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R D P M/R-9
ANOTADO
REVISTO E ATUALIZADO
2018
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Segurança Pública
Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar
Rio de Janeiro, 2018
- Decreto n.º 32.667/2003 – restauração dos efeitos do RDPM e a Revogação do Decreto n.º
31.739/2002..........................................................................................................................................................
- Decreto nº 32.668/2003 - Dispõe sobre a constituição de comissão de estudos para a revisão e
modernização do Decreto Nº 6.579, de 05 de março de 1983 e dá outras
providências........................................................................................................................................................
– REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR (RDPMERJ / R-9)...................................
- Generalidades...................................................................................................................................................
- Princípios Gerais da Hierarquia e da Disciplina...........................................................................................
- Solicitação de Ordem por Escrito...................................................................................................................
- Esfera de Ação do Regulamento Disciplinar e Competência Para Sua Aplicação....................................
- Competência ao Cargo e Não ao Grau Hierárquico.....................................................................................
- Obrigação de Participar Fato Contrário à Disciplina..................................................................................
- Policiais Militares de Unidades Diferentes – Ocorrência.............................................................................
- Especificações das Transgressões...................................................................................................................
- São Transgressões............................................................................................................................................
- Julgamento das Transgressões.......................................................................................................................
- Causas de Justificação.....................................................................................................................................
- Circunstâncias Atenuantes..............................................................................................................................
- Circunstâncias Agravantes..............................................................................................................................
- Classificação das Transgressões......................................................................................................................
- Gradações e Execução das Punições – Classificação....................................................................................
- São Lugares de Prisão.....................................................................................................................................
- Presos Disciplinares Separados dos Presos à Disposição da Justiça...........................................................
- Normas Para Aplicação e Cumprimento das Punições................................................................................
- Licenciamento e exclusão a Bem da Disciplina.............................................................................................
- Aplicação da Primeira Prisão - Competência...............................................................................................
- Modificações na Aplicação das Punições......................................................................................................
- Anulação..........................................................................................................................................................
- Anulação Concedida Consiste em Liberdade Imediata..............................................................................
- Relevação.........................................................................................................................................................
- Atenuação........................................................................................................................................................
- Agravação........................................................................................................................................................
- São Competentes Para Anular, Relevar e Agravar.....................................................................................
- Comportamento Policial Militar...................................................................................................................
- Apresentação de Recursos.............................................................................................................................
- Reconsideração de Ato...................................................................................................................................
- Queixa..............................................................................................................................................................
- Representação.................................................................................................................................................
- O Recurso Deve Ter Tratamento de Urgência............................................................................................
- Cancelamento de Punições...........................................................................................................................
- Das Recompensas..........................................................................................................................................
- Elogio..............................................................................................................................................................
- Dispensa do Serviço, Como Recompensa....................................................................................................
- Disposições Finais...........................................................................................................................................
- ANEXO I – RELAÇÃO DE TRANGRESSÕES.........................................................................................
- ANEXO II – QUADRO DE PUNIÇÃO.......................................................................................................
- Prisão disciplinar sem nota de punição........................................................................................................
- INSTRUÇÕES COMPLEMENTARES AO RDPMERJ (R-9).................................................................
- Finalidade.......................................................................................................................................................
- Generalidades.................................................................................................................................................
- Transgressões Disciplinares..........................................................................................................................
- Pronta Intervenção Repressiva.....................................................................................................................
- Prazos Para Solução......................................................................................................................................
- Descaracterização de Crime.........................................................................................................................
- Falta Grave......................................................................................................................................................
- Averbação de Punição....................................................................................................................................
- Licenciamento e Exclusão a Bem da Disciplina...........................................................................................
- Reabilitação.....................................................................................................................................................
- Classificação do Comportamento..................................................................................................................
- Cancelamento de Punições Disciplinares......................................................................................................
- Interrupção ou Adiamento de Licença ou Punição......................................................................................
- Elogios...............................................................................................................................................................
- Aplicação e Cumprimento de Prisão..............................................................................................................
- Publicação de Justificação...............................................................................................................................
- Concurso de Crime e Transgressão Disciplinar............................................................................................
- Início de Cumprimento de Punição Disciplinar............................................................................................
- Punição de Subordinado à Disposição de Outro Órgão...............................................................................
- Limite Máximo de Punição.............................................................................................................................
- Competência Para a Modificação da Aplicação da Punição........................................................................
- Prazo Para Recursos........................................................................................................................................
- Localidade ........................................................................................................................................................
- Melhoria do Comportamento..........................................................................................................................
– PUBLICAÇÕES RELATIVAS AO RDPMERJ / (R-9)
- Instruções Complementares ao RDPMERJ (R-9) – Correções...................................................................
- Da Queixa..........................................................................................................................................................
- BOLETIM DA PM nº 40, DE 01 MAR 85 - Ato do Comandante Geral – Portaria nº 0089 / PMERJ de
15/02/1985 - Aprova as Instruções Complementares ao R D P M E R J - (Diário Oficial - D.O - RJ, n°
40, de 28/02/1985)..........................................................................................................................................
- Do Poder Disciplinar na Administração Pública (NI n.º 015/85)................................................................
- Normas para Classificação e Aplicação de Punições Disciplinares –Recomendações..............................
- Prisão Disciplinar Sem Nota de Punição – Recomendação – Republicação..............................................
- Anulação e Relevação de Punições de Praças...............................................................................................
- Confecção e Remessa de Relação de Policiais Militares e Civis Presos – Determinação –
Complementação............................................................................................................... .................................
- Modelo de Grade de Presos.............................................................................................................. ...............
- Grade de Presos – Arquivamento – Determinação.......................................................................................
- Parecer 02/99 da PGE sobre transgressão disciplinar de inativos..............................................................
- Normas Reguladoras de Comportamento Ético Profissional......................................................................
- Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ – Alteração..................................
- Recursos Apresentados ao Comandante-Geral – Determinação................................................................
- Documento de Razões de Defesa – Procedimentos – Determinação...........................................................
- Requerimento de Cancelamento de Punição – Procedimento – Determinação.........................................
- Cumprimento da Nova Redação do Art. 35 do RDPMERJ – Determinação............................................
- Fiel Cumprimento do Art. 65 do RDPM – Sustentado na Manifestação da Seção Jurídica do GCG -
Parecer SJ/n.º 546/2006 – ECM e Oficio n.º 7703/2538/2006, da CIntPM – Determinação.......................
- Ciência de Recebimento de Punição Disciplinar pelo Boletim Disciplinar Reservado Modelo –
Determinação de Seuimento.................................................................................................... .........................
- Punição de Advertência - Publicidade do Ato punitivo – Determinação...................................................
- GCG – Normas para Aplicação do Regulamento Disciplinar da PMERJ – Insubsistência de Publicações
– Aplicação de Medida.................................................................................................................
- GCG – Normas para Aplicação do Regulamento Disciplinar da PMERJ – Insubsistência de Publicações
– Aplicação de Medida – Complementação...............................................................................
- Cancelamento de Punições Disciplinares com Base no Art. 64 do RDPM – Possibilidade de Defesa Oral
– Arquivamento – Orientação........................................................................................................... ................
- Cancelamento de Punições Disciplinares com Base nos Artigos 62 e 64 do RDPM – Orientação...........
- Documento de Razões de Defesa (DRD) Extraídos pelo Comandante-Geral, Através da CIntPM –
Parecer Fundamentado – Ficha Disciplinar (FD) – Determinação...............................................................
– DIREITO ADMINISTRATIVO....................................................................................................................
- Ato Administrativo..........................................................................................................................................
- Requisitos Essenciais para Validade do Ato Administrativo (elementos) .................................................
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
PREFÁCIO
O regulamento de disciplina da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro foi aprovado em 05 de março de
1983, através do Decreto n.º 6.579, público no Aditamento ao Bol da PM n.º 17, de 14 Mar 83.
O regulamento acima citado aboliu o uso, na Polícia Militar do Estado, dos Decretos Federais n.º 3.274/38
e n.º 3.494/38, que previam o Regulamento Disciplinar e de Comando e Serviço da Polícia Militar do antigo Distrito
Federal. A Polícia Militar do antigo Estado da Guanabara também os adotava. Deste modo, com a unificação das
polícias, estes eram os decretos que vigoravam na PMERJ antes de serem extintos pelo Decreto Estadual n.º
6.579/83.
Em 14 Fev 85, foi publicado no Aditamento ao Bol da PM n.º 32, as Instruções Complementares ao RDPM.
A partir daí, inúmeras instruções complementares foram publicadas, como teremos oportunidade de ver, adiante.
Em 1988, com o ingresso da nova Constituição Federal no ordenamento jurídico brasileiro e, por
conseguinte, com a edição da nova Constituição Estadual, em 05 de outubro de 1989, o Decreto Estadual n.º
6.579/83 foi recepcionado pela nova ordem jurídica com o status de lei ordinária.
“1- Recepção: A legislação infraconstitucional que não for contrária à nova ordem constitucional é por ela
recepcionada, admitida como válida. Não seria razoável inutilizar toda a legislação ordinária construída ao longo
dos tempos Destarte, segundo o fenômeno da recepção, continuam válidos todos os atos legislativos editados na
vigência do ordenamento jurídico anterior, sendo recebidos e adaptados à nova ordem jurídica, não precisando
serem reeditados, recriados ou refeitos, mediante outra manifestação legislativa. A legislação infraconstitucional
recebe a natureza que a nova ordem constitucional reservou para a matéria (Ex: CTN foi recepcionada como lei
complementar, embora tenha sido criada sob a forma de lei ordinária)”
(http://leandroconstitucional.blogspot.com.br/2010/06/nova-constituicao-e-ordem-ju ridica.html)
“Até o advento desta nova Constituição, os regulamentos disciplinares militares não necessitavam de lei
para serem instituídos e, portanto, aqueles regulamentos foram recepcionados pela Constituição vigente, na
condição de lei.
Na lição de Jorge Cesar de Assis:
A ofensa constitucional torna-se ainda mais clara a partir do exame do princípio da recepção de normas
pela Constituição. Segundo esse princípio, toda a ordem normativa proveniente de regimes constitucionais
anteriores é recebida pela Carta Magna em vigor, desde que com ela materialmente compatível. Considera-se,
nesse caso, que a norma recepcionada passou a revestir-se da forma prevista pelo texto constitucional para a
matéria. Paulo Tadeu Rodrigues Rosa e Eliezer Pereira Martins comentam sobre esta questão, concluindo que os
regulamentos disciplinares instituídos por decretos do Poder Executivo foram recepcionados com status de lei
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Evandro dos Santos da Costa
ordinária, ressalvando, porém, as alterações posteriores à Lei Maior deveriam ser feitas por meio de norma com
mesmo status, ou seja, legislação ordinária.” (http://www.jusmilitaris.com.br/uploads/docs/incregpaulotarso.pdf)
Ocorre que, em 22 de agosto de 2002, a então Governadora do Estado do Rio de Janeiro, Benedita da
Silva, aprovou o Decreto n.º 31.739, que estabeleceu o novo Regulamento Disciplinar da PMERJ.
No nosso entender, esta revogação nunca ocorreu, vez que, como falado anteriormente, o RDPM vigente
possuía status de lei ordinária, portanto, não poderia, por um decreto, ser revogado.
Porém, outra aberração legislativa ocorreu, o Decreto n.º 32.667, de 22 de janeiro de 2003, restaurou os
efeitos do Decreto nº. 6.579/83 e revogou o Decreto nº. 31.739/02, conforme se observa:
“Art. 1º - Ficam restaurados os efeitos do Decreto nº. 6.579, de 05 de março de 1983, e do seu Anexo,
voltando a vigorar o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro por ele aprovado, com
as alterações introduzidas até 28 de agosto de 2002.
Art. 2º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário,
especialmente o Decreto nº. 31.739, de 28 de agosto de 2002.”
Nossa análise é no sentido de que o RDPM vige, até o presente momento, intacto; não havendo que se
discorrer sobre: 1. ter ele sido revogado, 2. ter os seus efeitos sido restaurados.
Por amor ao debate, considere que o Decreto nº. 6.579/83 tenha sido revogado pelo Decreto nº. 31.739/02
e, posteriormente, este foi revogado pelo Decreto n.º 32.667/03, restaurando os efeitos do primeiro.
Estamos diante, nesse caso, do fenômeno da repristinação, que ocorre quando uma lei é revogada por outra
e, posteriormente, à própria norma revogadora é revogada por uma terceira lei, que irá fazer com que a primeira
tenha sua vigência reestabelecida, caso assim determine em seu texto legal.
O direito brasileiro só admite a repristinação se for expressa, conforme a Lei de Introdução às normas do
Direito Brasileiro, Lei nº 12.376/10, que prevê em seu art. 2º, § 3º “Salvo disposição em contrário, a lei revogada
não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.”
Há que se pensar em algumas questões:
1. Um decreto não pode revogar uma norma com status de lei;
2. Considerando que um decreto, com status de lei, por ter sido recepcionado pela Constituição, tenha sido
revogado, por outro decreto; este novo decreto não ingressará no ordenamento jurídico com status de lei, pelo fato
de ter revogado um decreto com tal grau hierárquico.
“Se recepcionado, passou então a ter “força de lei”, e no plano formal somente poderia ser alterado ou
revogado por outra lei. Nesse sentido, temos o ensinamento do juiz auditor da Justiça Militar do Estado de Minas
Gerais, Márcio Luis Chila Freyesleben, ao comentar o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar de Minas Gerais:
Com efeito, após a CF/88 o RDM passou a ter força e natureza de lei ordinária, não sendo admissível que
uma lei venha a ser modificada por um decreto. É inconstitucional. Isto é violação ao princípio da hierarquia de leis.
(...)
Após o advento da Lei Magna, foram editados 04 (quatro) Regulamentos Disciplinares, os quais foram
introduzidos em nosso ordenamento jurídico por intermédio de lei complementar, no Estado de São Paulo e por lei
ordinária, nos Estados de Minas Gerais, Ceará e Pará.
Outros Estados, tais como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia, reformaram seus regulamentos
disciplinares, no entanto, em flagrante desobediência à norma constitucional, editaram por intermédio de decreto.”
(http://www.jusmilitaris.com.br/uploads/docs/incregpau lotarso.pdf)
Temos que atentar para o seguinte:
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
É certo que, diante de tanta confusão legislativa, não foi impetrada qualquer ação de controle de
constitucionalidade, tais como ação direta de inconstitucionalidade, ação declaratória de constitucionalidade, ou
arguição de descumprimento de preceito fundamental, visando impedir a validade e aplicação do Decreto n.º
31.739/02, tampouco, do Decreto nº. 6.579/83.
Com isso, tem-se entendido que tais decretos tiveram vida e deram frutos no nosso ordenamento jurídico.
Além do mais, o Decreto n.º 6.579/83 continua sendo aplicado como se lei ordinária fosse, em defesa da segurança
jurídica; por não ter havido qualquer discussão judicial que pretendesse declarar sua legalidade ou não; e por não
haver qualquer manifestação legislativa em sentido contrário.
Se a administração assim não o entendesse, não teria em que se pautar, quando das suas decisões nas
análises dos desvios de conduta. O que geraria um grande descontrole e insegurança jurídica, pondo em risco os
pilares do militarismo, que são a hierarquia e a disciplina.
Imaginem uma instituição militar que não possui um amparo legal para avaliar, controlar e sancionar a
conduta de seus agentes. Imaginem a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro sem embasamento legal para
atuar nos casos de insubordinação, faltas a serviço, descumprimento de ordens... Se havendo um regulamento
disciplinar não deparamos corriqueiramente com transgressões disciplinares, imaginem a PMERJ sem o RDPM.
Tendo em vista que o art. 74 do RDPM possibilita ao Comandante Geral da Polícia Militar baixar instruções
complementares necessárias à interpretação, orientação e aplicação do regulamento, foram editadas, ao longo da
vigência do nosso RDPMERJ inúmeras instruções complementares, cabendo, neste momento, mencionar as
seguintes:
Publicou-se no aditamento ao Bol. da PM n.º 32, de 14 Fev 85, as primeiras instruções complementares ao
RDPM, que estabelecem uma série de questões, na qual ressaltamos as seguintes: a interpretação do RDPM
compete ao Comandante Geral; previsão de prazos para se requerer cancelamento de punição; disposição sobre
concurso de crime e de transgressão da disciplina; início do cumprimento da punição disciplinar; e prazos para a
melhoria do comportamento.
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Evandro dos Santos da Costa
Art. 1º - Ficam restaurado os efeitos do Decreto nº 6.579, de 05 de março de 1983, e do seu Anexo, voltando a
vigorar o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro por ele aprovado, com as alterações
introduzidas até 28 de agosto de 2002.
Art. 2º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário,
especialmente o Decreto nº 31.739, de 28 de agosto de 2002.
ROSINHA GAROTINHO
Art. 1º - Fica instituída a “Comissão de Estudos para a Revisão e Modernização do Decreto nº 6.579, de 05 de
março de 1983”, que terá a seguinte composição:
I – 04 (quatro) membros da Polícia Militar;
II – 01 (um) membro da Secretaria de Estado de Segurança Pública;
III – 01 (um) membro da Procuradoria Geral do Estado;
IV – 01 (um) membro do Gabinete Civil da Chefia do Poder Executivo.
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
§ 1º - Os Secretários de Estado e o Procurador Geral do Estado ficam responsáveis, em relação às suas respectivas
pastas, pela indicação dos nomes dos membros que deverão integrar a Comissão de Estudos mencionada no caput.
§ 2º - A Comissão de Estudos será presidida pelo membro do Gabinete Civil da Chefia do Poder Executivo,
mencionado no inciso IV do caput.
Art. 2º - A Comissão de Estudos instituída pelo presente decreto deverá iniciar seus trabalhos a partir de 10 de
fevereiro de 2003, e terá o prazo de duração de 04 (quatro) meses.
§ 1º - Findo o prazo mencionado no caput, a Comissão de Estudos deverá remeter ao Secretário de Estado Chefe
do Gabinete Civil relatório conclusivo, com as atas das reuniões realizadas, as sugestões motivadas de alteração
do Decreto nº 6.579, de 05 de março de 1983 que, por maioria, alvitrar convenientes, bem como os votos
divergentes, com as respectivas justificativas.
§ 2º - O prazo mencionado no caput poderá ser prorrogado por decisão do Secretário de Estado Chefe do Gabinete
Civil, mediante prévio pedido escrito e fundamentado da Comissão de Estudos.
Art. 3º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2003.
ROSINHA GAROTINHO
O Governador do Estado do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições legais, e tendo em vista o que consta do
processo nº E-09/397.500/82, decreta:
Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – RDPM, que com
este baixa.
Art. 2º - Fica abolido o uso, na Polícia Militar do Estado, dos dispositivos aprovados pelos Decretos federais nº
3.274, de 16.11.38, e 3.494, de 27.11.38, que aprovaram respectivamente os Regulamentos Disciplinar e de
Comando e Serviço da Polícia Militar do antigo Distrito Federal, e adotados na Polícia Militar do antigo Estado da
Guanabara.
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Evandro dos Santos da Costa
Art. 3º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogado o Decreto nº 3.367, de 30.04.38,
que aprovou o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do antigo Estado do Rio de Janeiro, e as demais
disposições em contrário.
TÍTULO I
Disposições Gerais
CAPÍTULO I
Generalidades
Art. 1º - O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (RDPM) tem por finalidade
especificar e classificar as transgressões disciplinares, estabelecer normas relativas à amplitude e à aplicação das
punições disciplinares, à classificação do comportamento policial – militar das Praças e à interposição de recursos
contra a aplicação das punições.
O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar especificará e classificará as transgressões disciplinares e estabelecerá as normas
relativas à amplitude e aplicação das penas disciplinares, à classificação do comportamento policial-militar e à interposição de
recursos contra as penas disciplinares. (Art. 45 da Lei Estadual nº 443/81)
PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO DISCIPLINAR MILITAR. ART. 47 DA LEI 6.880/80. A disciplina sobre prisão e
detenção militar contida no Regulamento Disciplinar do Exército (Decreto nº 4.346, de 26-08-2002) está amparada no art. 47 da
Lei nº 6.880/80, não havendo que se falar em violação ao princípio da reserva legal. (TRF-4 - HC: 40183 RS 2009.04.00.040183-
6, Relator: SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, Data de Julgamento: 24/11/2009, SÉTIMA TURMA, Data de Publicação: D.E.
02/12/2009)
Parágrafo único – São também tratadas, em parte, neste Regulamento, as recompensas específicas no Estatuto
dos Policiais - Militares.
Vide art. 140 a art. 142, da Lei nº 443/81 (EPM).
Art. 2º - A camaradagem torna-se indispensável à formação e ao convívio da família policial-militar, cumprindo existir
as melhores relações sociais entre os policiais-militares.
Parágrafo único – Incumbe aos superiores incentivar e manter a harmonia e a amizade entre seus subordinados.
Vide art. 13, da Lei nº 443/81 (EPM).
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
Art. 3º - A civilidade é parte da educação policial-militar e, como tal, de interesse vital para a disciplina consciente.
Importa ao superior tratar os subordinados, em geral, e os recrutas, em particular, com urbanidade e justiça,
interessando-se pelos respectivos problemas. Em contrapartida, o subordinado é obrigado a todas as provas de
respeito e deferência para com seus superiores, em conformidade com os regulamentos policiais-militares.
Art. 30 da Lei 443/81:
Os deveres policiais-militares emanam de um conjunto de vínculos racionais, bem como morais, que ligam o policial-militar à
Pátria, à comunidade estadual e à sua segurança e compreendem, essencialmente:
VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.
Art. 4º - Para efeito deste Regulamento, todas as atuais Organizações Policiais-Militares, previstas na Lei de
Organização da Polícia Militar, bem como as que forem criadas posteriormente, serão denominadas “OPM”.
Parágrafo único – Para efeito deste Regulamento, os Comandantes, Diretores e Chefes de OPM e o Ajudante-
Geral serão considerados genericamente como “Comandante”.
Bol. da PM n.º 003 –11 Abril 2002
PORTARIA PMERJ N° 0214, DE 04 DE ABRIL DE 2002.
Art. 46º - Para efeito do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (RDPMERJ) a Corregedoria
Interna será considerada Organização Policial ( OPM), sendo:
I – O Corregedor, Comandante; e
II – O Subcorregedor, Subcomandante.
