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Roteadores e Roteamento

Prof. Luciano Amorim


1 INTRODUÇÃO AO ROTEAMENTO E AO CAMINHAMENTO DE
PACOTES

1.0 INTRODUÇÃO DA SEÇÃO 01

1.0.1 INTRODUÇÃO DA SEÇÃO 01

As redes atuais têm um impacto significativo em nossas vidas – alterando a forma como nós
vivemos, trabalhamos e nos divertimos. As redes de computadores – e, em um contexto mais
amplo, a Internet – permitem às pessoas se comunicar, colaborar e interagir de maneira que
elas jamais viram. Nós usamos a rede de várias formas, inclusive aplicativos Web, telefonia IP,
videoconferência, jogos interativos, comércio eletrônico, educação e muito mais.

No centro da rede está o roteador. Resumidamente, um roteador conecta uma rede a outra. Por
isso, o roteador é responsável pela entrega de pacotes em redes diferentes. O destino do pacote
IP pode ser um servidor Web em outro país ou um servidor de email na rede local. É a
responsabilidade dos roteadores entregar esses pacotes em tempo hábil. A efetividade da
comunicação de redes interconectadas depende, amplamente, da capacidade dos roteadores
de encaminhar pacotes da maneira mais eficiente possível.

Agora os roteadores estão sendo adicionados a satélites no espaço. Esses roteadores terão a
capacidade de rotear tráfego IP entre satélites no espaço de maneira muito semelhante à forma
como esses pacotes são movidos na Terra, o que reduz atrasos e oferece maior flexibilidade de
networking.

Além do encaminhamento de pacotes, um roteador também presta outros serviços. Para


atender às demandas das redes atuais, os roteadores também são usados para:

• Assegurar uma disponibilidade 24x7 (24 horas por dia, 7 dias por semana). Para ajudar
a garantir o alcanço da rede, os roteadores usam caminhos alternativos, caso haja falha
no caminho primário.
• Fornecer serviços integrados de dados, vídeo e voz em redes com e sem fio. Os
roteadores usam a priorização de Qualidade de Serviço (QoS, Quality of Service) dos
pacotes IP para assegurar que o tráfego em tempo real, como voz, vídeo e dados críticos
não sejam descartados ou atrasados.
• Atenuar o impacto de worms, vírus e outros ataques na rede, permitindo ou negando o
encaminhamento de pacotes.

Todos esses serviços são criados de acordo com o roteador e sua responsabilidade primária de
encaminhar pacotes de uma rede para a próxima. Isso só acontece por causa da capacidade do
roteador de rotear pacotes entre redes nas quais os dispositivos em redes diferentes podem se
comunicar. Este capítulo irá apresentar o roteador, sua função nas redes, seus principais
componentes de hardware e de software, além do próprio processo de roteamento.
1.1 POR DENTRO DO ROTEADOR

1.1.1 ROTEADORES SÃO COMPUTADORES

Roteadores são computadores

Um roteador é um computador, assim como qualquer outro, inclusive um PC. O primeiro


roteador, usado na ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network), foi o Processador
de Mensagem da Interface (IMP, Interface Message Processor). O IMP era um minicomputador
Honeywell 316; esse computador deu vida à ARPANET no dia 30 de agosto de 1969.

Nota: a ARPANET foi desenvolvido pela ARPA (Advanced Research Projects Agency) do
Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A ARPANET foi a primeira rede de comutação de
pacotes operacional do mundo e a antecessora da Internet atual.

Os roteadores têm muitos componentes de hardware e de software iguais encontrados em


outros computadores, inclusive:

• CPU
• RAM
• ROM
• Sistema operacional
Roteadores estão no centro da rede

Os usuários típicos talvez desconheçam a presença de vários roteadores em sua própria rede ou
na Internet. Os usuários esperam ser capazes de acessar páginas da Web, enviar emails e baixar
músicas – independentemente do servidor acessado estar em sua própria rede ou em outra rede
no mundo. No entanto, os profissionais de networking sabem que o roteador é responsável por
encaminhar pacotes de rede-a-rede, da origem original para o destino final.

Um roteador conecta várias redes. Isso significa que ele tem várias interfaces pertencentes a
uma rede IP diferente. Quando um roteador recebe um pacote IP em uma interface, ele
determina que interface usar para encaminhar o pacote para seu destino. A interface que o
roteador usa para encaminhar o pacote pode ser a rede do destino final do pacote (a rede com
o endereço IP de destino desse pacote) ou pode ser uma rede conectada a outro roteador usado
para alcançar a rede de destino.

Cada rede a que um roteador se conecta costuma exigir uma interface separada. Essas interfaces
são usadas para conectar uma combinação de redes locais (LANs, Local Area Networks) e redes
remotas (WAN, Wide Area Networks). As redes locais costumam ser redes Ethernet que contêm
dispositivos como PCs, impressoras e servidores. As WANs são usadas para conectar redes em
uma área geográfica extensa. Por exemplo, uma conexão

WAN costuma ser usada para conectar uma rede local à rede do Provedor de Internet (ISP,
Internet Service Provider).

Na figura, vimos que os roteadores R1 e R2 são responsáveis por receber o pacote em uma rede
e encaminhar o pacote por outra rede para a rede de destino.

Roteadores determinam o melhor caminho

A responsabilidade primária de um roteador é direcionar pacotes com destino para redes locais
e remotas:
• Determinando o melhor caminho para enviar pacotes
• Encaminhando pacotes para o destino
O roteador usa sua tabela de roteamento para determinar o melhor caminho para encaminhar
o pacote. Quando o roteador recebe um pacote, ele examina seu endereço IP de destino e
procura a melhor correspondência com um endereço de rede na tabela de roteamento do
roteador. A tabela de roteamento também inclui a interface a ser usada para encaminhar o
pacote. Quando uma correspondência é localizada, o roteador encapsula o pacote IP no quadro
de enlace da interface de saída, e o pacote é encaminhado para seu destino.

É muito provável que um roteador receba um pacote encapsulado em um tipo de quadro de


enlace, como um quadro Ethernet e, ao encaminhar o pacote, o encapsule em um tipo diferente
de quadro de enlace, como o Protocolo Ponto a Ponto (PPP, Point-to-Point Protocol). O
encapsulamento do quadro de enlace depende do tipo de interface do roteador e do tipo de
meio a que ele se conecta. Entre as tecnologias de enlace de dados diferentes a que um roteador
pode se conectar estão tecnologias rede local, como Ethernet e conexões WAN seriais, como a
conexão T1 que usa PPP, Frame Relay e Modo de Transferência Assíncrona (ATM, Asynchronous
Transfer Mode).

Na figura, podemos acompanhar um pacote do PC de origem até o PC de destino. Observe que


é de responsabilidade do roteador localizar a rede de destino em sua tabela de roteamento e
encaminhar o pacote em para seu destino. Neste exemplo, o Roteador R1 recebe o pacote
encapsulado em um quadro Ethernet. Depois do desencapsulamento do pacote, R1 usa o
endereço IP de destino do pacote para pesquisar sua tabela de roteamento em busca de um
endereço de rede correspondente. Depois que um endereço de rede de destino é localizado na
tabela de roteamento, R1 encapsula o pacote em um quadro PPP e o encaminha para R2. Um
processo semelhante é executado por R2.

As rotas estáticas e os protocolos de roteamento dinâmico são usados por roteadores para
aprender redes remotas e criar suas tabelas de roteamento. Essas rotas e protocolos são o foco
primário do curso, sendo abordados em detalhes nos capítulos posteriores, além do processo
que os roteadores usam ao pesquisar suas tabelas de roteamento e encaminhar os pacotes.

Links

"Como roteadores funcionam" http://computer.howstuffworks.com/router.htm

1.1.2 CPU DO ROTEADOR E MEMÓRIA

Embora haja vários tipos e modelos de roteadores diferentes, todos os roteadores têm os
mesmos componentes gerais de hardware. Dependendo do modelo, esses componentes estão
localizados em locais diferentes dentro do roteador. A figura mostra a parte interna de um
roteador 1841. Para consultar os componentes internos do roteador, você deve desparafusar a
tampa de metal e retirá-la do roteador. Normalmente, você não precisa abrir o roteador a
menos que esteja atualizando a memória.

Visão interna do roteador

Blindagem para WIC (interface


de WAN) ou para HWIC (WIC de
Fonte de alimentação alta velocidade)

NVRAM (Nonvolaite RAM, RAM não volátil)


e memória flash de inicialização usadas
para armazenar o código de inicialização.

CPU

Ventoinha

A SDRAM (Syncronous Dynamic RAM, RAM Opção AIM (Advanced


dinâmica síncrona) usada para manter a Integration Module, Módulo de
configuração em execução e as tabelas de integração avançado) que
roteamento, além de oferecer suporte ao descarrega funções que usam
armazenamento em buffer dos pacotes. muito processador, como
criptografia da CPU principal.
Visão da parte traseira do roteador

HWIC (High-speed WIC,


HWIC (High-speed WIC,
WIC de alta velocidade. Portas Fast Ethernet WIC de alta velocidade.

Porta Console

Memória flash usada para armazenar Porta Aux (auxiliar)


a imagem do software, os arquivos de Conector do cabo de
configuração e os arquivos de log. energia.

Componentes do roteador e suas funções

Assim como um PC, um roteador também inclui:


• Unidade de Processamento Central (CPU, Central Processing Unit)
• Memória de Acesso Aleatório (RAM)
• Memória somente-leitura (ROM)

CPU

A CPU executa instruções do sistema operacional, como inicialização de sistema, funções de


roteamento e de comutação.

RAM

A RAM armazena as instruções e os dados que precisam ser executados pela CPU. A RAM é
usada para armazenar estes componentes:
• Sistema operacional: O IOS (Internetwork Operating System, Sistema operacional de
Internet) Cisco é copiado para a RAM durante a inicialização.
• Executando arquivo de configuração: Esse é o arquivo de configuração que armazena
os comandos de configuração que o IOS do roteador está usando atualmente. Com
poucas exceções, todos os comandos configurados no roteador são armazenados no
arquivo de configuração em execução, conhecido como running-config.
• Tabela de roteamento IP: Esse arquivo armazena informações sobre redes conectadas
diretamente e remotas. Ele é usado para determinar o melhor caminho para
encaminhar o pacote.
• Cache ARP: Esse cache contém o endereço IPv4 para mapeamentos de endereço MAC,
semelhante ao cache ARP em um PC. O cache ARP é usado em roteadores com
interfaces de rede local, como interfaces Ethernet.
• Buffer de pacotes: Os pacotes são armazenados temporariamente em um buffer
quando recebidos em uma interface ou antes de saírem por uma interface.
RAM é uma memória volátil e perde seu conteúdo quando o roteador é desligado ou reiniciado.
No entanto, o roteador também contém áreas de armazenamento permanentes, como ROM,
memória flash e NVRAM.

