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CMCG PRF/2016 – LITERATURA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO 1ª CHAMADA 01

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Maj Regina

QUESTÃO ÚNICA (50 escores)

INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE LITERÁRIA

MÚLTIPLA ESCOLHA
(06 escores)

ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA E
TRANSCREVENDO-A PARA A TABELA DE RESPOSTAS. SÓ SERÃO CONSIDERADAS AS OPÇÕES
ASSINALADAS NA TABELA DE RESPOSTAS AO FINAL DO ITEM 26.

Leia atentamente o Texto I e responda aos itens 01 e 02.

TEXTO I

VERSOS DE NATAL

Espelho, amigo verdadeiro,


Tu refletes as minhas rugas,
Os meus cabelos brancos,
Os meus olhos míopes e cansados.
Espelho, amigo verdadeiro,
Mestre do realismo exato e minucioso,
Obrigado, obrigado!

Mas se fosses mágico,


Penetrarias até o fundo desse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem,
O menino que não quer morrer,
Que não morrerá senão comigo,
O menino que todos os anos de véspera do Natal
Pensa ainda em pôr seus chinelinhos atrás da porta.

Glossário:
minucioso: detalhado, pormenorizado.

(BANDEIRA, Manuel. Versos de Natal. In: Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.)

01. (ESPM-RS/2012 – adaptado) No Texto I, o eu lírico:

(A) Mostra-se triste por ter perdido as emoções e os sentimentos que experimentava quando criança.
(B) Sofre por não conseguir desligar-se da infância que o sustentará até a morte, que será no Natal.
( C ) Revela uma emotividade de criança que ainda permanece em seu corpo envelhecido.
( D ) Faz, na velhice, um balanço de tudo de bom e de mau que a vida lhe proporcionou.
(E) Recusa-se a aceitar os avanços da idade e, por isso, não deixa morrer o menino que tem em si.

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02. (Miguel Couto-RJ – modificado) O texto de Manuel Bandeira apresenta a forma de verso. Assinale
a alternativa que NÃO caracteriza essa forma de texto.

(A) Tem a presença de ritmo e cadência e, frequentemente, de rima.


(B) É a mais natural e a mais comum organização da linguagem humana.
(C) Pode aproveitar apenas parcialmente cada linha.
(D) Ocorre, com muita frequência, sob a estrutura de soneto.
(E) Explora a conotação dos vocábulos que emprega.

Leia o Texto II a seguir para responder aos itens 03 e 04.

TEXTO II

A ficção é compensação e consolo pelas muitas limitações e frustrações que fazem parte de
todo destino individual e fonte perpétua de insatisfação, pois nada mostra de forma tão clara o quão
minguada e inconsistente é a vida real quanto tornar a ela, depois de haver vivido, nem que seja de
modo fugaz, a outra vida...

Glossário:
fugaz: que não dura muito, efêmero.

(LLOSA, Mário Vargas.)

03. (Objetivo – modificado) O fragmento acima é de autoria de Mario Vargas Llosa, escritor peruano
ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 2010. O termo ficção, no texto, só pode ser diretamente
associado a uma das expressões a seguir. Indique-a.

(A) “minguada e inconsistente”.


(B) “limitações e frustrações”.
(C) “destino individual”.
(D) “vida real”.
(E) “a outra vida”.

04. Qual das citações reproduzidas abaixo confirma a tese defendida por Vargas Llosa?

(A) “A ficção nos dá uma segunda chance que a vida nos nega.” [Paul Theroux (1941-),
escritor estadunidense]

(B) “[...] a ficção é a verdade dentro da mentira [...].” [Stephen King (1947-), escritor
estadunidense]

(C) “Os escritores de ficção científica preveem o inevitável e, ainda que os problemas e as
catástrofes possam ser evitáveis, não há soluções.” [Isaac Asimov (1920-1992), escritor russo]

(D) “A verdade só pode ser dita nas malhas da ficção.” [Jacques Lacan (1901-1981), psicanalista
francês]

(E) “A diferença entre a verdade e a ficção é que a ficção faz mais sentido.” [Mark Twain (1835-
1910), escritor estadunidense)

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Leia o Texto III a seguir e responda aos itens 05 e 06.