CAPÍTULO II
Princípios Gerais da Hierarquia e da Disciplina
Art. 5º - A hierarquia policial-militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, por postos e graduações.
Parágrafo único – A ordenação dos postos e graduações na Polícia Militar se faz conforme preceitua o Estatuto
dos Policiais-Militares.
Vide art.12, §1º, da Lei 443/81
Art. 12 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar. A autoridade e a responsabilidade crescem com o
grau hierárquico.
§ 1º - A hierarquia policial-militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar. A
ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou de uma mesma graduação se faz pela antiguidade no
posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de autoridade.
Art. 6º - A disciplina policial-militar é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas
e disposições, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes
do organismo policial-militar.
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Evandro dos Santos da Costa
(8) Por qualquer distribuição, descarga ou saída de artigos, bem como por despesa que ordenar ou efetuar, contrariamente às
disposições em vigor.
(9) Por atraso, emendas, irregularidades, rasuras, raspagens, borrões e outros defeitos na escrituração a seu cargo.
(10) Pelos compromissos que assumir, em nome da Unidade, sem autorização legal.
(11) Pelo cumprimento de ordens administrativas reconhecidas e visivelmente ilegais, sem a necessária ponderação escrita na
forma deste Regulamento de ordens ou de instruções especiais,
(12) Pela inobservância de qualquer disposição deste Regulamento.
10.1.1 O militar ou funcionário civil só ficará isento das responsabilidades acima nos casos de força maior, devidamente
comprovada. Quando, porém, se tratar de roubo, furto ou incêndio, o detentor direto só ficará isento de responsabilidade no caso
de ter tomado todas as providências para evitá-los o que deverá ser devidamente comprovado por escrito. Esta disposição será
aplicada também aos auxiliares.
10.1.2 Quando o agente diretor receber ordem escrita de autoridade superior, sobre qualquer providência que lhe pareça contrariar
disposições em vigor, nenhuma responsabilidade lhe caberá.
10.2 A responsabilidade será pecuniária, disciplinar ou criminal, conforme os preceitos da legislação vigente.
10.2.1 A responsabilidade será pecuniária sempre que houver prejuízo para o Estado, Unidade ou pessoa em virtude de falta de
cuidado, interesse e vigilância do agente e seus auxiliares.
10.2.2 A responsabilidade pecuniária não exonera o agente e seus auxiliares da responsabilidade disciplinar, que no caso couber.
10.2.3 Os débitos resultantes de responsabilidade civil ou “pecuniária” só serão anulados quando ficar plenamente provada, em
última instância de acordo com a lei, a inculpabilidade do devedor.
10.2.4 Os recursos dos devedores, para suspensão de débitos oriundos de responsabilidade, não interrompem os descontos que
venham sofrendo.
10.3 O fato de uma inspeção, verificação ou tomada de contas ter considerado regular a situação de qualquer agente executor,
não impede que o mesmo se torne responsável por irregularidades apuradas posteriormente.
10.3.1 Nesse caso, os encarregados da inspeção, verificação ou tomada de contas, compartilharão da responsabilidade em que
tiver incorrido o agente, se verificado que aqueles dispunham de elementos para tornar efetiva a responsabilidade deste.
10.4 Quando qualquer agente da Administração causar a terceiros, prejuízo pecuniário referente a vencimentos e vantagens que
lhes forem devidos, o Estado indenizará a estes processando-se a responsabilidade daquele, na forma da legislação vigente.
10.4.1 O agente responsável pelos prejuízos referidos acima poderá ter ação regressiva contra aqueles que contribuíram para os
referidos prejuízos.
10.5 As sanções, por efeito de responsabilidade “pecuniária” ou disciplinar, serão aplicadas aos agentes da Administração:
(1) Ao agente diretor, pela autoridade de escalão superior ou pelo Comando Geral.
(2) Aos agentes executores, pelo agente diretor ou pelas autoridades referidas no item anterior.
10.5.1 As sanções são as seguintes:
(1) Suspensão do exercício do cargo.
(2) Pagamento de juros de mora, na forma estabelecido em 10.5.2.
(3) Indenizações correspondentes aos danos causados.
(4) Penas disciplinares previstas pelo Regulamento Disciplinar.
10.5.2 O responsável que retiver em seu poder qualquer quantia, além do tempo estabelecido, ficará sujeito a juros de mora de
um por cento ao mês, contados dia a dia, a partir da data em que deveria fazer o recolhimento.
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Evandro dos Santos da Costa
10.5.3 Não lhe aproveitará o motivo ou causa de força maior para se eximir de qualquer responsabilidade em caso de extravio
ou perda, desde que não tenha procedido na conformidade das disposições em vigor.
CAPÍTULO III
Esfera de Ação do Regulamento Disciplinar e Competência para a sua Aplicação
O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência consolidada no sentido da não possibilidade de militar reformado se sujeitar à
pena disciplinar, eis o seu teor: Súmula n° 56: “Militar reformado não está sujeito à pena disciplinar.
A própria jurisprudência do STF e do STJ. Como dito, somente se aplica a Súmula na hipótese de a legislação disciplinar não
prever sujeição do policial militar às suas regras e princípios, situação está que ocorre com a minoria dos regulamentos
disciplinares.
Conquanto tenha sido editada a Súmula 56/STF, a própria Corte Constitucional já asseverou que está afastado o verbete em
alusão quando prevista na legislação prática de transgressão disciplinar por esta espécie de inativo, estando na mesma toada o
Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo.
Parágrafo único – Os alunos dos Órgãos de formação de policiais-militares também estão sujeitos aos
regulamentos, normas e prescrições dos Estabelecimentos em que estejam matriculados.
Art. 9º - As disposições deste Regulamento se aplicam também aos policiais-militares na inatividade, quando, ainda
que no meio civil, se conduzam de modo a prejudicar os princípios da hierarquia, da disciplina, do respeito e do
decoro policiais-militares, incluídas as manifestações por intermédio da imprensa.
Obs: Decoro, sinônimos: compostura, decência, dignidade, honra, pundonor, recato.
Ver RICFAP: Regimento Interno do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças 31 Voluntários. (Portaria/PMERJ 169
de 10 de abril de 1995).
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
Ver Conselho Escolar de Disciplina Portaria PMERJ 020 pública no Bol PM 035, de 19020, fl 38.
Art. 10 – A competência para aplicar as prescrições contidas neste Regulamento é conferida ao cargo e não ao
grau hierárquico, sendo competentes para aplicá-las:
I – o Governador do Estado, a todos os integrantes da Polícia Militar;
II – o Comandante-Geral, aos que estiverem sob o seu Comando;
III – o Chefe do Estado-Maior, o Comandante do Policiamento da Capital, o Comandante do Policiamento do Interior,
os Comandantes de Policiamento de Área e os Diretores dos Órgãos de Direção, aos que servirem sob suas ordens
e em OPM subordinadas;
IV – o Subchefe do Estado-Maior, o Ajudante-Geral e os Comandantes de OPM, aos que estiverem sob suas ordens;
V – os Subcomandantes de OPM, Chefes de Seção, de Serviços e de Assessorias, cujos Cargos sejam privativos
de Oficiais superiores, aos que servirem sob suas ordens;
VI – os demais Chefes de Seção, Comandantes de Subunidades incorporadas ou destacadas e de Pelotões
destacados, aos que servirem sob suas ordens.
Parágrafo único – A competência conferida aos Chefes de Seções de Órgãos de Direção é extensiva aos Chefes
de Serviços e de Assessorias, limitando-se, contudo, às ocorrências relacionadas com as atividades inerentes ao
serviço de suas respectivas repartições.
Vide Anexo II deste regulamento.
Art. 11 – Todo o policial-militar que tiver conhecimento de fato contrário à disciplina deverá participar ao seu Chefe
imediato, por escrito ou verbalmente. Neste último caso, deve confirmar a participação, por escrito, no prazo máximo
de 48 horas.
A inobservância dessa norma é transgressão disciplinar prevista nos nº 6, 7, 8, 9 e 79, do inciso II, Anexo I, do RDPM.
Vide art. 6º, do RDPM.
2.4.das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol. da PM nº 32, de 14Fev85).
2.4.1. Quando o prazo de 48 (quarenta e oito) horas previsto no “caput” do Art. 11 expirar em dia não útil, ficará prorrogado
até o término do expediente do primeiro dia útil subsequente, não sendo tal disposição aplicável quando houver a prisão com
base no § 2º do Art. 11.
§ 1º - A parte de que trata este artigo deve ser clara, concisa e precisa, conter os dados capazes de identificar as
pessoas e coisas envolvidas, o local a data e hora da ocorrência e caracterizar as circunstâncias do fato, sem tecer
comentários ou opiniões pessoais.
§ 2º - Quando, para a preservação da disciplina e do decoro da Corporação, a ocorrência exigir uma pronta
intervenção, o policial-militar de maior antiguidade que presenciar ou tiver conhecimento do fato mesmo sem
que possua ascendência funcional sobre o transgressor, deverá tomar imediatas e enérgicas providências,
podendo, se for o caso, prendê-lo em nome da autoridade competente, à qual, pelo meio mais rápido, dará
ciência da ocorrência e das providências em seu nome tomadas.
Autoridades mencionadas nos incisos III a VI do art. 10 do RDPM
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Evandro dos Santos da Costa
2.3.1. Na prisão, como pronta intervenção para preservar a disciplina e o decoro da Corporação, a autoridade a que se refere o §
2º, do art.11, em cujo nome for efetuada, é aquele a qual está diretamente subordinado, para fins disciplinares, o
transgressor.
O aspecto disciplinar do efetivo das UPP será avaliado pelos respectivos Comandantes, conforme inciso I, do art. 29 do RI-20,
n/f das alíneas “d” e “e” da Instrução Normativa SJD/CPP nº 4850-17Jun15.
Art. 21 – A transgressão da disciplina deve ser classificada como “GRAVE” quando, não chegando a configurar crime, constitua
ato que afete o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor policial-militar ou o DECORO DA CLASSE.
- DECORO DA CLASSE é a qualidade do militar estadual baseada no respeito próprio dos companheiros e da comunidade
para qual serve, visando o melhor e mais digno desempenho da profissão militar. (Portaria/PMERJ nº 0407, de 10Fev12).
DECORO DA CLASSE – refere-se aos valores moral e social da Instituição e à sua imagem ante a sociedade. Representa o
conceito social dos militares. (Exército Brasileiro)
quando a autoridade competente, referida naquele parágrafo, for qualquer das autoridades mencionadas nos incisos de III a VI
do Art. 10 do mesmo RD.
Recomendo, outrossim, cuidado nas medidas de exceção ao preceito do Art.30 do RDPM, advertindo que serão
responsabilizados todos os envolvidos em recolhimento indevido à prisão, do autor à autoridade competente para revoga-la.
(Nota nº 298, de 20 set. 84 – GCG).
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Evandro dos Santos da Costa
§ 3º - Nos casos de participação de ocorrência com policial-militar de OPM diversa daquela a que pertence o
signatário da parte, será este direta ou indiretamente notificado da solução dada, no prazo máximo de 6 (seis) dias
úteis. Expirando este prazo, deve o signatário da parte comunicar a citada ocorrência à autoridade a que estiver
subordinada.
§ 4º - A autoridade a quem a parte disciplinar e dirigida deve dar solução no prazo máximo de quatro dias úteis,
podendo, se necessário, ouvir as pessoas envolvidas, obedecidas às demais prescrições regulamentares, na
impossibilidade de solucioná-la nesse prazo, o motivo deverá ser publicado em boletim e, desse modo, o prazo
poderá ser prorrogado por até 20 (vinte) dias.
De início, cumpre salientar que o presente habeas corpus carece de instrução, não se encontrando nos autos o processo
administrativo disciplinar ora questionado – tanto que mereceu, da Procuradoria de Justiça, parecer no sentido do não
conhecimento da ação.
Contudo, superada a questão sobre a deficiência instrutória, verifica-se que se equivocam os impetrantes ao considerar
o prazo acima mencionado como sendo de natureza extintiva de punibilidade das transgressões disciplinares dos policiais
militares.
O caput do artigo 11 do decreto nº 6.579/83 determina que o policial militar, tendo conhecimento de fato contrário à
disciplina, possui a obrigação de levá-lo ao superior hierárquico, verbis:
“Art. 11 - Todo Policial Militar que tiver conhecimento de fato
contrário a disciplina, deverá participar ao seu Chefe Imediato,
por escrito ou verbalmente. Neste último caso, deve confirmar
a participação, por escrito, no prazo máximo de 48 horas.”
Por sua vez, o §4º do aludido dispositivo prevê o prazo de quatro dias para “dar solução à parte”, nos seguintes termos:
“§4º - A autoridade a quem a parte disciplinar é dirigida deve
dar solução no prazo máximo de quatro dias úteis, podendo, se
necessário, ouvir as pessoas envolvidas, obedecidas as demais
prescrições regulamentares. Na impossibilidade de solucioná-
la nesse prazo, o motivo deverá ser publicado em boletim e,
desse modo, o prazo poderá ser prorrogado por até 20 (vinte)
dias.”
O artigo 11 do Regulamento Disciplinar da PMERJ cuida da obrigação do policial militar de comunicar ao seu Chefe
imediato a ocorrência de fato contrário à disciplina que tiver ciência, não havendo qualquer relação com prazo
prescricional para aplicação de punições.
Parte é o documento pelo qual os fatos contrários à disciplina são comunicados ao superior hierárquico. Este, por
sua vez, possui quatro dias para dar solução à parte, ou seja, realizar seu mister, dentro de suas atribuições, podendo
acarretar desdobramentos outros, como a instauração de procedimentos, encaminhamento à autoridade diversa etc.
Tal entendimento torna-se incontestável através da leitura da Instrução Complementar ao Regulamento Disciplinar publicada
em 14 de fevereiro de 1985 no Boletim da PM de nº 32, que ainda demonstra não haver qualquer consequência
jurídica no caso de descumprimento do prazo ora questionado, verbis:
“2.4. PRAZOS PARA SOLUÇÃO
2.4.1. Quando o prazo de 48 (quarenta e oito) horas previsto no
caput do Art. 11 expirar em dia não útil ficará prorrogado até
o término do expediente do primeiro dia útil subsequente, não
sendo tal disposição aplicável quando houver a prisão com
base no §2º do Art. 11.
2.4.2. Quando a prisão, na forma do §2º do Art. 11 for
procedida pelo Comandante da OPM, a solução deverá ser
publicada dentro dos prazos estabelecidos no §4º do Art.
11referido.
2.4.3. Os limites de prazo previstos no §4º do Art. 11 para
solução de Partes, não corresponde, necessariamente, a
limites para apuração dos fatos delas constantes. Quando
a autoridade solucionar a Parte, determinando a
instauração de IPM ou Sindicância, a apuração dos fatos
poderá ocorrer em prazo superior àqueles limites.
2.4.4. O motivo da não solução, no prazo de 4 (quatro) dias
úteis e a consequente prorrogação pelo prazo de 20 (vinte)
dias, conforme o disposto no § 4º do Art. 11 deverá ser
mencionado por ocasião da publicação da solução.”
O Decreto nº 6.579/83 (Regulamento Disciplinar da PMERJ) não prevê prazo prescricional para aplicação de punições
disciplinares. Assim, silente a norma especial, utiliza-se a Administração Pública a Lei nº 5.427 de 2009, que estabelece
as diretrizes dos processos administrativos em âmbito estadual e prescreve em seu artigo 74 o prazo de cinco anos para apurar
infrações administrativas. In verbis:
23
Evandro dos Santos da Costa
§ 5º - A autoridade que receber a parte, não sendo competente para solucioná-la, deve encaminhá-la a seu superior
imediato.
Art. 12 – No caso de ocorrência disciplinar envolvendo policiais-militares de mais de uma OPM, caberá ao
Comandante, imediatamente superior na linha de subordinação apurar ou determinar a apuração dos fatos,
procedendo de conformidade com o art. 11 e seus parágrafos, do presente regulamento, com os que não sirvam
sob a sua linha de subordinação funcional.
Parágrafo único – No caso de ocorrência disciplinar envolvendo militares das Forças Armadas e policiais-militares,
a autoridade policial-militar competente deverá tomar as medidas disciplinares referentes aos elementos a ela
subordinados, informando o escalão superior sobre a ocorrência, as medidas tomadas e o que tiver sido apurado,
e, ainda, dando ciência do fato ao Comandante Militar interessado.
TÍTULO II
Transgressões Disciplinares
CAPÍTULO I
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
CAPÍTULO II
Julgamento das Transgressões
Art. 15 – O julgamento das transgressões deve ser precedido de um exame e de uma análise que considerem:
I – os antecedentes do transgressor;
II – as causas determinantes da transgressão;
III – a natureza dos fatos ou dos atos que a constituírem;
IV – as consequências que dela possam advir.
25
Evandro dos Santos da Costa
Art. 16 – No julgamento das transgressões podem ser levantadas causas que as justifiquem ou circunstâncias que
as atenuem e/ou as agravem.
Parágrafo único – Não haverá punição quando for reconhecida qualquer causa de justificação.
2.15 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85). p. 23
Art. 50 da Lei 5.427/2009 – O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou objeto da
decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
CPM
Art. 174. Exceder a faculdade de punir o subordinado, fazendo‑o com rigor não permitido, ou ofendendo‑o por palavra, ato ou
escrito.
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
CAPÍTULO III
Classificação das Transgressões
Art. 20 – A transgressão da disciplina deve ser classificada, desde que não haja causa de justificação, em:
I – leve;
II – média;
III – grave.
Parágrafo único – A classificação da transgressão compete a quem couber aplicar a punição, respeitadas as
considerações estabelecidas no art. 15 deste Regulamento.
Art. 21 – A transgressão da disciplina deve ser classificada como “grave” quando, não chegando a configurar crime,
constitua ato que afete o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor policial-militar ou o decoro da classe.
2.6 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85). p. 22
2.6. FALTA GRAVE
Além do disposto no Art. 21 será classificada como “grave” toda transgressão que, assim, haja sido classificada por
determinação do Comandante-Geral, em publicação prévia em Boletim da PM.
TÍTULO III
Punições Disciplinares
CAPÍTULO I
Gradações e Execução das Punições
27
Evandro dos Santos da Costa
Por isso é que a autoridade, a quem a parte disciplinar é dirigida, deve soluciona-la em 04 (quatro) dias úteis, no máximo, ou em
20 (vinte) dias (nesta última hipótese), após publicar em Boletim a impossibilidade de resolução no primeiro prazo – (Art. 11,
§4º do RDPM).
(...)
(Nota nº 423 - 14 Nov 91- DGP/DPA/SJD)
Art. 23 – As punições disciplinares a que estão sujeitos os policiais-militares, segundo a classificação resultante do
julgamento da transgressão, são as seguintes, em ordem crescente de gravidade:
I – advertência;
II – repreensão;
III – detenção;
IV – prisão e prisão em separado;
V – licenciamento e exclusão a bem da disciplina.
Parágrafo único – As punições disciplinares, cerceadoras de liberdade não podem ultrapassar de trinta dias.
Art. 24 – Advertência – é a forma mais branda de punir. Consiste numa admoestação feita verbalmente ao
transgressor, podendo ser em caráter reservado ou ostensivo.
2.11.4 acrescido as das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ através Bol da PM nº 72, de 28Set00.
p. 26
Considerando que, apesar da desnecessidade de sua publicação, implícita no artigo 24 e parágrafos do RDMERJ 2
e explícita no item 2.11.4 das suas Instruções Complementares (Bol PM nº. 072 de 28 Set 2000)3, a punição de
advertência enseja, por parte do policial militar transgressor, a possibilidade de recurso contra o referido ato punitivo,
em conformidade com os artigos 38, caput c/c 56, § único do mesmo regulamento 4;
Considerando os princípios esculpidos no artigo 37, caput da Constituição da República/19885 e no rol dos artigos
2º c/c 75 da Lei Estadual nº. 5.427 de 01 de abril de 20096;
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
Considerando a normatização sobre a aplicação das punições disciplinares, pública em Bol PM nº. 071 de 27 Abr
20107 e a sua consequente divulgação ao policial militar, através do Termo de Ciência de Recebimento de Punição
Disciplinar (Bol PM nº. 040 de 01 Set 2009)8;
Este Comandante Geral, no uso de suas atribuições previstas no artigo 74 do RDPMERJ 9, determina que as
punições disciplinares de advertência sejam públicas em Boletim Disciplinar Reservado (BDR), seguindo-se a regra
do item 13 da 3ª parte do Bol PM nº. 016 de 29 Jul 200910 e alterando a redação do item 1 da 4ª parte do Bol PM
nº. 072 de 28 Set 200011 da seguinte forma:
“2.11.4. A punição de ADVERTÊNCIA, registrada na ficha disciplinar e pública em Boletim Disciplinar Reservado
(BDR) deverá ser cancelada, automaticamente, decorridos 03 (três) anos de efetivo serviço, a contar da data do
referido registro, desde que não tenha sofrido qualquer outra punição no período mencionado.”
(TOMEM CONHECIMENTO AS OPMs INTERESSADAS)
(Nota nº. 2.375 – 10Ago2010 – CIntPM/SACPP/RUP)
§ 1º - Quando feita ostensivamente, a advertência, poderá sê-lo na presença de superior, no círculo de seus pares
ou na presença de toda ou parte da OPM.
§ 2º - A advertência, por ser verbal, não constará das alterações do punido, devendo, entretanto, ser registrada em
sua ficha disciplinar.
Art. 25 – Repreensão – é a punição que, publicada em boletim, não priva o punido da liberdade.
Art. 26 – Detenção – consiste no cerceamento da liberdade do punido, o qual deve permanecer no local que lhe for
determinado, normalmente o quartel, sem ficar, no entanto, confinado.
§ 1º - O detido comparece a todos os atos de instrução e serviços.
§ 2º - Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicou a punição, o Oficial ou Aspirante-a-Oficial pode ficar
detido em sua residência.
Art. 27 – Prisão – consiste no confinamento do punido em local próprio e designado para tal.
§ 1º - Os policiais-militares dos diferentes círculos de Oficiais e Praças estabelecidos no Estatuto dos Policiais-
Militares não poderão ficar presos no mesmo compartimento.
