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Nos dois primeiros anos de vida, teremos como a maior causa de mortalidade as malformações
congênitas, a prematuridade e a síndrome da morte súbita de lactante. Após esse período, a
partir de um ano de idade, as causas mais comuns são acidentes, malformações e tumores
malignos.
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS
Congênito significa nascido com. São defeitos morfológicos presentes ao nascer. Cerca de 3%
dos nascidos vivos nos EUA apresentam malformações congênita. Nós achamos que cerca de
20% de todos os óvulos fecundados são tão anômalos que nunca se desenvolveriam em um
concepto viável, são eliminados naturalmente pela natureza, são os abortos espontâneos.
Outras malformações podem causar aborto espontâneo, sobrevida uterina prolongada e até
mesmo natimortos, crianças que nascem mortas. E algumas outras malformações podem
permitir a sobrevida da criança.
Definições:
Atresia - ausência de abertura em um órgão visceral oco, o órgão oco fica fechado. Por exemplo:
esôfago, traqueia e intestino.
CAUSAS DE MALFORMAÇÕES
Causas genéticas: Anormalidades cromossômicas, 10ª 15% nascidos vivos com malformações
terão problema cromossômico. A grande maioria de 80 a 90% com essas anormalidades morrem
na vida intrauterina. São defeitos na gametogênese, na hora de fazer o gameta. Não são
hereditários. E os exemplos são: Síndrome de Down, Klinefelter, Turner, Patau (13) e Edwards
(18).
Causas ambientais: Vírus, muito comum uma mulher que está grávida pegar rubéola que causa
catarata, defeitos cardíacos, surdez e retardo mental; sarampo; citomegalovírus que causa
retardo mental, microcefalia e surdez.
Álcool, teratogênico mais utilizado, gera várias anomalias estruturais, déficits cognitivos e
comportamentais. Síndrome alcoólica fetal, causa retardo do crescimento, microcefalia,
defeitos septo atrial, hipoplasia maxilar, fendas palpebrais curtas. Radiação em elevadas doses
podem causar microcefalia, defeitos cranianos, cegueira e espinha bífida. Diabetes materno,
hiperinsulinemia resulta em macrossomia, anomalias cardíacas, defeitos no tubo neural e outras
malformações do SNC.
Causas multifatoriais: é a interação entre fatores ambientais e genéticos. Por exemplos: Luxação
congênita de quadril, a criança tem uma depressão acetabular superficial, que é genético,
associada a parto de nádegas, médico puxa as pernas do bebê. Defeitos do tubo neural, já tem
a predisposição genética associada a deficiência materna de folato, causando um problema no
SNC.
Se é no período embrionário inicial, nas três primeiras semanas de gravidez, geralmente essas
injurias causam morte e aborto. Entre a terceira e nonas semanas, susceptibilidade extrema a
teratogênese, vai nascer com anormalidades, principalmente quarta e quinta semanas, pois
estão se formando os órgãos. E se for depois da 12 semana, período fetal, tem o retardo do
crescimento ou lesão de órgãos já formados.
Na primeira e segunda semana não dá problema, mas se tiver problemas nessas semanas vai
resultar em morte. Para o SNC até a 6 semana, o coração, também, começa a se formar. Olhos
já é mais para o final da gravidez. A genitália externa que se forma na 16 semana até o fim.
Prematuridade
Ruptura prematura das membranas placentárias pré termo: 3% gestações e 1/3 de todos os
partos prematuros.
Infecção intrauterina - 25% dos partos prematuros. Pode ocorrer corioamnionite (infecção das
membranas) e funisite (infecção do cordão umbilical). Os microrganismos causadores mais
comuns são Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, Gardnerella vaginalis, Trichomonas,
Gonorrhea e Clamydia. A ativação de receptores tipo toll por esses microrganismos desregulam
produção de prostaglandinas levando a contração do miométrio e a expulsão do concepto antes
da hora (parto prematuro que ocorre antes das 37 semanas).
Prematuros fazem com muito mais frequência, na hora do parto, hemorragia intraventricular,
hemorragia craniana.
Incidência de 60% em nascidos antes da 28ª semana e menos de 5% após a 37ª semana. Quanto
maior a idade gestacional, menor a incidência dessa síndrome. A incidência é inversamente
proporcional a idade gestacional.