ROM

ROM é uma forma de armazenamento permanente. Os dispositivos Cisco usam a ROM para
armazenar:
• As instruções de bootstrap
• Software de diagnóstico básico
• Versão redimensionada do IOS

A ROM usa firmware, que é o software incorporado no circuito integrado. O firmware inclui o
software que normalmente não precisa ser modificado ou atualizado, como as instruções de
inicialização. Muitos desses recursos, inclusive o software monitor ROM, serão abordados em
um curso posterior. A ROM não perde seu conteúdo quando o roteador é desligado ou
reiniciado.

Memória flash

Flash é uma memória de computador não volátil que pode ser apagada e armazenada
eletricamente. A memória flash é usada como armazenamento permanente para o sistema
operacional, o Cisco IOS. Na maioria dos modelos de roteadores Cisco, o IOS é armazenado
permanentemente na memória memória flash e copiado para a RAM durante o processo de
inicialização, quando é executado pela CPU. Alguns modelos mais antigos de roteadores Cisco
executam o IOS diretamente na memória flash. A memória flash consiste em placas SIMMs ou
PCMCIA, que podem ser atualizadas para aumentar a quantidade da memória flash.

A memória flash não perde seu conteúdo quando o roteador é desligado ou reiniciado.

NVRAM

A RAM Não Volátil (NVRAM, Nonvolatile RAM) não perde suas informações quando a energia é
desligada. Isso é o oposto ao que acontece na maioria das formas comuns de RAM, como DRAM,
que exige energia ininterrupta para manter suas informações. A NVRAM é usada pelo Cisco IOS
como armazenamento permanente para o arquivo de configuração de inicialização (startup-
config). Todas as alterações feitas na configuração são armazenadas no arquivo running-config
na RAM e, com poucas exceções, são implementadas imediatamente pelo IOS. Para salvar essas
alterações caso o roteador seja reiniciado ou desligado, o running-config deve ser copiado para
a NVRAM, onde é armazenada como o arquivo startup-config. A NVRAM manterá seu conteúdo,
mesmo quando o roteador for recarregado ou desligado.

ROM, RAM, NVRAM e memória flash são abordadas na seção a seguir, que apresenta o IOS e o
processo de inicialização. Elas também são abordadas mais detalhadamente em um curso
posterior referente ao gerenciamento do IOS.

É mais importante para um profissional de networking compreender a função dos componentes


internos principais de um roteador do que o local exato desses componentes dentro de um
roteador específico. A arquitetura física interna irá variar de modelo para modelo.
Links

Consulte "Demonstração multimídia do portfólio Cisco 1800 Series",


http://www.cisco.com/en/US/products/ps5875/index.html

1.1.3 SISTEMA OPERACIONAL DE INTERNET

Sistema operacional de Internet

O software de sistema operacional usado em roteadores Cisco é conhecido como Sistema


operacional de Internet Cisco (IOS, Internetwork Operating System). Assim como qualquer
sistema operacional em qualquer computador, o Cisco IOS gerencia os recursos de hardware e
de software do roteador, inclusive a alocação de memória, os processos, a segurança e os
sistemas de arquivos. O Cisco IOS é um sistema operacional multitarefa integrado a funções de
roteamento, de comutação, de inter-rede e de telecomunicação.

Embora o Cisco IOS possa ser aparentemente o mesmo em muitos roteadores, há muitas
imagens diferentes do IOS. Uma imagem do IOS é um arquivo que contém todo o IOS do
roteador. A Cisco cria muitos tipos diferentes de imagens do IOS, dependendo do modelo do
roteador e dos recursos no IOS. Normalmente, quanto mais recursos no IOS, maior será a
imagem do IOS e, logo, mais memória flash e RAM são exigidas para armazenar e carregar o IOS.
Por exemplo, entre alguns recursos estão a capacidade de executar IPv6 ou a capacidade do
roteador de executar a Tradução de Endereços de Rede (NAT, Network Address Translation).

Assim como acontece com outros sistemas operacionais, o Cisco IOS tem sua própria interface
do usuário. Embora alguns roteadores forneçam uma Interface Gráfica do Usuário (GUI,
Graphical User Interface), a Interface de Linha de Comando (CLI, Command Line Interface) é um
método muito mais comum de configurar roteadores Cisco. A CLI é usada ao longo deste
currículo.
Durante a inicialização, o arquivo startup-config na NVRAM é copiado para a RAM e armazenado
como sendo o arquivo running-config. O IOS executa os comandos de configuração no running-
config. Qualquer alteração feita pelo administrador de rede é armazenada no running-config,
sendo implementada imediatamente pelo IOS. Neste capítulo, nós revisaremos alguns dos
comandos básicos do IOS usados para configurar um roteador Cisco. Em capítulos posteriores,
aprenderemos os comandos usados para configurar, verificar e solucionar problemas de
roteamento estático e de vários protocolos de roteamento, como RIP, EIGRP e OSPF.

1.1.4 PROCESSO DE INICIALIZAÇÃO DO ROTEADOR

Processo de inicialização

Há quatro fases principais no processo de inicialização:

1. Executando o POST

2. Carregando o programa de bootstrap

3. Localizando e carregando o software Cisco IOS


4. Localizando e carregando o arquivo de configuração de inicialização ou acessando o modo de
configuração

1. Executando o POST.

O Auto-teste de inicialização (POST, Power-On Self Test)é um processo comum que ocorre em
quase todos os computadores durante a inicialização. O processo POST é usado para testar o
hardware do roteador. Quando o roteador for ligado, um software no chip ROM irá executar o
POST. Durante esse auto-teste, o roteador executa o diagnóstico a partir da ROM em vários
componentes de hardware, inclusive CPU, RAM e NVRAM. Depois que o POST for concluído, o
roteador irá executar o programa de bootstrap.

2. Carregando o programa de bootstrap

Depois do POST, o programa de bootstrap é copiado da ROM para a RAM. Uma vez na RAM, a
CPU executa as instruções no programa de bootstrap. A tarefa principal do programa de
bootstrap é localizar o Cisco IOS e carregá-lo na RAM.

Nota: A esta altura, se tiver uma conexão de console com o roteador, você irá começar a ver a
saída na tela.

3. Localizando e carregando o IOS Cisco

Localizando o software IOS Cisco. O IOS costuma ser armazenado na memória flash, mas
também pode ser armazenado em outros locais como um servidor de Protocolo de
Transferência de Arquivos Trivial (TFTP, Trivial File Transfer Protocol).

Se uma imagem completa do IOS não puder ser localizada, uma versão dimensionada do IOS
será copiada da ROM para a RAM. Essa versão do IOS é usada para ajudar a diagnosticar
qualquer problema, podendo ser usada para carregar uma versão completa do IOS na RAM.

Nota: Um servidor TFTP costuma ser usado como um servidor de backup para o IOS, mas
também pode ser usado como um ponto central para armazenar e carregar o IOS. O
gerenciamento do IOS e o uso do servidor TFTP são abordados em um curso posterior.

Carregando o IOS. Alguns dos roteadores Cisco mais antigos executavam o IOS diretamente a
partir da memória flash, mas os modelos atuais copiam o IOS para a RAM para execução pela
CPU.

Nota: Quando o IOS começar a ser carregado, você talvez veja uma cadeia de caracteres de
sustenidos (#), como os mostrados na figura, enquanto a imagem é descompactada.

4. Localizando e carregando o arquivo de configuração

Localizando o arquivo de configuração de inicialização Depois que o IOS for carregado, o


programa de bootstrap irá pesquisar o arquivo de configuração de inicialização, conhecido como
startup-config, na NVRAM. Esse arquivo tem os comandos de configuração e os parâmetros já
salvos, inclusive:

• endereços de interface
• informações de roteamento
• senhas
• qualquer outra configuração salva pelo administrador de rede

Se o arquivo de configuração de inicialização, startup-config, estiver localizado na NVRAM, ele


será copiado para a RAM como o arquivo de configuração em execução, running-config.

Nota: Se não houver o arquivo de configuração de inicialização na NVRAM, o roteador talvez


procure um servidor TFTP. Se o roteador detectar a existência de um enlace ativo para outro
roteador configurado, ele irá enviar um broadcast à procura de um arquivo de configuração no
enlace ativo. Essa condição fará com que o roteador pause, mas você acabará vendo uma
mensagem de console como a seguinte:

<o roteador pára aqui ao difundir para um arquivo de configuração em um enlace ativo>

%Error opening tftp://255.255.255.255/network-confg (Timed out)


%Error opening tftp://255.255.255.255/cisconet.cfg (Timed out)

Executando o arquivo de configuração. Se um arquivo de configuração de inicialização estiver


localizado na NVRAM, o IOS irá carregá-lo na RAM como running-config e executar os comandos
no arquivo, uma linha por vez. O arquivo running-config contém endereços de interface, inicia
processos de roteamento, configura senhas de roteador e define outras características do
roteador.

Acesse o modo de configuração, Setup Mode, (opcional). Se o arquivo de configuração de


inicialização não puder ser localizado, o roteador irá solicitar ao usuário o acesso ao modo de
configuração (setup mode). Modo de configuração é uma série de perguntas que solicita ao
usuário informações de configuração básicas. O modo de configuração não deve ser usado para
inserir configurações de roteador complexas, normalmente não sendo usado por
administradores de rede.

Ao inicializar um roteador que não contenha um arquivo de configuração de inicialização, você


verá a seguinte pergunta após o carregamento do IOS:

Would you like to enter the initial configuration dialog? [yes/no]: no

O modo de configuração não será usado neste curso para configurar o roteador. Quando
solicitado a acessar o modo de configuração (setup mode), sempre responda não. Se responder
sim e acessar o modo de configuração (setup mode), você poderá pressionar Ctrl-C a qualquer
momento para encerrar o processo de configuração.

Quando o modo de configuração não é usado, o IOS cria um running-config padrão. O running-
config padrão é um arquivo de configuração básico que inclui as interfaces do roteador, as
interfaces de gerenciamento e determinadas informações padrão. O running-config padrão não
contém nenhum endereço de interface, nenhuma informação de roteamento, senhas ou outras
informações de configuração específicas.

Interface da linha de comando

Dependendo da plataforma e do IOS, o roteador pode fazer a seguinte pergunta antes de exibir
o prompt:
Would you like to terminate autoinstall? [yes]: <Enter>
Press the Enter key to accept the default answer.
Router>

Nota: Se um arquivo de configuração de inicialização for localizado, o running-config talvez


contenha um nome de host e o prompt irá exibir o nome de host do roteador.