§ 2º - São lugares de prisão:
Para Oficial e Aspirante-a-Oficial – o determinado pelo Comandante do aquartelamento.
Para Subtenente e Sargento – compartimento denominado “Prisão de Subtenente e Sargento”.
Para as demais Praças – compartimento fechado denominado “Xadrez”.
§ 3º - Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicou a punição, o Oficial ou Aspirante-a-Oficial pode ter
sua residência como local de cumprimento de prisão, quando esta não for superior a 48 horas.
§ 4º - Quando a OPM não dispuser de instalações apropriadas, cabe à autoridade que aplicou a punição solicitar ao
escalão superior local para servir de prisão em outra OPM.
§ 5º - Os presos disciplinares devem ficar separados dos presos à disposição da Justiça.
§ 6º - Compete à autoridade que aplicar a primeira punição de prisão à praça, ajuizar da conveniência e necessidade
de não confinar o punido tendo em vista os altos interesses da ação educativa da coletividade e a elevação moral
da tropa. Nesse caso, esta circunstância será fundamentadamente publicada em Boletim da OPM e o punido terá o
quartel por menagem.
29
Evandro dos Santos da Costa
“Menagem é instituo legal previsto no Código de Processo Penal Militar (CPPM) e de aplicação exclusiva à Justiça Castrense.
Segundo o conceito dado pelo Dicionário Jurídico de Christovão Piragibe Tostes Malta e Humberto Magalhães é o benefício
concedido a militares, assemelhados e civis sujeitos à jurisdição militar e ainda não condenados, os quais assumem o
compromisso de permanecer no local indicado pela autoridade competente. É cumprida em uma cidade, quartel, ou mesmo na
própria habitação, sem rigor carcerário.
Dessa forma, a menagem pode ser considerada uma espécie de prisão provisória, pois o favorecido fica restrito a permanecer no
local para o qual ela foi concedida. Ressalte-se que, não obstante o cerceamento da liberdade de locomoção e o fato do período
de menagem não ser computado na pena (art. 268, CPPM), ela poderá ser considerada um benefício, pois não é cumprida sob os
rigores de uma prisão.
Para o preso ter direito a esse instituto deve preencher os seguintes requisitos:
a) a pena privativa do crime de que é acusado não pode exceder a quatro anos;
b) a natureza do crime não pode ter, por exemplo, requintes de crueldade, motivo torpe, traição;
c) o acusado deve ter bons antecedentes;
d) não pode ser reincidente.
Vejamos os dispositivos do CPPM sobre o tema:
Art. 263. A menagem poderá ser concedida pelo juiz, nos crimes cujo máximo da pena privativa da liberdade não exceda a
quatro anos, tendo-se, porém, em atenção a natureza do crime e os antecedentes do acusado (grifos nossos)
Art. 269. Ao reincidente não se concederá menagem.(grifos nossos)
Por fim, a menagem poderá ser cassada e cessada nos seguintes casos:
Art. 265. Será cassada a menagem àquele que se retirar do lugar para o qual foi ela concedida, ou faltar, sem causa justificada,
a qualquer ato judicial para que tenha sido intimado ou a que deva comparecer independentemente de intimação especial.(grifos
nossos)
Art. 267. A menagem cessa com a sentença condenatória, ainda que não tenha passado em julgado.
Parágrafo único. Salvo o caso do artigo anterior, o juiz poderá ordenar a cessação da menagem, em qualquer tempo, com a
liberação das obrigações dela decorrentes, desde que não a julgue mais necessária ao interesse da Justiça.(grifos nossos)”
Art. 28 – A prisão deve ser cumprida sem prejuízo da instrução e dos serviços internos; quando o for com prejuízo,
essa condição deve ser declarada em Boletim.
2.14.1; 2.14.2 e 2.17.2 das Instruções Complementares ao Regulamento
Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85). p. 22 e 23
2.14. APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DE PRISÃO
2.14.1. A punição de prisão será sempre sem fazer serviço, mas não deverá causar prejuízo à instrução nem aos serviços internos.
2.14.2. Os serviços internos, referidos no Art. 28, são os de rotinas essenciais ao desempenho das atividades administrativas da
OPM, não devendo, todavia, entre esses, constar os de guarda ou outros inerentes à segurança da OPM e de seus integrantes.
2.17.INÍCIO DE CUMPRIMENTO DE PUNIÇÃO DISCIPLINAR
2.17.1. O início de punição disciplinar conforme o prescrito no Art. 38, deverá ser considerado a partir do horário do término do
expediente a que se referir o Boletim que publicar a punição.
2.17.2. Estando o punido de serviço, deverá o mesmo ser substituído imediatamente, salvo se estiver empregado nos casos
previstos no Art. 28 (item 2.14 das presentes instruções).
2.17.3.Não estando o punido de serviço ou não estando presente no quartel, deverá o início do cumprimento da punição ocorrer
tão logo se apresente ao quartel ou ao receber ordem de prisão onde for encontrado, seja por escolta ou outra qualquer ordem
legal que garanta o início do cumprimento da punição em local próprio.
2.17.4. O tempo em que o punido tiver sido preso ou detido, anterior à publicação, será computado, qualquer que seja a punição
privativa de liberdade, que lhe for imposta.
Parágrafo único – O punido fará suas refeições no refeitório da OPM, a não ser que o Comandante determine o
contrário.
Art. 29 – Em casos especiais, a prisão pode ser agravada para “prisão em separado”, devendo o punido permanecer
confinado e isolado e fazer suas refeições no local da prisão.
Parágrafo único – A prisão em separado deve constituir, em princípio, a parte inicial do cumprimento da punição e
não poderá exceder à metade da punição aplicada.
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
Art. 30 – O recolhimento de qualquer transgressor à prisão, sem nota de punição publicada em Boletim Interno da
OPM, só poderá ocorrer por ordem das autoridades referidas nos incisos I, II e III do art. 10 deste Regulamento.
2.4.5 e 2.4.6 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85). p. 21
2.4.5. Quando ocorrer recolhimento à prisão, conforme o disposto no “caput” do Art. 30, no caso de o transgressor pertencer a
outra OPM, deverão ser adotadas medidas imediatas para que a solução da autoridade competente seja tomada dentro dos prazos
estabelecidos.
2.4.6. Quando a prisão for determinada em decorrência do disposto no parágrafo único do Art.30, o prazo para solução será de
20 (vinte) dias a partir do recolhimento.
Parágrafo único – O disposto neste artigo não se aplica no caso configurado no § 2º do art. 11, ou quando houver:
1) presunção ou indício de crime;
2) embriaguez;
3) ação de psicotrópicos;
4) necessidade de averiguação;
5) necessidade de incomunicabilidade.
Art. 31 – Licenciamento e Exclusão a bem da disciplina consiste no afastamento, “ex – offício”, do policial-militar
das fileiras da Corporação, conforme prescrito no Estatuto dos Policiais-Militares.
31
Evandro dos Santos da Costa
§ 1º - O licenciamento a bem da disciplina deve ser aplicado à Praça sem estabilidade assegurada, mediante a
simples análise de suas alterações, por iniciativa do Comandante da OPM, ou por ordem das autoridades
relacionadas nos incisos I, II e III do art. 10 deste Regulamento, quando:
1) a transgressão afetar o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor policial-militar e o decoro da classe;
2) no comportamento “Mau”, verificar-se a impossibilidade de melhoria de comportamento, conforme o disposto
neste Regulamento.
2.8 a 2.9.3 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
A Portaria/PMERJ nº 407, de 10Fev14, que trata das normas para funcionamento da Comissão de Revisão Disciplinar (CRD),
destina-se a julgar a incapacidade presumida das Praças da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro sem estabilidade
assegurada em permanecerem nas fileiras da Corporação, o que se fará através de processo disciplinar que propicie condições
para se defenderem.
Em seu artigo 4º prevê a submissão à CRD da praça referida no art. 1º da mencionada portaria que com a sua conduta irregular
venha a incidir nos seguintes casos:
(...)
IV – ingressado pela segunda vez no comportamento “mau”; e,
V – Ingressando no comportamento “mau” pela primeira vez, venha a ser punido com pena de prisão, desde classificada
como GRAVE.
Cabe informar, que a classificação do comportamento citada, nos incisos IV e V do art.
4º, para efeito de submissão a CRD, não são decorrentes da somatória das punições e sim
de uma única punição classificada como grave.
Esclarece que a Lei 443/81 (EPM), prevê no seu art. 42, a hipótese do policial militar que,
por sua atuação, se tornar incompatível com o cargo ou demonstrar incapacidade no
exercício de funções policiais-militares a ele inerentes, será afastado do cargo.
Isto posto, poderá o Comandante submeter a praça, com base no inciso II do art. 4º, da
Portaria/PMERJ nº 407/14, que tenha alcançado o comportamento “mau”, na somatória
de suas punições registradas na sua Ficha Disciplinar, verificando-se a impossibilidade
de melhoria de comportamento, item 2, §1º, do art. 31, do RDPM.
FALTA GRAVE
Além do disposto no art. 21, do RDPM, será classificada como “GRAVE” toda transgressão que, assim, haja sido classificada
por determinação do Comandante-Geral, em publicação prévia em Boletim da PM.
O artigo 120, da Lei 443/81 (EPM), dispõe sobre que a exclusão a bem da disciplina será aplicada ex-officio ao Aspirante-a-
Oficial PM ou às Praças com estabilidade assegurada.
O Decreto nº 2.155, de 31Out78, que trata do Conselho de Disciplina (CD), NÃO prevê submissão de praça por comportamento
disciplinar.
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
§ 2º - A exclusão a bem da disciplina deve ser aplicada ao Aspirante-a-Oficial e à Praça com estabilidade
assegurada, de acordo com o prescrito no Estatuto dos Policiais-Militares.
Art. 120 da Lei 443/81.
CAPÍTULO II
Normas para Aplicação e Cumprimento das Punições
Art. 32 – A aplicação da punição compreende uma descrição sumária, clara e precisa dos fatos e circunstâncias
que determinaram a transgressão, o enquadramento da punição e a consequente publicação em Boletim da OPM.
2.7.1 e 2.7.2das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
2.7. AVERBAÇÃO DE PUNIÇÃO
2.7.1. O registro de punições para fins de referência, controle e classificação do comportamento, será efetuado em ficha
disciplinar, contendo os elementos constantes do § 1º do Art.32.
2.7.2. Embora não constando das alterações do punido, ao ser este movimentado para outra OPM, seu Comandante deverá ser
informado das advertências registradas na ficha disciplinar.
33
Evandro dos Santos da Costa
[...]se durante o prazo legal para defesa, o defendente for movimentado para outra OPM, o Comandante, Chefe e Diretor deverá
abster-se de avaliar a hipótese, remetendo os autos à nova OPM do defendente, para que seu novo Comandante, Chefe e Diretor
analise o mérito.
Em outra hipótese, o policial militar respondeu DRD e seu Comandante despachou com punição, no entanto, não ocorreu a
publicação. Posteriormente, o policial foi movimentado para outra OPM, sendo enviada documentação à nova autoridade
detentora do poder disciplinar sobre ele, para avaliação e aplicação (publicação), devolvendo o DRD à OPM de origem para
controle e arquivo, conforme determinação publicada no Bol. da PM nº 151, de 16Ago2006 n/f do art. 10, IV, do Decreto nº
6.579/83.
Cabe esclarecer, que a assinatura da autoridade que aplica a punição ou justificação, apenas efetua a legalidade do ato (requisito
de validade), no entanto, o revestimento formal é a publicação (atributo), exigência do art. 32, §2º, do Decreto 6.579/83 (norma),
para divulgação oficial do ato e de seu conhecimento público e início de seus efeitos externos. Assim o ato somente torna-se
obrigatório para seus destinatários quando for publicado e após a publicação começa a contagem do prazo para o recurso.
“Publicação em Boletim – É o ato administrativo que formaliza a aplicação da punição ou a sua justificação.” (art. 32, §2º, do
Decreto 6.579/83)
“O início do cumprimento da punição disciplinar deve ocorrer com a distribuição do Boletim da OPM que publicar a aplicação
da punição.” (art. 38, do Decreto 6.579/83)
“O pedido de reconsideração de ato deve ser apresentado no prazo máximo de dois dias úteis, a contar da data em que o policial-
militar tomar oficialmente conhecimento dos fatos que o motivaram.” (art. 57, §2º, do Decreto 6.579/83)
“O Ato administrativo torna-se perfeito (concluído) quando cumprir os requisitos de existência jurídica, incluindo neste a
publicidade”.
contra ele, através de dois instrumentos básicos: 1) o direito de petição, pelo qual os indivíduos podem dirigir-se aos órgãos
administrativos para formular qualquer tipo de postulação; e 2) as certidões, que, expedidas por tais órgãos, registram a verdade
de fatos administrativos, cuja publicidade permite aos administrados a defesa de seus direitos ou o esclarecimento de certas
situações. Negado o exercício de tais direitos, ou ainda não veiculada a informação, ou veiculada incorretamente, terá o
prejudicado os instrumentos constitucionais para garantir a restauração da legalidade – o mandado de segurança e o habeas data.
Insta ainda destacar então, por fim, que o objetivo do princípio da publicidade visa demonstrar a transparência das atividades
públicas, no qual a população possa ter conhecimento do que os administradores estão fazendo, tendo como finalidade a
visibilidade da gestão pública como fator de legitimidade, proporcionando consenso, fiscalização, controle, democratização,
aproximação entre Estado e indivíduos, fazendo corresponder políticas oficiais e demandas sociais, eficiência, reformulação das
relações entre administrador e administrado, orientação social, informação e possibilidade de garantia do bom funcionamento
estatal, bem como a previsão de funcionalidade dos direitos dos administrados e, principalmente, instrumento de verificação de
princípios como legalidade, moralidade, proporcionalidade, imparcialidade, impessoalidade, entre outros. É a ampliação da
transparência que torna a gestão pública acessível à toda população, sendo possível a participação de toda a coletividade nos atos
praticados pela Administração Pública.
Podemos finalmente explanar sobre a conclusão do referido artigo, através dos pressupostos contidos em seu desenvolvimento,
que o Princípio da Publicidade está diretamente atrelado a idéia de transparência e, sobretudo, na divulgação dos atos praticados
pela Administração Pública, visando assim, que a população possa ter pleno conhecimento de tais atos, sendo totalmente
aplicável sua interferência através de manifestações que lhe são concedidas, buscando obter melhores prerrogativas e benefícios
para a população em geral, através da concessão dos direitos partilhados no que tange às condições expressamente apontadas
pelo referido princípio.
Referências Bibliográficas
1) Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 32º edição. São Paulo: Malheiros, 2006.
2) Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 24º edição, 2011. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2011”
Art. 33 – A aplicação da punição deve ser feita, com justiça serenidade e imparcialidade, para que o punido fique
consciente e convicto de que a mesma se inspira no cumprimento exclusivo de um dever.
Art. 34 – A publicação da punição imposta a Oficial ou Aspirante-a-Oficial, em princípio, deve ser feita em Boletim
Reservado, podendo ser em Boletim Ostensivo, se as circunstâncias ou a natureza da transgressão assim o
recomendarem.
35
Evandro dos Santos da Costa
§ 1º - No concurso de crime e transgressão disciplinar, quando forem da mesma natureza, deve prevalecer a
aplicação da pena relativa ao crime, se como tal houver capitulação.
§ 2º - A transgressão disciplinar será apreciada para efeito de punição, quando da absolvição ou da rejeição de
denúncia e arquivamento do processo.
CONSIDERANDO:
D E C R E T A:
Art. 1º Os parágrafos 1º e 2º do art. 35 do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, aprovado pelo Decreto nº
6.579, de 05 de março de 1983, passam a vigorar com a seguinte redação, acrescentando-se, ainda, o parágrafo
3º:
“Art. 35 - ...........................................................
§1º - As comunicações civis, penais e disciplinares poderão cumular-se, sendo umas e outras Independentes entre
si, bem assim as instâncias civil, penal e administrativa.
Não se confunde a responsabilidade administrativa com a penal, consistindo a primeira na tutela do bom funcionamento do
serviço público e dos fins por ele visado. O delito penal, ao contrário, tem delineamento preciso, disciplinado por um texto
legislativo ao qual se dá interpretação restritiva.
A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela mesma
falta, nem obriga a Administração a aguardar o desfecho dos demais processos (STF, RDA 35/148; TFR, RDA 35/146)
§2º - A absolvição criminal só afasta a responsabilidade administrativa e civil quando reconhecer provada a
Inexistência do fato ou negada a sua autoria.
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
§3º - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
imediata, mediante averiguação, sindicância ou processo administrativo disciplinar, Independentemente do
processo civil ou criminal a que eventualmente se sujeite o policial militar pelo fato, assegurados o contraditório e a
ampla defesa.”
ROSINHA GAROTINHO
Tomem conhecimento todos os órgãos interessados.
(Bol da PM nº 10 – 12 Ago 2004)
Art. 439, “a” do CPPM.
Arts. 368, 397 e 415 do CPM.
A Súmula 673, do Supremo Tribunal Federal, assim orienta: “O art. 125 § 4º, da Constituição, não impede a perda da graduação
de militar mediante procedimento administrativo”, valendo ressaltar que, esposando-se nas seguintes posições jurisprudenciais,
verbis:
A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela
mesma falta, nem obriga a Administração a aguardar o desfecho dos demais processos (STF, RDA 35/148; TFR, RDA 35/146).
A punição interna, autônoma que é, pode ser aplicada ao servidor antes do julgamento judicial do mesmo fato (STF, RT
227/586, 302/747).
Art. 36 – A aplicação da primeira punição classificada como “prisão” é da competência das autoridades referidas
nos incisos I, II, III e IV do art. 10 deste Regulamento.
Art. 37 – Nenhum policial-militar deve ser interrogado em estado de embriaguez ou sob a ação de psicotrópicos.
Art. 38 – O início do cumprimento da punição disciplinar deve ocorrer com a distribuição do Boletim da OPM que
publicar a aplicação da punição.
37
Evandro dos Santos da Costa
2.17 e 2.12 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
Neste sentido o CPC reforça a situação de grave na doença, como impedimento para citação e elenca outras hipóteses, a
saber:
Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I – de quem estiver participando de ato de culto religioso;
II – de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral
em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7(sete) dias seguintes;
III – de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
IV – de doente, enquanto grave o seu estado.
2.12.5. Comprovada a necessidade de LTSP, LTSPF, baixa à enfermaria ou hospital, ou afastamento inadiável da OPM do
Policial Militar cumprindo punição disciplinar restritiva de liberdade, será o cumprimento sustado pelo Comandante da OPM até
que cesse a causa da Interrupção.
2.17. INÍCIO DE CUMPRIMENTO DE PUNIÇÃO DISCIPLINAR
2.17.1. O início de punição disciplinar conforme o prescrito no Art. 38, deverá ser considerado a partir do horário do término do
expediente a que se referir o Boletim que publicar a punição.
2.17.2. Estando o punido de serviço, deverá o mesmo ser substituído imediatamente, salvo se estiver empregado nos casos
previstos no Art. 28 (item 2.14 das presentes instruções).
2.17.3. Não estando o punido de serviço ou não estando presente no quartel, deverá o início do cumprimento da punição ocorrer
tão logo se apresente ao quartel ou ao receber ordem de prisão onde for encontrado, seja por escolta ou outra qualquer ordem
legal que garanta o início do cumprimento da punição em local próprio.
2.17.4. O tempo em que o punido tiver sido preso ou detido, anterior à publicação, será computado, qualquer que seja a punição
privativa de liberdade, que lhe for imposta.
§ 1º - O tempo de detenção ou prisão, antes da respectiva publicação em boletim, não deve ultrapassar de 72 horas.
2.4.7 e 2.17.1 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
2.4.7. Quando o prazo de 72 (setenta e duas) horas, disposto no § 1º do Art.38, expirar em dia não útil, ficará prorrogado até o
término do expediente do primeiro dia útil subsequente.
2.17.1. O início de punição disciplinar conforme o prescrito no Art. 38, deverá ser considerado a partir do horário do término do
expediente a que se referir o Boletim que publicar a punição.
§ 2º - A contagem do tempo de cumprimento da punição vai do momento em que o punido for recolhido até aquele
em que for posto em liberdade.
Art. 39 – A autoridade que necessitar punir seu subordinado, estando ele à disposição ou a serviço de outra
autoridade, deve requisitar a esta a apresentação do transgressor, para aplicar-lhe a punição.
2.18 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
Parágrafo único – Quando o local determinado para o cumprimento da punição não for a sua OPM, pode-se solicitar
à autoridade sob as ordens da qual sirva o punido, que determine o recolhimento deste diretamente ao local
designado.
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
Art. 40 – O cumprimento da punição disciplinar, por policial-militar afastado do serviço, deve ocorrer após a sua
apresentação, pronto na OPM, salvo nos casos de preservação da disciplina e do decoro da Corporação.
Parágrafo único – Para o fim de cumprimento de punição disciplinar, a interrupção das licenças especial, para tratar
de interesse particular ou para tratamento de saúde de pessoa da família somente ocorrerá quando autorizada pelas
autoridades referidas nos incisos I, II, III e IV do art. 10 deste Regulamento.
Art. 41 – As punições disciplinares, de que trata este Regulamento, devem ser aplicadas de acordo com as
prescrições nele estabelecidas. A punição máxima que cada autoridade referida no art. 10 deste Regulamento
poderá aplicar, acha-se especificada no Quadro de Punição Máxima (Anexo II).
§ 1º - Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com ação disciplinar sobre o transgressor,
conhecerem de transgressão, à de nível mais elevado competirá punir, salvo se entender que a punição está dentro
dos limites de competência da de menor nível, caso em que esta comunicará ao superior a sanção disciplinar que
aplicou.
§ 2º - Quando uma autoridade, ao julgar uma transgressão, concluir que a punição a aplicar está além do limite
máximo que lhe é autorizado, solicitará à autoridade superior, com a ação disciplinar sobre o transgressor, a
aplicação da punição devida.
2.19 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
Art. 42 – A interrupção da contagem de tempo da punição, nos casos de baixa a hospital ou enfermaria e outros,
vai do momento em que o punido for retirado do local de cumprimento da punição até o seu retorno.
