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Autores
Márcia Souto Maior Mourão Sá
Bertha de Borje Reis do Valle
Cristina Maria Carvalho Delou
Eloiza da Silva Gomes de Oliveira
Fernando Gouvêa
Henriete C. Sousa e Mello
Ida Beatriz Mazzillo
Mário Lúcio de Lima Nogueira
Suely Pereira da Silva Rosa
2.ª edição
2008
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
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© 2005 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor
dos direitos autorais.
S111 Sá, Márcia Souto Maior Mourão; Valle, Bertha de Borje Reis
do; Delou, Cristina Maria Carvalho et al. / Introdução à
Psicopedagogia. / Márcia Souto Maior Mourão Sá; Bertha de
Borje Reis do Valle; Cristina Maria Carvalho Delou. 2. ed —
Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2008.
144 p.
ISBN: 85-7638-250-4
CDD 370.15
Referências............................................................................................................................139
C
onforme vimos na aula passada, o psicopedagogo trabalha com o que chamamos de “pro-
blemas de aprendizagem”. Mas, para sabermos o que são problemas de aprendizagem, pre-
cisamos antes dar uma breve passagem sobre a própria aprendizagem. Como já dissemos em
nossa primeira aula, este tema é muito vasto e, por isso, vamos nos ater apenas a alguns conceitos
básicos.
Como é fácil de entender, todos nós iniciamos nossos processos de aprendizagem desde o mo-
mento em que nascemos. Percebemos que o ser humano constrói sua estrutura de personalidade no
interior da trama de relações sociais na qual ele está inserido. Podemos, por exemplo, nos reportar ao
antigo ditado popular “dize-me com quem andas e te direi quem és”. Com isso estamos dizendo que
todos nós construímos nossos saberes e fazeres dentro de um conjunto de relações sociais das quais
participamos ativamente, sendo que estas relações ocorrem dentro do que chamamos de Instituições.
Mas, como ocorrem as aprendizagens dentro deste contexto? Como se dá a construção do conheci-
mento?
Ao analisarmos a nossa estruturação como indivíduos, percebemos que uma das características
do ser humano é ser prático e ativo, já que é por suas ações que ele modifica o meio ambiente, moldan-
do-o para atender às suas necessidades. Enquanto transforma a realidade à sua volta, ele constrói a si
mesmo, tecendo sua rede de saberes, a partir da qual irá interagir com o meio social, determinar suas
ações, suas reações, suas convivências sadias ou neuróticas, enfim, todas as suas práticas sociais.
vulgação das informações proporcionada pelo uso cada vez maior da tecnologia,
os mais diferentes setores sociais, políticos e econômicos vêm propondo a idéia
de construção de rede de saberes e de ações. Embora este conceito tenha surgido,
em uma primeira instância, no conjunto das mudanças ocorridas no mundo do
trabalho, essa idéia vem encontrando eco em quase todos os campos científicos,
nos novos movimentos sociais e, inclusive, na Educação.
Mas, perguntamos nós, o que vem a ser uma rede de saberes? Como você
imagina que ela seja? Segundo nos explica Alves (199, p. 68), “a noção de rede
não é algo que se explique por si mesmo. A palavra rede tem muitos sentidos, é
polissêmica”.
Por que então usar essa noção? Para esta estudiosa no assunto, devemos usar
esta noção exatamente devido à polissemia. Tendo em vista que cada um tem sua
própria concepção de rede tecida em seu cotidiano, o significado que se pretende
ao usar esta expressão para simbolizar a construção dos saberes se cria de uma
forma individual e por si mesmo.
Segundo a mesma autora,
redes existem e só podem ser pesquisadas nos processos cotidianos de viver. São, pois,
formadas nos processos múltiplos e diferentes dentro das inúmeras relações que os su-
jeitos todos, em seus contatos cotidianos, tecem, destecem e tecem outra vez, no espaço-
tempo do aqui e agora. (ALVES, 1999, p. 15)
Castells (2000, p. 498) define rede como sendo um conjunto de nós interco-
nectados. Segundo este autor, cada um destes nós representa um ponto de inflexão
na construção do conhecimento, bem como a interconexão com outros conheci-
mentos vindos de outras fontes. A estrutura concreta de cada um destes pontos irá
variar de acordo com o tipo de rede concreta que está estabelecida. Por exemplo,
se estamos falando em processos educacionais, em bolsas de valores, de política
ou estamos aprendendo a fazer novos quitutes, cada um destes fatos acabará por
se constituir em um nó (ou ponto) de nossa rede de saberes. Vemos, assim, que
este conceito refere-se a uma estrutura aberta e capaz de expandir-se de forma
ilimitada e em todas as direções.
