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2
Fluxo de água através de meios porosos
2.1.
Equações governantes
∂q x
ADD´A´ é q x + ∆x ∆y∆z , considerando uma taxa de variação do fluxo
∂x
∂q x
ao longo do comprimento ∆x que separa a face posterior da face frontal do
∂x
elemento de volume.
A vazão final na direção x no interior do elemento é expressa por
x x x ∂q x ∂q
∆Q elemento = Q ent - Q saida = q x ∆y∆z − (q x + ∆x )∆y∆z = - x ∆x∆y∆z (2.1)
∂x ∂x
Figura 2.1 – Volume de material poroso submetido a fluxo de água no regime laminar
(Marino e Luthin, 1982)
25
x ∂ qx
∆M elemento =- ∆x∆y∆z (2.2)
∂x
∂ qy
y
∆M elemento = - ∆x∆y∆z (2.3)
∂y
∂ qz
z
∆M elemento = - ∆x∆y∆z (2.4)
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∂z
∂ qx ∂ q y ∂ qz
∆M elemento = - + + ∆x∆y∆z (2.5)
∂x ∂y ∂z
∂h
q x = -k x
∂x
∂h
q y = -k y (2.8)
∂y
∂h
q z = -k z
∂z
∂ ∂h ∂ ∂h ∂ ∂h ∂
kx + ky + kz = (2.10)
∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z ∂t
∂ ∂h ∂ ∂h ∂ ∂h
kx + ky + kz = 0 (2.11)
∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
∂ 2h ∂ 2h ∂ 2h
∇2 h = + + = 0 (2.12)
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
27
2.2.
Soluções da equação bidimensional de Laplace
∂ 2h ∂ 2h
∇2 h = + = 0 (2.13)
∂x 2 ∂y 2
2.2.1.
Método analítico
2.2.2
Modelos físicos
2.2.2.1.
Modelos de areia
2.2.2.2.
Modelos de placas (Hele-Shaw)
∂ u ∂ u
q mx = - k m . (z + ) q mz = k m . (z + ) (2.15)
∂x γ ∂z γ
2.2.2.3.
Modelos elétricos
1 ∂V
Ix = -
R x ∂x
1 ∂V
Iy = - (2.16)
R y ∂y
1 ∂V
Iz = -
R z ∂z
31
2.2.3.
Método dos fragmentos
resultando portanto em
n n
Q
∆h = ∆h i = φi (2.19)
i =1 k i =1
L
I φ=
a
K
φ=
K´
II
π.s
m = sen
2T
K
φ=
K´
III π.s π.b π.s
m = cos tan h 2 + tan2
2T 2T 2T
s≥ b:
b
φ = ln 1 +
a
IV
b≥s:
s b−s
φ = ln 1 + +
a T
35
L ≤ 2s :
V L
φ = 2 . ln 1 +
2a
L ≥ 2s :
s L − 2s
φ = 2 . ln 1 + +
a T
L > s'
+ s ''
:
s' s ''
φ = ln 1+ 1+
a' a ''
L − (s ' )
+ s ''
+
T
L = s'
+ s ''
:
s' s ''
φ = ln 1+ 1+
VI a' a ''
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L < s'
+ s ''
:
b' b ''
φ = ln 1+ 1+
a' a ''
onde :
L + (s ' )
− s ''
b '=
2
L − (s ' )
− s ''
b '=
2
h1 − h hd
VIII Q=k . ln
cos α hd − h
a2 a + h2
IX Q=k . 1 + ln 2
cot β a2
36
Π
2
onde dφ é a integral completa elíptica de primeiro tipo com
K=
0 1 − m 2sen 2φ
Π
2
módulo m e K '= dφ é a integral completa elíptica de primeiro tipo
2
0 1 − m' sen 2φ
com módulo complementar m '2 = 1 − m 2 de tal forma que K (m ') = K '(m) . Valores de
K/K’ e K’ /K estão sumarizados na tabela 2.2.
2.2.4.
Redes de fluxo
Figura 2.5 – Rede de fluxo no caso de bombeamento do lençol freático (Urbano, 1999)
h pP = h P − heP (2.24)
e a correspondente poropressão multiplicando o valor da carga de pressão pelo
peso específico do fluido (no caso água) γ w
u P = h pP γ w (2.25)
rede ao longo da direção das linhas de fluxo. Caso se necessite de uma maior
precisão do valor do gradiente hidráulico, pode-se refinar localmente a rede de
fluxo subdividindo-se a região do ponto P em “quadrados” menores.