Parágrafo único – O afastamento e o retorno do punido ao local de cumprimento da punição devem ser publicados
em Boletim.
CAPÍTULO III
Modificações na Aplicação das Punições
Art. 43 – A modificação da aplicação de punição pode ser realizada pela autoridade que a aplicou ou por outra
superior e competente, quando tiver conhecimento de fatos que recomendem tal procedimento.
Parágrafo único – As modificações da aplicação da punição são:
1) anulação;
2) relevação;
3) atenuação;
4) agravação.
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Evandro dos Santos da Costa
Súmula 346:A Administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não
se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.
Art. 80/CERJ - A administração pública tem o dever de anular os próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais,
bem como a faculdade de revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados neste caso os direitos adquiridos,
além de observado, em qualquer circunstância, o devido processo legal.*
*Regulamentado pela Lei nº 3.870 de 24.06.02 (DORJ 25.06.02).
§ 1º - A anulação deve ser concedida quando for comprovada a ocorrência de injustiças ou ilegalidades na sua
aplicação;
§ 2º - A anulação far-se-á em obediência aos seguintes prazos:
1) em qualquer tempo e em qualquer circunstância, pelas autoridades especificadas nos incisos I e II do art. 10
deste Regulamento;
2) no prazo de 60 (sessenta) dias, pelas demais autoridades.
§ 3º - A anulação, se concedida durante o cumprimento da punição, importa em ser o punido posto imediatamente
em liberdade.
Art. 45 – A anulação da punição deve eliminar toda e qualquer anotação ou registro de sua aplicação, nas alterações
do policial-militar.
Bol da PM nº 179, de 27Set2016 - A anulação da sanção disciplinar deverá importar em sua total supressão da ficha disciplinar
do militar beneficiado.
Art. 46 – A autoridade que tome conhecimento de comprovada ilegalidade ou injustiça na aplicação de punição e
não tenha competência para anulá-la ou não disponha dos prazos referidos no § 2º do art. 44 deste Regulamento,
deve propor a anulação à autoridade competente, fundamentadamente.
............................................................................................
Este Comandante utilizando a principiologia da oportunidade, eis que consoante razões aduzidas pelo 2º Sgt PM (RG .....)
FULANO DE TAL e pelo Sd PM (RG ...) BELTRANO, verificando-se que inobstante a punição imposta não restar demonstrada
injustiça ou ilegalidade, este Comandante atenua de 15 (quinze) dias para 02 (dois) dias de detenção, de acordo com os moldes
preconizados no Art 48 do RDPMERJ.
Cotejando os fundamentos do pedido, verifica-se a sua absoluta procedência, ao que com arrimo no Art 80, CERJ e na
forma do Art 44 do RDPMERJ anulo a sanção guerreada.
Em consequência providencie a SAI/SsJD a extração do registro da sanção da Ficha Disciplinar da praça beneficiaria
de tal medida.
Publique-se em Bol Interno da Unidade
....................................................................................................................................
Art. 48 – A atenuação consiste na transformação da punição proposta ou aplicada em uma menos rigorosa, se
assim o exigir o interesse da disciplina e da ação educativa do punido.
Art. 49 – A agravação é a transformação da punição proposta ou aplicada em outra mais rigorosa, se assim o exigir
o interesse da disciplina e da ação educativa do punido.
Parágrafo único – A “prisão em separado” é considerada como uma das formas de agravação de punição de prisão
para praça.
Art. 50 – São competentes para anular, relevar, atenuar e agravar as punições impostas por si ou por seus
subordinados as autoridades discriminadas no art. 10, devendo essa decisão ser justificada em Boletim.
Vide 2.20 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
TÍTULO IV
Comportamento Policial-Militar
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Evandro dos Santos da Costa
Art. 51 – O comportamento policial-militar das Praças espelha o seu procedimento sob o ponto de vista disciplinar.
§ 1º - A classificação, reclassificação e melhoria de comportamento, são da competência do Comandante-Geral e
dos Comandantes de OPM, obedecido o disposto neste capítulo e necessariamente publicadas em Boletim.
§ 2º - Ao ser incluída na Polícia Militar, a Praça será classificada no comportamento “BOM”.
Art. 53 – A reclassificação do comportamento das Praças, com punição de mais de 20 (vinte) dias, agravada para
“prisão em separado”, é feita automaticamente para o comportamento “Mau”, qualquer que seja o seu
comportamento anterior.
2.23 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85) p. 25
MELHORIA DE COMPORTAMENTO
A melhoria de classificação de comportamento para o punido nos termos do art. 53 deverá obedecer aos seguintes prazos:
2.23.1. Insuficiente – quando no período de 1 (um) ano de efetivo serviço não sofrer qualquer punição (do mau para o
insuficiente);
2.23.2.Bom - Quando no final de 2 (dois) anos de efetivo serviço não sofra qualquer punição (do insuficiente para bom).
(Nota s/nº - 13 Fev 85 – GCG)
Art. 54 – A contagem de tempo para melhoria de comportamento opera automaticamente nos prazos estabelecidos
no art. 52 deste Regulamento, contados a partir da data em que se encerra o cumprimento da punição.
Art. 55 – Para o exclusivo efeito de classificação, reclassificação e melhoria de comportamento, de que trata este
capítulo:
I – 2 (duas) repreensões equivalem a 1 (uma) detenção;
II – 2 (duas) detenções equivalem a 1 (uma) prisão.
(um repreensão = 0,25 de prisão)
TÍTULO V
Direitos e Recompensas
CAPÍTULO I
Apresentação de Recursos
Art. 56 – Interpor recursos disciplinares é o direito concedido ao policial-militar que se julgue, ou julgue subordinado
seu, prejudicado, ofendido ou injustiçado por superior hierárquico, na esfera disciplinar.
Art. 49, §1º, 2, da Lei 443/81 (prescrição).
Art. 49 - O policial-militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo ou disciplinar de superior
hierárquico poderá recorrer ou interpor pedido de reconsideração, queixa ou representação, segundo legislação vigente na
Corporação.
§ 1º - O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:
1 - em 15 (quinze) dias corridos, a contar do recebimento da comunicação oficial, quanto a ato que decorra da inclusão em quota
compulsória ou de composição de Quadro de Acesso; e
2 - em 120 (cento e vinte) dias corridos, nos demais casos.
§ 2º - O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos coletivamente.
Lei nº 5427/2009 –Art. 58 Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo Único – Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução a autoridade recorrida
ou imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, atribuir efeito suspensivo.
2.1.5 e 2.21 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
2.1.5. As autoridades com competência para aplicar punições, julgar recursos ou conceder recompensas, devem difundir,
prontamente, a informação dos seus atos aos órgãos interessados, considerando as normas, os prazos estabelecidos e os reflexos
que tais atos tem na situação e no acesso do pessoal Policial Militar.
2.21. Os prazos para apresentação de recursos disciplinares, previstos no art. 56, começarão a ser contados:
2.21.1. A partir do término do cumprimento da punição disciplinar, quando privativa de liberdade;
12, da Tramitação de DRD Corporação – Orientação
aos Comandantes, Chefes e Diretores de OPM –
Republicação (Bol da PM nº 131, de 15Ago2008).
43
Evandro dos Santos da Costa
Art. 57 – Reconsideração de Ato – é o recurso interposto mediante requerimento, por meio do qual o policial-militar,
que se julgue, ou julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou injustiçado, solicita à autoridade que praticou o
ato, que reexamine sua decisão e reconsidere seu ato.
Súmulas 346 e 473 do STF n/f Art. 80/CERJ.
2.20 das Instruções Complementares ao RDPMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
As Instruções complementares no seu nº 2.20, diz que “as modificações previstas nos
art. 43 e 44, na forma do art. 50, não poderão ser realizadas pelas autoridades
substitutas em relação aos atos das substuidas”. No entanto, o art. 57, diz que a
solicitação do recurso é feita a autoridade que praticou o ato e o art. 50, diz que as
autoridades competentes para modificar as punições são as discriminadas no art.
10, onde diz que a competência é conferida ao cargo e não ao grau hierárquico.
Portanto, independentemente da lotação atual do punido, compete a autoridade que
aplicou a punição, em outra hipótese não estando mais investida no cargo, o ato
praticado pela administração poderá ser revista por qualquer outra pessoa que esteja
ocupando aquele cargo.
§ 1º - O pedido de reconsideração de ato deve ser encaminhado através da autoridade a quem o requerente estiver
diretamente subordinado.
§ 2º - O pedido de reconsideração de ato deve ser apresentado no prazo máximo de dois dias úteis, a contar da
data em que o policial-militar tomar oficialmente conhecimento dos fatos que o motivaram.
Bol. da PM 040 – 01Set09 (Ciência de recebimento de punição)
§ 3º - A autoridade a quem é dirigido o pedido de reconsideração de ato, deve dar despacho ao mesmo no prazo
máximo de quatro dias úteis.
Bol. da PM 040 – 01Set09
2.21 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
2.18. PRAZO PARA RECURSOS
Os prazos para apresentação de recursos disciplinares, previstos no art. 56, começarão a ser contados:
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
§ 1º - A apresentação da queixa só é cabível após o pedido de reconsideração de ato ter sido solucionado e
publicado em Boletim da OPM onde serve o queixoso.
§ 2º - A apresentação da queixa deve ser feita dentro de um prazo de cinco dias úteis, a contar da publicação em
Boletim da solução de que trata o parágrafo anterior.
§ 3º - O queixoso deve comunicar, por escrito, à autoridade de quem vai se queixar, o objeto de recurso disciplinar
que irá apresentar.
§ 4º - O queixoso deve ser afastado da subordinação direta da autoridade contra quem formulou o recurso, até que
este seja julgado. Deve, no entanto, permanecer na localidade onde se situa a OPM em que serve, salvo no caso
da existência de fatos que contraindiquem essa permanência.
Art. 59 – Representação – é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob forma de ofício ou parte, interposto por
autoridade que julgue subordinado seu estar sendo vítima de injustiça ou prejudicado em seus direitos, por ato de
autoridade superior.
Parágrafo único – A apresentação desse recurso disciplinar deve seguir os mesmos procedimentos prescritos no
art. 58 e seus parágrafos, deste Regulamento.
Art. 60 – A apresentação de recurso disciplinar, mencionado no parágrafo único do art. 56 deste Regulamento, deve
ser feita individualmente; tratar de caso específico; cingir-se aos fatos que o motivaram; fundamentar-se em novos
argumentos, provas ou documentos comprobatórios e elucidativos e não apresentar comentários.
§ 1º - O prazo para a apresentação de recurso disciplinar, pelo policial-militar que se encontre cumprindo punição
disciplinar, executando serviço ou ordem que motive a apresentação do mesmo, começa a ser contado logo que
cessem as situações referidas.
2.21 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol. da PM nº 32, de 14Fev85).
45
Evandro dos Santos da Costa
12, da Tramitação de DRD Corporação – Orientação aos Comandantes, Chefes e Diretores de OPM – Republicação (Bol da PM
nº 131, de 15Ago2008).
§ 2º - O recurso disciplinar que contrarie o prescrito neste capítulo será considerado prejudicado pela autoridade a
quem foi destinado, cabendo a esta mandar arquivá-lo e publicar sua decisão em Boletim, fundamentadamente.
§ 3º - A tramitação de recurso deve ter tratamento de urgência em todos os escalões.
CAPÍTULO II
Cancelamento de Punições
Art. 61 – Cancelamento de punição é o direito concedido ao policial-militar de ter cancelada a averbação de punições
e outras notas a elas relacionadas, em suas alterações.
Art. 62 – O cancelamento da punição é conferido ao policial-militar que o requerer dentro das seguintes condições:
I – Não ser a transgressão objeto da punição, atentatória ao sentimento de dever, à honra, ao pundonor policial-
militar ou ao decoro da classe;
II – Ter bons serviços prestados, comprovados pela análise de suas alterações;
III – Ter conceito favorável de seu Comandante;
IV – Haver completado, sem qualquer punição:
a) 9 (nove) anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de prisão;
b) 5 (cinco) anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for detenção ou repreensão.
Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol. da PM nº 32, de 14Fev85).
2.11. CANCELAMENTO DE PUNIÇÕES DISCIPLINARES
2.11.1. A contagem dos prazos, estipulados no inciso IV do Art. 62, para o cancelamento de punições, começa a partir da data:
2.11.1.1.De publicação, no caso de repreensão;
2.11.1.2.De cumprimento do último dia de determinação ou de prisão.
2.11.2. Nenhuma das três punições acima referidas poderá ser cancelada:
2.11.2.1.Sem que se tenha completado o seu respectivo prazo de cancelamento;
2.11.2.2.Enquanto, durante o prazo de cancelamento, suceder outra a cancelar;
2.11.2.3.Sem que todas as punições, consideradas isoladamente, satisfaçam seu respectivo prazo de cancelamento.
2.11.3. O requerimento para cancelamento de punição disciplinar deverá obedecer cumulativamente a todos os incisos do Art.
62.
Bol. da PM n.º 093 – 23 Maio 17
PORTARIA PMERJ N.º 769, DE 23 de MAIO DE 2017
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ATO DO COMANDANTE GERAL
INSTITUI PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PARA INSTRUÇÃO DOS REQUERIMENTOS DE
CANCELAMENTO DE PUNIÇÃO
O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições
legais, que lhe confere o artigo 74, do Decreto nº. 6.579, de 05 de março de 1983, RESOLVE:
Art. 1º Ficam instituídos os procedimentos que deverão ser adotados para instrução dos requerimentos de cancelamento de
punição na PMERJ.
Parágrafo único - Nos requerimentos de cancelamento de punição, encaminhados à Corregedoria, além de se observar o fiel
cumprimento dos ditames emanados nos artigos 62 e 64 do RDPMERJ e no item nº 2.11.3 das Instruções Complementares ao
Regulamento Disciplinar da PMERJ, deverão estar apensos, obrigatoriamente, os seguintes documentos:
I - Ficha Disciplinar atualizada, quando for a hipótese, em estreita observância aos enunciados administrativos nº 1, 2 e 3,
públicos no Bol da PM nº 181, de 29 set 16;
II - Cópia reprográfica autenticada pelo Chefe da SsJD ou extrato, no caso de documentos reservados, do Boletim Interno
da Unidade, Boletim Interno Reservado da Unidade, Boletim Disciplinar Reservado Interno, Boletim da PMERJ, Boletim
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
Reservado da PMERJ ou Boletim Disciplinar Reservado da PMERJ, que comprovem a publicação da sanção disciplinar do
requerente, sendo suficiente a apresentação de somente um dos documentos acima elencados; e,
III - Nas punições de DETENÇÃO e PRISÃO a serem canceladas, cópia reprográfica autenticada pelo Chefe da SsJD do
Boletim Interno da Unidade, Boletim Interno Reservado da Unidade, Boletim Disciplinar Reservado Interno, Boletim da
PMERJ, Boletim Reservado da PMERJ, Boletim Disciplinar Reservado da PMERJ ou do Livro de Partes Diárias, dos
tópicos em que constam os registros do cumprimento da sanção, ou seja, documentos que comprovem o início e término
da punição disciplinar, sendo suficiente a apresentação de somente um dos documentos acima.
Art. 2º Além dos documentos acima mencionados, deverão ser anexados ainda:
I - Na hipótese do art. 62, item II, do RDPMERJ: Cópia das Folhas de Alterações e/ou Certidão de Elogios, devidamente
autenticada, nas quais se comprovem os bons serviços prestados pelo requerente, devendo estas possuírem datas posteriores
a data da última sanção disciplinar a ser cancelada, os quais serão aferidos mediante análise criteriosa;
II - Na hipótese do art. 64 do RDPMERJ: Cópia dos Diplomas das Medalhas concedidas pela PMERJ, devidamente
autenticadas, que poderão possuir data anterior a da sanção disciplinar a ser cancelada e/ou Exposição de Motivos com
a apresentação das justificativas das ações de interesse ou benefício para Corporação realizadas pelo requerente, os quais
serão aferidos mediante análise criteriosa;
III - Na hipótese do art. 62, item III, do RDPMERJ, o Conceito favorável do Comandante, Chefe, Diretor ou Coordenador de
OPM, na forma de um Parecer Circunstanciado, devidamente fundamentado, no caso do deferimento e encaminhamento do
pedido de cancelamento de punição; e,
IV - Na hipótese do art. 64 do RDPMERJ, Parecer Circunstanciado do Comandante, Chefe, Diretor ou Coordenador de OPM,
devidamente fundamentado, no caso do deferimento e encaminhamento do pedido de cancelamento de punição.
Art. 3º A Averbação de diplomas ou certificados de: Cursos ou estágios realizados na PMERJ, Coirmãs, outros órgãos Policiais
ou em alguma instituição pertencente as Forças Armadas; Graduação, Pós Graduação, Mestrado ou Doutorado e Medalhas
concedidas pela PMERJ, poderão possuir data anterior a da punição a ser cancelada, contudo, somente servirão para
análise uma vez, sendo vedada sua juntada para uma segunda análise de cancelamento de punição.
I - Para controle, deverá ser publicado no Boletim Reservado Disciplinar os documentos apresentados pelo requerente para o
cancelamento da punição.
II – Quando da apresentação de outro requerimento de cancelamento de punição, será obrigatória a juntada de todos Boletins
que cancelou punições do solicitante.
Art. 4º O Chefe da SsJD é o responsável por fiscalizar se todos os itens prescritos na presente publicação estão
devidamente anexados, bem como, se ocorreu a utilização de diplomas, certificados ou medalhas, anteriormente
mencionados, por mais de uma vez. Por esta razão, quando o requerimento tiver como finalidade o cancelamento de punição,
além dos campos SITUAÇÃO JUDICIÁRIA e SITUAÇÃO DISCIPLINAR, constantes da Folha de Requerimento, o Chefe da
SsJD deverá preencher e assinar o campo: PARECER DO SECRETÁRIO DA OPM, a fim de instruir seu Comandante, Chefe,
Diretor ou Coordenador para o deferimento ou não do pedido.
Art. 5º A ausência de quaisquer dos documentos mencionados ou do Conceito/Parecer favorável do Comandante, Chefe, Diretor
ou Coordenador de OPM, implicará no indeferimento de plano e consequente arquivamento do requerimento.
Art. 6º Os requerimentos que forem remetidos à Corregedoria sem a observância das determinações descritas na presente portaria,
não serão analisados e, por conseguinte, serão restituídos para a Unidade de origem sem decisão de mérito.
Art. 7º A remessa de requerimentos à Corregedoria sem o cumprimento do prescrito nesta portaria ensejará em responsabilização
do Chefe da SsJD, pela desídia no cumprimento dos seus deveres previstos nesta; e do Comandante, Chefe, Diretor ou
Coordenador da OPM, subsidiariamente, por não ter fiscalizado os atos do Chefe da SsJD.
Art. 8º Serão considerados:
I - BONS SERVIÇOS PRESTADOS:
a) Elogios individuais ou coletivos;
b) Averbação de diplomas ou certificados de cursos ou estágios realizados na PMERJ, Coirmãs, outros órgãos Policiais ou em
alguma instituição pertencente às Forças Armadas;
c) Averbação de diplomas de Graduação, Pós-Graduação, Mestrado ou Doutorado.
II - RELEVANTES SERVIÇOS:
a) Medalhas concedidas pela PMERJ;
b) Ações que, a critério do Comandante Geral da PMERJ, forem julgadas de interesse ou benefício para a Corporação.
Art 9º Esta Portaria entrará em vigor 30 (trinta) dias após sua publicação, revogando-se as publicações contidas na 4ª parte, item
22, do Bol da PM nº 151, de 16 agosto de 2006 e na 4ª parte, item 1, do Bol da PM nº 203, de 31 outubro de 2012.
Quartel General, em 23 de maio de 2017.
WOLNEY DIAS FERREIRA – CORONEL PM
COMANDANTE GERAL
Tomem conhecimento e providenciem: todas as OPMs.
(Nota n.º 0551, de 23/05/2017)
Bol da PM nº 151, de 16Ago2006.
Bol da PM nº 181, de 29Set2016.
47
Evandro dos Santos da Costa
Bol da PM nº 203, de 31Out12 – determina que as SsJD analisem os documentos com fulcro nos artigos 62 e 64 do RDPMERJ,
antes de enviar à CIntPM.
Art. 63 – A entrada de requerimento para cancelamento de punição, bem como a solução dada ao mesmo, deve
contar em Boletim.
Parágrafo único – A solução do requerimento de cancelamento da punição é da competência do Comandante-
Geral, exceto quando a punição houver sido aplicada pelo Governador do Estado, quando caberá a esta autoridade
a solução.
Art. 64 – O Comandante-Geral pode cancelar uma ou todas as punições de policial-militar que comprovadamente
tenha prestado relevantes serviços, independentemente das condições enunciadas no art. 62 do presente
Regulamento e do requerimento do interessado.
Bol da PM nº 203, de 31Out12 – determina que as SsJD analisem os documentos com fulcro nos artigos 62 e 64 do RDPMERJ,
antes de enviar à CIntPM.
BDR da PM nº 168, de 06Set12 – arquivem os requerimentos de punição encaminhados à CIntPM com fundamento na publicação
contida no Bol da PM nº 086, de 12Mai11, em razão de ausência de previsão legal nas normas em vigor na Corporação.
Art. 65 – Todas as anotações relacionadas com as punições canceladas devem ser tingidas de maneira que não
seja possível a sua leitura. Na margem onde for feito o cancelamento, deve ser anotado o número e a data do
Boletim da autoridade que concedeu o cancelamento, sendo essa anotação rubricada pela autoridade competente
para assinar as folhas de alterações.
A anulação da sanção disciplinar deverá importar em sua total supressão da ficha disciplinar do
militar beneficiado.
Enunciado n.º 03
O cancelamento de sanção disciplinar não confere à ficha disciplinar o caráter “negativo”.
Em consequência dos Enunciados supra, quando do cancelamento de sanções disciplinares a Ficha Disciplinar deverá ser
confeccionada da seguinte forma:
CAPÍTULO III
Das Recompensas
Art. 66 – Recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados por policiais-militares.
