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Uludo>d&antropoloa;iaedasocioloa;oa
<;001cmportneas.llomolli•rardiciu~um
db>i..:ocmsuaí..,a. AnrmpttCOd«um
~t>do1~$0bR1('WV(unLdoiimma
dccas!asnafl>d11anuga. Loui•Dumo111
busca fundamcnlar uma comprreMlod1
4UC>lãoda hirrarq111a no m1,1ndo mo&rno.
A cdi\'lotwu1le1raapreseni1um pttfício
douu1or,re..pnodcndo1!1C111crlrirofcll
c001rn..&l1ade~rocadcadaapósapublic1.
çlad1rrimcir1ediçlofrl111cesadel/o1M
ll•uort!Ucus,cml967.
Dirigido a cltU!bnle~ e e<pecoali.Uas
dc"-JC1olog11.u1ropoloa;iaeh•S16fia. es1c
h.ro 1rn11 """º'~llil&r. a p3nir da dos·
cu•slod•ooriedadedccaM.Unafndia.a
problen~1ic, d1hicr.uqu11cJ1i&W1klade.
prc>t1>1cemrod111Jwci<<lldeshumanas
01>cttn1doud1fc"'"""' noconce11ode
tll>!1 em,irias1coria••di1lopndocom
HoltrasdcHPl>bcs,Hege!r Rous"'au,
01u10.-denfiaoq.,.co•sider1"n0<u
1>•rsiopel1h.ierarquia",c"""edoqutnl<>
podo 111c:r defini<loaren11cf)fll(lgm1ca.
<!ri~ de ordens tuperp<>MI' ou de seres
Mdignidatled«re..:cntew,aill<la.romo
uno.i j f"orctuooôrmca.f'anDum<.lfll.1
hier1rqu11cQftstitujl>CCCS$0dadcan,.·ersal
HOMO HIERARCMICUS
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Dlm.,_,,.,_, PlilM>MlftiaJFolho
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C.iOIAllalolubaYDuw
ll<BjuoloAbolaloJ6o;,..
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Louis lJúmonl
HOMO HIERARCHICUS
OSISTEMA DAS CASTAS ESUAS IMPLICAÇÕES
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Dl>Woc-illeTel(ll)lOll-fl0\11 ...1"'
.......................
L\CUl)lO\IM911·1'uUUIOlll ... llJ
........
SUMÁRIO
PrdicioàEdiçio''Tcl". li
Prcfilcio... 41
BrcvcNotasobrcaTrall$çriçãodasPalavraslndianas. .. 47
INTROOUÇÁO. . 49
l,Ascasla..cnó.'l.. 49
2. Oindivfdunca!!Ocinlngi.:I.. . 5l
l.lndividual.ismocbolismo.. S6
4. AigualdadcsçgundoRousscau.. S9
S. AigualdadccmToequcvillc.. 61
6. OindividwtlismoscgundoToeq~villc.. 64
7. Ncct:Midadcda hierarquia.. 66
14. Aculacomoformalimi1cdc1111L1tuiçl'\c1runhccidu..
IS. A< oq>liclç6c1 "bialllfiea.". .
16. 1!>pliclç6c1 cumpóohM..
"""
:!· ~..i:·~~~ l'll~l·l'H~ .
"""
li. Elemento e sislcma . . 83
22.lugardaid~.. 87
Z).Anoçãodcestrutura.. 90
24. Aoposiçãofuodamcolal. 93
:ZS.. Oporocoimpuro.. . 97
l.i<Wagcral.. 97
l. impurcui1conpor.1riacimpurczapcrmanc111c.. 99
>-4. dadm anligos. 100.103
5.complconcntaridadc. !Oot
6. multiplicaçãodosailfrioscscgmcntaçiiodoestalulo.. 106
7.variantcscanomallas.. 108
8. esboçodcçomparaçãoscmintiea.. 110
26.Scgmc111ação:cas1acsubca..ta.. Ili
S. A REGUIAMENTAÇÃO DO CASAMENTO:
SEPARAÇÃO E HIERARQUIA . . 16J
Sl. lmportADciadocasameoto.... 163
Sl. Endogamia:avisiobabilualcscuslimilcs.. 166
53.. Hicrarquiadoscasamc111oscwaiôescoajugais.. 168
54. lsogamia e hipcrpmia .. 110
55.Alguns exemplos. 11)
Só. Coodusio. 118
S7.Atcoriad'5siça:c:asamc1110c"vaml".... 180
61. Lupr noronjunln
6l. NOlulobreucoot•tOO•lnlocabilid...S.. .. ,,.
"'
63. O.Umentoeml"r•I.
64.0.tiltlenloe1bebid•(116gu1)aasrclaçõesdccm.11 ..
l.comensaLidadeeconOb:io ...
"'"'
2. alimentos ordin4rio e "perfeito" "'
3.allguacocachimbo ..
4.1qucstiodofa10 .. "'"'
6S.Sobreabist6riadovcgetarianismo .. "'
""
l.doVcdaaMuu ..
2.odescnvolvimcntoda~ii .. ""
1. PODER E TERRITÚRIO ..
"'
71.lotrodllÇio •.
12. Oquadroterritorialdcfato:o"pcquenoreino".
73.0sdircitos,régioseou1ros,sobreosolo ..
""
m
74. A aldeia. '"
"'
l.1"comw:UdadcdcaldciaH
2. acastadomillllllc ..
3."faalons".
'"
"'
220
1S. OproblcmadaCCOJ10mia .. 2%2
83.0"paaçayatdealdcia".
84. 080""moinlemodacast1 ..
l."paneayat":apalavracacoisa ..
"'
'"
2. aBSSCmb~iadecasta(U.P.i:tç.) ..
3.compe~proccdinleato ..
'"
'"
4. aucomunh.lo. "'
S.adlcrgcraldajurisdi;ãodcc:as1a •.
BS. RelaçõesCl>ltc jurisdiç6es. A autoridade c.m geral ..
"'
"'
9. CONCOMITÂNCIAS E IMPLICAÇÕES ..
::~'.:=::
'"
'"
93. Asci11casCll!olas,eR.mplodosLingaya1 .. "'
94. Tolcrlnc:iaeimitaçio .• "'
2SO
9S.l.mplialçõcsdiaa6aic:as:1CfCP""··
96. E..labilidadeemudança •.
'n.Ciatticado&grupos:cisio,~mobilidadcsoc:ial .•
'"
254
"'
10. COMPARAÇÃO: A QUESTÃO DA CASTA ENTRE
OS NÃO-HINDUS E FORA DA INDIA . . 261
101.IDirodução. 261
IOlüsCrislãnscaa..ta.. 261.
103. Acastac11treasMuçulmanos.. 7.66
104. OcasodasPalhandcSwat.. 268
105. Acaslacotrcasnão-Hiodus..Coociusão... 270
106.Car'-cra:>mparativofundamcnlal.. m
107. Aescolada"cstralilieaçãosoci.al":ca>Jacracismo.. 274
108.Castasforadalndia?.. 275
Apbdiccs .•.
PosficioparaaEdição"Tcl"' ...
Bibliograf"11 .•...........•.•.
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fudiccdosAutorcsOtados .... "'
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LwliocdosAssulllOs .........•..
fudio::dosMapasc:dasF"igwas .. "'
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PREFÁCIO Ã EDIÇÃO ''TEL"
00l'.canosap6sscuaparccimcntocmfran~oi1oanosdcpoisdapu
blicaç<iodcuma1raduçãoinglcsaqucrczchcgaradiscussãoa1odososcspc-
cialiS!asdaárea,arccdiçãodcslaobranacnlcção"Tcl"oforcccaoportuni-
dadcdcalgunscsclari:i:imcntos.Dcorpodolivrocontinuainal1crado,tanlo
por ra:tócs d<: prindpio quanto de técnica de reprodução. A mat~ria nOYa
c.iá conccn1rada, por um lado, aqui mesmo e, de outro, num J>O'fácio que
p1ulongariolivroniolantocnmrelaçãoàlndia,masquanloàlcoriadahlc-
urq11iacmgcral.Foirc1omadoosubtítuloorigioal.
Trala·scaqui,cmprindpio,decRlrairalição,p;irausodolcitordelfn-
GUafrano:sa,dadlsçuss.iobastantcampladcqucolivro- H.h.,cnmodirci
pa•aobrcviar- foiobjclo,cdodcscnvolvimcn1osubscqücnlcdapcsquisa.O
lci1orniocspccialistapoclcacbarcs1ranbooumcsmocbocan1coponlodc
VÍS!aouaproposiçãncmitidosnaobra.Quc pensem nissooscnnfradcsdo
omo" 1ra1a-sc de um rcsuhadocicntfficnoudcumaclucubraçiogratuita?
Ondcc•tamoshoje?
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~·- ·~~· .•:·.~·- '.~-~:'.."~'.'.~_'.·":':'.'.:..~=:. ~'!:~.!~--=~..::.:
mui1asdasrcaçõçs. lssonioo!decspan1ar,porqueH. Ir. coWvaem çausa
oonasatiludcse•uaoriclitaçãogeral,comoantcsadasC0111ribulions/o/n-
dian So<Ciol"lf>', l·IX. 1957·1966. reprcscntaw, aos olhos de inümcros cole·
gao. oioumcsforçoconstrutivo, mas um ataquccontrasuaspr6priascon·
ccpçõcsccootraasco1M:oçõesa .. usolhosbcmcstabclecidas.A.ssi.m,como
bomBritànicoparaqucmodcbatcinlclcctualassumcclcbomgradoafonna
dcumabatalhacampal,EdmundLcachachoumclhor,tcodoantcspostocm
guardaumYaStopüblicocontraadiliculd&dcdaobra,ív.cracabcçadcmcus
"oposilorcs",csacvcodoquc"osqucnioforcmpcn;us.didospclas(minbas)
disc:ussõcsprcccdcnLcsoiomudario .. usponlosdcvislaagoracmrcsposta
acssca1aqucmaislirmc"(S01<tlrMianRrview,4-),abr.1971,p.233).Ainda
mais rcccnlcmcntc, Owen Lynch cscrcvcu uma "rfplica" a H. Ir. cm que o Li-
vro é aprcsc:ntado como "um alaquc dirclo contra o que Dumont conoidcra
comoasinsuliçiÇncia...,actnoccn1ricidadecasdislorçõçsdaantropologiaan-
glo·amcricana"(David 1917, p.?J9).Pcrooboqucaquiapartco!duasvczcs
tomada pelo lodo: M toisa diferente de um ataque cm H. h., e b' na an1ropo-
logia dc l!ngua inglcsa cnisa diforenlc doquc Lynch ai coloca, ou ..ja, Evans-
Pritchardcalgu11Sou1ros.Nain1roduçioascusimp6sio(JASl976.p.S79),
Nicholasc Richardslcmbraram "asurprcsa, ..oãoadcrrisão"quesaudou
nossoprogramadc\9S7,q11ecraumaadaplaçioiJl&lcsadcDavidPocockdc
minha confcrêoda inaugural de 19SS'. Aacsccntaram - cm 1976 - que
"muitos pesquisadores que CSlio cn dc.'lllCOrdo com Dumont cm rclaç!o a
ccrtasqu.. tóc.ochcgaramncsscintcr.t11loaadolara posiçãogcralt11prc:s.sa
ncsscte.11o"(ibi4.).
lssonoslcvaao.scguodopooto,àcvoluçãoqucscprod1t1judczanos
dcpoisoumaiscqucc!dra113Savalargamcntcodomloioindiano:o""ntovi·
rou - cm cena medida - cm an1ropologia, .se é que posso tomar empresta·
da essa imagem ao titulo de uma obra recente, Tl1e New W111d (Da\'id 1917).
Em panicular,noqucnosconccrncaqui,algunsmaushumorcs.scatcnua.
ram ou se tramformaram. O mesmo Edmund Lcach, que escrevia cm 1971
(p.235)qucadislinçãoaprcscnladacmH.lr.cnlrc.,.tatuto(hicrérquico)c
poder (polflico) era uma "proposição sutil e complicada" que "os dados
cmpíricosnãorc,,.,Jam"cquc"aprcscntatodacspécicdcdiliculdadcspr.lti-
caset~riças",adotaoa""rdadcc:s.sadisçusüoquandoescrcvccml977quc
no hindulsmo antigo" o brâmane era •Upcrior ao rei, e a onkm moral S«U-
lar da realcza. .. que abrang:ia o político e o cconõmico (alfha) ... não cravista
como (undamenlo moral da sociedade cm seu conjunto" {T11t1a Uttl'lll)'
St'Pf'lontnt, 14 jao. 1977, p. 22, col. 2-1). Conna c:s.sa m""ma visão. S. J.
Tambiab acumula objcçõe& cm 1972 (Anrtri<:a11 A11tlrro~, mi, 74,
pp. R32-835, e<p. 811a). Mas ele a rctom• r-• >eu proveito cm 1976 qwmdo
cscrçvcquc,>egundoaronalllaçãohindu."aautoridademoralc:..taVIOcncar·
nadanobrâmaiie.opoderlemporal,oorci;cnqll&lllocspiritualmcn1eoo.a·
<0rdo1ecrasupcrior,malcrialmcn1ccradcpcodcn1Cdorci..."(cf.aquimcs-
mo. p. 339), e endossa minha çondusio para a Ásia do Sudeste (aqui p. 276)
quandoai:rc..c<:ntaqucláháumavol1a-nãoobslanlcaillflutnciadacullu·
ra indiana - à "siluaç.iio prOIOlfpica da realeza divina" (Wodd ConqutrorWld
World Rtt1out1ctr, Cambridge, 1976, p. 99). Resta cvidcnlcmcnlc verificar se
c=sdois"oposilores",lcndoad01ado111iohalcscparaafndiaanliga,con1i-
nuaramarcjciLá·bparaalndiacon1cmporãnc.a.
N~o cxi<te inimigo mais declarado de H. h. que n.io tenha modificado
coruideravelmcnlc sua linguagem. MdCim Marriou apresentava H. h. cm
1969 como se ele contivesse "um e<boço e<pcculativo de um par de modelos.
foncmcnlc dcpcndcn1c da ideologia pcsl<O&I do autor cm ma\~ria de ciência
•ocialcdocumcnladoprincipalmcnlccomah1<ôcslc6ricas,lcJ<\uaiscfilos&
ficas" (Amtrico11 A111hropo/Ofis1, col. 1.16&, 1969, vol. 71). Em corre<-
pondência de 1976 ck escreve: "Perseguimos a mesma espécie de emprccn·
dimcnlo que Dumont inicio>11 º"" ªº"" cinqiicnla e o fazemos de modo seme-
lhante aproximando e comparando r<:sultadw(frndi111:f) anlropol6gi=. .. e
indol6gicos. .. Como ele, propomos allernaliva!i e não falamos mais de provas
exallSlivas. Dlvidimm com ele ... " (/oflmol o/ A1ia11 Studi~1. J6..1, nov. 1976,
p. l\IO).Essec;ocemplodifcrccvidenlcmcntcdmprcccdcn1esnaquiloqucin·
dicamudançaradic.aloaordcmdac:..traLégia.
Não se conclua de ludo isso que as leses de H. h. levaram a melhor. A
.•i1ua~io é mais compkxa, ela é ambígua. Essas modilic.açõci; ou evoluções
nb1íg.am a recuar, com relação aa1i1udcsmoment.ãncasercaçõel;<upcrfi-
ridis, para uma aplicação a ind.lcios mais profundos, mais d1miv<:is..
Mencionei um terceiro falo, mcn""' importante cm si, que csU rclacio-
nado ao au1or de5las Linhas. Seguindo oliodcsua pesquisa pessoal, ele, pas-
'8d1"os anos,sc afastou dodomínio indianopa1asc oonsag:rar,aoeontrário,
ao sistema ideológico que caracteri:l.a a civililr.aç.iio moderna (cf, Homo o~
qnalis l). Ao fazê-lo, perdeu coolalo cm grande medida com o conjunto da
pc"luisacon1cmporáncasobraafndia.Elcdeve,cnlio,cvi1arcomportar-.e
como se livl.:= conservado a me5ma familiaridade de 1962 - data cm que
<e interrompia o 05cru1!nio bibliog11ifioo sistemático de H. h. - com uma Li-
lcraiura que sc acumulou num ritmo acelerado. Deve, cm suma, levar cm
cnn1aumadiminuiçãode,u.rompc1Cncmcnãoapcnasevi1ardiagnostic.ar,
ma. renunciar a oferecer um quadro d•>S lrabalhos recentcs, mesmo"" mais
impo.rlanlc.•. Em conlraparlido, ele ~ n1clhor do que cm 1965 ou 1966 a li·
&1Çiocn1rccm.. 11i1uik1do•nlmpc'llu•o•e1idcologi1ambienlc;C.obre
e... aspc<lo c1uc rlc 1Mlllc in1l1Ll1 ~~mmº""' c•plrilo que ele considerará
~=;•~ndianlc ,,. dc1envuMnoenln1 •~rrnln 'I"" 11c: referem C11J1lici1amcntc
Tomadoscmconj1111to,oslr&íat0&BSSiaaLadosobriganiadirigiradis-
c=ioparaasques1õcsmaioru,a"'"l"laromaisposslvcloricntaçôçscolc-
tivascmvc-~dcrcaçôcsindividuals,às.vczcscremcras.,causinalarnca:ssa
riamcn1c,scmosdiscll1ir,algul\Slrabalhosoualgumastomadasdcposiçio.
Éclaroquc,nocasoprcscnlc,aresistóndaànGYÍdadcfoifortcmcntc
reforçada pela aversão à hicrarquia,quco!gcralcntrcnossoscontcmporl-
11cosccn1rcosmodcrnos.Pode-scacharqucinsistonissocmcxa:sw,mas.,
para usar uma expressão de hoje, a hierarquia CSI~ nocoraç~odo ""impcr>sa·
do"'daideologiamodcrna,cscriainsensatoespcrardaanlropolngiaqueda
seja isenta dessa reaç.io comum e possa 1riuníar a ela de um modo que nio
<ejaporumcsforçoooncc11ado,ume•crclciopacicnte.Dondcnãos6aanti·
palia de alguns, mas também as reservas e as incompn:cnsõc:s que se mes-
dam até mesmo a julgamentos posilivos. Veremos muilos eiu:mplos disso no
que segue.
Olivrnfoiraramcntc1omadoporaquiloqueclcdi>iascr(pp4',2n),
unia espécie de e"P"riência. Estamos diante de um conjuntocomplcmno
qual se reconhece a presença de in6mcros ícnõmenos qualilicados, numa
primeira ahnrd.agem, de ""hicrárquieo<".Acxpcrifncia consi.<tecm <0locar
e«es fcnôm~nns cm primeiro plano tentando extrair deles seu principio co-
mo principio diretor de iodo o conjunto. No curso do lraje10, as diversas
cspédesdcdadosordcnam-sc de forma not~vcl (er. paraumarccapiluLaç.in
CJS 1971,pp.227-22!1),cparalclamcntcanoçiiodehicrarquiasedcscnlra·
nhaporetapas:valorcseposiçâo(§7),princlpiodegrad.aç.indoselcmcn1os
comrelaçãoaoconjunto(§31),csomcntcapanirdo§34"englob.antcccn-
globadn". A hiorarquia é dccan1ada e animada ao mc.<mn tempo por um mo-
vimento que~. cm verdade, complexo e que não pôde ser marcado com toda
a nitídC1 pnWvcl. H&, de um lado, a idéia que cu devia a Raymond Aplhnrpc
- o que dei.ci de dizer na primeira edição francesa: éa idéia de relação
hicr~rquicacomnrclaç.iocntrcoenglobantccocn&'obado(sohrctudoisso,
vcrPosíácioaní111aldCS1clivro,p.371).Dcoutrolado,asocicdadeindiaaa
rcvcla-secmplenacorrc.<pond~nciaaessaidtia,clasurgccomCSlaluzcomo
amanifcstaç.incnncrctadahicrarquiaeporcsscinlcrmédinnoscnsinaarc-
conhcc.ê-lai11<'Í""comsuasligaçõcscimplicaçõcs.;cmumapalavra:clanos
faz wr a hierarquia. É bem vcrdad~ que H. h. não con1ém uma teoria da biç.
rarquia (Nur Yalman, Ma11, 4-1, mar. 1969, p. 124). Ele inlcnlou, como"" dit.
emqu,mica,""Í$01ar"ahlcrarquia,cissoporumduplomovi<llcntnquccoa-
sislc de alguma maneira cm univc..aJLr.Br a lndia e cm conactÍ7.ar nossos
oonccitos.
RumMnaquelesque..,dispuscrama11C0111panh•rc... 1cnl•tivri.Foi
1UAim <1uc"" criticou a rnncendn d.oh;.., • ..,.,;.""' U • lnol•...,~•·-•·-·-••
do que ela aí rcpro:.scota ao mesmo tempo çm que se o:onslffli. Diz-se, sobrc-
tudo, quc cu confuodia com cssc oomc coisas diYcnas - e tHlaY11·se cvidco·
1cmcn1cdcn.iopcrdcrnada-scmqucscpcrguntosscsc,noÍlmdascon1as,
sccldrafadaliumprincípioCmico.No(uodo,apr6priatca1atiY11crarejci1ada
cm aomc dos dnoncs cm vigor.
Podc-so: desenhar uma csptcic de rcll'ato íallldo da rca:pçliodcsfa-
V1Jrá1ot:ldcH.l1. dadasuafrcqQ!nciacniuosantrop6logosdcculturaadglo-
americana. Seria ele uma irvorc, à qual se chamaria "cmpiricismoantro-
pol6gico"1,umaárvorcpo1cn1c,solidamcntccaraizadanocmpiris1110dosco·
50comu111,maiocujotroncosccrgucmltitoacimadelc,a11!aalti1udcdocico·
tismo, e que se ramiÍlca no caso presente cm quatro ramos erguidos como se
r.....,minslrumcntosdcsupUcio:condcnaçãopor1raiçiodosdadoscmpfri-
cos,condcnaçã<>dcuma1co1a1ivaa:o!radanasidi!iascnasrcprcscntaç6cs(c
Join!dtCIU•lisrooírands),coodeoaçiodainclU&ãodctcXlosan1igosoocs-
rndodasocicdadccon1cmporinca,condcnação,50brc!udo,dadisti.nçãDpro-
pa<1a,ccfc1ivamcntca:ntralcmH.h.,cn1rccstatutocpodcr,quci!rcjci1.ada
anlcsdt!udo,podc-scsupor,porqucopodcrpolflicoccçonômicoi!umfato
Wlido,univcrsal,"iníra-csmuural'',cporqucl!cscaodalOSDVCrdafsceman·
<1parucsta1u1obicrárquico,oqualnfoéjamaisscnfoumafantasiaou,oo
mdhordo..;asos,uma.pcc!oda~supcrcstrutura"social.
A primcirac<>0dcnaçãoi!(uodamcntalccomaodadcalgummOOoas
outr"': cu teria faltado cm gera~ e imcdia1amcntc por uma "atitude brusca
cm face dD dado cmpfrico" (dS 1971, p. 9), ao empirismo-cmpiricisam fora
Juqualllãoh:iconbccimcntocientlTu:o.Scintroduzoum1crmodistinguidor
e um ncologi.•m<> - i! para prou:gcr o empirismo e recusar ao mesmo
tempo a. cltigências e tambtm as pretensões do cmpiricismo.
Ocmpirismo,sabc·sc,prcscn:\11:aquiacxpcriênciadirc!a,apcsquisa
Jc campo; exige tambtm um encaminhamento prudente, uma informaç.iD
t.iuamplaquanloposslvclcacolocaçãocmcausa,scncccsstrio,dasçon.
«pçócs recebidas. D cmpiricismo !cm cm ião alia consideração suas pr6-
pria• <~lcgorias c as t&nicas quc as põcm cm açio, quc clc au10rlza cortci;
rod1caisnodadocaadoçãomaisoumcnosdcfmitivadcponlosdcvis!arcs-
lrilos, minimi7... o ambiente cultural e começou ali! mesmo a erodir - mas
nA<>[MJ.<.Wmccstcndc1sobrci!.soaqui - oprimadodoucampo'".Pode·sc
"'mparor,de......,pon1odcvis!a,oautorcscuscrllicos.Aquclcsqucniopos-
•11cm o c•pcri~ncia da lndia s6 pronunciamscntcnçasca1cg6ricassobrccla
•1uanJo o c•pcritncia ~ pertinente. AWm, E. R. Lcach, seja qual for aliis a
111•1•11tinciodcM:uslral>allms,M>conhcccafnd1adcso:gundamào;clcjulga,
-•.,_.,,
_ __ ,. ·--"I _m•----.. , _
• .............. -.....---.-..-•-h.-1 ........ l' ...
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.~.~,":."''"l•lolM--h•••'""'- ·--..,··---.. l_,..,
co1rc1aruo, que cu me afasto cm provçilodç uma coníiguração antiga "d.aja1i
( 0 dacasla)cmplricaqucvolltlmDJaoiC0111F<U1L1iadiadehojc".Sublinho
CSS-a$palavras,qucdcve111 scrtomadllscvidentcmco1ccmscntidofigurado
(l.cachl971,p.235).En.U'CosUIU"opólogosq1LCc:rilic:arndçfonnaradlçaJ
H. h., não conheço oeohum que es1cja sub111clido a uma di$ciplina de c111pi·
rismocomparivelàquclarcflelid.apclacontinuaçiocrooolóPcademeustra·
balhos (d. bibliograf.a cm JAS 1976, pp. 647..SO). Vou me dele• apc08S cm
algwlsaspcdos.Paracomcçar,háadcscriçãomaiscomplc1aquepossulmm
dcumgrupoindiano(Sow-c<IJle,c:scritocm\952·19S4),aqlWllcobrctodos
osaspcc1osdavidasoeia~dastécnicasatéodircitocarcligiio.Sccssamo
oog:rar.a,dc1ipoclh.•icomasj.icoliocmdcsf•vorpclomcoosoalngla1crTa,
nãotivesscpcrmaoccidosoli1Mia,disporfamoshojc,1cndocmvist.aograndc
oúmcrodepcsquisasn:alizadaspostcriormcntc,dc um quadroetoog:rMico
dasdlmcnslicsdosubrontincntccomoba.<csobrcaqualcrg\LCrumacons-
Lrução- nolugardcla,por.!m,possujmos1rabalhosdcou1ro1ipo,claro,cde
certo modo mais avançados, rebuscados, mas de campo restrito, e também
muitas elaborações brilhantes que mais parecem pifimidcs q11Csccqui~·
bramemsuaspon1as.Égrandcoriscodcqucaimcnsariq11Czaetoogdfica
dalndiadcsaparcça,comoadaEuropaantcsdcla,scmlcrsidnrccolhidana
medida dos meios disl)(HlfVçis. A culpa seria cncão docmpiricismo e da supc-
ravaliação dc suas prõprias t~nica-< por oposiçio à cultura coocrcta. Em an·
1ropologia,ocmpiricismolcvaaumcicntl<moquc1cndcanoscoodll1lr,n1>
limdascon1as,à1ccnocraaa.