Quando o prompt é exibido, o roteador já está executando o IOS com o arquivo de configuração
em execução atual. Agora o administrador de rede pode começar a usar comandos do IOS no
roteador.

Nota: O processo de inicialização é abordado com mais detalhes em um curso posterior.

Verificando o processo de inicialização do roteador

O comando show version pode ser usado para ajudar a verificar e solucionar problemas de
alguns componentes básicos de hardware e de software do roteador. O comando show version
exibe informações sobre a versão do software Cisco IOS atualmente em execução no roteador,
a versão do programa de bootstrap e as informações sobre a configuração de hardware,
inclusive a quantidade de memória do sistema.

A saída de comando show version inclui:

Versão do IOS

Cisco Internetwork Operating System Software


IOS (tm) C2600 Software (C2600-I-M), Version 12.2(28), RELEASE SOFTWARE
(fc5)

Esta é a versão do software Cisco IOS na RAM, sendo usada pelo roteador.

Programa de bootstrap da ROM

ROM: System Bootstrap, Version 12.1(3r)T2, RELEASE SOFTWARE (fc1)

Isso mostra a versão do software de bootstrap do sistema, armazenada na memória ROM que
foi usada inicialmente para inicializar o roteador.

Local do IOS

System image file is "flash:c2600-i-mz.122-28.bin"

Isso mostra onde o programa de bootstrap está localizado e carregou o Cisco IOS, além do nome
de arquivo completo da imagem do IOS.

CPU e quantidade de RAM

cisco 2621 (MPC860) processor (revision 0x200) with 60416K/5120K bytes


of memory

A primeira parte dessa linha exibe o tipo de CPU no roteador. A última parte dessa linha exibe a
quantidade de DRAM. Algumas séries de roteadores, como a 2600, usam uma fração da DRAM
como memória de pacote. A memória de pacote é usada para armazenar pacotes em buffer.

Para determinar a quantidade total de DRAM no roteador, adicione ambos os números. Nesse
exemplo, o roteador Cisco 2621 tem 60.416 KB (quilobytes) de DRAM livre usados para
armazenar temporariamente o Cisco IOS e outros processos de sistema. Os demais 5.120 KB são
dedicados à memória de pacote. A soma desses números é 65.536K ou 64 megabytes (MB) de
DRAM no total.

Nota: Talvez seja necessário atualizar a quantidade de RAM durante a atualização do IOS.

Interfaces

2 FastEthernet/IEEE 802.3 interface(s)


2 Low-speed serial(sync/async) network interface(s)

Esta seção da saída exibe as interfaces físicas no roteador. Nesse exemplo, o roteador Cisco 2621
tem duas interfaces FastEthernet e duas interfaces seriais de baixa velocidade.

Quantidade de NVRAM

32K bytes of non-volatile configuration memory.


Essa é a quantidade de NVRAM no roteador. NVRAM é usada para armazenar o arquivo startup-
config.

Quantidade de memória flash

16384K bytes of processor board System flash (Read/Write)

Essa é a quantidade de memória flash no roteador. A memória flash é usada para armazenar
permanentemente o Cisco IOS.

Nota: Talvez seja necessário atualizar a quantidade de memória flash durante a atualização do
IOS.

Registro de configuração

Configuration register is 0x2102

A última linha do comando show version exibe o valor configurado atual do registro de
configuração de software em hexadecimal. Se houver um segundo valor exibido entre
parênteses, ele irá denotar o valor do registro de configuração a ser usado durante a próxima
recarga.

O registro de configuração tem vários usos, inclusive a recuperação de senha. A configuração


padrão de fábrica do registro de configuração é 0x2102. Esse valor indica que o roteador irá
tentar carregar uma imagem do software Cisco IOS a partir da memória flash e carregar o
arquivo de configuração de inicialização a partir da NVRAM.

Nota: O registro de configuração é abordado com mais detalhes em um curso posterior.


parênteses, ele irá denotar o valor do registro de configuração a ser usado durante a próxima
recarga.

1.1.5 INTERFACES DE ROTEADOR

Portas de gerenciamento

Os roteadores têm conectores físicos usados para gerenciar o roteador. Esses conectores são
conhecidos como portas de gerenciamento. Diferentemente das interfaces Ethernet e seriais,
as portas de gerenciamento não são usadas no encaminhamento de pacotes. A porta de
gerenciamento mais comum é a porta console. A porta console é usada para conectar um
terminal, ou mais freqüentemente um PC que executa software emulador de terminal, para
configurar o roteador sem a necessidade de acesso à rede para o roteador. A porta console deve
ser usada durante a configuração inicial do roteador.

Outra porta de gerenciamento é a porta auxiliar. Nem todos os roteadores têm portas auxiliares.
Às vezes, a porta auxiliar pode ser usada de maneira semelhante a uma porta console. Ela
também pode ser usada no acoplamento a um modem. As portas auxiliares não serão usadas
neste currículo.

A figura mostra as portas de console e AUX do roteador.


Interfaces de roteador

O termo interface em roteadores Cisco se refere a um conector físico no roteador cujo propósito
principal é receber e encaminhar pacotes. Os roteadores têm várias interfaces usadas na
conexão com várias redes. Normalmente, as interfaces se conectam a vários tipos de redes, o
que significa que são necessários tipos diferentes de meio e de conectores. Normalmente, um
roteador irá precisar ter tipos diferentes de interfaces. Por exemplo, um roteador normalmente
tem interfaces FastEthernet para conexões com redes locais diferentes e vários tipos de
interfaces WAN para conectar vários enlaces seriais, inclusive T1, DSL e ISDN. A figura mostra as
interfaces FastEthernet e seriais no roteador.

Assim como as interfaces em um PC, as portas e as interfaces em um roteador estão localizadas


fora do roteador. Sua localização externa possibilita um acoplamento prático aos cabos de rede
e aos conectores apropriados.

Nota: Uma única interface em um roteador pode ser usada na conexão com várias redes; no
entanto, isso está além do escopo deste curso, sendo abordado em um curso posterior.

Assim como a maioria dos dispositivos de networking, os roteadores Cisco usam indicadores LED
para fornecer informações de status. Um LED de interface indica a atividade da interface
correspondente. Se um LED estiver desligado quando a interface estiver ativa e a interface
estiver conectada corretamente, isso talvez seja um indício de que existe um problema nessa
interface. Se uma interface estiver muito ocupada, seu LED estará sempre ligado. Dependendo
do tipo de roteador, talvez haja outros LEDs. Para obter mais informações sobre exibições de
LED no 1841, consulte o link abaixo.

Links

"Identificando e solucionando problemas dos roteadores Cisco série 1800 (Modular),"


http://www.cisco.com/en/US/docs/routers/access/1800/1841/hardware/installation/guide/1
8troub.html (em inglês).

Interfaces pertencem a redes diferentes


Como mostrado na figura, toda interface no roteador é membro ou host em uma rede IP
diferente. Cada interface deve ser configurada com um endereço IP e uma máscara de sub-rede
de uma rede diferente. O Cisco IOS não irá permitir a duas interfaces ativas no mesmo roteador
pertencer à mesma rede.

As interfaces de roteador podem ser divididas em dois grupos principais:

• interfaces de rede local – como Ethernet e FastEthernet


• interfaces WAN – como serial, ISDN e Frame Relay

Interfaces de rede local

Como o próprio nome diz, as interfaces de rede local são usadas para conectar o roteador à rede
local, semelhante à forma como uma placa de rede Ethernet do PC é usada para conectar o PC
à rede local Ethernet. Assim como uma placa de rede Ethernet de PC, uma interface Ethernet de
roteador também tem um endereço MAC de Camada 2 e participa da rede local Ethernet da
mesma forma que qualquer outro host na rede local. Por exemplo, uma interface Ethernet de
roteador participa do processo ARP da rede local. O roteador mantém um cache ARP para a
interface, envia solicitações ARP quando necessário e responde com respostas ARP quando
solicitado.

Uma interface Ethernet de roteador normalmente usa um conector RJ-45 que oferece suporte
ao cabeamento Par Trançado Não-Blindado (UTP, Unshielded Twisted-Pair). Quando um
roteador é conectado a um switch, um cabo straight-through é usado. Quando dois roteadores
são conectado diretamentes pelas interfaces Ethernet, ou quando uma placa de rede de PC é
conectada diretamente a uma interface Ethernet de roteador, é usado um cabo crossover.

Use a atividade de Packet Tracer posteriormente nesta seção para testar suas habilidades de
cabeamento.
Interfaces WAN

As interfaces WAN são usadas para conectar roteadores a redes externas, normalmente a uma
grande distância geográfica. O encapsulamento de Camada 2 pode ser de tipos diferentes, como
PPP, Frame Relay e Controle de Enlace de Alto Nível (HDLC, High-Level Data Link Control).
Semelhante a interfaces de rede local, cada interface WAN tem seu próprio endereço IP e
máscara de sub-rede, o que a identifica como um membro de uma rede específica.

Nota: Os endereços MAC são usados em interfaces de rede local, como Ethernet, não sendo
usados em interfaces WAN. No entanto, as interfaces WAN usam seus próprios endereços de
Camada2, dependendo da tecnologia. Os tipos de encapsulamento WAN da Camada 2 e os
endereços serão abordados em um curso posterior.

Interfaces de roteador

O roteador na figura tem quatro interfaces. Cada interface tem um endereço IP de Camada 3 e
uma máscara de sub-rede que a configura para uma rede diferente. As interfaces Ethernet
também têm endereços MAC Ethernet de Camada 2.

As interfaces WAN estão usando encapsulamentos de Camada 2 diferentes. Serial 0/0/0 está
usando HDLC e Serial 0/0/1 está usando PPP. Esses dois protocolos ponto-a-ponto seriais usam
um endereço de broadcast para o endereço de destino da Camada 2 ao encapsular o pacote IP
em um quadro de enlace.

No ambiente de laboratório, você está restrito a quantas interfaces de rede local e WAN pode
usar para configurar laboratórios práticos. No entanto, com o Packet Tracer, você tem a
flexibilidade de criar designs de rede mais complexos.

1.1.6 ROTEADORES E A CAMADA DE REDE

Roteadores e a camada de rede

O propósito principal de um roteador é conectar várias redes e encaminhar pacotes com destino
ou para suas próprias redes ou outras. Um roteador é considerado um dispositivo de Camada 3
porque sua decisão primária de encaminhamento se baseia nas informações no pacote IP da
Camada 3, mais especificamente o endereço IP de destino. Esse processo é conhecido como
roteamento.

