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MARIANA MELETTI

RESUMO P2 – BARRAGENS
A espera de um milagre

Capitulo 5 – Dissipação de energia


1. Introdução
Aciona-se o extravasor da barragem (por atingir uma cota da soleira livre ou com uma comporta aberta)
→ Escoamento com elevada energia potencial → Água atinge grande velocidade → Precisa dissipar
energia antes de restituir o fluxo do rio → Necessidade do DISSIPADOR DE ENERGIA → Transformação
parcial da energia potencial em de turbulência e em calor. → Dissipa energia, absorve o excesso e
proporciona escoamento adequado ao canal de restituição ou rio.
Para projetar um dissipador de energia deve-se levar em conta a condição requerida pelo tipo de leito
do rio. Por exemplo, leito constituído por material pouco resistente (aluviões, por exemplo), necessidade
de um dissipador de alta eficiência.
A medida que a complexidade da barragem aumenta, assim como suas restrições ambientais, energia
especifica e custos, muda-se o tipo de dissipador. Pequenas barragens tendem a usar dissipação planas
(convencionais), isso vai mudando para soluções como os trampolins lançadores e afogados e os
dissipadores em degraus.
Canal rápido → estrutura que liga o vertedouro ou a estrutura de controle à estrutura de dissipação.
Escolha do tipo de dissipador: topografia loca, vazão especifica (q=Q/B), o desnível ou queda, o número
de Froude, características do leito do rio, curva chave do rio e etc.
Bacia de dissipação:
• Mais utilizada na prática.
• Dissipação é feita por ressalto hidráulico, fenômeno turbulento e adequado para dissipação.
• Vantagem é ser adaptável.
• Desvantagem é ser uma estrutura grande, com custo elevado, principalmente quando o número
de Froude é elevado.
Trampolim afogado:
• Estrutura compacta comparada com a bacia de dissipação.
• Dimensionada para um rolo dissipar a energia, para isso projeta-se uma concha com o ângulo de
lançamento variando em função do número de Froude (F).
• F baixo ( 1<F<3) utiliza-se rampa contra inclinada na zona de lançamento.
• Afogamento deve ser maior do que bacia de dissipação por ressalto.
Trampolim lançador:
• Estrutura compacta, mas aplicável quando F é elevado, para garantir o lançamento permanente
do jato.
• Opera lançando o jato ao ar livre e a dissipação ocorre no instante em que o jato atinge o colchão
d’agua com espessura pré-definida.
• Desvantagem é o aparecimento de correntes de recirculação intensa na região de impacto e
também a formação do “spray” que pode prejudicar circulação de veículos próxima.

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Dissipadores em degraus:
• Aplica-se onde a escavação do rápido pode ser por patamares e nas barragens de CCR, onde o
corpo da barragem pode ser o vertedor e dissipador.
• Para completar a dissipação são construídas bacias junto ao pé da escada para formar um
pequeno colchão de água e gerar o ressalto hidráulico.
• Desvantagem é apresentar limites operacionais para vazão especifica (q<12m 3/s.m).

2. Princípios básicos

Ressalto hidráulico é dissipa transformando a energia cinética em turbulência, que se dissipa por ação
da viscosidade. Ocorre a mudança do regime supercrítico (F>1), para o sub critico (F<1).
O ressalto gera intensas flutuações, que atuam sobre a estrutura. Com o número de F baixo, o controle
de ondas geradas no processo é extremamente difícil, havendo a necessidade de contar com o próprio
canal de restituição para dissipar parte da energia.
Para canais clássicos é possível deduzir a seguinte perda de carga (para demais canais, verificar apostila):

O ressalto pode ser caracterizado em função do F do escoamento à montante (y1), considerando canais
retangulares sem interferência de paredes laterais.
• ressalto ondulado: 1 < F < 1,7
• ressalto fraco: 1.7 < F < 2,5
• ressalto oscilante: 2,5 < F < 4,5
• ressalto estável: 4,5 < F < 9,0
• ressalto forte: F > 9,0
Estabilização do ressalto: profundidade conjugada da jusante (y2) é igual à profundidade natural do rio
para a vazão de escoamento. Por isso a curva de descarga natural (curva-chave: relação entre nível e
vazão) é fundamental.
Curva-chav0e resulta em uma elevação do nível d’agua superior a y2, ressalto tende a se deslocar para a
montante, e pode ser contido dentro da bacia de uma área resistente (bacia de dissipação).
Caso ocorra o contrário, ressalto tende a se deslocar para a jusante (fuga) e exige uma intervenção para
estabilizar.
3. Bacia de dissipação planas ou horizontais