Nã1>csgotciacomplclidadccmplricademcutrabalboclnogrifü:osuL·
indiano,pDisamonog:rafiaqueacabodcmcocio""1apoiava·scoumpcqucoo
1rabalho comparativo regional que, por um lado, dcscmbDcava cm form11·
laçôe$aplicada..<dcpDisaumcasoçélcbrc,vi1.inhomasCJ:1c1110àrcgi.io,1>
dosNayar(oscspccialislas,claro,conigiram 1>dctalhcdaioformação,mas
não alirmaram a Lese), e coosidcradas mais amplarocotc aplictvcis llO plano
i11diado,c,poroutrolado,11uma1coriagcraldaaliançapclocasamcoto(w-
locada cm ques1ão por Harold W. Scbcffer, cm AmMcan AnlhmpolO/Pf,
79-84,dc>-1977,pp.869.J182).
l!iSOquantoàprimciraclapa.
Veio cm oeguida uma série de ampliações. fixa.das nos a~ndlccs deslc
livro, oa ordem, B, C, A. O primeiro, e mais imponaritc, 110 scntidD de que
forncceuoquadromai1>rdc1odomcutrabalhopostcriorsobrcafndiacfora
dafndia,éatcoriadarcnúocia.Apartirdcumabip6tcsclançadacml955
(Dumont 1964, p. lll4), utilÍl'.ci por um ladD os resultados da obscrvaçiD
(Sou..<-c<>Jlt) e, por outro, valendo-mede ccnaamptiação,aimliniiç.iDliD
conhccida,cl.iWcamasaiodavida,darcnÍlociaaomundoparaproporuma
vis.ãorclativamcnteunilâriadasrcligiõcsdalodlacdesuabisl6ria(Ap.B)'".
Muitobcm,alguémpodcriadia:r,masnioédissoqucsctrataaqui:
1rat&-$Cdolivrocm.simcsmo,c,paracomcçar,dacoloc.açàodcíciluosados
dados clnográlicos cm H. h. Uma critica c>rtrcma, a de Gerald Bcrrcman,
declara que a hierarquia é .simplesmente um cnpo: prendemo.nos à idéia
de que possucm.sis!cma&Ocialapenasascaslassupcriores,cscutamosos
Brâmancscniooslntocávcis.Semdüvida,amaiorpanedosobsc""'dorcs
niiopattilhadcssavisio,111asclatc111a'linudcdcmostrar11111aíéingênuano
igualitarismo, ou cm csiado puro wo csiado de cspCrito que •ub.siste "'"" su·
tilmcntcemoutroscrflicos.Podc-scobsc""'rarcspeitodcsscca.wofuncio.
namento de uma sofisma muito dÜUDdido a que chamarei de ((IÍl&lll& dos tra-
ços gerais: niíosc trata, para nós,dcafümarqucnalndiajamaisc.Wiua
mínimasuspeiladcigualdadccorootcndfncia oumcsmocomononna,ncm
dcneprasdücrcnçascntrcrcgiõcsg:raodcscpcquenas(Bcrremanpcsqui·
$Olln0Himalaiaiodiano),ncmdcllàorcconhcccrmo'limcntosmaisoumc·
nos modernos". Trata-scdce11rairan111aideol6gicaprcdominantcdc11D
.sis!cmaemrelaçiocom.uamorfologia.Ora,muilofrcqilcnlcmcnlc,lopa-sc
cnmacxigfnciadccoloearnomcsmoplanotodosostraçosobscrvados,dc
lhes atribuir o mesmo pc:so,dc negligenciar .. proporções, qucrdiur,no
íundo,dcprojctaroigualil.atismocmnossoobjcto".Oucma.iooíazscvl!
acusadodcfalharnaconsidcraç.iodosdados,dcfomcecrdclcsumaim"Fm
parcial, deformada.
-··------·--..
,.T___ _,,,,(~
ololo<loqwoo_oe _ _ .._..,__,...,,.,,,..,,..""'.'
--""'""''"
Umoutromal-entendicloparecc-mescrimputil'l:laopodcrdcfogodc
aossosidcais,dc110SSDSvalores,nafonnçinde ......... rcprcscntaçõcs.
Acrcdi1ou-scalgumasl'l:zcsqueff.h.louvavaou1provaV1110s.istcmadasc.a..·
tu., ao l'a$$O que ck proeurll\'a apenu comprccd-lo. Chegou-se• escrel'l:r
quecuaprcscotaVlll"asociedadc~idcalcomoomclbordos1111111dos
poWvois".Napeoadeum llllrop6logooada111aisoadamcnosdooM:lde
uml...cadl(l971,p.236),c,liofllltasisl.açomocranaocasiio,cssacoisadcu
oqucpeasar.Ncs..epooto,deve-selcmbrarqucl..é,;-strall>Spõdecomparar
uuilmcntc "lotem e ca.sl•" sem pensar na hierarquia em ocnhum momento
(lAl'mshstmwzgrt,pp.144-177).
Voltemos à q11CS1ão do lratamento dos dados etnogrMicos. Dil'l:rsos
autores, denuc os quais dois u:stcmunhos cordiais, vêem cm H. h. uma scpa·
raçãonftidacnlrctcldOcootas.NumgcncrOS(lptef.iciollcdição"Paladin"
(GranadaBoob, 1972),MaryDouglascscrCl'l:qucor61ulodccrudiç.iofoi
lcvadoaoe.trcmo,qucocuidadodcdocumcntaçàocadiscussãodctcses
cmprcsençasãoàsl'l:u:sfatiga.ntcs(pp. li, 14).Elatcriadcmanciravis.ll'l:I
preferido uma crposição mais indcpendcnlC, mal< Uvrcmcntc pessoal, e isso
c:s.1avadeacordocoma1cadfociadominantcnaliteratlll"acontcmporinca.
Ora, cuqucriarccoohcccrc integrar tudo o que tinhacomocstabckçido,
marcarcomcuidadoafrontciracntrcCMazooadcconscnsocminhastcnla-
"""'" para ir al~m, e justilicar divergincias e rejeições. Aqu~ como cm Sous-
<<1Slc e outra. lugares, a orientação do trabalho~ essencialmente coletiva.
Acontcccqucumnão-cspeçialistaarcconhcccuscmdiliculdadcaparcntc",
lan~andoassim umal11ZiodirctasobrcumaabcrraçãoatualdaproíLMãoque
11Cparcccmuitocomum"cultodapersonalidadc".
Mais eis que T. N. Madaa distingue texlo e notas num sentido um pDU·
co difcrcntc: para clc, as llOlas s.io "urna obra suplcmcntar" (CIS l971, p. 4),
1 orientação do trabalho~ csscoçialmcntc teórica, dcduliva, e a "prcocu·
paç.ãodcrcconbcccraadcq1111ç.lodomodcloàrcalidadcsocialcon1cmporli·
nca ~ apenas sccundtria", donde a "desvalorização do dado Clftogrtlico"
(ibid.)dc<1ucaJa:u11.Ssclamenlam.AOO..f~docomcn1adorestáaquiforadc
questão, e, entretanto, devo protestar coergiamcnle: o Mmodelo" est:I ali pa-
ra dar coo1a da "rcalidadc .social cootcmporinca" toda na perspcaiva quc a
1nlropologi1 social ordcoa. Se um outro modelo o ÍLa:r com mais economia,
enlio ele dCl'l:rá ser rejeitado. Tamhtm, çrcio que Madan conCuruk aqui a
urdcmda1:.q>OSiçâo(aquimc51110,p.43)camarchadapcsquisa.Afirmoquc
1.Cmrrcdciallltimapalaw1àrcalidodc1ihocn-•da,comodercst0Madano
rcconhcccarapeilodcv•ri,.ponlOll(p.6) Vcjoumaconíormaçãodiowno
l~odcq11e ~11blinbc~qu1ndoh1V11nccc.. id1dc, asdificuldadcsdatcsccas
•pariu q11c ela contornava, de oor1c que n1con1raditora com freqüência
De um pontodevisuempiricista,nãoscpodedeiurdeprotCSlar,a
prop6s.ito de H. h. como antç.<; a propósito do programa da< ConllibuliOllJ de
1957,contraoprimadoatrihuldoàsi<h!iasea05Yalorcs,contraorccUJ50Cll·
CCMivoaabstraçõc:s.cmsumac,scgundomfónnulasaborosadcumcrftico,
oonlra "uma intemperança intclcctualisla hem francesa" (Gallk in1empuan1
inttlltttualism), como tamWm eontra a introdução de tcllos a111igos no CUU·
do da sociedade oontcmporinca. Essas censuras envelheceram um pouco no
sentido de que os dois aspcaos çritio:ados mereceram, nesse meio tempo, di-
rci10 de cidadania cntre alguns, às V1""'5 cntre os próprios crf1icos. Evi1arc-
mos,cntão,aqui,tcccrdc11ovoj11S1ificalivasquantoaofwuloparaapenascs-
clarcccralg111>S.pootos.Llvrcmo-oosdarcferêncianacional.H.h.lhcofcrccia
onanrocmdoispontos.Primeiro,pclafidclidadcdcdarada(p.41)cmface
da tr~diçâo '-Ociológiça frano:csa. Tratava-se lá, como alhures, de marcar o
lroçoprcdomina.nlc,dccaractcri7.ardeformasumiriaapcrspcctivadeoon-
junto. Mais imponan1c ê o fato de que a lo1roduçãodolivro, que cnca:rai-
nhavaolcitordopontodevisladoscmocomumparaodaprópriaobra,par-
te csponuneamcntc do scru;o romum/nvrch. Como a ideologia moderna di·
fcre.cmnuanças.scscquiscr.dcumpalsparaoulro,umlcitorc.'\1rangciro
podclcraquiaimprcssãodcqucissonãoêcomclc. Vcr-scassimconfron·
1ado,dcsdequcscsaidoquadrorarcfoi1odadiscipLinadcatUieaparairao
encontro de um Jcitortão 011 pouco concreto, com aciàst~llciadcvariarrltJ
nimarrais da ideologia moderna, não 1cm çm si nada dç penurblidor, milito
aocontrtrio". BastariaaH.h. apcnasumaintroduçãoumpoucodiícrenlc
cminglês.ccmalcmJo,porcrcmplo.
O que era cvidi:nlc para o autor cm 1955 ou 1957 e se imp& cm certa
medida depois é qvc: um nominalismo intransigente, para o qual não Cllislcm
scnioindivldu05,11mmalcrialismosumár1o,wafuncionalismocnfraquecido
sem dúvida, mas qvc: persistia cm fechar a dimensão hW6rica, não mero:ciam
pcrdàodcqualqucrumqucsepropllllhaap6caraantropologiasocialaoc.-
ludo<kumavas1asocicdadehistorieamcntcponadoradcumagrandeóvili-
z.açio. Gostaria de voltar, uma vez m.W, a um ponto. Quando, por BCaSO, a
dlsçussio sobre CSlas qucst6cs com os cmpiricislas nio se a1ola mas oi: apro-
funda, pera:hc-sc ondç reside a diferença csscncial entre catudar homens
que pensam e agem e estudar comportamentos, como se íaria com insc1os,
comacondiçãodcossalpicarcomreprcscntaçõesindfsen.asmaisoumcoos
epiícnomcnais.AdifcrcoçaC51ánaproíuodidadcda"motivai;ão"dopcsqui-
sador:oubcmelcscdispõcapõrcmcausasuasprópriurcp•cseotaçõcspa-
umclhorcomprccndcrnou1ro,oubcmclcnãoscdispõca[ul-locrclata,
cmconscqüêocia,oqucobscrvacoqucvivcnumsislcmadccoordcnadas
imut~vcl no essencial. É na ronsidcração dasi~ias e dos valores que se
aprofundaarclaçãocomooutro.ArccusaCJ!:lccotraraatcnçâon.asidcolo-
giascquivakaumarccusadopcsquisadordcsccolocarasimcsmocmcau-
sac,.,sU8J>C$QUisa.Évcrdadcquccssachec:agcmsópodcscrfragmcotária,
empírica, pieumul, como se diz cm inglês: põe-se cm questão a rcprcsco-
taçào quc se 1ornou ob<láculo, r.cja cla íamiliar ou cicn1'1ica, ou dc ou1ra na-
1urc,.a.Nãosepodcfal.Crtábularasadaprlipriaconsci~ncia,muitomcnosdc
lodo o aparelho conccitual da disciplina, g:raçasaoqualscusmcmbmsse
comunicam cnlrc si. É este flltimo ponto que fü:ou mais d.aro hoje, como se
verá.
Ccnsurou-se,no"io1clcdualismo"dcH.h.,ocondU>.irclcna1uralmcn-
1caumusoinjtWiflcadodc1c11osindianoscrudi1os,distanciadosoolcmpo,
àsve1.cs qualiíicadosdccsoteriços.Considcrou-scsua u1ilizaçãodcslocada,
dcsmedida,irritanlc.Sobrccsscponloforamquascunãnimcsasaiticascm-
~iricistas. Também aqui as coisas mudaram, a !ai ponto que cMaScr(ticas bo-
i• se aplicariam muito bem a alguns er!til:o<. Gostaria de caraa.crizar de
forma breve a utili7.ação feita de lcl<los antigos cm H. h. Num meio do"'Ílla·
dopelaan~lisccstruturo-íuncionaldopr=ntc,quc,rejcitandoacspccu·
laçãosobrcas"origcns",cWulacomomcsmogolpeahist6ria,rciotrodll1ir
osc..tados.passadoscmqualqucrformasobaqualelcsscapr=ntas.o;cmdc-
via parecer uma "misl.ura" de duas coisas que deviam permanecer distÍl!tas.
En1re1an10,~ÍllCJtatofalar,aprop6sitodcH.h.,dcu111a"misturarcitcrada
dcidéiasvtdicascdcfa1oscon1cmporãncos"{l.cacbl971,pp.235-236).Em
prirnciroluga.r,aconsidcraçãodopusadocadopr=n1ccontinuamdara-
mcn1cdistiolas.Doisapêodiccs(8cC)ligam·SCCMCOcia.lmcntcaopass.ado.
Quantoaotcxto,clc.:onttmquatrobrcvcsiocursócsdcl.imi1ada.dcmaocira
prccisaaoslcxl.osaoligos,cparacadaumadclasarc~oaoprescntcestá
estabelecida crplicitamcotc no ofw:~ não de detalhes isolados, mas do pi:·
quenoconj11nlorclraçado(d.seçõc.s2S.3-4c§dcconclusio,p. l(l(,scção32
cuqucpreccdccscgucimcdiatamcotc;scção57;scçãoli5).Éapen.ascom
relação à pá&ina 22lqucsc poderia falar de "mistura", massctrataaf,cm
condll!iãodccapllulo,dascirtcsoriU>indianasda"cstruturadaaçãosocial",
parK falar como Tukon Pa1•uM. Qu•ntn • id~ias "védiças", apenas uma mc-
Jccc cw: nomc, c vollorcmoo 1 lun cm ino11n1cs
P.m fun~Ao de olKUllll descn\'ulvlmc11\•,. rcccnlc., deve-... abrir espaço
ao1111porun<.larc«r<<>HU•••d•\l"'""llroprescntccop1M11docolâconcc-
hid•c11<»lacm 1no1<h•rn1I/ h Nu1ol•notloi11lurn>açln1cr•lctlc1lgum
modopreliminar,oquescubedop.usadotOtilparaaantropologia. Esscé
oprimciroponto,jamaiscolog,doemdl'.nidaporumcmpiricismoqucsubc:.-
timaasprohabilidadcsdaobacrvaçiodiretacdaintcrprclação.Oscgund<>
ponto vem de Mauss, o de que o presente tem va11t~m com relação ao pas-
sado. Elc diMc com bastantc frcqlll!D<ia: o cstudo inlcnsivu do prescntc pel<>
antropólogo,porquctpordcfmiç.iocomplcto-oqucCJEcluiasdclimitaçóes
arbitráriasdocmpiricismo, quccortaoSDCialcm fatias -,é incomparável
paratrazcràluzrela~conliguraçõcsoucstrulurasn<>dadowcial,cmrc·
laçâGaos dados hist6ric:osscmprc fragmcntfirio$. Uma vczdc.-.ntranhada
umatalconfoguraçãonoprcscntc - c.omoumsistcmasocial,elliionominal
comood<>empiricista -,podc-sccsperarcncon1raralgumac.,;,,..11opassa·
do,scrvir-scdclaparaaordcnaçiocomprecnsivadoqucsurgccomíreqilh·
ciacntrcas màosdaindologiadássica,istot,cssencialmcotcdafilologia,
como umacolcçânpuramcnte acidental'". Es."' foi minha tentativa, cédc
cspanlarqucelanàotÕ\"CMC.ul<>lcvadaacfeilomaisa:do.Osfrutoscsta·
vam maduros desde o começo do stculo, graças ao M1111S.• ,;an.~ritista e 110-
tropólogo c à cscola durkhcimiana, c - .,_loaausênciadcoposiçãodistin·
tiva,talVC';.dcci.<;iva - éposslvelsuporque,lliiofDSSCaGuerrade1914-19\ll,
clcstiv.:=msidocolhidostrintaaoosantc..Acolhcita,todavia.malcomc-
Mcreçoa:n.•ura,tcndointroduzidoc.'l\aaparcntcnovidadc,pornãotcr
=larccidobcmop:roccdimcnloqucscguia.Podc·SCveriíicar,crcio,osdois
ponl<>Sscguintcs: 1. ..,mprculili1..:iconjun1<>s,grandcsoupcqucnos.dcfini·
dosscmarhituricdadcccujarelaçâoaosconjuntosd<>prcscntces1áforadc
quesl~o: 2. sempre considerei ru; represcntaçnc.• cm relação com asiMi·
1rúç6<'s.Explicitcmosc...escgundoponto.Podc-sccona:bcrumacxcgcscquc
c1111Ílcporcomplctonos1c1tosbramãnicm,ascona:pçõcsdoslctrados.Ecs-
saqucàs.,,zcsmcatribuem,dcmaociraiajUS1a,cdaqualalgunsparcccmse
aproximar hojç. Q11anto a mim, niio apenas recorri a tcnos que !ratam de
formadirctadcrclaçõcssociais,masoopassadocomonoprcsenteasrcpre-
scn1açõcstomadascomofundamcntaisseligam,cuiadil:cràmorfologiaso-
cial, digamos mais às illstituiçõcs no sentido amplo do tcnno. Também a
ren6ncia é uma instituição ou, para tomar um traço mais restrito, a d.iaito-
mia dDS templos KaUar em deuses puros e impuros - à parte de toda ia-
íluêru:ia bramânica imediata - (Saw-clUI~, fig. 32cp<mim) ~para mim um•
dcssasinstiluiçõcs,qucecmdcnaasquimcrasdoSr.Berrcman.Niosctrata
dcumadi.<;pu1afücrfiriaout11ccpciona~i!um traço fundamental da religião
dcssaspcssoas,qucnâol!marginaldcocnhumpon1<>dcvista.
l.ssomceratãoevidcntequcncmo•ublinhci(mcsmoporqucolivm
não1ratavadosKallar).Emsuma,aidcologiaqueH.h.tentoudcscn1ranha1
...
,. ................. ...,., ..... ,..,..,,.,,,_,,, ,_,_..,,,_,..r_,,.
,,,.. ,.,,,._,, ........ .... ....................
~ ~
lrabalho.DcpoiscollSlalam·5Cd1W1coisas:oaulorofcrcccscusparadigmas
ctratados1mos~odharma11111adcrcsumirosabcran1ropol6gioon:
la1ivoàlndiacootcmporhea;aMmdisso,coloeaas"prestaço}csdecasamcn·
to"'sobaégidcexdusivadapropMdatkcdaherança.Navi:rdadeumacoi-
saoxplicaaoulra:oslit:rlosjwídicm,pr<:oc:Upadosantcsdctudooomapro-
pricdado,siomaiscmriaiientcsparaoautorquc as dc..nçõcscanáliscs
co:ntcmporâncas..LoagcdciatuprelarwcslcXlosbra:raânicosàllll!docos-
1umcpopularaprccndidodc[ormadirota,clcprcforclomarcomopon10dc
panlda umaoa1cgoriamalcollhccida (inuigr;ing) comoamlka, apLioar-Lhc
um raciodnloblpotétlco(ASif) cÇOUS1atarqucalntcrpn:1açioasslmcMS-
lru!da "dá conta igualmente dos pagan1cntos de casamentos contemporâ-
neos" (pp. 86-87). Resume cm seguida muiln bem os trabalhos conlcmporâ·
ncos,masparan:pousarascondusõcsdcssestrabalhossobr<:olcitodcPro-
ruslodascalcgoriasqucconstruiuantcriormcntc.Ali,ondeaanlropologia
mosiravaumatrocadcprcs1açócs.im:du1M:Jàsimplcstra11Smissãodcpro-
pricdadcc qucvalorii<.avaasrclaçócsdcalinidadc(pcmocm meu próprio
1rabalho).Tambiahrcintrod111,çomaajudadcjurislasolícials,apropricda-
decsuatransmissãooomoprcocupaçiocsscncial(T.N.Madanapontacssc
fatocmCIS9-2, 1915,pp.235-237).0objctivot,alémdisso,confcssadopc-
losaulorcsnoprcfácio:"Nru.soobjclivo~conlornar,curlo·cireuilar,cLiminar
mcsmocssasdi..cussõcs(sobrcqucstõcsdcparenlcsco)... accoluandomaisas
considcraç<'>cs materiais" (p. IX). Os lcxtos servem, cm suma, para assegurar
a vitória do materialismo :lobrc ascondusõc:sdctrabalhosanlropol6gicos
conscicnciosos.Pcrmi1i-mcpcrsevi:rar,lcndocumcsmocstudadocsseslCll·
tosnocursodcumtral>alho:lobreafndiaaiitigan.iopublieado(vi:racima,
notal3)clcndo!oc.adonaqucstãoncslcLiwo(nota54c).Aquicomocmou-
tros lugares, os tcXlos, na medida cm que ai se pode encontrar um rcllem do
costume, "sub:stanciali7.am" as coisas (adiante p. 322 e nota 14), e isso
corwtm a um autor cioso de colocar uma mbs1dncia, a propriedade, oo lugar
dare/Q{dodcqucoc.asamenlo,ouanlc.olntcrcasamcoto,taafodiaos.lnl-
bo!o maior. Seria preciso lembrar ., primcirB> cvido!ncias? Pode-se oplic:ar
pclapropriedadccpclahcranç.a<L<dc.pcsassu.ntuúiasàsvi:zcscoormcsquc
acompanhamo casamento?
Hsefczalusão,noqucprcccdc,àquartaa:l!.>uradirigidapclocmpi-
rismoaH.ll.:adislioçãocstatulo(hierúquico)/podcr(polltico)1alcomofoi
alipropostaniomcrcc:cconsidcraçãodapartcdclc.Passaalndapclarclaçio
eotn:rcicoBrãmancoafndiaantip(masaquclaquc..,pcrccbc,nalndia
moderna, cnlrc o dominaolc e o Brâmuc que o serve t cssc:ndalmcotc clifc-
n:nlc dela?). O que talvez scj•, cm especial, inlldmis.\I..,~..., olhm do cmpi·
ricisla, é que atooriascco11tradip ••i mcsmaesclonie,l151im,impossJ.,çl
dcscrrcfu1ada,dcscr .. fahificada".Scasduasl'uAç6csscop6cmCOl!losc
pretende em umoí.,çlmaior,nioscpodcadiaitirqueclassccoafuodame
que o poder se tome equivalente à da pureza, oum oM:l meDOr. Ou se c>:il!C
que a relação seja a mesma sempre, hom~ne{I, monolítica, oo então que
niooscja.
Nc.o;tc ponto, pcnsa·sc cm McKim Marriott, que propôs efetivamente
Jcll<llrll.h. para trás graças a um monismo(Marriou \976'r). Para ele, o
Juali.uno é ocidcnla~ a fndia é monista. Eqp, uma pcr5pc:diva moniola é
mlllli fiel à cul1ura indiana. Evitemos essas proposições muito HC•ais.. Evilc-
mos lambtm '''"um "dualWno" cm toda opo:i.iç.ão distintiva, mesmo porque
"monismo cm si tambêm Jç~ r~r llislinçúcs (etc as rv, e elas 5.!lo ~an
lc oorrcntcs, por c>(Cmplo dJramrt1/(orinJ, cuja fontc clc não indica). lntrodu-
•ama. uma questão mais reslrita: cm que medida o ou os "dualismos" cn·
""'""d°' cm H. h. rcprc.o;cnlam a introdução de um elemento es1nmho à ln.
doa~ Vejo ali dois "duall•mos" fundamentais.. Primeiro, um "dualismo" me·
111.Jnlógioo,impUcitonaap<c.senlacãomuitosimplcs,porEvans·l'ritcbard,do
lrnbalhodoanlropólogo:
c,.,.,.,oóg,.f<>.d<..,.......,•-•'"Jl<M>Pnm"""'•l'f"od<••-d<.,..r.
