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A1 - ENSINO, APRENDIZAGEM E FORMAÇÃO CONTÍNUA

Significados do Cuidar: Uma visão dos estudantes de enfermagem e dos


enfermeiros.

Autores

Manuel Carlos Rodrigues Fernandes Chaves*, Paulo Joaquim Pina Queirós**,


Manuel Augusto Duarte Mariz***, Elisabete Pinheiro Alves Mendes Fonseca****

Apresentadores

Manuel Carlos Rodrigues Fernandes Chaves*

Introdução: O Cuidar, conceito central em enfermagem influencia a teoria, investigação, prática e o ensino.
Cuidar é descrito como a "essência da enfermagem e característica central, dominante e unificadora" (Leininger,
1988, p. 152). Sabemos que o cuidar deve ser visto numa perspetiva pessoal, psicológica ou cultural (Morse,
1991; Meleis, 2012). Como imperativo moral, a essência está na preservação da dignidade do outro. Como afeto,
o cuidar revela-se nos sentimentos, empatia e dedicação. Este tem na sua essência a relação enfermeiro-utente.
Objectivos: Num contexto de investigação epistemológica da disciplina de enfermagem, são objetivos gerais do
estudo; conhecer os significados atribuídos e apropriados pelos enfermeiros e por estudantes de enfermagem
em formação relativos ao conceito cuidar, através da avaliação das diferentes dimensões apresentadas na EASC
em função de um conjunto de variáveis sociodemográficas tais como: idade, diferença de sexo e estado civil,
assim como em função do tempo de formação e experiência profissional.
Metodologia: O estudo realizado é de natureza quantitativa, do tipo exploratório-descritivo. Foi utilizada a Escala
de Avaliação do Cuidar – EASC (Bison, et al, 2013) com 44 itens, sustentada nas 5 dimensões ontológicas:
cuidar como característica humana, imperativo moral ou ideal, afeto, relação interpessoal e como intervenção
terapêutica (Morse, 1991). A amostra não probabilística de conveniência constituída por 251 respondentes a que
correspondem 122 estudantes do 1º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem (CLE), 48 estudantes
finalistas do 4º ano do CLE do ano letivo de 2014/2015 e 81 enfermeiros.
Resultados: Constituem a população 14.57% homens e 85.43% mulheres. Os enfermeiros, tem média de
exercício profissional de 14.08, e de idade 36.89, os estudantes do 1º ano 19.17, do 4º ano 23.87 anos. As
médias são mais elevadas na dimensão intervenção terapêutica e mais baixas no afeto e característica humana.
Não verificamos diferença de género nas cinco dimensões. Os estudantes do 4º ano pontuam mais e com
diferença estatisticamente significativa em relação aos do 1º ano e aos enfermeiros no total da escala e na
dimensão intervenção terapêutica. Os do 1º ano pontuam com significado, nas dimensões moral e característica
humana. Comparando todos os estudantes com os profissionais, os primeiros pontuam mais em todas as
dimensões e no total da escala, à exceção do afeto em que igualam. O mesmo quando comparamos solteiros
com casados. Agrupados em três grupos, iniciados, competentes e proficientes, peritos, os iniciados apresentam
pontuações mais elevadas à exceção do afeto que é mais elevado nos peritos.
Conclusões: Não há diferenças de género nos significados atribuídos ao cuidar. Verificam-se valores mais
elevados, no cuidar como intervenção terapêutica e mais baixos como afeto e como característica humana.
Cuidar como imperativo moral e característica pessoal/humana é mais forte nos estudantes do 1º ano. Os
estudantes do 4º ano valorizam o cuidar como intervenção terapêutica. Comparando enfermeiros com
estudantes, estes, obtém valores mais elevados em todas as dimensões. O cuidar como afeto tem pontuação
mais elevada nos casados e nos peritos. Por outro lado, os iniciados, valorizam o cuidar como intervenção
terapêutica, com significado moral e característica pessoal e humana.
Palavras-chave1: Enfermagem
Palavras Chave2: Teoria de enfermagem
Referências bibliográficas 1 (max. 4 - Norma APA): Bison, R.; Almeida, D.; Ferreira, J.; Ferreira, A. (2013).
Validación de la escala de evaluación del significado del cuidado Cultura de los Cuidados.17, 37. Disponível em:
http://dx.doi. org/10.7184/cuid.2013.37.09.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem Fundamental [mchaves@esenfc.pt]


** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem Fundamental [pauloqueiros@esenfc.pt]
*** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP - Reabilitação
**** ESEnfC, Enfermagem Fundamental [elisabete@esenfc.pt]
Referências bibliográficas 2 (max. 4 - Norma APA): Leininger, M. M. (1988). Leininger’s theory of nursing:
Cultural care diversity and universality. Nursing Science Quarterly, 1, 152-160.
Referências bibliográficas 3 (max. 4 - Norma APA): Meleis, A.I. (2012). Theorical nursing. Development and
progresso. 5th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer/Lippincott Williams & Wilkins.
Referências bibliográficas 4 (max. 4 - Norma APA): Morse, J. M. (1991). Comparative analysis of
conceptualizations and theories of caring. Journal of Nursing Scholarship, Vol. 23(2), 119-126.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem Fundamental [mchaves@esenfc.pt]


** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem Fundamental [pauloqueiros@esenfc.pt]
*** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP - Reabilitação
**** ESEnfC, Enfermagem Fundamental [elisabete@esenfc.pt]

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