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Quem sabe o que é melhor para elas?

Autor: Helene Estephany Silva de Andrade

A publicidade infantil é todo esforço midiático, com objetivo de estimular a


compra, destinado a menores de 12 anos, faixa etária que caracteriza a infância de
acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Por ser um público extrema-
mente sugestionável, persuadido com facilidade, as crianças são vistas pelas empresas
como parte relevante do mercado.
Estas são facilmente manipuladas pela mídia, que as incentiva a adquirir deter-
minados produtos, sendo eles: jogos, brinquedos, artigos colecionáveis, entre ou-
tros. Dessa forma, a publicidade direcionada ao público infantil é abusiva pois se apro-
veita da deficiência de julgamento da criança. Além da menor experiência de vida e de
menor acúmulo de conhecimentos, a criança ainda não possui a sofisticação intelec-
tual para abstrair as leis (físicas e sociais) que regem esse mundo, para avaliar critica-
mente os discursos que terceiros fazem a seu respeito.
A publicidade infantil expõe as crianças, sendo assim, um abuso da imagem
desses indivíduos. O ideal é que a publicidade não seja dirigida à criança, mas sim diri-
gida ao adulto, que é quem tem o poder de compra.
Tendo em vista a realidade abusiva da propaganda infantil, é necessário que o
Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e o Conanda (Conse-
lho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente), em parceria, providenciem uma
análise ainda mais criteriosa dos anúncios publicitários dirigidos à primeira infância, a
fim de verificar as técnicas de indução utilizadas. Ademais, a família e o sistema educa-
cional brasileiro devem proporcionar às crianças uma educação relacionada a questões
analíticas e argumentativas para que, já na adolescência, possam distinguir de maneira
cautelosa as intenções dos órgãos publicitários e a validez das propagandas. Dessa
forma, será possível conter os abusos e estabelecer justiça nesse contexto.

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