~1•r<ook1!ollr•lloguo(okao>p=oui•pc ... rcm1<"'"""""°"'"'""'"'1"odoiC"' ...
~.,.,n• ..-.-..... ......pc...inna.i. ..... ,,.<-ri,o<a.••••rpt<1a1....... ,.,..,,...""""I'"
"'"'""'""°""'""'""Prolpnanrllu,.cnalurguoJ<mdo«>rpoJ<nld<"3111KarDcohlid<
'"'~""ri' .. Emowlltli!<rmm,tl<lr>dlalcloumanrnu.. oouln(Sa<ld/A"""""""", l\IS\,
1•M)
Após essa explicação, ~alvcz um pouço longa, çom suas críticas, seria
dcscjávelvernquesctnrnnuH.h.napcsqul'<aconlcmpnrânca.N6snoslimi-
1arcmos a alguns trabalhos que a ele r~m rdciinci.a mais ou menn< de ma-
ncira elflllci1a, oo plaoo das idt;ias dirctri7.cs c d:as conclllSÕcA, c tcnlarcmos
extrair dai linha.gerais.
H.h. propunhaver,no•Wemadascaslu,umade•volu<i1açiodopodcr
.
~:=:i~::'::.::.~~n<~~C~~C ~:~'.~.~.~~·.~:: :.-::-.·.~'.1'.1:·~.~.'. '.:'.~ 1.~:~~l ..
l'oioquefczSusanWadlcyaotennodcumalDOllOf'.t'iasobrcreligiioou·
maaldcU.daplanfeiedoOangc.".
BastariaobscM1rq11co"podcr.. dequeclaíalaUotamcsmaçois.a
doqucc11falava.lssocstáclaroq11andocscn:YC:"O.briman06sãoos
••:re<aomcsmntempomal!;dotadnsdepodcr(powrllfu!)cnsmaispur.,...
(p.l86).Mastpreci..orompletaroargwnc11tocacruccntarquc,oocspfrito
d..... au1ora,suanoçãodepodcrseimp6crontraaminbapolofatodeque
clot...:rdadciramcntcindfgcna,poiscJ<lrafdadeumaanáliscdodomtniocm
qucsctêmmaisprobabilidadc.<deapontarnswl""'-'lntimns,arcligião.Pa·
racvitarconfusão,lrad111.ircinoqucsegucpor"pocência"(puimrnct)o
po""'rdcWadlcy.
É preciso dizer, cm primeiro lugar, que devcmnsscr rcconhccidnsa
S1WnWadlcypornns1erofcrccidooprimciroquadrodctalhadodarcligião
1><>pularnaquclarcgiôo,compre<:ndidaafaabundantcli1cra1ura,oraloucs-
<nla.aclaligada.Esc:olhcucentratil".arsuaantliscoanoçãodepocel>Çia.Dc-
liniu por ar o wbrcnatural, 0< deuses. Aqui duas obscrn.çõcs se impõem. De
umlado,niosetraladcumadcliniçãocomparativa,porqucapo1êociatsem
dl)vidaumatributodnsdcuscsdctodasasrclipõcs. Dcoutro,n.insetrala
prnpriamentc de uma delinição, porque se di•. ao mesmo tempo que a pocb-
CÕ• não tum atribu10 distin1Mi dos dcuscs: a po1ência cstá cspana cm todos
'""''c•ccmtodasascoisas,wbrcc~atcrracnnsoulr0<m11ndos-ctisso
"quc,nacondusão,pormi1caplicaranoçãoatodaasocicdade.S.mdinida
º'""' potencia não es11i prc.-<entc da mc.<ma maneira ou nn mcsmn grau cm
1uJaparlc,masaauloran.iotcnlamafü.arouqualilicar•Uadcfiniçio.Tal
comocs1á,suadeliniçiocotocada<1prioriésu'l'rccndentc,porqucoqucca·
mtcri1.aria a lndia .t primeira ...Wa, com relação a essa matéria,nãot a
p<ll~ncia dns deuses, massobrctudna continuidade entre o"sobrcnatural"' e
una1u1a~ofatodcqucsercsbumanos(ocasado)ouobjctos(osin$trumen
lu•de lrabalhn) po:!.53m,cma:rtascircunstâncias,seroobjctodoquccha-
mom""11m"cullo"(piljii)scmclhantcàquclcofcrccidoaosdcuses.
Oquedizcr?Nãoselralaaquidcdisculircmdetalbcumaobraqucjá
1M" ""u aspcdo cien1fliro merece todo respeito. Trala·sc desse conocito, ;,,.
crodu1idndcsdcoinfcio,qucaa111orapcnsacxprimiracssênciadarcligião.
l'<nurquecleniocscondcnadadcv.ilido?Acrcditoqucpararv.crjUSliçaa
Wmllc~ de..:-..: odmitir que ela [IC•tcbcu aliiuma coisa. Creio qllC cl~ pcrce·
!1<·11 uma continuidade, um "moni..mo'", como diria seu mestre Marriolt, uma
0111uJcqucoobrctoJooe11mpoda.•rclaçilc..,algumaroit.aqucnumaprimci-
r• ~hord•11<=m se dc...:ria chomor onle< Jc sentimento de depcndencia. Que
""IM,... J~ar a mcun• roW. romo "M:nlomcnto de dcpond!ocia." e como
",_ ........ _
"1M~~nd1" (ou poder) mc•l,. o 11".muquc puJc M:par1rduas intctprcla~
Alpouca1<tcn1a1ivasdcsupcraç.iodeH./r.qucacabaniosdcmcru;ia.
""'n!nnosparcccmoonvinccnlcs.Acrcdi1oq11c,eo1..,ariamcn1càprctclldio
•t• M1rri<>1tdeoenlcrraracurloprazo(Marrioll \976a,p.193),olivrosc
011111 na pcr>pectiva de um prD7.o mais longo. Ele não é mai$ tributário de um
•••ln••Uwlodaindologiacléssic.acdaantropologia(cdascieociassociaiscm
1•111) Asupcraçiovir~col.io,sc1udocorrcrbcm.Usepodcperccbcrnos
111h1lhusassinatadosaspectosdcumasupcraçàop055!v.:l?Considcrcmosos
l1m~o1 do hvro. Ele esii amanado às formas >OCi.ais.. Como tal, ele cobre, é
•ri1lon1e,1pcnaspartcdacul1uraindiana,nioq1>eotiW..Cmoslimi1adovo-
lu1011i1mcn1c pores1clado,masporq1>einclulmosdao;ultura,cdasrcprc-
..,"'"~OO.cmparticular,1pcnasoqucscimpôsdcimcdiatocmr<:laçiocom
•• ln<1n11 ooçiak Dev.:m sur~ depois todas as espécies dclipçõcs que o;n.
•'''" 1Holonpmc11los e remanejamentos internos. Aqui, rcCIWllldo sempre
••1111lu•·circui1os1tbilr4riospropostosporMarriottcsuaescola,pode-se
1w1ul11ccrlostr1çosq1JC1vooladedeserficlaose11limcoloindianodasooi·
01•11•l1i.·1cmcvidtncia.Assim,falardcum"sentimco10dcdcpcndéncia"é
•111111 u1no mancin imperfeita de dcscrcv.:r o comportamcolo do ator na
1~•!•1, "'"' 11nd1 t ~ncar num dos. componcnlc. da cultura. Do mesmo modo
'I"' ""'"'AndcqucnqucscpB>S.11numatornioédifcrcnlcpornal11rc~..1do
••'"' ""l'ª"••ntrcdnisa1orntumapc,.pccti\l3V.:fdadciramcotccstnitur~
!'-hl!l•~l l'.17M, p. Hl9, cf. cm oolro 11....,JSom-<wtr, p. 3),qucdcvcriaser
'l~"Uu111d• de m1ncir1 mcn<ll mcdnita do que IC lcm ícitn •lt aqui. Não o
'"""111on!Anm"dct.brriou,cnqu1nlo1u~nd1d1dualidadcc.•plrilo/mali!·
11• ''"'' n&n conotitui numa prlmrira 1l~ord111cm um1 perccpo;lo ju.ta da
"""toli<lodr lndi1n1 /\rei•~"' dc 111• 1111,.._ e dr muitos ou!•""' ~•m 1
Mh•1l .. ln1110.,1<i1l1lnJ1ro.t•1>01 ... 1•oloh•l«·10l1
E p1cciso lembrar tamWm que o que se plCtendc t estabelecer uma
pcrnpcalw global. O que se fu, cm suma, foi localiT.ar grande5 m......., umas
cmrclaçioàsoutras,cmfwiçãodeumnf...:lprimfrio,fundamcnlalcgcral
Supoodo-sequcapcrspcctiw.scmanlcnha,hilugarparaduase5pkiesde
dcsciwo!Wneoto que devem modffic:ar de alguma maneira a çonsWçio do
conjunlo,qucrdeuml.adoumestudoprccisodosnf\lllissecundúioscmre-
laçioaoprim"'o,q11C1deou1roumestudodas[ádçsrcgiol>llis.Q11&11toao
primciroponlo,nãocreioquctcnharcduzidoosícnômcoosd.itoscoon6mi·
cos, por exemplo, a '"cpifcnõmcnos de uma maneira original" (David 1977, p.
221).Di:ê-luédcscoohcccrcmp10fundidadcall0Çiodchicrarquia:oinfc-
rior,osubordinado,c.W.esim,scmpreidcologicamc11\cincapazdcsairde
suafüoitaçiu. DW:rqucclcnão~ umais intcressantcparaao:araClcrizaçio
global do sistema oio impede de modo algum o estudo daquilu cm que ele se
toma uma vez - por çom,..-açio çom nossa vidio - subordinado com rigor.
Avida não se limita de modo algum àquiloqucaidcologjacolocacm pri-
mciruplano,mascadaumadcsuassitwiçõcs~colorida,seaãocstruturada
cm grau variável - com rcfcrCncia à ideologia global. Tomemos um outro
cxempto.Pcrguntando-sc.obrcoqucrcsul1anafod.iadanio-valo!Uaçâo,is-
m ~. no sentidn da n.ão-morali7.aç.io do individuo, Tambiah encontra "uma
pcrscguiçiu;lgildavantagcmpcs..oal ... scparadadctodaélicaab:slratado
bem comum ... " (a /1wly self-sul<ing•.. unru1tm1d), "uma busca desenfreada do
podcredodinhciro. .. '"(1972,col.835.ri).Eisumtraçooonsidcradouniversal
que se tinge aqu~como indica oau1or rapidamente de passagem, de traços
distintivos.
Quantoaoplanoregiooal,oqucéquccxigcqucaficicsdocampesina·
to Jal não esteja muilo distanciada du modelo comum coalleQdo, e que
aquele não possa rondu2ir a revisões? Tambiah acredita me embaraçar
quaadosublinhaqucoSul,maisrellgiosocmmattrladcimpurcza,~aber·
raotcquantoàsvamasporquciporaasduasvunasintenncditrias(l972,
col. 832b). E como rolocar o problema, dipmos, de que uma r•cies tamil da
qual Jaffna, ao Nonc de Sri Laob (O:ilio), estudada por K. David, apresen-
ta aioda uma modificação. Acredito que seria neousário, pva o:onsidcrar tu-
do isso, começar por propor uma fórmula iod.iaoadcconjunto.Etap1nc-
cess.iria,capcnasumactapa,ces1udosmaislimitadoseprccisos,tomados
assim, senjo possfvcis, pelo menos mais seguros e diretamente focWldos, dc-
vem cnriqueccr c modilicar, t.alvcztraosformar, Bllis.IOglobal.
Fmalmcnto:,tprccisoindicaraqui,aiodaqucscjadcmaneira•Umiria,
apo:Wbilidadcdcumacompar•'6<>diretadas5Dcicdadutrad1cionaiscntrc
si. Chie Nabne ,..-a o Jap.lo e Francis L Hsu p1r1 1 China C\lldcnciaram
lnçosimponanlesquecnconlram aquiscu.n'loao· Podeoc.cn11.,,rnncc-
bcrdc Í011J11idcal,tenAoespcrarBCOntccerlogo.um1•·0m11•r•~locn1rces·
1111rt.ci\lilizacllc&.1qual .. ri1n1luralmcn1cb11c01lonumol""''"l"m"mu-
dcr110masa.iopassaria,oosdct.alhes.,pçlodesviodaso;ooa:pçõesmui10CJ1·
a:pciol>lis1111his!õriadabu.manidadcquesãoasda.idc:ologiamodcrna".
Oquepre«dcdizrcspcitoaH./r.em$Ullt01alida<koucmseuplano
maior.Rcstaaprcac111arobservaç6csmaisparticularcs,relalivasau.mcap!t11·
~>,011u.mapassagcm,do1mo.ElesC$1iorcduzidasaomfDimo,siodc1ipD$
diferc11tcs e chepm a correções de detalhe. O fato de se acompanharem de
rdereiw:iuatrabalbosrcce111csu!odcvedaraimprcssiodequcscprocu-
ro11alualizarahibliografia.A$Sinala-seapenasumpeque110níuncrode1n-
baU.O. que permitem ao leitor uma orientação na literatura n:c:cole. Dciu·
ram-ocdcladocmpriadpioasmooografiasloc.aliz.adas,quc,colrclar110,com
fm111tocilrc1111Y8111ocoabcci..me11todeumarcgiio,110ladameatcparaa
Pfópril lod;a de A. Btl.eillc (Tamil Nadu), P. J. Hiebcrl (A.adhra Pradcsb),
R. S. Khare {UIW Pradcsh), T. N. Mad.aa (Cachcmira), H. Orellileia (M1-
harNhtra), M. N. Sriviaas{Kan!a1alta), às quaisse dcve aercso:c111ar a abra 10
moamo lempo monogdfLCI e comparativa de Nur Yalmao par• o Sri Lanb.
Nopb..aogcral,tiadi$pcos.6vclassinalaraobramonumcnlaldeDavid
ll. Mandelbliu.m: Socitty ;,, /ndio (2 \'Ois., Univcrsily of Califomia Prcss,
1910), e tambl!m o simp6sio de vas1as proporçõc:.s dirigido por Millon Singer
e Bernard S. Cohn: S111<cri= tvrd Ch"'Wt in /trdio11 Socitty (Chicago, Aldioe,
o·. 19611). Assioalaremos lambl!m um pequeno n6merode obras colelivascon-
""ifldas 1 aspectos particulares da socicdadc, e ricas cm rcfcr~ocias.
Seguiremosqoraaordcm dasscçõc:.s11umcradasdolivro,dc:Mgnan-
do·asporuf".
f ll.Numaftiaoconugradoaoes1a111tosociolõgic:odapalawa"casta"
oquc:1C\'Oltaparaa~ril:albl!ric:a,JullanPiu-Rivcntroiw:6tciscsdarc
dmcnt01 .obre a hWõri.a da. palawa nas llnguas curop1!iiu, cspccialmcolc so-
b1c 1ua prinlcira hill.6ria aas llnguas ibl!ricas, nas quais nio possui ncnbuma
«M1.,.1çào de est•Luto ("Oa tbe World 'Caste""", CID T. O. Bcidclman (org.),
'f"ll•TrtJ1U/a1iona{Cu/1Un,Qot.a1,Loodon,Tavi$tock,1971[pp.231·256],pp.
HH.15,lSl-252).
§ 25.2Aexprcssão"umatriboqualqucr"(p.99,linha22)foihvc>-"'
compreendida como relativa a trihos indiana<. Teria sidn melhor di1.cr "uma
sociedade tribal", mas o cnn1cno, com a referência a Dobu um pouco acima,
aFljiumpnucomals.abai<o,1criasidosulkicn1cparaindicarqucsclratadc
umatribocmgcral,cnãoc.•pccialmcnlcdafndia.
§ 253·4Sobreavariaçãodaimpurc~.asc~ndoocsta!Ulodosujcim,
••:rabaixoanõlasobrc§32.
§ 31.Acrílicamaisdctalhadada"hicrarquia"cmH.h.tadcPaulinc
Kolcnda, "Scvcn Kinds of Hicrarchy in H. h.", cm JAS 1976, pp. 581·.596;
lambém, mas com recusa incoodiciooal e motMub.: Owen M. Lynch cm Da·
vidl977,pp.2511·259.Essasa!ticasforamrcspnndidasnngcralnoinfcioda
scçào2acima(vcrtambémoPosf~cio).P.KolcndanioparcceC51aravisada
de que todo conceito ao qual se dá um lugar fundamental recebe por isso
mesmo uma multidão de sentidos parciais ou sccundãrios. Ela propôs subsli-
tuir a nposição puro/impuro como valor cnglobantc pclodh11nn11,ordcmc
dever. Mas o dh11111111, como !ai, não~ especifico dos c:Malulos supremo e ia-
fimo: elcs pos.•uem, como 1odos os oulros, o scu dh11m111 pr6prio, c assim clc
nãoaluacmlodasascircuratânciasdavida.DcslÕ7.a·scaquidcumavisãoao-
1ropnl6gicaparaumaviciointekctual,ou111csmolul.ual.
§ 32,p.123.Sobrcatooriada .. mcsc:ladovarnas",éprccisoacrcscco·
tarqucclapc""itcaosaulorcscltssicosalribuircomn:ferbciaàs-nas
11maposi,110,.,,/alil'Oàseatcgoriaso11aosg11poi;quc.<ej11Jgarcs11ltardcs11a
mi\lura(Tambiah,ibid.,p.'1JJ7).
§JS, nou 3Sd (p. 134). Brcnda Bcck acrcdimu cnconlrar noTamil
NMlu. na 1cgiio chamada Kcmgu, a velha divis.io cm ca.uas da mio dircila e
da mãoosq11erda. Navtrdadc, pan:çctratar-scdcumautili>.açãorcgional
muJcrnadaan1igadis1inção.Sc11livro,Peasat11SocittyínKDnkr.l,.AS111dyof
H'f,hr a11d Left Subcastos"' Sauth l11dia, Va11cou"1:r, 1972, foi discutido por G.
Ol'"}'C"Ckcrc,Man, NS, IC}.J,ocl. 1975, pp.462--4611 (cf. minhas notas, Ou.
muni 1'111!.p.IOS)
..
~;~ :.~·!:.:!~ ~:,~;:, '.'.'.'.'.~';;;;~~.~~1:::. ~. ~;.~,:~~;,~:::i;:~c~,:.: ~;.~~
Ranking ud Food Tranuclio111, A M•lril Anal)'Sis", cm Singcr e Cohn,
S11ucnur1111d~(Niaa,p.3S).Comoj•scdissc,C$SCIUlotcomplclou
cm ..guidaS1L1tcoria1ram..cioul,aobrcaqualnos.asoD1asip. l4lcoa1i-
01WD "'1idas cm graruk parte. Cf. cm illlimo lupr "Hiadu TrallS&Cliom"
(Murio111976b).
f42.2,p.l54,linha7.Auprcssio"lra~dorcsoãolivres"i!um
cmpr&timo1Dllllii:ITbo:n:icrcrcmctcisuadcíiaiçio:OaaielcAlia:Tbot·
ncr,l..JJ1id1111dl..abourinlntlia,Bombayctc.,c.1962,p.21.
!i64.SobrcalrOG1dcalimcnt~veracima!i36·37.
§7S,p.W.Scl!jll$lodizcrquc°'tc.<t0$D011Dalivosignoram0$valor
rcsdocomcrcia.olc,i!prccisocnlrctaotoacrcsccolar - cislofoiobsel'Vldo
-qucclcsaprcseotamlodoumconj1111todcdisposlçócsq11edcrivamdoquc
chamarlam0$dcdirci10comcrcial.
f 84.4.DolamcotadoPierrcRollaod:"Leei!rl!moniald'cxdusiondcla
castcdansl'lodca.ncic11DC",Prof.K.G.Ni/olu»l111StllftiFtlicil111itJ11 Volumt,
Madras,1971,pp."87497(ms..da!ad<>dc\861).
EscrC\.:odobojc,acraa:ntariaumascçioqucpodcriascr:''98.0lu-
I"' d.os .;:oisas", que apresentam ''"" espteic de çonclusio no Vl>Zio de todo$
01descnvolvimcotos1111criores.Elareuni.riaascooclll56esaprop61i1odari-
queza - a riqueza mobilihia cm particular - , as notas muito bn:= e dis-
pert.a< sohrc a ideologia do dom, e nutras obscM11~ .;:omo aquela q11e ioo;i.
dewlm:o"cmpréo.timocldfÚl5Cw"(t94).Tcndon:wolu:cidomaisfirmc-
mcn1c, nesse iotcrwlo, que o ponto de oisl.a ccoo6mico qllC predomina na.
Kkologiamodernasubordioaasn:la~cotrchomcMà:sn:laçócseotn:
homcnsccoisas(apropricdadcctc.,d.Homo11eq1ullis/J,>'t·scclanmcolca
pouibilidade de n:unirostraçosindianostradio;ionaÕ$a:imoaa:ins1ituição
~mil.amcntcopostadestacollfiguraçio(cr.a11ota42:aquiasrelaçõcs.com
.. caio.as sc,..,.,m à aprcss.111 das relações entre bomcM. Eslc aa~mo
«>mplclariacrcforçariaascção75.
§ 10?.C.J.FullcrrcnovaaquestiioapaT\irdcumapcsquisadccam-
fll'" "'Kcrala Christians and thi: Casic Syslcm", Man, NS, 11·1, mar. 1976,
1'1'53-70.
§ 103.Conlributionsfo/ndianSr:w:i<Jlogy,NS,Vl,de7.l9'72,tçonsagra-
Jaaosmuçulm111os.
t lll.MiltonSiDgCr,org.,&np1r11mnltip1V1dModenriUlt111t10/Ck·
rup111ion11/ Cu//Ura in Soulh Mia, Duham NC. Duke Uniw:rsity, e. 1973 (li
tnntrihlli~õcscumaloopdiscll&Sio).
Bibliografia:J.ifoiditoqucoesauUniobibLiogrilia:isislcm.ilirofoiio-
turompidoem 1962.Paraaprescntccdiçãoatualizamosapcnasalgumasrc-
fu~n<ias. Malcolm Cricl achou mdhor corrigir a mcação aos O.ips de Max
Mulkr(4volumcscmvezdc3)cassioalaroio\Clcssc:dcdoisoutroslCJllOS
1lu mc•mn amor: uma cana a Rislcy a propósito da Elhnol~clll Sww:y de
1!1116iml"cnsacm Cllip1,t. I, n!MI edição, 1894,c um apêndiceintilula.do
l'h11<>1"11)'w:rsu.Ethno10fl)"'cmBr"l'!flPhy!>fWOld.t... ,1888.
CISJV?J:S,,,,,,.,..,.~porT.N.Madan,C""..i....r...u"'/nJ.anSo<'°'"ll)"
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(Of1.),T1111UOr1...,andMcanrng.PhtlaOelj>Jlia.ISHl.c.l976(ASAEssaysínS...
ciolAruluopology.vol 1)
Tarnbialll912:S.J.Tambiah..n:scllhadcl/omoh1«WC/r1cw.c"'Amtri<anA111hn:ipo•
lagur,74-4,l972,pp832-83S.
PREFÁCIO
Tramliltraç4o;Olcitornãocspcdalistapodcabi1ndonar,napronüocia,
o inowrio dos•inaisdiaçrkic:Olicmprcgados.As6iAalam-.scapçnasosiodis-
l"'ªrJovci•.0Uantoaomais,vcr,porcxemplo,paraasUoguasindo-arianas,a
••a1nltn•o.ãmcritaclcmc11111dcLouisRcnou(Paris,Adrlco-Maisooncuvc,
1•;.w,J
Ellcmplos:
TÍIJpi<lpronWlciar"raadjpUul".Pc1Ua111~mcsmonatransaiçãocmcaraclc·
rcs romanos, consignar, a:imo nossos autores antig~ as ronnas "Rid-
ja" para raja, "Tchandala" para Candala;
ç<buu,"tralado",foigrafadocmromano,àinglcsa,comosbas1ta;
pa~cltyalno tcno: pancayat, pronuncia-se "pantchay.1u" (nas translitcra'1ks
cmit.llico,ohmarcascmprcuma"aspiração").
INTRODUÇÃO
I. AS CASTAS E NÓS
Nos...,sistcmasocialcodascas1ass.âotioopostoscmsuaidcologia
•~n1r~l.qucscmd(Lvid.aumlcitor111odcrnorara111cntcCS11idi•postoadcdicar
"""'tudodu.....tatodasuaalcnçio.Scclctmuitoignorantccm:10<iologia.,
uu l<m um espírito muito militante, pode ser que seu interesse sc limite a dc-
0<•jor a dc~ruição, ou o dcsaparcçimcnto, dc uma instituição quc t uma nc-
1•1in dos direitos do homem e surge como um obst:iculo ao progresso
••rnnt'>niko de meio bilhão de pessoas. Obsc:m:mos 1apid.amcntc um fato
1ud1«l:5Cmfalardosiodianos,ocnhumocidcolalquctcnhavividonalndia,
lm"' de o reformador mais apaixonado ou omission.irio maiszeloso,ja-
m•I•, anquc sabemos, pctSCgUiuosislcmadas<:1151asourccomcodousua
ohull~iopura c•implcs, 50japorquc1ivessc conscit!nrilviYa,comoo11bW
ltul•ll•.dosíuoçócspositivasqucosislcmaprcc11Cbc,ousimplcsmcn1cpor-
'l"'""'"'"'ºCCMCmui1oi1TCali>"..6vcl.
Mc•111nqucsuponhamosqucnos.<01ci101scjacal1110,nãoscpodccs·
1~''"' •1uc clcconsidcrcacut&anAo5Crcomoumaabcrração,cospr6prios
""'"'°' quc o elo dedicaram trabalho. wm muita frcqü~ncia chc1J81am a Cll·
11lkar o oiAtcma maU como uma nnmolbt do que a comprccndê·lo como
111ulna1l1uiçlo.Vc1cm01lunnocaphulnM:pinle.