Quando um roteador recebe um pacote, ele examina seu endereço IP de destino. Se o endereço
IP de destino não pertencer a nenhuma das redes conectadas diretamente do roteador, o
roteador deve encaminhar esse pacote para outro. Na figura, R1 examina o endereço IP de
destino do pacote. Depois de pesquisar a tabela de roteamento, R1 encaminha o pacote em R2.
Quando R2 recebe o pacote, ele também examina o endereço IP de destino do pacote. Depois
de pesquisar sua tabela de roteamento, R2 encaminha o pacote por sua rede Ethernet
conectada diretamente para PC2.

Quando cada roteador recebe um pacote, ele procura em sua tabela de roteamento até
encontrar a melhor correspondência entre o endereço IP de destino do pacote e um dos
endereços de rede na tabela de roteamento. Quando uma correspondência é localizada, o
pacote é encapsulado no quadro de enlace da Camada 2 dessa interface de saída. O tipo de
encapsulamento do enlace de dados depende do tipo de interface, como Ethernet ou HDLC.

O pacote acaba alcançando um roteador que faz parte de uma rede que corresponde ao
endereço IP de destino do pacote. Neste exemplo, o Roteador R2 recebe o pacote de R1. R2
encaminha o pacote por sua interface Ethernet, que pertence à mesma rede do dispositivo de
destino, PC2.

Roteadores funcionam nas camadas 1, 2 e 3

Um roteador toma sua decisão primária de encaminhamento na Camada 3, mas como vimos
anteriormente, ele também participa dos processos das camadas 1 e 2. Depois que um roteador
examina o endereço IP de destino de um pacote e consulta sua tabela de roteamento para tomar
sua decisão de encaminhamento, ele pode encaminhar esse pacote pela interface apropriada
na direção do seu destino. O roteador encapsula o pacote IP da Camada 3 na porção de dados
de um quadro de enlace de dados da Camada 2 apropriado à interface de saída. O tipo de quadro
pode ser um encapsulamento Ethernet, HDLC ou algum outro de Camada 2 –
independentemente do encapsulamento usado na interface em questão. O quadro de Camada
2 é codificado em sinais físicos da Camada 1 usados para representar bits no enlace físico.

Para compreender melhor esse processo, consulte a figura. Observe que PC1 funciona em todas
as sete camadas, encapsulando os dados e enviando o quadro como um fluxo de bits codificados
para R1, seu gateway padrão.

R1 recebe o fluxo de bits codificados em sua interface. Os bits são decodificados e passados para
a Camada 2, onde R1 desencapsula o quadro. O roteador examina o endereço de destino do
quadro de enlace de dados para determinar se ele corresponde à interface de recebimento,
incluindo um endereço de broadcast ou multicast. Se houver uma correspondência em relação
à porção de dados do quadro, o pacote IP será passado para a Camada 3, onde R1 toma sua
decisão de roteamento. Em seguida, R1 reencapsula o pacote em um novo quadro de enlace de
dados da Camada 2 e o encaminha pela interface de saída como um fluxo de bits codificados.
R2 recebe o fluxo de bits e o processo se repete. R2 desencapsula o quadro e passa a porção de
dados do quadro, o pacote IP, para a Camada 3, onde R2 toma sua decisão de roteamento. Em
seguida, R2 reencapsula o pacote em um novo quadro de dados da Camada 2 e o encaminha
pela interface de saída como um fluxo de bits codificados.

Esse processo é repetido mais uma vez pelo Roteador R3, que encaminha o pacote IP
encapsulado em um quadro de enlace de dados e codificado como bits, para PC2.

Cada roteador no caminho da origem até o destino executa esse mesmo processo de
desencapsulamento, pesquisando a tabela de roteamento, e reencapsulando. Esse processo é
importante para sua compreensão de como roteadores participam de redes. Portanto, nós
veremos novamente essa discussão em mais profundidade em uma seção posterior.
1.2 CONFIGURAÇÃO DE CLI E ENDEREÇAMENTO

1.2.1 IMPLEMENTANDO ESQUEMAS DE ENDEREÇAMENTO BÁSICOS

Ao criar uma nova rede ou mapear uma já existente, documente-a. A documentação deve
incluir, pelo menos, um diagrama de topologia indicando a conectividade física e uma tabela de
endereçamento listando todas as seguintes informações:

• Nomes de dispositivo
• Interfaces usadas no design
• Endereços IP e máscaras de sub-rede
• Endereços de gateway padrão dos dispositivos finais, como PCs

Preenchendo uma tabela de endereços

A figura mostra uma topologia de rede com os dispositivos interconectados e configurados com
endereços IP. Sob a topologia está uma tabela usada para documentar a rede. A tabela é
preenchida parcialmente com os dados documentando a rede (dispositivos, endereços IP,
máscaras de sub-rede e interfaces).

O Roteador R1 e o Host PC1 já estão documentados. Termine de preencher a tabela e os espaços


em branco no diagrama, arrastando o conjunto de endereços IP mostrado abaixo da tabela até
os locais corretos.

1.2.2 CONFIGURAÇÃO BÁSICA DO ROTEADOR

Configuração básica do roteador


Durante a configuração de um roteador, são executadas determinadas tarefas básicas, inclusive:

• Nomeação do roteador
• Definição de senhas
• Configuração de interfaces
• Configuração de um banner
• Salvando as alterações em um roteador
• Verificação da configuração básica e das operações do roteador

Você já deve estar familiarizado com estes comandos de configuração. No entanto, faremos uma
breve revisão. Começamos nossa revisão pressupondo que o roteador não tenha um arquivo
startup-config atual.

O primeiro prompt é exibido no modo de usuário. O modo de usuário permite exibir o estado
do roteador, mas não modificar sua configuração. Não confunda o termo "usuário" como usado
no modo de usuário com usuários da rede. O modo de usuário se destina aos técnicos de rede,
operadores e engenheiros que têm a responsabilidade de configurar dispositivos de rede.

Router>

O comando enable é usado para acessar o modo EXEC privilegiado. Esse modo permite ao
usuário fazer alterações na configuração do roteador. O prompt do roteador irá passar de ">"
para "#" nesse modo.
Router>enable
Router#

Nomes de host e senhas

A figura mostra a sintaxe de comando de configuração básica do roteador usada para configurar
R1 no exemplo a seguir. Você pode abrir a atividade do Packet Tracer 1.2.2 e acompanhar ou
aguardar o término desta seção para abri-la.

Primeiro, acesse o modo de configuração global.


Router#config t

Em seguida, aplique um nome de host exclusivo ao roteador.

Router(config)#hostname R1
R1(config)#

Agora, configure uma senha a ser usada para acessar o modo EXEC privilegiado. Em nosso
ambiente de laboratório, usaremos a senha class. No entanto, em ambientes de produção, os
roteadores devem ter senhas fortes. Consulte os links ao término desta seção para obter mais
informações sobre como criar e usar senhas fortes.

Router(config)#enable secret class

Em seguida, configure as linhas de console e Telnet usando a senha cisco. Mais uma vez, a senha
cisco é usada exclusivamente em nosso ambiente de laboratório. O comando login habilita a
verificação da senha na linha. Se você não inserir o comando login na linha de console, o usuário
terá acesso à linha sem inserir uma senha.

R1(config)#line console 0
R1(config-line)#password cisco
R1(config-line)#login
R1(config-line)#exit
R1(config)#line vty 0 4
R1(config-line)#password cisco
R1(config-line)#login
R1(config-line)#exit

Configurando um banner

No modo de configuração global, configure o banner message-of-the-day (motd). Um caractere


de delimitação, como "#", é usado no início e no fim da mensagem. O delimitador permite
configurar um banner em várias linhas, como mostrado aqui.

R1(config)#banner motd #
Digite a mensagem TEXT. Fim com o caractere '#'.
******************************************
AVISO!! Acesso Não Autorizado Proibido!!
******************************************
#

Configurar um banner apropriado faz parte de um bom plano de segurança. Um banner deve,
pelo menos, advertir contra o acesso não autorizado. Jamais configure um banner com "boas-
vindas" para um usuário não autorizado.

Links
Para discussões sobre como usar senhas fortes, consulte:

"Resposta da Cisco aos ataques de dicionário no Cisco LEAP," em


http://www.cisco.com/en/US/products/hw/wireless/ps430/prod_bulletin09186a00801cc901.
html#wp1002291 (em inglês).

"Senhas fortes: Como criá-las e usá-las," em


http://www.microsoft.com/athome/security/privacy/password.mspx (em inglês).

Configuração da interface do roteador

Agora você irá configurar as interfaces de roteador individuais com endereços IP e outras
informações. Primeiro, acesse o modo de configuração da interface, especificando o tipo de
interface e o número. Em seguida, configure o endereço IP e a máscara de sub-rede:
R1(config)#interface Serial0/0/0
R1(config-if)#ip address 192.168.2.1 255.255.255.0

É uma prática recomendada configurar uma descrição em cada interface para ajudar a
documentar as informações de rede. O texto da descrição está limitado a 240 caracteres. Em
redes de produção, uma descrição pode ser útil na solução de problemas, fornecendo
informações sobre o tipo de rede a que a interface está conectada e se há qualquer outro
roteador nessa rede. Se a interface se conectar a um ISP ou a uma operadora de serviço, será
útil inserir a conexão de terceiros e informações de contato; por exemplo:

Router(config-if)#description Ciruit#VBN32696-123 (help desk:1-800-555-


1234)

Em ambientes de laboratório, insira uma descrição simples que irá ajudar a solucionar
problemas em situações; por exemplo:

R1(config-if)#description Link to R2

Depois de configurar o endereço IP e a descrição, a interface deve ser ativada com o comando
no shutdown. Isso é semelhante a ligar a interface. A interface também deve ser conectada a
outro dispositivo (um hub, um switch, outro roteador etc.) para que a camada física permaneça
ativa.
Router(config-if)#no shutdown

Nota: Durante o cabeamento de um enlace serial ponto-a-ponto em nosso ambiente de


laboratório, uma extremidade do cabo é marcada como DTE e a outra, como DCE. O roteador
com a extremidade DCE do cabo conectado à sua interface serial precisará do comando adicional
clock rate configurado nessa interface serial. Essa etapa só é necessária em um ambiente de
laboratório, sendo explicada com mais detalhes no Capítulo 2, "Roteamento estático".

R1(config-if)#clock rate 64000

Repita os comandos de configuração da interface em todas as demais interfaces a serem


configuradas. Em nosso exemplo de topologia, a interface FastEthernet precisa ser configurada.