1) Bacia de fundo horizontal sem obstáculos, acrescenta-se o “end-sill”, que protege o pé da estrutura
junto á saída da bacia.
2) Bacia com o “chute-blocks”, que tem como função abrir o jato que entra na bacia para diminuir o y2,
e o “end-sill”, que é dentado para ajudar na dissipação.
3) Além das duas estruturas citas, ainda se emprega o “baffle Piers”, que tem como função receber os
impactos dos escoamentos de alta velocidade e aumentar turbulência dissipadora.
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4) Implicação do 2, com chute-blocks mais espaçados e o end-sill continuo.

F baixo: dissipação em bacias planas não é boa e o comprimento do ressalto tende a ser maior.
Bacia GUNKO: boa eficiência para 3 > F > 10, estrutura compacta provida de bloco continuo com estrutura
variável em função de F, entre 1x ou 2x de y1, com distância entre o início da estrutura e o bloco de 3y2.
Para quedas de até 40m e q < 80m3/s.m.
Bacia LYAPIN: estrutura compacta provida de uma fileira de blocos de altura d, em função de F, variando
entre 1,5X ou 3,5X y1, com distância entre o início da estrutura e o bloco de 3y2. Para quedas de até 19m
e q < 80m3/s.m.
Bacia KUMIN: estrutura compacta, cuja geometria dos blocos funciona como dissipador de energia e de
espalhador do ato, altura varia 0,35yc na parte central até 0,7yc nas extremidades das asas, a distância
do início da estrutura até o vértice é 1,3yc. Para quedas de até 30m e q < 100m3/s.m.
Pré-dimensionamento de uma bacia:
1) Calcular V1 (através das formulas da imagem na apostila).
2) Obter y1 a partir da vazão de projeto ou da especifica.
3) Calcular F.
4) Calcular y2.
5) Comparar com a curva de descarga do rio:
a. y3 = y2 formação de ressalto;
b. y3 > y2 formação de ressalto afogado na rampa;
c. y3 < y2 não haverá formação de ressalto e será preciso rebaixar a bacia;
Vantagem: simplicidade construtiva.
Limitações: quando temos F > 4 e oscilações de pressão e nível dágua que exigem um dimensionamento
estrutural mais acurado.
Laje de fundo: suas subpress~es exigem complexo siste de drenagem e até atiramento da bacia.
4. Dissipação tipo trampolim
Nesse caso, com as formas especificas se reduas as estruturas de concreto utilizadas, e ocorre uma
dissipação através do desvio do jato de forma conveniente para lançar ou gerar turbulência controlada.

Energia residual: parte da eneria é dissiapda na propria estrutura, para ser absorvida pelo leito a jusante.

4.1. Trampolim Afogado (Roller Bucket)


• Utilizada quando Tw (lamina d’agua a jusante do dissipador) > y2, no mínimo 10%, de
preferencia 20%.
• Dissipação através dos rolos que se formam a jusante do dissipador, ou seja, disspando
energia também no leio natural do rio.
• O escoamento ao ser lançado de forma afogada, criaráuma trajetória curva que mergulha
em direção ao fundo respeitandouma distância da soleira terminal da estruura.
• Vantagem: economica estrutural, estrutura compacta.
• Desvantagem: baixa eficiência.

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• Comportamento: formar grante intumescencia (aumento de volume) na água gerando dois
rolos, o primeiro sobre a estrutura, movimentando-se de jusante para montante e de baixo
para cima, e o segundo a jusante da estrutura, no fundo, de jusante para mintante, mas de
cima para baixo, responsável pela proteção do pé da estrutura. Pode surgir um terceiro a
jusante da intumescência.

4.2. Dissipador tipo Salto-Esqui


• Objetivo: lançar o jato a uma distância que não prejudique a estabilidade da obra, pois a
formação de fossa de errosão é inevitavel.
• Problemas:
o Erosão na zona de impacto: para controlar a fossa, pode-se realizar uma pré-
escavação na zona de impacto.
o Grande agitação com a propagação de ondas para as margens, necessitando também
proteção adequada.
o Recicurlaçãoes muito intensas: impacto do jato desloca uma massa para a jusante,
criando uma depressçao que diminuiu o nível da montante, formando uma diferença
de potencia que resulta em correntes de velocidades elevadas atingindo a estrutura
e penetrando sob o jato. Deve-se implementar proteções rígidas e projetar o
dissipador para minimizar isso, aumeto ângulo de lançamento, mas garantindo que
não ocorra problema na vazão de lançamento.
• Histerese do jato: vazão de lançamento do jato é maior que necessária. Abre-se comportas
para ocorrer o lançamento e regular vazão.
• Temos que,
o X, distância horizontal
o y, distância vertical do “lábio até espelo d’água
o Hy, cota do “lábio”
o Θ, ângulo de lançamento.

