MÚLTIPLA ESCOLHA
(06 escores)
ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA E
TRANSCREVENDO-A PARA A TABELA DE RESPOSTAS. SÓ SERÃO CONSIDERADAS AS OPÇÕES
ASSINALADAS NA TABELA DE RESPOSTAS AO FINAL DO ITEM 26.
TEXTO I
VERSOS DE NATAL
Glossário:
minucioso: detalhado, pormenorizado.
(BANDEIRA, Manuel. Versos de Natal. In: Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.)
(A) Mostra-se triste por ter perdido as emoções e os sentimentos que experimentava quando criança.
(B) Sofre por não conseguir desligar-se da infância que o sustentará até a morte, que será no Natal.
( C ) Revela uma emotividade de criança que ainda permanece em seu corpo envelhecido.
( D ) Faz, na velhice, um balanço de tudo de bom e de mau que a vida lhe proporcionou.
(E) Recusa-se a aceitar os avanços da idade e, por isso, não deixa morrer o menino que tem em si.
02. (Miguel Couto-RJ – modificado) O texto de Manuel Bandeira apresenta a forma de verso. Assinale
a alternativa que NÃO caracteriza essa forma de texto.
TEXTO II
A ficção é compensação e consolo pelas muitas limitações e frustrações que fazem parte de
todo destino individual e fonte perpétua de insatisfação, pois nada mostra de forma tão clara o quão
minguada e inconsistente é a vida real quanto tornar a ela, depois de haver vivido, nem que seja de
modo fugaz, a outra vida...
Glossário:
fugaz: que não dura muito, efêmero.
03. (Objetivo – modificado) O fragmento acima é de autoria de Mario Vargas Llosa, escritor peruano
ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 2010. O termo ficção, no texto, só pode ser diretamente
associado a uma das expressões a seguir. Indique-a.
04. Qual das citações reproduzidas abaixo confirma a tese defendida por Vargas Llosa?
(A) “A ficção nos dá uma segunda chance que a vida nos nega.” [Paul Theroux (1941-),
escritor estadunidense]
(B) “[...] a ficção é a verdade dentro da mentira [...].” [Stephen King (1947-), escritor
estadunidense]
(C) “Os escritores de ficção científica preveem o inevitável e, ainda que os problemas e as
catástrofes possam ser evitáveis, não há soluções.” [Isaac Asimov (1920-1992), escritor russo]
(D) “A verdade só pode ser dita nas malhas da ficção.” [Jacques Lacan (1901-1981), psicanalista
francês]
(E) “A diferença entre a verdade e a ficção é que a ficção faz mais sentido.” [Mark Twain (1835-
1910), escritor estadunidense)
TEXTO III
CANTIGA DE AMOR
05. (IF-SP/2012 – adaptado) Observando-se a última estrofe do Texto III, é correto afirmar que o
apaixonado
06. (IF-SP/2012 – adaptado) Uma característica desse fragmento, também presente em outras
cantigas de amor do Trovadorismo, é o(a)
TEXTO IV
TEXTO V
AMOR BRANDO
(BUHR, Karina. Longe de onde. Rio de Janeiro: Coqueiro Verde, 2011. Intérprete: Karina Buhr. 1 CD. Faixa 10.)
DÊ O QUE SE PEDE.
(07 escores)
07. (FTD – modificado) Que sentimento o eu lírico expressa na cantiga de amigo (Texto IV)? Transcreva
02 (dois) versos do texto para comprovar sua resposta. (04 escores)
A correção deste item basear-se-á nos seguintes critérios:
• Conteúdo/pertinência da resposta: 03 escores;
• Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: 01 escore.
