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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLOGICAS


DISCIPLINA: QUIMICA ORGÂNICA II

PROCESSOS DE TRASNFERÊNCIA DE CALOR

Ilhéus
Setembro, 2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC
DEPARTAMENTO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLOGICAS
DISCIPLINA: QUIMICA ORGÂNICA II

PROCESSOS DE TRASNFERÊNCIA DE CALOR

Relatório apresentado Universidade


Estadual de Santa Cruz sob a orientação da
docente Mirian Tokumuto, da disciplina
de Química Orgânica II do curso de
Engenharia Química, realizado pelas
discentes Brenda Melo(MATRICULA),
Mariana Meireles Amaral (201411324) e
Marina Passos Soares (201411027).

Ilhéus
Setembro, 2016
1. Introdução

Processos de transferência de calor

Segundo a definição Aurélio, calor é “... a forma de energia que se transfere de um


sistema para o outro em virtude duma diferença de temperatura existente entre os dois, e
que se distingue das outras formas de energia porque, como o trabalho, só se manifesta
num processo de transformação” (FERREIRA, 2004). Desta definição de calor pode-se
observar que o calor nada mais é do que uma forma de energia. A maneira com que esta
energia altera as propriedades (dependentes ou independentes) de um sistema no estado
de equilíbrio é escopo do estudo da Termodinâmica Clássica. Já os efeitos que ocorrem
durante o processo da transmissão da energia em forma de calor é o escopo da
Transferência de Calor. Dentre estes efeitos, exalta-se a variação de taxa temporal de
transmissão de calor (variável não considerada na termodinâmica) (BARROSA, 2004).

 Condução

Com a menção da palavra condução, devemos imediatamente visualizar conceitos das


atividades atômicas e moleculares, pois são processos nesses níveis que mantêm este
modo de transferência de calor. A condução pode ser vista como transferência de energia
das partículas mais energéticas para as menos energéticas de uma substância devido a
interação entre as partículas (INCROPERA, 2008). Pode ser definida também como o
processo pelo qual o calor flui de uma região de temperatura mais alta para outra de
temperatura mais baixa, dentro de um meio (sólido, líquido ou gasoso) ou entre meios
diferentes em contato físico direto (KREITH,1977). Portanto, a transmissão de calor por
Condução ocorre quando corpos em diferentes temperaturas estão literalmente
“encostados” um no outro. A energia (calor) do corpo de temperatura mais alta agita as
moléculas do corpo de temperatura mais baixa, fazendo com que a energia cinética média
das moléculas deste último se eleve, aumentando, assim, sua energia interna.
Consequentemente, a temperatura do corpo que está “recebendo” a energia em forma de
calor se eleva até o estado de equilíbrio (BARROSA, 2004).

Segundo definição do cientista francês J.B.J. Fourier, em 1882, a quantidade de calor


transmitida por condução segue a seguinte lei:

𝑑𝑇
𝑞𝑘 = −𝑘𝐴 Equação 1
𝑑𝑥
Onde k representa a condutividade térmica do material, A representa a área da seção
através da qual o calor flui por condução (medida perpendicularmente à direção do fluxo),
e dT/dx representa o gradiente de temperatura na seção.

 Convecção

O modo de transferência de calor por convecção abrange dois mecanismos. Além de


transferência de energia devido ao movimento molecular aleatório (difusão), a energia
também é transferida através do movimento global, ou macroscópico, do fluido. Esse
movimento do fluido está associado ao fato de que, em um instante qualquer, um grande
número de molécula está se movendo coletivamente ou como agregado. Tal movimento,
na presença de um gradiente de temperatura, contribui para a transferência de calor. Como
as moléculas nos agregados mantêm seus movimentos aleatórios, a transferência total de
calor é, então, devida à superposição do transporte de energia pelo movimento global do
fluido. É comum usar o termo convecção para fazer referência a esse transporte
cumulativo e o termo advenção para fazer referência ao transporte devido ao movimento
global do fluido (INCROPERA, 2008).

O calor, por unidade de tempo, transmitido de uma superfície sólida para um fluido,
por convecção, pode ser calculado da seguinte forma:

𝑞𝑐 = ℎ𝑐 ⋅ 𝐴 ⋅ ∆𝑇 Equação 2

Na fórmula acima, ℎ𝑐 representa o coeficiente médio de transmissão de calor por


convecção, o qual depende dependente da geometria da superfície, da velocidade do
fluido e das propriedades físicas do fluido, incluindo sua temperatura. A grandeza A
representa a área de transmissão de Calor, em, e ∆𝑇 é a diferença de temperaturas entre a
da superfície 𝑇𝑠 e a do fluido em um local especificado 𝑇∞ .

