Metálicas

Elemento estrutural produzido industrialmente, podendo ser constituído por


perfis laminados ou soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou
calandrada, tubos (com ou sem costura) e trilhos.
Estacas Metálicas
Estacas Metálicas

Vantagens

o São fabricadas com seções transversais de várias formas e dimensões, o


que permite uma adaptação bem ajustada a cada caso.

o Devido ao peso relativamente pequeno e à elevada resistência na


compressão, na tração e na flexão, são fáceis de transportar e de manipular.

o Pela elevada resistência do aço, são mais fáceis de cravar do que as estacas
de madeira ou de concreto pré-moldado, podendo passar por camadas
compactas ou permitir o embutimento nesses materiais.

o Pela facilidade com que podem ser cortadas com maçarico ou emendadas
por solda, não oferecem dificuldade aos ajustes de comprimento no canteiro.
Além disso, os pedaços cortados podem ser aproveitados no prolongamento
de outras estacas.
Estacas Metálicas

Desvantagens

o Custo elevado. É evidente que, nessa análise, deve-se considerar o custo


global da fundação: estaca (material e cravação), equipamento (mobilização,
etc.), tempo de execução e blocos de coroamento.

o Corrosão: modernamente, os efeitos da corrosão sobre o tempo de vida das


estacas de aço, graças aos inúmeros estudos realizados, têm tido sua
importância devidamente limitada.

A NBR 6122 prescreve que estacas de aço total e permanentemente


enterradas, independente da situação do lençol d’água, podem dispensar
tratamento especial desde que seja descontada uma espessura de sacrifício.
Estacas Metálicas

Desvantagens
Estacas Pré-moldadas de Concreto

Podem ser de concreto armado ou protendido, vibrado ou centrifugado, com


qualquer forma geométrica da seção transversal, devendo apresentar
resistência compatível com os esforços de projeto e decorrentes do transporte,
manuseio, cravação e eventuais solos agressivos.
Estacas Pré-moldadas de Concreto

Vantagens

o Boa qualidade do concreto que se pode obter e no fato de que os agentes


agressivos, eventualmente encontrados no solo, não terão nenhuma ação na
pega e cura do concreto.

o Segurança que oferecem na passagem através de camadas muito moles,


onde a concretagem in loco pode apresentar problemas.

Desvantagens

o Dificuldade de adaptação às variações do terreno. Se a camada resistente


apresentar variações na sua profundidade, e se a previsão de comprimento
não for feita cuidadosamente, terá que se enfrentar o problema de corte ou
emenda de estacas, com prejuízos para a economia da obra.
Estacas Pré-moldadas de Concreto

Desvantagens
Estacas Pré-moldadas de Concreto

Manipulação e Estocagem

o As estacas pré-moldadas precisam ser dimensionadas para resistir aos


esforços que sofrerão por ação da estrutura e aos esforços de manipulação e
cravação.
Estacas de Concreto Moldadas no Solo

• ESTACAS STRAUSS

Estaca executada através da escavação, mediante emprego de uma sonda


(piteira), com a simultânea introdução de revestimento metálico em segmentos
rosqueados, até que se atinja a profundidade projetada.
Estacas de Concreto Moldadas no Solo

• ESTACAS STRAUSS

Requer grande cuidado na execução quando se trabalha abaixo do lençol


d’água, um tipo desaconselhável nesse caso. Aceita-se, caso ao final da
perfuração exista água no fundo do furo, que não possa ser retirada pela sonda,
que seja lançado um volume de concreto seco para obturar o furo. Nesse caso,
deve-se desprezar a contribuição da ponta da estaca na sua capacidade de
carga.

Podem ser armadas com uma ferragem que permitam livre passagem do
soquete de compactação e garantam um cobrimento da armadura, não inferior a
3 cm.

Quando não armadas, deve-se providenciar uma ligação com o bloco, por meio
de uma ferragem até que simplesmente cravadas no concreto fresco.
Estacas de Concreto Moldadas no Solo

• ESTACAS TIPO FRANKI

São executadas através da cravação de um tubo por meio de sucessivos golpes


de um pilão em uma bucha seca de pedra e areia aderida ao tubo.
Estacas de Concreto Moldadas no Solo

• ESTACAS TIPO FRANKI

Atingida a cota de apoio, procede-se à expulsão da bucha, execução de base


alargada, instalação da armadura e execução do fuste de concreto apiloado
com simultânea retirada do revestimento.

A execução de estaca pode apresentar alternativas executivas em relação aos


procedimentos da estaca padrão como, por exemplo:

o Perfuração interna (denominado “cravação à tração”)


o Fuste pré-moldado
o Fuste encamisado com tubo metálico perdido
o Fuste executado com concreto plástico vibrado ou sem execução de base
alargada.
Estacas Raiz
Estaca moldada in loco, em que a perfuração é revestida integralmente, em
solo, por meio de segmentos de tubos metálicos (revestimento) que vão sendo
rosqueados à medida que a perfuração é executada. O revestimento é
recuperado. É armada em todo o seu comprimento e a perfuração é preenchida
por uma argamassa de cimento e areia.
Estacas Raiz

Essas estacas têm particularidades que permitem sua utilização em casos em


que os demais tipos de estacas não podem ser empregados:

o Não produzem choques nem vibrações;

o Há ferramentas que permitem executá-las através de obstáculos tais como


blocos de rocha ou peças de concreto;

o Os equipamentos são, em geral, de pequeno porte, o que possibilita o


trabalho em ambientes restritos;

o Podem ser executadas na vertical ou em qualquer inclinação.


Microestacas

É uma estaca moldada in loco, executada através de perfuração rotativa com


tubos metálicos (revestimento) ou rotopercussiva por dentro dos tubos, no caso
de matacão ou rocha.
É armada e injetada, com calda de cimento ou argamassa, através do tubo
“manchete”, visando aumentar a resistência do atrito lateral.
Microestacas
Microestacas
Microestacas

Este tipo de estaca comporta duas variantes com relação à armadura:

o Na primeira delas, introduz-se um tubo metálico com função estrutural,


dotado de manchetes para a injeção; e

o Na segunda, a armadura é constituída de barras (ou gaiolas) e a injeção é


feita através de um tubo plástico também dotado de manchetes.
Estacas tipo hélice contínua

Estaca moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por


rotação, de um trado helicoidal contínuo e de injeção de concreto pela própria
haste central do trado, simultaneamente com a sua retirada. A armação é
sempre colocada após a concretagem da estaca.
Estacas tipo hélice contínua

FIM

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