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Resumo: Levando-se em conta a ascensão dos direitos culturais em terrae brasilis, o presente escrito vem
debater sobre esses direitos, colecionando definições de cultura e também alicerçando os bens e patrimônios
culturais nessa empreitada. Sendo assim, faz mister remontar o surgimento dos mesmos, com passagem pela
história do Direito brasileiro e estrangeiro. Posteriormente, há uma análise sobre a positivação dos direitos
culturais no ordenamento jurídico brasileiro, remetendo sua existência suprema na Constituição Federal, como
direitos culturais constitucionais e, também, fundamentais, além de estar intimamente ligado com o princípio-
mor da República Federativa do Brasil: a dignidade da pessoa humana. Na sequência, os direitos culturais
também são encontrados em leis esparsas que, inclusive, trazem alguns benefícios fiscais ao cidadão/entidade
que incentivar projetos culturais. Ademais, ressaltam o sentido dogmático e principiológico desses direitos,
analisando a letra da Lei e a sua validade enquanto princípios. Por fim, o trabalho restará concluído com
situações práticas e cotidianas envolvendo os direitos culturais colidindo com demais direitos, incidindo sobre a
realidade do tradicionalismo gaúcho. Diante disso, nasce o momento controvertido envolvendo os Centros de
Tradições Gaúchas com a alta carga tributária nacional e a necessidade de mudanças legislativas, com a correção
e especificação de onde a norma quer chegar, não limitando direitos tão precípuos como os culturais.
Palavras-chave: Cultura. Direitos Culturais. Tradicionalismo gaúcho. Incentivos fiscais.
Abstract: Taking into account the rise of cultural rights in brasilisterrae, this article discusses about those rights,
collecting definitions of culture and also consolidating property and cultural heritage in this agreement.
Therefore, it is necessary to present the appearance of them, with passage through the history of Brazilian and
foreign law. After, there is an analysis on the positivization of cultural rights in the Brazilian legal system,
sending its supreme existence in the Federal Constitution, as constitutional cultural rights and also fundamental
rights besides being intimately connected to the principle chief of the Federative Republic of Brazil: the dignity
of the human person. Following, cultural rights are also found in sparse laws that, including bring some tax
benefits to citizen / entity that encourage cultural projects. Moreover, the cultural rights emphasize the dogmatist
and principlelogic meaning of these rights, analyzing the letter of the law and its validity as principles. Finally,
the work is concludedwith daily practices and cultural rights involving colliding with other rights situations,
focusing on the reality of the gaucho traditionalism. Thus it is born the controversial moment involving Centers
Gaucho Traditions with national high tax burden and the need for legislative changes, with the correction and
specification where the norm wants to get, not limiting rights as precipuos as the cultural.
Keywords: Culture. Cultural Rights. Gaucho Traditionalism. Tax Incentives.
INTRODUÇÃO
Com as grandes mudanças trazidas ao longo dos séculos, principalmente após o período
renascentista, a cultura tornou-se um dos fatores precípuos para o desenvolvimento de uma
sociedade vivenciada pela ética e educação. Assim sendo, os países procuraram desenvolver
um padrão de investimentos e incentivos à cultura e, também, juridicizando a mesma. Com
1
Acadêmico de Direito da Faculdade de Direito de Santa Maria – FADISMA. Estagiário no escritório de
advocacia Rafael Azambuja Paz Escritório de Advocacia. Endereço eletrônico: felipezqueiroz@hotmail.com
isso, surgem os direitos culturais como forma de preservar e prestar a cultura nos territórios
que ela é recepcionada.
Então, o presente escrito traz à baila as definições sobre cultura, com seus
multisignificados e incidências, inclusive, sob a órbita jurídica. Com a aproximação do
jurídico com a cultura, surgem os direitos culturais, que visão tutelar os bens e patrimônios
culturais. Nesse diapasão, há a passagem pela história, com o princípio desses direitos na
esfera internacional e, posteriormente, na nacional.
Por fim, o escrito se detém num caso concreto envolvendo a cultura regionalista do Rio
Grande do Sul, o tradicionalismo gaúcho. Nesse tempo, surgem empecilhos tributários que
acabam limitando a expressão dessa tradição, lesionando bens culturais como os Centros de
Tradições Gaúchas (CTG), que são associações para discutir, cultuar e preservar as
características locais e históricas daquela região, haja vista a alta carga de tributos que recai
sobre eles (CTG), incidindo, assim, a sua inadimplência e até desligamento.