No caso de fluxo permanente em solos anisotrópicos, a rede deve ser
desenhada em um domínio transformado, modificando-se a escala do desenho na
direção da permeabilidade principal maior. Para solos estratificados ou
compactados, esta direção é geralmente a horizontal, fazendo com que as
abscissas x que descrevem a geometria do problema sejam transformadas para xT
de acordo com
ky kx
xT = x ou x = xt (2.26)
kx ky
Figura 2.6 - Fluxo através da interface de solos com diferentes permeabilidades (Scott,
1968)
2.2.5.
Método das diferenças finitas
Figura 2.7 – Convenção para numeração no método das diferenças finitas (Scott, 1968)
h 1 = h 0 + ∆x
∂h
+
(∆x )2 ∂ 2h
+
(∆x )3 ∂ 3h
+ (2.29a)
∂x 0 2! ∂x 2 0
3! ∂x 3 0
h 3 = h 0 − ∆x
∂h
+
(∆x )2 ∂ 2h
−
(∆x )3 ∂3h
+ (2.29b)
∂x 0 2! ∂x 2 0
3! ∂x 3 0
−
(∆x )2 ∂4h
−
12 ∂x 4 0
41
da ordem −
(∆y )2 ∂ 4h
−
12 ∂y 4 0
Figura 2.8 – Solos de diferentes permeabilidades pelo método das diferenças finitas
(Scott, 1968)
h 1 + h 2 + h 3 + h '4 − 4h 0 = 0 (2.35)
h 1 + h '2 + h 3 + h 4 − 4h 0 = 0 (2.36)
Subtraindo-se (2.36) de (2.35) resulta
h 2 − h '2 + h '4 − h 4 = 0 (2.37)
Porém, a velocidade normal à interface deve ser igual em cada camada, em
virtude da continuidade do fluxo,
∂h ∂h
k1 = k2 (2.38)
∂n 1 ∂n 2
Figura 2.9 – Representação gráfica para os casos: (a) nó interior, (b) contorno
impermeável, (c) cortina impermeável (Harr, 1977)
43
2.2.6.
Método da caminhada aleatória (método de Monte Carlo)
2.2.7.
Método dos elementos finitos
[B ] [C ][B ]dV
n
[K ] (i −1) = (m ) T ( m )(i −1) (m ) (m )
(2.43)
m =1V ( m )
onde [K ]
( i −1)
é a matriz de fluxo global na iteração (i-1) considerando os n
[ ]
elementos da malha, B ( m) é a matriz que relaciona gradientes com cargas
[ ]
hidráulicas nodais no elemento m, C ( m)(i −1) é a matriz das permeabilidades
principais na iteração (i-1).
46
(2.44a)
onde {∆r} é o vetor global das cargas hidráulicas nodais, {R}é o vetor das
i
cargas hidráulicas nodais prescritas nos contornos e {F (i −1) } o vetor das cargas
hidráulicas balanceadas na iteração (i-1) expresso por,
{F }= [B ] [C ][B ]{ r } dV
n
( i −1) (m ) T ( m ) ( i −1) (m ) ( i −1) (m )
(2.44b)
m =1 V ( m)
O vetor das cargas hidráulicas nodais acumuladas pode então ser atualizado.
{r}i = {r}i −1 + {∆r}i (2.45)
Uma nova iteração deve ser realizada caso o critério de convergência abaixo
não seja satisfeito dentro de terminada tolerância especificada pelo usuário
{∆ r ( i ) } 2
{r ( i ) } 2
<<1 (2.46)
hp hp
valor limite 10 −4 k correspondente a uma carga de pressão k
= = 1 , ou
h p 0,7
2.3.
Solução numérica da equação tridimensional de Richard
causadas basicamente por mudanças na variável (ua – uw), ou seja, por variações
somente da poropressão já que a pressão do ar é mantida constante. Esta é a
situação, por exemplo, de percolação através de barragens de terra ou
rebaixamento do lençol freático, casos examinados nos capítulos de exemplo.
Logo, a variação do teor de umidade volumétrico pode ser relacionada com
a variação da poropressão através de
∂θ = m w u w (2.48)
u w = γ w (h − z) (2.49)
∂ ∂h ∂ ∂y ∂ ∂h ∂h
kx + ky + kz = mw γw (2.50)
∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z ∂t
50
ou
[K ]{H} + [M ]{H}= {Q} (2.52)
onde
[K ] = ([B]T [C][B]dV ) − matriz de fluxo (2.52a)
V
com
H = carga hidráulica nodal
H = ∂H / ∂t = derivada no tempo da carga hidráulica nodal
[B] = matriz dos gradientes de fluxo
[C] = matriz das condutividades hidráulicas
[N] = matriz das funções de interpolação
q = fluxo prescrito no contorno por unidade de área
onde
∆t = incremento de tempo
ω = fator entre 0 e 1, selecionando o algoritmo de integração no tempo
51
2.4.
Fluxo em meios não-saturados
estes casos a condutividade hidráulica não é mais um valor constante mas varia
com mudanças do teor de umidade volumétrico e de poropressão.