49
Evandro dos Santos da Costa
Comandante Geral
OBS:
1. No tópico “ORIGEM” deve ser consignada a origem do Boletim no qual se deu a publicação (ex.: “PMERJ”, “5º BPM”).
2. Somente os fatos publicados a partir da vigência desta Portaria deverão constar da Certidão, sem prejuízo de que sejam
acostadas ao PAD ou PA, por iniciativa do interessado, cópias de publicações inerentes a datas anteriores.
_______________________________________
Nome completo – GH – RG
Chefe da SsJD
§ 1º - O elogio individual, que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais, somente poderá ser formulado
a policiais-militares que se hajam destacado do resto da coletividade no desempenho do ato de serviço ou ação
meritória. Os aspectos principais que devem ser abordados são os referentes ao caráter, coragem, desprendimento
e inteligência, às condutas civil e policial-militar, à competência como instrutor, Comandante ou administrador e à
capacidade física.
§ 2º - Só serão registrados nos assentamentos dos policiais-militares os elogios individuais obtidos no desempenho
de funções próprias a policial-militar e concedidos por autoridade com atribuição para fazê-lo.
§ 3º - O elogio coletivo visa a reconhecer e a ressaltar um grupo de policiais-militares ou fração de tropa ao cumprir
destacadamente uma determinada missão.
§ 4º - Quando a autoridade que elogiar não dispuser de Boletim para a publicação, esta dever ser feita mediante
solicitação escrita, no da autoridade imediatamente superior.
2.13 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
Art. 70 – As dispensas da revista do recolher e do pernoite no quartel podem ser incluídas em uma mesma
concessão e não justificam a ausência do serviço para o qual o aluno está ou for escalado e nem da instrução a que
deva comparecer.
Art. 71 – São competentes para conceder as recompensas de que trata este capítulo, as autoridades especificadas
no art. 10 deste Regulamento.
Art. 72 – São competentes para anular, restringir ou ampliar as recompensas concedidas por si ou por seus
subordinados as autoridades especificadas no art. 10, devendo essas decisões ser justificadas em Boletim.
TÍTULO VI
Disposições Finais
Art. 73 – Os julgamentos a que forem submetidos os policiais-militares, perante Conselho de Justificação ou
Conselho de Disciplina, serão conduzidos segundo normas próprias ao funcionamento dos referidos Conselhos.
Parágrafo único – As causas determinantes que levam o policial-militar a ser submetido a um desses Conselhos,
“ex-officio” ou a pedido e as condições para a sua instauração, funcionamento e providências decorrentes, estão
estabelecidas na legislação que dispõe sobre os citados Conselhos.
I – INTRODUÇÃO
As transgressões disciplinares, a que se refere o inciso I do artigo 14 do RDPM, são neste Anexo enumeradas e
especificadas.
A numeração deve servir de referência para o enquadramento e publicação em Boletim Interno, da punição ou da
justificação da transgressão.
51
Evandro dos Santos da Costa
II – RELAÇÃO DE TRANSGRESSÕES
2.2 das Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da PMERJ (Bol da PM nº 32, de 14Fev85).
1) Faltar à verdade.
Faltar à verdade: é o simples fato de deixar de dizer a verdade, é calar-se perante o falso;
Verdade à Realidade, exatidão. Sinceridade, boa-fé. Princípio certo e verdadeiro; axioma. Juízo ou proposição que não se pode
negar racionalmente.
Omitir deliberadamente informações que possam conduzir à apuração de uma transgressão disciplinar: omitir-se perante o
conhecimento da verdade de qualquer informação que possa simplesmente levar a apuração de transgressão disciplinar, ou seja,
basta que a informação omitida possa ensejar em simples apuração de transgressão.
2) Utilizar-se do anonimato.
É de qualquer forma, por ação ou omissão, utilizar de anonimato.
Objeto jurídico –> É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
3) Concorrer para a discórdia ou desarmonia e/ou cultivar inimizade entre camaradas.
Concorrer para discórdia ou desarmonia: é concorrer, participar de qualquer forma para a discórdia ou a desarmonia.
Discórdia à Discordância. Desavença. Desinteligência entre duas ou mais pessoas. Desarmonia. Dissensão, luta, discussão.
Contradição;
Desarmonia à Falta de harmonia; dissonância. Desacordo, discordância, divergência, oposição.
Cultivar inimizade entre militares ou seus familiares: ocorre por ação ou omissão, entre o agente e um terceiro ou o agente cultiva
a inimizade entre terceiros. Estes terceiros devem ser obrigatoriamente militares ou seus familiares.
Inimizade à Falta de amizade. Aversão, desarmonia, desinteligência, malquerença.
Objeto jurídico –> É a civilidade. cultiva a inimizade entre terceiros. Estes terceiros devem ser obrigatoriamente militares ou
seus familiares.
Inimizade à Falta de amizade. Aversão, desarmonia, desinteligência, malquerença.
Objeto jurídico –> É a civilidade.
Norma - Aquilo que se estabelece como base ou medida para a realização ou a avaliação de alguma coisa; norma de serviço;
normas jurídicas; normas diplomáticas; princípio, preceito, regra, lei, modelo, padrão: norma de conduta, de ação; tipo
concreto ou fórmula abstrata do que deve ser, em tudo o que admite um juízo de valor.
Aqui pode ocorrer o crime de Inobservância de Lei, regulamento ou instrução previsto no art. 324 do CPM.
Deixar, no exercício de função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à prática de ato prejudicial à
administração militar
8) Deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito de suas atribuições, quando se
julgar suspeito ou impedido de providenciar a respeito.
Deixar de comunicar ocorrência no âmbito de suas atribuições a superior imediato, naqueles casos em que o militar se julgar
suspeito ou impedido de tomar providências a respeito.
Comunicar a tempo é comunicar a tempo suficiente para que o superior possa tomar as providências, diligências, ordens e etc.,
necessárias a elucidação da ocorrência.
9) Deixar de comunicar ao superior imediato ou, na ausência deste, a qualquer autoridade superior, toda
informação que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública ou grave alteração de serviço, logo que
disto tenha conhecimento.
10) Deixar de informar processo que lhe for encaminhado, exceto em caso de suspeição ou impedimento,
ou absoluta falta de elementos, hipótese em que estas circunstâncias serão fundamentadas.
– Instrução Atos necessários, peças, diligências, formalidades, alegações e provas que ajudam a esclarecer a relação litigiosa e
dão ao juiz da causa elementos para julgá-la.
11) Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no mais curto prazo, recurso
ou documento que receber, desde que elaborado de acordo com os preceitos regulamentares, se não estiver
na sua alçada dar solução.
12) Retardar ou prejudicar medidas ou ações de ordem judicial ou parcial de que esteja investido ou que
deva promover.
Retardar – Fazer chegar mais tarde. Tornar lento; atrasar, demorar: Enfraquecer o andamento de; tornar vagaroso. Chegar tarde;
atrasar-se, demorar-se. Tornar menos rápido. Adiar, diferir: Retardar um despacho. Andar devagar; caminhar lentamente.
13) Apresentar parte ou recurso sem seguir as normas e preceitos regulamentares, ou em termos
desrespeitosos, ou com argumentos falsos ou de má fé, ou mesmo sem justa causa ou razão.
Aqui várias são as ações que podem ser cometidas pelo militar.
Apresentar parte ou recurso:
- suprimindo instância administrativa;
- dirigindo para autoridade competente;
- repetindo requerimento já rejeitado pela mesma autoridade;
- empregando termos desrespeitosos.
Recurso – Meio pelo qual o vencido pode obter a anulação ou reforma, total ou parcial, de uma decisão.
Parte – A parte deve ser clara, precisa e concisa; qualificar os envolvidos e a testemunhas; discriminar bens e valores; precisar
local, data e hora da ocorrência e caracterizar as circunstâncias que envolverem o fato, sem tecer comentários ou emitir opiniões
pessoais.
14) Dificultar ao subordinado a apresentação de recursos.
15) Deixar de comunicar ao superior a execução de ordem recebida tão logo seja possível.
Comunicar tão logo possível é comunicar na primeira oportunidade o superior sobre a execução da ordem.
16) Retardar a execução de qualquer ordem.
17) Aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de autoridade competente, ou para
retardar a sua execução.
Aqui a simples instigação já caracteriza a transgressão.
18) Não cumprir ordem recebida.
53
Evandro dos Santos da Costa
35) Fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, transação pecuniária envolvendo assunto de serviço,
bens da Administração Pública ou material proibido, quando isso não configurar crime.
36) Não atender à obrigação de dar assistência à sua família ou dependentes legalmente constituídos.
37) Deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência ou incúria, medidas contra
qualquer irregularidade de que venha a tomar conhecimento.
Negligência conforme FÜHRER:
A culpa consiste na prática não intencional do delito, faltando, porém, o agente a um dever de atenção e cuidado. Modalidades
da culpa são a negligência, a imprudência e a imperícia.
A negligência é a displicência, o relaxamento, a falta de atenção devida[4]
Latim:Oblivio signum negligentiae –> Esquecimento é sinal de negligência.
40) Não zelar devidamente, danificar ou extraviar, por negligência ou desobediência a regra ou norma de
serviço, material da Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal, que esteja ou não sob sua responsabilidade
direta.
Condutas:
- não zelar devidamente;
- danificar;
- extraviar por negligência;
- desobediência das regras e normas de serviço;
a. Material ou animal da União, documento oficiais;
b. Que estejam ou não sob sua responsabilidade direta ou concorrer para tal.
Aqui pode ocorrer o crime de Dano simples previsto no art. 259, do CPM.
Destruir, inutilizar, deteriorar ou fazer desaparecer coisa alheia.
41) Ter pouco cuidado com o asseio próprio ou coletivo, em qualquer circunstância.
Analisando o número 23 do anexo I:
“Não ter” –> Deixar de ter; Falta com algo.
“pelo preparo próprio” –> Pela preparação anterior própria; Previsão individual; Antevisão própria.
“ou pelo de seus comandados, instruendos ou educandos” –> Pela preparação do subordinado; Instrução repassada a subordinado
anteriormente; Prévia orientação repassada a subordinado anteriormente;
“a dedicação imposta pelo sentimento do dever” –> Dedicação devida ao sentimento de dever próprio do militar, apresentado
através de correção de atitudes, obediência pronta às ordens dos superiores hierárquicos, dedicação integral ao serviço e a
colaboração espontânea para a disciplina coletiva e a eficiência da Corporação Militar.
Ao ingressar na corporação o militar estadual presta o compromisso de aceitar todos os valores profissionais e éticos, bem como
o de sentimento do dever.
Segundo o Ilmo. Cel. QOPM Irineu Ozires Cunha:
Para o Cel PM RR Wilson Odirley Valla, é fundamental prestar a atenção ao conceito, pois que não bastam apenas a
observância, o acatamento e o cumprimento do dever. As peculiaridades da vida castrense exigem muito mais da disciplina, ou
seja, o seu acatamento integral, o perfeito cumprimento do dever e a sua rigorosa observância. Acrescenta que na vida militar
não existe DISCIPLINA PELA METADE.
A questão, disciplina, envolve todo um conceito de ética e moral, porque se traduz no perfeito cumprimento do dever por
todos.[1]
55
Evandro dos Santos da Costa
Não cabe ao Militar cumprir somente as regras gerais da administração pública sejam a Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência. Deve cumprir todos estes e mais o disposto no Art. 42 da CFRB, que inclui ao Militar Estadual outros
dois princípios que são o da Disciplina e Hierarquia, são estes princípios inerentes e próprios dos militares.
Afinal quem em sua normal consciência vai até um local onde existe um crime em andamento, onde lá estão elementos fortemente
armados prontos para matar qualquer um que atravesse seu caminho?
Quem vai até esse local oferecendo sua vida para restaurar a ordem e cumprir a lei? Qual sentimento leva a pessoa para enfrentar
uma situação como essa?
Que sentimento é este senão a dedicação imposta pelo dever?
Se o policial-militar não tivéssemos esse valor altruísta dentro de si, o que seria da ordem pública e da sociedade?
Não é para menos que o Militar tenha Foro próprio naqueles casos previstos no Art. 9o do Código Penal Militar. Que reforça a
peculiaridade da atividade militar.
Finalmente reafirmo a importância da fiel aplicação do número 23 do anexo I do RDE, para a manutenção da Disciplina, que é
a pedra-fundamental das Corporações Militares.
42) Portar-se sem compostura em lugar público.
43) Frequentar lugares incompatíveis com seu nível social e o decoro da classe.
Decoro da classe: valor moral e social da Instituição. Ele representa o conceito social dos militares que a compõem e não subsiste
sem esse.
44) Permanecer a Praça em dependência da OPM, desde que seja estranho ao serviço, sem consentimento
ou ordem de autoridade competente.
45) Portar a Praça arma regulamentar sem estar de serviço ou sem ordem para tal.
46) Portar a Praça arma não regulamentar sem permissão por escrito da autoridade competente.
47) Disparar arma por imprudência ou negligência.
Com o advento da Lei nº 13.491/17 a conduta de disparar arma de fogo ocorrer em via pública, estando de serviço, atuando em
razão da função, ainda fora de lugar sujeito a administração militar, poderá enquadrar-se no art. 15 da Lei 10.826 de 2003, n/f
do art. 9º, inciso II, alínea “c”:
Disparo de arma de fogo
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção
a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Se o disparo ocorrer fora da via pública e por imperícia não caberá o enquadramento nesta transgressão.
48) Içar ou arriar Bandeira ou Insígnia, sem ordem para tal.
49) Dar toques ou fazer sinais, sem ordem para tal.
50) Conversar ou fazer ruído em ocasião, lugares ou horas impróprias.
51) Espalhar boatos ou notícias tendenciosas.
Boato – Notícia anônima, sem confirmação, que corre publicamente. Balela.
52) Provocar ou fazer-se, voluntariamente, causa ou origem de alarme injustificável.
53) Usar violência desnecessária no ato de efetuar prisão.
Deve se atentar porque aqui pode ocorrer o crime de lesões corporais e abuso de autoridade.
Abuso de Autoridade – O mesmo que abuso de poder. Consiste na prática por órgão público, no exercício de suas atribuições,
de atos que vão além dos limites destas, prejudicando a outrem. Três pressupostos fazem-se necessários para que esse tipo de
57
Evandro dos Santos da Costa
abuso se caracterize: que o ato praticado seja ilícito; praticado por funcionário público no exercício de sua função; que não tenha
havido motivo que o legitime. No cível também se denomina abuso de autoridade, atos de abuso do pátrio poder, de abuso no
poder marital, e outros. No Dir. Penal, a matéria está tipificada sob a rubrica de exercício arbitrário ou abuso de poder (CP: art.
350; Lei nº 4.898/1965).
54) Maltratar preso sob sua guarda.
55) Deixar alguém conversar ou entender-se com proso incomunicável, sem autorização de autoridade
competente.
56) Conversar com sentinela ou preso incomunicável.
57) Deixar que presos conservem em seu poder instrumentos ou objetos não permitidos.
58) Conversar, sentar-se ou fumar a sentinela ou plantão-da-hora ou, ainda, consentir na formação ou
permanência de grupo ou de pessoa junto a seu posto de serviço.
59) Fumar em lugar ou ocasiões onde isso seja vedado, ou quando se dirigir a superior.
LEI Nº 9.294, DE 15 DE JULHO DE 1996.
Art. 2° É proibido o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígero, derivado ou não
do tabaco, em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e
com arejamento conveniente.
§ 1° Incluem-se nas disposições deste artigo as repartições públicas, os hospitais e postos de saúde, as salas de aula, as bibliotecas,
os recintos de trabalho coletivo e as salas de teatro e cinema.
§ 2º É vedado o uso dos produtos mencionados no caput nas aeronaves e veículos de transporte coletivo.
60) Tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro os permitidos, em área policial-militar ou sob
jurisdição policial-militar.
61) Tomar parte, em área policial-militar ou sob jurisdição policial-militar, em discussão a respeito de política
ou religião, ou mesmo provocá-la.
62) Manifestar-se publicamente a respeito de assuntos políticos ou tomar parte, fardado, em manifestações
da mesma natureza.
63) Deixar o superior de determinar a saída imediata, de solenidade policial-militar ou civil, de subordinado
que a ela compareça em uniforme diferente do marcado.
64) Apresentar-se desuniformizado, mal uniformizado ou com o uniforme alterado.
65) Sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, bem como, indevidamente, distintivo ou
condecoração.
66) Andar o policial-militar a pé ou em coletivos públicos com uniforme inadequado, contrariando o RDPM
ou normas a respeito.
67) Usar traje civil o Cabo ou Soldado, quando isso contrariar ordem de autoridade competente.
68) Ser indiscreto em relação a assunto de caráter oficial cuja divulgação possa ser prejudicial à disciplina
ou à boa ordem do serviço.
69) Dar conhecimento de fatos, documentos ou assuntos policiais-militares a quem deles não deva Ter
conhecimento e não tenha atribuições para neles intervir.
70) Publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos, documentos ou assuntos policiais-militares que
possam concorrer para desprestígio da Corporação ou firam a disciplina ou a segurança.
71) Entrar ou sair de qualquer OPM o Cabo ou Soldado, com objetos ou embrulhos, sem autorização do
Comandante da Guarda ou autorização similar.
72) Deixar o Oficial ou Aspirante-a-Oficial, ao entrar em OPM onde não sirva, de dar ciência da sua presença
ao Oficial-de-Dia e, em seguida, de procurar o Comandante ou o mais graduado dos Oficiais presentes, para
cumprimentá-lo.
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
73) Deixar o Subtenente, Sargento, Cabo ou Soldado, ao entrar em OPM onde não sirva, de apresentar-se ao
Oficial-de-Dia ou seu Substituto legal.
74) Deixar o Comandante da Guarda ou agente de segurança correspondente de cumprir as prescrições
regulamentares com respeito à entrada ou a permanência na OPM de civis e militares ou policiais-militares
estranhos à mesma.
75) Penetrar o policial-militar, sem permissão ou ordem, em aposentos destinados a superior ou onde esse
se ache, bem como em qualquer lugar onde a entrada lhe seja vedada.
76) Penetrar ou tentar penetrar o policial-militar em alojamento de outra Subunidade, depois de revista do
recolher, salvo os que, pelas suas funções, sejam a isto obrigados.
77) Entrar ou sair de OPM com força armada, sem prévio conhecimento ou ordem da autoridade competente.
78) Abrir ou tentar abrir qualquer dependência de OPM fora das horas de expediente, desde que não seja o
respectivo Chefe ou sem sua ordem escrita com a expressão declaração de motivo, salvo situações de
emergência.
79) Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou administrativa.
Autoridade Judiciária – Todo membro do Poder Judiciário (CPC: art. 124).
Autoridade Policial – Membro do Poder Executivo que tem como função zelar pela ordem e segurança pública.
80) Deixar de portar o policial-militar o seu documento de identidade, estando ou não fardado, ou de exibi-
lo quando solicitado.
81) Maltratar ou não Ter o devido cuidado no trato com animais.
82) Desrespeitar em público as convenções sociais.
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Evandro dos Santos da Costa
92) Deixar o policial-militar, presente a solenidade internas ou externas onde se encontrarem superiores
hierárquicos, de saudá-los de acordo com as normas regulamentares; quando a solenidade for externa,
porém em recinto fechado, os Oficiais se apresentarão individualmente, à maior autoridade presente;
quando a maior autoridade presente for superior ao Comandante-Geral, também este será cumprimentado
individualmente.
93) Deixar o Subtenente ou Sargento, tão logo seus afazeres o permitam, de se apresentar ao seu
Comandante ou Chefe imediato.
106) Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área policial-militar ou sob a jurisdição policial-militar,
publicações, estampas ou jornais que atentem contra a disciplina, a segurança ou a moral.
Aqui pode ocorrer o crime de Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito similar previsto no art. 290 do CPM
107) Ter em seu poder ou introduzir, em área policial-militar ou sob a jurisdição policial-militar, inflamável
ou explosivo, sem permissão da autoridade competente.
108) Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área policial-militar, tóxicos ou entorpecentes, a não ser
mediante prescrição da autoridade competente.
Aqui pode ocorrer o crime de Escrito ou obsceno previsto no art. 239 do CPM
Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, ainda que
para uso próprio, guardar, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente, ou que determine
dependência física ou psíquica, em lugar sujeito à administração militar, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar.
109) Ter em seu poder ou introduzir, em área policial-militar ou sob jurisdição policial-militar, bebidas
alcoólicas, salvo quando devidamente autorizado.
110) Fazer uso, estar sob ação ou induzir outrem a uso de tóxicos, entorpecentes ou produtos alucinógenos,
salvo os casos de prescrições médicas.
Aqui pode ocorrer o crime de Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito similar previsto no art. 290 do CPM
Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, ainda que
para uso próprio, guardar, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente, ou que determine
dependência física ou psíquica, em lugar sujeito à administração militar, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar.
111) Embriagar-se ou induzir outrem à embriaguez, embora tal estado não tenha sido constatado por médico.
Aqui pode ocorrer o crime de Embriaguez em serviço previsto no art. 202, do CPM
Embriagar‑se o militar, quando em serviço, ou apresentar‑se embriagado para prestá‑lo.
112) Usar o uniforme, quando de folga, se isso contrariar ordem de autoridade competente.
113) Usar, quando uniformizado, barba, cabelos, bigode ou costeletas excessivamente compridos ou
exagerados, contrariando disposições a respeito.
114) Utilizar ou autorizar a utilização de subordinados para serviços não previstos em regulamento.
115) Dar, por escrito ou verbalmente, ordem ilegal ou claramente inexequível, que possa acarretar ao
subordinado responsabilidade, ainda que não chegue a ser cumprida.
116) Prestar informações a superior, induzindo-o em erro, deliberada ou intencionalmente.
117) Omitir, em nota de ocorrência, relatório ou qualquer documento, dados indispensáveis ao
esclarecimento de fatos.
118) Violar ou deixar de preservar local de crime ou contravenção.
119) Soltar preso ou detido ou dispensar parte de ocorrência, sem ordem de autoridade competente.
120) Participar o policial-militar da ativa de firma comercial, de emprego industrial de qualquer natureza, ou
nelas exercer função ou emprego remunerado.
121) Usar, quando uniformizada, cabelos excessivamente compridos penteados exagerados, maquilagem
excessiva, unhas excessivamente longas e/ou esmalte extravagante.
122) Usar, quando uniformizada, cabelos de cor diferente do natural ou peruca, sem permissão da
autoridade competente.