Com a breve descrição do trabalho, o que se pretende é discutir sobre cultura, bens
culturais e seu patrimônio, ratificando a existência dos direitos culturais no Brasil. Assim
sendo, procura-se conciliá-lo com demais direitos previstos, seja por legislação, com
incentivos fiscais, quanto por judicialização. Visto dessa forma, o que deve imperar é a
cultura.
Partindo dessa premissa, eis que surge o Direito (ciência) como cultura numa visão
social, filosófica e antropológica, haja vista sua veneração na segurança de um determinado
ambiente como forma de pacificar uma comunidade/sociedade por meio de um pacto social
(ROUSSEAU, 2003, p. 29). Mas não adentrando estritamente nessa visão, o Direito provém
para tutelá-la e preservá-la. No entanto, a proteção jurídica não recai em toda e qualquer
forma de expressão de cultura, já que seria um amparo excessivo, não resguardando outros
direitos previstos num determinado ordenamento jurídico. Portanto, como bem leciona José
Afonso da Silva, não se pode confundir o direito cultural com o conceito antropológico de
cultura (2001, p. 35).2
Afetos às artes, à memória coletiva e ao repasse de saberes, que asseguram aos seus
titulares o conhecimento e o uso do passado, interferência ativa no presente e
possibilidade de previsão e decisão das opções referentes ao futuro, visando sempre
a dignidade da pessoa humana (CUNHA FILHO, 2000, p. 34).
2
Peter Häberle apresenta que a Constituição – e o Direito – de um Estado é um fenômeno cultural, propondo
uma teoria da Constituição como ciência da cultura (2000).
3
É o que consta: Artigo XXVII: 1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios. 2. Toda pessoa tem
direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou
artística da qual seja autor.
direito à fruição de informações, treinamentos e conhecimentos (CAVALCANTE, 2011, p.
05-06).
Faz mister tecer sobre uma possível autonomia da disciplina direitos dulturais, em que
pese sua autonomia legislativa, didático-doutrinária, de gestão e jurídico-científica. Com a
previsibilidade nos artigos 215 e 216 da Constituição Federal, além daqueles direitos culturais
previstos no rol do artigo 5° da mesma, mas também, no plano infraconstitucional coaduna
com a autonomia legislativa.4 Ademais, encontra respaldo na doutrina com os escritos de
Francisco Humberto Cunha Filho, José Afonso da Silva e Lúcia Reisewitz.5 Na gestão, é
designado pelo poder público com a criação de órgãos próprios, específicos e com servidores
públicos qualificados.6 E, por fim, tem autonomia jurídico-científica com a presença da
normatividade com as respectivas leis, mas, também, com a visualização de vários princípios
sobre esses direitos, que serão explicitados no capítulo subsequente (COSTA, 2008, p. 34-36).
Coisas criadas pelo homem mediante projeção de valores, criadas não apenas no
sentido de produzidas, não só do mundo construído, mas no sentido de vivência
espiritual do objeto, consoante se dá em face de uma paisagem natural de notável
beleza, que, sem ser materialmente construída ou produzida, se integra com a
presença e a participação do espírito humano (2000, p. 26).
Na sequência, o artigo 216 da Magna Carta e seus respectivos incisos lecionam o que é
patrimônio cultural e o que o mesmo abrange.7 A proteção recai aos bens materiais e
imateriais, sejam na dimensão ativa, quanto na passiva em relação à atuação/abstenção estatal.
Nesse sentido, é necessário estender a interpretação do vocábulo cultura diante dos casos
concretos, já que nem sempre o supracitado artigo disciplina quais são, ao todo, os direitos
que fazem parte do patrimônio cultural. Portanto, a análise de patrimônio cultural é recíproca
4
Algumas leis de alta relevância: “Lei da Arqueologia” (Lei n.° 3.924/61), “Lei Rouanet” (Lei n.° 8.313/91) e
“Lei dos Direitos Autorais” (Lei n.° 9.610/98). Além de leis, algumas convenções como a Convenção de Haia,
Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural e a Convenção da Diversidade Cultural.