 Radiação

A radiação é um processo pelo qual o calor é transmitido de um corpo a alta


temperatura para um de mais baixa quando tais corpos estão separados no espaço, ainda
que exista vácuo entre eles (KREITH,1977). Por esta definição, vê-se que não há
necessidade de um contato físico entre os corpos para que a energia (na forma de calor)
seja transmitida entre eles. Ao calor transmitido desta forma dá-se o nome de calor
radiante (BARROSA, 2004). Independente da forma da matéria, a emissão pode ser
atribuída a mudanças nas configurações eletrônicas dos átomos ou moléculas que
constituem a matéria. A energia do campo de radiação é transportada por onda
eletromagnéticas (ou, alternativamente por fótons). Enquanto que a transferência de
energia por condução ou convecção requer a presença de um meio material, a radiação
não necessita dele. Na realidade, a transferência por radiação ocorre mais eficientemente
no vácuo (INCROPERA, 2008).
2. Procedimento Experimental

A – Condução

Materiais e reagentes

 Barra de alumínio;
 Barra de ferro;
 Paquímetro;
 Vela;
 Cronômetro;
 Bico de Bunsen;
 Alfinetes;
 Régua;
 Fósforos;
 Garra de madeira;
 Pinça de madeira.

Metodologia

As dimensões da barra de ferro foram medidas: comprimento com auxílio de uma


régua, e largura e profundidade com auxílio do paquímetro. Foram marcados
espaçamentos de 1,0 cm ao longo da barra. Com uma vela acesa, gotejou-se a parafina
derretida em cada espaçamento demarcado e colocou-se um alfinete em cada gota
completando 18 alfinetes. Com auxílio de uma garra, segurou-se a barra com os alfinetes
voltados para baixo e colocou-se a extremidade da barra na chama do bico de Bunsen.
Neste momento o cronômetro foi acionado e cronometrou-se o tempo até que o ultimo
alfinete desprendeu da barra. O mesmo procedimento foi realizado para a barra de
alumínio.
B – Convecção

Materiais e reagentes

 2 Erlenmeyer de 125 mL;


 2 Béquer de 200 mL;
 Placa de aquecimento;
 Termômetro;
 Papel de filtro;
 Água destilada (H2O);
 Solução de hidróxido de sódio 0,01 mol/L (NaOH);
 Fenolftaleína;
 Gelo.

Metodologia

Em um béquer, colocou-se cerca de 150 mL de água destilada e em seguida colocou-


o na placa de aquecimento até aproximadamente 50 °C, sempre aferindo com o
termômetro. Num outro béquer, fez-se uma solução de água e gelo, aferindo-se com o
termômetro até obter uma temperatura abaixo de 10 °C. A água quente foi transferida
para um erlenmeyer até transbordar, em seguida foram adicionadas gotas de fenolftaleína
até uma coloração rosa escuro. A água fria foi transferida para outro erlenmeyer até
transbordar. Um pedaço de papel filtro foi colocado na boca do erlenmeyer com água
fria. Segurando o papel, verteu-o sobre o erlenmeyer com água quente até ficarem um
sob o outro, em seguida o papel foi retirado.
3. Análise de dados

A – Condução

Material Comprimento Diâmetro (mm) Tempo


(cm)
Ferro (30,1 ± 0,1) (12,45 x 4,70) ± 0,05 3min53seg
Alumínio (30,1 ± 0,1) (12,80 x 3,30) ± 0,05 27min05seg

B – Convecção

Água fria: (7,0 ± 0,5) °C

Água quente: (50,0 ± 0,5) °C

4. Discussão

 Convecção

Ao verter o erlenmeyer frio sobre o quente e após retirado o papel filtro, foi observado
que a água quente (com fenolftaleína) foi se movimentando na direção da água fria,
portanto subindo, sendo assim observado o fenômeno da convecção, onde o calor foi
transferido da parte mais quente para a parte mais fria. Como a água quente possui
fenolftaleína foi possível observar as correntes de convecção.

Isso pode ser explicado, pois sabemos que as moléculas se movimentam


aleatoriamente e que este movimento em uma diferença de temperatura contribui para a
transferência de calor. Verificamos ainda que o líquido quente sobe em direção ao frio,
isto porque quanto maior a temperatura, menor a densidade, já que temperatura influencia
no espaço necessário para comportar as moléculas, ou seja, no volume e sendo a
densidade uma relação entre massa e volume (d=m/v) e sabendo que a massa é fixa e o
volume variável, temos que quanto maior a temperatura, maior o volume e menor a
densidade. Dessa forma, a água aquecida, de menor densidade sobe em direção a água
fria, fazendo com que assim haja a transferência de calor entre a duas frações de água de
diferentes temperaturas.

Ferreira ABH. Novo Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa. 3ª.ed. São


Paulo, Positivo, 2004. pp498-499.

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