~CM:lr•lM11Co<'>de .. tiaíR1crn1 ... <Url•1Aidadccdccom.lruirparaná6
.
:.:~::::•~,.:~~~ed~d:~ :ia~c'~'~'~:::,l lll~;:,~.~A~~,:,!:~,:":, ~::~::.=.~.~
mosoesforçodeatcnçãoqueaprcparaçãodcsiclivroc>dgiucquc,seimuito
bem, sua leitura 1ambtm c.<igc cm cena medida. É preciso muit<> ma;., t
precisopcrsuasãodcqucacaslatcmalgumacoisaanoscnsinar.Essa~dc
fato,11/anJPprtW"J,aambiçãodostrabelllosdequcaprcsc:nteobrafvpartc,
cfncc~riofooirccsclarc:cercsscpontoparasituarccara<tcri7.araem·
prcitada a que nos dedica.mm. A ct<>ologia, digamm mais prccisamc<>tc a an-
lropologia "°"ial, só apresentaria um in1ercs.<e espcçial se as sociedades
"primiti....,""ou"arcaicas.""casgrandcscivili1açõcsc.str&11gCirasqucclac.stu·
dapmvicsscmdcumahumanidadcdifcrcnlcdanossa.Aanlropologiadáes·
saprova.pclacomprccnsãoqucofcrcccpouco11poucodas:IOcicdadcsccul-
turasasmaisd.ifcrcnlcs,daunidadcdahumanidade.Aofv.ê·lo,claaclara,
cvidcntcmcnle, de algum modo, nossa própria espécie de sociedade. Mas t-
lhc incrcntc, c cla às w,,.es a cxprimc, a ambição dc chcgar a fazC-lo do modo
maisracionalcsislcm:ilico,dcrcalir.iruma"pcrspc<tiv.ição""dasoc:icdade
modcrM com rclaç.io àquelas que a precederam e que com ela con:i.iem,
tra>.cndoas>im umacnntribuiçãodirctacccnlral paranossaculturagcralc
paran,....,educação.Scmdíividanàoparamosal,masncssarclaçãooestu·
do de uma sociedade complcu, portadora de uma grande civili:!ação, t mais
favor:lvcl que oesmJodc<Ociçdadesmais•imple., «>eial e culturalmente
mcnosdifcrenciada.<.A.acicdadcind.ianapodcscr,de.<sepontodeilita,1.io
mai.<fccundaquantoscjamaisdifcrcntcdanos.sa: podc-scei;pcraroinlcio.
bem sinali1ado nesse caso, de uma comparação que scr:i mais delicada cm
Antecipc:mosduaspalavras:ascastasnosensinam umprinclpiosocial
fundamenlal, a hierarquia, cujo oposto foi apropriado pornós,modcmm,
masqucéinlcl'Cll.Sanleparasccomprecnderanaturc:ra,oslimitcscascon·
diçõesdcrcali1açãodoiguali1arismomoralcpolkicoaoqualc.stamosvincu·
lddos. Não será preciso chegar 1:1 na presente obra, que se interromper:!
subs!ancialmcnlc nadcsc:obcrtadahlerarquia, mascssatapcrspcctivacm
qucscinscrcvclodonossolrabelhoatual.H:iumpontoqucdcvclicarbcm
claro.Entcndc·scqucoleitorpodcrccus.ar-scasairdese11Spróprioswlores,
pode afirmar que para ele o homem começa com a Declaração dm Direitos
doHomernecoodcnarpuracsimplcsmentcoquescal"astadela.Aof!17.é·lo,
elccomccr1c1,.amarcacslrciloslirnilcsparasi,csuaprclens.iodc•1:r"n10-
dcrno" licasujci1aadisciw.ão,porrazõcsnàoapcnasdcfa10maslambtm
de direito. Na realidade, não se \rala aqu~ digamo-lo de roancira clara, de
atacar os valores modernos direta nem sin110SUDcnlc. Eles n<>:1 parecem,
aLiás, •11íicien1emcnlc pranlid<>:1 para que tcllham algo a temer cm nossas.
pesquisas. Trata-se apenas de wna tentativa de apreender 111lol«IU11/mt11tt
outrosvalorcs.Sch<>1M:rum1ucusaai5so,en1io11<:r'in~llllrnl•r<nmprc·
. _--
..... . ..................
lo A""'""'"~"do<lpo"'°'--"'°i-..ir. ..
........
'"""""" --olo-<-""°"·
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~~.~-;;~:::...-..'"'.",:=,.7' ::==:::.~::.:.."":::.:: r:-.::7.:':.~ ,_ ...
mcnosradic.alacusam·nascnt!ndcmcrgulbarna"ouhurolog:ia"ouna"io.
dologfa"cdepcrdcrdcvislaacomparação.ascus.olhossulicicn1cmentcga·
ranlidaporconcciloscomooda"CS!ratificaçioM>Cial"cpclaconsidcraçio
das.f<'melhan{tu,quc pcrmi1cmagrupar,sobctiquclascomuns,fcnilmcoos
emprestados a sociedades de tipo diferente. MM uma empreitada como e&Sa
jamaispcrmitir~chcgaraogi:ralc,comrelaçãoanossopropósitocomparalÍ·
vo.elareprC5CO!aaindaumcurto-circuito.Ouni....:rsal..Opodcscratingido
nacspécicatravésdascaraacristic.asprõprias,cscmpredifcrcota,dccada
tipodcsoçicdadc.Porquciràlndi.ascnioforparacontribuirparaadcsco-
bcrtadecomoasocicdadcouacivil.izaçioiodiana,por51U1pr6priaparticula·
ridadc,rcprcscntaumafonoadounlversalouparasabcrcmqucconsistccs-
sa n:prcscnlação? Definitivamcnlc, s6 aquele que se volta wm humildade
J>llraaparticularidadcmaisínlimaéqucmanto!mabcrtaaroladounlvçrsal
S6aquclcquces1áap1oaconsagrartodootcmpoocccssárioaoes1udodc
1odos os aspcelos da cultura indiana lcm a oportunidade, cm cenas con·
diçõcs..dcatransçcndcrlinalmcntccafchcgaracncontraralguma....:rdadc
paraoscupr6priouso.
Para o momento, propõc·sc aqui, cm primcir!Mimo lugar, tentar wm·
prccndcraidcolog:iadosistcmadascastas.Ora,elaédirclamcntccontradila
pela teoria igualilári.a de que participamos. E é impossf....:I comprccndcr uma,
enquan1naoutra - a ideologia moderna - fortomadacomnverdadcurii-
vcrsa~ não s6 enquanto ideal moral e pol~ico - o que conslitui uma pro-
fL...;o dc féindi'Cutlvcl -,ma.•tambo!m comocrprcssãoadcquacladavida
social, o que o! umjulgamcnloingênuo. Eisaru.iopclaqua~paraaplainaro
caminhoparaolcitor.comcçareipcloíun,utilizandndcimcdiatoosrc.<ulla·
dosdocstudoparafu.t-loreOctir,alhuloprcliminar,sobrcosvalon:smo-
dcmos.l"SOcquivalcaumabrcvcintroduçiogcralàsociolog:ia,qucpodcrt
scr considerada muito clcmcn!ar, mas não ioütil. Trataremos c111 primeiro
l"8"rdarclaçãocn1rcvalorcsmodcmoscidcologia,cdcpoismaiscspccial·
mcnlcdoigualilarismoencaradodnponlodevistasocinl6gico.
l. O INDWÍDUO E A SOCIOLOGIA
Porumlado,awciologiaéoprodu!o,ouaotcs,claéparteiolcgrao!c
da sociedade moderna. Sua emancipação ..O se~ de maocira rcslri!a e com
um o:sforçoconccrtado. Porouuo Lado. a chave de nossos valores é f.lcilde
ser cnconlrada. N=as idéias eordinais chamam-se iguRldadc e liberdade
Elas •upõcm como principio l'.lnico e representação valoril.ada • idi!ia do in·
rhvlduohumano:ahumanidadcécons!ituldadc homcm,cc•d•umdc&ses
homc111 t oonccbjdo cnmo aprescn1ando, apcur de •u• p11tkulHidade e fo-
r1 dcl1, a c....!nd• da hummidadc. Tcrcmoo dc "''llftr 1 •"• ld!'1a fund1mcn·
tal Cmuidc•rmn•NurR"ll••>lnal•HR•<lr.-u•U•rn•<'•Bl••ll•'• l'-... 1ndi\'I.
1l11oéq11asesagrado,absolulo;oiopossuin&daac:imacks11Ue.Ui!;óncias
l•~lim .. ;scusdirci1oss6s.iolimitadospclos~IDSidbtico<dosourros
1n1llVIJuos. Uma m6nada, cm suma, e rodo grupo bW111110 t coDSlilufdo de
1n/lflad.,.dacsptcicscmqucoproble"'adabannoniaC11!n:c.....m6nadas
.. "'loqucvczalgumaparaoscnsocomW11.iõassimqucscconccbcaclassc
.. .i1lo11issoaqucsccbama11esscnfvcldc"~dc",asabcr,umaasso
'l1i,io, e de certo modo alt mesmo uma simples coleção dessas mÔDadas.
l'1l1· .. 111Diódedcumprclcnsoao1agonismocolrc"oindMduo"c"asodc-
1l1ik",noqll8.la"socicdadc"tc11dcasurgircomo11mrcsfduol>iobumano:a
ll1an11dooflme10,ummalfisicoinevi1llvclopos1oàrcalida.dcpsicol6gic.ac
1nu11l,quce&lácootidanoindivfduo.
&se tipo de visão, que f 11 parle inrcgranlc da i<lcologiawrrcnlc da
11111alJlde e da liberdade, é cvidcntcmcnrc muito pouco salisíatório para o
1~ioc ....1dordasocicdade. Elesciosinua,colrctanlo,alé mcsmooascifiw:i,..
""'""·O•a,averdadeiraíunçãodasociologiai!bcmoulra:clad!Mlprcci·
01mcn1cprccnchcralaC"11naqucamcnlalidadciodividualislainlroduzq111111·
•l11u1nfundeoidcalc on:al.Com cícilo,ee&lcfnossotcrcciroponto,se a
"~lnlogi1•urgccomotal nasocicdadciguaLirária,sccla a iniga,seacxpri-
"" num sentido a ser cuminado por n6s, ela tem"º"" ralus cm alguma coi-
•• 1nmlo difcn:nlc: a apcrccpçio d.a naturc>.a social do homem. Ao individuo
""!" •ulicicnlc ela opõe o homem social; considera cada homem, não mais
'"""'uma encarnação particular da humanidade abstrata, m"" como um
1••nlr> de cmcrgincia mais ou menos autemomo de uma humanidade coletiva
111<1i<ular, de uma sociedade. No universo indMdualisla, essa vis.ão, para ser
•~•I. d'""1: .usumir a forma de uma expcri~ocia, quase uma revelação pessoal.
d• IM" que falo de umaa~n:•pçtlo •ociol6fjct1. Ass.im cscn:vcu o jovem
~I:~· com o acuso de wn ne61ito: "iõ a soQcdack que pensa dcn110 de
l!&.ulapcrccpçiosociol6gicaniotfácildcscrc.omunicadaaun11ivrc
<l<lad6odoE.tadomodcmoque11ãoaconhcccs.sc.Aidtiaqucf11.Cmosda
"~i<JoJc pcrmancccscndoar1ilicialcnq11111110,como•pal1vr1convidaain·
lorprcl11, a lomcmos como uma espécie de assoçiação cm que o individuo
1.. t•lmcntcCDll$lituldosccmpcnhossedeformavolunt:Uianumobjctivodc·
Mmmado,romoqucporumacspéeicdccontrato.Pcnscmossobretudona
'''""l•l•ntamcn1elevadaàhumanidadcpclacducaçiofamiliar,pclaaprcn·
•l!1"11cmJ1 linauagcm e da moral,f'Clocnsinoqueaíazparticipardopa-
t1h11~mn <iomum - comprccndiJrn; ai, entre n6'., clcmcnlos que a humani-
JaJr mlc11M ignorava hti mcnoa de um atculo Oadc estaria 11 humanidade
1lttoll' homem, onde IUI intellafncia, 11Cm eiae adcAtramcnto, uma çriaçio,
111111 filar m1io propriamente, que l1od1 1odcd1dc rompartilb. de alswo mo-
i..u..-....-1... ~..._..,.,.,,,--sm...-·-.,..
n.Ea.
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'C)o1rod11.nom6nit>..,peltel>idc1<p<n!<q1><....,<>lhovapo,.•m<"'<0<nr-b<1.,.
>lovl•l"'"""'"'"'""'",..·''-""'"""'"lw»l'"U<lo<locrnminhl~com<"-.<mOli·
•~1m1oc•rodcm<<1l01110111,.b(looekl..NhU...01a"'<••moul101~<••roomdckl..
Acrcacentcmoaqueo~l.nl11dcM1•PUCepçiocomode1odasasidtias
lu11d1menl•iii. Elil nio ~ complol•n•rnle •Jtiulnd• cnm um primeim lance e
•I<· um1 l'l:r por tod .. nu 1,.m rl1U"1rmfllnd1 < .. ramif1e1 cm nós,oo
•Hl~o. •0<11nl1Auo ri• owomarn·<•' lomilu•lo ,. "' ln1110 ror1u1<0 A n&nir d~·
la,podcmoscompn:cndorqucapera:Pflodco6smCM11oscomoindivfd1111S
niioéina1a,masaprendida.Em611ima""'1ile,clanooéprcscri1a,impoo1~
pela $0Cicdadc cm que vivemos.. Como D\U'khcim disse aproiàmadlmcnte,
nossa socicdldc nos presacwaobripç:iodoscrmos livres. Poropmiçàol
$0Cicdadc moderna, as sodcdades tradidonais, que ignoram a igualdade e a
hbcrdadc como valores, que ignoram, cm suma, o indivíduo, .,....ucm no
fundoumaidtiacolctivado bOU1cm,enOMa apcrocpção(residual)doho-
mcmsocialéaíinicaligaçioqucoosuneaclas,oÍlllicoviéspdoqualpo-
dcmoscomprcendt-las.Es!:lia~portanlo,opontodepartidadcumasociolo
giacomparaliva.
Umld1orqucnãotcohancnhumaidtiadcssaaperocpçãoouquc,co-
mo1alvczamaioriadoolil6sofosdcbojc,n.io•reronhcçacomofundadacm
•'Crdadc"'conlinuarásemproveitoalgumalciturad~elrahalllo.N6sautili
'.aremos,paracomcçar,comdoisobjc1ivos:porumlado,paraa:rc.aropro-
blcmasociol6gicodoindivfduo;poroutro,panilldodaigualdadccomovalor
modcrno,paracolocarcmrclcvocmcontrapartida,cmnOMaprópriacultu-
u,oscuopos10,ahicrarquia
Aapçrcepçiosociol6gicaatuacont'8avisãoindividualisiadnhomcm.
Conscqiiênciaimcdiata:aidéiadoindivlduoconslilui-scnumproblcmapara
a sociologia. Max Weber, para quem a apcrcepção .ociol6gica se ~rime
numa forma cnremamcmc indireta, vejamo-lo como romântico ou lil6sofo
moderno, lraça-noo um programa de trabalho qllafldo escreve numa nota de
sualr1caP,.,,ur,,,.r~(cd.al.p.9S,oota ll;trad.fr.p.122,nota23):
Otemo1odMd.w.anor«<>b,.a~1111111>o1e ....... q ... ,.p<8&•fllaf'""'·
....o6lae...i....i-..«111«>100.doporuodc..,..blildrico,1<n1..,..11c_,,(,.1"ndo
llor<khronlo)m••1<>pmi<rooprnone"""
Paracome'8-f,muitasimprccisõcs.edifio;uldadc.sprovémdoqoeniosc
tunw:gucdi.slinguirno"indivldoo..:
10.,.n«cmplrino.pr<>eo!Cc.,rodo-.q.. ~""'""P'ln""loramaúN·
l""'"'l"'""I"'""""'"_..,.,...
1 D•<:rdc...6o.o ..j<uo110rmal1VOdo>u•<1lloi\>X>."'º~P~nodco<k.""""1"""
.....
.,...,""°'"°""''°"'de
._ 1paldodcodcl•IM:-.~-"'P""""'"'"'°i<l<oclonol<••lq..
Aq11<lo:q..:.,....r<mpm:n<lno1...,<10~<1<ompM1d<V<,.,..,,..mn><>d~ ...
'""""'P"'"'"'m4iz<roNlon:l.lhomono,<1<1n..r..rmar<Noin<1Mdoo,'t""pora111COmU
'"'"'°"º"""""_"",..,.,*""''ado""'f""l""'-Ídllo(<&<hom<m)1«<l><il<
'~""""'"''"'"'ª"'ª"""'""""(ll,vi1,p>f"'m<Ui)
• l....
........ -·- --.-..,-....... ...,_,_
u--""'-••--·-•~•lol)dol
........
______ *
...._
~~~f;~?:ª7êT~::f:::
id~ da era modcnia haurcrn su.a racionalidade. Eutamcotc ao oonlririo
de um fimcoleli,,.,,rcconbccidocomoscimpondoarnui10&bomcns,suali·
hi.:rdodcélimitadacsuaigualdadcépostacrnqucstão.
É surpreendente oonslalar quão recente e tardio é odcscnvolvimcn10
daidéiadcigualdadccdcsuasimplieaçõei.Elarcprcscnta.nostculoXVlll.
opcn.u um IN'Pcl cm suma sccundirio, salvo para HcMllius e Morclly. No
próprio stculo XIX, entre os precursores ou 0&adcptosdosocialismona
França, o lugar rcla1ivo da igualdade e da liberdade é vari-'vcl. Fa..cr aqui a
hist6riada concepçiioda igualdadcémcnosdiíld doqucscpa•i-ladas
idéias pró.imas a ela. Tentaremos, entretanto, isolá·la, guardando sempre
um mínimo de pcr.pc<1iva históriea, comparando seu lugar cm Rousseau e
cmTocqueville,oomoilcntaanosdciotervalo.
Rousseau passa por ler.se insurgido contra a dçsigllllldadc, mas, na
Vl.'rdadc,suasidéiassàomuitomodcradasc,cmgrandepartc,tradiciooais.
No Dismrro sobll' a Oligotrn da Desiguoldade, o primeiro mérito de Rousseau
éodedi>tinguircntreadesigualdadenatural,qucépoueaooisa,cadcsi·
gualdade moral ou "desigualdade de combinação' ..., que rcsulladavalori.
>.ação com r,,.. social• da dc.•igualdade natural. O homem da natureza, çrJa.
turagrO&SCira,quctacc5Sfvclàpicdadcmasnãooonhcccobcmncmomal,
qucignoraasdifcrcndaçõcssohrcasquaisrcplllWIJOasr17.õcseamoral,às
vclC.•édi1oscrlivrceatémcsmooonhcccraigualdadc(p. l71).oqucscm
diivid~ devç ser entendido no sentido de ausência de desigualdade moral
(mas n.io seria melhor di>.cr que ele nii.o conhece nem um nem outro dos
opmtos?).Eleditoomlodasasletrasqucadcsigualdadeéir>Cvilávcleq,..a
igualdadcvcrdadciracon.•i..tc na proporçiio(p. 222, nnta 19): tcm·<eaqui,
portanto,algodoi<kaldcjllSliçadistributivaàmanciradcPlatão.
No plano econômico, a desigualdade é incvilávd. No plano polftioo, a
igualdadc"6podc.crddinidaindcpcndcn1emcntcdalibcrdadc:aigualdadc
naabjcçiio.sobodcspoti>moqucmarcaacllremidadcdodc.cnvolvimcnto
social, não é uma virtude. Em &uma, a igualdade só é boa quando combinada
àlibcrdadccquandooonsistcdcprnpnrcionalidadc,i$toé,quar>doaplicada
ratl>ilvclmcnlc(tal-1'~mai>oqiiidadedoq11Cigualdadc).
No COll/ftlto S«ial (fim do livro 1, p. 367), a igualdade é claramente de-
finida como norma política: " ...o paao (ur>damcntal subslitui... por uma
igualdadcmoralclcgflimaaquiloqucanaturc1.apodori.atcroolocadodcdc-
sígualdadcflsicacntrcoohomcns".
Se a dcsigualda<k é má, ela é entretanto incvit,vel cm certos domfni0$.
Scaigualdadcébo.a,claéantcsdctudoumidcalqucohomcmintroduziu
navidapol!licaparacompcnsarofaloinclut'vcldadcsigualdadc.Rousscau
provavelmente nãotcriacscritoque"oshomensnascc:mlivreociau1iscm
dircit0&". Ele apenas abriu M:U Co<r/111/0 Soda/ ce>m 1 fraae f•m<1••· ··o hn-
mc,.,1111Sct111ivrc,ccm1odaparteesl'preso"(grifome11).Perc.lbe-scodcs-
lm1.mco10:aRcwluç.iowiprc1codcrrcalimrodirei10n1t\lfalcmdircitopo-
•il;.,.,.Vê-.cbem,oomBabeufeaCoajuraçiodosEsrados,comoareMndi-
•a<;ãoigwilit:iriavarrcasres1riçõc:sq11Cosr.l6$ofoscnooolraY11.1Doanalurua
ilo homem, e não 8pcnas coloca a igualdade antes da liberdade., mas esl~
mc=oaplaabaralc.araliberdadcpararealizaruropicamc11tcaigualdadc.
j. A IGUALDADE EM TOCQUEVIUE
....__,....._,
, _ , . . . _ .. ,.,.... ...... 1 .... -
ª~:?ê~r~~~~:?~~§;~-::E
.. .,..
........- - , , , _ ......... _ .
razio,arcirindicaçiorcvoluclon6riadalibcrdadeparccialcrsidoan1csau-
prcssio,prinçipalmcn1e.,...1 ueatc:goriasinfcriorc:s,dcumarcivindiação
dec.ssfndaigualitúia,afCSlriçiodaiguldadescndoscntidaçomoausêocia
dclibcrdadc,masisoojitumaintcrprctação.
Com o risco de nm afastarmos um pouco de n = assunto principal, t
preciso dizer aqui algumas palawai;.sobre uma idéia muito impo11an1edc
Toc.iucville,qucdizrespcitoaoluprdaidcologiapolnicamDdcrnanocon·
juntodoswlor<:S.Tocqucvilk:abordouaquc:stãoda/'fll/izaçdodoidcaldc-
mocr'tico.Commuitosfranccscsdesuaépoca.clcscpcrguntouqualara7ão
docurmcnganosolomadopclosacontccimcntmnaFrançaapartirdcl7119.
Em suma. a França não dicgava a rcali7.or a democracia de maneira sativ
íat6ria - calcst6umaduorigcnsdosocialismofli111têscdasociologiana
França. Tocqucvillc o;onstatou que a democracia, ao contrário, funcionava
con..,nicntcmcnlcnmEstadosUnidm.Procurandoarv.ãodc...adisparida·
dc,nãosccontcntoucmrclacioná-laanmcioambicntccàhist6ria,aercdi-
1oucncon1r6-lanumarclaçãodifcrcn1c,dcumcdcou1rollldo,cn1rcapollti·
cacarcligi.io.Dcsdcoinfciodcsculivro,clclamcnlaquc,naFrança,1cnha
haYidoumdivórciocntrcoshomc11Srcligiososcoshomcn.<apaixonadospcla
libcrdadc{l,9·10), cnquanloconstala que, nos Estados Unidos,aconlcccu
umaaliançacn1rcocspfritodcrcllgiioccsplritodclibcrdadc(l,42-3).Eis
suaconclusio(tr,29):
l'a1>mom.d....ioquco-m/lma""""""'""""'"°........,,.mpoumoromp1<10
ood<pood!RNr<hpoa<u""''"'""hb<nbdepolhóao.<""'l<vadoa<r<<qu<.1<<l<ftl.ol<M
art.tpl«'d0quoc1<.,,.. ..... 1e~1 ..... q .. .,....
Eisafumpc11Samcntotãoopostoà1radiçiiodcmocrá1icaírancc.sa,quc
d"""choe.1rmuitoslcilorcs.Elanosimpnrlaaquiapcoasnoq11econccmcà
configuração geral dos valores nouni..,rsodcmocráticocsuacomparaçáo
comaconíiguraçãocom:spondcnlcnounivcrsohicrárquico.Tocquevillcpõe
um limite ao individualismo (polltico) e rcintrDduz para o homem vivo uma
tU~nJbicia.Esclarcçamos.Hádoisaspcctos.Primciro,ascparaçãooca:ssá·
rianadcmocraciadodomfniorcligiosocdodomlniopolltico,cissonumdu·
ploscntido:porumlado,éprccisoqucarcligiãoscjadcspojadadodomln.io
polltico e o deixe CllW.ir por si mesmo; por outro lado, é mau que o domlnio
polkicosccrijacmrcligiio,comoétcndênciaírcqOcnlcoaFrança.(Tocquc-
Yillcobscrva,ainda,qw:aRcvoluç.ioFranccsaproccdcullmanciradcuma
rcvoluçãorcligi,....,A.R.,l,89,36,202cS$.)
_____ _. __,,,_
"' «1•licawbrcCMC ponto,acoiM.parcccscrcvidcn1e;clcparca:mcsmo
'""lnndorcomolodnmundoafonna.OOalcoser"naturaIMouUJ1ivcrsal.
l•m1ccnlrclantoumponlodi...Cinguidoporclc,quandoop6camancirapcla
•1u•I • •Kualdadc do homem e da mulher I! concebida nos Esudos Unidm e
~ ,,_.., . ...