5. Dissipadores em degraus

Objetivo: conduzia uma vazão “q” (relativamente baixas, q < 12 m3/s.m.), de um nível a outro, inferior
ao primeiro, para atingir a cot desejada sem que haja aumento de velocidade.
Com um grande desnivel, pode-se projetar um dissipador auxiliar.

5.1. Tipos de escoamento


5.1.1. Nappe flow
• Escoamento do jato livre entre degraus.
• Dissipação ocorre pela queda do jato ao vencer o degrau, pela mistura turbulenta do
jato e pela formação de ressaltos em cada degrau.
• Vazões inferiores a 2 m3/s.m.
• Com a condição 0,2<= h/l <= 0,6, sabendo que h é altura do degrau, l o comprimento e
yc a profudidade crítica temos a equação que determina a ocorrência do regime, formula
apostila.
• Dissipação de energia – formula apostila.

5.1.2. Skiming flow


• Dissipação ocorre pela formação de vórtices (escoamento giratório onde as linhas de
corrente apresentam um padrão circular ou espiral) entre degraus.
• Formação de um leito ficticio para o regime transitar sobre o mesmo.
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• Vazões superiores a 4 m3/s.m.
• Equação que determina ocorrencia na apostila, porém sabe-se que yc/h > 0,8, o regime
é tipo skimming.
• Dissipação de energia depende da geometria e declividade do vertedo, e quanto maior
é o espaçamento entre degraus e menor a declividade do vertedor, maior o efeito.
• A dissipação de energia diminui com o aumento da vazão para um dado espaçamento.

6. Dissipadores especiais

6.1. Rampas com blocos dissipadores


• Pequenos aproveitamentos e transposição.
• Multiplas fileiras de blocos interceptam o escoamento, dissipando energia por impacto.
• Para q < 5,6 m3/s.m.
• Vaproximação < Vcrítica,
• Altura maxima dos blocos:

6.2. Dissipação queda livre


• Dissipação em quedas isoladas e através de choque entre o jato, a massa d’agua e o fundo
do canal.
• Dimensionamento pode ser feito empircamente através do número de queda (D): D = q 2/gh3.
• Demais grandezas são estimadas a partir de D.

6.3. Caixas de Impacto


• Dispositivo destinado à deter o jato efluente de uma galeria contra uma placa plana.
• Colocado perpendicularmente à direção do escoamento e acima do plano de fundo.
• Utilizado na saída de tubulações retangulares ou circulares.
• Velocidade máxima de entrada de 9 m/s.
• Diâmetro máximo do conduto de 1,8 m.

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Capitulo 7 – Desvios e Estruturas Provisórias
1. Introdução
Obras de desvio: conjunto de estrutura para manejo do rio durante o período de construção da
barragem, com finalidade de ensecar e protege contra inundações a praça de construção da obra, para
isso é necessário condução adequada e ordenada do rio e drenagem controlada.
Aspectos ligados a essa estrutura:

• Faseamento da obra;
• Características locais do empreendimento;
• Risco adotado para diferentes atividades durante a construção.

2. Riscos Hidrológicos
Primeiro aspecto a ser analisado tendo em vista que os volumes de escavação e aterro, as dimensões
das galerias, canais e túneis e o custo das coberturas de seguro são funções diretas dele. Esse risco é
calculado em função da probabilidade do evento considerado (Tr, tempo de recorrência em anos), do
tempo de exposição ao risco (n, tempo de duração da fase do desvio, anos), das vulnerabilidades
inerentes ao objeto da cobertura (V, vulnerabilidade) e dos danos potenciais (D, dano potencial),
através de:

É recomendado estudos hidrológicos avançados para detalhar as distribuições de frequências de cheias


em diferentes épocas do ano. A adoção do risco combinado com as janelas hidrológicas (estações seca
e úmida) pode levar a grande economia, porém limita a folga, fazendo com re o risco aumente caso
atrase e mude de estação.
A recomendação é que as obras sejam dimensionadas para vazões de pico com T >= 10 anos.
3. Características Locais e Estratégias de Desvio
Pode-se classificar as estratégias em dois grupos:

• Desvio em fase única: quando a intervenção no leito da água é feita de uma vez.
• Desvio em múltiplas fases: quando são necessárias mais de uma intervenção.
Para escolher qual estratégia deve-se considerar hidrologia local, topografia, geologia e o partido
estrutural da barragem.
Topografia: relevo da região, geometria do leito do rio. Para vales fechados ou estreitos com geologia
compatível deverá ser feito através de tuneis e galerias. Já uma calha mais espraiada pode se utilizar de
estratégia de desvio de duas fases de obra, com o emprego de canais e galerias
Geologia: interfere nas condições de fundação, nas condições de dissipação de energia e também na
geometria da ensecadeira. Leito muito resistente → dissipador de energia menos eficiente, compacto e
econômico. Leito erodível → mudança no lançamento de ensecadeira, que deve ser feia por camadas,
e utilizar para lançamento barcaças de fundo falso ou teleférico.

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Hidrologia: o dimensionamento é feito baseado na vazão de projeto com base no risco. A vazão de
desvio pode interferir na estabilidade das ensecadeiras, pois as proteções contra erosões nos taludes
são definidas pra determinada vazão.
Materiais de construção: deve-se levar em conta a disponibilidade do material de construção, a
inexistência do mesmo torna a obra muito mais cara devido a necessidade de fabricação de peças
artificiais.
3.1. Desvio em Fase Única
• Atividades preliminares são feitas antes da intervenção única do rio.
• Construção de túnel ou galeria de desvio em uma das margens.
• 1ª estação seca: fechamento do rio com ensecadeiras, que devem ter cotas compatíveis
com a capacidade de descargo do túnel ou galeria para a vazão de estação seca. Lançada as
ensecadeiras → desvio do rio → obras de limpeza e consolidação de fundações e elevação
do barramento até a cota compatível com a capacidade de descarga do túnel para a vazão
de período úmido com o Tr admitido (cota crítica).
• 1ª estação úmida: prossegue-se na elevação da altura da barragem até a crista e
complementação das demais obras.
• 2ª estação seca: finalização do trabalho de proteção as estruturas, margens, e atividades as
margens do rio. Também finalizado o atendimento as exigências ambientais. Ao final,
fechamento da galeria ou túnel e removida as ensecadeiras, dando início ao enchimento.

3.2. Desvio em Múltiplas Fases


• Mais comum em vales largos.
• Instalação do canteiro → final de estação úmida/começo de estação seca → ensecadeiras
de primeira fase → obras dentro do recinto ensacado (limpeza das fundações e elevação da
barragem)
• Próximo período úmido: obras de elevação da barragem e construção da segunda fase
(galeria ou vãos rebaixados, vãos incompletos do fundo do vertedouro).
• Próximo período seco: remoção da ensecadeira de primeira fase, rio é conduzido pelas
ensecadeiras de segunda fase. A partir desse momento a obra segue para fase única.

4. Ensecadeiras

4.1. Aspectos hidráulicos


• Provocam o estrangulamento do fluxo e aumento da velocidade com a elevação da linha
d’água para montante.
• As perdas localizadas ocorrem a jusante do estrangulamento devido às intensas
turbulências geradas na expansão do fluxo.
• A vazão pode ser relacionada à altura do nível d’agua, e função também de uma constante,
que depende de quatro coeficientes constatados através dos ábacos (formulas na apostila).

4.2. Aspectos construtivos


• Estrutura de desvio mais utilizada.
• Barragens provisórias que estrangulam o curso d’agua, impedindo a passagem de água pelo
local onde está sendo construída o corpo principal da barragem.

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• Fechamento horizontal: blocos de pedra de dimensões menores que aumentam
progressivamente a medida em que a brecha diminui de tamanho.
• Fechamento vertical: a soleira vai sendo elevada progressivamente em toda extensão do
fechamento e permite a utilização de balsas com lançamento pelo fundo.
• Principais tipos:
o Enrocamento e terra (mais comum);
o Celulares;
o Concreto.

4.2.1. Lançamento pré-ensecadeira


• Sempre que possível, realizado na época de estiagem.
• Lançamento por camadas: utilizado quando o leito do rio é suscetível à erosão.
• Dimensões dos blocos depende da geometria e da velocidade do escoamento.
• Pode se relacionar a velocidade do escoamento e o peso dos blocos a partir da relação
de Ibash para prever a ordem de grandeza do diâmetro do material.
• Pode se dimensionar o diâmetro através do desnível e através da potência especifica
(energia dissipada por unidade de extensão da brecha).

