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RESUMO P2 – BARRAGENS
A espera de um milagre
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Dissipadores em degraus:
• Aplica-se onde a escavação do rápido pode ser por patamares e nas barragens de CCR, onde o
corpo da barragem pode ser o vertedor e dissipador.
• Para completar a dissipação são construídas bacias junto ao pé da escada para formar um
pequeno colchão de água e gerar o ressalto hidráulico.
• Desvantagem é apresentar limites operacionais para vazão especifica (q<12m 3/s.m).
2. Princípios básicos
Ressalto hidráulico é dissipa transformando a energia cinética em turbulência, que se dissipa por ação
da viscosidade. Ocorre a mudança do regime supercrítico (F>1), para o sub critico (F<1).
O ressalto gera intensas flutuações, que atuam sobre a estrutura. Com o número de F baixo, o controle
de ondas geradas no processo é extremamente difícil, havendo a necessidade de contar com o próprio
canal de restituição para dissipar parte da energia.
Para canais clássicos é possível deduzir a seguinte perda de carga (para demais canais, verificar apostila):
O ressalto pode ser caracterizado em função do F do escoamento à montante (y1), considerando canais
retangulares sem interferência de paredes laterais.
• ressalto ondulado: 1 < F < 1,7
• ressalto fraco: 1.7 < F < 2,5
• ressalto oscilante: 2,5 < F < 4,5
• ressalto estável: 4,5 < F < 9,0
• ressalto forte: F > 9,0
Estabilização do ressalto: profundidade conjugada da jusante (y2) é igual à profundidade natural do rio
para a vazão de escoamento. Por isso a curva de descarga natural (curva-chave: relação entre nível e
vazão) é fundamental.
Curva-chav0e resulta em uma elevação do nível d’agua superior a y2, ressalto tende a se deslocar para a
montante, e pode ser contido dentro da bacia de uma área resistente (bacia de dissipação).
Caso ocorra o contrário, ressalto tende a se deslocar para a jusante (fuga) e exige uma intervenção para
estabilizar.
3. Bacia de dissipação planas ou horizontais
1) Bacia de fundo horizontal sem obstáculos, acrescenta-se o “end-sill”, que protege o pé da estrutura
junto á saída da bacia.
2) Bacia com o “chute-blocks”, que tem como função abrir o jato que entra na bacia para diminuir o y2,
e o “end-sill”, que é dentado para ajudar na dissipação.
3) Além das duas estruturas citas, ainda se emprega o “baffle Piers”, que tem como função receber os
impactos dos escoamentos de alta velocidade e aumentar turbulência dissipadora.
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4) Implicação do 2, com chute-blocks mais espaçados e o end-sill continuo.
F baixo: dissipação em bacias planas não é boa e o comprimento do ressalto tende a ser maior.
Bacia GUNKO: boa eficiência para 3 > F > 10, estrutura compacta provida de bloco continuo com estrutura
variável em função de F, entre 1x ou 2x de y1, com distância entre o início da estrutura e o bloco de 3y2.
Para quedas de até 40m e q < 80m3/s.m.
Bacia LYAPIN: estrutura compacta provida de uma fileira de blocos de altura d, em função de F, variando
entre 1,5X ou 3,5X y1, com distância entre o início da estrutura e o bloco de 3y2. Para quedas de até 19m
e q < 80m3/s.m.
Bacia KUMIN: estrutura compacta, cuja geometria dos blocos funciona como dissipador de energia e de
espalhador do ato, altura varia 0,35yc na parte central até 0,7yc nas extremidades das asas, a distância
do início da estrutura até o vértice é 1,3yc. Para quedas de até 30m e q < 100m3/s.m.
Pré-dimensionamento de uma bacia:
1) Calcular V1 (através das formulas da imagem na apostila).
2) Obter y1 a partir da vazão de projeto ou da especifica.
3) Calcular F.
4) Calcular y2.