......... 11--. ... -----... -.... ....-1........ ~-
:~~~=-~=~~:~=·.~~=~=~=~:::::
ruo França: "H'pcssou.1111!uro1"''1UC,eonfuodindo0$alribut11Sdivcrsos
dos se-, ptctcodem fllZCr do homem e da mulher seres não exatamente
iguais,m.. scmclhantcs".O.amcricanm"asconsidcramwmoscrcscujova·
lortigual,cmboraa.-idaosdifcrcncic"(ll,219,222).Adislinçãocqm:ssa-
semcsmocotrconfvc.lsocial,oode•mulhcrpcrmaocreinfcrior,con/vcl 1
~-:~:.: =~::d:odc;',,7:i~'.:0:°!:..,~;,.~::,:it:n::,cm:=~ 1
umaçonsc:qüenciasériacinçspcradadoigualitarismo.NounM:rsocmquc
todososhomcnssãocooccbidosoiooiaiscooiohicrarqui>-.adoricmdivcl'585
csptcicssociaisouculturais,mascomoipaiscidéo1icosemsuacssêocia,as
difcrcoç.asdcnaturc1.acdccs.1atutocntrccomunidadcssãoalgumasve•.cs
rcafirmadasdcumamancirade.astrosa:clatcotiocona:bidacomoproa:-
dcn1cdccaradcrcsM!máticm,éoracismn'".
Toda a segunda parle da Dil ~momu:ia na Ambica, pubLic.ada cm
1840,éumcs.ludoconcrctodasimplicaçõcsdaigualdadcdascoodiçõcscm
tod0$ os dom!ni0&. O que permite a Tocqucvillc t"''ill' CS!.C retrato minucio-
so, no1ávc~ àvea:s profétiro,dasocicdadc igualil.iria é que ele a olha com
oimpalia ecuri0$idade,scm dcixardc1crpri:scnlcnocspfritnasocicdadc
aris1nc:rá1ica,daqualaindapar1icipadcalgummodo.Aspropricdadcsdaso-
cicdadcnovasurgcm para ele cm oposição às da socicdadcprca:dcntc. É
graçasacss.acomparação,análogaàqucLaqucC!.láimplrcilanolrabalhodo
ctoõlogoquccstudaumasocicdadcutrangcira,qucTocqucvillcfazobradc
sociólogonumscotidomaisprorundodoqucmuil0$aUlor.. pos1criorcsquc
nãos.abcmsairdasocicdadcigualitária.
Essaeircunstincia pcnuite-n0$ utiliz.arTocquc.-illc cmsc11tidoi11Y1:rso
paraapcm:bcr,a panirdasocicdadcigualitáriacscmsairdcoo.sacivili-
>.açâo,asocicdadchicr~rquii:a.Bas1a,comoclcmcsmoeoslumiwaflll'.cr,''vi·
raro qud.ro". Nós nos contcotarcmos cm citar, iotcgralmcnlc ou quase, um
brcvccapk~lo, que é um dosmaisfamrávcis11CS1.Cscntidocqucaprcscota
aindaavaolagcmdcscligaraumlcmacmq11ejátocamos.
,. . . . J'-·-----·--·-.. ---·-
M.ct-,Ap.A--llo,.il(..... ,pJo~o....--- ... _
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ouo .. 1lll11>1
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º"""'"""°""""~ ...........,._.1<quou... ;o.!ia_rC<._.r.-i-
..i""""""''"º•,,_.Ocpmo~umU>Ot•po•-·--,...,._,..,.,..,...
""""'"'ª"''""'°""''""°ªl"""'•"<o1<pt<Í<nro1-.0llldMd.-..~um1<nl-•
,,.,.n.,.ioeporif...,qoodà;p6<.-0ridt4loo1<isolor4"..-o1<1<•"'ni<lllao!aca,.
,.,.,.,&pon•«1msuofomniae•••mõp.<kul.,.,oq...,o.-...im-<ri"4o""'"p<-
q..oo-ponon-•l<-d<bof11So*•..--• .. - . ( , )
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·~•••ndodb..,Ao~•a-oí..o.u .. _dor.ou1rm,disooo"'4o...WU.quo
, ... um1<mpr<oper«l><ori.,.d<l<um-....,Jo-•lh<~-""<·obo""d<I<,
-r<umoultohornc•<wp,_.,,......._,n,;r.Oshornc.. quc.,..m-lo!tukllolia.,..
<1ll-<>1lo,001lo,q.-clopdood<umamanc1,.oum10011pmamsaqU<Wíond<ls,
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N<ooott.klsd<.-..ltó«d.oo'°"'"'"°-•'"q"° •d<votad< ..... iodft.lduopo1>,_
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,.,.,.,..,..dot<mpo1<...,.p<•--•to•o-!podalpnç>'l«1<1-.E.q.,..
.... r....1mcn1<ooquc ... pt«<d<nm.•nlo .. 1<,.ncnku010ldc!.. cloqU<lcsqU<-1<·
1•'...,~"'"'"ÍIJ"d.i:imu1101< ..... m.0Kpndo.-O<loiacoocopro:IÍmordalouttMco
'"''"'""'"'"'· ..,,..,.°"',..,.,......,_<«O,..< ....... qoo ........ ,.,. ..,,. ... Aarll-
1<•.-fo1<"d<l-•--"-P""""""'l""'"'"°",.....do~oom;o
.....,...,.q...... O ......... OC"'1"".-0Umd<1C.. <kls."AqM<lcsnlo*'--·-
plf•,f'<ll_,m.i...r-cspenm-d<nlnJU'!m;llobi1...... &1<<0ftDd<nr1<mp .. _
....,..,..,<.J•lp01d<_.,,,,,....quo ... ..so.m....,pi.umcn1<<'""'*'"""'--'--•
......,...,...,.p<... fOl..-0- ................ . -............. - ........... k
.,.,...,..,.,....,,,.,o ..
pond<1<"'""'"'""°"11CG;<lool<CO!ld1<11<m<aaro".-o
·-~pttndoMo.fo-Ot< ... ..,._d<...,pf'(ipfio~
C:fáciloomprccndcrporquccilciloDg11111onlcC$$Cle.1loadmir.tvcLEle
•••1•111dcoomavanço,porumlado,àqucsliodoindividualismolcvantada
I"" Mali Weber. Opõe daramcnlc o individll&lisaio moderno e o partiM·
olomu tudicional, comod!IM pcrccpc;:õcs ao111CS121otc111poopos1asdadu-
u1lu. Ek: evoca de um lado um "'monlioino qlle nio de.apare.eu nos llOS-
"'" dl.., mcamo nos dn:ulo. todnlótioo.. e. do nulro lado, para alf111 da aris-
lou1d1ocidcnlal,o11&1cm1 du ClllU e 1u1 ialcrdcpcndhcia hicr1rqllizada.
NAucooonlrcin..i.mclhorpar1lnlrodwrirnk:i1ormodcmonaM:unM:no
11udllcrcn1cdo1oeuooqu1I p1olonJn1rru1l·lo Alndawiri11oulru ....... -
M1'11•11uccnm1~clnrAuolr•l<>th<ln
1. NECESSIDADE DA HIERARQUIA
Aaç4oa1'onon1odlpon«ll0&<1l>J<t"""<l1ompt,..,1mb<!'"umptto<Uf0d<lt{;ç.to
q...1old<1<nno11>(óo......,<ll>J<l"""'-N<aap<"P'<IMl,t-<><rom1"""'nlo«laoçloodo
.,,-,io .. q\lll<la1<<k><""""'m'°'"J<"•• ..,./<af<ln.A-l~porN11va,'1"'n·
4ot<m""110q_,..,...,,,...._,..._pruduzd ... <V115<quenrio>fund•un<111 .... -1ro, ..
.
""'Mlad<ldoRil<mo.q1>0r0<1n1cd<OI01<lom<n,."1oud<popó.._d<<Olo1Mllld<aoud<
"'........................... outo ...•-pola ........................ lll""°"fdo .... ...
dodoOJllO<'OO'Od<-..l~tpruilo~ue<l<Ã,..Pln1d1l<r<ll<ior<>1Aouoquc,.,<nl>Sll·
ob--~ Quanto•ICJUnda<mt<quell<io,<11~-<d<lad<poncl<
""'-obÚOl<...,-..,<lacou"""q"'·"'m,....~<lodo<'""'-*""''
.-~"""
"4f<lo, .. un-."'""""'...,."'°'""""'""mum"lill<mo<1< ..
d<um11l-<""'P"""'P1do1K11Mn1tun:adloçlo.11lco.o<la•--nmmte-
'°""""""'""·-..
,..._,.;.(•""-E>b<oço•"""'T__,•Üll"'1/l<ot;<lo",.,.-,_,,..,,,,,Soc..i.,.
pdaAfdo>,pp.ZS6-ZS1).
Em outros lcnnos, o bomcm nio apenas pensa, cio age. Ele nio lcm só
idéias, mas valores. AdOlar um valor é hicrarquÍ7.ar, e um er:"o consenso so-
bre os valorc&, uma ccrta IUc:rarquia d.as idtias, du coisa. c d.as~éio
dispensável à vida social. Usoécomplc!amcolc iodcpcndcnlc d .. dcsigual-
dadcsoatlllaisoudarcpartiçãodopoder.Scmd(lvida,oamaloriadoscasos
1 hierarquia se idcnlificuf, de alpma maneira com o poder, ma. o caso io-
diaoonos c!Woar.tquc nio b.tni&so oclllt11D110KC<Sid•dc. Adcm•il;, e com-
prccnslvelcoatlllllque1hierarquiacnglobem"ll"nlC1MK:i111,ucalc1orias
"""iais. Com rela~ 1 eAM1 ~ociBS mais ou mc110l nctt ... liM d1 vida
Mleial, o ideal ipalitirio - mc11r1o&eclc for julpd.,•u11rrl111 ~1rtlnciol.
Ele rcprcr.cn11 uma caiJl~nd1 hum1"" <1uc "'"~""""!•· •l~m ''"'" • ~.,.,,.
lha de ocrtos fins, uma oc:gação "flluntiria owa domlaio TUI.rito de wa
renômcnounM:r..al.Nãomai<doqucparaTocquc:ville,lliosclnltapar•o6s
ikcolocaresscidi:alcmques1io,ml.'lhaveriaii11crcssccmcomprccodcr11t
q1teponloclcscopõeàslcndênciasgcraisdas.ocicds.dcsc:,porlanto,a11!
01ucpo111onoss.asoclcdadctcxccpcionalctdclio:adoarc.olizaç!odoido.i
l~uoliLirio.
Vollar,apósT<>«jucviUc, àquCS1ãodatrt1/ÍZllçlodadcmoaacial!ocr-
lamcnlcumalarcfamuitoncgligcnriadacqucscimpõc.mticssanioi!nos-
.. 1arcfaaqui. Prctcndcu·sc apcoasmarc:arcomclarczaopoo1ocmquco
próprio Tocqucville deixa de nos guiar, e o nitrito do sociólogo que o [117,
M••ça.àcon1binaçãodoin1clcctualismodcDur•hcim(pararcconhca:rquca
a<;.iotdominadapclarcprcscnlaçio)cdopragmalismodcMu:Wcbcr(pa-
ra ·"' colocar o problema não '6 da representação do mundo, mas também
<l•1çàoncsscmundorcprcscnlado).Vollandoaonossoobjcti"flpr6prio,vo:-
rcmo<qucancgaçiomodcmadablcruquiai!oprincipalobst'culoqucsc
"põcàcomprccnsãodosW.cmadascastas.
lllSTÓRJA DAS IDtlAS
Scgundooqucjlidissemos.niocspanlaqucumsistcmasocialcentra·
olnnohicrarquia1cnhadadolupr,dapar1cdosaulorcsocidcnlaÍSmodcmos,
~. <'lll.<1dcraçi;c. mais diversas e malscuri<Wllõ. Trata-se aqui de darwnavís-
IN J'ollo"' ncss.as aliludcs modemas para dclas lirar algum pro.,,ito.Scgui-
rcmo•adcBougli!"',dircmosqucosistcmadascas1asdividcoconjun10da
•oo:ocdadcnumgrandcn6mcrodcgruposhcrcdilliriosdíslintoscligadospor
lt~• Cdraclcrc.: upamçlJo cm matéria de o:asamcn10 e de crnHralo direto ou
1ml11clu(alimcnto);dúudodotrabalho,tcodocadaumdcssesgruposuma
111uli-..ão1radidonaloutcdrica,niopodcndoscusmcmbrosscafaslardcn-
1tu de certos limites; linalmcntc,hrtrorquro,qucordcna os grupos cm po-
.,,11c. rclalivarncnlc superiores e inferiores urnas às oulras. E...... dcliniçào
"'""ª'"Principaísearadcrcsaparcntcsdosistcma,clanosbastaporcn-
'l"·"""Pº'""dl..:u.....,;.odalitcratura.
l'drdc<>mcç.orpclapalawaquclcmscmdoparadesigioarofalo."eas·
1,1'tJcnngcmc•panhnlacpormguc<a:"'cos10,propriamcntcqualqucrcoisa
11.loHH>lUrdda,dula1imcoJ/uJ,c.u1n"" - d11l.mri!(s. v.).Apalavraparca:
11•1.,doulilízadanoscnlidodcraçapclo•c•panhóísclcrsidoaplicadaàln-
1llo pelo,. pom1guc11u cm mc1doo dn ofrnlo XV""· Em ingltr., observa-se um
..s.s.-c-.....
. -· ........... . . .... 1,,,_,.,,,___ ,_p.12.. .......
a.. ...
OuwUo•"""·""""'
_-~<f.ll-C-.p.Ol.pua
1%1~--~ ... - - . - . . . -
-(~
_Y•·---··ICO.~•
::~a:=.-e~zkld,L\11~-·m.p.ll)
l2a ::,:.::::'.:--"":'".:·--=-=-.....::..~~~===
~~Jj!~~ã~I
PorcnqU1Dlo,farcmosumapausapara110Sdel:crmosna11i1udeexpli-
,.1iva Nopcríodoaniig(>. cm qucdomina,clasc1prcscn11sobasformas
m1ioírUS1rantcscea1cg6ricas.i;:oa!uralmcolcacontndiçiocntrcamcula·
llJ1dcigualitiriacumaidcolngiablcrãrquicaaoenrcmnqucl"""à"czpli·
••1io".Masamcn1alidadcalislocr'1ieasobrcvM:dcalgumamanciraooin1c·
dnrJacramodcma,sobrctudonoscuinfcio-!cstcmunha-oToçqucviUc -,
Jonndouma1cndl!ociaqueconsidcraqucacas11tmcnosmistcri""'oucs·
1·1nd1losacqucscachamaisbompn:paradapara1comprccodcr,numaccr·
11 medida pelo menos. Pode-se distinguir-se três tipos de crplieações. A ali·
1uJc maisinu:dia1adiao1cdeumainstituiç!osocialincomprccnsfYeléa1ri-
l1ulr•uacxistênciaàvon1adcdcalgunshomcns:éacrplieaç.iovoluntarista
<1uo11ificialisla'"'.Aaliludcin..:"'3consistccmlcntarliga.·laalraçoscollhc-
'1Jo1.d.awdcd.adequcnmt familiar;acastarcsul1acn1ãodcumdcscnvol·
'1mcntocxtn:modcccrtostraç""-tacqilieaçãopcloexcedcrolimi1c.Acs-
.. 1iposcligaa a1i1udcaristocr~1iea, para quem ahicrarquianioéumfalo
ul11nho. Fioalmcnlc, uma lcrccira atitude consiste cm alrihllir o rco6mcoo a
nmconcursomaisoumcnm~nicodcciro;unsilnciasoudcíaloru,éacçli·
t•Ç~ohi."órica.Cadaumdcsscstiposcontémporsuavc1.umagr8fldcvaric
olodcdc 1corias,cm rclaçãocomasituaç.iohW.órieacasgrandcslinhasdc
•lc<en..,lvimcn1odosestudosindológicoscclnológicos.
Scmprcnumaliaguagemartilicialista,oabblDuboisnota,dcsdooinl·
ciodcseulivro,um1raçofundamcnlaldosislcma:acspcciali7.açãodas1arc-
fascstáorienladaparaasrll>Ce5&idadesdelodos:
l~(.,.l<plodo""uod.o-)po.,;nm-.,......rp;o,.-,....1°""'"'""'.,..i.p.
ledoru.cl<q,..lliotpo""itid<>oninpo!m1<•1nóolloo-'"·
Niosedeixou,desdeostruloXVll,aquiouali,depcrguntar .. acasla
er• cm .sua csstnN religiosa ou simplc:$mentc "social". Vamos nos contentar
tum três marcos.. A qucstio foi durante muito tempo vital palll os missim.
rlo1<.11t6licos.. TamanhaabjcçioseLigaYa,paraas""-'lasaltas,aomodode
vltlldosPortuguo.scs,qucoroncuaalgu..sjcsuflasocgartodasoLidaricdade
11orammclcsccom osmissiodriosqucscocupawmdascastasbaixasc
11mbtm ad~ar COSlumcs hifldllS.. Eles poderiam, assim, convi:rter pessoas de
•••I• alla, e os outros as seguiriam. De Nobil~ um ltali811o de origem nobre,
•li"' cm Madura na primeira mc1adc do século XVII, oblevc ......; ... a mnsi·
Jrnu;ãodosHindusmai$indinadosllci;piritualidadecrcgislrouC.itos.Os
<0lóhc010acllSilram-nodesaerilicaràsupcrs1i?oedcscrinlielàvcrdadcira
1cl11!ião.Elcrcspood.iaqueacaslareprcscnlavaapcoasumaformacrtrcma
Jud»linçõesdcposjo;ãocdccstadobcmconhecidasnoOcidco1eccraapc·
nu,emcooscqüé11cia,oocssc11cial,umproccssosocialcnãorcligioso,quc
1>111 ele nio era necessário mostrar-se mais rigoroso com os hábilosdos
1..PosdoqueosprimcirosapóstolosdoCrislo, não Uu: cumprindommo
l'"l"'I reformular os costumes, mas abrir as almas à rcvcla~o. O papa
UrcgórioXVdcu-lbeganbodccausanodctalhc,scnãooocsscocial,11uma
l111l1del624.Massabc-scqucmais1ardeapolfô<.11audaciosadosjcsuflas,
l1Rlu na China quanto na lod.ia, foi condenada por Roma (C a famosa
OunUodosRitos)1...
Nofimdost.;uloXIX,osansc:ri1istaMaMilllcrfozamcsmapcrgt1Q·
to, <om r.... semelhantes mas com um sentido d.iferen•c. Se a casta f de oalu·
1~1• rchgiosa, o governo ingl~ da lndia, que tem por principio nio inteMr
11r••coassuntOlialtm doqucjqtcrcssa imcdiatamclllcil.ordemcivil,cMava
1nd1niulo1rcspcit'·la.Sc,•oconlr'•io,clanioof,nadascopõcawnapoH-
ll<o mail1udaciosa, u mcd.ida em que fossejulpdajllS!aeprudcntc.Ora,
"'"lrariamcnle ao que Oli Hind111 imaginam com frcqiifncia, a casta não tem
,.,
______ .,.......
ln"••nnVcda,qucconlfmlodaarcvclaçAodosHindus.Sc:KUc-scqucogo-
~•n<> e "" mi&t.iodriOi podem uú·I• livremente com a C&Ma'•. Como de
........ ,,._
•··-~•-.,..,
,.,.
,...,_,,,_,,.,.,.... "" ..... 11 • ..,.m..,._,.....-..
:.:::.:.~!.::.~~=::::.::.:.";;~7:.::":~-:-.::
Nobill aatcs dele, Max Mlllkr, euj• •coril. oobrc a origem da casta é complc-
xa. admitc quc sc traia ll(J CUCl>cial dc 1101a forma~ieulardasdisl.iaçôeli
rclalivasaolNl!cimc11to,às.itllllÇ!oM>Cialcàimlruçio,conhecidasportodas
as sociedades. A diferença com a Europaconsislcnajustiliçaçãorcligiosa
que scacresa:11tou às regras sociais para o maior beneficio dos Brimancs.
Um poucocomooabbtDllbois, Mu.Milllerpcnsa.qpçaimtituiçãow~scm
d~vidabcm adaptada flscircumt.lnciasc qpç, "scclafossedcstrufda de re-
pente, disso resultaria (prova~lmcntc) mais mal do que bem".
Tcrccirotcnnode nossabre~sondagcm:nosnossosdiasosHindus
declaram com íreqüenci.a aos0cide11taisquaacaslaéum proa:ssosocial
cnãorcligioso.Esl1claroqueamoiivaçâoéaquicomplctamcntcdifercnle
dasprcccdcntcs.:1rata·se.cmprimcllolugar,dejll6lilicardcalgummodoa.
i11Stituiçõcsdcumpo11todevis!aoc:idc11tal,pou.todevis!aquc0Hi11duim·
1ruúloaçcitarommuitafrcqilência.
No século XX, a idéia de de Nobili e de Mu Milllcr é eaamlnda com
muita cKatidão no sociólogo Mu Weber, para quem a casta é uma esptcic
particulardcgrupodewa1u1oouwado(alcmãoS1""d,iilgltsst011Ulf"Ollp)
no..,11\idodos1résesladosdnAntigoRegimcnaFrança..Semclhantc,ainda
qu~ mais. "lOf8. é a noção muito difundida segundo a qual a casla..,ria um ta·
..,.limilcdadBMCsocial nn..,ntidomodcmodotcrmn.Assim,paraoan-
1ropólogo americano Krocbcr, a casla ..,na uma da= que toma conscibda
de si como distinta e se fecha sobre,,; mesma. Ooio pon\DO de~m &er obser-
vados: na medida cm que a dassc social é definida por caraacrcs cronõmi-
ms, ronfundc-sc aqui agrupamcnto coonô111ico c grupo dc CS1atuto; adcmais,
a consciência é rcduzidaaumcpifcnômcno,oquepcrmilcapromoçãodo
dcsc:mbaraçodasjustificaçõcs.rcLigi.osasdac:astatiofacilmcntcq11111100fa-
z;aMu.MflUcr.Éateoriaditada"CS1ntifiçaçãosocial"',qucconfWldctodas
asd.istinçõcssociaismarcadaspcladcsigualdadc,cénessc..,111idosocioof11-
trica'"·
Umoutropontodeçon\atoentrcasocicdadcdasewascasocicdadc
moderna que .., presta ao estabelceimcll!o de uma continuidade t o aspc<lo
dadivisãodotrabalhooudaespccialõzaçioprofü.siOGal,1.aDtomaisacess!Yd
aoücidcntal,qucapo<ktomar,emparte.çomooriundadarcliailo.Ainda
hojc,muitosmodcrnossioM:duzidospclailh!iadecomideraracastacomo
__
umdcsc:nvolvimc111oespcdaldao;orporaçiocktrabalho.Nessc..,ntido,a'11·
__
limatcorialli!l:emáticadatadai!adeNClifteld(l8BS),quctiilhaomtrilode
-·--•--•cdFqoto-•lpoo<-•---·-
_..,_,
--...-a,..c....._-
lln).--~
.... -, -...... (,_, _ _ .,c-.
.......... . - ................ _ _ _ .. _ . _ , .
-•-IFP<.11h-.l
rt..-1.•,. ... ,_.1&11,_,.. _ _
,.. _ _ , .... _ , , _ , _ _ _ _ ,_ .. ,A.AOAn, ..
••corresponde invcrsamcnlc à ordem dcaparecimcatodascspccialidadcs
rnrrcspondcn1cs.,scndoasprofissõcs mais anlipsQmaisbaias,bipólese
•100 infdi2Dlcntc nio çoncspondc cm qll&SC nada aos dados. Aslim, os sa·
<01dolcs seriam os üllionos a aparecer? Não, mu eles leriam CS!abclccidn
11rd1amcn1c sua supremacia. Malgrado sua..,nladc de cmisiik:rara casta
u1mo um falo putamcnlc profano, Ncsficld apela de falo às funções ccrimo-
"'""· A$$im, os pcsçadorcs são supcriorcs aosca'8dorcs porque as castas
•urcriorcs têm nc=idadc de CUTqadorcs de 4ua, que d.o mais ou menos
1Jt!nlicosaospcsc.adorcs.Alémdi..o,adiftcUldadedcu111a1eoriacomocssa
1c11dcnacxplicaçãodacndogamia.Comocorporaçiodc1rabalhoviriaain-
lc1Jllar lodo o casamcolo com al~111 eiaerno a ela? Segundo Ncslkld, a
<•nJupmia teria sido in1rod11Zidapclossaccrdo!cs,osBrâmancs, para seu
l0<nofrcio. Aolcs agrupamcnlo profossional, os BrJmancs teriam sido os pri-
meoros a se lransformar cm c.asla, c o proces.w se tcria gencraliz.ado por ilni-
t114o. lntrodw~se,cntJ.o,apcsar de tudo, a religião, e nos apro:o:imamosdo
V\1luntarismo:"emtodasascastasprcvalcccuumduplotCS1cdcprcccdenda,
Industrial e bramânica". Pcrguoia-se se essa solução cclt!lica, com a inl·
1•>rtinciaqucd.tàimi1a~o,doéorcsultadodacolaboraç.ãodcNC56eld
'""'""'º"""lllcntcindlgenaAmbilaPrasad"º·
Observe-se que, cm lodos esses casos cm que a casta é tomada como
lormacxtrcmadc algumacoisaqucaistcnoücidcntc,oaspcdorcligioso
Jo•l>lemaéconsidcradocomosecundário.Niiopodcriascrdcou1ramanci-
11.pollécsscoaspcdoquc,maisbcmconhccido,in1roduziri.oumadcswn·
unuidade.Aliondcadcscontinuid.adcaparcccíaz-scapcloaoartilidalismo
(No•Ílcld).