08. (FTD – modificado) Observe o título da canção (Texto V) — “Amor brando”. De que maneira esse
título constitui uma oposição ao sentimento expresso nas cantigas de amigo? Indique o trecho da
canção que justifica sua resposta. (03 escores)
O título da canção, “Amor brando”, opõe-se ao sentimento expresso nas cantigas de amigo,
pois o eu poemático recusa o sofrimento amoroso , o que pode ser comprovado nos 04
(quatro) últimos versos .____________________________________________________
(Outras respostas, se pertinentes, serão consideradas.)_____________________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________
Leia os fragmentos da “Carta” de Pero Vaz de Caminha transcritos a seguir (Texto VI) e
observe atentamente a reprodução do quadro de Candido Portinari (Texto VII) para responder aos
itens 09 e 10.
TEXTO VI
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E
parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles
traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. [...]
Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
...........................................................................................................................
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á
nela tudo, por bem das águas que tem. Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que
será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E
que não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegação de Calicute, isso bastaria.
Quanto mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber,
acrescentamento da nossa santa fé.”
Glossário:
Calicute – primeira cidade da Índia em que desembarcou Vasco da Gama, na sua viagem de
descobrimento do caminho marítimo da Índia, em 1498.
acrescentamento – aumento, adição, acréscimo.
(CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996. Fragmentos.)
TEXTO VII
O DESCOBRIMENTO DO BRASIL
(PORTINARI, Candido. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm.)
MÚLTIPLA ESCOLHA
(03 escores)
ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA E
TRANSCREVENDO-A PARA A TABELA DE RESPOSTAS. SÓ SERÃO CONSIDERADAS AS OPÇÕES
ASSINALADAS NA TABELA DE RESPOSTAS AO FINAL DO ITEM 26.
09. (ENEM/2013) Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a
obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que
a(s)
(A) carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
(B) tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
(C) carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente
da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
(D) duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e não verbal —, cumprem a
mesma função social e artística.
(E) pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um
mesmo momento histórico, retratando a colonização.
(A) Mostra, alternadamente, o indígena como um selvagem estúpido ou como um inocente que
deveria ser imediatamente convertido ao cristianismo.
(B) Relata o primeiro contato que os portugueses tiveram com as populações não europeias.
(C) Descreve a sociedade indígena em detalhes: suas habitações, sua hierarquia social (pajé,
cacique) e seus mecanismos de comando.
(D) Revela a terra recém-descoberta, seus produtos naturais, como ouro, prata e especiarias, além
das possibilidades futuras de excelentes colheitas.
(E) Revela a terra recém-descoberta, seus habitantes e a preocupação com a
cristianização dos indígenas.
11. (UFLA-MG – adaptado) Todas as afirmativas sobre o padre José de Anchieta estão corretas,
EXCETO:
TEXTO VIII
(ABDALA JÚNIOR, Benjamin; CAMPEDELLI, Samira Youssef. Tempos da literatura brasileira. São Paulo: Ática, 1985.)
VERDADEIRO OU FALSO
(05 escores)
V F Os jesuítas tiveram grande importância nessa época, pois eram praticamente os únicos
responsáveis pela atividade intelectual da colônia.
TEXTO IX
(MATOS, Gregório de. In: SPINA, Segismundo. A poesia de Gregório de Matos. São Paulo: EDUSP, 1995.)
MÚLTIPLA ESCOLHA
(01 escore)
13. (EFOA-MG – modificado) Todas as opções que se seguem inserem o autor e seu texto em uma
visão do mundo de século XVII, EXCETO:
DÊ O QUE SE PEDE.
(05 escores)
14. Cite 01 (uma) temática tipicamente barroca encontrada no poema de Gregório de Matos (Texto IX).
Justifique sua resposta transcrevendo 02 (dois) versos que a comprovem. (04 escores)
Uma temática tipicamente barroca encontrada no Texto VII é a fugacidade da vida , o que
pode ser constatado, por exemplo, nos versos 01 e 02: “Nasce o Sol, e não dura mais que
um dia, /Depois da Luz se segue a noite escura,” .______________________________
(Outras respostas, se pertinentes, serão consideradas.)_____________________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________
15. Transcreva o verso do poema que melhor confirma o título — A instabilidade das cousas do mundo.
(01 escore)
“A firmeza somente na inconstância” (verso 14) .________________________________
PERGUNTAS SIMPLES
(10 escores)
16. O Texto IX é um poema de forma fixa. Que forma é essa? Quanto à estrofação, como ela é composta?
(04 escores)
A correção deste item basear-se-á nos seguintes critérios:
• Conteúdo/pertinência da resposta: 03 escores; e
• Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: 01 escore.
