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DIREITOS CULTURAIS E TRADICIONALISMO GAÚCHO: NA

BUSCA DE ESTÍMULO À CULTURA REGIONALISTA

CULTURAL RIGHTS AND GAUCHO TRADITIONALISM: IN THE


SEEKING FOR STIMULATION TO TRADITIONALISM CULTURE

Luiz Felipe Zilli Queiroz1

Resumo: Levando-se em conta a ascensão dos direitos culturais em terrae brasilis, o presente escrito vem
debater sobre esses direitos, colecionando definições de cultura e também alicerçando os bens e patrimônios
culturais nessa empreitada. Sendo assim, faz mister remontar o surgimento dos mesmos, com passagem pela
história do Direito brasileiro e estrangeiro. Posteriormente, há uma análise sobre a positivação dos direitos
culturais no ordenamento jurídico brasileiro, remetendo sua existência suprema na Constituição Federal, como
direitos culturais constitucionais e, também, fundamentais, além de estar intimamente ligado com o princípio-
mor da República Federativa do Brasil: a dignidade da pessoa humana. Na sequência, os direitos culturais
também são encontrados em leis esparsas que, inclusive, trazem alguns benefícios fiscais ao cidadão/entidade
que incentivar projetos culturais. Ademais, ressaltam o sentido dogmático e principiológico desses direitos,
analisando a letra da Lei e a sua validade enquanto princípios. Por fim, o trabalho restará concluído com
situações práticas e cotidianas envolvendo os direitos culturais colidindo com demais direitos, incidindo sobre a
realidade do tradicionalismo gaúcho. Diante disso, nasce o momento controvertido envolvendo os Centros de
Tradições Gaúchas com a alta carga tributária nacional e a necessidade de mudanças legislativas, com a correção
e especificação de onde a norma quer chegar, não limitando direitos tão precípuos como os culturais.
Palavras-chave: Cultura. Direitos Culturais. Tradicionalismo gaúcho. Incentivos fiscais.
Abstract: Taking into account the rise of cultural rights in brasilisterrae, this article discusses about those rights,
collecting definitions of culture and also consolidating property and cultural heritage in this agreement.
Therefore, it is necessary to present the appearance of them, with passage through the history of Brazilian and
foreign law. After, there is an analysis on the positivization of cultural rights in the Brazilian legal system,
sending its supreme existence in the Federal Constitution, as constitutional cultural rights and also fundamental
rights besides being intimately connected to the principle chief of the Federative Republic of Brazil: the dignity
of the human person. Following, cultural rights are also found in sparse laws that, including bring some tax
benefits to citizen / entity that encourage cultural projects. Moreover, the cultural rights emphasize the dogmatist
and principlelogic meaning of these rights, analyzing the letter of the law and its validity as principles. Finally,
the work is concludedwith daily practices and cultural rights involving colliding with other rights situations,
focusing on the reality of the gaucho traditionalism. Thus it is born the controversial moment involving Centers
Gaucho Traditions with national high tax burden and the need for legislative changes, with the correction and
specification where the norm wants to get, not limiting rights as precipuos as the cultural.
Keywords: Culture. Cultural Rights. Gaucho Traditionalism. Tax Incentives.

INTRODUÇÃO

Com as grandes mudanças trazidas ao longo dos séculos, principalmente após o período
renascentista, a cultura tornou-se um dos fatores precípuos para o desenvolvimento de uma
sociedade vivenciada pela ética e educação. Assim sendo, os países procuraram desenvolver
um padrão de investimentos e incentivos à cultura e, também, juridicizando a mesma. Com

1
Acadêmico de Direito da Faculdade de Direito de Santa Maria – FADISMA. Estagiário no escritório de
advocacia Rafael Azambuja Paz Escritório de Advocacia. Endereço eletrônico: felipezqueiroz@hotmail.com
isso, surgem os direitos culturais como forma de preservar e prestar a cultura nos territórios
que ela é recepcionada.