Podc·scligaràsao1crion:sumalcot"iamaisrca:ntccmui1odifcrcn1c,
l0<1ndl'Scnvol'lidaporHut1CN1.Acastanãoéaproicimadaainsli1uiçõcsoc:i-
''c"1"is mais ou menos modernas, mas a imtinllçõcs de povos ditos primiti-
"'" "u dc socicdadC!l mais simplcs, c sc rcconhccc mclhor a imporiincia do
••rc<1o religioso. Em compcm1u;ão, como os precedentes, esse autor alomi-
'" <>lraidosistcmaumalongalistade"fatorcs"'qucsio,porumlado,lra·
l"'"'nhe<idosousuposiosdassocicdadcs.U..plcs,cvêo.Wcmacomorc-
•UllaJn de •ua reunião mais ou mc11os fonuita. Onde 1/nhamos o litnil~ de
.,do•-·-·-"''"-·--pclo-"'·
~0~··-pl-n6>-<0
~~~f?:=::~.:=~~
uma instituição, lemm "ll"r• uma comllin11t;llo de uoçns disl.intos, combi-
oaç.ão que~daalçadadoacuohW6ricocapro>:in,.C$Satcoriadaquc:Wquc
seguem'...
Ili. APÓSl!U5
0.fcnolmenCk'modcrnCk',"mudançassociais"efatospolllico>,..;ocs·
IU<ladoocom predileção. Após um longopcrlododcprcfcr.Oncia pchumu·
<lan1a.,cs.saprcocupaçãopareccchegarhojeàncccssidadcdcumacompa·
r•1io mais precisa entre a lndia e o Ocidente (Cap. 11). Afastou·sc com
frco1uénria,ncsscpcr(odo,dali•craturaan1iga,a1émcsmDscpr01cstouàsvc-
'''rnn1raapropcnsâDdosan1eccssorcsdcutili>-..arosvclhostcxtossânscri·
1o"'"'.Scmdúvida,isson.iodcvcscrfeiln .. mdlsccrnimcnto,mastendç.sca
r'-"l!craraomcsmotcmpoacontribuiçãoadquirielaapcnaspcla<>bse""'ção
ohrcHeadístânciacnlreoqucclarcvclacoqucnosdizo:masfontei;antiga..
l'inalmcn1e,scprogrcssohouvcnaco.Wderaçãodclalhadadosdivcrso&
••pcdos do sistema, os obsUculos ainda existem. A:ss.im, nD que concerne à
lucro•quia(Cap.3),csc:m contarasmonograliao,S1evc11S011coníiguraum
l"''ll'cS.\OSOhreBlunt,cMeKimMarrioU,umprogn:SSDsobrcSlevc"'°o'a.,
"'"'ao mcsmD 1cmpo persiste a incomprcclllioda hi~rarquia como tal.Use
"'"nalDuavogagcral,ocsscpcrlodo,da!CDriaela"cstralili.;açãosocial".
\.-mdúvidaclareprcscnlawnprogrcssonamedidacmqucinsistenasdife-
"'"lª' dc posição,masbloqucia1an1bérotodacomprecnsãodahicrarquia
(A1• A)c,aomcsmotcmpo,tcndcarcjcit.arparaforada""-"ascusoutros
"'I"""'"' (divisão de> trah.olhn ele.). Do mc.•mD modo que anteriormente se
h•n•mmfrcquência1edu1Jdonw;pcdorcligiosodosistemaaumepifcnô-
"'"""• 1ambém aqui OI' nnl• pelo mcm"' uma lcnlativa, ela pane dos antropó-
logos.dercd1V.itahicrarquiabrcllçóesdcpodcr(KGough)'".OCS1udo
do SÍ!.lcma de divis.io de lrabalho na aldeia mmtra também uma inc:.11paóda-
dc dc c."abclco:r a hlc:rarquia cm seu YÇrdadciro plano. Um pionciro, Wiscr,
descreveu-a cm detalhes com rclaçlo a uma aldeia do Norte, cm 1931, mas,
contra todacvidêoci.a,prctcodcu••:ra(uma "reciprocidade" no fundo igua-
litária. Mais rcccntcmco1c, num trabalho de segunda mão, Bcidclman o criti·
cacomjllSliçacmrclaçioaCMCpooto,mas,porsuavc7,sc.tadcsigualda·
dc,éparaconfundi-lacoma"cxploraç.io".Umcoulrofalbaram,n.ioconsc-
guiramvcrqucosislcmaasscguraacadaum<uas11bsiscéncia"'°"""'i"""'"
me111eao1eueJtotu1a(Cap.4).
Finalmcntc,arccusadcsecnlocar,dopontodcvi<udoconj11n10cda
insistôncia,numunm:rsncstrutural,dcpc5qUisaracas1acomo"gruporcal"',
como suhMãncia ou indMduo, perpetuam-se cm alguns autores. Logo ..,re-
mos o problema se apresentar por inteiro cm Hulton. Fleccolcmcntc, num
anigodaEncic/Bpt(/jaBri1/Jnica,S1evcnsonpropôsparaoproblemadcHu1-
ton uma solu~ão rcítnada que consiste cm considerar a "casta" como um
atribu1omaisoumcnosinddioM:ldcalgunsgrupM,dcvcndoen1ãosercolo-
cad•cm,;cgundoplano'.,·M•l<claramcn1cainda.paraaSra.Karvt,ogrupo
real é o grupo que enlrou no sistema numa deicnninada época e seria rce&
nhedvcl por seus COAfumc.• e pelos caracter"" lhicos de seus membros. Como
esscgrupoédcordcmdasubcasta,acasla,cmhoraidcntiíicadaporscuno-
mcnasocicdadciodiana,CSl:ircd1Vjdaascrqualificadadcc/usftr,huquéou
paCOlc de "c:a.•U•<" (de su~<tai; na terminologia comum)"'· O sistema é to-
mado como uma simplcs colcção dc "hlocos" cujo arranjo sc dciu. dc lado.
Eis ar um ca.V! cx1rcmo e uccpcional. Mais canctcrfslicos do perlodo cm
scuronju111oéofa1odcqucsobscrvaç.iodirc1anãopõcli111à5visôcsoci-
dcntais, atomistas, ma1cri.alistas, bchaoioristas, que conduzem, por cia:mplo,
àcoofusãocntrecastacracismo.Podo-secspcraraquiumprogrcsso,poiso
períododepc."luisain1cnsiwseabriuh,pourotcmpocaindanil.oproduziu
todososfrulos.
Noconjunto,vt-i;cqucoincoitá'1'1socioccntrismodoprimciroperiodo
se rc~ i;cnlir no segundo e ainda niocsti ausenlc do terceiro. Dcve-i;c ler
pcrccbidoquc<ua•principaismanifc..iaçõcs<.io:arcduçiodorcligiosoao
nio-rcligioso;a tcndo!ncia dclomara parte pelo lodo, i;cjao casta ~o lugar
do sistema, seja um aspecto (separação"" diois.ío do lrabalho) oo lupr do
conjunto dos aspectos; finalmcntc,c:lõbn:IUdocm nossaépoca.asubcsli-
li!< ltGo.p(l9")."Cril<rioofC-_.... . . ..,._..-.c__ ... .,._ ..
_, ____ . . . . .
- · - - - ... - - ... . . . . . , . , - (... l:Mo. ........
"'"
1w.u11c--.--c_. .. ,...,........._,,,,.,,1•1' ......,,.,_
f---·--·--~--~-
..........., ........... _ _ _ P' ............ - ... ~·--- -
Vimosquccorremosopcrigodcprojclarnossosprópriosprcçonccilos
nofcnômcooqucC!ltudarnoscqucnosfallaum mi!lodofuodamcotadocm
no .... rdaçio com ele. Num sentido, i! o método da antropologia social cm
KC••lqucesiácmjogo,mascssadisrossâoprcUminarscrárcduzidaaoml·
nimocm.Wadenossoobjetivoparticular.Dondcaslr~primcirasscçôcs
dr .. ccapftuloprcccdcrcmocounciadodoprinclpioidcol6fPcodosislcma:a
uposiçãodopurocdoimpuro.
Ouanlas castas cJCistcm 111. lndia.? É posslvel cnwncrar algumas das cas-
••• principais, é possfvçl dar-lhc$ nomes? Pcrguntas scmclhant"" a ess.as scm
1l(IV1daocorrcmaoC!lprrilodolei1or.Nãolcntm:mosaquirespondcraclas,
l""~uc cm grande medida elas rulo tem sentido, como se pcra:bcni cada vez
'""'mai.•clarc7.anoqucscguc. Procurarcmoscombrc\Oidadcfazcrverpor
•l"•••ituaçlou:1pr<:seni.dcucmodo.Vcr-sc-fquccadasistcmadccaslas
1<>1mctoC!ll1vamaisoumcnn11limil1doauma.ircagcogrilicadctcrmi111.da.
lm'1incm01., cotlo, 11ndi1, pa11 ~lmplllic.ir, oomo composta de um n6mcro
ln1lolinidodcpcqucnucln:u11KriçtlHlorrllori1iscl1nlosoulrossistcmasdc
<••l••coocrct""·""ºdnnrn.. mr111olm1k"d"'lroudclo.s P1nsctcron6-
"""'" ••~•l dç "ª''"' ,"" lmllo, •~IA ph•ti•o nmll111li•_~r ~An~~··~-d~. ca!lu
aiçõcs? Ou scri preciso levar cm considenção as simililu~ de uma cir-
curL=içlo com outra e, porqllC '2ii!cm Brâmades por tocll parte por causa
da hicruquia, dizer que uWe um• "casta" de Brãmanes? Wo seria ignorar
a extrema companimcntaçlo interna dessa categoria (pois é uma categoria
- L'O"J'l - cnãoumaca..ta).O mc.o;moocom: com os lntocã .... is,nobaixoda
csc.ala,qucscagrupamcmWriasc:astas,mcsmonumalmicacircunscriçlo.
Encontram-se barbcirOli por toda parte, mas, sem ratar de sua compartimco-
taçiio intcma, o c:slatuto hicr6rquico dn baibeiro nio é o me.mo no Nortc c
nu Sul.
Napr41ica,paradcnominarasc:ast~basta..,-lasderora:numadada
~rca lingillstica há um nÍllDero elcv.ado, mas nãn indefinido, de nomes de cas-
tas. Podc-sc ~umcnui-lo&, mas, ao razt-lo. serã negligenciado um aspecto Hn-
portantc do fonômcoo:vista de dcntro,acatcgoriaquccom:spondeaum
desses nomes se subdivide pcln menos uma vez, e amilldc muitas vezes, e
~sónoinlcriordcumadcssassubdivioócsque,porc~111plo,.ccasa.Dcfa·
lo,cssasubdivisáooãnlcmfim:sc111scsairdnlugar,o!lueàdis1âaciapaie-
ciaunidnaparcccagoracompartimentado.Di10is.w,umquadrorcgionaldas
ca.<tasvistasdcforanãndcW.de1crsentido,poisémaisoumcnosassimq11e
~sistema aparc.:c aos olhos. dos. que nele vivem, do ponto de vista das re-
lações cnlrc castas diferente.o; (nota 2k). Daremos c~mplos, aqui mesmo, da
ai1iculaçãoemc.wasdapopulaçàodcumaaldcia.
Aca..ta,unificadadocxtcrior,édivididadoU.tcrior.Maisgeralmcntc,
umacastaparticularéumgrupocomplcm,umcncaW:,sescquiscr,dcgru·
posdcdi.,.rsasordc11Sounfvcis,ondcasfunçõcsdifereotes{pror1SSA0,cndo-
gamia etc.) se ligam cm olw:t. diferentes. Fioalmcotc, muito mais que um
"ii:rupo" no sentido COlll\UD, a casta t um crtado tk upúi10, um c:scado de
esp!ritoqucscuaduzpclacmcrgeocia,cmdivcrsassilwoçócs,dcgruposdc
di""rsasordcnsaqucscd-'gcralmcotconomcdc"castas".Ei&porquclllo
scdc""""'ººonjuntoapartirdaooç.indo"elcmcnto'',segundnaqualsc
cnnhcccriampclo"""'ccpclanaturczaOli"Clcmco1os"conslitu.intcs,masa
partirdanoçãodc"sislcma",scgundoaqualBlgwispriadpiosí1XOSprc&idcm
aoagcociamcntndc"clcmcnlos"fluidoscflutuantc:s.
Para nOliconV1'ncc111losdisso,baslarem!lfllamlOliaiurtdOli"1timos
cxcgcw dii tiana, 1. H. Hunon. Depois de ter apn:scatado a.a dcfllliç6ca ou
dcsçriçõcspropostaspordiV1:rsosa1110R:S,elccor1cluiu:
A"'-~'l""·'"'l"""'°---~•mo•-"""'l•• ................1.......
--cqtairo.•~1Utlcoeo1oment<oe..,.111n1ed< omopoa .. •0111,..,.1..,,.JI",. .. '....,.
•l•:e•••.-Utv.aoal•"""-""-~(•ntro-10)-Ho,."*"'l••-dollcilumo
d<f1niçAoconc.a"'·
Essa apn:ssio é embaraçosa. Entn:1a1110, o desafio da diliculdadcj'
oont~m a solução: se n.losc podcdeímir oclemonto, podo:-scdcímir o.W.e-
m•, q~ ele proprio, i! aparentemenle collSlalllc, "mais ou menos orginicoH.
M.. HuUon coaslala o fracasso de uma concepção atomista sem prorurar
•ubsli1uf.]aporoU1ra.Énotivdqucclcn.lof~ncnhumarcfertncia,acw:
rcapci10,aoEssllibastaa1caatcrioremqucopróprioBougUpartiado&is·
•ema e nio do ek:mcn10. De reslO, num volume repuna! do Qnsw de 1931,
que Hullondirigianacionalmcnlc,umauloraalinimoescrcvcucomjlLS!cza:
"Scgundoacibciamodcrna,i!impossfvclcomprccrukrouaprcóarumclo:-
menlo de uma estrutura sem levar cm comideraçio sua função como par·
lc do todo ... Nosso primeiro dever i!, então, considerar o s.islcma çomo um
l<>du..'"·
Ma5oqucc11\codcrpor"sistcma"dccu.!1i? A pal...,.arcveslcdois.
0<nlidosdifcrcnlcs,umsc11lidocmpúicoeumscnlidoidcol6gico.Podo:-sefa·
l111u1odooonju111odaseastasconcrc1asqucestãoreunidasnumtcrritório
ik1crminadoq11&111odcums.islcmagcograíicameotccitcunscri10dceas1as..
t.'umonmosw:r,háboasra7.õcsparascpcmarqucnopassadoosistcma
daAtUtascxistiadcfatosobafonnadctaisconjunlosconcrctosespacial-
mcnlcjlLS!apostoscçorTCSpondcn1escadaumaumapcqucnaunida<kpollli·
ra Umaconsidcraçãodcssctipoé,cnliio,~1il, 11111!idoponludcvistatc6rico
d• não i! suficiente, nem primeira. Com efeito, esses conjuntos concretos,
•up<Hlamenteisolados,sioscmclbantcs,rcpousamsobrcprindpioscomuns.
f!nc.<scscolidoqucscpodcíalardosislemadaseastll!lcomodeua1ainsli-
luiç!o pao·iadiana. Nesse nfvc~ o sislcma das easlll!l é antes de Ludo um sis-
loma de idi!U... e de Ylllmu, um sislcma formal, comprccnsfvc~ racional, um
•l•lc"'aooscnlidoitltclec!ualdotcrmo.É,adcl!lais,csscaspcCloquclcvava
oaligosauton:scomoodMDuboisacomidcraraastacomocriaçiocom-
<lentedcan1igoslcgisladorcs"'·Nossaprimcira1arcraconWtccl!laprecndcr
u..,.w~maintelcaual,c..aidcologia.
Essi:poa.todcvisill1Cmo~n1edces1cnderdcm.is.•m•ltril.
C.omcfcilo,scnos~maopoatodcvist.ocmplrico,oaistcm•sclimi·
l.aria '°'
grupos dcaomiudo& c:uw e ls rclaçõc& iadividuais ou coletivas
corTCSpDodcntcs, scjllDI cW internas à casta ou se d&:m entre membros de
castasdifercotcs.Aind.aissopodcriascrcomprecodidodcmantiraamplaou
rcstri1a.Éassimquc,dlll'f.lllealgunsanos,ho1M:1111,.1eodhdaadcinrfora
decooslderaçãoarcdealdeãdecspcdalize.çiocdeintcrdepcndeodaco~
castasdiferco1cs,eoohecid.apclooomede"sislemajajm4'li'',comoscela
conti!W...C uma rulidadc distinta e niio um aspcd.o do sistema d.as castas.
Prova·offulton, qpe,arrasladoscm dCMd.a porsu.a1endfoei.11 atomizante,
llàodi:zumapalavrasobreela"".
Aocontr"1o,q11&11tomaisscaccotuaoaspcd.oidcol6gico,1antomais
difJçi]tisolarumdomlhlocspcçialooinleriord.asocicdadcdascastaseomo
umtodo.Por~mplo,aidtiadchierarqllia,1ioimport.anlcooqucC011ocme
àcasta,niioscaprc.scJ11aisolada,elapcnctra1odoodomloiodoparc111csco;
1ambtmasrclaçõesco1rcpaicfühospar«em,nai:voluçãododirci10hindu,
scrmodcladaspclaiolcrdcpcn.Unciaeotresupcrioreinfcriordccastasdife-
rcales''".Épreci.so,paraCMacxposição,1raçarumlimi1earbi1ririoercjei1ar
osfalosdc:Mctipo - cnlcodnmos:aqlliloquetraosbordaosislemadcidtias
_
relativo às caslas - naquilo que chamaremos de implicações e coocomitb·
ciasdosislcma, das quais assioalarcmosem seguida as mais importante&
l"'-..---.___
(C..p.9).
. . .....- ...........
_ _ _ .. .......,, _ _ l'l _ _ ""' ... - · - · -
.. ...... _..,
-....,__..,~-·-ool•""*''"'-ntoM·IL
...
...... _.
_ _ _ _ .... _ ...
-~·~qot-ole6olçtooejo
,..
- t - - . ... _ .. _, _ _ , _
--.·-·-Bonl.""'"._ ..
·---'"'·-·--1--""-"·---·-
_ _ _ ,,...n1 ..
~·----pr(op<lo-·~--·""'º-""
_~-·
E:~·~-?==::-::~rê
=~~[~?§?~~~
::~~~~~~;.~~~
Dissemos que nosso objeto primeiro era um sis!i:m• de idfu.s e valores.
ltcconhca:mos tamWm, de ~. no terrltório ou ILI. localidade, o
c•cmplo de um fator que, sempre scm fipar diretamente 11.1. ideol..P.., ia-
lcivtm 11o lllvel das manifcstações coaaetas do sislema das casw.. Dcve-sc
•cluarllnlpoucocssadllllidadc.Notc-sc.,cmprimcirolugar,quepcrccbc-
n1,,.asduasC$ptcicsdeaspc<:1osdemanciradifcrc11tc,desoncqucadis-
U1>Ç.ioc111reclcscçrime11os.sapos.içãocomrclaçãoaoobjeto.Comefcilo,
Jc um lado,tatcoriallldlgena que nospcnnltcdarscunomc.lscolsas:
•1ua11do falamos de casta, traduzimos mais ou menos um conceito iadfgcoa
l,JDt.1Dn,pala.,.adeorigemiado-curoptia,masprovavelmem111cc11COnlrada
cmtodapanc);sc,ançontr"10,falamosde"cstralificaçiowc:ial",iatrodu·
,.m,,.julgamc11tosarhimirios(ou: l.c.Wacclasscwcialsão[cnamcoosde
mc•m• naturcza;2- ahicrarquiat iacomprccrWvcl; l. oosis!ema indiano a
'<llll•açiocaiatcrdcpc11dtllciadosgruposes1ãosubotdinadasacssacsptçiç
dchkrarqulaobscuraouvergonbosa)"".Poroutrolado,scsomoscapa>.CSde
pcrcobcr11osfatosumaoutradimcns.ãoquenãoapcnasaqueladaconscifn·
""indlgcna,is.<;0aco111cccgraçai;àcomparaçiio,graçascmprimcirolugarà
'"mparaçãoimpUci1acincvit;!velcom11oss.aprõpriasocicdadc.lssodC11Cscr
rvidcntc.
Devemos, cotão, proccder cm dois tempos: primeiro,iràcscola.dos
lhndin,dosHiadusdcbojccdeoulrora,paraverascoisascomoeles.Ora,
rlc.osv&JllmuitosislcJllalio:.amc111c,c11iotimposslvelaprcc11deroprind-
L'l"dcsuavisão.Pcrccbcrcmosa1tmcsmDqucclcscmgrandomcdidajtfi-
teram Dlrab..U.Dparall65..0ito5iculostalvc:<1111tcsdcJcsusCrislo,atra·
1l1çAndistinguluabsolutamentcc11trccstalutohicrárquicocpoder,ccssct
um ponto cardinal que a pesquisa modernanioconscguiuaprccndcrcom
..,,,. pr6prios meios. É verdade, cntrc1111110, que nos pcnnitircmos, cm alguns
1••ntm, completar e sistematizar a teoria iadrgclLI. 1111 mt6gena das castas
nliosemcmpres!ar,atltuloscamdário,algoaosaspccloscmplricos - a
1111lirdopostuladodcquooshomcnscmsocicdadepe11S11D1dem1111ciracoc-
'º"lc, raáonal, sobrctudD numa mal~ria tio imporl.BDIC, e de que t posstvcl
•<•K•lar o prindpiD simples de seu pc11S11D1C11lo. EWi5 modificações correm
"•tu1almc11tcpo:rcoD1adenosaosriscoscperigos.co11tinuaadoapedra-dc-
h~IU•lse•oqucaspcsi08Spcnsamc110quoclascr&m.Nadade110VOcm
1mlowo:apenasaquifoqucoctnõlogiiou1111trop6logiisocialscmpreproai·
1uul11.. r.S6qucoitiacririD..:tornoumaisloogoccomplic.adoc,aomcs·
"'"tempo, mais seguro, na medida cm que estamos lidando com uma grande
'' ~nhp ci"'1izaçlo. Foi 8'1 rw::111cmcn1c que 111gcncralizaçõesprcmaturas
... _
___. .._......
111 waologia, llOKOlidorctr~o do Lermo, propu$Uam paracssaviqcmal·
1u111reaum,,.illlliln....
lbt----..
...
......,.IO_ll>t_•·-·-of-~ll>t--•I0-11
m..u.._ ... _ _ _ _ _ ,_.. _ _ ,..._ __ w . -
o110r1-.-·~<fC-.p.L~
•..........,.,..,_.,._,.., _ _....,_,..,.._,.,..._ ..... ..._/4<.u•
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U"L)ppm"10.D.Md_, .. _ _ _ d < C : - - l - -
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.1 . . . .---
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-l'"'F.O.....,.d<_l_l_.,...(~lll.ft'"90•:--IY.
~~-"-~--·-.1v.1~·---
§~ªE;tª
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..,r,rcsliluf-losaosc11lugar,rdaciom.i-losàidco\ogiliq11edcr•10elesacom-
i-ha.m, ftcaDdo cl...o qlM: I só tom ~lll(lo d IOIOllda"11 twím IWOIUliN/da
q1.. aidtologiacwumúV:m1seNidolOCiol6gitowrdoddro.
Scmdüvid.,oscstudosru:sscscnlidocstlopo11CO•VU1Ç11dos,clliosc
1><.Jccspcrarirmuitolongc,maspclomcnosomttodon.ioaprcscnl•düvi-
d11.<. Tomado globalmente, nosso objeto nos aparece um pouÇO como um ite-
Ml)r. Uma partc apcnas, a mals íácil dc dcsc:rc=, cmcrgc à luz da coDSCil!n·
no,~ <Olidária de 11ma outra, mais obscura, mi! cuja presença sabemos dc-
1u1ar. O renõmeno obscn'l!do tem um componco1e ideológico e um outro
que chamamos rCllidual sem preconceito ontolõgico, para assinalar a maneira
1icl~ qual~ ele colocado cm cvidtncia. O que acontece no plano de obscr-
•a<;io,O,umavczn:laciolllldoaumprimciroplaiiodcrefertoc:ia,oplanoda
1Jcologia,l,colocacmcvidCociaumaoutracomponentcsituadanoplaaore-
1klual R: (o• i + r). Da obscn'l!çiocdaidcologiadcduzimospor"sub-
uo~io" a componente ..wdual cmpfrica de cada fco6mcno observado. É õb-
.,o quc o crTO nos csprcita ncssa csp6cic de opcraçio: muito particulanocntc
no• 01riscamo. a nos CJ>ganat na apLicação da ideologia a uma situação parti·
•Ular,sobrc1udonoinlciocscsupcrcstimamosno.saromprcel1Sâodosistc-
'"" Muilofcli7.n1cn1cosdiíen:ntcsrcnõmenosou..,torcsniosãoindcpcn·
1lcntcsuosdosoutros.,cvcrcmospouÇO&poucoscdcstacarcmosprimciros
1klincamcn1osdcumalcigcraldasrelaçõcsdclcdcRoosistcma"".
Resta dizer uma palavra sob..: a e:.posiçio. Será íastidiosodcwevi:r
pnmcirna idcologiacdcpoi<n:tomarcadapontonoplanodaobscrwçio.
Ainda que o planoR ounãoidcolõgiçosliscjatratadodirctamcntcapanir
do Capkulo 7 ("Poder e Território"), destacaremos pari pami a componente
""'"'pondenlc notratamcnlo dosaspcclos propriamente ideológicos. Por
rn:mplo,noqucconcerucàhierarquia(Cap.3),ton1eçarcmospclaidcologia
1••••cnnsidcrardepoi<odadoabscrvadoc colocar assim, cm evidencia, a
<nmponcntcrcsidual.
Nom é prcci<o n:pclir que, se os aspcc:tosditos polltico-cconômicos são
m•n•postoscm segundo plano com n:laçioàidcologiadacasta, is.o é o
1•l<iconindcum prcconçcitoqualqucr,masapcoasdanccessidadcdcdar
""'"imagem fiol do sistema tal como ele surge para nós. Não~ imposslve~
cmbon.aej•dificilmcale conaobfvdoo prcae111c,q111: sc chcguc1111fulW"Oa
mostrar q111: m upc<:IOA polflko-econõmicm do na ""rdldc ruadame11.tais e
q11CaidcolasiascjalCCIUld4ria.Simplcanmi1caiildalliõdlegamoslá.Tra-
ta-.e, 1111 momento, ck um• dcsaiçlio comprcemiva, no duplo scntido de "in-
tcliglvcl" c uglobe.l".