A gente usava e ainda usa muito corticosteroides na mãe que está desenvolvendo trabalho de
parto prematuro para prolongar a gestação ao máximo. Quando não consegue mais prolongar
e o bebê prematuro nasce usa corticosteroides nele para reduzir a SAR por meio da indução da
produção de lipídeos para o surfactante e apoproteína.
Morfologia do órgão com SAF na biópsia: macroscopicamente os pulmões são sólidos, sem ar,
roxo-avermelhados e afundam em água. Microscopicamente os alvéolos são mal desenvolvidos,
com colapso, com membranas hialinas.
Evolução clínica: típico RN com SAR é pré termo com peso adequado para idade gestacional. Se
o parto não puder ser adiado até que haja síntese adequada de surfactante, a terapia será
reposição de surfactante sintético (Survanta) e oxigênio, com recuperação iniciando em 3 a 4
dias. Antes da existência do surfactante sintético a maioria dos RN prematuros morriam.
Se der muito oxigênio para a criança pode ocorrer retinopatia da prematuridade pela
neovascularização da retina. A criança fica cega porque usou muito oxigênio.
Enterocolite necrosante
Induzindo mediadores inflamatórios – PAF (fator ativador de plaquetas) que causa apoptose do
enterócito e migração transmural de bactérias.
Vai haver fezes sanguinolentas, distensão abdominal e colapso circulatório progressivo, necrose
coagulativa da mucosa com ulceração e bolhas de gás submucosas.
Hidropisias fetais
Acúmulo de líquido de edema no feto durante o crescimento intrauterino. Esse acúmulo pode
ser variável: de localizado a generalizado. Podem ocorrer formas não letais, mas quando
generalizado geralmente é fatal.
Não é o edema que é mortal, é o que causou o edema normalmente. E a causa mais comum é a
hidropisia imune.
Hidropisia imune
Doença hemolítica causada por incompatibilidade entre o grupo sanguíneo da mãe e do feto.
A imunização da mãe por antígenos presentes nas hemácias do feto seguida da passagem de
anticorpos maternos através da placenta para dentro do feto, atacando-o.
Geralmente ocorre na segunda gravidez, não na primeira porque os eritrócitos fetais podem
alcançar a circulação materna durante o parto ou no terceiro trimestre e vão sensibiliza-la, ela
cria anticorpos.
O Rh, que é o mais comum, a mãe é Rh- e o filho Rh+. Aí vai criar anticorpos contra esse Rh do
filho. Ou é o grupo sanguíneo ABO que é incompatível, que é menos comum.
A exposição inicial provoca produção de IgM, que não atravessam a placenta. A gravidez
subsequente pode ativar produção de IgG materna que atravessa a placenta e ataca o segundo
filho.
Esse ataque vai causar anemia, se a anemia é leve, a hematopoese pode compensar, se é a
grave, vai nascer anêmico, com isquemia cardíaca isquemia cardíaca e hepática, com
descompensação e falência.
A pressão oncótica reduzida (não vai ter proteína) e a falência cardíaca por causa da anemia
levam a edema generalizado que é a hidropisia.
Vai desenvolver icterícia pela hemólise e liberação de bilirrubina não conjugada, que passa pele
barreira hematoencefálica do feto e causa lesão SNC (kernicterus) que é outra causa de morte
na hidropsia imune.
O tratamento para os ictéricos é a fototerapia (exposição à luz) que pode oxidar a bilirrubina
não conjugada e pode ser excretada.
Em casos graves pode ser realizada ex-sanguíneo transfusão (tira todo o sangue do bebê para
tirar todos os anticorpos da mãe e faz-se transfusão de todo o sangue do RN).
Causas, nenê com defeitos cardiovasculares com ICC (insuficiência cardíaca congestiva),
anomalias cromossômicas com anomalias cardíacas, anemia fetal sem relação com hemólise
imune, gravidez gemelar homozigótica com transfusão gêmeo-gêmeo por anastomose das duas
circulações, um nenê parasita o outro, por exemplo, e um nasce com anemia e com hidropisia.