TEXTO III

CANTIGA DE AMOR

Senhora minha, desde que vos vi,


lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;

mas não o posso mais e decidi


que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.

Já que assim é, eu venho-vos rogar


que queirais pelo menos consentir
que passe a minha vida a vos servir.
[...]

(FERNANDES, Afonso. Disponível em: <www.caestamosnos.org/efemerides/118>. Fragmento adaptado.)

05. (IF-SP/2012 – adaptado) Observando-se a última estrofe do Texto III, é correto afirmar que o
apaixonado

(A) sente-se inseguro quanto aos próprios sentimentos.


(B) sente-se confiante em conquistar a mulher amada.
(C) declara-se surpreso com o amor que a mulher amada dedica a ele.
(D) possui o claro objetivo de servir sua amada.
(E) conclui que a mulher amada não é tão poderosa quanto parecia a princípio.

06. (IF-SP/2012 – adaptado) Uma característica desse fragmento, também presente em outras
cantigas de amor do Trovadorismo, é o(a)

(A) certeza de concretização do relacionamento amoroso.


(B) situação de sofrimento do eu lírico.
(C) “coita” de amor sentida pela senhora amada.
(D) situação de felicidade expressa pelo eu lírico.
(E) bem-sucedido intercâmbio amoroso entre pessoas de classes sociais distintas.

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Muitos séculos já se passaram, mas as marcas da produção poética do Trovadorismo


permaneceram em nossa cultura. Os dois textos que você analisará a seguir evidenciam isso; o
primeiro (Texto IV) é uma cantiga de amigo de autoria incerta. Alguns especialistas atribuem-na a
Afonso X, outros a Sancho I. O segundo (Texto V) é a letra de uma canção escrita pela compositora
baiana Karina Buhr, lançada em seu CD de 2011. Leia-os atentamente para responder aos itens 07 e
08.

TEXTO IV

Ai eu coitada, como vivo em gram cuidado


por meu amigo que hei alongado;
muito me tarda
o meu amigo na Guarda.

Ai eu coitada, como vivo em gram desejo


por meu amigo que tarda e nom vejo;
muito me tarda
o meu amigo na Guarda.

(In: Cantigas medievais galego-portuguesas. Disponível em:


<http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=457&pv=sim>. Acesso em: 06 nov. 2016.)

TEXTO V

AMOR BRANDO

Eu já sinto um calor de amor


Quando você chega aqui
Tava tudo tão facinho, no rasinho
E eu sem me dar conta
Assim fui indo
Agora sinto um calor de amor
Quando você chega aqui
E eu te peço que
Se aproxime de mim um pouco
Mas não tanto
A ponto de eu sentir sua falta
Quando você for embora

(BUHR, Karina. Longe de onde. Rio de Janeiro: Coqueiro Verde, 2011. Intérprete: Karina Buhr. 1 CD. Faixa 10.)

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DÊ O QUE SE PEDE.
(07 escores)

07. (FTD – modificado) Que sentimento o eu lírico expressa na cantiga de amigo (Texto IV)? Transcreva
02 (dois) versos do texto para comprovar sua resposta. (04 escores)
A correção deste item basear-se-á nos seguintes critérios:
• Conteúdo/pertinência da resposta: 03 escores;
• Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: 01 escore.

O eu lírico expressa, na cantiga de amigo, a “coita amorosa”, isto é, o sofrimento de amor .


Isso pode ser comprovado nos dois primeiros versos: “Ai eu coitada, como vivo em gram
cuidado /por meu amigo que hei alongado;” .___________________________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________

08. (FTD – modificado) Observe o título da canção (Texto V) — “Amor brando”. De que maneira esse
título constitui uma oposição ao sentimento expresso nas cantigas de amigo? Indique o trecho da
canção que justifica sua resposta. (03 escores)

A correção deste item basear-se-á nos seguintes critérios:


• Conteúdo/pertinência da resposta: 02 escores;
• Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: 01 escore.

