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O objetivo deste ensaio é refletir sobre o processo O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em
de Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat), com Pesquisa da Secretaria de Saúde da Prefeitura Muni-
ênfase no município de São Paulo. Abordaremos o cipal de São Paulo (CEP/SMS) sob o nº 467/09 CAAE
fluxo e os impedimentos das ações atuais nessa área, 0232.0.162.015-09 e pela Comissão de Ética para a
no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), por Análise de Pesquisas (CAAPesp) da Diretoria Clínica
meio de uma leitura histórica e conceitual, enfocando do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina
a distância entre conhecimento teórico, sua apreen- da Universidade de São Paulo sob o nº 1136/09.
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de saúde, passar pelo procedimento de sua identifi- Segundo Sanches et al. (2009), a complexidade
cação e chegar às estratégias de intervenção no con- e a diversidade das ações de Visat, a cada novo se-
texto da Visat. Para ela, a lógica que conduz às dife- tor em que se intervém, evidenciam as dificuldades
rentes estratégias de intervenção é qualitativamente presentes em diversos Cerests e que são agravadas
fundamental e determinante da linha de atuação que pela inexperiência desses serviços em determinados
será adotada na prática. setores e pela carência, despreparo ou falta de capa-
citação dos profissionais.
Assim, quando a lógica adotada é direcionada
pela escolha dos problemas pautados por estudos As autoras apontam ainda:
empíricos, a intervenção possivelmente procurará
[...] dificuldades nas relações interinstitucionais
eliminar e controlar os riscos físicos, químicos, bio- intra e extra SUS; carência de informações sobre
lógicos, mecânicos e “ergonômicos”. Já, quando se os riscos existentes no parque produtivo e sobre
adota a noção de problema a partir da percepção e o perfil epidemiológico de morbimortalidade dos
do conhecimento do trabalhador, essa atuação bus- trabalhadores; dificuldades no estabelecimento de
cará modificar a relação do trabalhador com o con- prioridades e incorporação nas ações programáticas
existentes; dificuldades metodológicas para a iden-
texto de trabalho. tificação, reconhecimento e avaliação de situações
Ainda, segundo Sato (1996), na construção do de risco e para a proposição de soluções pertinentes;
dificuldades para a utilização de instrumentos admi-
conhecimento prático em Visat, as diferentes lógicas
nistrativos legais como termos, autos de infração e
e estratégias devem ser consideradas, e os instru- de imposição de penalidade, embargos e interdições.
mentos que estão disponíveis e as diversas formas (SANCHES et al., 2009, p. 42)
de conhecimento devem ser ponderados, cuidando-
-se para que as especificidades de cada uma sejam O estudo realizado por Dias (1994), considera-
respeitadas e se use o que há de melhor nelas. do o primeiro levantamento sistemático de caráter
nacional sobre programas e serviços de saúde dos
Pelo que já foi aqui apresentado, fica evidente trabalhadores, foi atualizado por Lacaz, Machado e
que, apesar dessa forma de atuação ser aspirada por Porto (2002; 2006) entre 2001 e 2002, período an-
muitos dos profissionais que atuam em Visat, ainda terior à Renast. Os autores fizeram uma breve dis-
estamos muito distantes de ter condições estrutu- cussão sobre Visat, com tópicos como a distribuição
rais, sociais e políticas que viabilizem essa prática. regional dos serviços; as ações de Visat neles desen-
A realidade diária parece engolir e sufocar essa meta volvidas; as relações intra/intersetoriais; o controle
ambiciosa. social; a avaliação de impacto e as bases de inter-
venção e planejamento das ações realizadas. Obser-
e) Dificuldades na implantação e no desenvolvimento varam obstáculos como falta de formalização das
das Vigilâncias em Saúde do Trabalhador relações interinstitucionais e distanciamento entre
Scopinho (2004) diz que a desordenada ação es- universidades e SUS, expresso na ausência de reta-
tatal na área, com falta de planejamento, leva ao fato guarda técnica e científica para avaliar as ações. Eles
de que muitas ações só se concretizam devido às também apontaram limitações político-legais para as
características pessoais e à boa vontade de alguns ações no nível local, além de reduzida participação
profissionais. Considerar esses aspectos parece ser de representantes dos trabalhadores no planejamen-
fundamental para que a Visat efetive-se na prática e to e na realização da Visat (LACAZ; MACHADO;
para que se consolide uma Política Nacional de Segu- PORTO, 2006). Este estudo é ainda atual e muitas
rança e Saúde no Trabalhado (PNSST). Assim, essa dessas fragilidades continuam presentes.