O Texto VII foi escrito sob a forma de soneto , composto de 02 (dois) quartetos e 02
(dois) tercetos OU 02 (duas) estrofes de quatro versos e 02 (duas) estrofes de três
versos ._________________________________________________________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________
Leia atentamente o Texto X, fragmento de uma carta que o Padre Antônio Vieira escreveu do
Brasil a seu superior em Lisboa, durante a primeira invasão holandesa ocorrida na Bahia, em 1624.
Em seguida, responda aos itens 17 e 18.
TEXTO X
Tinham eles (os holandeses) saído na ilha de Itaparica, fronteira à Bahia, e aqui, levados de
furor herético, deram muitos golpes numa cruz que à porta de uma ermida estava arvorada. Tornando
poucos dias depois, os nossos, como era costume, os esperaram, e, encontrando com eles ao saltar
em terra, a cruz, que antes estendia os braços de leste a oeste, se foi torcendo do meio para cima,
ficando o pé imóvel, até que os braços se puseram de norte a sul, abertos para os que pelejavam.
Glossário:
17. (UFSCar-SP – modificado) Como Vieira caracteriza os holandeses? Justifique sua resposta
utilizando 01 (um) exemplo do Texto X. (03 escores)
Na carta, Vieira caracteriza os holandeses como hereges (já que tomados “de furor
herético”) OU contrários ao catolicismo , pois foram capazes de lançar “muitos golpes”
contra a cruz , um dos símbolos da religião católica._______________________________
(Outras respostas, se pertinentes, serão consideradas.)_____________________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________
18. Que instituição a expressão “os nossos” representa? E os holandeses, que instituição representam
nesse contexto? (03 escores)
A correção deste item basear-se-á nos seguintes critérios:
• Conteúdo/pertinência da resposta: 02 escores; e
• Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: 01 escore.
Leia o fragmento do “Sermão da Sexagésima”, do Padre Antônio Vieira (Texto XI) e observe
atentamente a reprodução do quadro de Caravaggio (Texto XII) para responder aos itens 19 e 20.
TEXTO XI
SERMÃO DA SEXAGÉSIMA
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão dificultoso, um estilo tão
afetado, um estilo tão encontrado a toda arte e a toda natureza? Boa razão é também esta. O estilo
há de ser muito fácil e muito natural. Por isso, Cristo comparou o pregar ao semear. Compara Cristo o
pregar ao semear, porque semear é uma arte que tem mais de natureza do que de arte.
Já que falo contra os estilos modernos, quero alegar por mim o estilo do mais antigo pregador
que houve no Mundo. E qual foi ele? O mais antigo pregador que houve no Mundo foi o Céu. Suposto
que o Céu é pregador, deve ter sermões e deve ter palavras. E quais são estes sermões e estas
palavras do Céu? As palavras são as estrelas, os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o
curso delas. Vede como diz o estilo de pregar do céu, com o estilo que Cristo ensinou na terra. Um e
outro é semear: a terra semeada de trigo, o céu semeado de estrelas.
O pregar há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas
como as estrelas. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o xadrez de
palavras. Se de uma parte está branco, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de
outra há de estar noite; se de uma parte dizem luz; da outra hão de dizer sombra; se de uma parte
dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras
em paz? Todas hão de estar sempre em fronteiras com o seu contrário?
As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação. E nem por
isso temais que pareça o estilo baixo.
Sim, Padre. Porém esse estilo de pregar não é pregar culto.
Esse desventrado estilo que hoje se usa, os que o querem honrar, chamam-lhe culto; os que o
condenam, chamam-lhe escuro, mas ainda lhe fazem muita honra. É possível que somos portugueses,
e havemos de ouvir um pregador em português, e não havemos de entender o que diz?
