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Unidade II
Aula 5 - Modalidades de Licitação
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Este curso foi elaborado pela Escola Nacional de Administração Pública – ENAP
E contou com a revisão do Tribunal de Contas da União – TCU
Permite-se a reprodução desta publicação, em parte ou no todo, sem alteração do conteúdo, desde que
citada a fonte e sem fins comerciais.
CONTEUDISTA
Edson Seixas Rodrigues (2005)
REVISÃO
Henrique Savonitti (2008)
Walter Salomão (2011)
Hanna Ferreira (2013)
Este material tem função didática. A última atualização ocorreu em Junho de 2017.
1. OBJETIVOS DA AULA............................................................................................................................. 4
2. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................... 4
3. CONCORRÊNCIA..................................................................................................................................... 8
3.1. Chamamento................................................................................................................................... 8
3.2. Obrigatoriedade.......................................................................................................................... 9
3.4. Prazo............................................................................................................................................... 10
4. TOMADA DE PREÇOS......................................................................................................................... 11
4.1. Chamamento................................................................................................................................ 11
4.2. Prazo............................................................................................................................................... 11
5. CONVITE.................................................................................................................................................. 13
5.1. Chamamento................................................................................................................................ 13
5.2. Alcance.......................................................................................................................................... 14
5.4. Prazo............................................................................................................................................... 15
6. CONCURSO............................................................................................................................................. 16
7. LEILÃO..................................................................................................................................................... 17
8. FRACIONAMENTO E PARCELAMENTO...................................................................................... 18
9. PONTO POLÊMICO.............................................................................................................................. 20
1. OBJETIVOS DA AULA
Tribunal de Contas da União
2. INTRODUÇÃO
Como as licitações são realizadas?
De acordo com o art. 22 da Lei 8.666/1993, as Licitações podem ser realizadas por meio
das seguintes modalidades:
• Concorrência
• Tomada de Preços
• Convite
• Concurso
• Leilão
As modalidades são formas determinadas para a condução dos trabalhos de uma licitação.
As modalidades são os procedimentos, o como fazer; já os tipos de licitação são o como julgar.
Atenção!
Não confundir modalidade de licitação com tipo de licitação.
Como vimos na Aula 3 da Unidade 1, Tipo de licitação diz respeito à forma como será jul-
gada a licitação. Já as modalidades, nos dizem como serão os procedimentos da licitação. O que
há é a combinação de modalidade com tipos de licitação. Por exemplo:
• Tipos de licitação: Menor Preço, Melhor Técnica, Técnica e Preço e Maior lance ou oferta.
• Concorrência;
• Tomada de preços;
• Convite;
• Concurso;
• Leilão;
• Pregão.
Vamos lembrar que o Pregão foi inserido no nosso ordenamento jurídico como modalida-
de de licitação por meio da edição da Lei 10.520/2002 (Lei do Pregão). Do ponto de vista prático,
é mais uma modalidade de licitação, devendo, no entanto, observar os procedimentos próprios
de sua execução dados pela Lei e pelos seus regulamentos. Já do ponto de vista acadêmico,
atentar para o fato de que ela não integra o rol de modalidades da Lei 8.666/1993. Apenas isso:
quando perguntarem pelas modalidades de licitação da Lei 8.666/1993, o pregão não está entre
elas, mas é uma das modalidades de licitação inseridas no nosso ordenamento jurídico de licita-
ções (Lei 8.666/1993 e Lei 10.520/2002)
1. Critério qualitativo
Por esse critério, a modalidade deverá ser definida em função das características do objeto
licitado, independentemente do valor estimado para a contratação. Por exemplo: licitações que
visem promover concessão de direitos real de uso, nas quais é obrigatório o uso da modalidade
concorrência.
No caso específico de concessão de direito real de uso, vamos observar que o critério não
se refere ao valor do objeto licitado (quantitativo), mas sim à característica do objeto (qualitativo),
que impõe uma certa modalidade.