R1(config)#interface FastEthernet0/0
R1(config-if)#ip address 192.168.1.1 255.255.255.0
R1(config-if)#description R1 LAN
R1(config-if)#no shutdown

Cada interface pertence a uma rede diferente

Neste momento, observe que cada interface deve pertencer a uma rede diferente. Embora o
IOS permita configurar um endereço IP da mesma rede em duas interfaces diferentes, o
roteador não irá ativar a segunda interface.

Por exemplo, e se você tentar configurar a interface FastEthernet 0/1 em R1 com um endereço
IP na rede 192.168.1.0/24? FastEthernet 0/0 já recebeu um endereço nessa mesma rede. Se
tentar configurar outra interface, FastEthernet 0/1, com um endereço IP que pertence à mesma
rede, você irá obter a seguinte mensagem:
R1(config)#interface FastEthernet0/1
R1(config-if)#ip address 192.168.1.2 255.255.255.0
192.168.1.0 overlaps with FastEthernet0/0

Se houver uma tentativa de habilitar a interface com o comando no shutdown, a seguinte


mensagem será exibida:

R1(config-if)#no shutdown
192.168.1.0 overlaps with FastEthernet0/0
FastEthernet0/1: incorrect IP address assignment

Observe que a saída de comando show ip interface brief mostra que a segunda interface
configurada para a rede 192.168.1.0/24, FastEthernet 0/1, ainda está desativada.

R1#show ip interface brief


<saída omitida>
FastEthernet0/1 192.168.1.2 YES manual administratively down down
Verificando a Configuração básica do roteador

No exemplo atual, todos os comandos de configuração básica do roteador anteriores foram


inseridos e armazenados imediatamente no arquivo de configuração em execução de R1. O
arquivo running-config é armazenado na RAM, sendo o arquivo de configuração usado pelo IOS.
A próxima etapa é verificar os comandos inseridos, exibindo a configuração em execução com o
seguinte comando:

R1#show running-config

Agora que os comandos de configuração básica foram inseridos, é importante salvar o running-
config na memória não volátil, a NVRAM do roteador. Dessa forma, no caso de uma queda de
energia ou de uma recarga acidental, o roteador poderá ser inicializado com a configuração
atual. Depois que a configuração do roteador foi concluída e testada, é importante salvar o
running-config no startup-config como o arquivo de configuração permanente.

R1#copy running-config startup-config

Depois de aplicar e salvar a configuração básica, você poderá usar vários comandos para verificar
se configurou corretamente o roteador. Clique no botão apropriado na figura para ver uma
listagem da saída de cada comando. Todos esses comandos são abordados com mais detalhes
em capítulos posteriores. Por ora, comece a se familiarizar com a saída.

R1#show running-config

Esse comando exibe a configuração em execução atual armazenada na RAM. Com algumas
exceções, todos os comandos de configuração usados serão inseridos no running-config e
implementados imediatamente pelo IOS.
R1#show startup-config

Esse comando exibe o arquivo de configuração de inicialização armazenado na NVRAM. Essa é


a configuração que o roteador irá usar na próxima reinicialização. Essa configuração não é
alterada a menos que a configuração em execução atual seja salva na NVRAM com o comando
copy running-config startup-config. Observe na figura que a configuração de inicialização e a
configuração em execução são idênticas. Elas são idênticas porque a configuração em execução
não foi alterada desde a última vez em que foi salva. Também observe que o comando show
startup-config exibe quantos bytes de NVRAM a configuração salva está usando.

R1#show ip route

Esse comando exibe a tabela de roteamento que o IOS está usando atualmente para escolher o
melhor caminho para suas redes de destino. Neste momento, R1 só tem rotas para suas redes
conectadas diretamente por meio de suas próprias interfaces.
R1#show interfaces

Esse comando exibe todos os parâmetros de configuração da interface e as estatísticas. Algumas


dessas informações são abordadas posteriormente no currículo e no CCNP.

R1#show ip interface brief

Esse comando exibe informações sumarizadas de configuração da interface, inclusive endereço


IP e status de interface. Esse comando é uma ferramenta útil para solucionar problemas, além
de ser uma forma rápida de determinar o status de todas as demais interfaces do roteador.
1.3 CRIANDO A TABELA DE ROTEAMENTO

1.3.1 APRESENTANDO A TABELA DE ROTEAMENTO

Apresentando a tabela de roteamento

A principal função de um roteador é encaminhar um pacote para sua rede de destino, que é o
endereço IP de destino do pacote. Para isso, um roteador precisa pesquisar as informações de
roteamento armazenadas em sua tabela de roteamento.

Uma tabela de roteamento é um arquivo de dados na RAM usada para armazenar informações
de rota sobre redes conectadas diretamente e remotas. A tabela de roteamento contém
associações de rede/próximo salto. Essas associações informam a um roteador que, em termos
ideais, um determinado destino pode ser alcançado enviando-se o pacote para um roteador
específico que representa o "próximo salto" a caminho do destino final. A associação de próximo
salto também pode ser a interface de saída para o destino final.

A associação rede/interface de saída também pode representar o endereço de rede de destino


do pacote IP. Essa associação ocorre nas redes do roteador conectadas diretamente.

Uma rede conectada diretamente é uma rede acoplada diretamente a uma das interfaces do
roteador. Quando a interface de um roteador é configurada com um endereço IP e uma máscara
de sub-rede, a interface se torna um host na rede acoplada. O endereço de rede e a máscara de
sub-rede da interface, além do tipo de interface e o número, são inseridos na tabela de
roteamento como uma rede conectada diretamente. Quando um roteador encaminha um
pacote para um host, como um servidor Web, o host está na mesma rede da rede conectada
diretamente de um roteador.

Uma rede remota é uma rede que não está conectada diretamente ao roteador. Em outras
palavras, uma rede remota é uma rede que só pode ser alcançada enviando-se o pacote para
outro roteador. As redes remotas são adicionadas à tabela de roteamento usando um protocolo
de roteamento dinâmico ou configurando rotas estáticas. Rotas dinâmicas são rotas para redes
remotas que foram aprendidas automaticamente pelo roteador, usando um protocolo de
roteamento dinâmico. Rotas estáticas são rotas para redes configuradas manualmente por um
administrador de rede.

Nota: A tabela de roteamento com suas redes conectadas diretamente, as rotas estáticas e as
rotas dinâmicas serão apresentadas nas seções a seguir e abordadas com mais detalhes ao longo
deste curso.

As seguintes analogias podem ajudar a esclarecer o conceito de rotas conectadas, estáticas e


dinâmicas:

• Rotas conectadas diretamente – Para visitar um vizinho, você só precisa descer a rua
onde mora. Esse caminho é semelhante a uma rota conectada diretamente porque o
"destino" está disponível diretamente por meio da "interface conectada", a rua.
• Rotas estáticos – Um trem usa a mesma ferrovia sempre para uma rota especificada.
Esse caminho é semelhante a uma rota estática porque o caminho para o destino é
sempre o mesmo.
• Rotas dinâmicas – Ao dirigir um carro, você pode escolher um caminho diferente
"dinamicamente" com base no tráfego, no tempo ou em outras condições. Esse caminho
é semelhante a uma rota dinâmica porque você pode escolher um novo caminho em
muitos pontos diferentes para o destino ao longo do caminho.

O comando show ip route

Como mostrado na figura, a tabela de roteamento é exibida com o comando show ip route.
Neste momento, não houve nenhuma rota estática configurada nem qualquer protocolo de
roteamento dinâmico habilitado. Portanto, a tabela de roteamento de R1 só mostra as redes do
roteador conectadas diretamente. Para cada rede listada na tabela de roteamento, as seguintes
informações são incluídas:

• C - As informações nesta coluna denotam a origem das informações da rota, a rede


conectada diretamente, a rota estática ou um protocolo de roteamento dinâmico. C
representa uma rota conectada diretamente.
• 192.168.1.0/24 - Este é o endereço de rede e a máscara de sub-rede da rede conectada
diretamente ou remota. Nesse exemplo, ambas as entradas na tabela de roteamento,
192.168.1.0/24 e 192.168.2.0/24, são redes conectadas diretamente.
• FastEthernet 0/0 - As informações ao término da entrada da rota representam a
interface de saída e/ou o endereço IP do roteador de próximo salto. Nesse exemplo,
FastEthernet 0/0 e Serial0/0/0 são as interfaces de saída usadas para alcançar essas
redes.

Quando a tabela de roteamento inclui uma entrada de rota para uma rede remota, informações
adicionais são incluídas, como a métrica de roteamento e a distância administrativa. A métrica
de roteamento, a distância administrativa e o comando show ip route são explicados com mais
detalhes nos capítulos posteriores.

Os PCs também têm uma tabela de roteamento. Na figura, você pode ver a saída de comando
route print. O comando revela o gateway padrão configurado ou adquirido, as redes conectadas,
loopback, multicast e de broadcast. A saída de comando route print não será analisado durante
este curso. Isso é mostrado aqui para enfatizar o ponto que todos os dispositivos IP configurados
devem ter uma tabela de roteamento.
1.3.2 REDES CONECTADAS DIRETAMENTE

Conforme mencionado na seção anterior, quando a interface de um roteador é configurada com


um endereço IP e uma máscara de sub-rede, a interface se torna um host na rede. Por exemplo,
quando a interface FastEthernet 0/0 em R1 na figura é configurada com o endereço IP
192.168.1.1 e a máscara de sub-rede 255.255.255.0, a interface FastEthernet 0/0 se torna
membro da rede 192.168.1.0/24. Os hosts que são acoplados à mesma rede local, como PC1,
também são configurados com um endereço IP que pertence à rede 192.168.1.0/24.

Quando um PC é configurado com um endereço IP de host e uma máscara de sub-rede, o PC usa


a máscara de sub-rede para determinar a que rede ela pertence agora. Isso é feito pelo sistema
operacional ANDing o endereço IP de host e a máscara de sub-rede. Um roteador usa a mesma
lógica quando uma interface é configurada.

Um PC é normalmente configurado com um único endereço IP de host porque só tem uma única
interface de rede, quase sempre uma placa de rede Ethernet. Como os roteadores têm várias
interfaces, cada interface deve ser membro de uma rede diferente. Na figura, R1 é membro de
duas redes diferentes: 192.168.1.0/24 e 192.168.2.0/24. O Roteador R2 também é membro de
duas redes: 192.168.2.0/24 e 192.168.3.0/24.

Depois que a interface do roteador é configurada e a interface é ativada com o comando no


shutdown, a interface deve receber um sinal de operadora de outro dispositivo (roteador,
switch, hub etc.) antes do estado da interface ser considerado "ativo". Quando a interface está
"ativa", a rede dessa interface é adicionada à tabela de roteamento como uma rede conectada
diretamente.