A solução do problema de fluxo através de meios não-saturados é, portanto,
mais complexa do que para meios saturados em virtude desta interdependência
entre os valores do coeficiente de permeabilidade e da carga de pressão, descrita
pela função de condutividade hidráulica (figura 2.14). No caso de fluxo transiente,
é ainda necessário conhecer-se a variação do teor de umidade volumétrico com a
poropressão, relação esta expressa pela função do teor de umidade volumétrico ou
função característica de sucção, conforme figura 2.15.
Uma análise geral de processos de fluxo através de meios porosos portanto
requer o conhecimento de ambas as funções com base na realização direta de
ensaios de laboratório ou por meio indireto através de correlações. A função do
teor de umidade volumétrico pode ser aproximada com base na curva de
distribuição granulométrica e a função de condutividade hidráulica pode ser
obtida utilizando-se a função do teor de umidade volumétrico e o coeficiente de
permeabilidade na condição saturada.
53
2.4.1.
Determinação indireta da função de condutividade hidráulica
Figura 2.16 – Esquematização da trajetória de fluxo desde a saturação até atingir o teor
de umidade residual. (Krahn, 2004)
55
Figura 2.17 – Funções do teor de umidade volumétrico para areia fina, silte e argila (Ho,
1979)
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2.4.1.1.
Método de Fredlund, Xing e Huang (1994)
θ (e yi ) − θ (ψ )
θ '(e yi )
N
yi
i= j e
k (ψ ) = k s (2.56)
θ (e ) − θ s
θ (e )
N yi
' yi
i =1 e yi
onde:
k(ψ) = coeficiente de permeabilidade na sucção ψ(m/s);
ks = coeficiente de permeabilidade na condição saturada (m/s);
θ = teor de umidade volumétrico
θs = teor de umidade volumétrico na condição saturada
N = número de intervalos de integração ao longo da curva característica de
sucção;
56
e = constante 2,71828
yi = logaritmo da sucção no meio do intervalo [i, i+1];
i = número do intervalo de integração
j = intervalo de integração correspondente à sucção ψ;
ψ = sucção correspondente a jth intervalo
θ´= derivada da função
θs
θ = C (ψ )
{ln [e + (ψ / a)
n
]}
m (2.57)
onde
a, = parâmetro da função de teor de umidade volumétrico relacionado com o
valor de entrada de ar (figura 2.18);
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ψ
ln 1 +
Cr
C (ψ )= 1− (2.58)
ln 1 + 1000000
Cr
onde
Cr = constante relacionada com a sucção mátrica no teor de umidade
volumétrico residual. Um valor típico é aproximadamente 1500 kPa.
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Figura 2.18 – Curva de adsorção e dessorção para um solo de silte (Fredlund, Xing e
Huang, 1994)
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2.4.1.2.
Método de van Genuchten (1980)
kψ =k .
[1 − (aψ ( n −1)
)* (1 + (aψ ) )
n −m
2
] (2.59)
[(1 + aψ ) ]
s m
n 2
onde:
ks = coeficiente de permeabilidade na condição saturada;
a,n,m = parâmetros para ajuste da curva com (m = 1-1/n), n >1
1 dθ p
Sp = . (2.60)
(θ s − θ r ) d (logψ p )
1 (1− m )
1
a= 2 −1 (2.61c)
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m
ψP
2.4.2.
Determinação indireta da função do teor de umidade volumétrico
2.4.2.1.
Método de Fredlund e Xing (1994)
O método consiste de uma solução analítica que pode ser usada para
obtenção da função de teor de umidade volumétrico θψ caso sejam conhecidos os
valores de um conjunto de parâmetros de ajuste da curva (a, n, m).
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θs − θr
θψ = θ r + m
n
ψ (2.62)
ln e +
a
onde:
θr = teor de umidade volumétrico residual
θs = teor de umidade volumétrico saturado
O parâmetro a, que tem unidades de kPa, é o ponto de inflexão da função de
teor de umidade volumétrico, sendo ligeiramente maior do que o valor de entrada
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θs
m = 3.67 ln (2.65)
θi
1.31m+1
n= 3.72sψ i (2.66)
mθ s
onde:
ψi = sucção correspondente ao teor de umidade volumétrico θi onde ocorre o
ponto de inflexão da curva característica de sucção;
s = inclinação da tangente à função de teor de umidade volumétrico no
ponto de inflexão da curva.
θi
s= (2.67)
ψ p −ψ i
2.4.2.2.
Método de van Genuchten (1980)
onde:
a, n, m são parâmetros de ajuste da curva.
ψ 50
a= (2.69)
(2 1/ c
−1 )
1/ b
considerando
θs + θr
ψ 50 = (2.70)
2