61
Evandro dos Santos da Costa
123) Andar descoberta, exceto nos postos de serviços, entendidos esses como salas designadas para o
trabalho das policiais.
124) Frequentar, uniformizada, cafés, bares, ou similares.
125) Receber visitas nos postos de serviço, ou distrair-se, com assuntos estranhos ao serviço.
97 - Ofender, provocar ou desafiar seu superior Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de
98 - Ofender, provocar ou desafiar seu igual ou natureza militar ou em razão dela.
subordinado.
106 –Introduzir, distribuir ou possuir, em Art. 239. Produzir, distribuir, vender, expor à venda, exibir,
Organização Militar, publicações, estampas adquirir ou ter em depósito para o fim de venda,
prejudiciais à disciplina e à moral. distribuição ou exibição, livros, jornais, revistas, escritos,
pinturas, gravuras, estampas, imagens, desenhos ou
qualquer outro objeto de caráter obsceno, em lugar sujeito
à administração militar, ou durante o período de exercício
ou manobras.
100–Travar disputa, rixa ou luta corporal, com Art. 211. Participar de rixa, salvo para separar os
seu igual ou subordinado. contendores;
Art. 157. Praticar violência
(https://jus.com.br/tudo/violencia) contra superior;
Art. 175. Praticar violência contra inferior.
111–Embriagar-se ou induzir outrem à Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou
embriaguez, embora tal estado não tenha sido apresentar-se embriagado para prestá-lo.
constatado por médico.
108–Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, Art. 290. Receber, preparar, produzir, vender, fornecer,
em área militar, tóxicos ou entorpecentes, a não ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar,
ser mediante prescrição médica. trazer consigo, ainda que para uso próprio, guardar,
ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo
substância entorpecente, ou que determine dependência
física ou psíquica, em lugar sujeito à administração militar,
sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar.
Com efeito, vez por outra, um membro do Parquet Militar, no manuseio de um procedimento (Inquérito Policial Militar, Instrução
Provisória de Deserção ou mesmo processo), defronta-se com fichas de alterações de militares ou boletins de serviço, assinalando
crimes militares punidos como se fora transgressão disciplinar, sem que fosse instaurado o devido Inquérito Policial Militar
(IPM).
A Lei n° 443/81(Estatuto dos Policiais Militares) em seu art. 40, §2° dispõem que no concurso de crime militar e de
contravenção ou transgressão disciplinar, quando forem da mesma natureza, será aplicada somente a pena relativa ao
crime.
Já o Decreto n° 6.579/83 (RDPMERJ), no seu art. 13, prevê que transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da
ética, dos deveres e das obrigações Policiais Militares, na sua manifestação elementar e simples, e qualquer ação ou omissão
contrárias aos preceitos estatuídos em leis, regulamentos, normas ou disposições, desde que não constituam crime.
Ainda sob Decreto n° 6.579/83 (RDPMERJ), no seu art. 35, alterado pelo DECRETO Nº. 36.015, DE 10 DE AGOSTO DE 2004,
acrescenta o inciso 1º, que diz “As comunicações civis, penais e disciplinares poderão cumular-se, sendo umas e outras
independentes entre si, bem assim as instâncias civis, penal e administrativa”.
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Evandro dos Santos da Costa
Ainda sob Decreto n° 6.579/83 (RDPMERJ), no seu art. 35, alterado pelo DECRETO Nº. 36.015, DE 10 DE AGOSTO DE 2004,
acrescenta o inciso 1º, que diz “As comunicações civis, penais e disciplinares poderão cumular-se, sendo umas e outras
independentes entre si, bem assim as instâncias civis, penal e administrativa”.
O conflito aparente de normas, na perspectiva da doutrina penal, é solucionado pelos princípios da especialidade, existente
quando uma norma possui todos os elementos da outra e mais alguns que lhes dão características próprias (homicídio e
infanticídio); princípio da subsidiariedade, chamado de soldado de reserva por Nelson Hungria, utilizado entre normas que
descrevem graus de violações do mesmo bem jurídico (a subsidiária, de menor gravidade, é absorvida pela principal) e o princípio
da consunção, quando presentes entre as normas uma relação de meio a fim ou de minus a plus (a invasão de domicílio é
consumida pelo crime de furto em residência).
Dos referidos princípios, o que mais encontra correspondência com o nosso estudo é o princípio da subsidiariedade, uma vez
que a infração disciplinar, quando concorrer com um crime, sempre se constituirá em um soldado da reserva, podendo, contudo,
se houver, na conduta praticada, resíduo de infração administrativa, ser aplicada, de imediato, a devida punição disciplinar, sem
que haja o instituto do bis in idem.
Vencido o conflito de normas, retornamos a questão inicial e dizemos que a imposição da pena é obrigatória, pois é delito
definido como condescendência criminosa (art. 320 do CP e art. 322 do CPM) deixar o funcionário por indulgencia, de
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falta competência, não levar o fato
ao conhecimento da autoridade competente. A causa psicológica do delito é a indulgencia (brandura, complacência, tolerância,
disposição para perdoar, bom mocismo). Grifei
Como exemplo digamos que um policial militar de serviço, ao ser supervisionado não foi localizado, conduta tipificada no art.
195, do CPM, fato este comunicado a autoridade de polícia judiciária militar, a qual ignorando o preconizado no art. 8°, alínea
“a”, do CPPM (apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria),
optou por extrair Documento de Razões de Defesa, em substituição ao competente inquérito policial militar.
Porém, quando a decisão extrapola os limites da legalidade, constitui o que a doutrina denomina “abuso de poder”. O abuso de
poder ocorre sempre que a norma for usada com desvio de finalidade ou com excesso do poder atribuído. Quando se trata de
decisões baseadas no uso do poder discricionário, existe uma zona cinzenta que traça o limite uma decisão ocorrida dentro dos
limites legais e a configuração do abuso de poder. Essa zona cinzenta ocorre em razão de que, da simples análise de uma decisão
administrativa, não há como saber quais foram os reais motivos que levaram a autoridade em optar por aquela linha de ação.
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
A adoção de uma ou outra solução é feita segundo os critérios de oportunidade, conveniência, justiça, equidade, próprios da
autoridade, porque não definidos pelo legislador.
Mesmo aí, entretanto, o poder de ação administrativa, embora discricionário, não é totalmente livre, porque, sob alguns aspectos,
em especial à competência, forma e a finalidade, a lei impões limitações. Daí porque se diz que discricionariedade implica
liberdade de atuação nos limites traçados pela lei; se a Administração ultrapassa esses limites, a sua decisão passa a ser arbitrária,
ou seja, contrária à lei.
Mister se faz, entretanto, realçar, com veemência, que, em havendo similitudes entre transgressões disciplinares e crimes
militares, o IPM deve necessariamente ser instaurado (o fórum de discussões doutrinárias é em juízo, no decorrer do processo),
ou seja, a tarefa de definir se um fato, constantes nos regulamentos militares, com semelhante redação no Código Penal Militar,
configuram ou não crime militar, está afeta à Justiça Castrense.
ANEXO II – Quadro de PUNIÇÃO MÁXIMA, referido no art. 41 deste Regulamento, que poderá aplicar a
autoridade competente, obedecido o disposto no Capítulo I do Título III
VI)
I) e II) III) IV) V)
repreensão
Oficiais da Ativa
30 dias de 20 dias de 15 dias de 6 dias de
prisão prisão prisão prisão
30 dias de
Oficiais na Inatividade - - - -
prisão
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Evandro dos Santos da Costa
(1) Exclusão a bem da disciplina – Aplicável nos casos previstos no parágrafo 2º do art. 31 e no art. 73.
(2) Licenciamento a bem da disciplina – Aplicável nos casos previstos no parágrafo 1º do art. 31.
(3) Prisão em separado – Art. 29 do parágrafo único do art. 49.
(4) Parágrafo único do art. 8º.
O Sd PM (RG......................) FULANO DE TAL, do 1º Esqd. Pol. Mont., por Ter sido encontrado no interior do quartel
em estado de embriaguez no dia 03 do corrente (n. 111 do Anexo I, com agravante do nº 1 do art. 19, tudo do
RDPM; transgressão grave), fica preso por 15 (quinze) dias; permanece no comportamento “Mau”. A presente
punição é a contar de 03 de julho de 1980, data em que o mesmo foi recolhido à prisão.
O Sd PM (RG....................) FULANO DE TAL, da 4ª Cia PM, por ter chegado atrasado para o serviço do dia 20 do
corrente (n. 22 do Anexo I, com as atenuantes do n. 1 do art. 18, tudo do RDPM; transgressão leve), fica repreendido;
ingressa no comportamento “bom”.
penalidade, nos moldes do ato punitivo a seguir descrito. Transgressão LEVE. Fica REPREENDIDO. Permanece no
comportamento “Bom”.
II – Providenciar o Comandante da 1ª UPP/19º BPM a adoção das medidas cabíveis, notadamente a expedição do Termo de
Ciência de Recebimento de Punição Disciplinar, conforme previsão do Item nº 18, do Inciso II, da 3ª Parte, do Boletim da PM
nº 040, de 01 Set 2009 e o registro em Ficha Disciplinar do Praça em lide.
III- Providenciar o Chefe da DAI/SJD o arquivamento da presente Peça de Defesa.
DORJ I de 07-03-83.
Área:
67
Evandro dos Santos da Costa
Tendo ocorrido prisões disciplinares sem nota de punição indevidamente feitas “a disposição do Cmt. Geral “,
recomendo que, nos casos previstos no § 2º do Art. 11 do RDPM, tais prisões não sejam efetuadas em nome do Cmt.Geral,
quando a autoridade competente, referida naquele parágrafo, for qualquer das autoridades mencionadas nos incisos de III a VI
do Art. 10 do mesmo RD.
Recomendo, outrossim, cuidado nas medidas de exceção ao preceito do Art.30 do RDPM, advertindo que serão
responsabilizados todos os envolvidos em recolhimento indevido à prisão, do autor à autoridade competente para revoga-la.
(Nota nº 298, de 20 set. 84 – GCG).
1. FINALIDADE
Estas instruções complementam o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
(RDPM), aprovado pelo Decreto nº 6579, de 05 de março de l983, publicado no Diário Oficial do Estado do Estado
do Rio de Janeiro, de 07 de março de l983 e republicado em Aditamento ao Boletim da PM nº 17 de 14 de março
de l983 e estabelecem regras para sua aplicação.
2. APLICAÇÃO
2.1.GENERALIDADES
2.1.1. A interpretação do Regulamento Disciplinar da PMERJ (RDPM) compete ao Comandante-Geral e será
efetuada em solução a consultas sobre dúvidas das autoridades competentes para aplicar punições, julgar recursos
ou conceder recompensas, levando-se em consideração os princípios da hierarquia e disciplina.
2.1.2. Todo encaminhamento de expediente relativo a Justiça e Disciplina ao Comandante-Geral, em decorrência
da aplicação do RDPM, será feito através da DGP/DPA/SJD.
2.1.3. A classificação do comportamento só deverá ser alterada quando, a partir da vigência do RDPM, ocorrer:
2.1.3.1. Aplicação de punição disciplinar;
2.1.3.2.Expedição do documento que mencione classificação de comportamento.
2.1.4. As punições aplicadas antes da vigência do RDPM não servirão de suporte para classificação de
comportamento pior que a classificação decorrente da aplicação do regulamento revogado.
2.1.5. As autoridades com competência para aplicar punições, julgar recursos ou conceder recompensas, devem
difundir, prontamente, a informação dos seus atos aos órgãos interessados, considerando as normas, os prazos
estabelecidos e os reflexos que tais atos tem na situação e no acesso do pessoal Policial Militar.
2.2 . TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
2.2.1 As transgressões relacionadas com o Anexo I destinam-se, por serem genéricas, a permitir o enquadramento
sistemático das ações ou omissões contrárias à disciplina. Ao ser elaborada a nota de culpa deve ser evitada a
reprodução do texto regulamentar da transgressão.
2.2.2. Nenhuma punição disciplinar será aplicada sem que o transgressor tenha sido ouvido.
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
TJMMG-000230 APELAÇÃO CIVIL – PUNIÇÃO DISCIPLINAR DE PRISÃO APLICADA SOMENTE COM OITIVA DO
ACUSADO – AUSÊNCIA DE AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO – NULIDADE DA PUNIÇÃO.
Basicamente, destacam-se dois itens do artigo 5º da Constituição Federal, que dispõe sobre os direitos e garantias fundamentais:
os incisos LIV e LV.
No inciso LIV, encontramos o seguinte teor: "ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal".
O inciso LV dispõe que "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". A inovação desta norma, em comparação com a
disposição que se encontrava na Constituição anterior, reside na sua abrangência também aos processos administrativos, posto
que, antes da CF/88, o direito ao contraditório e ampla defesa restringia-se apenas aos acusados, expressão que denotava sua
aplicabilidade apenas aos que se encontravam sob a tutela penal do Estado (pelo cometimento de crimes). Com a mudança na
redação deste direito, eliminou-se a idéia da "verdade sabida", que permitia à Administração a punição quase sumária,
seja dos seus servidores (no exercício do poder disciplinar), seja dos administrados (no exercício do poder de polícia, ...).
Na esfera administrativa disciplinar castrense, o PM em atividade ou até mesmo o da reserva, portanto, todo e qualquer PM
exceptio feita ao reformado, para que possa exercer seu justo e sacrossanto jus sperniendi - seu direito de se contrapor, de se
espernear, de reclamar, que equivale ao direito de ampla defesa e do contraditório assegurados pela CF/88 - quando acusado
formalmente por qualquer documento disciplinar (...) respetivamente parte disciplinar e comunicação disciplinar, donde há de
receber um outro documento disciplinar denominado NOTIFICAÇÃO.
Todavia, é de se dizer que, a NOTIFICAÇÃO ut supra sozinha é inerme, inane, inóxia e não dá espeque a defesa por parte do
acusado, que não deverá apresentá-la, mormente quando desprovida do documento disciplinar necessário (vide os Art 15 e
69
Evandro dos Santos da Costa
seguintes, 21 e segs do RDPMAL), porquanto só por isso é que se deve apresentar arrazoado defensivo, para busca da verdade
real.
BDR da PM nº 021, de 04Set13 – Determina aos Comandantes, Chefes, Diretores e Coordenadores que doravante emitam
PARECER sobre a responsabilidade, ou não, do Defendente em relação a imputação que lhe foi feita, opinando pela justificação
ou por uma punição, tudo devidamente FUNDAMENTADO. Anexar a Ficha Disciplinar atualizada do Defendente ao DRD.
10 - Se o DRD foi emitido por ordem de Comandante Intermediário, tendo como acusado policial militar de Unidade
Subordinada, deverá aquele remeter a peça acusatória ao Comandante do transgressor, que, por sua vez, fará a citada peça chegar
ao seu destinatário, mediante recibo. Depois de respondido, o Comandante da Unidade deverá emitir parecer no DRD, juntando
ao mesmo a Ficha Disciplinar e elogios que o acusado tiver, remetendo-o imediatamente a autoridade superior;
11 – Se o acusado for inativo, estando em lugar incerto ou não sabido, ou, ainda, se ocultar ou opuser obstáculo para não receber
o DRD, será ele considerado revel, devendo, neste caso, ser publicado edital, por três vezes seguidas, a cada três dias, em qualquer
jornal de edição diária que circule na Cidade que consta no seu último endereço, sendo fora do Estado do Rio de Janeiro. Se a
cidade fica localizada no Estado do Rio de Janeiro, o edital será publicado no Diário Oficial;
12 – Aplicada a punição, esgotado o prazo recursal ou indeferidos os recursos apresentados, pela observação do art. 5º, inciso
LVII, CF (princípio do estado de inocência), não havendo impedimento legal (LTS, LTPF, período de licença para amamentação,
licença paternidade, luto, núpcias, missão fora do País, curso fora do Estado, etc. Férias, LE e LTIP, salvo a eleitoral, não
aproveita), a punição deverá ser cumprida imediatamente, podendo a autoridade competente, quando for o caso, proceder a
captura do punido, sem violar qualquer princípio, inclusive, constitucional, consoante disciplina o art. 5º, inciso LXI, CF,
verbis:
Art. 5º - ....................
......................................
LXI – Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, DEFINIDOS EM LEI
(grifos nossos); e,
Republicado por terem sido alterados os itens 4, 5, 6 e 9, ficando revogada, em consequência, a publicação
constante no item 3, da 4ª Parte, do BOL PM nº 128, de 12 de Agosto de 2008.
(Nota nº 4057 – 15 Agosto 2008 – CIntPM/RUP)
71
Evandro dos Santos da Costa
2.4.2. Quando a prisão, na forma do § 2º do Art. 11 for procedida pelo Comandante da OPM, a solução deverá ser
publicada dentro dos prazos estabelecidos no § 4º do Art. 11 referido.
2.4.3. Os limites de prazo previstos no § 4º do Art. 11 para solução de Partes, não corresponde, necessariamente,
a limites para apuração dos fatos delas constantes. Quando a autoridade solucionar a Parte, determinando a
instauração de IPM ou Sindicância, a apuração dos fatos poderá ocorrer em prazo superior aqueles limites.
2.4.4. O motivo da não solução, no prazo de 4 (quatro) dias úteis e a consequente prorrogação pelo prazo de 20
(vinte) dias, conforme o disposto no § 4º do Art. 11, deverá ser mencionado por ocasião da publicação da solução.
2.4.5. Quando ocorrer recolhimento à prisão, conforme o disposto no “caput” do Art. 30, no caso de o transgressor
pertencer a outra OPM, deverão ser adotadas medidas imediatas para que a solução da autoridade competente
seja tomada dentro dos prazos estabelecidos.
2.4.6. Quando a prisão for determinada em decorrência do disposto no parágrafo único do Art.30, o prazo para
solução será de 20 (vinte) dias a partir do recolhimento.
2.4.7. Quando o prazo de 72 (setenta e duas) horas, disposto no § 1º do Art.38, expirar em dia não útil, ficará
prorrogado até o término do expediente do primeiro dia útil subsequente.
2.4.8. Primeiro dia útil subsequente. Ex.: carnaval - ser preso na 6ª feira só é colocado em liberdade na 4ª feira de
cinzas.
2.5. DESCARACTERIZAÇÃO DE CRIME
Quando, no caso previsto no § 2º do Art. 35, a falta tiver sido cometida contra a pessoa do Comandante da
OPM será ela apreciada, para efeito de punição, pela autoridade a que estiver imediatamente subordinado o
ofendido.
2.6. FALTA GRAVE
Além do disposto no Art. 21 será classificada como “grave” toda transgressão que, assim, haja sido
classificada por determinação do Comandante-Geral, em publicação prévia em Boletim da PM.
2.7. AVERBAÇÃO DE PUNIÇÃO
2.7.1. O registro de punições para fins de referência, controle e classificação do comportamento, será efetuado em
ficha disciplinar, contendo os elementos constantes do § 1º do Art.32.
2.7.2. Embora não constando das alterações do punido, ao ser este movimentado para outra OPM, seu Comandante
deverá ser informado das advertências registradas na ficha disciplinar.
2.8.LICENCIAMENTO E EXCLUSÃO A BEM DA DISCIPLINA
2.8.1. A aplicação das punições de licenciamento ou exclusão a bem da disciplina, é da competência exclusiva do
Comandante-Geral.
2.8.2. O licenciamento ou a exclusão a bem da disciplina, serão considerados como punições disciplinares quando
exclusivamente aplicadas, sem concomitância a qualquer outra punição disciplinar.
2.8.3. Quando for decidido o licenciamento ou a exclusão a bem da disciplina, haverá imediata aplicação de tal
decisão, suspendendo-se o cumprimento de qualquer outra punição imposta, caso o cumprimento não tenha sido
concluído.
2.9. REABILITAÇÃO
2.9.1. A autoridade competente para conceder a reabilitação dos licenciados ou excluídos a bem da disciplina é o
Comandante-Geral.
2.9.2. A concessão far-se-á mediante requerimento do interessado, conforme as normas da Comissão de Revisão
Disciplinar (CRD).
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
2.9.3. Quando, comprovadamente, for constatada ilegalidade ou injustiça na aplicação do licenciamento ou exclusão
a bem da disciplina a reabilitação poderá ser concedida “ex-officio”.
2.10. CLASSIFICAÇÃO DE OMPORTAMENTO
2.10.1.A advertência não será considerada para fins de classificação do comportamento.
2.10.2.Bastará uma repreensão, além dos limites estabelecidos, para alterar a classificação do comportamento,
observada a equivalência das punições.
2.10.3.Qualquer pena restritiva de liberdade, por sentença judicial transitada em julgado, implicará na classificação
de comportamento “mau”.
2.11. CANCELAMENTO DE PUNIÇÕES DISCIPLINARES
2.11.1. A contagem dos prazos, estipulados no inciso IV do Art. 62, para o cancelamento de punições, começa a
partir da data:
2.11.1.1.De publicação, no caso de repreensão;
2.11.1.2.De cumprimento do último dia de determinação ou de prisão.
2.11.2. Nenhuma das três punições acima referidas poderá ser cancelada:
2.11.2.1.Sem que se tenha completado o seu respectivo prazo de cancelamento;
2.11.2.2.Enquanto, durante o prazo de cancelamento, suceder outra a cancelar;
2.11.2.3.Sem que todas as punições, consideradas isoladamente, satisfaçam seu respectivo prazo de
cancelamento.
2.11.3. O requerimento para cancelamento de punição disciplinar deverá obedecer cumulativamente a todos os
incisos do Art. 62.
2.12. INTERRUPÇÃO OU ADIAMENTO DE LICENÇA OU PUNIÇÃO
2.12.1. A interrupção ou adiantamento de Licença Especial (LE), Licença para Tratar de Interesse Particular (LTIP)
ou punição disciplinar é atribuição das autoridades referidas nos incisos I, II, III e IV do Art.10, cabendo-lhes fixar as
datas de seu início e término.
2.12.2. A LE e a LTIP só serão interrompidas para cumprimento de punição disciplinar decorrente de falta grave.
2.12.3.Quando a punição disciplinar anteceder a entrada em gozo de LE ou LTIP e o seu cumprimento estender-se
além da data prevista para início da licença, ficará esta adiada até que cesse o impedimento.
