Você está na página 1de 8
Dos CONCURSOS (DE AGENTES E DE CRIMES) 13. A CONDUTA EM COMPARTICIPAGAO (A AUTORIA E.A PARTICIPACAO) 13.1. A estrutura fundamental A teoria do crime é construida a partis da imagem do agente singular, que atua de maneita isolada. A problematica da comparticipacio teside em saber como a responsabilidade pode e dever ser distribuida entre os diversos agentes que, agindo entre si, 0 fazem em um mesmo sentido delictivo. 13.2. Os sistemas de comparticipagao 13.2.1. O sistema unitario ‘Todos os agentes siio autores. Nio ha distingo entre autoria e patticipago no plano do tipo legal ou da moldura de pena aplicével. Qualquer diferenciagao 86 assume televincia no plano da individualizagio judicial da pena. 13.2.2. O sistema diferenciador Distingue entre autores a participes tanto no plano do tipo legal quanto no plano da moldura de pena aplicavel. 13.2. Autoria 13.2.1. Conceito extensivo ¢ conceito restritivo No conceito extensivo, o tipo legal abrange © contributo de todos os intervenientes; a norma sobre pasticipagio vem restringit a punibilidade dai resultante. No conceito testritivo, o tipo legal abrange apenas a conduta de alguns intervenientes (0s autores), vindo a norma sobre participagio ampliar as margens punibilidade. 13.2.2. Critérios de distingao entre autor e participe 13.2.2.1. Doutrina formal-objectiva Autor € quem realiza, por meio ou através da sua propria pessoa, todos ou ao menos alguns elementos do tipo legal de crime; os outros siio participes. 13.2.2.2. Doutrina subjectiva Autor € quem quer o facto como proprio ou quem nele tem interesse; participe € quem quer 0 facto como alheio ou quem actua no interesse do autor. 13.2.2.3. Doutrina material-objectiva Autor é quem presta uma contribuigio essencial para o facto; participe é quem pfesta uma conttibuicio de menor importincia, mas ainda relevante 13.2.2.4. A doutrina do dominio do facto Autor é quem decide 0 «se» € 0 «como» da realizacio do tipo, aparecendo, assim, como wsenhom do acontecimento tipico; participe é aquele que presta uma contribuicio sem dominio sobre o resultado final. 13. . Apreciagio critica O entendimento corrente na douttina no esclarece se e em que medida o dominio do facto é mesmo possivel, em particular qual seria seu idéneo objecto de diferenciagio. 13.3. Formas de autoria 13.3.1, Autoria imediata Executat 0 facto por si mesmo (artigo 26.°, pimeita hipstese) 13.3.2. Autoria mediata Executat 0 facto pot intermédio de outeem (artigo 26.°, segunda hipétese) 13.3.3. Co-autoria ‘Tomar parte directa na sua execugio, por acordo ou juntamente com outro ou outros (artigo 26.°, terceira hipétese) 13.3.4, Instigagao Determinar dolosamente outra pessoa a pritica do facto, desde que haja execugio ou comeco de execucio (artigo 26.°, quarta hipstese) 13.4. Participagao 13.4.1. O principio da acessoriedade “Cada comparticipante é punido segundo a sua aripa, independentemente da punicio ou do grau de culpa dos outros comparticipantes” (artigo 30.°). O facto secundétio da participacio esti na dependéncia juridica do comportamento principal do autor. De acordo com a solugio legal hoje vigente, 0 facto principal deve ser um facto ilicito-tipico (nao justificado) doloso. Fala-se, a este propésito, em um principio de acessoriedade limitada.

Você também pode gostar