2. Critério quantitativo
Por esse critério, a modalidade é definida em função do valor estimado para a contratação,
se não houver dispositivo que obrigue a utilização do critério qualitativo. Por exemplo: licitação
da modalidade tomada de preços para obras com valor estimado em 1,5 milhão de reais.
Assim, nas modalidades tradicionais da Lei 8.666/1993, o valor a ser contratado determina
os limites de escolha da modalidade: passou de 80 mil para bens e serviços, não se pode utilizar
o convite, por exemplo. Às demais modalidades tradicionais, aplicam-se o mesmo raciocínio.
Aplica-se também o critério qualitativo para se definir o critério quantitativo (escolha en-
tre as três modalidades segundo o valor da contratação). Melhor explicando: faz-se primeiro a
distinção do objeto da contratação. Se for obras e serviços de engenharia (critério qualitativo),
determina-se a modalidade (convite, tomada de preços ou concorrência) de acordo com o valor
estimado da contratação (critério quantitativo). Se for para compras e serviços que não de enge-
nharia (qualitativo), aplica-se o critério quantitativo para definir a modalidade.
Para pensar!
O § 8º do art. 22 da Lei 8.666/1993 diz textualmente que “É vedada a criação de
outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo.”
Aí, vem a Lei 10.520/2002 e logo no seu preâmbulo informa:
Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art.
37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para
aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.
E então, como ficamos? Lembram quando falamos sobre hierarquia das leis?
Estamos diante de um aparente choque de competência legislativa, em que uma lei contra-
diz outra lei. Diz-se aparente, pois é somente isso, aparente.
É certo que uma lei nova e específica pode acrescentar, no arcabouço legal ja existente, mais
um dispositivo. Se houver conflito, a hermenêutica indica que prevalece a lei mais nova em
relação à antiga.
No caso do pregão não houve conflito, já que a criação da nova modalidade não extinguiu as
existentes. Aliás, aplicam-se as disposições da Lei 8.666/1993 subsidiariamente ao pregão,
mostrando harmonia entre os dois normativos.
Para concluir, veja que é exatamente o que diz a antiga Lei de Introdução ao Código Civil
Brasileiro (Decreto-Lei 4.657/1942), agora chamada de Lei de introdução às normas do
Direito Brasileiro (conforme redação dada pela Lei 12.376/2010), em seu § 1º do art. 2º:
“A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja ela incom-
patível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.”
Possíveis respostas:
a. desfazer ou conceder: em regra, leilão para bens móveis e concorrência para bens
imóveis. Sendo possível, leilão para bens imóveis quando estes tiverem sido adquiridos
pela Administração por intermédio de procedimentos judiciais ou de dação em
pagamento, conforme art. 19 da Lei 8.666/1993 (critério qualitativo).
Segunda: não é bem ou serviço comum? Escala de valores do art. 22, da Lei 8.666/1993 (cri-
tério quantitativo) para escolha entre as modalidades da Lei 8.666/1993. O sítio Comprasnet nos
fornece uma tabela com esses valores, vejamos:
3. CONCORRÊNCIA
Tribunal de Contas da União
• Chamamento
• Obrigatoriedade
• Limite de valores
• Prazo
3.1. Chamamento
O que deve ser levada à publicação é apenas o aviso resumido do edital de licitação e não o
edital. Este fica à disposição dos interessados no órgão da Administração promotora do certame.
Em resumo, deve-se publicar nos respectivos diários oficiais e em jornal de grande circula-
ção. A exceção fica por conta de obras (apenas obras) que, ainda que executadas por estados,
Distrito Federal ou municípios, se forem custeadas com recursos federais, mesmo que parcial-
mente, ou forem garantidas por instituições federais, deverão ter os avisos publicados no Diário
Oficial da União.
3.2. Obrigatoriedade
A Concorrência deve ser adotada tanto pelo critério qualitativo quanto pelo quantitativo.
Podemos dizer que pela verificação do critério quantitativo ela é apropriada, quando as contra-
tações envolverem valores altos, conforme veremos logo adiante.
