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Fabiano Calixto FABRICA FABRICA Fabiano Calixto TEXTO DE ORELHA Esta Pabriaa de Pabiano Calisto (Pernambuco, 1973; em Santo André, SP, desde o mesmo anc) remete tanto ao lugar onde estes poemas foram escritos, na Grande Sao Paulo atravessada pelas moles de pequenas e grande indistrias que escrevem no espaco a histéria da implantagio da mentalidade e da sensibilidade fabris no Brasil de ha cingiienta, sessenta anos, mas também, numa clave de ironia e calculado pesadume, a escritura poética como o negative absoluto, 0 antipoda 4 nocao mesma de “linha de montagem”, fundamental para a organizacio fabril. Os poemas aqui reunidos caracterizam, por isto mesmo, o labor de um poeta minucioso, muitas vezes certeiro na sua utilizagio dos mecanismos patetizantes da linguagem poética. Devido a isto, patenteia-se o desejo de baixar 0 tom da notagio postica para um sussurro. persistente, cuja cabalidade surpreende na leitura de um poeta jovem, e inda mais em seu livro de estreia. Este, 0 principio compositivo bisico do livro: amarrar por debaixo © pocmitico, ar-Ihe uma estrutura, ou um contexto de elaborada firmeza, ‘© que escapa desta compactacio € canto, ¢ corresponde aquilo que na paisagem paulistana explode como um necessirio contraponto do vivido, um ake que mio nega, mas completa as marcas da paisagem, na paisagem mesma e no sujeito que as desfruta Assim o sentido de palayras espalhadas com singeleza e forca pela pagina: “margaridas rises (eles rotelans a ncite) “ paring fio simples apenas” HorAcio Costa Sao Paulo, janeiro de 2000

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