Na construção de uma rede de saberes, todos os membros da sociedade são
parceiros possíveis, contribuindo com seus conhecimentos, suas práticas, valores
e crenças. Estas contribuições não são estáticas, muito ao contrário, encontram-se
em permanente mudança. Assim, conceitos e valores considerados como verdades
incontestáveis podem ser considerados, mais tardiamente, como algo ultrapassado
e totalmente descartável. Para ilustrar, basta lembrarmos que, durante séculos, a
Terra foi considerada por todos, inclusive os mais renomados e ilustres cientistas
da época, como o centro do Universo e que os astros e as estrelas, como o Sol e a
Lua, giravam em torno dela.
E hoje, que julgamento você faria de alguém que afirmasse uma coisa des-
sas? Com certeza, seria chamado de ignorante, concorda?
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A inserção da Psicopedagogia nas instituições
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Introdução à Psicopedagogia
O papel do psicopedagogo
na instituição escolar
O trabalho psicopedagógico pode e deve ser pensado a partir da instituição
escolar, na qual cumpre uma importante função social: a de socializar os conhe-
cimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de
regras de conduta dentro de um projeto social mais amplo. A escola, afinal, é res-
ponsável por grande parte da aprendizagem do ser humano.
O papel do psicopedagogo na docência e na clínica pode ser delineado de
uma maneira relativamente mais objetiva do que seu papel na escola, embora
acreditemos que o psicopedagogo tem muito a contribuir na dinâmica escolar.
A atividade da escola está determinada pelo aspecto interacional. O psico-
pedagogo pode, então, ser visto fazendo parte de uma equipe interdisciplinar que
é campo de discussão da problemática docente, discente e administrativa.
A grande maioria dos trabalhos que discutem a prática da psicopedagogia na instituição
educativa focaliza a análise do processo de aprendizagem, ou, mais especificamente, a
análise dos problemas de aprendizagem. Esta preocupação central está intimamente
relacionada às próprias origens da Psicopedagogia, enquanto área do conhecimento: seu
aparecimento e sua estruturação responderam, num primeiro momento, à necessidade de
compreender melhor o processo de aprendizagem, para evitar (perspectiva preventiva)
ou tratar (perspectiva terapêutica) problemas decorrentes de dificuldades nesse proces-
so, no âmbito dos fenômenos individuais. Deve-se destacar, neste sentido, o fato de que
tais análises priorizam, geralmente, a dimensão individual do processo de aprendizagem,
enquanto fenômeno que ocorre no sujeito, ainda que considerando o papel de variáveis
ambientais e relacionais na sua produção. Esta perspectiva reflete, de certa forma, a posi-
ção dos estudos de aprendizagem na história do desenvolvimento do conhecimento psico-
lógico. (CAVICCHIA, 1996, p. 197, grifos do autor)
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A inserção da Psicopedagogia nas instituições
Assim sendo, pensar a escola à luz da Psicopedagogia implica nos debruçarmos espe-
cialmente sobre a formação do professor. Pode-se dizer, por conseguinte, que uma das
tarefas mais importantes na ação psicopedagógica preventiva é encontrar novas modali-
dades para tornar essa formação mais eficiente. Sabe-se que as profissões são escolhidas
atendendo a profundos desejos inconscientes, e que não se questiona e nem se leva em
conta as motivações dessa escolha ao longo da formação do professor. Assim, pois, as
propostas de formação docente devem oferecer ao professor condições para estabelecer
uma relação madura e saudável com seus alunos, pais e autoridades escolares. Investigar,
analisar e realizar novas propostas para uma formação docente que considere esses as-
pectos constitui uma tarefa extremamente importante, da qual se ocupa a Psicopedagogia.
(Bossa, 1994, p. 71)
Segundo as opiniões formuladas na presente aula, discuta com seus colegas em que deve consti-
tuir o trabalho psicopedagógico na escola. Em sua argumentação, procure estabelecer, também,
qual o papel da escola enquanto mediadora entre a realidade social e o aluno.
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Introdução à Psicopedagogia
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