Então, o presente escrito traz à baila as definições sobre cultura, com seus
multisignificados e incidências, inclusive, sob a órbita jurídica. Com a aproximação do
jurídico com a cultura, surgem os direitos culturais, que visão tutelar os bens e patrimônios
culturais. Nesse diapasão, há a passagem pela história, com o princípio desses direitos na
esfera internacional e, posteriormente, na nacional.

Nessa ordem, há a apresentação dogmática e principiológica dos direitos culturais,


estando os mesmos presentes na Magna Carta ou em leis esparsas no ordenamento jurídico
brasileiro. Portanto, positivados estão esses direitos no Brasil e, cada vez mais, aumentam as
demandas sobre cultura, patrimônio cultural e bens culturais nos três poderes da República,
tanto para exigir os direitos (judiciário), quanto para reconhecê-los (legislativo) e, também,
prestá-los (executivo).

Por fim, o escrito se detém num caso concreto envolvendo a cultura regionalista do Rio
Grande do Sul, o tradicionalismo gaúcho. Nesse tempo, surgem empecilhos tributários que
acabam limitando a expressão dessa tradição, lesionando bens culturais como os Centros de
Tradições Gaúchas (CTG), que são associações para discutir, cultuar e preservar as
características locais e históricas daquela região, haja vista a alta carga de tributos que recai
sobre eles (CTG), incidindo, assim, a sua inadimplência e até desligamento.

Com a breve descrição do trabalho, o que se pretende é discutir sobre cultura, bens
culturais e seu patrimônio, ratificando a existência dos direitos culturais no Brasil. Assim
sendo, procura-se conciliá-lo com demais direitos previstos, seja por legislação, com
incentivos fiscais, quanto por judicialização. Visto dessa forma, o que deve imperar é a
cultura.

1 A CULTURA SOB A TUTELA DOS DIREITOS CULTURAIS: UMA BREVE


ANÁLISE
A vivência no mundo contemporâneo é recheada por situações que remetem as pessoas
a uma excessiva carga de informações gerando várias interpretações. Nesse sentido, as
facilidades que a modernidade trouxe para o acesso/experiência às diversas formas de
culturas, certificam o que se chama hoje de multiculturalismo, com o recíproco intercâmbio e
expansão de diversas culturas aos lugares mais recônditos do Brasil e, também, do planeta.
Diante disso, o presente escrito traz à baila, num primeiro momento, a ascensão do
vocábulo cultura, com suas definições e alcances jurídicos, caracterizando, assim, o
surgimento dos direitos culturais. Nesse momento, far-se-á um estudo das origens desse
direito emergente, seja no Brasil e/ou em outros países, e no fim deste capítulo, as noções
sobre bens e patrimônios culturais. Tudo isso será explicitado para o desenvolvimento do
trabalho para coadunar com as teses desenvolvidas ao longo do mesmo.

Hodiernamente, a população mundial se encontra abarcada pela miscigenação de


culturas num mesmo lugar ou recolhidas e afastadas de um mesmo cenário. No entanto,
acaba-se, por vezes, não creditando um valor cultural às diversas realidades postas que, de
uma forma epistemológica, se perfectibilizam como uma determinada cultura. Assim sendo,
evidencia-se cultura quando a mesma envolve um significado espiritual e quando há uma
relevância coletiva com a situação, reportando a bens não econômicos e abarcados por obras
de criação ou valoração humana, contrárias às puras expressões da natureza (MIRANDA,
1996, p. 253).

Partindo da sua abrangência, que envolve a língua/linguagem, os usos e costumes, a


religião, os símbolos comunitários, conhecimentos, as formas de cultivos da terra e do mar, a
organização política, o meio ambiente, a cultura se torna precisa pela humanidade que
apresenta, sendo que cada ser estabelecido num determinado ambiente se perfaz pela sua
cultura (MIRANDA, 2006, p. 02). Ademais, Alfredo Bosi remete a seu sentido étimo, já que
sua herança latina vem de cólere que significa morar, cultivar, tratar (1992, p. 12). Por isso, o
termo cultura é de antiguíssima visualização pela atribuição à agricultura, uma das primeiras
formas de testemunhar, transmutar e dominar a natureza pelo ser humano.