...., ....,
.._.._l'...._.,__,_.~,-
o6oe----~1-·-------
_
ou do.saparca:m - dependem da silu.oçio cm que DOS encontramos.. Tanto
. . . ...-...-'I""-·--.. . -.....----
_~---
~==.."'.!".=~-::=º.:= ~"":..: ..
=~==...·:..:::_-:.:.=:.=.:.'.: ~ . . ::..-== ..
q11a.11tow:rcmosamcsmacaslasfs~cm nbc:ulaele.Dissorcsulta
que empreguemos a.s palawq scg:mclllo e~ 1pcrw pua dcsig-
1Wa divis.ãoo1,1s1,1bdivisão dc umg:rupocm "'4rioa"'1">S"8"l9"<111'111UC<1
'""" lk ucaJa mf11or>'. A scgmcotaç:io tum aspecto da eslnltura por opa.
lição li subotiac:ia. Substancialmente, reduzimos tudo a um tlDico plano de
mnsidcraç:io: o homem individual, Oll a oa"°' ou a cwa. Estnnuralmclllc, a
calaaparccccmalgiimaso.ituaçõcscdcsaparca::cmoutrascmprovcitodc
entidadc..s maiom; ou 111coom;. Não W. aqui, como cm ll05SO lllliw:rso do in-
<livlduo, nl""l privile~do. Em particular, w:rcmos quc as diw:rsas propric-
diodcsda~cstlolipdasaolvcisdifcrcntesdorc..amcoo.
_____ _
1lua<rv.ôcs.Priaicira,foicsai11cmrrandsquandopoucosladianoslecmo
. .-. ....--.-,_
....
. . . ...__
,• ....._""'_.,, ... ___ ,. _ _ _ _ .. 1ot.-. ....... -
...........
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...
podo-·lo-qoo_ptlo_d<.,_
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..... _,_ .. _ 0-.....-..,.1.-. ............... --.
=~;;.::~1€*~
--,,_-·-·'!"•-
· - · - - - 1 · -...
.. ~~~z~~ª~7=.-;.~::;;;,
pois,•obnCllaw..d:i.alCdasidti.scootcmporinus,clascaf.staw.da
1cndlnciadomiaaalCdciscsCS1udos,cmpirist1cmatcn.tial.a,cpusavamai6
rad.lmcoleporum1manifeslaçlodoiatcledllllismornacts,jiq11eo1utor
do tivera um coohec:imcolo direto da lndia. Obra de scguoda mio, com
efeito, mas csaita por um sod6logo da escola dc Dvrkhcim que consagrara
s11atcscaosidcaiaigulli1Arioscq11elDSiaV111omcsmotcmporcuoirascoi-
sasaos!!Cusprinápioscniodcinrdcladonadaqucfossccsscoóal,0Esslri
dcBougltnosfomcoc.,j'odlsscm05.,amclhordcfiniçioidic:ial.Segundocle,
usislcmadascastastco...Utufdudcgruposlu:rcdilúios(ascastas,salvopa-
ra oaspcc10scgm.cn101.alaqucnosrcfcritcm0&) qucsio10mcsmo1cmpo
dislinguidn&crclacionadoscntrcsidctr&modos:
l.por11111agradaç:iodccstatutosdchicrarquia;
2.porrcgrasdctalhadasqucvisam.111$!1Cgurars111scparação;
3.porWllB.~dotrabalbocpelai.atcrdcpendbciaqucdm.o
resulta"'.
Bougléàsvczatcndia1scparar,11111dooulro,csscstr&aspcdos.Ora,
éba.uan1cçvidcntcquc1udoissooeom:cmconjun1ocqucascparaçãodos
1rê.saspcdosé11111adisti.açãoanalUieai.atrod.mdapeloobscl"l8dor.Adcmai4,
o próprio Bouglt o rcconlu:a: çm algumas ~llS de seu livro. Os trb
"principias" repousam n11111a concepção fundamental, ligam-sc a um Wiico e
Yl:rdadciroprindpio,asabcr,aoposiçiodopurocdoimpuro.E...aoposiçio
•ubcntcndcahicrarquia,quctasuperioridadcdopurosobrcoimpuro;cla
subcnlcndcascparação,porqucéprecisomaotcrscpar1dosopurocoim-
p11JO; ela •Ubentcadc a dMdo do trabalho, porque as owpaçõci; puras e im-
puras devem do mesmo moda ser mantidas separadas. O ttllljlmto utáfim-
da.t.o ~11 toaístltlcill ~tunW e llitratqUizoda lk doU oponos. Poder-se-ia
........_
falar, numa oposição "siotttica a pncn~, q11e nio b.i muito proveito cm lllo-
. ..._
mizar cm clcmcotos llimptcs para agradar à oossa lógica c quc, cm toda <:aao,
--
--
não~ ncccssirioaom.arscmarccompordcpois..
____
... --
_ .........
-- -............_______
_...,.·-·--•l' -.-·-
...........,.....-
,,...,,
-----·---
flm<ba-.
..,.._.,,,
. --.---.. _
__.,, _,....,._...
..,.~_..,,
"'-*'"""*"""""°'~'"*-*1*'•-.lloo<iwLElloo·
~==:;:.=~===.:::-=-~
:.:::.::-...::.:.."-:'
~....=,.. . . .:-..:..-::...-:.=·
----........... ..-..:::::=:.:...-:.::::
__ . _. . .
O fato t de Clllrema import.b.cia, pois ele nos leY11 de imcclialo pan um
Wlivcrsopurame111eQUUtural:i!o1odoq~commwlaaspana.,ccssetodot
<uoccbido, milito rigor058DIC11tc, como fwtdado numa oposição. Não há,
.demais, outra maneira de definir um todo cnqua.ato distinto de uma o.implcs
(aleçio.c,sc11oscsquccc111osdissoe111gr1Qdcmedida,tporque,CMCDcial·
mente, subsli!Wm05 cm nossa dvili7Jlçio a rcfcrt11c:ia ao todo pcb rdcrt11cia
1ao.impk&.aoiadepcodcote,àquiloquescbastaasimesmo,i&lot,aoin-
divlduoouàsubstinci.o.Tcm05aquiofatoqucnosvaipcrmilircomprccodcr
ouwituição,fa>f-bpassardaposlçf.odcuma<:WÍosldadcdcantiquirioildc
umaformadabumanidadc.Épropriamcntcaidtiadacasta.
Mas "'"" polllo cst.t laagc de ser admitido. A.ales de aclar11 um pouco,
aoscçãoscgui•Uc,a111tlll'C1.adopurocdoimpuro.scriaiatc.......,1cobscr-
""rrapid.amcotcasd(Mdascasobjcçõcsdosospcci.afutas,lsquais1Km01ci-
lu•w:rialcotadoascrcunir.Paracomcçar,quescsaibaqucMl&oãocsumos
1nvcotandaoada:aprc:ocupaçãocomopurocoimpurotcomtu1cnavid.a
h1Rdu,comoscver•. Osabscr"Yadorcs,scjamquaisforem sUllileGdhcias,
Lioforçadosa1cconbcct-la.Tudooquepodcmf..,,.,rbojctminimizarofa·
lo,poracmplo,lançando-ona"cultura"coosidcradacomoumadilivomais
"" mcnosgratvitopara asocic:dadc (nota21c).Issocst.tdcacordocomum
prcconccilogcralcontraaidcologia.Ummes!Mdodnscrito.LouisRCDOll,
ucrrn:u muitosuciatamC11tc que a llOÇiodeimpww.a~cst.ioabasc,tcori
'"mentc pelo mcoos, da in$litulçio das cas1asM. Huuoo diz cm algum lupr
~11Cuma teoria religiosa pode nosajlldaracomprceadcracasll,m.uoão
prc.Cacontasdcs11<1cxiste.iciaaoloogodabistliria.Eleparccequcrcrdizcr
•11><scnaneccss.úioapclaraosfatorcsecooõmicos"".E.ssctipodcatitudct
muitodifuodido,mascleslitraduzoccticismodobomcmmodcntoquanto
"" lupr da rcligiio 111 vida wc:ial, P'K' Hcgc~ Durkbcim e Max Weber, e
lodaactnologia.Adcmais,apreocupaçiacausalttiogcral,qucprecisamos
fu,er um csclarcdmcnto: nio prctcndcm05 q11e a oposlçio puro{1111puro
"fundc"'asocicdadcscoioaoscolidoialck:dualdotcrmo;tporrefcr!acia
lmpfüitaa....aoposiçioq~asociedadcdascastasparccecocrcnlccraóo
nalpuaosq1.1Cncla~.Ofa10t,anossover,ccntral
Além dessa alitude, pode-se citar aqui objeçócs precisas. Falaremos
•1>rnasdcdW1S. Par••primcira,adisti..oçiopuro{1111purooiodlocooladc
l<~lll!ludisti..o~011SC8f11Cdlaç6csdccasta.Paralhu,05eri\frlosdcpo-
si"°variamrqioulmclllccuiatemoul:ros<riltriosalémdodapurcza"';
paraffmc&l!teille.•pwo:urclatmn.lodf.moi.da•ubdlvis.io1crritorial
daso:as!as.Q11911to.apriirlc:iropo11to,1110Slfamnosc111scgu.idaq11Clodosos
oítbitnpropriamen1cdil:oosc:lipm.loposiç!ofuada.mcolal,111ascoC011tr•-
rcmoslamb&n,nollf\ddaoblcrvaçio,•oladodos<rittrios,f111-.squcvio
C0111plicar Oll dcfonnar 1 padaç!o doa esla!UIOI e a scpnclllaçio.. E.ses f.io-
rcs, csuanhos .l idcologja poa11 =~nofa10,n6soscoloo;arcmosc111
cvi~ocia,como aaunciamos, llO a:mfroolara obserwçio ca ideologia.Já
coo:oo1111111os um clclcs na compartimcnl.aÇão cm pequenas unidades 1crrito-
riais, eada uma dclas serYiado dc quadro tk foto .a dc5dobr11111enlo do sistc-
maidcolõgim - umcstadodccoisasquedcvctcruistidooo......,do-,c
issoooslcvaaoscgundopnoto..Nocsiadoa1ual,cs.1á-sccmprcscnça,noia-
tcriordcumaclctunliaadao:asta,dcsubdivisõc.sdclllturczalcrri10rial,inu-
plicãvcis,comodiz&l!tciUc,apartirdo<ritériodcpurczarclaliva"".Masaqui
tprccisodci.Qralgo.;laro:nloprctcnd=osqucaoposlçãofundamcn1alsc-
Jlac111U11dctodasa.1distinçõcsdecasta,prclcndc111osquccla.ejasWJ.for-
ma:scri.aespantosoaprccndcr,alioodcduas•ubdivisõc..stcrritoriaisdcuma
casta bnminica Wio cm prc5CDça ao momento alwil, Ili mesma localidade,
que uma não 5eja considerada superior à ou!ta; no múimo é possível que
lodas5eprclcndam•upcriorcs.Aczig1!nciahicrirquicaélioccrccadora,quc
da uprimc, numa li.Dguagc111 6niça, fcnõ111coos que o observador pode dis-
li.oguir, por cu:mplo, ao lig.l-los a "ca115AS" difcrcntcs. O falo, que t csseD-
.:ia~Krácsclarccidonodccom=rdoestudo.Aques1iotscmprcadarclaçio
ontrcaspcc1osidcol6gil:oscaspçaoscmpfrir:os..Aquiaidcologilonlodáçon-
1adofatortcrritorial,claoigaoncocagloba.Butainaiatir,porcnqlWllo,
nu raio de que essa rclaçio, Jonacdc ser umaquesl.lo de ~pura forma", que
""'lançaria11apcsquisadcum"cootetido",tCODStin1tiYa.Oucatio5eprc·
lcndcriaf~rap111CUpt0virdotcrrit6rio?
H:I uma scgwid.a objeção, pelo mC!los impUcill. nas obscrnu;6cs de
ll•u, que é muito mais embaraçosa para a teoria. Vamosformul.:1-ladizcodo
01uc a oposição puro/impuro varia dcmaisdcumgrupoparaooutropara
qucsepossacocoob"arnclaarazãounivcrsaldosistcma.Comdcito,n.iosó
r.Wcmg:randcsvariaçõcs,pclomcoosnain!cnsid.adcdoscnlimcotocorrcs-
l'""dcnlc.cntrçosprópriosHindus(§25.6;lS),massobrcludoduascsptçics
ok fotos parcçcm <:ruciais: de um lado, um agrupamento S«Urlo çomo os
l.ingayal(qucscpodc,segwuloadefiniçãoqucscado!c,cbwilicaroun.io
<un1<1hindu)podcncgarfomlalmcntcaimpurcza;porou1ro,osMuçulina-
no"'cosCrislãosn.io1emcmsuarcLigilooÍld.alrwiadcopos10ànoção,c
""""'àprUncira.W.pclomcaos,possuemcastas.(Paramaiorcsesclareci-
m<nln<,.,.rf9)c 102-103.)É..,rd.ade,ponanto,quea ideologilcm que
.,..m..,.
o ceolro coascicntc d.a casta pode faltar aqui ou ali'"' illll'rior da
""md<>indiatto,caobscrY1çâodcsscso:asostdomaiorintcrcsscparaaprc-
•nJcrmosa1équcJIODIOccmquccoodiç6csinsliluiçõcsdcsscgéneropodcm
•uhrcvM:raoeDfraquec:im.cn!oouaodcsaparccimcntodcscuupcdo
ldcolõgico.(Ocfato,seriam oCCCS'láriosb"abalhosiotcnsivosparaseesdarc-
•l'•csscpoDto.)Éprcciso,cmsuma,distioguircntrcaidcologiadcbase,quc
•.tlp•csclltc11&socicdadccmgeralcqucos.WcmasobscrY1dosoigcmpa-
'•.,t.aio1clcção,coquesecncoo1radcidcologiadcfatocmi;adaobscmiçio
1.. mcular.Aercditamospodcrdiurqucaidcologiadcbasces16inc:oolCSl.a-
,rJmcn1e muito difundida e é mui10 poderosa 11& maior pane dos casos co11·
or<tn.•:claoio.aidaim&&i111çãodopcsquisadorcoioéumaqucstiopwa·
1H<nlclitcr:lriaouuÇU]tural".Ofa1odcqucclacstcjaauscn1cnoscasosa·
1ornto•cdequces1cjacllfraquccida- dcmaaciracrcscentccmoossosdias
nunr grande o(uncro de casos coloca um problema, CJtiac uma pesquisa de
mngra11do$11!ikza$upcrioraoqucprcteodemosaqui,masn.iocolocacm
•.,... o ,.r..,l clcmc11tar com quo lemos de oos contentar 11cstc momento.
Z1 O PURO E. D IMPURO
25.1. ldiiaGeml
P1ctcadc-scaqul1orurrnall<la1a,poraprolimaçócssuccuivas.,aoa·
1111uadaopooiçlopum/lmpu1..... Aprlmci1a.U.a,sc1ioscmdWidacolo-
... ,,., _ _ _ _ ..... _. ___ ......1"c:.-·--
- - ..... ,...... ,._ _ ___ J_._.._._ ... ...... _ ..... _ _
cadasduasquulilcsprincipais:porq11Cessadistinçioaplicadaagruposhc·
rcdilArios? E, se ela dll CODt& do contraste catre Brlmaacs e lntodYeis, pode
cladarcontasigualmcntcdadivisãodasocicdadenumgrandenl1rncrodc
grupos,clcsmcsmossubdivididosàs\<C1.Cliaoc>11rcmo?Nãorcspo11dcrcmos
csatamc11tcacssasqlLCSl6es,n6snoslimitarcmosaalgwnasobscrvaçõcsa
elasrclacionadas.Coacorda-segeralmcnlcc111rCCOJ1bccerqueaoposiç!osc
manifwadcmaao:iraalgomaa-oscõpiçanocontrastccntrcasdPMcatcgo-
riascxtrcmas:ados Brimancs,saccrdotcscm priodpioqucocupamapo.-
.;ç;;osuprcmacomrclaçloaoconjuotodascastas,cadosh1\odvcis,scrvi·
dorcsmuitoimpurosconliaadosforadasaldciaspropriamco1cdi1.0S,cmca-
scbrcs (ou ao menos cm bairros) dislinlos.. Os lntodYeis. não podem utilizar
omcsmopoçoq1110osoutros-ciu:cloatra~dea1c11uaçõcslocaisdos11os
sosdias -,oaccssoaostcmploshilld11$lhcscraintcrditoattarcformagan-
dhiana,csobreelcsrccacmin!imcrasoutrasimpmsibilidadC!. (Éprccisodi-
>~rqueasituaçãoscmndificouumpoucoapós.aagitaçãogandhiuacquca
lndiaiodcpeode11tcdeclarouilcgalaiotocabilidade;essafoiu111amcdidaim·
portante, mas nAo pode transformar de um dia pare o outro a situação ltadi·
ciooal,qucnosiolcrcs.saaqui.)Olcrmo"lnlodvcl"paradcsiparacatcgo-
riafmaisingl~qucindiaao;anoçioWtprcscnlç,111asno11SOcomntccs
saspc:.""8S..;odcsignadascmcadacaso111aispelo11omcdacastaparticular
aquepertcnccm.Paradcsignaracatcgoria,rccom·scgcralmc111cacufe-
111ismos,dosquaiso111a4rcceotc,iotrodl1ZidoporGudhl,t"Harijan",ufi.
lhodcHari",is.to~,crialurasdcDe11$(Vishnu).
Acrcdi1a-scgc11cralizadamc11tç,nom1111dotodo,qucamortc,onasci-
mcn10 e oUL<O.'i aconlccimcntos da ,;c1a pessoal e íamiliar escondem um pori-
110 qllC co11duz à rcclusão 1cmporúUi da$ pçsso.os afcwla6, a intcrdiç6es dc
<<llllaloc1c.Sc111quea11oçãodcilrlpurcucstejapresc111c,SC111qucessassi-
u.. çõcsporigosasscjam dlstinguidesdcouuasi.i1uaçõcs;c:rt-sc,porcsc111-
pio, noDobu,quc umatransgressiodoio1crditouariaum1doeDÇadcpole,
ou.ainda,qucoco111atocomaspcssoasdclulopodcscrtioporigosoqwmto
n c11n1a10 com a cabeça do chdc (Polioi!sia)&. Nem o catolicismo se liwoo
do marca de noções dCMC lipo. Assim, a CandclúUié a (esla da Purificação
d1Virgcm,cnifldarccc11tcmc111caparcuriç111ccradcfatoc•cluldadaigrcja
duran1cquarc11tadias,aofimdosquaisclaseaprcscnlaYacomumclrioace-
'º"crarca:bida 1111limiard.aign:japolosacerd01c.Namcdid.acmquca
noç.iodc impll<czacstcjaprcse11tc,oballho~ aCUtamaisdifU11dida. Naf11-
J11. aspcssoasafelad.asporcssaci;ptciedeaconlecimcnlosioimpUrasdu-
14n1cwopcriodoprcsai10,eosprópriosi11dianosidcnlilicam.,.....impurcza
t.OO.ln1oclivcis.Assim,P.V.Kanç,cssc:cnidi1ojuristaaquemdcvcmoscs-
'""bramo11u111e11tal,aHisr&úldoDhannashtum1,cscn:vcqucosparcntcs
"'ª"próximos de 11111 homem, seu melhoram~, se tornam para ele in10Cl!-
..,,. dura11le ccrto lcmpo por causa dcsscs aco11lccime11los (His1. o/Dhannl1s.
lll,p.170).
Sccompararmoscommaioprccisãooqucacontccccmcasodcmortc
<nlrc os Hiodus e numa tribo qualquer, veremos, primeiro, que entre os
lhndusaooçãodcimpurczaédcslacada,difcrcntcdanoç.iodcpcrigoquc
""''""ponde albu.cs ao sagrado cm geral e não apenas ao impuro. Depois
1><rccbcmosoutradifcrença:cmouU'olugaraspcMOassclivramdoporigo
J1 ..1uaç.io, por um lado, rccon"Cndo àcomplcmclllaridadç, pordefllliçio
111>11n1&ncacrcdproca:cucntcrroscus111ortos,voctscntcrramosmcus..Na
111~prÍll fodia, vf·sc às vezes os parentes por afinidade se cncarrcgarc111 de
,.,1... runçõcs,mascmgcralasfunçócspriocipa.issãoi;onliadasacspcçialis-
111 ComodizHocart,1111Suldopals.obarbciroéosaccrdotcfuncririo,que
~ o..-io •cusado de impUrU.a; quando do oascimeo10 e da menstruação, o la-
•1.to11n, cm tod.a lndla com~d0Maharasbua,sccocarrcgadclavara
u•u1 .. •uj1. Ncsscscasos,la...,deirocbarbcirosiocspccialisl.asdaimpurcza
'I"º· cm visl1 de 51115 funçóeA, (O!;lumam viver de maneira permanente num
nt1Jovi1jnhodaquclcquca1raveW1mprovisoriomcntea.<pcssoasqucclci;
""'""m· e do qual ucm claa. ll'lló"" cnlrt; outras providencias, a um banho
25.J. DDdruAntigos
___
impuros para outras"'.
,_.., ~.
~
~--~-········. ·-··--
A impureza familiar é a mais importante, é a do nasc:âme1110 (sillaka) e
•nhrctudo a da morte. O nw:imc1110 só afeta duraYClmcntc a mJc e o
recém-nascido. A morte afeta cole1M1111enlc os parealC5, t uma ql1C51.io &0-
n1l c nio malcrial, pois a impurc1.a náo afcta cssc11ciBlmcntc as pessoas cn·
ncasquaisalguém mom:u,masosparente.<domonoondcqucrquccle.<
c.icjam.Adcmais,ocfci1ovariascguadoograudcparc111esco.Podc-scpcr-
"'bcraforç.adcssasidéiaspclasrdormasprnpostasporKanccomorcaç.io
""qncclcconsidcraCXCCMOSanacrõnicoscindrr11odosparanossaépoea.
lólcsugcrcoqucconsidcrascrummlnimosuJicicnlccmcasodcluto,asa·
1..r: dc1.diasde luto, de impurc>.a,paraopa~amác,ofdbo,amulhcrouo
muridococnluladoprincipal(scclcnáoforumdosanlcriorcs);lrêsdias
r1raosou1rosmcmbro<dafamnia11ão-dividida;paraosdcmaisscriasu6-
: : ~:.ar um banha quandn se sabe de uma morte acorrida no inlcr.oalo
Notemos ainda algumas prescrições que vão Ili mesma direção: wna
mulhcrindisposla(ounãopGbcrc)niopodcriasuhiràpiradomllrido,ela
1lc..,,riacspcrarquatrodiascobanhof111al(clascbanhava,dclodomodo,
'"lc• de se queimar viva). Uma morte muito prá>:ima que ocorresse antes da
<rkbraçãndcum casamento cm prcparaçãoobripriaàsuaanulaç.io,quc
1•Mlcriaacontcceralo!comai11disposiçãodamic.Á!ivczc..scdizquc11âosc
,1 ..,,aprru:imar-scdofogo,11ãosoprarofogocomabni:a,scsces1'impuro.
11mdl"11icodcMa11u(ll,27)assinaladaramcnlcana1urcr.adaimpurcza:"a
monchadascmcnlccdamalrii:(istno!,donascimcnto) é apagada para os
1lua•·..,,,.c•·nascidospclossacramcn1osdagravidcz,do11ascimc11lo,datonsu-
'" e d.o iniciu.çlio". (Oa "duu-vcu:.-.....Odos", os <M;11, Wo os membros das
11tcg<niasquc conhecem a iniciação, o segundo nascimento.) Vê-seque a
lmpntt'>.a c01Tcspo11dc ao aspecto orgjnico do homem. Se a religião fala cm
1<r1I cm nome da ordem unM:rsa~ eis que, publicando a imputt'za nwn cdi-
:·~:::r~~ de fato, sem disso 1om11 cot!Sci~ncia, o homem religioso e social
Observc-sequcalgwnasfu11çõcsouprof""6csacarrelam,segundoal-
1u1u autorcs, 1usl!11cia dc impureza nu purilia?o imcdiata (~."no
1ne•modia").Assim, orciouncaiimpuro, poisnãoi preciso reduzi-lo à
·~ "'""3de me.<mo temporariamente; assim, uunbém, o estudante bramãnico
.J.t atingido pela morte de parcnlcsmuilo próximos.O mesmo acontece
'""' ,,. .<accrdole.< cmpcllhad111 110 cumprimento de um ritual, e ls vczc.. pa-
r ''"'!º _ _.. ____ ""_"'*'"' ___ _
.. --~·._.. .. _ , _ ... _ _ Clpon _ _ _
~~~.~~~I€:~~=~-::i
111 lraballwlora mais h11mildcs, sem d(lvida por callS& de SWI. tucfa em cur·
so. O caso do rei t surprecDdeotc. Vt-sc aqui m huliaam darem prova dç
realismo, cuqllalllo que, diD:m·- m hmcioairios chineses se retirariam
pekl mcum por VÍD!e e sete meses depois de um luto (Enc. of Rd o
ElJria,s.v,"PurificatioD.H).
