A publicidade infantil é todo esforço midiático, com objetivo de estimular a
compra, destinado a menores de 12 anos, faixa etária que caracteriza a infância de acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Por ser um público extrema- mente sugestionável, persuadido com facilidade, as crianças são vistas pelas empresas como parte relevante do mercado. Estas são facilmente manipuladas pela mídia, que as incentiva a adquirir deter- minados produtos, sendo eles: jogos, brinquedos, artigos colecionáveis, entre ou- tros. Dessa forma, a publicidade direcionada ao público infantil é abusiva pois se apro- veita da deficiência de julgamento da criança. Além da menor experiência de vida e de menor acúmulo de conhecimentos, a criança ainda não possui a sofisticação intelec- tual para abstrair as leis (físicas e sociais) que regem esse mundo, para avaliar critica- mente os discursos que terceiros fazem a seu respeito. A publicidade infantil expõe as crianças, sendo assim, um abuso da imagem desses indivíduos. O ideal é que a publicidade não seja dirigida à criança, mas sim diri- gida ao adulto, que é quem tem o poder de compra. Tendo em vista a realidade abusiva da propaganda infantil, é necessário que o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e o Conanda (Conse- lho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente), em parceria, providenciem uma análise ainda mais criteriosa dos anúncios publicitários dirigidos à primeira infância, a fim de verificar as técnicas de indução utilizadas. Ademais, a família e o sistema educa- cional brasileiro devem proporcionar às crianças uma educação relacionada a questões analíticas e argumentativas para que, já na adolescência, possam distinguir de maneira cautelosa as intenções dos órgãos publicitários e a validez das propagandas. Dessa forma, será possível conter os abusos e estabelecer justiça nesse contexto.