Nesse diapasão, com o surgimento da sociedade moderna, seja pelo intermédio da


Revolução Industrial ou pelo desenvolvimento científico refletido pelo período Renascentista,
buscou-se entender mais sobre cultura, havendo uma solidificação científico-antropológica do
seu termo. Então, Edward Tylor (2005, p. 79) condensou na palavra cultura como todo
fenômeno humano que pertença ao âmbito material e imaterial desenvolvido pelo indivíduo
ou por um povo. Logo, tudo que é humano é cultural e tudo que é cultural é humano.

Partindo dessa premissa, eis que surge o Direito (ciência) como cultura numa visão
social, filosófica e antropológica, haja vista sua veneração na segurança de um determinado
ambiente como forma de pacificar uma comunidade/sociedade por meio de um pacto social
(ROUSSEAU, 2003, p. 29). Mas não adentrando estritamente nessa visão, o Direito provém
para tutelá-la e preservá-la. No entanto, a proteção jurídica não recai em toda e qualquer
forma de expressão de cultura, já que seria um amparo excessivo, não resguardando outros
direitos previstos num determinado ordenamento jurídico. Portanto, como bem leciona José
Afonso da Silva, não se pode confundir o direito cultural com o conceito antropológico de
cultura (2001, p. 35).2

Os direitos culturais surgiram estritamente com o direito autoral, já que, historicamente,


o mesmo nasceu de alguns processos revolucionários, inicialmente na Inglaterra com a
Revolução Gloriosa, nos Estados Unidos com a Revolução para a independência e a França
com a Revolução Francesa. Todas essas revoltas trouxeram como a mais legítima e pessoal
das propriedades, a criação intelectual e artística. Ademais, sua aparição na Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948) consolidou sua existência numa Carta escrita e
formalizada por várias nações e, principalmente, restou solidificado esse direito como humano
(CAVALCANTE, 2011, p. 3-11).

No Brasil, os direitos culturais demoraram a ser positivados, não obstante já serem


reconhecidos desde a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos do qual o
país é signatário.3 No entanto, a cultura, caracterizada pelo seus bens e patrimônios culturais
era acessível a uma pequena parcela da população, retida aos quintões aristocráticos (COSTA,
2008, p. 29). Com o ressurgimento do Estado Democrático por meio da Constituição Federal
de 1988, a mesma positivou e ratificou um caráter superior ao prever, ineditamente, uma
seção – de número dois – no artigo 215 sobre cultura.

Então, os direitos culturais são aqueles:

Afetos às artes, à memória coletiva e ao repasse de saberes, que asseguram aos seus
titulares o conhecimento e o uso do passado, interferência ativa no presente e
possibilidade de previsão e decisão das opções referentes ao futuro, visando sempre
a dignidade da pessoa humana (CUNHA FILHO, 2000, p. 34).

Seguindo essa orientação, encontram-se os direitos culturais em todo o ordenamento


jurídico brasileiro, seja no direito civil ou no direito penal, mas todos alicerçados numa ótica
constitucional e imperados pelo princípio-mor da dignidade da pessoa humana. Sendo assim,
esses direitos são reconhecidos por duas dimensões: a dimensão ativa, traduzida como o
direito à livre criação, expressão e comunicação e; dimensão passiva, compreendida como

2
Peter Häberle apresenta que a Constituição – e o Direito – de um Estado é um fenômeno cultural, propondo
uma teoria da Constituição como ciência da cultura (2000).
3
É o que consta: Artigo XXVII: 1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios. 2. Toda pessoa tem
direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou
artística da qual seja autor.
direito à fruição de informações, treinamentos e conhecimentos (CAVALCANTE, 2011, p.
05-06).

Faz mister tecer sobre uma possível autonomia da disciplina direitos dulturais, em que
pese sua autonomia legislativa, didático-doutrinária, de gestão e jurídico-científica. Com a
previsibilidade nos artigos 215 e 216 da Constituição Federal, além daqueles direitos culturais
previstos no rol do artigo 5° da mesma, mas também, no plano infraconstitucional coaduna
com a autonomia legislativa.4 Ademais, encontra respaldo na doutrina com os escritos de
Francisco Humberto Cunha Filho, José Afonso da Silva e Lúcia Reisewitz.5 Na gestão, é
designado pelo poder público com a criação de órgãos próprios, específicos e com servidores
públicos qualificados.6 E, por fim, tem autonomia jurídico-científica com a presença da
normatividade com as respectivas leis, mas, também, com a visualização de vários princípios
sobre esses direitos, que serão explicitados no capítulo subsequente (COSTA, 2008, p. 34-36).