No entanto, ela é obrigatória em algumas situações, por expressa determinação legal, in-
dependente do valor da contratação:
• na alienação de bens imóveis, quando a aquisição desses bens tenha sido derivada de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados também
mediante leilão;
• ainda nas licitações internacionais, pode-se usar a modalidade Convite, quando não
houver fornecedor do bem ou serviço no País, sempre respeitando os valores de
contratação limites de cada modalidade
De acordo com o art. 23, caput, alíneas ‘c’ dos incisos I e II, da Lei 8.666/1993, a modali-
dade Concorrência é obrigatória para licitações com valores:
Embora seja a modalidade adequada para os casos previstos no art. 23, inciso I, alínea “c”
e inciso II, alínea “c”, que tratam dos limites de cada modalidade, a Concorrência também pode
ser utilizada para as faixas de preços inferiores (dentro dos limites das modalidades Tomada de
Preços e Convite), conforme art. 23, § 4° da Lei 8.666/1993, naturalmente, precedida de uma
avaliação da pertinência, cotejando-se a maior complexidade e exigências da Concorrência com
o objeto licitado.
3.4. Prazo
4. TOMADA DE PREÇOS
• Devidamente cadastrados ou
4.1. Chamamento
4.2. Prazo
O art. 23, caput, alíneas ‘b’ dos incisos I e II, da Lei 8.666/1993 prevê que a Tomada de
Preços pode ser realizada até o valor limite:
Para pensar!
Esse dispositivo que autoriza que tanto concorrência quanto tomada de preços pos-
sam ser usadas para licitações cujos valores orçados estejam abaixo dos limites le-
gais de seu uso obrigatório se explica no sentido de maior flexibilidade ao gestor
para a adoção de uma modalidade mais exigente, dependendo das circunstâncias da
futura contratação, ou mesmo maior exigência do objeto pretendido.
Vamos ver uma situação hipotética que exemplifica a situação.
Para a contratação de um objeto orçado em R$ 75.000,00 a Administração está autorizada
a adotar a modalidade convite. No entanto, usando a prerrogativa dada pelo art. 23, § 4°
da Lei 8.666/1993, o gestor decide adotar a tomada de preços, pois em assim fazendo ele
expande o universo de possíveis interessados, impõe um procedimento mais rigoroso de se-
leção, e o principal, possibilita que, na execução do contrato possa se utilizar, caso necessá-
rio, da prerrogativa de alterar o quantitativo inicialmente contratado, dentro do permissivo
legal.
Essa possibilidade de alteração do contrato está prevista no § 1º do art. 65 da Lei 8.666/1993,
e autoriza a Administração a acrescer o valor do contrato inicial em até 25%, o que eleva-
ria o valor inicial a um máximo de R$ 93.750,00. O assunto trata da matéria Contratos
Administrativos, que não faz parte do nosso programa, mas é mencionado apenas para
ilustrar o exemplo.
Caso se optasse pelo convite, cujo limite para compras é de R$ 80.000,00, o contrato inicial
não poderia ser acrescido além desse valor sem que o gestor incorresse em descumprimen-
to da obrigação de licitar usando a modalidade correta de acordo com o valor da futura
contratação.
5. CONVITE
O Convite é uma modalidade de licitação muito utilizada pela Administração Pública, por
causa de suas particularidades:
1. É um procedimento simples.
2. Tem menor prazo de duração cinco dias úteis para os convidados apresentarem
suas propostas, a partir do recebimento do instrumento convocatório. (art. 21, § 2º,
inciso IV, da Lei 8.666/1993).
3. É utilizado tanto para obras e serviços de engenharia, como para compras e outros
serviços de menor valor. (art. 23 da Lei 8.666/1993)
5.1. Chamamento
O convite, ou melhor, a carta convite é uma forma simplificada de edital sem a publicidade
deste, e só admitida nas licitações de pequeno valor. A ela se aplicam, no que for cabível, as
regras do edital, dentro da singeleza de que deve revestir-se a convocação de interessados
nessa modalidade de licitação. O essencial é que a cartaconvite identifique a obra, o serviço
ou a compra a realizar e expresse com clareza as condições estabelecidas pela Administração.
