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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BOTUCATU


CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PRODUÇÃO INDUSTRIAL

ERICK DE OLIVEIRA PAZZETTO

PROJETO DE PESQUISA:
A IMPORTÂNCIA DA FÍSICA NA INDÚSTRIA

BOTUCATU – SP
AGOSTO – 2010
Para que servem os físicos na
indústria?
Procurando responder desde já a esta questão, eu diria que servem para pouco.
Creio que existirão duas razões para tal. Em primeiro lugar, o tecido industrial em
Portugal é frágil em exigências científicas e tecnológicas evoluídas e mais graves ainda,
as empresas e os industriais não compreenderam ainda a necessidade de investir na base
de conhecimento e de atividades que lhes vai determinar a competitividade no futuro.

Por outras palavras, do lado da procura as exigências industriais são escassas, e,


quando existem, são modestas. Em segundo lugar, as licenciaturas e pós-graduações em
Física e também em Engenharia Física não estão adaptadas ao mundo moderno e de
evolução vertiginosa em que começamos a mergulhar, e não dotam os licenciados das
ferramentas intelectuais e técnicas necessárias para que eles possam passar a ser
sentidos como instrumentos e modernidade, inovação e competitividade das empresas.

Por outras palavras, do lado da oferta as disponibilidades estão desaptadas.


Tendo eu contribuído decisivamente para a contratação de 30 licenciados, 15 mestres e
5 doutorados nos últimos dois anos na minha empresa, entre os quais dois licenciados e
um doutorado em Física, sinto-me capaz de fazer estas afirmações com alguma
segurança. Em primeiro lugar, do lado da procura as exigências ndustriais são escassas
e, quando existem, são modestas. Isto ocorre por razões variadas, a mais importante das
quais poderá ser o facto de a sociedade portuguesa não ser muito dada a estas questões
de ciência, tecnologia e indústria, privilegiando as transacções comerciais e, dentro
destas, preferindo as que são relativamente pouco exigentes. David Landes, da
Universidade de Harvard, documenta bem esta situação no seu magnífico livro “The
Wealth and Poverty of Nations” (Little, Brown and Co., 1998). Segundo este autor,

Portugal iniciou o seu declínio para as trevas quando começou a expulsar ou


matar populações aqui residentes e competentes em artes, ofícios e ciências a partir de
1497 e, por pressão da Igreja católica e de Espanha, permitiu a entrada da Inquisição
Espanhola no nosso território, em 1540, aplicando-a vigorosamente durante a década de
1580 sob a influência de Filipe II. Não mais estudantes portugueses da época foram
estudar para o estrangeiro, como até então ocorria, e a importação de livros passou a ser
controlada por inspetores designados pelo Santo Ofício da Inquisição. Em 1547 surge
em Portugal a primeira lista de livros
proibidos, até que em 1624 a lista tinha já uma extensão notável, presumivelmente a
extensão considerada necessária para salvar todas as almas então existentes no País.

É de salientar que, em 1603, Diogo do Couto se referia já ao “espírito de


maldade e à falta de curiosidade desta nossa Nação Portuguesa”, enquanto Francis
Perry, enviado inglês a Lisboa, referia em 1670 que “o povo é tão pouco curioso que
cada pessoa apenas sabe o que lhe é estritamente necessário para viver”.

FÍSICA E INDÚSTRIA NO
BRASIL
O avanço do conhecimento em física tem criado oportunidades para o
surgimento de novos setores industriais, trazendo verdadeiras revoluções ao mundo dos
negócios e da criação de riqueza e empregos. Sem falarmos da energia nuclear, dois
outros exemplos ocorridos no pós guerra ilustram esta afirmação. Um deles foi a
invenção do transistor que, ao lado de gerar todo um novo ramo da física, a física do
estado sólido, ocasionou o surgimento da indústria de semicondutores e
microeletrônica, um dos setores mais dinâmicos e dinamizadores da economia mundial.
Outro caso foi a invenção do laser, que trouxe o ressurgimento da área de óptica físca e
geométrica ao mesmo tempo em que criou uma nova área da física, a eletrônica
quântica. O laser possibilitou uma série de criações industriais, das comunicações
ópticas à medicina e saúde, gerando um grande setor empresarial ligado à optoeletrônica
e à fotônica.