O douto José Afonso da Silva ressalta que os bens culturais são:

Coisas criadas pelo homem mediante projeção de valores, criadas não apenas no
sentido de produzidas, não só do mundo construído, mas no sentido de vivência
espiritual do objeto, consoante se dá em face de uma paisagem natural de notável
beleza, que, sem ser materialmente construída ou produzida, se integra com a
presença e a participação do espírito humano (2000, p. 26).

Na sequência, o artigo 216 da Magna Carta e seus respectivos incisos lecionam o que é
patrimônio cultural e o que o mesmo abrange.7 A proteção recai aos bens materiais e
imateriais, sejam na dimensão ativa, quanto na passiva em relação à atuação/abstenção estatal.
Nesse sentido, é necessário estender a interpretação do vocábulo cultura diante dos casos
concretos, já que nem sempre o supracitado artigo disciplina quais são, ao todo, os direitos
que fazem parte do patrimônio cultural. Portanto, a análise de patrimônio cultural é recíproca

4
Algumas leis de alta relevância: “Lei da Arqueologia” (Lei n.° 3.924/61), “Lei Rouanet” (Lei n.° 8.313/91) e
“Lei dos Direitos Autorais” (Lei n.° 9.610/98). Além de leis, algumas convenções como a Convenção de Haia,
Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural e a Convenção da Diversidade Cultural.
5
Cunha Filho com suas obras “Direitos Culturais como direitos fundamentais no ordenamento jurídico
brasileiro” e “Cultura e democracia na Constituição Federal de 1988: a representação de interesses e sua
aplicação ao Programa Nacional de Apoio à Cultura”; José Afonso da Silva com seu escrito “Ordenação
constitucional da cultura” e; Lúcia Reisewitz com sua obra “Direito ambiental e patrimônio cultural: direito à
preservação da memória, ação e identidade do povo brasileiro”.
6
Previsibilidade no artigo 215, § 3°, III da Constituição Federal.
7
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer
e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e
demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
com cultura, sendo que todo patrimônio faz parte da cultura e toda cultura, com suas
manifestações, tem esse patrimônio (CUNHA FILHO, 2004, p. 37).

Por tudo isso, procurou-se demonstrar o que é cultura, direitos culturais e seus
respectivos patrimônios e bens, com uma visão clara e concisa para as demais análises no
decorrer do escrito. Assim, os direitos culturais aparecem com segurança no Direito brasileiro,
resguardando toda e qualquer atividade que prospere em grupos e particulares com
características culturais.

2 OS DIREITOS CULTURAIS POSITIVADOS NA ORDEM CONSTITUCIONAL E


INFRACONSTITUCIONAL
Certificada a existência, tácita ou expressa, dos direitos culturais no universo jurídico,
cabe aqui restringi-los para o Estado brasileiro. Neste plano, será atentado o sentido
dogmático e principiológico desses direitos, com a visualização de aparatos legais e/ou
constitucionais que visam auxiliar e beneficiar à cultura, no seu sentido lato, proclamando a
mesma sem dificuldades em todo o território nacional.

A Magna Carta brasileira traz no título VIII (da ordem social), capítulo III (da educação,
da cultura e do desporto) e seção II (da cultura) dois artigos únicos e principais (artigos 215 e
216) que afirmam, sem dúvida alguma, a existência do direito cultural em terrae brasilis e a
preocupação do Estado Democrático em designar para seu povo os alicerces da cultura como
forma de educar, cívica e primariamente, além de pactuar com os ideais republicanos (artigo
1° da C.F/88) e promover, a todo e qualquer custo, o princípio-mor da dignidade da pessoa
humana.