ausência de planejamento e política tem influenciado
negativamente os rumos da Visat no país e sobrecar- f) Planejamento das intervenções em Vigilâncias em
regado os profissionais, os quais se sentem impelidos Saúde do Trabalhador e avaliação do seu impacto
pela rotina diária a estabelecer as metas e os meios e A quase inexistência de indicadores para avaliar o
a encontrar recursos para a realização das vigilâncias. impacto das intervenções em Visat e a não utilização
Vilela (2003), em trabalho sobre as experiências sistemática desses indicadores para avaliar tal impac-
do Programa de Saúde do Trabalhador de Piracicaba, to foi estudada por Lacaz, Machado e Porto (2006) e
apresentou outras dificuldades percebidas na im- considerada uma carência dos serviços de ST. À época,
plantação da Visat: falta de assessoria e de suporte eles observaram que poucos utilizavam tais indicado-
técnico; limitação de recursos humanos e materiais res na avaliação do impacto de suas intervenções de
(espaço físico e equipamentos diversos: veículo para Visat (28% dos serviços municipais e 27% dos esta-
transporte, eletroeletrônicos e artigos de informáti- duais). Isso pode ser indicativo da não priorização e
ca); capacitação técnica deficitária; falta de treina- da despreocupação com a análise dos resultados das
mentos e de discussões sistemáticas acerca das prá- intervenções. Segundo os autores, são usados rotei-
ticas de Visat na cidade. ros de vistoria e outras formas de acompanhamento,
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destacando-se as informações que alimentam distintos Em grandes cidades como a de São Paulo, com
bancos de dados relativos a riscos e agravos do traba- uma demanda sensivelmente maior que a capacida-
lho e à investigação de acidentes graves, porém, faltam de das equipes de Visat, essa situação é grave. Sua
instrumentos para avaliar os resultados das ações. Para população residente era de 11.244.369 pessoas em
os autores, já em 2001, gestores estaduais e municipais 2010 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
discutiam propostas de aproximação com as universi- ESTATÍSTICA, 2010a; 2010b), isso sem se conside-
dades para a proposição de instrumentos de análise do rar a região metropolitana, da qual provem parte dos
impacto das intervenções, porém, a concretização des- trabalhadores da cidade. São Paulo ocupa uma área
sa proposta caminha a passos lentos. de 1.523,28 km2 e, em 2008, contava com 520.533
unidades industriais e 5.241.615 pessoas ocupadas
Considerando a complexidade e o caráter dinâ-
somente nesse setor (INSTITUTO BRASILEIRO DE
mico da Visat, Santos (2001) salientou que, nessas
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2008). Em 2010, a
ações, cada novo processo deve ponderar as con-
área de Saúde do Trabalhador da Coordenadoria de
dições específicas da empresa em questão, como
Vigilância em Saúde (Covisa) em São Paulo contava
as de caráter tecnológico, a temporalidade para o
com 97 profissionais atuantes em Visat, divididos
estabelecimento de prazos para as medidas a serem
entre a própria sede da Covisa e outros seis Cerests.
tomadas, a organização e a sistematização das eta-
Eles desenvolvem atividades de intervenção em em-
pas a serem cumpridas.
presas, vigilância epidemiológica e, nos casos dos
Fato nem sempre considerado pelos gestores das Cerests, também a capacitação da rede de saúde para
ações de Visat é que, como foi observado por Sato a atenção à ST, além da assistência a trabalhadores
(1996), ao se considerar o conhecimento prático nas adoecidos e/ou sequelados em função do trabalho.
ações de vigilância, é preciso que se tenha uma elas-
Parece que, em cidades menores, como a de Pi-
ticidade maior de tempo. Os dados não estão prontos racicaba (SP), os serviços estão conseguindo orga-
e as próprias técnicas empregadas para coleta e aná- nizar-se de forma a realizar a Visat a contento, e
lise dos achados demandam uma observação prolon- sua equipe de trabalho tem tido acesso à formação
gada, capaz de apreender a organização do trabalho e capacitação que vem garantindo a qualidade de
e de conhecer o trabalho executado. sua atuação (VILELA, 2010). Mas o mesmo não se
Está claro que, de acordo com as diretrizes do repete na capital do estado.