4.2.2. Impermeabilização ou vedação da ensecadeira


• Impermeabilização é feita com argilas lançadas a montante.
• Exige-se velocidade baixa de escoamento no pé da pré-ensecadeira. Caso a velocidade
seja elevada, pode empregar-se espigões para provocar o afastamento do fluxo mais
intenso do talude.

4.2.3. Ensecadeiras galgáveis


• Pode ter seu nível ultrapassado por alguma alteração no nível d’água.
• Emprega-se quando vazões do período chuvoso >>> vazões do período de estiagem.
• Enrocamento simples, enrocamento reforçado com aço ou com CCR.
• Após galgamento, é necessário a recuperação da área ensecada.
• Galgamento deve ser controlado, utiliza-se um dique fusível → enchimento lento e
controlado do recinto ensecado.

4.2.4. Ensecadeiras celulares


• Para espaços limitados.
• Constituídas por pranchas verticais encaixadas umas às outras, formando cilindros, que
são preenchidos com materiais soltos.
• Estacas →meio impermeável. Enchimento → estabilidade da estrutura.

5. Estrutura de desvio

5.1. Galerias ou Adufas


• Quando utilizada de forma isolada e independente, funciona como um túnel, e são
chamadas de adufas. Pode ser usada de forma associada com outra estrutura, sendo em
geral construída abaixo das soleiras dos vertedores.
• Pode ser feita:
o Sob o leito do rio – sob o maciço da barragem ou na ombreira do rio tem duas fases;
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o Construídas no próprio corpo da barragem – sob os vertedores.
• Após a etapa final são preenchidas com concreto para fazer parte da estrutura principal.

5.1.1. Características Hidráulicas


• Altera as características do escoamento original → aumento de velocidade devido a
redução da seção molhada → escoamento pode passar a crítico ou supercrítico.
• Em linhas gerais tem comprimento limitado e declividade nulas → sua classificação
depende das condições NA de jusante.
• Estruturas relativamente curtas, escoamento quase sempre livre.

5.2. Soleiras rebaixadas


• Utilização em uma das fases do desvio da soleira do vertedor rebaixada.
• Cota de rebaixamento deve ser suficiente para com que o material disponível seja possível
realizar o fechamento do rio.
• Comportamento hidráulico de um vertedor de doleira espessa trapezoidal.

5.3. Túnel de desvio


• Utilizada nos casos de rios rebaixados.
• Tuneis trabalham junto com as ensecadeiras de montante e jusante.
• Condições ideais para a escavação dependem de um estudo geológico geotécnico.
• Para permitir o fechamento devem ser preparadas estruturas especiais no emboque e
desemboque.
• Seção transversal típica é a ferradura (arco-retângulo).
• Estrutura de fechamento deverá ser dotada de ranhuras para a colocação de comportas ou
painéis de vedação provisórios até a concretagem dos tampões de fechamento definitivo.

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Capitulo 6 – Órgãos complementares
1. Introdução
Os principais órgãos complementares são: comportas, tomadas d’agua e casas de força.
2. Comportas

• Definição: todo dispositivo de controle de fluxo que pode ser manobrado de acordo com o
interesse da operação.
• Tipos de comportas (obs - chapa de revestimento do tabuleiro diretamente responsável
pela barragem de água é denominada paramento):
o Planas: um paramento retentor de plano e que se movimenta sobre trilhos ou guias para
controle do fluxo.
o Segmento ou setor: um paramento retentor curvo, um ou mais segmentos de círculos
ou elipses, e se movimenta pelo giro de um eixo não submerso.
o Basculante: paramentos planos ou curvos, cuja movimentação se dá em torno de um
eixo próximo ao fundo.
o Mitra ou Busco: paramento retentor plano com movimentação em um eixo vertical.
• Componentes típicos:
o Tabuleiro: elemento que serve de anteparo à passagem de água.
o Peças Fixas: peças que ficam embutidas no concreto e servem para guiar e alojar o
tabuleiro, transferindo os esforços para o concreto.
o Mecanismo de manobra: responsáveis pela manobra de abertura e fechamento.
• Principais aplicações: obras de proteção contra enchentes, proteção de equipamentos, controle
de nível de reservatórios, controle de vazões em barragens, tomadas de água, irrigação,
descarregador de fundo de um reservatório e eclusas de navegação.
o Planas e circulares: aplicação geral.
o Basculantes: utilizadas nas estruturas móveis, devido a baixa interferência no
escoamento.
o Mitra: eclusas de navegação e dispositivos de transposição biológicos e para descarga de
debris (resíduos flutuantes).