O Estado sujeita-se como grande protetor e provedor da cultura brasileira,


caracterizando-se precípuo responsável a garantir o pleno exercício, o acesso às fontes, o
incentivo a valorização e a difusão de manifestações com caráter cultural. Ademais, preocupa-
se com o direito das minorias, protegendo as expressões dos indígenas e afro-brasileiros, mas
também de outros grupos que integram o processo civilizatório nacional, como por exemplo,
o tradicionalismo gaúcho. Nesse sentido, ressalva a importância da preservação cultural,
incluindo, até, datas comemorativas com tamanha significação para os diferentes segmentos
étnicos, com o reforço de lei que disporá sobre o assunto.

Com um caráter principiológico, urge os princípios constitucionais culturais: o


pluralismo cultural, com a contemplação das diversas manifestações culturais sem distinções;
a participação popular, com o ingresso da sociedade e do poder público para discutir e
angariar questões atinentes à cultura; a atuação estatal como suporte logístico, com o Estado
obrigado a não intervir arbitrariamente, mas também promover e fornecer equipamentos que
garantam a sustentabilidade de um bem cultural; o respeito à memória coletiva, com a
valorização do patrimônio histórico consagrados pelo passado e; a universalidade, sendo que
garante a todos o exercício dos direitos culturais (COSTA, 2008, p. 36-40).

Em agosto de 2005, foi publicada a Emenda Constitucional nº 48, que traz mais uma
garantia aos direitos culturais, haja vista que prevê o desenvolvimento cultural no país com a
integração das ações do poder público, sendo mencionado o Plano Nacional de Cultura, que
será estendido por meio de lei. Nesse plano, as prioridades serão: a defesa e valorização do
patrimônio cultural brasileiro; promoção, produção e difusão de bens culturais; formação de
pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; democratização do
acesso aos bens de cultura e; valorização da diversidade étnica e regional.

Nessa sequência, a Carta da República disciplina, conforme já anunciado no capítulo


anterior, sobre o patrimônio cultural brasileiro, com seus respectivos bens materiais e
imateriais. Oportuno também é a colaboração da comunidade, juntamente com o poder
público em promover e proteger esse patrimônio, seja por meio de inventários e registros ou
por tombamentos e desapropriações. Além disso, a própria Constituição ressalta que haverá
incentivos a produção e o conhecimento de bens e valores culturais por meio de lei.

E para solidificar, cada vez mais, a cultura em solo brasileiro, o Congresso Nacional
criou a Emenda Constitucional nº 71, que foi sancionada em 2012, para instituir o Sistema
Nacional de Cultura, colocando lado a lado a sociedade e entes da Federação para proporem
políticas públicas de fomento ao desenvolvimento humano, social e econômico com o
exercício pleno dos direitos fundamentais. Com isso, destacou alguns princípios que guiarão
esse sistema:

Diversidade das expressões culturais; universalização do acesso aos bens e serviços


culturais; fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens
culturais; cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados
atuantes na área cultural; integração e interação na execução das políticas,
programas, projetos e ações desenvolvidas; complementaridade nos papéis dos
agentes culturais; transversalidade das políticas culturais; autonomia dos entes
federados e das instituições da sociedade civil; transparência e compartilhamento
das informações; democratização dos processos decisórios com participação e
controle social; descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das
ações; ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a
cultura (VADE MECUM, 2012, p. 70)

Seguindo o entendimento de Paulo Bonavides (2000, p. 533) sobre os direitos


fundamentais, já que os mesmos legitimam o Estado para a consecução de sua finalidade
social, tendo como o primado axiológico da pessoa humana em um nível bem superior de
juridicidade, torna-se comprovado a fundamentalidade dos direitos culturais. E isso se
perfectibiliza em alguns incisos do artigo 5º, como o IX e XIV8, e o artigo 6º caput, já que
menciona como direitos sociais o direito a educação, e esse, está intimamente ligado à cultura.
Logo, os direitos culturais são fundamentais – como a cultura – não somente pela previsão
escrita na Lei Maior, mas por estar associado à dignidade da pessoa humana (CUNHA
FILHO, 2000, p. 41).