Achados variam conforme a gravidade da doença e a etiologia. Mas no geral, tem um feto e
placenta pálidos, com hepatoesplenomegalia porque faz hiperplasia da medula óssea e
eritropoiese extra medular no fígado, baço e linfonodos, podendo ocorrer nos rins, pulmões e
coração, também há lesão de SNC (kernicterus) com bilirrubina sanguínea acima de 20mg/dl.
Fenilcetonúria
Doença autossômica recessiva com mutações no gene fenilalanina hidroxilase que converte
fenilalanina em tirosina para que ela possa ser usada no metabolismo.
O diagnóstico precoce é o teste pezinho que diagnostica o hipotireoidismo que causa cretinismo,
e a fenilcetonúria. Quando diagnosticada a fenilcetonúria, o bebê deve ter uma dieta sem
fenilalanina.
Fibrose cística
Distúrbio autossômico recessivo que afeta transporte de íons da célula epitelial, causando
secreção de líquido anormal nas glândulas exócrinas, mucosas respiratória, gastrointestinal e
reprodutiva.
codificam a fenilalanina na posição do aminoácido 508 (ΔF508) e que fazem com que a pessoa
tenha problema em relação aos eletrólitos.
A paciente homozigóticos para mutação ΔF508 apresentam doença clínica grave (fibrose cística
clássica) incluindo insuficiênicia pancreática e vários graus de dano pulmonar.
Nas glândulas salivares: frequentemente apresentam dilatação progressiva dos ductos. Nos
pulmões: estão envolvidos na maioria dos casos, com as mais sérias complicações da fibrose
cística. Apresentam secreções viscosas que bloqueiam e dilatam bronquíolos e também
infecções sobrepostas e abscessos são comuns por Staphylococcus aureus, Pseudomonas
aeruginosa e Heamophylus influenzae são comuns. Geralmente morrem de pneumonia ou
insuficiência respiratória. No trato genital masculino, 95% pacientes masculinos que sobrevivem
até idade adulta apresentam infertilidade e azoospermia (não possuem espermatozoides).
Frequente achado é agenesia bilateral dos deferentes.
Aspectos clínicos: insuficiência pancreática exócrina ocorre em 90% pacientes, com fezes
gordurosas, volumosas e fétidas, distensão abdominal e deficiente ganho de peso, com falha de
absorção de vitaminas lipossolúveis. Complicações cardiorrespiratórias por infecções
pulmonares recorrentes, DPOC e cor pulmonale representam cerca de 80% das causas de morte.
Doença hepática.
Morte súbita de lactente com menos de um ano de idade que persiste inexplicável depois de
cuidadosa investigação do caso, incluindo necropsia completa, exame da cena da morte e
revisão da história clínica.
Sabe-se que estes são fatores de risco: idade jovem materna, tabagismo e uso abusivo álcool,
prematuridade e baixo peso ao nascer.
Virtualmente qualquer tumor pode ser encontrado em crianças, mas os mais comuns são
tumores de origem mesenquimal, diferente dos adultos, onde a maioria. É de tumores de origem
epitelial, carcinomas. Sarcomas, linfomas e leucemias são os mais comuns em crianças.
Tumores benignos
Acadêmica: Ana Carolina Lopes de Souza
Prof Dr Marcos Valério Zschornack
Os hemangiomas são os mais comuns, a maioria localizada na pele (face e couro cabeludo). Eles
podem aumentar durante o crescimento, porém, alguns podem regredir espontaneamente e
raramente se tornam malignos.
Podem representar uma faceta de distúrbio hereditário, como p.ex. doença de von Hippel-
Lindau pode cursar com o hemangioma, cistos renais, câncer de rim e outras coisas. É uma
doença autossômica dominante que pode ter a formação de hemangiomas também.
Os teratomas podem ocorrer como lesões benignas bem diferenciadas (teratomas maduros),
lesões com potencial indeterminado (teratomas imaturos) ou teratomas malignos. Os teratomas
sacrococcígeos representam 40% ou mais os casos.
Dentre os teratomas, 75% deles são benignos, 12% são malignos e 10% associados a outras
anomalias congênitas.
Tumores malignos
Incidência e tipos:
Leucemias - mais mortes abaixo dos 15 anos que todos os outros combinados
Retina (retinoblastoma)