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MOVIMENTO DOS SEM

TERRA E POLÍTICA
AGRÁRIA
POLÍTICA AGRÁRIA
-A REFORMA AGRÁRIA

A Reforma Agrária é um sistema que busca distribuir terras para pessoas que não possuem moradia, ou
seja, propriedades particulares (latifúndios improdutivos) são compradas pelo governo a fim de lotear e
distribuir para famílias que não possuem terras para plantar. Além disso, a reforma agrária busca
descentralizar e democratizar a estrutura fundiária, favorecer a produção de alimentos e a partir deles
obter-se comida e renda.

Dentro deste sistema, as famílias que recebem os lotes, ganham também condições para desenvolver o
cultivo: sementes, implantação de irrigação e eletrificação, financiamentos, infra-estrutura, assistência
social e consultoria, tudo oferecido pelo governo.
TRAJETÓRIA DA REFORMA AGRÁRIA
❖Embora a expressão “reforma agrária” é algo novo, o assunto não é.

❖No império de Joaquim Nabuco proclamou a necessidade da


“democratização do solo”, expressão essa correspondente ao que hoje
chamamos de reforma agrária.

❖ Nabuco então retomava o tema do jornal “Progresso do Recife/1847”,


discutido por Antonio Pedro de Figueiredo.

❖Notamos que, durante esse período, a questão agrária foi


provavelmente levantada pela primeira vez.
❖Na história da reforma agrária, muitos governantes posicionaram sobre esse assunto afim de resolver a questão da
distribuição de terras para o povo, porém todos foram em vão, pois tomavam diferentes direções. Um exemplo foi a
Revolução de 1930, a qual impulsionou o processo de industrialização e reconheceu o direito dos trabalhadores urbanos,
assim o Estado tornou-se ao papel principal no processo econômico e perdeu uma oportunidade de realizar a reforma
agrária.
❖Em 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial o Brasil redemocratizou-se e a questão agrária ganhou ênfase e tida
como um obstáculo ao desenvolvimento do país. No entanto, até 1950, o debate sobre esta questão se restringia ao campo
intelectual e político-partidário. Embora existissem diversos conflitos pela terra, não havia uma força social que reivindicasse
a reforma agrária propriamente dita.
❖O debate sobre a reforma agrária destacou-se início dos anos 60 com a chamada participação popular. Esse processo se
deu graças à crescente disseminação das ideias do Partido Comunista do Brasil, o PCB, o qual foi o primeiro partido a
organizar trabalhadores rurais, parceiros, arrendatários e outras categorias de pequenos produtores com fins de Reforma
Agrária.
❖A partir daí a reforma agrária se torna uma demanda concreta expressa pelas diferentes forças sociais que aos poucos
foram se unificando nas diferentes regiões do Brasil, despertando maior atenção do governo por ser considerada essencial
para o desenvolvimento econômico e social do país.
Após a aprovação do Estatuto do Trabalhador Rural, o Presidente da República assinou o
decreto prevendo a desapropriação das terras localizadas numa faixa de dez quilômetros ao longo
das rodovias, ferrovias e açudes.
A fim de atender aos anseios da população, o então Presidente da República João Goulart
(1961-1964) enviou uma mensagem ao Congresso Nacional a favor da reforma agrária. Contudo,
em 31 de março de 1964, as medidas fracassaram, pois, neste período, iniciaram-se o ciclo dos
governos militares.
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❖http://www.cresspr.org.br/site/politica-agraria-no-brasil/
O Movimento Sem Terra está organizado em 24 estados nas cinco regiões
do país. No total, são cerca de 350 mil famílias que conquistaram a terra
por meio da luta e da organização dos trabalhadores rurais.
Desde as primeiras ocupações do MST, símbolos de luta vem sendo criados e utilizados como
formas de mostrar a unidade em torno de um ideal. Essa simbologia constitui a mística do MST.

Para o Movimento, “mística” representa um ato cultural, em que as lutas e esperanças dos Sem
Terra são apresentadas. A mística também é uma forma de animar os militantes, que muitas vezes
podem estar desgastados com a repressão, despejos, ou a paralisação da Reforma Agrária.