O título da canção, “Amor brando”, opõe-se ao sentimento expresso nas cantigas de amigo,
pois o eu poemático recusa o sofrimento amoroso , o que pode ser comprovado nos 04
(quatro) últimos versos .____________________________________________________
(Outras respostas, se pertinentes, serão consideradas.)_____________________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________

Leia os fragmentos da “Carta” de Pero Vaz de Caminha transcritos a seguir (Texto VI) e
observe atentamente a reprodução do quadro de Candido Portinari (Texto VII) para responder aos
itens 09 e 10.
TEXTO VI

Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E
parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles
traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. [...]
Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
...........................................................................................................................

Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á
nela tudo, por bem das águas que tem. Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que
será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E
que não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegação de Calicute, isso bastaria.
Quanto mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber,
acrescentamento da nossa santa fé.”

Glossário:

Calicute – primeira cidade da Índia em que desembarcou Vasco da Gama, na sua viagem de
descobrimento do caminho marítimo da Índia, em 1498.
acrescentamento – aumento, adição, acréscimo.
(CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996. Fragmentos.)

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TEXTO VII

O DESCOBRIMENTO DO BRASIL

(PORTINARI, Candido. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm.)

MÚLTIPLA ESCOLHA
(03 escores)

ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA E
TRANSCREVENDO-A PARA A TABELA DE RESPOSTAS. SÓ SERÃO CONSIDERADAS AS OPÇÕES
ASSINALADAS NA TABELA DE RESPOSTAS AO FINAL DO ITEM 26.

09. (ENEM/2013) Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a
obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que
a(s)

(A) carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
(B) tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
(C) carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente
da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
(D) duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e não verbal —, cumprem a
mesma função social e artística.
(E) pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um
mesmo momento histórico, retratando a colonização.

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10. (Poliedro-SP) A “Carta” de Pero Vaz de Caminha:

(A) Mostra, alternadamente, o indígena como um selvagem estúpido ou como um inocente que
deveria ser imediatamente convertido ao cristianismo.
(B) Relata o primeiro contato que os portugueses tiveram com as populações não europeias.
(C) Descreve a sociedade indígena em detalhes: suas habitações, sua hierarquia social (pajé,
cacique) e seus mecanismos de comando.
(D) Revela a terra recém-descoberta, seus produtos naturais, como ouro, prata e especiarias, além
das possibilidades futuras de excelentes colheitas.
(E) Revela a terra recém-descoberta, seus habitantes e a preocupação com a
cristianização dos indígenas.

11. (UFLA-MG – adaptado) Todas as afirmativas sobre o padre José de Anchieta estão corretas,
EXCETO:

(A) Foi o mais importante jesuíta em atividade no Brasil do século XVI.


(B) Escreveu tanto uma literatura de caráter informativo como de caráter pedagógico.
(C) Estudou o tupi-guarani, tendo escrito uma cartilha sobre a gramática da língua dos nativos.
(D) Foi o grande orador sacro da língua portuguesa, com seus sermões barrocos.
(E) Apresenta sempre, em suas peças, o duelo entre anjos e diabos.

Leia o Texto VIII a seguir e responda ao item 12.

TEXTO VIII

As produções do Quinhentismo brasileiro podem ser circunscritas, por convenção, entre a


“Carta”, de Caminha, e a publicação, em 1601, do poema épico “Prosopopeia”, de Bento Teixeira, que
inicia o período do Barroco colonial.

(ABDALA JÚNIOR, Benjamin; CAMPEDELLI, Samira Youssef. Tempos da literatura brasileira. São Paulo: Ática, 1985.)

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VERDADEIRO OU FALSO
(05 escores)

COLOQUE UM “X” NO RETÂNGULO COM V QUANDO A SENTENÇA FOR DE SENTIDO VERDADEIRO


OU NO RETÂNGULO COM F QUANDO A SENTENÇA FOR DE SENTIDO FALSO.