2.1. Hidráulica de Comportas


Calculo da vazão do escoamento por ser feito considerando o escoamento de um orifício. Essa
vazão pode ser calculada em função do coeficiente de descarga (CD - produto entre o coeficiente de
velocidade (Cv) e a contração da lâmina (Cc)), a extensão longitudinal (B), a abertura (a) e a altura
d’agua a montante:

2.2. Comportas planas


As comportas planas podem ser:
• Deslizantes: deslocamento em guias metálicas.
• Vagão: deslocamento por meio de rodas em trilhos posicionados em ranhuras.
• Stop-logs: comportas planas compostas de elementos sobrepostos que são ‘empilhados’.
Escoamento em alta velocidade sob a face inferior → esforços adicionais para o acionamento –
uplift e downpull.

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Uplift: posição inicial de abertura, resultante vertical ascendentes dos empuxos que ocorrem no
lábio da comporta. Nas posições finais de fechamento o efeito pode ser inverso.
2.3. Comportas circulares
• Características estruturais → redução considerável do peso e esforços no acionamento →
utilizada para controle de fluxo.
• Forma mais comum: chapa de paramento curva (segmento de cilindro), braços radiais
solicitados a compressão nos vertedores de superfície, mas pode ser utilizada submetido a
tração em aquedutos e eclusas.
• Utilização: vertedores de superfície, aquedutos ou portas de eclusas, tomadas d’água,
descarregadores de fundo.
• Dimensionamento:
o Cuidado no dimensionamento devido a vórtices.
o Preponderância à abertura com componente vertical do empuxo ascendente ou ao
fechamento na situação oposta.

2.4. Comporta de mitra


• Dois elementos basculantes com eixos de articulação vertical nas extremidades externas.
• Utilização: portas das eclusas de navegação.
• Vantagens: fácil operação, construção simples e opera mais rapidamente que outras
comportas que podem ser usadas em eclusas.
2.5. Comporta basculante
• Tabuleiro articulado na aresta comum a soleira.
• Descarga é por cima o paramento para não interferir no escoamento.
• Elemento principal de controle de vertedores.7Áltura máxima de represamento é em torno
de 5 m.
• Pode compor com as de segmento e vão formando uma comporta mista, com as seguintes
vantagens:
o Regulação sensível do nível do reservatório
o Eliminação de corpos flutuantes
o Descarga de grande volume pelo acionamento conjunto
• Dificuldades: posição de abertura intermediária faz com que fique submetida a oscilações
devido à ocorrência de depressões sob a veia líquida vertente. (?????)

3. Tomadas d’água e casa de força


3.1. Tomadas d’água
• Projetadas para retirar água dos cursos d’agua, lagos ou reservatórios.
• Captam e conduzem a água para os órgãos adutores, regulam a vazão e impedem a entrada
de corpos indesejáveis.
• Utilizadas para irrigação, abastecimento, geração de energia, navegação, e diluição de
esgoto.
• Emboque em formato de sino, um ou mais mecanismos de abertura e fechamento.
• Atenção especial para o comportamento das pressões junto às paredes devido a problemas
de cavitação nas estruturas ou máquinas.

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• Principal problema: vórtices devido ao engolimento do ar, comprometendo a vazão e
gerando vibrações que reduzem o rendimento do sistema. É necessário os pilares
separadores, anti-vórtices.

3.2. Casa de força


• Dimensionada em função do tipo de máquina a ser empregada.
• Equipamentos: movimentação de turbina e seu gerador elétrico.
• Tipos de turbina hidráulica:
o Pelton: turbinas de ação, transformam a energia cinética em mecânica pelo impacto
do jato sobre as placas de uma roda. Eficientes para quedas acima de 60m e comum
seu uso entre 500 e 1000m.
o Turbina Francis: máquinas do tipo reação, energia cinética e de pressão são
convertidas em energia mecânica. Apropriada para quedas entre 30 e 300m.
o Turbina Kaplan: também consideradas como turbina de reação. O formato mais
comum é o ‘hélice de avião’ ou ‘ventilado’. Apropriadas para turbinas até 30m.

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