Para que um roteamento estático ou dinâmico seja configurado em um roteador, o roteador só


sabe sobre suas próprias redes conectadas diretamente. Essas são as únicas redes exibidas na
tabela de roteamento até a configuração do roteamento estático ou dinâmico. As redes
conectadas diretamente têm grande importância nas decisões de roteamento. As rotas estáticas
e dinâmicas não podem existir na tabela de roteamento sem redes conectadas diretamente do
próprio roteador. O roteador não poderá enviar pacotes por uma interface se ela não estiver
habilitada com um endereço IP e uma máscara de sub-rede, assim como um PC não poderá
enviar pacotes IP por sua interface Ethernet se essa interface não for configurada com um
endereço IP e uma máscara de sub-rede.

Nota: Os processos de configuração das interfaces de roteador e de adição do endereço de rede


à tabela de roteamento são abordados no capítulo a seguir.

1.3.3 ROTEAMENTO ESTÁTICO

Roteamento estático

As redes remotas são adicionadas à tabela de roteamento, configurando rotas estáticas ou


habilitando um protocolo de roteamento dinâmico. Quando o IOS souber algo sobre uma rede
remota e sobre a interface que a usará para alcançar essa rede, ele irá adicionar essa rota à
tabela de roteamento, desde que a interface de saída esteja habilitada.

Uma rota estática inclui o endereço de rede e a máscara de sub-rede da rede remota, além do
endereço IP do roteador do próximo salto ou da interface de saída. As rotas estáticas são
denotadas com o código S na tabela de roteamento como mostrado na figura. As rotas estáticas
são examinadas com mais detalhes no próximo capítulo.

Quando usar rotas estáticas

As rotas estáticas devem ser usadas nos seguintes casos:


• Uma rede consiste em alguns roteadores. Nesse caso, usar um protocolo de roteamento
dinâmico não apresenta nenhum benefício significativo. Pelo contrário, o roteamento
dinâmico pode adicionar mais sobrecarga administrativa.
• Uma rede é conectada à Internet apenas por meio de um único ISP. Não há nenhuma
necessidade de usar um protocolo de roteamento dinâmico nesse enlace porque o ISP
representa o único ponto de saída para a Internet.
• Uma grande rede é configurada em uma topologia hub-and-spoke. Uma topologia hub-
and-spoke consiste em um local central (o hub) e vários locais de filial (spokes), com
cada spoke tendo apenas uma conexão com o hub. Usar o roteamento dinâmico seria
desnecessário porque cada filial só tem um caminho para um determinado destino no
local central.

Normalmente, a maior parte das tabelas de roteamento contém uma combinação de rotas
estáticas e dinâmicas. Mas, como dissemos anteriormente, a tabela de roteamento deve conter
primeiro as redes conectadas diretamente usadas para acessar essas redes remotas para que
um roteamento estático ou dinâmico possa ser usado.

1.3.4 ROTEAMENTO DINÂMICO

Roteamento dinâmico

As redes remotas também podem ser adicionadas à tabela de roteamento, usando um protocolo
de roteamento dinâmico. Na figura, R1 aprendeu automaticamente a rede 192.168.4.0/24 de
R2 pelo protocolo de roteamento dinâmico, o Protocolo de Informações de Roteamento (RIP,
Routing Information Protocol). RIP era um dos primeiros protocolos de roteamento IP e será
totalmente abordado em capítulos posteriores.

Nota: A tabela de roteamento de R1 na figura mostra que R1 aprendeu aproximadamente duas


redes remotas: uma rota que usou o RIP dinamicamente e uma rota estática que foi configurada
manualmente. Este é um exemplo de como tabelas de roteamento podem conter rotas
aprendidas dinamicamente e configuradas estaticamente, não sendo necessariamente uma
representação da melhor configuração para essa rede.

Os protocolos de roteamento dinâmico são usados por roteadores para compartilhar


informações sobre o alcance e o status de redes remotas. Os protocolos de roteamento
dinâmico executam várias atividades, inclusive:

• Detecção de rede
• Atualização e manutenção das tabelas de roteamento

Detecção de rede automática

Detecção de rede é a capacidade de um protocolo de roteamento de compartilhar informações


sobre as redes aprendidas com outros roteadores que também estão usando o mesmo
protocolo de roteamento. Em vez de configurar rotas estáticas para redes remotas em todos os
roteadores, um protocolo de roteamento dinâmico permite aos roteadores aprender
automaticamente essas redes com outros roteadores. Essas redes – e o melhor caminho para
cada rede – são adicionadas à tabela de roteamento do roteador e denotadas como uma rede
aprendida por um protocolo de roteamento dinâmico específico.

Mantendo tabelas de roteamento

Após a detecção de rede inicial, os protocolos de roteamento dinâmico atualizam e mantêm as


redes em suas tabelas de roteamento. Os protocolos de roteamento dinâmico não apenas criam
uma determinação de melhor caminho para várias redes, mas também determinam um novo
melhor caminho caso o caminho inicial fique inutilizável (ou caso a topologia seja alterada). Por
essas razões, os protocolos de roteamento dinâmico têm uma vantagem em relação a rotas
estáticas. Os roteadores que usam protocolos de roteamento dinâmico compartilham
automaticamente informações de roteamento com outros roteadores e compensam qualquer
alteração feita na topologia sem envolver o administrador de rede.

Protocolos de roteamento IP

Há vários protocolos de roteamento dinâmico para IP. Aqui estão alguns do protocolos de
roteamento dinâmico mais comuns para pacotes IP de roteamento:

• Protocolo de informações de roteamento (RIP, Routing Information Protocol)


• Protocolo de Roteamento de Gateway Interior (IGRP, Interior Gateway Routing
Protocol)
• Protocolo de Roteamento de Gateway Interior Aprimorado (EIGRP, Enhanced Interior
Gateway Routing Protocol)
• Abrir caminho mais curto primeiro (OSPF, Open Shortest Path First)
• Sistema Intermediário para Sistema Intermediário (IS-IS, Intermediate System-to-
Intermediate System)
• Protocolo de Roteamento de Borda (BGP, Border Gateway Protocol)
Nota: RIP (versões 1 e 2), EIGRP e OSPF são abordados neste curso. EIGRP e OSPF também são
explicados com mais detalhes no CCNP, além de IS-IS e BGP. IGRP é um protocolo de roteamento
herdado, sendo substituído por EIGRP. IGRP e EIGRP são protocolos de roteamento de
propriedade da Cisco, enquanto todos os demais protocolos de roteamento listados são
protocolos padrão, sem propriedade.

Mais uma vez, lembre-se de que, na maioria dos casos, os roteadores contêm uma combinação
de rotas estáticas e dinâmicas nas tabelas de roteamento. Os protocolos de roteamento
dinâmico serão abordados com mais detalhes no Capítulo 3, "Introdução aos protocolos de
roteamento dinâmico".

1.3.5 PRINCÍPIOS DA TABELA DE ROTEAMENTO

Princípios da tabela de roteamento

Às vezes, neste curso nós iremos nos referir a três princípios relativos a tabelas de roteamento
que irão ajudar a compreender, configurar e solucionar problemas de roteamento. Esses
princípios são do livro de Alex Zinin, Cisco IP Routing.

1. Todos os roteadores tomam suas decisões sozinhos com base nas informações presentes em
sua própria tabela de roteamento.

2. O fato de um roteador ter determinadas informações em sua tabela de roteamento não


significa que todos os roteadores tenham as mesmas informações.

3. As informações de roteamento sobre um caminho de uma rede para outra não fornecem
informações de roteamento sobre o caminho inverso ou de retorno.

Qual é o efeito desses princípios? Vejamos o exemplo na figura.

1. Depois de tomar sua decisão de roteamento, o Roteador R1 encaminha o pacote com destino
a PC2 para o Roteador R2. R1 só sabe as informações em sua própria tabela de roteamento, o
que indica que o Roteador R2 é o roteador de próximo salto. R1 não sabe se R2 tem, de fato,
uma rota até a rede de destino.

2. É de responsabilidade do administrador de rede ter certeza de que todos os roteadores dentro


do seu controle tenham informações de roteamento completas e precisas para que os pacotes
possam ser encaminhados entre duas redes. Isso pode ser feito com rotas estáticas, um
protocolo de roteamento dinâmico ou uma combinação de ambos.

3. O Roteador R2 conseguiu encaminhar o pacote para a rede de destino de PC2. No entanto, o


pacote de PC2 para PC1 foi descartado por R2. Embora R2 tenha informações em sua tabela de
roteamento sobre a rede de destino de PC2, não sabemos se ele tem as informações do caminho
de retorno para a rede de PC1.

Roteamento assimétrico

Como os roteadores não necessariamente têm as mesmas informações em suas tabelas de


roteamento, os pacotes podem atravessar a rede em uma direção, usando um caminho e
retornando por outro. Isso é chamado de roteamento assimétrico. O roteamento assimétrico é
mais comum na Internet, que usa o protocolo de roteamento BGP, do que na maioria das redes
internas.

Esse exemplo implica que, ao criar e solucionar problemas de uma rede, o administrador deve
verificar as seguintes informações de roteamento:

• Há um caminho da origem para o destino disponível em ambas as direções?


• O caminho leva a ambas as direções? (O roteamento assimétrico não é incomum, mas
às vezes pode oferecer problemas adicionais.)

1.4 FUNÇÕES DE DETERMINAÇÃO DO CAMINHO E DE COMUTAÇÃO

1.4.1 CAMPOS DE PACOTE E DE QUADRO

Campos de pacote e de quadro

Como abordamos anteriormente, os roteadores tomam sua decisão primária de


encaminhamento, examinando o endereço IP de destino de um pacote. Antes de enviar um
pacote pela interface de saída apropriada, o pacote IP precisa ser encapsulado em um quadro
de enlace da Camada 2. Posteriormente nesta seção, acompanharemos um pacote IP da origem
para o destino, examinando o processo de encapsulamento e de desencapsulamento em cada
roteador. Mas antes revisaremos o formato de um pacote IP de Camada 3 e um quadro Ethernet
de Camada 2.

Formato de pacote IP (Internet Protocol, Protocolo de internet)

O protocolo de Internet especificado na RFC 791 define o formato de pacote IP. O cabeçalho de
pacote IP tem campos específicos que contêm informações sobre o pacote e sobre os hosts de
envio e de recebimento. Abaixo está uma lista dos campos no cabeçalho IP e uma descrição
sumarizada de cada um. Você já deve estar familiarizado com os campos de endereço IP de
destino, endereço IP de origem, versão e Tempo de Vida (TTL, Time To Live). Os outros campos
são importantes, mas estão fora do escopo deste curso.