5) Comparar com a curva de descarga do rio:
a. y3 = y2 formação de ressalto;
b. y3 > y2 formação de ressalto afogado na rampa;
c. y3 < y2 não haverá formação de ressalto e será preciso rebaixar a bacia;
Vantagem: simplicidade construtiva.
Limitações: quando temos F > 4 e oscilações de pressão e nível dágua que exigem um dimensionamento
estrutural mais acurado.
Laje de fundo: suas subpress~es exigem complexo siste de drenagem e até atiramento da bacia.
4. Dissipação tipo trampolim
Nesse caso, com as formas especificas se reduas as estruturas de concreto utilizadas, e ocorre uma
dissipação através do desvio do jato de forma conveniente para lançar ou gerar turbulência controlada.
Energia residual: parte da eneria é dissiapda na propria estrutura, para ser absorvida pelo leito a jusante.
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• Comportamento: formar grante intumescencia (aumento de volume) na água gerando dois
rolos, o primeiro sobre a estrutura, movimentando-se de jusante para montante e de baixo
para cima, e o segundo a jusante da estrutura, no fundo, de jusante para mintante, mas de
cima para baixo, responsável pela proteção do pé da estrutura. Pode surgir um terceiro a
jusante da intumescência.
5. Dissipadores em degraus
Objetivo: conduzia uma vazão “q” (relativamente baixas, q < 12 m3/s.m.), de um nível a outro, inferior
ao primeiro, para atingir a cot desejada sem que haja aumento de velocidade.
Com um grande desnivel, pode-se projetar um dissipador auxiliar.
6. Dissipadores especiais
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Capitulo 7 – Desvios e Estruturas Provisórias
1. Introdução
Obras de desvio: conjunto de estrutura para manejo do rio durante o período de construção da
barragem, com finalidade de ensecar e protege contra inundações a praça de construção da obra, para
isso é necessário condução adequada e ordenada do rio e drenagem controlada.
Aspectos ligados a essa estrutura:
• Faseamento da obra;
• Características locais do empreendimento;
• Risco adotado para diferentes atividades durante a construção.
2. Riscos Hidrológicos
Primeiro aspecto a ser analisado tendo em vista que os volumes de escavação e aterro, as dimensões
das galerias, canais e túneis e o custo das coberturas de seguro são funções diretas dele. Esse risco é
calculado em função da probabilidade do evento considerado (Tr, tempo de recorrência em anos), do
tempo de exposição ao risco (n, tempo de duração da fase do desvio, anos), das vulnerabilidades
inerentes ao objeto da cobertura (V, vulnerabilidade) e dos danos potenciais (D, dano potencial),
através de:
• Desvio em fase única: quando a intervenção no leito da água é feita de uma vez.
• Desvio em múltiplas fases: quando são necessárias mais de uma intervenção.
Para escolher qual estratégia deve-se considerar hidrologia local, topografia, geologia e o partido
estrutural da barragem.
Topografia: relevo da região, geometria do leito do rio. Para vales fechados ou estreitos com geologia
compatível deverá ser feito através de tuneis e galerias. Já uma calha mais espraiada pode se utilizar de
estratégia de desvio de duas fases de obra, com o emprego de canais e galerias
Geologia: interfere nas condições de fundação, nas condições de dissipação de energia e também na
geometria da ensecadeira. Leito muito resistente → dissipador de energia menos eficiente, compacto e
econômico. Leito erodível → mudança no lançamento de ensecadeira, que deve ser feia por camadas,
e utilizar para lançamento barcaças de fundo falso ou teleférico.
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Hidrologia: o dimensionamento é feito baseado na vazão de projeto com base no risco. A vazão de
desvio pode interferir na estabilidade das ensecadeiras, pois as proteções contra erosões nos taludes
são definidas pra determinada vazão.
Materiais de construção: deve-se levar em conta a disponibilidade do material de construção, a
inexistência do mesmo torna a obra muito mais cara devido a necessidade de fabricação de peças
artificiais.
3.1. Desvio em Fase Única
• Atividades preliminares são feitas antes da intervenção única do rio.
• Construção de túnel ou galeria de desvio em uma das margens.