O impulso da física ao desenvolvimento industrial fez com que grandes


empresas como a Bell Telephone (depois AT&T e, depois ainda, Lucent Technologies),
a IBM e a GE dedicassem grande parte de seu esforço de P&D ao estudo de áreas da
física, especialmente a física do estado sólido. Um abrangente relato sobre o impacto
dos avanços na física na área de telecomunicações está no artigo de Brinkman e Lang,
"Physics and the communications industry". (2) Brinkman, o primeiro autor, foi
pesquisador e diretor nos Laboratórios Bell.

Os idealizadores dos Bell Labs tinham muita clareza sobre a importância da


física para o desenvolvimento de seu negócio, e um interessante e surpreendentemente
atual relato sobre as idéias seminais para a P&D industrial estão no artigo de Frank
Jewett (3), um de seus criadores, publicado em 1919 e de J.J Carty, seu precursor (4).
Diz Carty em seu discurso na reunião anual de engenheiros elétricos (4):
"Com o desenvolvimento da energia, da tração e da luz elétricas, após a invenção do
telefone, alguns dos grandes fabricantes de materiais elétricos criaram laboratórios de
pesquisa científica industrial que obtiveram reputação mundial. Vastas somas são gastas
anualmente em pesquisa industrial nesses laboratórios. Mas posso dizer com autoridade
que eles retribuem, a cada ano, com melhoramentos à arte nas empresas. Somados, eles
têm um valor muitas vezes maior que o custo total de sua produção. Dinheiro gasto em
pesquisa industrial apropriadamente dirigida, realizada sob princípios científicos,
certamente traz às empresas um retorno muito generoso."
Em 1920 C.E.K Mees publicava o livro The organization of industrial scientific
research (5) destacando no capítulo I que:

"É quase impossível encontrar algum tipo de trabalho científico em física ou química -
da física do átomo à química orgânica estrutural - que mais cedo ou mais tarde não vá
ter aplicação e importância direta para as indústrias.
Trabalhos de pesquisa fundamental como esses requerem laboratórios diferentes dos
laboratórios usuais de trabalho e pesquisadores diferentes daqueles empregados num
laboratório puramente industrial. Significam um laboratório grande, equipado com
esmero e com equipe de peso, empenhada por muitos anos em trabalho que não trará
remuneração, e que, por um tempo considerável, não chegará a nenhum resultado que
possa ser aplicado pelo fabricante. O valor de tal laboratório será cumulativo, à medida
que o trabalho continua. A princípio, ele será útil para a indústria por trazer novos
pontos de vista sobre muitos dos seus problemas.
Como se vê, há mais de um século outros países reconheceram a importância da
pesquisa para empresas industrais, defendendo e efetivamente gerando a existência de
departamentos de P&D financiados integralmente por e localizados dentro das
empresas.

Quando se trata de física, as associações profissionais tem realizado, em alguns


países, estudos que documentam a importância da física para o desenvolvimento da
indústria.
Na Inglaterra, o Institute of Physics (IoP) realizou em 2000 o estudo "The importance of
physics to the UK economy", no qual se identifica que "no ano 2000, 43% do emprego
em manufatura no Reino Unido estava em Indústrias Baseadas em Física (IBF)" e que
"de 1989 a 2000, 52.000 novas IBFs surgiram no Reino Unido". O IoP realiza estudos
como este a cada dez anos, com o objetivo de destacar a contribuição da física para a
nação e ganhar melhor visibilidade por parte do Parlamento e da opinião pública. Além
disso, esse tipo de estudo coleciona dados que permitem um melhor planejamento para
o desenvolvimento da física no Reino Unido.