5
Cunha Filho com suas obras “Direitos Culturais como direitos fundamentais no ordenamento jurídico
brasileiro” e “Cultura e democracia na Constituição Federal de 1988: a representação de interesses e sua
aplicação ao Programa Nacional de Apoio à Cultura”; José Afonso da Silva com seu escrito “Ordenação
constitucional da cultura” e; Lúcia Reisewitz com sua obra “Direito ambiental e patrimônio cultural: direito à
preservação da memória, ação e identidade do povo brasileiro”.
6
Previsibilidade no artigo 215, § 3°, III da Constituição Federal.
7
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer
e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e
demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
com cultura, sendo que todo patrimônio faz parte da cultura e toda cultura, com suas
manifestações, tem esse patrimônio (CUNHA FILHO, 2004, p. 37).
Por tudo isso, procurou-se demonstrar o que é cultura, direitos culturais e seus
respectivos patrimônios e bens, com uma visão clara e concisa para as demais análises no
decorrer do escrito. Assim, os direitos culturais aparecem com segurança no Direito brasileiro,
resguardando toda e qualquer atividade que prospere em grupos e particulares com
características culturais.
A Magna Carta brasileira traz no título VIII (da ordem social), capítulo III (da educação,
da cultura e do desporto) e seção II (da cultura) dois artigos únicos e principais (artigos 215 e
216) que afirmam, sem dúvida alguma, a existência do direito cultural em terrae brasilis e a
preocupação do Estado Democrático em designar para seu povo os alicerces da cultura como
forma de educar, cívica e primariamente, além de pactuar com os ideais republicanos (artigo
1° da C.F/88) e promover, a todo e qualquer custo, o princípio-mor da dignidade da pessoa
humana.
Em agosto de 2005, foi publicada a Emenda Constitucional nº 48, que traz mais uma
garantia aos direitos culturais, haja vista que prevê o desenvolvimento cultural no país com a
integração das ações do poder público, sendo mencionado o Plano Nacional de Cultura, que
será estendido por meio de lei. Nesse plano, as prioridades serão: a defesa e valorização do
patrimônio cultural brasileiro; promoção, produção e difusão de bens culturais; formação de
pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; democratização do
acesso aos bens de cultura e; valorização da diversidade étnica e regional.
E para solidificar, cada vez mais, a cultura em solo brasileiro, o Congresso Nacional
criou a Emenda Constitucional nº 71, que foi sancionada em 2012, para instituir o Sistema
Nacional de Cultura, colocando lado a lado a sociedade e entes da Federação para proporem
políticas públicas de fomento ao desenvolvimento humano, social e econômico com o
exercício pleno dos direitos fundamentais. Com isso, destacou alguns princípios que guiarão
esse sistema:
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Art. 5º, incisos: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; VI - é inviolável a
liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias; IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; XIV - é assegurado a todos o
acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XXVII - aos
autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos
herdeiros pelo tempo que a lei fixar.
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Corroboram nesse sentido: Art. 23 da C.F.: É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios: III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a
descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os
meios de acesso à cultura, à educação e à ciência e; Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre: IX - educação, cultura, ensino e desporto.
encontram, por exemplo, os Centros de Tradições Gaúchas (CTG), que preservam a cultura
regional do Rio Grande do Sul, com eventos das mais variadas circunstâncias, tanto pelas
danças típicas, quanto pelos bailes gaúchos. Diante disso, o subsequente capítulo aprofundará
sobre essa questão.
A partir dos anos de 1940 surgiram os primeiros Centros de Tradições Gaúchas (CTG)
no Rio Grande do Sul, que são vistos, numa ótica jurídica, como associações de direito
privado sem fins lucrativos.10 A intenção de criá-las era/é estreitar os laços sociais e,
principalmente, os culturais, com reverências aos antepassados da Revolução Farroupilha e
aos costumes dos povos pioneiros, dando prioridade ao nativismo.11
10
Código Civil brasileiro - Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações e; Art. 53.
Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
11
Segundo Luvizotto, “O CTG não é apenas uma entidade que reflete sobre a tradição, é também um movimento
que procura revivê-la. Dessa maneira, foi necessário recriar os costumes do campo e foi usada uma nomenclatura
diferente de outras associações, substituindo o presidente, o vice-presidente, o secretário, o tesoureiro e o diretor,
empregando os títulos de patrão, capataz, sota-capataz, agregados, posteiros. Os conselhos consultivos e
deliberativos foram renomeados de Conselho de Vaqueanos e os departamentos foram chamados de Invernadas,
conseguindo assim uma maior proximidade da cultura do campo” (2010, p. 34).
tradicionalismo gaúcho; defender e conservar o patrimônio histórico e artístico com a
promoção da cultura; preocupação com a educação, sendo forma complementar de
participação; acessão ao voluntariado e; a promoção da ética, da paz, da cidadania, dos
direitos humanos, da democracia e de outros valores universais (LUVIZOTTO, 2010, p. 36).
12
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: § 1º -
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.
13 O Código Tributário Nacional também entende dessa forma: Art. 9º. É vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: IV - cobrar imposto sobre: c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos
políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo.
entidades com caráter cultural e ao mesmo tempo, acabaria preservando o patrimônio cultural
do país.
Na sequência, o impasse fica mais claro em relação aos municípios gaúchos, já que
muitos prevêem nas suas Leis Orgânicas a isenção do IPTU às entidades de cultura. Logo,
torna-se claro que os Centros de Tradições Gaúchas são entidades de cultura. Então, estariam
isentos desse imposto. Mas enquanto não houver manifestações dos poderes legislativos
locais, os impostos continuarão incidindo sobre o valor venal das propriedades e, as mesmas
quase que na totalidade são de grande área medida, resultarão num valor significativo. Nesse
diapasão, cria-se um círculo vicioso que perdura no tempo, endividando os CTG e obrigando-
os a encerrarem suas atividades, impedindo, assim, de promover as danças típicas, as aulas
instrumentais e de música a toda sociedade.16
Por tudo isso, espera-se que ações judiciais ovacionem essa questão tão prejudicial às
entidades tradicionalistas, ou que os poderes legislativos locais e/ou federais (re)analisem,
cautelosamente, as leis já editadas e as emendem com clareza e especificações. Assim feito,
os CTG conseguirão manter-se ativos e contribuindo com sua função cultural e, também,
social.
14
Art. 15. Consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as
associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do
grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos: § 1º A isenção a que se refere este artigo aplica-se,
exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido,
observado o disposto no parágrafo subseqüente.
15
Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um
por cento, pelas seguintes entidades: IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as
associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos
a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: X - relativas às atividades próprias das
entidades a que se refere o art. 13.
16
Um exemplo a ser seguido é do município de Bagé no Rio Grande do Sul, que se antecipou nessa matéria com
a aprovação pelo legislativo municipal de desconto significativo de 80% sobre o valor venal da propriedade,
diminuindo, então, o IPTU de todas as entidades tradicionalistas daquela cidade (MINUANO, 2014, p. 01).
CONCLUSÃO
O almejo por cultura se solidifica nos Estados democráticos, ensejando uma
necessidade de cada cidadão para sua formação, já que a cultura aprimora a ética, a educação
e a civilidade. Vive-se, hoje, numa era da informação e o ser humano está, cada vez mais,
acessível às diversidades culturais. E isso se consolida com a proteção estatal dessas
diversidades para que sejam preservadas e asseguradas a todos.
O presente trabalho procurou expor essa “necessidade por cultura” na sociedade atual,
com as suas definições, já que com elas, achamos o seu alcance. Assim sendo, restou
demonstrado a origem dos direitos culturais numa visão global e a sua menção de proteção,
que são os bens culturais e o patrimônio cultural.
Nesse contexto, o terceiro capítulo vem suscitar um problema que muito incomoda os
CTG gaúchos, que é a alta carga tributária. Diante disso, ponderaram-se os dois direitos em
jogo e tornou-se claro a necessidade de benefícios fiscais para entidades
culturais/tradicionalistas. Assim, se faz mister a atuação do poder legislativo com emendas
constitucionais, que disciplinam estritamente a matéria, ou a atuação dos municípios que,
muitos deles isentam entidades culturais de pagarem IPTU, mas não especificam o que seriam
essas entidades e até onde são compreendidas.
Portanto, enquanto toda cultura for humana e todo humano for cultura, há a necessidade
de protegê-la. É com esse viés a descrição do trabalho, para incentivar e proteger a cultura
gaúcha, com a vivência sadia dos CTG, e intensificar o convívio social entre as pessoas que
buscam expressar suas raízes, tradições e costumes.
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