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Atividade Ginecologia e Obstetrícia 26/09/2018

1) Fases do trabalho de parto

O diagnostico de trabalho de parto se firma diante de contrações uterinas regulares e


da modificação cervical progressiva. O início do trabalho de parto é considerado quando a
dilatação atinge 2cm, estando a atividade uterina entre 80 e 120 unidades montevideu. Estas
contrações se iniciam na parte superior do útero, local que são mais intensas e se propagam
com intensidade até atingir o segmento inferior. Essas 3 características da contração intraparto
são chamadas de TRÍPLICE GRADIENTE DESCENDENTE.

Durante a fase de dilatação, a frequência das contrações é de 2 a 3 em 10 minutos


com intensidade próxima de 30mmHg. No momento expulsivo pode chegar a 5 em 10
minutos com intensidade de 50 mmHg. Nesta fase soma-se às contrações interinas a contração
voluntária da musculatura abdominal, denominada PUXO, cuja função é aumentar a pressão
abdominal e facilitar a expulsão do feto.

A cada contração, no trabalho de parto, são impulsionados do território placentário


cerca de 300ml de sangue, aumentando retorno venoso ejetado na sístole. Somado a isso, após
a expulsão do feto, há diminuição da pressão exercida pelo útero gravídico sobre a veia cava
inferior.

Esses fenômenos são importantes, sobretudo em pacientes cardiopatas ou com


síndromes hipertensivas graves, pois o aumento súbito do retorno venoso pode predispor a
quadro de edema pulmonar agudo.

FASES CLÍNICAS DO PARTO

Fase I – Dilatação: Inicia-se com as primeiras contrações dolorosas, cuja principal


ação é a modificação da cérvix. Logo, esse período começa com as primeiras modificações
cervicais e termina com a dilatação completa do colo uterino – 10 cm. Essas modificações
irão abrangir 2 fenômenos ( esvaecimento cervical e a dilatação propriamente dita).

Nas primíparas, ocorrem nessa ordem, sucessivamente: primeiro o esvaecimento, de


cima pra baixo e depois a dilatação do orifício externo, em multíparas são simultâneos.

A dilatação do orifício externo do colo tem como principal finalidade ampliar o canal
de parto e completar a continuidade entre útero e vagina.

A medida que a dilação cervical progride, surge um espaço entre o polo cefálico e as
membranas ovulares (amnio e cório), no qual ficará coletado o liquido amniótico, suja função
é auxiliar as contrações uterinas no deslocamento do istmo. A bolsa das aguas se forma no
polo inferior do ovo no decorrer do trabalho de parto e sua rotura causa a saída parcial do
seu conteúdo liquido, ocorrendo, via de regra, no período em que a dilatação cervical é maior
que 6cm. Mas essa rotura pode ser precoce.

A dilatação cervical é representada por uma curva sigmoide dividida em fase latente
e fase ativa, sendo esta ultima composta, segundo Friedman citado por Declascio e Guariento
de 3 subdivisões:

1. Aceleração: velocidade de dilatação começa a modificar-se e a curva se


eleva.
2. Dilatação ou aceleração máxima: dilatação passa de 2 a 3 cm para 8 a 9
cm.
3. Desaceleração: precede a dilatação completa.

A fase LATENTE apresenta como característica contrações mais eficazes, sem


conduto, determinar modificações na dilatação cervical. Segundo Friedman, a fase latente
dura 8 horas, porém com variações conforme a paridade e mesmo entre gestantes da mesma
paridade. A dilatação nessa fase é em torno de 0,35 cm/h. Esta fase será considerada
prolongada quando durar mais de 20 horas em primíparas e mais que 14 em multíparas.

A fase ATIVA se inicia com dilatação cervical de 4 cm e dura em média 6 horas nas
primíparas, com velocidade de dilatação de cerca de 1,2 cm/h e 3 horas nas multíparas, com
velocidade de dilatação de 1,5 cm/h.

Fase II – Expulsão: O feto é expelido do útero por meio do canal de parto através da
ação das contrações uterinas e das contrações voluntárias dos músculos abdominais (puxos).
Nesse período ocorre a maioria dos fenômenos mecânicos do parto e o canal do parto é
completamente formado, ou seja, segmento inferior do útero, o canal cervical totalmente
dilatado e a vagina formam uma única cavidade. Esta fase começa com a dilatação completa
e termina com a saída do feto.

A descida do polo cefálico pelo canal do parto compreende 2 fases; sendo elas:

1. Fase PÉLVICA: dilatação completa do colo uterino e pela apresentação


acima do plano +3 de De Lee.
2. Fase PERINEAL: apresenta a cabeça rodada em um plano inferior a +3
de De Lee.

A duração do período expulsivo depende da proporção cefalopélvica e da eficiência


contrátil do útero e da musculatura abdominal. Cerca de 30 minutos nas multíparas e 60
minutos nas primíparas. O período expulsivo pode prologar-se por um tempo maior e é
considerado prolongado quando em primiaparas quando passa em 3 horas sem analgesia e em
multíparas 2 horas sem analgesia.