Ministério da Saúde para a Visat (BRASIL, 1998,
2002, 2006, 2009), as ações não deveriam ser apenas
pontuais nem restritas a inspeções com caráter de Conclusão
policiamento e normatização. No entanto, hoje pare-
ce haver um retrocesso e alguns serviços de ST têm Na Visat devem ser utilizados mecanismos de in-
sido compelidos a ações desencadeadas basicamente vestigação, análise e intervenção sobre os processos,
em resposta a acidentes de trabalho notificados, sem os ambientes, as organizações e as relações de traba-
que haja um planejamento dessas ações e sem que lho buscando a promoção da saúde e a prevenção de
seja avaliado o alcance do trabalho que vem sendo acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho. No
realizado, correndo assim o risco de se distanciarem entanto, esses mecanismos terão um fim em si mes-
de seus reais objetivos. mos se não considerarem a dinâmica realidade do
trabalho e se ficarem baseados apenas na exigência
Entre outros fatores, isso vem ocorrendo por
de cumprimento das leis, no controle dos riscos, na
conta da obrigatoriedade legal e do compromisso es-
investigação pontual de acidentes de trabalho e
tabelecido na pactuação estado-municípios de que
na repetição de modelos ultrapassados, como o da
se realize a investigação de 100% dos acidentes de
Medicina do Trabalho e o da Saúde Ocupacional. É
trabalho fatais e de, pelo menos, 50% dos aciden-
importante saber sob qual ponto de vista e de qual
tes de trabalho graves ocorridos em todo o estado de
modelo partem as ações de Visat.
São Paulo (CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA,
2009) sem que seja estabelecida uma sistematização Acreditamos que os processos de vigilância de-
dessa demanda, um dimensionamento da capacida- vam incluir a participação dos trabalhadores de
de dos serviços em relação a ela e, ainda, diante dos forma a garantir que as transformações decorrentes
precários recursos materiais, humanos e técnicos dessas ações traduzam suas necessidades, sejam por
disponíveis para esses serviços. Ainda mais inatin- eles apropriadas e validadas. Assim, as ações inicia-
gível é o pacto pela saúde assinado pelo município das pelas equipes de Visat poderão ser continuadas
de São Paulo, nos anos 2008 e 2009, o qual aponta pelos próprios trabalhadores ao longo do tempo,
como meta a investigação de 100% dos acidentes acompanhando as constantes mudanças presentes
de trabalho graves, fatais e em menores de 18 anos no mundo do trabalho. Eles tornar-se-iam verdadei-
(SÃO PAULO [MUNICÍPIO], 2009). ros multiplicadores.
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Muitos dos profissionais que atuam na Visat con- balho, pela falta de reconhecimento institucional
tinuam a desenvolver ações em direção aos princí- e até mesmo de alguns pares é fonte de sofrimen-
pios do SUS, buscando concretizar um modelo que to, desmotivação e ansiedade para os que execu-
integre a assistência e a vigilância/intervenção. Na tam a Visat.
prática, nos dias de hoje, observa-se que essa inte-
É preciso uma requalificação da estrutura organi-
gração ainda tem ligações tênues e estruturalmente
zacional da saúde pública no Brasil a fim de contem-
frágeis e seu valor parece estar sendo esquecido.
plar os diferentes processos de trabalho e a diversi-
A Visat carece de indicadores para avaliar o im- dade de necessidades de cada serviço voltado à ST.
pacto de suas ações, fato que pode contribuir para Só assim, essa área poderá desenvolver-se no âmbito
a invisibilidade e a ausência de registro dos esfor- do SUS e cumprir todas suas atribuições nas cinco
ços dos profissionais que nela atuam, bem como frentes de trabalho previstas: assistência, vigilância,
para o insucesso de seu trabalho. Esse vazio dei- pesquisa, formação de recursos humanos e orienta-
xado pela incerteza sobre os frutos do próprio tra- ção técnica a sindicatos e empresas.
Contribuições de autoria
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