2.12.4. O cumprimento de punição disciplinar imposta ao Policial Militar em gozo de Licença para Tratamento de
Saúde Própria (LTSP) ou Licença para Tratamento de Saúde de Pessoa da Família (LTSPF), somente ocorrerá
após a sua apresentação por término da licença.
2.12.5. Comprovada a necessidade de LTSP, LTSPF, baixa à enfermaria ou hospital, ou afastamento inadiável da
OPM do Policial Militar cumprindo punição disciplinar restritiva de liberdade, será o cumprimento sustado pelo
Comandante da OPM até que cesse a causa da Interrupção.
2.13. ELOGIOS
2.13.1. A descrição do fato ou fatos que motivarem o elogio deve, de forma sucinta, precisar a atuação do elogiado
e citar, expressamente, os atributos da sua personalidade que ficarem evidenciados.
2.13.2. A linguagem deve ser sóbria, como convém ao estilo Policial Militar, evitando-se generalizações e
adjetivações desprovidas de real significado.
73
Evandro dos Santos da Costa
2.13.3. Os elogios, quando concedidos por transferência para a inatividade do agraciado, poderão conter, título de
homenagem, ou mesmo exemplo, breve referência sobre fatos de períodos anteriores de sua vida que mereçam
destaque especial e ressaltem atributos dignos de nota.
2.14. APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DE PRISÃO
2.14.1. A punição de prisão será sempre sem fazer serviço, mas não deverá causar prejuízo à instrução nem aos
serviços internos.
2.14.2. Os serviços internos, referidos no Art. 28, são os de rotinas essenciais ao desempenho das atividades
administrativas da OPM, não devendo, todavia, entre esses, constar os de guarda ou outros inerentes à segurança
da OPM e de seus integrantes.
2.15. PUBLICAÇÃO DE JUSTIFICAÇÃO
A publicação de justificação só deverá ser procedida em solução de averiguação ou de fato que tenha
causado repercussão e deva ser divulgada.
2.16.CONCURSO DE CRIME E TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR
2.16.1. Quando a transgressão disciplinar for de natureza diversa do crime, as medidas disciplinares deverão ser
adotadas prontamente, dentro dos prazos previstos, independente das providências relativas ao crime.
2.16.2. Quando, durante o cumprimento da punição disciplinar, for imposta pena por crime, esta prevalecerá, sendo
aquela interrompida.
2.17.INÍCIO DE CUMPRIMENTO DE PUNIÇÃO DISCIPLINAR
2.17.1. O início de punição disciplinar conforme o prescrito no Art. 38, deverá ser considerado a partir do horário do
término do expediente a que se referir o Boletim que publicar a punição.
2.17.2. Estando o punido de serviço, deverá o mesmo ser substituído imediatamente, salvo se estiver empregado
nos casos previstos no Art. 28 (item 2.14 das presentes instruções).
2.17.3.Não estando o punido de serviço ou não estando presente no quartel, deverá o início do cumprimento da
punição ocorrer tão logo se apresente ao quartel ou ao receber ordem de prisão onde for encontrado, seja por
escolta ou outra qualquer ordem legal que garanta o início do cumprimento da punição em local próprio.
2.17.4. O tempo em que o punido tiver sido preso ou detido, anterior à publicação, será computado, qualquer que
seja a punição privativa de liberdade, que lhe for imposta.
2.18. PUNIÇÃO DE SUBORDINADO À DISPOSIÇÃO DE OUTRO ÓRGÃO
2.18.1. A requisição a que se refere o Art. 39 deverá ser feita após a publicação da aplicação da punição.
2.18.2. O cumprimento da punição deverá ser iniciada no mesmo momento em que o punido for apresentado na
OPM onde irá cumpri-la.
2.18.3. O local de cumprimento da punição deverá ser designado pela autoridade que a aplicar.
2.19. LIMITE MÁXIMO DE PUNIÇÃO
Quando a autoridade concluir, conforme o previsto no § 2º do art.41, não ter competência para aplicar
punição acima de seus limites, a autoridade mais graduada deverá decidir, ainda que justificando ou aplicando
punição dentro do limite de competência da menos graduada.
2.20. COMPETÊNCIA PARA MODIFICAÇÃO DA APLICAÇÃO DA PUNIÇÃO
As modificações a que se referem os art. 43 e 44 e seus respectivos parágrafos, na forma prevista no art. 50,
não poderão ser realizadas por autoridades substitutas em relação aos atos das substituídas.
2.21. PRAZO PARA RECURSOS
Os prazos para apresentação de recursos disciplinares, previstos no art. 56, começarão a ser contados:
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
12, da Tramitação de DRD Corporação – Orientação aos Comandantes, Chefes e Diretores de OPM – Republicação (Bol da PM
nº 131, de 15Ago2008).
2.24. DA QUEIXA
2.24.1. A Queixa só será precedida de pedido de reconsideração de ato quando a injustiça alegada puder
ser reparada por ato de quem a causou, fazendo com que o Policial Militar volte a mesma situação em que se
encontrava antes do ato injusto.
2.24.2. Quando a representação de queixa não for precedida de pedido de reconsideração, o prazo
para o seu oferecimento começará a fluir do momento em que o Policial Militar tomar, oficialmente,
conhecimento ou for atingido pela pretensa injustiça.
(Nota nº 0015 - 15 Fev 85 - GCG)
75
Evandro dos Santos da Costa
Art. 1º - Ficam aprovadas as Instruções Complementares ao Regulamento Disciplinar da Policia Militar do Estado
do Rio de Janeiro (R-9), que foram objeto de publicação no Aditamento ao Boletim da PM nº 32, de 14/02/1985,
com as correções publicadas no Boletim da PM nº 33, de15/02/1985.
Art. 2º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
ALVARO LAZZARINI
Juiz do Primeiro Tribunal de Alçada Civil de São Paulo
SUMÁRIO:
1. Introdução.
2. Delimitação do tema.
3. Conceito e fundamento do Poder Disciplinar
4. A falta disciplinar
5. A pena disciplinar
6. O procedimento administrativo disciplinar
7. Meios judiciais de controle do ato administrativo disciplinar punitivo
1. INTRODUÇÃO
Estão aqui algumas reflexões a respeito do Poder Disciplinar, feitas ao longo dos anos, quase por três
décadas, quer no exercício de funções administrativas, quer na judicante, em 1º e em 2ª Instância, como também
no magistério de formação e aperfeiçoamento de Oficiais na Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
O tema, a meu ver, é de magna importância, pois a disciplina é uma das colunas mestras em que repousa
a eficiência da Pública Administração, quer no seu segmento militar, quer no civil.
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
77
Evandro dos Santos da Costa
Assim, o poder disciplinar tem o seu fundamento, a sua razão de ser no interesse e na necessidade de
aperfeiçoamento progressivo do serviço público, como doutrina MARCELO CAETANO, na sua clássica obra “Do
Poder DISCIPLINAR”. Não se confunde ele, por isso, com o denominado jus puniendi do Estado. O poder disciplinar
diz respeito à atividade interna da Pública Administração, abrangendo as infrações administrativas dos servidores;
o poder punitivo do Estado é realizado fora da Administração, pelo Poder Judiciário, objetivando a repressão dos
ilícitos penais, tendo, portanto, finalidade social mais ampla.
O poder disciplinar, na realidade, é um atributo do superior hierárquico. Todavia, embora correlatos, não se
confundem os poderes disciplinar e o hierárquico. Ambos, é verdade, objetivam o aperfeiçoamento do serviço
público. Porém, a hierarquia trata do escalonamento das funções administrativas, segundo princípios de
subordinação e coordenação. No poder disciplinar, encontramos o controle do desempenho dessas funções,
cuidando-se, ainda, da conduta de seus servidores, responsabilizando-os quando houver quebra de dever do cargo
ou função pública.
Neste passo cumpre acentuar que, no caso, a hierarquia implica em uma relação de serviço entre os que
ligam. Não basta que um funcionário tenha categoria superior ao outro para que possa, só por isso, dar ordens e
exigir acatamento. O caso, então, comporta a velha distinção entre a hierarquia de serviço (ou funcional) e a
hierarquia resultante da graduação. Só o superior funcional, via de regra, pode exigir acatamento às ordens que
tenha dado o seu subordinado funcional.
3. A FALTA DISCIPLINAR
O cumprimento normal o corrente dos deveres corresponde à rotina dos servidores públicos, na hipótese os
funcionários estatutários. Há, porém, o fato de alguém se mostrar exemplar no cumprimento de seus deveres,
desempenhando-os com consciência e boa vontade, procurando melhorar os métodos de trabalho para bem
alcançar os objetivos comuns de sua repartição. Quem assim se houver é digno de recompensas (louvores,
promoções por merecimento, medalhas, prêmios pecuniários, etc).
Ao contrário, há aqueles que se destacam negativamente, isto é, aqueles que se têm com quebra no
cumprimento dos seus deveres, originado, portanto, a infração disciplinar, a falta disciplinar, o ilícito disciplinar, a
transgressão disciplinar, como quer que se denomine tal quebra do dever, a ser reprimida pelo detentor do poder
disciplinar, mediante sanções, ou seja, mediante penas ou punições, a serem impostas, em regra, mediante regular
procedimento administrativos disciplinar.
Recompensas e sanções disciplinares são os meios clássicos para manter a disciplina conforme os mais
renomados doutrinadores.
Mas por ora, interessa a falta disciplinar. Este é o fato voluntário praticado pelo servidor público com violação
de algum dever que nessa qualidade lhe caiba, no dizer de MARCELO CAETANO, no seu “Manual de Direito
Administrativo”.
Para que ela exista, não é indispensável que da conduta tenha resultado alguma consequência perturbadora
ou prejudicial para o serviço ou para outrem; a ação ou a emissão indevida é punível independente de terem
produzido resultado apenas pelo perigo que em si mesmas constituem. A infração disciplinar é formal e só em certos
casos a lei inclui na sua definição a produção de resultados maléficos. Basta que o agente tenha procedido
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
consciente e livremente ao praticar a ação ou ao cometer a omissão: é suficiente a mera culpa, sem necessidade
de intenção. Assim, quanto ao elemento moral, a falta não precisa exteriorizar maldade, desejo de causar dano,
intenção de violar leis e regulamentos. Pode tratar-se de improficiência, torpor, lentidão, inoportunidade, negligência
ou omissão prejudicial ao funcionamento do serviço, conforme o magistério de GASTON JEZE.
De notar que, em matéria disciplinar, não se aplica o princípio “nullum crimen sine lege”, do direito penal. O
titular do poder disciplinar é o melhor juiz da oportunidade e da conveniência de punir determinado fato dentro dos
limites da própria natureza da faculdade que exerce; sua ação discricionária, depende do momento, em que
predominam razões de circunstância. Depende da valorização da autoridade, isto é de um juízo de valor.
A explicação disso está no fato dos deveres do cargo, em grande parte, serem impostos em termos vagos,
sem indicação de seus elementos constitutivos, e, ás vezes, em grandes categorias, como, por exemplo “proceder
na vida pública e privada na forma que dignifique a função pública” (art 241, nº XIV. Do Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado de São Paulo). Aliás, exemplo vivo da inaplicabilidade do princípio “nullum crimen sine
lege”, tem-se no conhecido art. 12, par. Único b. do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar.
Quanto ao elemento material, temos que a falta disciplinar consiste na conduta contrária aos deveres do
funcionário, que pode, inclusive, constituir-se de uma série de atos ou omissões. MARCELO CAETANO, no seu “Do
Poder Disciplinar”, apresenta a hipótese de ser um batalhão suspenso por falta de um escrevente (o escrevente
praticou a falta; porém, o tabelião é suspenso pela sua negligência em fiscalizar o escrevente ou, então, por ter dado
instruções irregulares ou inconvenientes).
E no capítulo da falta disciplinar cumpre lembrar tema que tem dado margem a constante controvérsias.
Trata-se da hipótese de saber se há uma nova falta no fato do policial-militar, em sua defesa, faltar à verdade. O
faltar à verdade é transgressão disciplinar grave, prevista no art. 13, nº I. do Regulamento Disciplinar da Corporação.
O tema é polêmico. Todavia, cumpre distinguir quando o policial-militar falta à verdade para obter um favor legal
qualquer, como, por exemplo, pedir uma dispensa de serviço para dar assistência à sua mãe, que estaria enferma
e necessitando de consulta médica, verificando-se, ao depois, que tudo não passou de um engodo para o policial-
militar se furtar ao serviço. Nessa hipótese, não há dúvida que se tipificou a falta disciplinar em questão. Porém, tal
parece inocorrer quando o policial-militar, acusado de uma falta disciplinar, inventa uma estória diversa para se
defender. Aqui, o direito de defesa deve ser considerado na sua amplitude, como será examinado na devida
oportunidade. Note-se que não se reconhece o indiscriminado direito de defesa, a ser exercido até por expedientes
fraudulentos, com a postergação dos princípios éticos informativos de qualquer procedimento administrativo
disciplinar. O que se precisa, assim, é verificar caso por caso, com a necessária cautela, evitando-se, pois, eventual
anulamento do ato punitivo disciplinar, por falta à verdade, por cerceamento da defesa do acusado.
4. A PENA DISCIPLINAR
Pena Disciplinar é a sanção imposta ao funcionário faltoso, tendo por fim a correção sua, além da prevenção
que sua aplicação enseja. A correção faz sentir ao autor do fato punido a incorreção do seu procedimento e a
necessidade de melhorar a sua conduta. A prevenção está no sentido de que a pena procura evitar que o faltoso
79
Evandro dos Santos da Costa
volte a transgredir, servindo, ainda, de exemplo, de alerta a todos os outros funcionários, mostrando-lhes as
consequências da má conduta.
Ao contrário do que ocorre com a falta disciplinar de que decorre, tem aplicação o princípio do nullum poena
sine lege. Em outras palavras, as penas devem estar catalogadas na lei anterior à ocorrência da falta disciplinar,
isto é, não se pode aplicar pena que não esteja anterior e legalmente prevista.
É ponto a ser salientado em que pese o art 50 do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, que se
apresenta como exceção à regra, é o de que a enumeração das penas em ordem crescente de gravidade não quer
dizer que o superior tenha sempre que começar pela menos grave, pela mais branda. Conforme a gravidade da
falta, o Administrador aplicará, dentro do seu poder discricionário a que reprima melhor a falta cometida. É o
denominado discricionarismo disciplinar que mais uma vez comparece em socorro do poder disciplinar. Nesse
sentido a lição de HELY LOPES MEIRELLES, que é aceita pela jurisprudência. Aliás, a propósito do art 50 do
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, quer parecer razoável o entendimento de que toda vez que o policial-
militar seja passível de ter aplicado uma primeira punição de prisão, o julgamento da falta disciplinar será da
competência do seu comandante de corpo, independente da circunstância de ter ocorrido anterior falta disciplinar
que, passível de prisão, foi apenada pelo Comandante da Corporação com pena diversa, mais branda.
O importante em toda apenação disciplinar está na sua motivação, isto é, deve o Administrador dizer a
situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a realização do ato punitivo. Essa motivação pode ser
resumida, mas não dispensada, pois, caso contrário, nulo será o ato punitivo.
As penas disciplinares são classificadas em:
a) Morais (advertência, repressão verbal ou escrita);
b) Pecuniárias (multa, perda de pensão, etc);
c) Profissionais (transferências, suspensão, prisão, detenção, etc); e
e) Expulsivas (aposentadorias, demissão, etc).
É certo que outras classificações existem. Porém, dada à precisão e simplicidade, prefere-se a transcrita,
haurida em MARCELO CAETANO, no seu aludido “Manual de Direito Administrativo”.
Finalmente, já se disse da autonomia da instância administrativa disciplinar. Dela decorre inexistir bis in
idem no fato de agente, pela mesma conduta ser apenado civil, criminal e disciplinarmente. Bis in idem haverá se o
funcionário vier a ser punido disciplinarmente duas ou mais vezes pela mesma conduta, pela mesma ou diversa
autoridade a que se sujeite, hierarquicamente. O bis in idem, como sabida é a repetição (bis) da punição sobre a
mesma conduta faltosa (in idem), o que é vedado e torna nulo o ato punitivo repetitivo.
Porém cumpre deixar claro que, mesmo na esfera administrativa não haverá bis in idem na hipótese do
funcionário ser apenado disciplinarmente e, em conseqüência acessoriamente, ter restrições administrativas,
previstas na lei ou regulamento. Tal ocorre, por exemplo, quando o funcionário deixa de ter concedido licença-
prêmio, por que tem penalidade disciplinar (art 209 do Estatuto dos Funcionários Civis do Estado de São Paulo) ou
quando a praça deixa de ser matriculada em determinado Curso da Polícia Militar por ter sido punida por faltar à
verdade. Aliás, a jurisprudência administrativa da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de São Paulo, em
substancioso parecer do Juiz JOSÉ WALDECY LUCENA, aprovado pelo Dês MARCIO MARTINS FERREIRA, então
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
Corregedor-Geral da Justiça, examinou e negou provimento a recurso do escrevente que se inconformara e dissera
haver bis in idem no fato do seu Juiz Corregedor Permanente, que além das sanções disciplinares específicas
decorrentes de contínuas irregularidades no setor de reconhecimento de firmas de Cartório de Notas da comarca
da Capital, também, cassou-lhe a autorização para a prática de tais atos, autorização essa outorgada nos termos
do art 17 do Dec. Est. Nº 5.129, de 23/07/31. Reconheceu-se que tal cassação da autorização decorrida de puro
exercício do poder hierárquico, que nesse ponto não se confunde com o poder disciplinar (Recurso CG 45/75).
Por isso tudo deve o Administrador Público apenar, desde logo, o seu subordinado que mereça a punição
disciplinar, independente do resultado que o Poder Judiciário possa atribuir à instância civil ou criminal. O Supremo
Tribunal Federal teve, mais uma vez , oportunidade de decidir que “a penalidade administrativa não está
condicionada ao prévio pronunciamento da instância criminal” (RTJ 71/761).
Assim, só no final é que se poderá verificar se a decisão judicial tem reflexo na instância disciplinar. Se
condenatória, pelo óbvio, estará a confirmar a pena disciplinar. Se absolutória, dependerá de como se deu a
absolvição, certo que o art. 386 do CTP tem prevista às diversas hipóteses da absolvição. Se, por exemplo, o
Judiciário concluir pela absolvição, por estar provada a inexistência do fato, não poderá prevalecer punição
disciplinar fundada no fato tido por inexistente. Porém, se a absolvição for ditada por não existir prova suficiente
para a condenação criminal, a apenação disciplinar subsistirá. Aliás, no último dia 11/04/78, o Excelso Pretório,
julgando o RE m. 85.314-6, do Rio de Janeiro, deixou certo que a absolvição criminal fundada em ausência de
provas no tocante à autoria não excluía punição administrativa de funcionário público baseada em inquérito (DJU,
2/6/78, pág. 3.931).
5. O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Como já focalizado, a aplicação de sanção disciplinar sujeita-se a um procedimento administrativo
disciplinar, ou seja, a um encadeamento de operações ordenadas que objetivem o ato final, objetivado pela
Administração, qual seja, a apenação do faltoso.
Tal procedimento administrativo disciplinar, atualmente, está jurisdicionalizado, isto é, o poder disciplinar
deve exercer-se dentro de determinadas formalidades, como sejam, os contraditórios, o direito de defesa, a
motivação da pena, a competência do julgador, a proibição de cartigar-se tanto por base documentos secretos,
enfim tudo que possa ferir as garantias constitucionais, no que toca a apenação de qualquer indivíduo.
E essa jurisdicionalização do poder disciplinar se encontra em qualquer das duas espécies do procedimento
administrativo disciplinar. Essas espécies são:
os procedimentos administrativos solenes, como, por exemplo, o processo administrativo, a que se sujeita
o funcionário toda vez que a pena demissória seja a prevista para a sua falta, bem como, no caso dos militares, o
conselho de disciplina. Nesta espécie, a preterição de qualquer formalidade legal leva, irremediavelmente, à
nulidade do ato sancionador final, salvo se não houver influído na apuração da verdade substancial, ou, diretamente,
na decisão do processo. Porém, a cautela manda que não seja preterida nenhuma formalidade legal;
os procedimentos administrativos sumários, como sejam, as sindicâncias ou a denominada “verdade
sabida”. Não há nesta espécie procedimental maiores solenidades na apuração da conduta faltosa. Essa apuração
81
Evandro dos Santos da Costa
não tem forma nem figura de juízo, embora tudo recomende que seja seguida a orientação procedimental prevista
para os procedimentos solenes, com o que garantida estará a jurisdicionalização do poder disciplinar aí exercido.
Mas naturalmente, haverá a mitigação procedimental necessária, isto é, bastará a observâncias da sequência dos
atos, vale dizer, bastará o item legal, sem se esquecer da natureza sumária da apuração da falta disciplinar.
Aliás, aplicação da pena disciplinar pela denominada verdade sabida é, na realidade, um procedimento
sumaríssimo, eis que a legislação pode autorizar que o faltoso seja punido disciplinarmente, desde que a autoridade
competente tenha conhecimento pessoal e diretos da falta que deve decorrer a pena (art. 271, par. único, do Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo). Mas, mesmo assim, não se deve esquecer os seus
princípios da jurisdicionalização do poder disciplinar, como, por exemplo, em razão da preterição do direito de
defesa.
Note-se que o direito de defesa é o fulcro, é o cerne de todo procedimento disciplinar. Ele decorre de
previsão constitucional, isto é, a lei deve assegurar aos acusados amplos defesos, com os recursos a ela inerentes
(art. 153, § 15 da CR vigente).
O direito de defesa é a faculdade do acusado ter visto, ter conhecimento da acusação, podendo rebate-la,
produzindo prova pertinente. Como pondera HELY MEIRELLES, não basta ser ouvido em declarações para dizer-
se observado o direito de defesa. Mister se tornar dar ao acusado a oportunidade de produzir a sua ampla defesa,
dando-lhe prazo razoável para arquitetá-la, como entenda de seu interesse.
Neste passo convém anotar que o nosso Tribunal de Justiça, em acórdão na Apelação Cível nº 228.246, de
São Paulo, de que foi Relator o Des. WEISS DE ANDRADE, examinado, com profundidades adequada, caso de
prisão aplicada a oficial da Polícia Militar, pela verdade sabida, sem que lhe fosse concedida à possibilidade de
defesa, concluiu pela legalidade do ato punitivo, diante dos art 57, 77 e 80 do Regulamento Disciplinar da
Corporação (RJTJESP, ed. LEX. 33/40).