(Hely Lopes Meireles).
Em função do teor do art. 22, § 7º, da Lei 8.666/1993, questão fundamental relacionada
à modalidade convite diz respeito ao prosseguimento da licitação quando não houver número
mínimo legal de 3 propostas válidas, assim consideradas aquelas cuja documentação para habili-
tação foi aprovada e que a proposta financeira não contenha vícios passíveis de desclassificação.
Em que pese existirem divergências em relação ao tema, tanto na doutrina como na juris-
prudência, o TCU entende que há a necessidade de repetição do convite no caso de não obten-
ção justificada de 3 propostas válidas. Em outras palavras, o convite somente pode prosseguir
com menos de 3 propostas válidas em caso de manifesto desinteresse dos convidados ou de
limitação de mercado, situações devidamente justificadas no processo.
5.2. Alcance
Outros interessados em participar do Convite podem fazê-lo desde que cadastrados no ór-
gão licitante e na correspondente especialidade e manifestarem seu interesse com antecedência
de até 24 horas da apresentação das propostas.
Segundo o art. 23, caput, incisos ‘a’ das alíneas I e II, da Lei 8.666/1993, o Convite pode
ser realizado:
5.4. Prazo
6. CONCURSO
Tribunal de Contas da União
Marçal Justen Filho observa que há distinções bem significativas entre as demais modalida-
des de licitação e o concurso. Nas palavras do doutrinador:
O art. 21, da Lei 8.666/1993, determina que o Concurso deve ser divulgado por meio de
Edital. Além disso, conforme preceitua o art. 52 § 1º, incisos I, II, III , da mesma Lei, o Concurso
deve ser precedido de regulamento próprio no qual devem ser especificados:
O julgamento realizado no Concurso será feito por comissão especial integrada por pesso-
as de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos
ou não, segundo o art. 51 § 5º, da Lei 8.666/1993.
Os critérios da licitação devem constar em edital publicado na imprensa oficial com antece-
dência mínima de 45 dias. Apesar de este ser o prazo mínimo legal, reputa-se como reprovável,
e passível até de questionamentos de validade, a fixação de prazos incompatíveis com a comple-
xidade do trabalho pretendido.
Cabe ressaltar que a modalidade concurso não será combinada com nenhum dos tipos
licitatórios (Menor preço, Melhor técnica, Técnica e preço e Maior lance ou oferta), pois tal mo-
dalidade tem regramento específico detalhada no art. 52 do Estatuto de Licitações.
O concurso público para provimento de cargos efetivos na Administração Pública não deve
ser confundido com a modalidade Concurso, prevista no inciso IV, do art. 22, da Lei 8.666/1993.
O primeiro, é uma exigência de acesso a cargos públicos, ou seja, o candidato a um cargo público
de provimento efetivo deve passar por um processo seletivo prévio, o Concurso (Lei 8.112/1990).
Já a modalidade Concurso, prevista na Lei 8.666/1993, é para a seleção de trabalhos técnico,
científico ou artístico que a Administração precise contratar.
7. LEILÃO
Segundo o art. 22, § 5º, da Lei 8.666/1993, o Leilão
é a modalidade de licitação, entre quaisquer interessados,
para a venda a quem oferecer o maior lance, igual ou su-
perior ao valor da avaliação:
Saiba mais:
ÂÂ “Mesmo tendo penhor legal do bem e sua posse, não pode a Administração aliená-lo sem prévia
autorização judicial, no respectivo processo de execução da dívida. “, conforme doutrina de Jorge
Ulisses Jacoby1.
1 - FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Contratação Direta sem Licitação. 2. ed. Brasília: Brasília Jurídica, 1997, p. 105
8. FRACIONAMENTO E PARCELAMENTO
O fracionamento é um artifício utilizado para fugir da licitação ou da modalidade adequa-
da, quando se divide uma despesa em mais de uma seleção ou contratação.