12. (UFMT/UEL-PR/UFLA-MG – modificado) As afirmações a seguir relacionam-se com a época


descrita no Texto VIII. Acerca dessa época, julgue os itens a seguir.

V F Os jesuítas tiveram grande importância nessa época, pois eram praticamente os únicos
responsáveis pela atividade intelectual da colônia.

A pré-história de nossas letras interessa como reflexo da visão de mundo e da linguagem


V F que nos legaram os primeiros observadores do País.

V F À curiosidade geográfica e humana e ao desejo de conquista corresponde, inicialmente, a


repulsa e o horror diante da paisagem exótica da terra recém-descoberta.

V F O Padre Anchieta cultivou especialmente os autos, buscando, na alegoria, tornar mais


acessíveis às mentes indígenas os conceitos e os dogmas do cristianismo.

Apesar de pautada na língua e na cultura do índio, sua produção literária não se


V F caracteriza como literatura já tipicamente brasileira.

Leia o Texto IX a seguir e responda aos itens 13 a 16.

TEXTO IX

À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém, se acaba o Sol, por que nascia?


Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol e na Luz falte a firmeza,


Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,


E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

(MATOS, Gregório de. In: SPINA, Segismundo. A poesia de Gregório de Matos. São Paulo: EDUSP, 1995.)

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MÚLTIPLA ESCOLHA
(01 escore)

13. (EFOA-MG – modificado) Todas as opções que se seguem inserem o autor e seu texto em uma
visão do mundo de século XVII, EXCETO:

( A ) A retomada de elementos da natureza e da melancolia identifica o soneto com a


produção poética de inspiração medieval.
( B ) A aproximação de sentimentos contrastantes, como a tristeza e a alegria, confirma a tendência
paradoxal da poesia do século XVII.
( C ) O poema explora a inconstância dos bens mundanos através de um jogo de ideias e palavras que
tanto motivou o escritor barroco.
( D ) O traço temático caracteristicamente barroco presente no texto é o caráter fugidio das coisas do
mundo.
( E ) O poeta baiano vale-se da linguagem figurada para persuadir o leitor e convencê-lo da
instabilidade da beleza e da felicidade.

DÊ O QUE SE PEDE.
(05 escores)

14. Cite 01 (uma) temática tipicamente barroca encontrada no poema de Gregório de Matos (Texto IX).
Justifique sua resposta transcrevendo 02 (dois) versos que a comprovem. (04 escores)

A correção deste item basear-se-á nos seguintes critérios:


• Conteúdo/pertinência da resposta: 03 escores; e
• Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: 01 escore.

Uma temática tipicamente barroca encontrada no Texto VII é a fugacidade da vida , o que
pode ser constatado, por exemplo, nos versos 01 e 02: “Nasce o Sol, e não dura mais que
um dia, /Depois da Luz se segue a noite escura,” .______________________________
(Outras respostas, se pertinentes, serão consideradas.)_____________________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________

15. Transcreva o verso do poema que melhor confirma o título — A instabilidade das cousas do mundo.
(01 escore)
“A firmeza somente na inconstância” (verso 14) .________________________________

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PERGUNTAS SIMPLES
(10 escores)

RESPONDA ÀS PERGUNTAS ABAIXO

16. O Texto IX é um poema de forma fixa. Que forma é essa? Quanto à estrofação, como ela é composta?
(04 escores)
A correção deste item basear-se-á nos seguintes critérios:
• Conteúdo/pertinência da resposta: 03 escores; e
• Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: 01 escore.

O Texto VII foi escrito sob a forma de soneto , composto de 02 (dois) quartetos e 02
(dois) tercetos OU 02 (duas) estrofes de quatro versos e 02 (duas) estrofes de três
versos ._________________________________________________________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________

Leia atentamente o Texto X, fragmento de uma carta que o Padre Antônio Vieira escreveu do
Brasil a seu superior em Lisboa, durante a primeira invasão holandesa ocorrida na Bahia, em 1624.
Em seguida, responda aos itens 17 e 18.