• 1ª estação seca: fechamento do rio com ensecadeiras, que devem ter cotas compatíveis
com a capacidade de descargo do túnel ou galeria para a vazão de estação seca. Lançada as
ensecadeiras → desvio do rio → obras de limpeza e consolidação de fundações e elevação
do barramento até a cota compatível com a capacidade de descarga do túnel para a vazão
de período úmido com o Tr admitido (cota crítica).
• 1ª estação úmida: prossegue-se na elevação da altura da barragem até a crista e
complementação das demais obras.
• 2ª estação seca: finalização do trabalho de proteção as estruturas, margens, e atividades as
margens do rio. Também finalizado o atendimento as exigências ambientais. Ao final,
fechamento da galeria ou túnel e removida as ensecadeiras, dando início ao enchimento.
4. Ensecadeiras
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• Fechamento horizontal: blocos de pedra de dimensões menores que aumentam
progressivamente a medida em que a brecha diminui de tamanho.
• Fechamento vertical: a soleira vai sendo elevada progressivamente em toda extensão do
fechamento e permite a utilização de balsas com lançamento pelo fundo.
• Principais tipos:
o Enrocamento e terra (mais comum);
o Celulares;
o Concreto.
5. Estrutura de desvio
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Capitulo 6 – Órgãos complementares
1. Introdução
Os principais órgãos complementares são: comportas, tomadas d’agua e casas de força.
2. Comportas
• Definição: todo dispositivo de controle de fluxo que pode ser manobrado de acordo com o
interesse da operação.
• Tipos de comportas (obs - chapa de revestimento do tabuleiro diretamente responsável
pela barragem de água é denominada paramento):
o Planas: um paramento retentor de plano e que se movimenta sobre trilhos ou guias para
controle do fluxo.
o Segmento ou setor: um paramento retentor curvo, um ou mais segmentos de círculos
ou elipses, e se movimenta pelo giro de um eixo não submerso.
o Basculante: paramentos planos ou curvos, cuja movimentação se dá em torno de um
eixo próximo ao fundo.
o Mitra ou Busco: paramento retentor plano com movimentação em um eixo vertical.
• Componentes típicos:
o Tabuleiro: elemento que serve de anteparo à passagem de água.
o Peças Fixas: peças que ficam embutidas no concreto e servem para guiar e alojar o
tabuleiro, transferindo os esforços para o concreto.
o Mecanismo de manobra: responsáveis pela manobra de abertura e fechamento.
• Principais aplicações: obras de proteção contra enchentes, proteção de equipamentos, controle
de nível de reservatórios, controle de vazões em barragens, tomadas de água, irrigação,
descarregador de fundo de um reservatório e eclusas de navegação.
o Planas e circulares: aplicação geral.
o Basculantes: utilizadas nas estruturas móveis, devido a baixa interferência no
escoamento.
o Mitra: eclusas de navegação e dispositivos de transposição biológicos e para descarga de
debris (resíduos flutuantes).
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Uplift: posição inicial de abertura, resultante vertical ascendentes dos empuxos que ocorrem no
lábio da comporta. Nas posições finais de fechamento o efeito pode ser inverso.
2.3. Comportas circulares
• Características estruturais → redução considerável do peso e esforços no acionamento →
utilizada para controle de fluxo.
• Forma mais comum: chapa de paramento curva (segmento de cilindro), braços radiais
solicitados a compressão nos vertedores de superfície, mas pode ser utilizada submetido a
tração em aquedutos e eclusas.
• Utilização: vertedores de superfície, aquedutos ou portas de eclusas, tomadas d’água,
descarregadores de fundo.
• Dimensionamento:
o Cuidado no dimensionamento devido a vórtices.
o Preponderância à abertura com componente vertical do empuxo ascendente ou ao
fechamento na situação oposta.
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• Principal problema: vórtices devido ao engolimento do ar, comprometendo a vazão e
gerando vibrações que reduzem o rendimento do sistema. É necessário os pilares
separadores, anti-vórtices.
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