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CRYSTALPALACE, HYDE PARK, LONDRES, 1851.

três últimas décadas do século XIX alguns arquitetos britânicos deram con­
sistência ao chamado English Domestic Reviva/, modestas mas convincentes
construções de espírito simplificado e racionalizado, precedendo rumos do
modernismo funcional do continente.
Seria da Inglaterra que outros fatores ainda trariam uma cota das
mais importantes para o desencadeamento no continente, no final do
século, de um amplo movimento de renovação das artes aplicadas e de­
corativas, em conexão com a arquitetura. A continuidade de estilos so­
breviventes do passado seria posta em xeque por uma criatividade de
fantasiosos recursos de caráter ornamental, extremamente individualiza­
dos e manifestos como uma tendência de abrangência internacional que
refluiu na própria Inglaterra. A mais usual de suas várias denominações
nacionais era a de Art Nouveau. Correspondia a um momento de intensi­
ficação da vida urbana, marcada pela crescente intervenção da máquina
nas atividades mais comuns, criadora de hábitos de uma realidade nova,
mas com resistências sedimentadas dos meios artesanais.
A renovação nesses domínios da arte na Europa continental entre os
dois séculos, e paralelamente nos Estados Unidos, tem uma grande dívida
com a Inglaterra. Em primeiro lugar, em relação a William Morris, persona­
gem-chave da cultura do século XIX, em seu pensamento conjugado à ação
através de escritos, pronunciamentos e oficinas que organizara. Dívida que
inclui o. conhecimento da experiência de corporações de artes e ofícios e
exponencialmente da Arts and Crafts Exhibition Society, criada em 1888.
Mesmo em breves palavras, é imprescindível deter-se em Morris.
Espírito identificado a John Ruskin em princípios morais e estéticos, as­
sim como iniciado na sua ideologia socialista, acompanhou-o no interes­
se pela arte medieval (devendo-se lembrar o antecedente de Augustus

30 WALTER ZANINI

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