No Canadá, o Comitê de Física do National Science and Engineering Research


Council (NSERC) realizou, em 1997, dentro de uma análise abrangente intitulada
"Review of Academic Physics", um "Estudo sobre o Impacto Econômico", coordenado
por P. Vincett. (6) O estudo analisou a magnitude relativa do investimento em pesquisa
na área de física e os resultados econômicos que a esses investimentos pudessem ser
atribuídos. Para tanto, acompanhou o desempenho de empresas originadas de projetos
financiados pelo NSERC, o impacto de graduados em física em empresas de vários
setores e os resultados de licenciamento de tecnologia praticados por instituições
financiadas pelo NSERC. Nesse estudo, as empresas spin-off acompanhadas
respondiam por um faturamento anual de US$ 109 milhões, contra um investimento
anual pelo NSERC na área de física de US$ 35 milhões.
PRINCIPIOS FÍSICOS FUNDAMENTAIS – HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA

Hidráulica e Pneumática é a tecnologia associada com a geração, controle e transmissão


de potência empregando fluidos pressurizados.
Um fluido é uma substancia que se deforma continuamente sob a aplicação de uma
tensão de cisalhamento, não importando quão pequena possa ser este tensão.
Uma força de cisalhamento é o componente tangencial da força que age sobre
a superfície e, dividida pela área da superfície, da origem a tensão de
cisalhamento média sobre a área

F
τ=
A
De acordo com os estados físicos da matéria, os fluidos compreendem as fases liquida e
gasosa. A distinção de um fluido e os demais estados possíveis da matéria
torna-se clara quando comparado um fluido, segundo a definição acima, com o
comportamento de um solido. Um sólido é uma substancia que se deformam
quando a tensão de cisalhamento é aplicada, mas não continua a se deformar.
Principio de Pascal:
O funcionamento dos sistemas hidráulicos e pneumáticos é determinado
fundamentalmente pelas leis que regem o comportamento de fluidos
confinados, tanto em repouso quanto em movimento constante ou variável. A
base para a transmissão de energia através de fluidos é o Principio de Pascal o
qual estabelece que “se uma força externa for aplicada sobre uma parcela de
área de um fluido confinado, a pressão decorrente será transmitida
integralmente a todo fluido e a área do recipiente que o contém”. Este princípio
pode ser estendido para demonstrar a transmissão e multiplicação de forças,
onde a aplicação de uma força de baixa magnitude é capaz de fazer com que
seja suportada uma força de maior magnitude. .

Aplicação do Princípio de Pascal para transmissão e multiplicação de forças.


PRINCÍPIOS GERAIS DA HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA

Por sua natureza, os sistemas hidráulicos e pneumáticos constituem-se em uma forma


concreta de aplicação dos princípios da mecânica dos fluidos compressível e
incompressível a qual embasa o desenvolvimento de componentes e circuitos.
Por outro lado, os conceitos de automação e controle estão intimamente relacionados
com a hidráulica e pneumática, pois esta área da tecnologia possui dispositivos para
atuação mecânica rotacional e translacional para uma vasta gama de forças, torques,
velocidades e rotações. O estudo da automação e controle engloba diversas áreas como
logística booleana, teoria e controle, metrologia e mecatrônica.
As maquinas e processos são projetados e construídos para cumprir objetivos variados
como produção de peças, embalagem de produtos, preparação de substancias, transporte
entre estações de trabalho etc. Essencialmente, estes objetivos são alcançados
principalmente por meio de ações mecânicas que produzem movimentos lineares ou
rotativos, conforme ilustrado nos exemplos a seguir.

Máquina injetora hidráulica


Figura2.2 – Equipamento pneumático para alimentação de máquina ferramenta
composto de: 1) Ventosas; 2) Esteira transportadora; 3) Máquina ferramenta;
4) Braço giratório; 5) Atuador rotativo; 6) Atuador de elevação; 7) Atuador
eletromecânico de elevação; 8) Painéis; 9) Guia linear; 10) Plataforma de
elevação.

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