TEXTO X

Tinham eles (os holandeses) saído na ilha de Itaparica, fronteira à Bahia, e aqui, levados de
furor herético, deram muitos golpes numa cruz que à porta de uma ermida estava arvorada. Tornando
poucos dias depois, os nossos, como era costume, os esperaram, e, encontrando com eles ao saltar
em terra, a cruz, que antes estendia os braços de leste a oeste, se foi torcendo do meio para cima,
ficando o pé imóvel, até que os braços se puseram de norte a sul, abertos para os que pelejavam.

Glossário:

herético: referente a heresia.


ermida: capela em lugar ermo ou fora de um povoado.
arvorada: içada, hasteada.
pelejar: combater.

(VIEIRA, Padre Antônio. Cartas do Brasil, p. 91. Fragmento.)

17. (UFSCar-SP – modificado) Como Vieira caracteriza os holandeses? Justifique sua resposta
utilizando 01 (um) exemplo do Texto X. (03 escores)

A correção deste item basear-se-á nos seguintes critérios:


• Conteúdo/pertinência da resposta: 02 escores; e
• Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: 01 escore.

Na carta, Vieira caracteriza os holandeses como hereges (já que tomados “de furor
herético”) OU contrários ao catolicismo , pois foram capazes de lançar “muitos golpes”
contra a cruz , um dos símbolos da religião católica._______________________________
(Outras respostas, se pertinentes, serão consideradas.)_____________________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________

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18. Que instituição a expressão “os nossos” representa? E os holandeses, que instituição representam
nesse contexto? (03 escores)
A correção deste item basear-se-á nos seguintes critérios:
• Conteúdo/pertinência da resposta: 02 escores; e
• Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: 01 escore.

A expressão “os nossos” (os brasileiros e os portugueses) representa a Igreja Católica ,


em luta contra a Igreja Protestante, representada pelos holandeses ._________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________

Leia o fragmento do “Sermão da Sexagésima”, do Padre Antônio Vieira (Texto XI) e observe
atentamente a reprodução do quadro de Caravaggio (Texto XII) para responder aos itens 19 e 20.

TEXTO XI

SERMÃO DA SEXAGÉSIMA

Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão dificultoso, um estilo tão
afetado, um estilo tão encontrado a toda arte e a toda natureza? Boa razão é também esta. O estilo
há de ser muito fácil e muito natural. Por isso, Cristo comparou o pregar ao semear. Compara Cristo o
pregar ao semear, porque semear é uma arte que tem mais de natureza do que de arte.
Já que falo contra os estilos modernos, quero alegar por mim o estilo do mais antigo pregador
que houve no Mundo. E qual foi ele? O mais antigo pregador que houve no Mundo foi o Céu. Suposto
que o Céu é pregador, deve ter sermões e deve ter palavras. E quais são estes sermões e estas
palavras do Céu? As palavras são as estrelas, os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o
curso delas. Vede como diz o estilo de pregar do céu, com o estilo que Cristo ensinou na terra. Um e
outro é semear: a terra semeada de trigo, o céu semeado de estrelas.
O pregar há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas
como as estrelas. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o xadrez de
palavras. Se de uma parte está branco, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de
outra há de estar noite; se de uma parte dizem luz; da outra hão de dizer sombra; se de uma parte
dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras
em paz? Todas hão de estar sempre em fronteiras com o seu contrário?
As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação. E nem por
isso temais que pareça o estilo baixo.
Sim, Padre. Porém esse estilo de pregar não é pregar culto.
Esse desventrado estilo que hoje se usa, os que o querem honrar, chamam-lhe culto; os que o
condenam, chamam-lhe escuro, mas ainda lhe fazem muita honra. É possível que somos portugueses,
e havemos de ouvir um pregador em português, e não havemos de entender o que diz?
Mas dir-me-eis: Padre, os pregadores de hoje não pregam do Evangelho, não pregam das
Sagradas Escrituras? Pois como não pregam a palavra de Deus: — Esse é o mal. Pregam palavras de
Deus, mas não pregam a Palavra de Deus.”