Há algumas leis federais infraconstitucionais que necessitam ser abordadas no presente


trabalho como a “Lei Sarney” (Lei 7.505/86) e a “Lei Rouanet” (Lei n.° 8.313/91). Essas duas
leis condicionam uma postura de reciprocidade entre o poder público com a sociedade, já que
elas preveem benefícios fiscais a quem deduzir de seus impostos em benefício à cultura.
Sendo assim, a primeira disciplina sobre o imposto de renda, com o abatimento da renda bruta
ou despesa operacional em relação ao valor das doações e patrocínios a pessoas jurídicas de
natureza cultural, nos respectivos percentuais mencionados. A segunda abrange mais
possibilidades, sendo facultado ao contribuinte deduzir do imposto de renda as doações ou
patrocínios despendidos às pessoas físicas e jurídicas, de acordo com os projetos elencados na
própria lei.

É notório que a União preocupa-se com a cultura nacional e, sabiamente, criou um


mecanismo de incentivo à mesma, donde a sociedade como um todo sai beneficiada e os
contribuintes mais satisfeitos. Assim sendo, mais arrecadação direta provém aos cofres do
Plano Nacional de Cultura, para projetos futuros, e Sistema Nacional de Cultura, com sua
estruturação.

Nessa vanguarda devem seguir os outros entes da federação, como os estados e


municípios, criando leis que incentivem o abatimento de impostos em detrimento da cultura
local que, muitas vezes, está sufocada pela alta carga tributária. 9 Nesses casos é que se

8
Art. 5º, incisos: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; VI - é inviolável a
liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias; IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; XIV - é assegurado a todos o
acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XXVII - aos
autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos
herdeiros pelo tempo que a lei fixar.
9
Corroboram nesse sentido: Art. 23 da C.F.: É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios: III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a
descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os
meios de acesso à cultura, à educação e à ciência e; Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre: IX - educação, cultura, ensino e desporto.
encontram, por exemplo, os Centros de Tradições Gaúchas (CTG), que preservam a cultura
regional do Rio Grande do Sul, com eventos das mais variadas circunstâncias, tanto pelas
danças típicas, quanto pelos bailes gaúchos. Diante disso, o subsequente capítulo aprofundará
sobre essa questão.

Assim encontram-se os direitos culturais no Brasil, estando os mesmos positivados na


Constituição Republicana de 1988, delineado por princípios constitucionais, além de
garantidos por sistemas e planos nacionais. Nessa órbita, leis infraconstitucionais de incentivo
a cultura surgem para amparar esses direitos e tentar, ao menos, arrecadar fundos para a
gestão do patrimônio cultural brasileiro.

3 INCENTIVOS AO TRADICIONALISMO GAÚCHO: (DES)CONSIDERAÇÕES


DAS NORMAS JÁ EXISTENTES E NOVOS PROJETOS
Restando comprovada a existência dos direitos culturais no mundo jurídico, mas,
também, no ordenamento jurídico brasileiro, a partir de agora o presente escrito se deterá na
discussão da cultura regionalista do Rio Grande do Sul, diante das suas dificuldades de
mantimento, principalmente no que tange ao setor financeiro de suas associações.

A partir dos anos de 1940 surgiram os primeiros Centros de Tradições Gaúchas (CTG)
no Rio Grande do Sul, que são vistos, numa ótica jurídica, como associações de direito
privado sem fins lucrativos.10 A intenção de criá-las era/é estreitar os laços sociais e,
principalmente, os culturais, com reverências aos antepassados da Revolução Farroupilha e
aos costumes dos povos pioneiros, dando prioridade ao nativismo.11

Os CTG foram criados para demonstrar as raízes históricas, os costumes nativos, a


maneira de ser, a sociabilidade do povo gaúcho. Lá se estudam as danças, as poesias,
as falas do gaúcho original, seus hábitos e sua história. A finalidade é mostrar e
perpetuar as manifestações da cultura e tradições gaúchas com a maior precisão
possível para o público nacional e internacional (LUVIZOTTO, 2010, p. 36)