A competência para a prática do ato punitivo deve resultar da lei, sendo por ela delimitada. Lembre-se que
competência, como requisito de validade do ato administrativo, é a somatória de poderes atribuídos ao agente
público para o regular desempenho de suas funções específicas. Em matéria disciplinar será sempre do órgão
singular ou coletivo, previsto em lei ou regulamento disciplinar. O órgão poderá ter mera ação disciplinar, como, por
exemplo, as comissões sindicantes ou processantes, os conselhos de disciplina, etc., como, ainda, o poder
sancionado, isto é, o poder-dever de aplicar a sanção disciplinar.
A ação disciplinar é a faculdade de promover a averiguação dos fatos, para eventual repressão disciplinar.
Quase sempre se exaure com o relatório do órgão, propondo, de modo não vinculativo, a aplicação ou não da
sanção disciplinar. O órgão que tenha o poder sancionador, isto é, a competência para aplicar as sanções e que
tem a atribuição de decidir a respeito, podendo permanecer a outro superior de mais alto grau hierárquico. Aliás, a
esse propósito o Excelso Pretório, no RE nº 70.566 de São Paulo, relatado pelo Minº ALIOMAR BALEEIRO,
examinando exclusão disciplinar de aluno do Curso de Infantaria do CPOR de são Paulo, por ato do Comandante
da 1ª Região Militar, afirmou a tese de que a autoridade militar superior pode impor pena disciplinar ainda que o
regulamento mencione, para esse fim, a inferior (RTJ 71/721). Porém, o inverso não foi tido como legal, isto é, o
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, apreciando Cível nº 204.678, de São Paulo, de que foi Relator o
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
Des.Souza Lima. Concluiu pela nulidade da exclusão de policial-militar a bem da disciplina, pois o ato fora praticado
pelo Chefe do Estado-Maior da Polícia Militar, autoridade incompetente, não importando que a exclusão tenha sido
autorizada pelo Comandante Geral, nem por ele ratificada por publicação no Boletim Geral (RJTJESP, ed. LEX,
20/129).
Questão que surge, no que toca à competência, é a de saber qual o órgão competente quando, por exemplo,
o funcionário pratica falta na repartição “X” e antes de ser ela descoberta é ele movimentado para a repartição “Y”
de linha hierárquica diversa MARCELO CAETANO, no seu referido “Manual de Direito Administrativo”, afirma que,
quer teórica, quer praticamente, a solução aconselhada nestes casos será a da repartição do serviço, de onde o
funcionário saiu, remeter o processo instruído e com proposta de sanção aplicável à repartição de que o funcionário
passou e depender, a fim de que o seu superior decida julgar oportuno, conveniente e justo.
Outra questão em tema de competência é a relativa a suspeição do detentor do poder disciplinar. A
suspeição juridicamente, importa na imputação de certa qualidade de que se geram desconfianças ou suposições
capazes de autorizarem justas prevenções contra o suspeito (DE PLACIDO E SILVA “Vocábulo Jurídico”, IV, verbete
suspeição), no caso, o detentor do poder disciplinar. Não há entendimento pacífico a respeito. Porém, atento ao
princípio da legalidade, básico para a Administração Pública, só é possível dizer de suspeição em matéria
administrativa disciplinar quando houver norma legal expressa. Julgado de nosso Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo proclamou ser impossível transpor a exceção de suspeição prevista para o campo limitado da jurisdição
civil, para a esfera do processo administrativo, que de tal remédio não cogita (RT 389/217).
Vencida, assim, em rápida abordagem, a temática da competência, outro ponto que está a merecer
destaque, no âmbito do procedimento administrativo disciplinar, respeita ao afastamento preventivo. Essa medida
cautelar é possível e, via de regra, está prevista na legislação disciplinar, em geral. Todavia, mister se torna a sua
limitação de tempo, evitando-se, destarte, afastamentos demorados e, assim, arbitrários. Como medida cautelar que
é, pode a qualquer época ser revogado, pois o seu objetivo é possibilitar uma ampla investigação da conduta do
faltoso, sem que este possa influir, por meios excusos, na apuração da verdade, garantida, pelo óbvio, o direito de
defesa. Por isso, colhidas às provas necessárias, nada justifica a permanência do faltoso afastado do serviço. O
tempo em que ele foi cumprido será levado em conta, quando da eventual sanção final, como ocorre com a prisão
preventiva, no âmbito do direito criminal.
Há, ainda, a questão prescricional da falta disciplinar. O entendimento que melhor atende aos interesses da
Administração Pública é o defendido por CAIO TACITO, em parecer inserto na RDA 45/48, no sentido de que a
prescrição da falta disciplinar começa a correr a partir de sua ciência pela Administração. A prescrição, como sabido,
depende de um prazo, previsto em lei, como da inércia do titular do direito nesse prazo. Desde que, pelas
circunstâncias de fato, a violação do dever funcional se acoberte no sigilo, subtraindo-se ao conhecimento normal
da administração, não se configura a noção da inércia no uso do poder disciplinar, que caracteriza a prescrição.
Aliás, a Lcompl. nº 61, de 21/08/72, adotou esse entendimento ao alterar o art 261 e seu par. Único, da Lei nº 10.261,
de 28/10/68, que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo.
83
Evandro dos Santos da Costa
E, de qualquer modo, apenado o faltoso, deve ele ter direito a recurso hierárquico, isto é, direito a pedir aos
Órgãos Superiores da Administração o reexame do ato inferior, na forma da lei. Note-se que a regra é não se
confundirem recurso e pedido de reconsideração. Aquele, como focalizado, é pedido de reexame dirigido ao órgão
superior ao que praticou o ato; este é dirigido ao mesmo órgão que o praticou, com a pretensão de reexame. Ainda,
a regra é não terem os recursos e os pedidos de reconsideração efeito suspensivo. Vale dizer, o efeito será
meramente devolutivo, não alterando, portanto, a plena eficácia, a plena execução do ato punitivo, isto é, o recurso
ou o pedido de reconsideração não suspende a execução do ato punitivo, salvo se, ao contrário, dispuser a lei ou o
regulamento disciplinar. Providos que sejam, porém, darão lugar às retificações necessárias, retroagindo os seus
efeitos à data do ato impugnado, desde que outra providência não determine a autoridade quanto aos efeitos
relativos ao passado.
Em matéria recursal , também há o tema de reformatio in pejus. Em que pesem respeitáveis opiniões em
contrário, é de entender-se, porém, que o apenado, que recorreu ou pediu reconsideração (anota-se que, na Polícia
Militar e no Exército, pedido de reconsideração é tido, por força regulamentar, como recurso), não quer agravada a
sua situação, ferindo o senso de justiça que, na decisão, ocorra o agravamento não pretendido.
O pedido de revisão disciplinar é outro ponto que merece considerado. É conhecido da doutrina e o Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo o contempla nos art 312 e segs. A revisão poderá verificar-
se a qualquer tempo e não autoriza a agravação da pena, isto é, a condenada reformatio in pejus. Cabe revisão só
dos processos findos, isto é, com decisão administrativa transitada em julgado e desde que ela tenha sido contrária
ao texto expresso em lei ou à evidência dos autos, quando ela se fundar em depoimento, exames ou documentos
comprovadamente falsos ou errados e quando, após a sua prolação se descobrirem novas provas da inocência do
punido ou de circunstância que autorize pena mais branda. Pedido que não se enquadra em qualquer destas
hipóteses é incabível e autoriza o indeferimento liminar.
Por fim, a reincidência em matéria disciplinar. As leis e regulamentos disciplinares a ela se referem. Mas
não a definem com precisão, como é o caso do art 16, § 3 do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, que tem a
reincidência como circunstância agravante, esclarecendo, verbis: “reincidência (repetição de falta já punida)”.
Porém, cumpre acrescentar, e isto buscando a analogia do Direito Penal que só haverá reincidência quando o
funcionário cometer nova falta, depois de transitar em julgado a decisão punitiva da falta anterior. Em outras
palavras, enquanto não transitada em julgado a punição da falta repetida, não haverá reincidência.
6. MEIOS JUDICIAIS DE CONTROLE DO ATO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
O funcionário apenado disciplinarmente, que não se conforme com a sanção disciplinar, pode buscar, no
Poder Judiciário, uma solução para a situação. Ao Poder Judiciário não caberá modificar a penalidade substituindo-
a por outra mesmo mais branda. Como focalizado, a escolha da pena aplicável se encerra no poder discricionário
que detém a Administrador que exerce o poder disciplinar. E o mérito desta escolha não pode ser atacado, ou
melhor, não pode ser examinado pelo Poder Judiciário. Este só pode verificar se a pena está dentre aquelas
relacionadas na lei ou regulamento disciplinar a que se sujeite o faltoso. Poderá verificar, também, se invocado, o
cerceamento ao direito de defesa, em qualquer de seus matizes, como também se a motivação da sanção
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
correspondente à realidade fática, verificando, ainda, a existência de qualquer outro vício insanável a ensejar a
nulidade do ato administrativo punitivo.
Para tanto, o faltoso poderá valer-se, através de advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, das
vias processuais adequadas, de procedimento ordinário, sumaríssimo ou especial, na forma prevista nas leis
processuais civis. Destes, merece destaque o mandado de segurança, que é ação civil de rito sumário especial e
que, por previsão constitucional, é adequado nos casos em que é incabível o hábeas corpus, como na hipótese das
transgressões disciplinares (art. 153, § 20 e 21 da CR). No entanto, a Lei m. 1.533, de 31/12/51, deixa certo que
não se dará mandado de segurança quando se tratar de ato disciplinar salvo quando praticado por autoridade
incompetente ou com inobservância de formalidade essencial (art. 5º, n. III).
A autoridade tida por coatora, isto é, a impetrada é que deve responder a requisição judicial de informações.
Nessas informações, que poderão ser escritas como o são os ofícios em geral, a autoridade impetrada alinhará tudo
aquilo que entenda útil esclarecer ao Poder Judiciário em resposta ao quanto na impetração, isto é, na petição do
impetrante, que, no caso, só poderá ser o faltoso punido. Informação bem elaborada, sendo eventualmente instruída
com documentos, é caminho andado para a denegação do mandado de segurança, isto é, para a não concessão
do mesmo.
E não concedida à segurança, que deve ser impetrada no prazo decadencial de cento e vinte dias de ciência
do ato punitivo, poderá o faltoso, então, valer-se em querendo, dos outros procedimentos, de rito mais amplo, para
demonstrar a lesão ao seu direito público subjetivo.
Enfim, feitas todas estas considerações a respeito do “Poder Disciplinar na Administração Pública” e sem a
pretensão de ter esgotado o vastíssimo que o tema encerra, e os especialistas dissertam em suas obras e que o
dia-a-dia ensina a está a exigir, espera-se ser esta uma modesta contribuição para aqueles que despertem para as
questões disciplinares e buscam o aperfeiçoamento do serviço público, através do justo e equilibrado controle do
desempenho funcional do pessoal da Administração Pública, que se desvie dos seus princípios fundamentais.
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Evandro dos Santos da Costa
Tendo ocorrido prisões disciplinares sem nota de punição indevidamente feitas a disposição do
Comandante-Geral, recomendo que, nos casos previstos no § 2º do art. 11 do RDPM, tais prisões não sejam
efetuadas em nome do Comandante-Geral, quando a autoridade competente, referida naquele parágrafo, for
qualquer autoridade mencionadas nos incisos de III a VI do art. 10do mesmo RD.
Recomendo, outrossim, cuidados nas medidas de excessão ao preceito do art. 30 do RDPM, advertindo
que serão responsabilizados todos os envolvidos em recolhimento indevido à prisão, do autor à autoridade
competente para revoga-la.
Em consequência, determino aos Cmt, Ch, e Dir de OPM a divulgação da presente nota por três dias
consecutivos, a fim de que todos os integrantes da Corporação tomem ciência.
(Nota nº 2.172 – 28 Set 90 – DGP/DPA/SJD)
O retardamento nas resoluções de partes e posterior aplicações de punições, todas na mesma época
levam a situações bizarras em que um só punido tenha de cumprir, sem intervalo, 139 (cento e trinta e nove) dias
de prisão ou, até mesmo, 149 (cento e quarenta e nove) dias de prisão, o que foge, totalmente, a finalidade da
sanção, além de gerar desagradável ambiente em que o Comandante-Geral cumpre elidir.
A análise da documentação em referência, relativa a punições disciplinares aplicadas pelo
////////////////////, revela a existência de exorbitância na decisão daquele /////////////; permite, ainda a constatação de
algumas delas já surtiram o efeito pretendido, por terem atingido a sua
finalidade; finalmente, há casos em que a prisão dos transgressores já não é mais oportuna.
Com base na motivação expedida, o Comandante-Geral decide:
1) ANULAR,com base no Art. 11§4º e 44§1º do RDPM os corretivos disciplinares aplicados pelo //////////////////////////
aos seguintes Policias Militares:
1.1) Do Sd PM C1 B (////////////) //////////////////////////////////////// – de 04 (quatro) dias de prisão, publicada em Bol Int.
nº ////, de //////////////// ;
1.2) Do Sd PM C1 B (////////////) /////////////////////////////////////////////////////// – 04 (quatro) dias de detenção, publicada
em Bol Int. nº 128, de 24/10/91, e, ainda, a de 04 (quatro) dias de prisão, aplicada em Bol Int. nº //////, de ////////////.
2) RELEVAR, com fundamentos nos Art. 11§4º, 22 e no item 1 do Parágrafo Único do Art. 47 do RDPM, os corretivos
disciplinares, aplicados pelo //////////////////// aos seguintes Policias Militares, a contar de 08/11/91:
2.1) Cb PM (////////////) ///////////////////////////////////////////////////////// – de 13 (treze) dias de prisão, publicada no Bol Int.
nº ///// , de //////////////;
2.2) Sd PM C1 B (////////////) ////////////////////////////////////////// – de 20 (vinte) dias de prisão, publicada no Bol Int. nº
//////, de /////////////;
2.3) Sd PM C1 B (/////////////) //////////////////////////////////////// –de 15 (quinze) dias de prisão, publicada no Bol. Int.
nº /////, de //////////////; e
2.4) Sd PM C1 C (/////////////) ///////////////////////////////////////////– de 29 (vinte e nove) dias de prisão, publicada no
Bol Int. nº /////, ////////////.
3) Determinar que esta decisão seja levada a conhecimento de todos Oficiais do Estado Maior de todas às OPM,
os quais deverão tomar ciência, por escrito, para orientação em casos futuros.
Ressalte-se que a presente decisão não é impeditiva de submissão dos faltosos à CRD ou CD, se ficarem
confirmadas as hipóteses para aqueles procedimentos administrativos.
(Nota nº 423 - 14 Nov 91- DGP/DPA/SJD)
Bol da PM nº 83 – 06Mai94
CONFECÇÃO E REMESSA DE RELAÇÃO DE POLICIAIS MILITARES E CIVIS PRESOS – DETERMINAÇÃO -
COMPLEMENTAÇÃO
Este Comandando em complementação à determinação publicada no Bol da PM nº 10, de 15Jan94, DETERMINA
que seja confeccionada, semanalmente, e encaminhada a CGPM/SJD, às terças-feiras, impreterivelmente, uma
relação nominal, conforme modelo anexo, contendo as informações sobre os presos.
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Evandro dos Santos da Costa
RESERVADO
OPM:_____________________________________ _______________________
VISTO P/1
RELAÇÃO DE POLICIAIS MILITARES E CIVIS PRESOS
CORRETIVO / AG. DEC. JUDICIAL / SENTENÇA PI
GH RG NOME DT/FATO ENQ.LEAL IP PENA INICIO TERMINO AUTORIDADE LOCAL OPÇÃO
LEGENDA:
GH = GRAU HIERARQUICO DO PM IP | (C) CORRETIVO PI = PROCESSO INSTAURADO
RG = REISTRO ERAL DO PM TIPO DE PUNIÇÃO < (A) AGUARD. DEC. JUDIC. CRD = COMIS. DE VER. DISCIPLINAR
DT/FATO = DATA DO FATO GERADOR | (S) SENTENÇA CJ = CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO
ENQ.LEGAL = ENQUADRAMENTO LEGAL DO PUNIDO AUTORIDADE = APLICANTE DA PUNIÇÃO CD = CONSELHO DE DISCIPLINA
PENA = SENTENÇA DO CORRETIVO APLICADO LOCAL = CUMPRIMENTO DA PUNIÇÃO AV = AVERIGUAÇÃO
INÍCIO--- = DATA DE INÍCIO DA PUNIÇÃO SIN = SINDICÂNCIA
TÉRMINO = DATA DE TÉRMINO DA PUNIÇÃO IPM = INQUERITO POLICIAL MILITAR
RESERVADO
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Evandro dos Santos da Costa
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
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Evandro dos Santos da Costa
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – Revisto e Atualizado - 2018
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Evandro dos Santos da Costa
3 – xerox autenticada do Boletim Interno ou da PM, da punição disciplinar do requerente, em caso de Oficial PM,
anexar o extrato do Boletim Reservado;
4 – xerox autenticada do Boletim Interno de início e término de corretivo ou cópia da brochura, em caso de Oficial
PM, anexar o extrato do Boletim Reservado; e
5 – no caso do inciso II do art. 62 e do art. 64, anexar as alterações, após a data da última sanção disciplinar.
(Nota nº 4091 – 16 Ago 06 – CIntPM)
“Art. 1º - Fica criado o distintivo Lealdade e Constância, destinado a premiar os policiais militares que se portarem
por 10 anos consecutivos com lealdade e constância no cumprimento do dever, sem sofrer qualquer punição
disciplinar”.
Doravante, para efeito de consideração de ficha disciplinar negativa, para fins de concessão do distintivo ora em
questão, deve-se entender que ela se dá para o futuro, não apagando a punição ocorrida no passado, a expressão
“sem qualquer punição disciplinar” alcança aqueles que realmente não foram punidos, sem abarcar, portanto,
os beneficiados pelo instituto do cancelamento do art. 61 do RDPM.
(Nota nº 6036 – 22.12.2006 – CIntPM)
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Evandro dos Santos da Costa
Este Comandante Geral, no uso de suas atribuições previstas no artigo 74 do RDPMERJ, determina que as
punições disciplinares de advertência sejam públicas em Boletim Disciplinar Reservado (BDR), seguindo-
se a regra do item 13 da 3ª parte do Bol PM nº. 016 de 29 Jul 2009 e alterando a redação do item 1 da 4ª parte
do Bol PM nº. 072 de 28 Set 2000 da seguinte forma:
“2.11.4. A punição de ADVERTÊNCIA, registrada na ficha disciplinar e pública em Boletim Disciplinar Reservado
(BDR) deverá ser cancelada, automaticamente, decorridos 03 (três) anos de efetivo serviço, a contar da data do
referido registro, desde que não tenha sofrido qualquer outra punição no período mencionado.”
(TOMEM CONHECIMENTO AS OPM´S INTERESSADAS)
(Nota nº 2375 – 10Ago10 – CIntPM/SACPP/RUP)
Considerando que tal modalidade recursal, criada pelo Bol PM nº 086, de 12 de maio de 2011 não possui amparo
no Decreto nº 6.579/83.
Considerando que requerimentos de cancelamento de punição com fundamento na citada publicação continuam
sendo encaminhados à CIntPM.
Considerando os princípios elencados no art. 2º da lei 5.427/2009, este Comandante-Geral decide:
1. Determinar o arquivamento de todos requerimentos de cancelamento de punição encaminhados à CIntPM com
fundamento na publicação contida no Bol PM nº 086, de 12 de maio de 2011, que estejam pendentes de solução,
em razão da ausência de previsão legal nas normas em vigor na Corporação;
2. Determinar às OPM's que não mais encaminhem à CIntPM requerimento de cancelamento de punição com
fundamento no Bol PM nº 086, de 12 de maio de 2011;
3. Determinar que os chefes das SsJD das Unidades orientem o seu efetivo quanto aos requisitos para
encaminhamento de cancelamento de punição com fundamento no art. 62 do RDPMERJ, os quais deverão ser
observados quando do despacho do requerimento na OPM de origem;
4. Providencie a CIntPM a publicação da relação de todos os recursos arquivados pela presente determinação.
(TOMEM CONHECIMENTO AS OPM's INTERESSADAS)
(Nota nº 03813 – 06 SET 2012 – CIntPM/RUP).
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“9) Visando o cumprimento da garantia constitucional do artigo 5º, inciso LXXVIII e dos princípios do artigo
37, caput, ambos da CRFB/1988, este Corregedor determina que as soluções dos processos e procedimentos
administrativos sejam elaboradas e publicadas em BDRI no prazo máximo de 30 dias corridos, a contar da entrega
dos autos na SsJD e que as soluções de D.R.D. sejam publicadas em BDRI no prazo máximo de 20 dias úteis, a
contar da data da ciência do defendente da acusação que está sendo imputada no referido documento.”
Considerando os óbices apresentados pela autoridade militar em questão referentes a extração e a entrega
dos Documentos Razões de Defesa (D.R.D.) no âmbito das OPM, o Corregedor Interno determina aos
Comandantes, Chefes, Diretores, Coordenadores e Assessores que, havendo ordem para extração de D.R.D. ao
policial militar acusado da prática de transgressão disciplinar, deverão notificá-lo para comparecimento à SsJD ou
equivalente da OPM no prazo máximo de 03 dias, sob pena de aplicação da medida de pronta intervenção
repressiva do artigo 11, §2º do Decreto Estadual n.º 6.579 de 05 de março de 1983 e posterior apuração desta
conduta, considerada transgressão disciplinar de natureza GRAVE.
Nas hipóteses de afastamento legal do serviço policial militar, a notificação do defendente será feita no 1º
dia de retorno às atividades na OPM.
Aplicar-se-ão as mesmas regras dos dois parágrafos antecedentes para os casos de confecção e entrega
do Termo de Ciência de Recebimento de Punição Disciplinar, público no Bol PM n.º 040 de 01Set2009.
(CIntPM n.º 201306071 - nota n.º 2353 - 14/05/2013 – CIntPM/SACPP)