Mas dir-me-eis: Padre, os pregadores de hoje não pregam do Evangelho, não pregam das
Sagradas Escrituras? Pois como não pregam a palavra de Deus: — Esse é o mal. Pregam palavras de
Deus, mas não pregam a Palavra de Deus.”
(VIEIRA, Padre Antônio. Sermão da Sexagésima. Lisboa: Livraria Popular de Francisco Franco, 1979.)
VERDADEIRO OU FALSO
(04 escores)
19. (UFRJ – modificado) A partir da leitura atenta do Texto XI, julgue as afirmativas a seguir.
V F Vieira defende a ideia de que o pregador não deve usar a palavra pela palavra só para
satisfazer o gosto pelos malabarismos estéticos — na verdade, condena o estilo cultista.
Vieira acusa diretamente o estilo gongórico como o responsável pelo afastamento dos
V F
fiéis.
O grande pregador conceptista enfatiza que a importância da linguagem preciosa é
V F
decisiva para impressionar o ouvinte.
TEXTO XII
(CARAVAGGIO. São Jerônimo escrevendo, 1606. 112x157 cm, Galeria Borghese, Itália.)
PERGUNTAS SIMPLES
(03 escores)
20. Em “Se de uma parte está branco, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de outra há
de estar noite; se de uma parte dizem luz; da outra hão de dizer sombra”, há uma característica no
sermão também utilizada pelos artistas plásticos do Barroco no que se refere à utilização do contraste
da luz e da sombra, a exemplo do que se observa no quadro de Caravaggio (Texto XII).
Qual é essa técnica? No plano literário, que figura de linguagem corresponde ao uso de termos
contrastantes? (03 escores)
TEXTO XIII
(BOSI, Alfredo. In: ___. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1974. Fragmento.)
MÚLTIPLA ESCOLHA
(06 escores)
TEXTO XIV
23. (Unifesp-SP – adaptado) Nos versos do poeta português Bocage (Texto XIV), o(a)
(A) eu lírico propõe, em linguagem clara, que se aproveite o presente junto à natureza.
(B) linguagem, altamente subjetiva, denuncia características pré-românticas do autor.
(C) emoção predomina sobre a razão, numa ânsia de se aproveitar o tempo presente.
(D) amor e a mulher são idealizados pelo eu poético, portanto inacessíveis a ele.
(E) poeta encara o amor de forma negativa por causa da fugacidade do tempo.
TEXTO XV
LIRA XX
25. (Supletivo Unicanto-DF – modificado) Acima, há um pequeno trecho das famosas “Liras” de
Tomás Antônio Gonzaga, que ficaram conhecidas com o nome de “Marília de Dirceu” e constituem a
obra poética mais importante do Arcadismo brasileiro. Nesse trecho, o eu poético
(A) Convida Marília a gozar os prazeres físicos porque nada pode deter a força do amor, e esta é
uma característica do Arcadismo.
(B) Lembra e reconhece que só o amor pode deter a marcha do tempo, por isso insiste em que
Marília se entregue aos prazeres num “brando leito” de feno.
(C) Preocupa-se com a brevidade da vida, pensa na morte e angustia-se com a impossibilidade de
detê-la.
(D) Usa elementos campestres (flores, fenos) para compor o cenário de encontro de
amor, o que caracteriza uma postura típica do Arcadismo.
(E) Angustia-se com a morte e persuade Marília a unir-se a ele num laço desesperado de amor e
de morte.
26. (UFGRS-RS) Assinale a alternativa correta em relação a Marília de Dirceu, de Tomás Antonio
Gonzaga.
ITEM OPÇÃO
01 A B C D E
02 A B C D E
03 A B C D E
04 A B C D E
05 A B C D E
06 A B C D E
09 A B C D E
10 A B C D E
11 A B C D E
13 A B C D E
21 A B C D E
22 A B C D E
23 A B C D E
24 A B C D E
25 A B C D E
26 A B C D E
FIM DA PROVA