Fase III – Dequitação: Também chamado de secundamento, o útero expele a


placenta e as membranas (após o nascimento do feto). Após o deslocamento de seu leito
uterino, a placenta desce através do canal de parto e é expelida pela rima vulvar, este
deslocamento ocorre pela diminuição do volume uterino, associada as contrações uterinas
vigorosas e indolores.

Há 2 tipos de deslocamentos:

1. Central (baudelocque-schultze): a 1ª face placentária visualizada na rima


vulvar é a face fetal. É mais frequente e apresenta sangramento após a dequitação, com
formação de hematoma retroplacentario.
2. Marginal (baudelocque-duncan): a 1ª face placentária visualizada é a face
materna. É menos comum, tem escoamento de sangue antes da total expulsão da placenta.

Ocorre entre 10 minutos e 1 hora após o parto. Caso ultrapasse 30 minutos, é feito o
parto da placenta, também chamado de CURAGEM UTERINA.

Neste período ocorre a estabilização dos sinais vitais maternos e hemostasia uterina.

Tipos de parto

Cesárea: Feita com anestesia do tipo raqui ou peridural. É feita a partir de um corte
de 8 a 10 cm no sentido transversal, na parte baixo do ventre, bem na borda dos pelos
pubianos. O procedimento é conduzido por equipe multidisciplinar.

Parto normal: É feito com ou sem aplicação de anestesia, subdividido em:

1. Semideitada; a mulher fica encostada a cama, erguida a 45 graus, com as


pernas ou pes apoiados em um suporte, a saída do bebe é facilitada pela força da
gravidade.
2. De cócoras; a mãe permanece agachada, com os pes ao chão, é segurada
pelas axilas ou com apoio de barras de ferrou ou cadeiras.
3. De lado; nessa posição não há pressão do útero sobre a veia cava,
evitando a diminuição do recebimento de oxigênio pelo bebe.
4. Na agua; não é aplicável anestesia, a mulher fica em uma banheira a 36
graus, o ambiente alivia as dores das contrações e o estresse, além de aumentar a irrigação
sanguínea e relaxar a musculatura. Permite um nascimento suave e natural.

Parto natural ou humanizado: Sem uso de anestesia ou qualquer outra droga, é


realizado em hospitais, casas de parto ou até mesmo com parteira ou doulas.
Puerpério e suas fases:

O puerpério é o período que a mulher tem para se recompor da gestação,


tanto em termos hormonais quanto corporais. Ele começa logo após o parto do bebê
e continua até entre seis e oito semanas após o nascimento do pequeno. Além das
mudanças físicas, já que o corpo está retornando ao estado em que estava antes da gravidez,
mudanças emocionais são comuns, já que a mamãe também está se adaptando à nova rotina com
o bebê em casa.

Existem 3 fases do puerpério imediato (1º ao 10º dia), tardio (11º ao 45º
dias), remoto (além do 45ºdia).

Puerpério imediato: A primeira fase é o puerpério imediato. Ele irá ocorrer


a partir do momento da saída da pla centa e dura até o 10º dia após o parto. Esta é a
fase em que a mulher está aprendendo a amamentar. Além disso, trata -se do período
em que o lóquio, o sangramento no pós -parto, está mais intenso.

Caso a mulher tenha passado por uma cesárea ou tenha tido um parto normal,
mas precisado de pontos na região da vagina, está também será a principal fase de
recuperação deles. Por isso, é comum ter um incomodo maior.

A mulher também tende a se sentir bem cansada, especialmente nos primeiros


dias após o parto. Isto acontece justamente devido ao cansaço causado pelo parto e
que muitas vezes se une ao cansaço da reta final da gestação.

Ter o apoio de outras pessoas durante todo o puerpério é muito importante


para a mãe. Porém, nesta fase este apoio é ainda mais importa nte e além disso,
também é necessário que a mãe receba orientações corretas, tanto em relação à
amamentação e outros cuidados com o bebê tanto quanto os cuidados consigo
mesma.

Puerpério tardio: O puerpério tardio é a segunda fase do puerpério e ocorre


entre o 11º dia até por volta do 25º dia. Nesta fase o lóquio tende a ficar menos
intenso. Além disso, o útero começa a regredir ao seu tamanho de antes da gestação.
Porém, saiba que o útero só irá regredir totalmente entre quatro e seis semanas após
o parto. Além disso, a recuperação dos órgãos genitais também passa a acontecer.
Puerpério remoto: Já o puerpério remoto se inicia a partir do 25º dia no
pós-parto. Nesta fase o lóquio está na fase final e pode até já ter acabado, isto
porque ele costuma durar no máximo até a 6ª semana de gestação.

Nesta fase também pode acontecer da mulher voltar para seu período fértil e
voltar a menstruar. A menstruação após o parto já pode começar a acontecer a partir
de cinco semanas após o parto. Mas saiba que isto varia muit o de acordo com cada
mulher. Estar amamentando ou não pode influenciar nesta questão.

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