(VIEIRA, Padre Antônio. Sermão da Sexagésima. Lisboa: Livraria Popular de Francisco Franco, 1979.)

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VERDADEIRO OU FALSO
(04 escores)

19. (UFRJ – modificado) A partir da leitura atenta do Texto XI, julgue as afirmativas a seguir.

V F Vieira defende a ideia de que o pregador não deve usar a palavra pela palavra só para
satisfazer o gosto pelos malabarismos estéticos — na verdade, condena o estilo cultista.
Vieira acusa diretamente o estilo gongórico como o responsável pelo afastamento dos
V F
fiéis.
O grande pregador conceptista enfatiza que a importância da linguagem preciosa é
V F
decisiva para impressionar o ouvinte.

V A linguagem de Vieira é evidentemente uma defesa ao Cultismo, daí ter conseguido


F
persuadir o seu público.

TEXTO XII

SÃO JERÔNIMO ESCREVENDO

(CARAVAGGIO. São Jerônimo escrevendo, 1606. 112x157 cm, Galeria Borghese, Itália.)

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PERGUNTAS SIMPLES
(03 escores)

20. Em “Se de uma parte está branco, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de outra há
de estar noite; se de uma parte dizem luz; da outra hão de dizer sombra”, há uma característica no
sermão também utilizada pelos artistas plásticos do Barroco no que se refere à utilização do contraste
da luz e da sombra, a exemplo do que se observa no quadro de Caravaggio (Texto XII).
Qual é essa técnica? No plano literário, que figura de linguagem corresponde ao uso de termos
contrastantes? (03 escores)

A correção deste item basear-se-á nos seguintes critérios:


• Conteúdo/pertinência da resposta: 02 escores; e
• Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: 01 escore.

No sermão, Vieira utiliza a técnica do chiaroescuro OU claro-escuro . No plano literário, a


figura de linguagem que corresponde ao uso de termos constrastantes é a antítese ._____
(Outras respostas, se pertinentes, serão consideradas.)_____________________________
Estruturação frasal/correção gramatical/apresentação: .___________________________

Leia atentamente o Texto XIII a seguir e responda aos itens 21 e 22.

TEXTO XIII

O limite da consciência nativista é a ideologia dos inconfidentes de Minas, do Rio de Janeiro, da


Bahia e do Recife. Mas, ainda nessas pontas-de-lança da dialética entre Metrópole e Colônia, a última
pediu de empréstimo à França as formas de pensar burguesas e liberais para interpretar a sua própria
realidade. De qualquer modo, a busca de fontes ideológicas não portuguesas ou não ibéricas, em
geral, já era uma ruptura consciente com o passado e um caminho para modos de assimilação mais
dinâmicos, e propriamente brasileiros, da cultura europeia, como se deu no período romântico.

(BOSI, Alfredo. In: ___. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1974. Fragmento.)

MÚLTIPLA ESCOLHA
(06 escores)

21. (ESPM-RS/2012) No Texto XIII, os termos “Metrópole” e “Colônia” referem-se, respectivamente, a:

(A) Portugal e França.


(B) França e Espanha.
(C) Portugal e Brasil.
(D) Brasil e França.
(E) França e Brasil.

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22. (ESPM-RS/2012 – adaptado) Segundo o autor do Texto XIII:

(A) A Metrópole foi influenciada pela ideologia liberal da burguesia francesa.


(B) Os estados brasileiros lançaram-se numa dialética emprestada para limitar a consciência
nativista.
(C) A consciência nacional marcava-se pelo descrédito de mineiros, cariocas, baianos e
pernambucanos
(D) Portugal não possuía mecanismos próprios para interpretar a realidade colonial.
(E) O Brasil passou a adotar formas de pensar não lusitanas para a interpretação de sua
realidade.

Leia o Texto XIV a seguir para responder aos itens 23 e 24.

TEXTO XIV

Vem, oh Marília, vem lograr comigo


Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo.
Deixa louvar da corte a vã grandeza;
Quanto me agrada mais estar contigo,
Notando as perfeições da Natureza!

(BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du.)

23. (Unifesp-SP – adaptado) Nos versos do poeta português Bocage (Texto XIV), o(a)

(A) eu lírico propõe, em linguagem clara, que se aproveite o presente junto à natureza.
(B) linguagem, altamente subjetiva, denuncia características pré-românticas do autor.
(C) emoção predomina sobre a razão, numa ânsia de se aproveitar o tempo presente.
(D) amor e a mulher são idealizados pelo eu poético, portanto inacessíveis a ele.
(E) poeta encara o amor de forma negativa por causa da fugacidade do tempo.

24. (UEL-PR – modificado) Todas as alternativas apresentam características do Arcadismo encontradas


no poema, EXCETO:

(A) Aurea mediocritas.


(B) Carpe diem.
(C) Fugere urbem.
(D) Inutilia truncat.
(E) Locus horrendus.

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Visto:
CMCG PRF/2016 – LITERATURA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO 1ª CHAMADA 15

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Leia o Texto XV para responder aos itens 25 e 26.

TEXTO XV

LIRA XX

Ornemos nossas testas com as flores,


E façamos de feno um brando leito
Prendamo-nos Marília, em laço estreito
gozemos do prazer de sãos amores
sobre as nossas cabeças,
sem que o possam deter, o tempo corre:
e para nós o tempo que se passa,
também Marília, morre.
Glossário:
brando: confortável.
laço: abraço.
sãos: honestos.
(GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu.)

25. (Supletivo Unicanto-DF – modificado) Acima, há um pequeno trecho das famosas “Liras” de
Tomás Antônio Gonzaga, que ficaram conhecidas com o nome de “Marília de Dirceu” e constituem a
obra poética mais importante do Arcadismo brasileiro. Nesse trecho, o eu poético

(A) Convida Marília a gozar os prazeres físicos porque nada pode deter a força do amor, e esta é
uma característica do Arcadismo.
(B) Lembra e reconhece que só o amor pode deter a marcha do tempo, por isso insiste em que
Marília se entregue aos prazeres num “brando leito” de feno.
(C) Preocupa-se com a brevidade da vida, pensa na morte e angustia-se com a impossibilidade de
detê-la.
(D) Usa elementos campestres (flores, fenos) para compor o cenário de encontro de
amor, o que caracteriza uma postura típica do Arcadismo.
(E) Angustia-se com a morte e persuade Marília a unir-se a ele num laço desesperado de amor e
de morte.

26. (UFGRS-RS) Assinale a alternativa correta em relação a Marília de Dirceu, de Tomás Antonio
Gonzaga.

(A) Na obra, o pensamento racional é anulado em favor do sentimentalismo romântico.


( B ) No livro, é estabelecido um contraste entre a paisagem, bucólica e amena, e o cenário
da masmorra, opressivo e triste.
(C) Trata-se de um conjunto de cartas de amor, enviadas por Marília, de Minas Gerais, a Dirceu,
que se encontra em Moçambique.
(D) Nas liras de Gonzaga, Marília é uma mulher irreal, incorpórea, imaginada pelo pastor Dirceu.
(E) Trata-se de um livro satírico, carregado de termos pejorativos em relação às convenções da
época.

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Visto:
CMCG PRF/2016 – LITERATURA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO 1ª CHAMADA 16

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TRANSCREVA SUAS RESPOSTAS AOS ITENS DE MÚLTIPLA ESCOLHA NO QUADRO A SEGUIR.


A CORREÇÃO DE TAIS ITENS SERÁ FEITA EXCLUSIVAMENTE COM BASE NESSAS
RESPOSTAS.

ITEM OPÇÃO

01 A B C D E

02 A B C D E

03 A B C D E

04 A B C D E

05 A B C D E

06 A B C D E

09 A B C D E

10 A B C D E

11 A B C D E

13 A B C D E

21 A B C D E

22 A B C D E

23 A B C D E

24 A B C D E

25 A B C D E

26 A B C D E

FIM DA PROVA

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