• Versão – número de versão (4 bits); a versão predominante é o IP versão 4 (IPv4)


• Comprimento de cabeçalho IP – comprimento do cabeçalho em palavras de 32 bits (4
bits)
• Precedência e tipo de serviço – como o datagrama deve ser tratado (8 bits); os 3
primeiros bits são bits de precedência (esse uso foi substituído pelo Ponto do Código de
Serviços Diferenciado [DSCP, Differentiated Services Code Point]), que usa os 6
primeiros bits [últimos 2 reservados])
• Comprimento do pacote – comprimento total (cabeçalho + dados) (16 bits)
• Identificação – o valor de datagrama IP exclusivo (16 bits)
• Flags – controlam a fragmentação (3 bits)
• Deslocamento de fragmento – oferece suporte à fragmentação de datagramas para
permitir diferir MTUs (Maximum Transmission Units, Unidades de transmissão máxima)
na Internet (13 bits)
• Tempo de vida (TTL) – identifica quantos roteadores podem ser percorridos pelo
datagrama antes de ser descartado (8 bits)
• Protocolo – protocolo de camada superior que envia o datagrama (8 bits)
• Checksum do cabeçalho – verificação de integridade no cabeçalho (16 bits)
• Endereço IP de origem – endereço IP de origem de 32 bits (32 bits)
• Endereço IP de destino – endereço IP de destino de 32 bits (32 bits)
• Opções de IP – testes de rede, depuração, segurança e outros (0 ou 32 bits, se qualquer)

Formato de quadro da camada MAC

O quadro de enlace de dados da Camada 2 normalmente contém informações de cabeçalho com


um endereço de origem e de destino de enlace de dados, informações de trailer e os dados
transmitidos reais. O endereço de origem do enlace de dados é o endereço de Camada 2 da
interface que enviou o quadro do enlace de dados. O endereço de destino do enlace de dados
é o endereço de Camada 2 da interface do dispositivo de destino. As interfaces de origem e de
destino do enlace de dados estão na mesma rede. Como um pacote é encaminhado de um
roteador para outro, os endereços IP de origem e de destino da Camada 3 não serão alterados.
No entanto, os endereços do enlace de dados de origem e de destino da Camada 2 serão
alterados. Esse processo será examinado mais atentamente mais tarde nesta seção.

Nota: Quando a NAT é usada, o endereço IP de destino não é alterado, mas esse processo não
importa para IP e um processo seja executado em uma rede da empresa. O roteamento com
NAT é abordado em um curso posterior.
O pacote IP de Camada 3 é encapsulado no quadro de enlace da Camada 2 associado a essa
interface. Nesse exemplo, nós iremos mostrar o quadro Ethernet da Camada 2. A figura mostra
as duas versões compatíveis de Ethernet. Abaixo está uma lista dos campos no cabeçalho
Ethernet e uma descrição sumarizada de cada um.

1.4.2 MELHOR CAMINHO E MÉTRICA

Melhor caminho

Determinar o melhor caminho de um roteador envolve a avaliação de vários caminhos para a


mesma rede de destino e selecionar o caminho ideal ou mais "curto" para alcançar essa rede.
Sempre que há vários caminhos para alcançar a mesma rede, cada caminho usa uma interface
de saída diferente no roteador para alcançar essa rede. O melhor caminho é selecionado por um
protocolo de roteamento com base no valor ou na métrica usado para determinar a distância
para alcançar uma rede. Alguns protocolos de roteamento, como RIP, usam a contagem de
saltos simples, o número de roteadores entre um roteador e a rede de destino. Outros
protocolos de roteamento, como OSPF, determinam o caminho mais curto, examinando a
largura de banda dos enlaces e usando os enlaces com a largura de banda mais rápida de um
roteador para a rede de destino.

Os protocolos de roteamento dinâmico normalmente usam suas próprias regras e as métricas


para criar e atualizar tabelas de roteamento. Métrica é o valor quantitativo usado para medir a
distância até uma determinada rota. O melhor caminho para uma rede é o caminho com a
menor métrica. Por exemplo, um roteador irá preferir um caminho a 5 saltos em um caminho
que está a 10 saltos.

O principal objetivo do protocolo de roteamento é determinar os melhores caminhos para cada


rota a ser incluída na tabela de roteamento. O algoritmo de roteamento gera um valor, ou uma
métrica, para cada caminho na rede. As métricas podem se basear em uma única característica
ou em várias características de um caminho. Alguns protocolos de roteamento podem basear a
seleção de rota em várias métricas, integrando-as a uma única métrica. Quanto menor for o
valor da métrica, melhor será o caminho.

Comparando a contagem de saltos e as métricas de largura de banda

As duas métricas usadas por alguns protocolos de roteamento dinâmico são:

• Contagem de saltos – a contagem de saltos é o número de roteadores que um pacote


deve percorrer até alcançar seu destino. Cada roteador é igual a um salto. Uma
contagem de quatro saltos indica que um pacote deve percorrer quatro roteadores para
alcançar seu destino. Se houver vários caminhos disponíveis para um destino, o
protocolo de roteamento, como RIP, irá escolher o caminho com o menor número de
saltos.
• Largura de banda – largura de banda é a capacidade de dados de um enlace, às vezes
conhecida como a velocidade do enlace. Por exemplo, a implementação da Cisco do
protocolo de roteamento OSPF usa largura de banda como sua métrica. O melhor
caminho para uma rede é determinado pelo caminho com um acúmulo de enlaces com
os maiores valores de largura de banda, ou os enlaces mais rápidos. O uso da largura de
banda em OSPF será explicado no Capítulo 11.

Nota: Velocidade não é uma descrição tecnicamente precisa da largura de banda porque todos
os bits percorrem na mesma velocidade usando o mesmo meio físico. Largura de banda é
definida com mais precisão como o número de bits que podem ser transmitidos em um enlace
por segundo.

Quando a contagem de saltos é usada como a métrica, o caminho resultante pode, às vezes, ser
inferior ao ideal. Por exemplo, considere a rede mostrada na figura. Se RIP for o protocolo de
roteamento usado pelos três roteadores, R1 irá escolher a rota inferior ao ideal até R3 para
alcançar PC2, porque esse caminho tem menos saltos. A largura de banda não é considerada.
No entanto, se OSPF for usado como o protocolo de roteamento, R1 irá escolher a rota com base
na largura de banda. Os pacotes poderão alcançar seu destino usando os dois enlaces T1 mais
rápidos em comparação com o único enlace de 56 Kbps, mais lento.

1.4.3 BALANCEAMENTO DE CARGA DE MESMO CUSTO

Balanceamento de carga de mesmo custo

Você pode estar se perguntando o que irá acontece se uma tabela de roteamento tiver dois ou
mais caminhos com a mesma métrica para a mesma rede de destino. Quando um roteador tem
vários caminhos para uma rede de destino e o valor dessa métrica (contagem de saltos, largura
de banda etc.) é igual, isso é conhecido como métrica de mesmo custo, e o roteador irá executar
o balanceamento de carga de mesmo custo. A tabela de roteamento irá conter a única rede de
destino, mas terá várias interfaces de saída, uma para cada caminho de mesmo custo. O
roteador irá encaminhar pacotes que usam as várias interfaces de saída listadas na tabela de
roteamento.

Se for configurado corretamente, o balanceamento de carga poderá aumentar a eficiência e o


desempenho da rede. O balanceamento de carga de mesmo custo pode ser configurado para
usar protocolos de roteamento dinâmico e rotas estáticas. O balanceamento de carga de mesmo
custo é abordado com mais detalhes no Capítulo 8, "Tabela de roteamento: uma análise mais
profunda".

Caminhos de mesmo custo e caminhos de custo diferente

Caso você esteja se perguntando, um roteador pode enviar pacotes em várias redes mesmo
quando a métrica não é a mesma em caso de uso de um protocolo de roteamento com esse
recurso. Isso é conhecido como balanceamento de carga de custo desigual. EIGRP e IGRP são
os únicos protocolos de roteamento que podem ser configurados para o balanceamento de
carga de custo desigual. O balanceamento de carga de custo desigual em EIGRP.
1.4.4 DETERMINAÇÃO DO CAMINHO

Determinação do caminho

Encaminhar pacotes envolve duas funções:

• Função de determinação do caminho


• Função de comutação

A função de determinação do caminho é o processo de como o roteador determina que


caminho usar ao encaminhar um pacote. Para determinar o melhor caminho, o roteador
pesquisa sua tabela de roteamento em busca de um endereço de rede correspondente ao
endereço IP de destino do pacote.

Uma das três determinações de caminho é resultante dessa pesquisa:

• Rede conectada diretamente – se o endereço IP de destino do pacote pertencer a um


dispositivo em uma rede conectada diretamente a uma das interfaces do roteador,
esse pacote será encaminhado diretamente para o dispositivo. Isso significa que o
endereço IP de destino do pacote é um endereço de host na mesma rede da interface
do roteador.
• Rede remota – se o endereço IP de destino do pacote pertencer a uma rede remota, o
pacote será encaminhado para outro roteador. As redes remotas só podem ser
alcançadas encaminhando-se pacotes para outro roteador.
• Nenhuma rota determinada – se o endereço IP de destino do pacote não pertencer a
uma rede conectada ou remota e se o roteador não tiver uma rota padrão, o pacote
será descartado. O rotador envia uma mensagem inalcançável ICMP para o endereço
IP de origem do pacote.
• Nos dois primeiros resultados, o roteador reencapsula o pacote IP no formato do
quadro de enlace de dados da Camada 2 da interface de saída. O tipo de
encapsulamento da Camada 2 é determinado pelo tipo de interface. Por exemplo, se a
interface de saída for FastEthernet, o pacote será encapsulado em um quadro
Ethernet. Se a interface de saída for uma interface serial configurada para PPP, o
pacote IP será encapsulado em um quadro PPP.

A seguinte seção demonstra esse processo.


1.4.5 FUNÇÃO DE COMUTAÇÃO

Função de comutação

Depois que o roteador determinar a interface de saída usando a função de determinação do


caminho, o roteador irá precisar encapsular o pacote no quadro do enlace de dados da interface
de saída.

A função de comutação é o processo usado por um roteador para aceitar um pacote em uma
interface e encaminhá-lo usando outra interface. Uma das principais responsabilidades da
função de comutação é encapsular pacotes no tipo apropriado do quadro de enlace de dados
para o link de dados de saída.

O que um roteador faz com um pacote recebido de uma rede e com destino a outra rede? O
roteador executa as três seguintes etapas principais:

1. Desencapsula o pacote da Camada 3, removendo o cabeçalho e o trailer do quadro da Camada


2

2. Examina o endereço IP de destino do pacote IP para localizar o melhor caminho na tabela de


roteamento.