Ela resgata o propósito da luta pela terra, assim como o legado dos que já se foram. Fé, esperança,
dor e ânimo político podem estar presentes num único símbolo. A bandeira do Movimento, as
músicas e o hino são os principais símbolos da mística do MST.
OCUPAÇÃO DE TERRAS

A ocupação de terras é a forma de luta mais importante do MST.


É a partir dela que o Movimento denuncia terras griladas ou improdutivas. A ocupação
gera o fato político, que demanda uma resposta do governo em relação à concentração
de terras no Brasil.
ACAMPAMENTOS
No Brasil, existem mais de 120 mil Sem Terra acampados debaixo da lona preta.
Próximos a grandes latifúndios, essas famílias se organizam coletivamente, e
muitas vezes vivem acampadas durante anos.
MARCHAS
As marchas chamam a atenção da população para os problemas dos Sem Terra e
promovem a discussão sobre a realidade brasileira.
As marchas são uma forma de luta essencial para o MST: a Marcha Nacional por
Reforma Agrária, Emprego e Justiça, em 1997 foi responsável por colocar a luta por
Reforma Agrária na pauta da sociedade, além de denunciar o Massacre de Eldorado
dos Carajás.
JEJUNS E GREVES DE FOME

No caso do jejum, centenas de pessoas ficam sem comer, por um tempo determinado, num lugar
público. O objetivo é simbolizar e tornar visível a fome diariamente vivida nos acampamentos.

A greve de fome é utilizada em situações extremas. Um grupo permanece, por tempo


indeterminado, próximo a algum órgão do governo, até que as autoridades se disponha a atender
às reivindicações. Uma ação dessa natureza se justifica quando há vidas em risco e nada está sendo
feito pelo governo, e para que a sociedade também pressione as autoridades.
OCUPAÇÃO DE PRÉDIOS PÚBLICOS
O prédio ocupado é sempre a sede do órgão onde se reivindica algo. Exemplos são as
ocupações nas sedes do Incra para exigir a desapropriação de determinada área. A intenção
dessa ocupação é expor ao público que esses órgãos não cumpriram os compromissos
assumidos e obrigar os responsáveis a negociar.
ACAMPAMENTOS NAS CIDADES

Os acampamentos na cidade têm como objetivo mostrar para a população urbana as


condições de um acampamento no campo, por conta da paralisação da Reforma Agrária.
Entre os que mais repercutiram, destaca-se o que foi realizado no interior da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Sul, durante oito meses no ano de 1987, com a participação
de 300 pessoas, e, mais recentemente, o acampamento Hugo Chávez, em Brasília.
ACAMPAMENTOS DIANTE DE BANCOS

Os assentados enfrentam muitos problemas com a liberação de empréstimos e recursos


para organizar o assentamento e a produção. À medida que foi aumentando o número de
famílias assentadas nas diferentes regiões, foram surgindo também novas formas de
pressão para que as agências bancárias acelerem a liberação de recursos.
São frequentes os acampamentos em frente a agências bancárias nas cidades do interior.
VIGÍLIAS
As vigílias são manifestações também massivas, programadas para um período menor, mas
de forma continua e permanente.
Elas podem ser de protesto contra injustiças e são realizadas diante de prefeituras, fóruns,
presídios e delegacias, ou de solidariedade.
MANIFESTAÇÕES NAS
GRANDES CIDADES

O MST conduz trabalhadores Sem Terra às grandes cidades para manifestações e


passeatas, na tentativa de chamar a atenção da população para os seus problemas.
Na maioria das vezes essas manifestações são pacíficas e chamam atenção pela ordem e
disciplina dos participantes. Utilizam muita simbologia, como bandeiras e instrumentos de
trabalho para protestar contra a política do governo.
Em diversos casos, no entanto, houve repressão por governos estaduais mais
conservadores
REFERÊNCIAS
(http://www.mst.org.br/quem-somos/)

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