Ademais, muitos estatutos definem os objetivos dessas entidades, sendo caracterizados


com reciprocidade. Assim sendo, preocupa-se em preservar, promover e divulgar, por meio de
atividades esportivas, sociais, campeiras, culturais, assistenciais, artísticas e recreativas, o

10
Código Civil brasileiro - Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações e; Art. 53.
Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
11
Segundo Luvizotto, “O CTG não é apenas uma entidade que reflete sobre a tradição, é também um movimento
que procura revivê-la. Dessa maneira, foi necessário recriar os costumes do campo e foi usada uma nomenclatura
diferente de outras associações, substituindo o presidente, o vice-presidente, o secretário, o tesoureiro e o diretor,
empregando os títulos de patrão, capataz, sota-capataz, agregados, posteiros. Os conselhos consultivos e
deliberativos foram renomeados de Conselho de Vaqueanos e os departamentos foram chamados de Invernadas,
conseguindo assim uma maior proximidade da cultura do campo” (2010, p. 34).
tradicionalismo gaúcho; defender e conservar o patrimônio histórico e artístico com a
promoção da cultura; preocupação com a educação, sendo forma complementar de
participação; acessão ao voluntariado e; a promoção da ética, da paz, da cidadania, dos
direitos humanos, da democracia e de outros valores universais (LUVIZOTTO, 2010, p. 36).

Evidenciado o âmago das associações (CTG) enquanto entidades culturais e


estruturadas pelo direito civil brasileiro, exsurge a competência da União, dos Estados e dos
Municípios sob o âmbito constitucional de promover a cultura (art. 23, inc. III e V/art. 24, inc.
VII e IX/art. 30, inc. IX). No entanto, os mesmos entes federados têm a competência de
instituir tributos das mais diversas naturezas e que acabam conflitando com a promoção e
desenvolvimento dos bens e, acima de tudo, do patrimônio cultural. Ressalta-se isso, haja
vista a alta carga tributária, sendo expressa por impostos cobrados pelos três entes, e que
acabam gerando uma controvérsia nos CTG, com os endividamentos.

Esses Centros de Tradições sobrevivem da contribuição de seus associados, mas, muitos


deles prevêem em seus estatutos o título de “sócio remido”, diminuindo, assim, o número de
associados efetivamente contribuintes. Assim sendo, as mensalidades quiçá conseguem
compensar os gastos ordinários de mantimento, como água, energia elétrica, gás, telefonia,
mas quando surgem gastos extraordinários, ficam a mercê de projetos para arrecadação.
Ademais, há os impostos anuais como o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e o
Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas, que dificultam ainda mais a lisura nas contas.

Porém, na Lei Maior12 encontram-se possibilidades de diminuir essa alta carga de


tributos dos CTG. Numa primeira análise, a União, os Estados e os Municípios podem, de
acordo com a capacidade econômica do contribuinte, dirimir um imposto de caráter pessoal,
possibilitando a discussão de possíveis descontos. Ademais, possível, também, trazer uma
emenda ao artigo 150 da Constituição, já que o mesmo prevê algumas vedações aos entes da
federação em relação a impostos. No caso, partidos políticos, entidades sindicais, instituições
de educação e de assistência social não terão impostos a pagar.13 É pertinente incentivar a
analogia nesse caso, acrescentando uma emenda que vedasse a cobrança de impostos dessas

12
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: § 1º -
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.
13 O Código Tributário Nacional também entende dessa forma: Art. 9º. É vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: IV - cobrar imposto sobre: c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos
políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo.
entidades com caráter cultural e ao mesmo tempo, acabaria preservando o patrimônio cultural
do país.

Muitas vezes, a falta de um termo no dispositivo legal convoca dúvidas. Resta


comprovado isso na Lei nº. 9.532/97, mais precisamente no seu artigo 1514, já que isenta
várias instituições de contribuírem com o Imposto de Renda para Pessoa Jurídica, inclusive as
culturais, mas não especifica o termo “instituições culturais”. No mesmo sentido é a Medida
Provisória de nº. 2.158-35/01, que isenta o Cofins (Contribuição para Financiamento da
Seguridade Social) das receitas de instituições culturais.15 Então, o que são instituições
culturais? Diante do caso concreto, o poder judiciário responderá com seus julgamentos, seja
pelo Supremo Tribunal Federal quando a matéria versar sobre direitos constitucionais
culturais ou pelo Superior Tribunal de Justiça com relação às leis federais.