3. Encapsula o pacote de Camada 3 em um novo quadro de Camada 2 e encaminha o quadro


pela interface de saída.

Como o pacote IP de a Camada 3 é encaminhado de um roteador para o próximo, o pacote IP


permanece inalterado, com a exceção do campo TTL. Quando um roteador recebe um pacote
IP, ele diminui o TTL em um. Se o valor TTL resultante for zero, o roteador irá descartar o pacote.
O TTL é usado para impedir pacotes IP de percorrer eternamente as redes devido a um loop de
roteamento ou a outro mau funcionamento na rede. Os loops de roteamento são abordados
posteriormente em um capítulo.

Como o pacote IP é desencapsulado do quadro da Camada 2 e encapsulado em um novo quadro


de Camada 2, o endereço de destino do enlace de dados e o endereço de origem serão alterados
quando o pacote for encaminhado de um roteador para o próximo. O endereço de origem do
enlace de dados da Camada 2 representa o endereço de Camada 2 da interface de saída. O
endereço de destino da Camada 2 representa o endereço de Camada 2 do roteador de próximo
salto. Se o próximo salto for o dispositivo de destino final, ele será o endereço de Camada 2 do
dispositivo.

É muito provável que o pacote seja encapsulado em um tipo diferente de quadro da Camada 2
daquele em que ele foi recebido. Por exemplo, o pacote pode ser recebido pelo roteador em
uma interface FastEthernet, encapsulada em um quadro Ethernet, e encaminhado por uma
interface serial encapsulada em um quadro PPP.

Lembre-se: como um pacote percorre do dispositivo de origem para o dispositivo de destino


final, os endereços IP de Camada 3 não são alterados. No entanto, os endereços de enlace de
dados da Camada 2 são alterados a cada salto quando o pacote é desencapsulado e
reencapsulado em um novo quadro por cada roteador.

Determinação de caminho e detalhes da função de comutação


Você pode descrever os detalhes exatos do que acontece com um pacote nas camadas 2 e 3
quando ele deixa a origem em direção ao destino? Do contrário, estude a animação e
acompanhe a discussão até que você seja capaz de descrever o processo sozinho.

Etapa 1: PC1 tem um pacote a ser enviado para PC2

PC1 encapsula o pacote IP em um quadro Ethernet usando o endereço MAC de destino da


interface FastEthernet de R1 0/0.

Como PC1 sabe encaminhar o pacote para R1, e não diretamente para PC2? PC1 determinou
que os endereços de origem e de destino IP estão em redes diferentes.

PC1 sabe que a rede pertence a ele, executando uma operação AND em seu próprio endereço
IP e máscara de sub-rede que resulta em seu endereço de rede. PC1 faz essa mesma operação
AND usando o endereço IP de destino do pacote e a máscara de sub-rede PC1. Se o resultado
for o mesmo da rede, PC1 sabe que o endereço IP de destino está na própria rede, não
precisando encaminhar o pacote para o gateway padrão, o roteador. Se a operação AND resultar
em um endereço de rede diferente, PC1 sabe que o endereço IP de destino não está em sua
própria rede, devendo encaminhar esse pacote para o gateway padrão, o roteador.
Nota: Se uma operação AND com o endereço IP de destino do pacote e a máscara de sub-rede
de PC1 resultar em um endereço de rede diferente do determinado por PC1 como seu endereço
de rede próprio, esse endereço não necessariamente irá refletir o endereço de rede remoto real.
PC1 só sabe que o endereço IP de destino está em sua própria rede, as máscaras serão iguais e
os endereços de rede seriam os mesmos. A máscara da rede remota pode ser outra. Se o
endereço IP de destino resultar em um endereço de rede diferente, PC1 não saberá o endereço
de rede remota real – ele só sabe que não está em sua própria rede.

Como PC1 determina o endereço MAC do gateway padrão, roteador R1? PC1 verifica a tabela
ARP do endereço IP do gateway padrão e seu endereço MAC associado.

E se esta entrada não existir na tabela ARP? PC1 envia uma solicitação ARP e o roteador R1
devolve uma resposta ARP.

Etapa 2: Roteador R1 recebe o quadro Ethernet

1. Roteador R1 examina o endereço MAC de destino, que corresponde ao endereço MAC da


interface de recebimento, FastEthernet 0/0. Dessa forma, R1 copiará o quadro para o buffer.

2. R1 vê que o campo Tipo de Ethernet é 0x800, o que significa que o quadro Ethernet contém
um pacote IP na porção de dados do quadro.

3. R1 desencapsula o quadro Ethernet.

4. Como o endereço IP de destino do pacote não corresponde a nenhuma das redes conectadas
diretamente de R1, o roteador consulta sua tabela de roteamento para rotear esse pacote. R1
pesquisa a tabela de roteamento em busca de um endereço de rede e da máscara de sub-rede
que incluiria o endereço IP de destino do pacote como um endereço de host nessa rede. Neste
exemplo, a tabela de roteamento tem uma rota para a rede 192.168.4.0/24. O endereço IP de
destino do pacote é 192.168.4.10, que é um endereço IP de host dessa rede.

A rota de R1 para a rede 192.168.4.0/24 tem um endereço IP do próximo salto 192.168.2.2 e


uma interface de saída de FastEthernet 0/1. Isso significa que o pacote IP será encapsulado em
um novo quadro Ethernet com o endereço MAC de destino do endereço IP de roteador do
próximo salto. Como a interface de saída está em uma rede Ethernet, R1 deve resolver o
endereço IP do próximo salto com um endereço MAC de destino.

5. R1 observa o endereço IP do próximo salto 192.168.2.2 em seu cache ARP para a interface
FastEthernet 0/1. Se a entrada não estiver no cache ARP, R1 enviará uma solicitação ARP pela
interface FastEthernet 0/1. R2 devolve uma resposta ARP. Em seguida, R1 atualiza seu cache
ARP com uma entrada para 192.168.2.2 e o endereço MAC associado.

6. O pacote IP agora é encapsulado em um novo quadro Ethernet e encaminhado para fora da


interface FastEthernet 0/1 do R1.

Etapa 3: Pacote chega ao roteador R2

Clique em Reproduzir para exibir a animação.

1. Roteador R2 examina o endereço MAC de destino, que corresponde ao endereço MAC da


interface de recebimento, FastEthernet 0/0. Dessa forma, R1 copiará o quadro para o buffer.

2. R2 vê que o campo Tipo de Ethernet é 0x800, o que significa que o quadro Ethernet contém
um pacote IP na porção de dados do quadro.

3. R2 desencapsula o quadro Ethernet.

4. Como o endereço IP de destino do pacote não corresponde a nenhum dos endereços de


interface de R2, o roteador consulta sua tabela de roteamento para rotear esse pacote. R2
pesquisa a tabela de roteamento em busca do endereço IP de destino do pacote que usa o
mesmo processo usado por R1.

A tabela de roteamento de R2 tem uma rota para a rota 192.168.4.0/24 com um endereço IP de
próximo salto 192.168.3.2 e uma interface de saída de Serial 0/0/0. Como a interface de saída
não está em uma rede Ethernet, R2 não deve resolver o endereço IP de próximo salto com um
endereço MAC de destino.

Quando a interface for uma conexão serial ponto-a-ponto, R2 irá encapsular o pacote IP no
próprio formato de quadro de enlace de dados usado pela interface de saída (HDLC, PPP etc.).
Nesse caso, o encapsulamento de Camada 2 é PPP; portanto, o endereço de destino do enlace
de dados é definido como um broadcast. Lembre-se: não há nenhum endereço MAC em
interfaces seriais.

5. O pacote IP agora é encapsulado em um novo quadro de enlace de dados, PPP, e enviado pela
interface de saída serial 0/0/0.

Etapa 4: O pacote chega a R3

1. R3 recebe e copia o quadro PPP de enlace de dados em seu buffer.

2. R3 desencapsula o quadro PPP do enlace de dados.

3. R3 pesquisa a tabela de roteamento em busca do endereço IP de destino do pacote. A


pesquisa da tabela de roteamento resulta em uma rede que é uma das redes conectadas
diretamente de R3. Isso significa que o pacote pode ser enviado diretamente para o dispositivo
de destino, não precisando ser enviado para outro roteador.

Como a interface de saída não é uma rede Ethernet conectada diretamente, R3 precisa resolver
o endereço IP de destino do pacote com um endereço MAC de destino.

4. R3 procura o endereço IP de destino do pacote 192.168.4.10 em seu cache ARP. Se a entrada


não estiver no cache ARP, R3 enviará uma solicitação ARP pela interface FastEthernet 0/1. PC2
devolve uma resposta ARP com seu endereço MAC. Em seguida, R1 atualiza seu cache ARP com
uma entrada para 192.168.4.10 e o endereço MAC retornado na resposta ARP.

5. O pacote IP agora é encapsulado em um novo enlace de dados, o quadro Ethernet, e


encaminhado pela interface FastEthernet 0/0 de R3.

Etapa 5: O quadro Ethernet com pacote IP encapsulado chega a PC2

1. PC2 examina o endereço MAC de destino, que corresponde ao endereço MAC da interface de
recebimento, sua placa de rede Ethernet. Dessa forma, PC2 copiará o restante do quadro para
o buffer.

2. PC2 vê que o campo Tipo de Ethernet é 0x800, o que significa que o quadro Ethernet contém
um pacote IP na porção de dados do quadro.
3. PC2 desencapsula o quadro Ethernet e passa o pacote IP para o processo IP de seu sistema
operacional.

Resumo

Acabamos de examinar o encapsulamento e o processo de desencapsulamento de um pacote


quando ele é encaminhado de roteador para roteador, do dispositivo de origem para o
dispositivo de destino final. Também fomos apresentados ao processo de pesquisa da tabela de
roteamento, que será abordado mais detalhadamente em um capítulo posterior. Vimos que os
roteadores não estão envolvidos apenas em decisões de roteamento da Camada 3, mas que
também participam de processos da Camada 2, inclusive encapsulamento, e em redes Ethernet,
ARP. Roteadores também participam de Camada 1, usada para transmitir e receber os bits de
dados no meio físico.

As tabelas de roteamento contêm redes conectadas diretamente e redes remotas. É porque


roteadores contêm endereços para redes remotas em suas tabelas de roteamento que os
roteadores sabem aonde enviar pacotes com destino a outras redes, inclusive a Internet. Nos
capítulos seguintes, você saberá como os roteadores criam e mantêm essas tabelas de
roteamento – usando rotas estáticas inseridas manualmente ou protocolos de roteamento
dinâmico.

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