Segundo a Lei 8.666/1993, nas situações em que a modalidade da licitação é definida pelo
valor do objeto, a escolha deve ser feita tendo em vista o valor integral do objeto a ser contrata-
do e não pelo valor parcial das compras.
Por exemplo, realizam-se dois convites de R$ 79.000,00 ao invés de uma tomada de pre-
ços. Ou, ainda, várias aquisições diretas, sem licitação, de R$ 7.000,00 ao invés de convite (até o
limite de R$ 80.000,00 para compras). Com isso, fraciona-se a despesa, que no primeiro exemplo
seria de R$ 158.000,00. Observe que nesse valor, a licitação deveria ser tomada de preços e não
o convite.
A prática do fracionamento é condenada pelo TCU que procura coibir a sua ocorrência,
impondo em alguns casos até multa ao gestor faltoso.
O fracionamento de despesas até o limite do valor de dispensa previsto no art. 24, inciso
II, da Lei de Licitações, quando caracterizada deliberada intenção de fugir ao procedimento
licitatório, enseja a aplicação ao gestor da multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei 8443/92.
(Acórdão 3.153/2011-TCU-Plenário - enunciado)
A questão da caracterização do fracionamento passa por três aspectos que poderiam ser
chamados de quantitativo, temporal e qualitativo.
EXEMPLO
Se temos uma licitação para a construção de uma estrada com pontes e viadutos, a menos
que haja uma restrição técnica, devidamente demonstrada e comprovada, o objeto deverá
ser parcelado em pavimentação e obras de artes especiais (que é como se chama em en-
genharia as pontes e viadutos, p.ex.).
E por que isso? Porque a empresa que só constrói pontes e viadutos, por ser uma espe-
cialista nesse tipo de obras, possui maior expertise no assunto, podendo assim oferecer
melhores preços do que a especializada em pavimentação, que teria que contratar pessoal
ou subcontratar a execução das pontes e viadutos.
Nesse caso, teríamos uma licitação apenas, cuja modalidade seria determinada pelo valor
total dos contratos, mas com objetos distintos, ou seja, pontes e viadutos seriam cotadas
à parte da pavimentação.
Nessa última hipótese, suponhamos a estrada fosse dividida em 3 trechos, e que cada
trecho fosse orçado em R$ 1.300.000,00. Nesse valor, estaria autorizada a modalidade tomada
de preços, cujo limite, dado pela alínea ‘b’, do inciso I, do art. 23 da Lei 8.666/1993,é de R$
1.5000.000,00. Só que para isso, seria necessária a realização de 3 licitações distintas, na mo-
dalidade tomada de preços, o que caracterizaria o fracionamento, pois foi usado o artifício para
fugir da modalidade concorrência.
Vamos observar que o valor total orçado da rodovia foi de R$ 3.900.000,00, o que impõe
a realização de licitação na modalidade concorrência, ainda que fosse dividida em 3 itens, cada
um deles um trecho da rodovia.
VAMOS RECORDAR
Para o TCU, fracionar a despesa é uma ilegalidade; parcelar o objeto, uma
obrigação, a menos que seja inviável, ou seja, o parcelamento é obrigatório,
e se constitui na divisão do objeto licitado, desde que seja econômica e
tecnicamente viável.
9. PONTO POLÊMICO
Alguns dispositivos da Lei 8.666/1993 conduzem à necessidade de se privilegiar a compe-
titividade, aumentando a possibilidade de participação de um maior número de concorrentes à
licitação.
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantas
parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licita-
ção com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação
da competitividade sem perda da economia de escala.
A Lei 8.666/1993 vai ainda mais além ao permitir que sejam cotadas quantidades inferiores
ao necessitado pela Administração, conforme se depreende do § 7º do art. 23 da Lei 8.666/1993:
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto
ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, com
vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para pre-
servar a economia de escala.
Segundo a conjunção dos dispositivos, podemos realizar uma licitação para aquisição de
10 mil unidades de um determinado bem, sendo possível aos licitantes, desde que previsto no