Na sequência, o impasse fica mais claro em relação aos municípios gaúchos, já que
muitos prevêem nas suas Leis Orgânicas a isenção do IPTU às entidades de cultura. Logo,
torna-se claro que os Centros de Tradições Gaúchas são entidades de cultura. Então, estariam
isentos desse imposto. Mas enquanto não houver manifestações dos poderes legislativos
locais, os impostos continuarão incidindo sobre o valor venal das propriedades e, as mesmas
quase que na totalidade são de grande área medida, resultarão num valor significativo. Nesse
diapasão, cria-se um círculo vicioso que perdura no tempo, endividando os CTG e obrigando-
os a encerrarem suas atividades, impedindo, assim, de promover as danças típicas, as aulas
instrumentais e de música a toda sociedade.16

Por tudo isso, espera-se que ações judiciais ovacionem essa questão tão prejudicial às
entidades tradicionalistas, ou que os poderes legislativos locais e/ou federais (re)analisem,
cautelosamente, as leis já editadas e as emendem com clareza e especificações. Assim feito,
os CTG conseguirão manter-se ativos e contribuindo com sua função cultural e, também,
social.

14
Art. 15. Consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as
associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do
grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos: § 1º A isenção a que se refere este artigo aplica-se,
exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido,
observado o disposto no parágrafo subseqüente.
15
Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um
por cento, pelas seguintes entidades: IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as
associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos
a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: X - relativas às atividades próprias das
entidades a que se refere o art. 13.
16
Um exemplo a ser seguido é do município de Bagé no Rio Grande do Sul, que se antecipou nessa matéria com
a aprovação pelo legislativo municipal de desconto significativo de 80% sobre o valor venal da propriedade,
diminuindo, então, o IPTU de todas as entidades tradicionalistas daquela cidade (MINUANO, 2014, p. 01).
CONCLUSÃO
O almejo por cultura se solidifica nos Estados democráticos, ensejando uma
necessidade de cada cidadão para sua formação, já que a cultura aprimora a ética, a educação
e a civilidade. Vive-se, hoje, numa era da informação e o ser humano está, cada vez mais,
acessível às diversidades culturais. E isso se consolida com a proteção estatal dessas
diversidades para que sejam preservadas e asseguradas a todos.

O presente trabalho procurou expor essa “necessidade por cultura” na sociedade atual,
com as suas definições, já que com elas, achamos o seu alcance. Assim sendo, restou
demonstrado a origem dos direitos culturais numa visão global e a sua menção de proteção,
que são os bens culturais e o patrimônio cultural.

Evidenciado ficaram os direitos culturais no Brasil, com a positivação, sem discussão,


na Constituição Federal de 1988 e, por conseguinte, nas demais leis esparsas. No escrito,
apresentaram-se leis que coadunam com a ideia do artigo, que é a defesa do patrimônio
cultural, acima de qualquer incidência fiscal. Enfim, os legisladores se orientaram e previram
no ordenamento jurídico brasileiro os direitos culturais.

Nesse contexto, o terceiro capítulo vem suscitar um problema que muito incomoda os
CTG gaúchos, que é a alta carga tributária. Diante disso, ponderaram-se os dois direitos em
jogo e tornou-se claro a necessidade de benefícios fiscais para entidades
culturais/tradicionalistas. Assim, se faz mister a atuação do poder legislativo com emendas
constitucionais, que disciplinam estritamente a matéria, ou a atuação dos municípios que,
muitos deles isentam entidades culturais de pagarem IPTU, mas não especificam o que seriam
essas entidades e até onde são compreendidas.

Portanto, enquanto toda cultura for humana e todo humano for cultura, há a necessidade
de protegê-la. É com esse viés a descrição do trabalho, para incentivar e proteger a cultura
gaúcha, com a vivência sadia dos CTG, e intensificar o convívio social entre as pessoas que
buscam expressar suas raízes, tradições e costumes.

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