Segundo m IUl05 e taJD.bl!m o uso, como se pode remediar a impure·
za?Aigua.obanho,togrudeagcotcpuriflcador.ÉprccisoobscNaraillda
qucs1111.vir1udc1emlimitcs:quandoapoluiçfiofparticularmcntcin1cnsa,por
cumplo i>a morte de um parente próximo, t preciso esperar o prazc prcscri·
toparaaduraçiodolu10aotesdctomarobanhotcrminal.Alfmdisso,llCm
lodos os baaltos t~m a mesma virludc: mais estritamente, lrala·sc de wn ba·
nhocmllguacom:o1c,comasro11pas&Obreocorpo:calg\ln$eunos.dcllgua
partiadarmeotcsagrados,f;OID.ooGaog.cs,lo!mvirlwkspuriflcadorasou,cm
1odocaso,rcligimasaoex1rcmo. Vcrilica·scaproposiçiodcMa....,para
quem a jpa não "8" apenas scgundn um mccanismn m:!&ico, mas cm razio
de prcsçoças espirituais que ela contém ou representa. Como dizia MallSS,
ainda,atguacmgeral"scpara"cstadosdcpurcudifercnles:toma-schaobo
h """"'""ftl' de incorrer ouma impurcu. O fogo, ao cootdrio, não lcm YD•
lorpurilicadordirc1oquando1emfunçõcscoocus(ord.ál10,ri1ual).Araspa·
gem,sohrc1udoarasl"'JCmdocrAnio,acompanhaosbanho•purilicadorcs,
comooolimdoluto:aocontr;irio,ointerditodaraspa,gem,dura...tcolutoc
noutras circunstã.oci.u, marca uma ascese: altm disso, h ""'"'" ~ dedicada a
um deus a i:abeleira de um menino. Além de pequenos meios (sangue do
mindinho, mascar uma pimenta, tocar feno), 11 papel purificador principal
i:abctambtmaoscincoproduto.da-..(urina,cstrumcc\c.).Esscsprnce-
dimcolospurilicadorcssãocmprcgadostambl!m noscasosdaquiloaqucsc
chaolariadcsujciradccasta:tnma·SC baohoapósomcri:adoou o trabalho,
___ _____
umbanbosolcocrcintcgranacasta.Alfmdisso,passa-scfacilmcntcdapuri·
·---·
íii:açáoàcXpiação(absorçãodosprodutosdaYaca,banhoooGangcs),.._
.,,.... .......... ..
-·--
~s. ...... _..- ... - - . " " " ' " ' - .... - - ......i
·---..............
. -.--..
-11pr.-_"""'"'
----~--·-
~..,
Alitcrlllurat,calio,aplfcitaarespeilodaimpure:iaaavidapcMDal,
nuin1criordcumacastaouca1cgori.asocial - partkularmeo!c•dogBrima·
""' UdcssepoPlodcvisla,apurificaçlioapaucecomoumaMCUSidade,
cm •waa, perpélua. A lilcralura llD5 mosll"a tamWm a tramiçio dessa impu-
101.11 ocasioaal à impurc:za permucntc de alg\tnsgrupos bumaoos.. As l..cis de
Manu nos dizem (V, !l5): "Quudo um ~' uma mulher memlnlada,
um fora-de-casta, uma parturii:olc, umcadbcr... foi poreleloc.ado,cle..,
1111rifiçaçomumbanho".Eisalastrl!.impurc:zuocasionaisidcotili.;adasà
do"fora·dc·casta"c:doÜJ1J4/J/a,qw:n.ãotoulrnscoiooprot6tipoaatigo
du ln!ocolvcl. Uma outra enumeração C$lá no mC!IDo livro cm Ili, 239: "Um
!"flN/4/a, um porço domúlico, wn galo, um cacborro, uma mulher mens-
ltu~d• e um cunuço não devem olhar para os Brimaacs enquanto cstc:s cst.i-
vcram comendo", e o dlstiço 5Cguiote aacsccola que c:ssc:s mC!IDos """'"'
1nrtw11inc6c:ausdifcrco1cscsptcicfidcritual.Vcrcmosqucohomemtpar-
11cularincotc Vlllnerlivcl l impureZB q"""do está comcodo; além dWo, os
•nuoaiscitados..,alimentamdcçoisasimpurasqw:encootramaaaldciaou
"'""'usarrcdorcs.Caradcrlsticasfuncionais,aqui,sio,cnlio,iguaisaacoo-
lr.·imonlosindividuaisçomofoo1csdcimpurc:za,difcrcolcscspl!cicsdeim-
11urc1.asioçonfundida..s.(O.;asodoc:uouçoaindaprc:cisascr~licado.)
Vrm,.,.colão, queManuoosdi>.amCS1:1>açoisaq11e11osdizialCaocoo
l"º""ntc.
ScédillcildatareomprccisioasLcisdcMan11,pensa-scpelomcnos
•1ucnadadclasépos1crioraosb:ulollldcoossaera,eoqwmtoalgwisclc-
1nrnln< podem ser muito mais aotigos. va.se, cotão, que, se não o sistema de
...1.. 1alcomoelce>:isleoosnossosdias,pelomeoosacspc:cializaçiomr.
lmpurczaéa!cstadaoocomeçodcoossacra.Nomcsmotcxio,oCaadalat
wnfinodo aos lugares de ac:maç.io e vive do refugo dos bomcM.. Ora, um
l•"ndc:carlitcrniomaisoonaativo,111udcscri1ivo,i:lctambémmalda1•do,
l"lfémmui1omaisantigoquc•datainleriordcManu,aantologiados/ba-
1.i, ouvidasan1criorc:sd0Buddba,nosdtuinaimagcmmui1opromo•do
t "1ndala. Um Brim811C que o encontra no caminho~ diz: "Vire brisa, cano
oi< no~u agouro". As filhas de um mercador e de um saccrdot;c prcpos!o que
lo11ncovampcnodoportiodaaldcialançaram,pordcscuido,uinolbarpara
11m("andala;claslavam.,.olhos,caspcMOas•urn.moiofortunado.Comcr
'" tnC<,. de çomida de um Candala leva um Brimaoe à ~usio, e uinjOftm
lhln11,.. que, com fome, çompartillrc: o olimcolo de um Caodala vai morrer
•lrdoacoperorraDorat1. UmoutrnJ111h1nostraqucorcilliopodiaçom-
1••flllhl< 1 comida de u1n1 lllh1 que ~i. liYeuc: tido com wna csaaw. Fíca
claro, cm tudo iuo, aimo ogqctasocial desses 1cnos, R. Fick, disse, há
muito tempo, qvc: 1 leoril brambica do puro e do i.mpwo dfiu só c:sislia mu
cravcrdadciramc111cçlicadldcfB10,comccrtcza,muitosséculosaatcsda
crao;:risl!.Minimizmn-scCS1CSfB1osmul1oclarosqwmdo11os~quca
casta,i.alo:omoacoahccemoa,tmaiareocotc.lssotverdade,masoãoi.mpc-
dcqocosprindpiosfuudami:llllistc:uhampcrsistidoaolougodoslcmpos.
Emsuma,alosóui.mpun::i:udaYid.aindividualc1dosl11todveissão
cousidcradas boje como uma mcsm1 11a1wna, mas isso já era assim 1ambtm
parao1utordasl.cisdcMllllu,cosJatab&nosmOSlramoseati.mc1110dc
i.mpureza de algum grupos como muito fone, e a intocahilidadc como já cm.
tcalccmgraadcmedida.
25.5. Complemenlaridmie
Oqvc:prcccdcuiosignifieaqucasimpurC2lllidavidapcuoalsejam,oo
mllftdodacasta,iadcpcndc11lcscms11acono:pçãoccmsuaclaboraçãoda
i.mpurczadccasta.Multoaocontririo,tderoqucasd\l.l5s.ãoinlcrdcpc11-
dcntcscomcnosprovivl:ltqucodcsenvolvi.mc1110daa..1ase1cubafoito
1C0111pauharhis1oric.uuc11tcdcumdc.seuvolvi.mc11lodasp:rcscriçõcsblaml-
llicasrela1ivuàsi.mpurcz.asdavidaorghieapcssoalcía1t1i~ar.Éass.imquc
so: pode observar um paraklismo catre 05 eslados QllC açompauham as i;c-
rimõ11W das idadc:s da vida, c mcsmo dos al05 pri11cipais da vida co1idiaua, c
agradaçãodascaslas.Oculu1adoq11Cúoseguisscosprcccil05CllãOC011-
tUKçomaajudadccspccialislafieariamalsoumcn05in1oclvel.Amulhcr
mcmlru11.dauãopodccoziuharpara05scus.Ocasamcnlo,aoconlrArio,ouo
ritodc~m,obscrvemoa,n.ioseacompaubadcncnhumaimpureza,cW
aimprcssio,pcloprcaUgioqucirt&diacporoulrostracos,dcqucoHUtdu
esúsimb61leacp:rOYisoriam.C11lcprcsolSU11condiçiocassimLI1doilmair;al.
ta, à de príncipe ou de Brlm811C.. Na vida cotidiana, a lODp ccrimõuia que o
Brimauccumpredcmaahicqucuucoscuidadosdchigicneàprecccao
bauhopUriliCM!ortu«eMári¶íazl-lo,dcalgumamancira,re111SCCrcm
SU11coadiçiodcpurezamaisaltacpara1om'·loap101lomarsuardciçlio.
EJcacome,csUi11umestadoc:xlrCmlmentcYUlncrivele,mCSJ110quctudo
OCOfTI sem acidentes, de se ergue da mesa mcll06 puro do que quando es11-
va seo1ado. Sc trabalha fora, como 1105 nossos dias, clc lcm o çuidado dc to-
marumbauhoaochcpràsuaeasa.
Éclaroqucaimpwczadolo1ociveltconccp1ualrnc11~cinscpari~lda
piucza do Br!mauc. m. dcvl:m ter-se cst•bclecido juntas, ou cm todo cuo
lcr-scfortalcddoruiprocamcule,ctprecisol>Cll ... bitiwm05•pc11Mroclu
_11---·-·--··
..... - • l _ _ _ _
. _. ._.. _....___
,_.,n_ ... _ _ _
,
mcn\c11DdiaemqucapurczadosBrâm&DCSforradicalmcntcdcswlorizad.a;
niooelcmprClladomWtaatcnç!ollisso.É11DtáoclqueodcscnooM.mc11lo
=cncialdaopo:s.iç.iopurof1111puroncssan:l&ç.iodip..,.pcitoàwca.Ogo.-
Jobovino,cmultopanicll.larmc111caYaU,tobjcto,c:omoscsabc,dcuma
"'rdadciravc11eraçi11.l...nnioacoal<>Cia 1111VW.,cmboraavacallff....e
n1uimrcvcrcnciada;comot11.1turalcntn:pastores,nioscmalav:aopdoa
10ftocadircito,mascomiam-oeasn:sc.saaif~cscsaaificavam,às
"''.cs,a1émcsmovaC8$.Entn:osHindus,aoco:n1r4rio,amatançamcsmoin·
•11lun1ãria de uma vaca tum crime multo grave, e vt-sc uma n:laçio cnue a
1r.rWmmaç.ioassimmareadacoprograsodasidtiasdenão-violéndaZll.
Mos há tambo!m uma n:l&ç.io social: a matança de uma YaCll é assi:uiilada à
m<lflc de um Brâmane, e vimos q11e seus produtos são agentes purificadon:s
p11dcrosos.Simctrica...c111e,oslntocávcissce11eancgamdcn:tirarecsquar-
loJ1<0Srcscsmortas,dcordcn.barccurtiroscouros,ccstatinco11tcslavcl-
mcntcumadasmarc.asprlncipaisdaintoc:abilidadc.Nil.otpor111daquc11a
rlanfc:ic do Ganges a o:asla de lntodvcis mais llumerosa, que eonsú!W •
moiorpartcdamio-de·obraagrkola,tadosCam4roupcswasdocouro,ao
pusoque 11.1n:pão1amil a çasta intoc.6vcl 1fpieaé adospaRaiyarou "os do
1ambor"(paR111){palavradaqualf~mos110SSO"pãriaM),scndoapelcdos
lamborcs,bcmcntcodido,impuraclcndooslntocávcis,porrazõesdesscti·
1><>. omonop61iodasorqucstr8$aldcãs.. V~·sc,cntão, que avaca,csptciede
durlo meio udnal meio divino do Brâmane, divide efetivamente os mais al-
lo• c os mais baixos dos homcns.. Seu carãlcr ""&'ado é socialmcntc funci<>-
1111 Odc.sc11\/0lvi.mcoto,oualraosformaç.io,dcssccarátcrdevctcracompa-
11h~dnhistoricanicntea~ocscdasocicdadchinduapartirdaoocicdadcvt
•loca.gêocscquccstácmrclaçiocomagcncrali7.aç.io(unciooaldaopmiçio
1•uro/impuro.
Existe pelo menos""'ª obscrYllçio a fa>u ainda com n:laçio à si·
lua~lo dos Intocivl:is. Ao vt-los fisicamente n:jcilados Dll!I aldcill!I e obriga·
Jo,.acumprirtarcfll!IUúamanlcs,somostcntadosatomj.losporcstraohosà
•ocicdadcrcligiosa.Enquanlnoprindpinqucosdislinpctn:ligioso.abasc
J1 opmição ou, dito de Dll\ro modo, o que eles tlm cm comum com os ou·
Eslllda.mosattaqviaoposiç.lo funda.mcolalcms111formamaiorlal
comomanifcsladaoaiotoc.abilidadc.Cbcgamosagoraàscguodaqucslioca-
loo;ada 110 início dcs1asc:ç.lo: é verdade que a oposição do puro e do impuro
dá conta, aio só da segn:pção dos lotoctveis, mas tambtm da distinção de
um111Ímcroquaseiofinitodcc.aslas10cixarcmosparaocap!lulo.cgllinlea
divisãolradicionaldasoc:iedadcc111qua1rocstadOliou~ccstabclcccreo
mosW11par.alclocattcdoisk116111c11<>$!amv.llipliçaçlodosaittriO<doC$1.a•
1u10,qucscligamtodosàopnsiçãofu11dai:Pcn1al,cocsfacclamc1110-dirc-
mos, por analogia, a sesmcntação - do Waluto hicrirquico llWll grande
oWncrodegrupos..
Ad111ilimos que o fu11damc1110 elementar e universal da imp111C7.t está
11osaspcdosorpnicosdavidahu111a11a,dcondcdcrivadirclamc11lcaimpu·
<C7.adcccrtoscspccialislas(lavadciro,barbciro,110çasomcncionado);coma
""ncnçãodavac.aj;icncoolramOliumcrilério,quescligaevidco1cmc11tcà
dls1ioçãopuro/impuro,masquctumacrlaç.ioantigadasocicdadciodi.anac
quc,vimos,cstàcmjogonacondiç!odcloloctvcl.Todaumasl!ricdcoutros
crilériosS1Ugiudomcsmomodo.As.sim,muitoprovavclmc11tcsobaprcssão
dasmoraisdarc116ncia,budlstacsobrctudojinisla,aalimc11t.aç.iovcgctaril.-
aafoiadotadapclamaioriadosBrâmancsc,scjadirctamc11tc,scjapor1Cu
i111crmédio,seimp6scomoumapráticasuperioraorcgimccanofvoro:c111C11·
der isso como maiu dç pureza oposta a uma de impureza. Obscr;a·sc quo
---·--.--..---.--
2'1-Cl--.-~·--·---pp.l'il-371.~lll
_. ___
ppJl.lS(od)
...
-~·-·----.--.--~.---
)O-·-·-·""""'º"'''"""--..................
_.,....._.._,_ .... , --
..,...,~.,- ~--
rcsim.C$alimcntarC$l!mviloimportantc:claÇOffC$pondca11D1grandecor1c
na..,.;:i..dadc(m.asvcrcmosqucb-clo~coolrabolaaç1uloporoutrosra
lorcs).AUmdisso,clatprcciosaparaadassifiaç.iod.ascastasn11D10uoou·
Iro scnlido o.inda, pois i! pN6fvcl de .scgmcntaçlio: t menos imputo comer
cMncdccaçadoqucdeporcodomtslico,'7iadopcbs.castasbaixascquesc
.tim.cntade imlllldlcic;i! mCllOSimputo comer cuue de animalbcrbhtoro
Ql>O de animal camfvoro ele. Assim, oo inlcrior do gnipo dos comcdorC$ de
caroe,podc-scrazerinflmcrasdislinçõcs..
Ouiros aittrlos intc~m: os Brãmancs prosc:r~ o divórcio e oca-
"""colo d.as vifl\IU, celebram (ou celebravam) o asam""!º de seus filhos cm
ui.ades muitos tenras: cm cada um de= pontos, com.ideram-se COIDO iníc-
•Íorcs as castas quc n.io sc conformam à prática supcrior, c clas sio numcro-
,.q. Dirlamosqucse1rataseri1prcdepure7.a?Amdissolubilidadedocasa-
mcnlo lcm um valor religioso, um pouco como o c.asamcoto de crianças (a
mcninadevcscrimpübçrc),tudoÍ$$0paraosBrAmanes.Époru.sociaçioa
~1 .. que C$$ll.i prftieu us.umcm um tom de pureza. Enumerei apcllaS alguns
ui1i!riosabsolulosdcntrcosma.iscomuos.Encootrarcmostambémaili!rios
relativos: quem açcita uma csp«ic !ai de alimcoios da a.la cm questão? Ela
tounào~ servida por um dclcnaiDadoC$pccialista?
Analisemos agora o julgamcnlo pelo qual se atribui uma posi~o a uma
'"'lacomrclaçioàssW1Sviziohas.Noa..ogcral,acastascrácoosidcradai.o-
fcrmr a algum.as e superior a algumasoulras. Para CSlabclcocra posiç.io,
fa.1·5CusodcumccrtooÍl.merodcaili!rios,cscobscrw.qucpclomcoosdois
<riti!rios sio iridispcl!Sãvcis. Por exemplo, pode-se imagillar os p«iprios
membros da awa declarando: "Somos vegetarianos, o que nos coloca acima
<lc X, V, Z. que ~m um regime camlvoro; mas autorizamos o recasamento
Jo.,viü\IU, o que noscolocaabaWJ de A, B,C, qucoi.oierditam".Oquc~
p«ciso noi:ar t q11e cada um desses dois julgamcatos elcmcatarcs tem por
dcilodividirocoojuotod.ascastascol!Sideradoemduaspartcs,rcspectiva-
mcntcsupcriorciofcrior:quaodooediz"oomosvcgctari&llos",solidariza-se
«•111toda.ascastasvcgctarian.ascscopõcalodasasoulras.Acaslacocoo-
n1•uaposiçio,cmcons.cqü!ncia,cfctuandoumastriedcdicotomiasdcssc
111~" e no mln.imo duas (supondo-se que cDs!a uma ordem linear cslrita d.as
·~""8.•):umadicotomiaquca..,paracloquecsUabaixodela,cUD1aoulrado
11nc e.ui acima dela, cada uma 50Lidarizando-a ao mesmo tempo com o com-
plrn1cnto corrcspondcotc.
A partir diMo,pcrtebc·sccomoi!diflcilclassificartodasascastasdc
""'" •rc• determi.oao,1.o num1ordcm hicrlirqlli<:11 íi.uquandoa1tmcsmoo
111indpío fuodamcol1l dn dialiaçlocr.U foro de qucstio e opera uniYCrsaJ.
mcn1c. A complicaçlo naano da mu~Lplkldiuk de ai1tri01. conerctos e da oe-
« ..1d1dc de os 1v1li1r una cum rnl1~lu 11• ou1m•. Cada pUpo !colar' m1-
'."~'~~:'."~-",°!~·-~~-~~~ ":",~~..!'.'"' ••n•11•m, mu.':" num"'.'~.'''": ~crio
quia.Porenq111111toqlliaemosCllAbelea:rlrispo11tos: l.todososaiti!riosdc
disfü1ção surgem à ~~DCi• como formas diferentes do mesmo pri>i.clpio;
2.todospcnnitcmoperar11111adicotomiaglobaldasocied.adc;3.nclarcsidc
verdadeiramente o priadpio bkrúqllico, cuja ordem linear das c:astas de A a
Zreprcscotaapcaasumprodutosccuadúio.
U5aremos,11oq11escguc, a eoastataçio dcquceadajulgamcotoelc·
mc11tarrelalimaocstatutosolidarizaaçastacom1odasaquelasquccompar-
!il.ham com ela o mesmo11&ÇO ao opô-la a todas as outras. va.so: que um•
oposiçãoíll1'damcntaJ,quc~conotbidacomoa~nciadctodaumaséric
de dis!inçõcs conactas, t verdadeiramente subjacente li ordem bierirquica.
A-·~eolc, 'lf·se também que, se supõe um grande 116mcrodegrupos11
classilicar, resulto. wa. dcma.nda considcrtvcl de aittrios conaetos, pois,
para ordenar linc.armcnte sem ambigQidaden grupos. serian1 ne«Mários
n-/aiti!riosdcdislinç.io.
25.7. Vari11111ueA11oma/ia.r
Depoisdoqueacabadeserdi10,nãoicspantaencon1rardiferençasre-
giolllliseirregularidadeseanomalias.Di.\semosqueobarbeirodevias11apo-
siçãoinferiornoSulllsuafunçãodc ... ccrdotefunerolrio.E,comcfoito,oo
Norte, onde ele não exerço essa função, tem um cstaluto n1ais elevado, i! um
criado ou &ervidor do Brimane nas cerimônias familiares e serve de mcma-
geiro para os acontccimenlos auspiciosos, enquanto quc vcmos oliciar, no ri·
1oalfoncrolrio,um""ccrdotecspcçia]chamadoporanllfrasc"mahllbrahma·
na" ou grande Brimanc que i!, de falo, um lnlodvel de um tipo particular,
que iMpira uma tal aversão, que so:prOC11ratcr com ele a menor relação
posstvelfondaquelacircuaslúciaemqucclei!indispensávdcomorcpre-
sentan1c do morto. Seria pn:dso ainda csdarcccr melhor: falei do Norte em
gcral,pcosandoparticularmentcnoUltarPradcsh.lmi:diatamentcalcstc,no
Bihar,obarbciroé,dizcm·oos,impwo.Maisalcstc,cmBcnpla,cleaioot
(D~ton, p. 324) e se pode prcs11111ir que cllista uma diferença com:spoodcntc
cmsua!lfunçõcs.MaisFalmenle,CJ:iste111difcrcnçasnotivcis11ainle.wda·
dcCOftlqucaiDtocabilidadetso:ntidaecodificada.OSultmuitomaistradi-
cionalistaqucoNonc,parc.ccmesmoqKelescnteaindarcligiOS11111e11tco
que oio seria, frcqQcntcmcntc, mais do qK c1iquc11 (po1 CMmplo, no Unar
Pradc.sh),masw.daserlapreásofaxrdisliDçõcs.Excclorcgiõcsmarginais
cm que o Brimane cstJ. mli& solidamc111c implantado (Bengala, AMam), se-
ria de •upor que a inJllM!ncia do lsli agiu aolcs da inDutncia moderna. Auim,
110Panjab,aiDtocabilidadctrclatiYamc11tcfr1c.1:cmm•ttri1dcafü11c11to,&6
niopodescrcom.idoaquiloqucfoi1ocadopcloslW:m11 Aaramm.. hindua
de Delbiaa:il1V11111.lgua de um odre de rowodocarrop1tor muçulmano
(dlria·l<C qUC cio cn pU111ic1d1 odn ••l· nn l'onl~I, ·~'·'""'"' ·· ··•'"--
Hindus usawm um recipienlc desses (O'MaUey, /. C C. 110). Ademai.., o
w.udoco11tonosupa1ospare<:elcrsldomaisdescnYOlvidonasrcgiôçssub-
mclidasàinílu!ociamuçulmua,.emQUC:CS....malériaoucsseobjcto1cnba
perdido .eu çadter degradaale. Assim, Biuni lembra que, cm «11as "4Slas
do Uuar Pradc.h, um culpado U.capaZ de papr IUIOI multa colocava, sobre a
cabcça.sapatosdosmcmbrosda asscmbli!ia,0Qucolevavaa11110adcgra·
daçâogr~(CasttSyff01tp.ll4).N01cmosdcpassagcmqocoioésódc
1mpurczaqucsctralaaqui(umbanbo,porc11Cmplo,n.io5Criacficaz),lrala·
""aotcsdcum meio de provocar uma queda dcestatulo - ou apena< de
pre>Ugio? -,umopr6briomaisoumcnosdcfinitivo.Aoconlrário,éprovtvel
qucosJinisla<tcnbamcootribuídopaniculanncntcpararcforçarauigCncia
dc:5Cparaçãocm faccdomuodoorgánico.ElcsnãosóobscrYampoluiçõcs
mulloslonga< - QUMCntadias para 0005Çimcn10,a:omoosHcbrcuscos
l"ri"ãos -,ma<,pclomcoospara&mongc5.auigenciadcrcspcitoàvida
1ncidcnapurcza"utcnor":omoogcoãoscbanhavaparanliomalar"avida
do~"""'· H~ também 1;:losin1cmpcstivosdc n~litos: assim, os Raj Goods,
umatriboqucschioduiroudcverdadcnomomcntocmquccsiabclcccurci·
n""noD.:eio(porvoltadoséculoXV),parcccquclavamamadciraQUC\ll\o
ulili:t.ar na c07.inha (O'Malley, /. C. C., 103). H:i também a mattria·prima da
crença, mais do QUC a pr6pria crença. Como quando o mcmbm da casla dos
cultivadoro:sdcbétclpn:scmida"'impurc7.a"<eucaotciro(Blunt,p.294)cm
que crcsçç a pl~a trepadeira cuja< folhas sio mascadas com a nDZ de arcca:
"luianoçãotaparcntcmcotcadcumpcrigoparaaplanla,umpouc:ocomo
º"' wcicdadcs cm QUC anução de impurc1.a não 1cm dcsiaquc. Eis um
''"mplo muito diferente, extraido de um mmancc cm hiod~ que não tem
n•daavcrcomaimpurc1.a.U111cstudanlc,lilhodcu111co111crcianlcurb.>oo,
(r~nsbordadcalcgrianomomcntodccntraroo'lual1oc111QUCSUamulhcr
a<•hadcdarllluzU01filbo.Oscnlim•nlodadcsproporçincntrcclccsua
fchcidadc a..umc uma fonna caradcrlslica: ê tomado pelo pavor, não mcrc·
rccssafclicidadc:"Como,pccador,scapropriardcssagraçacclcstcparaa
'l"ªI tle ndo st J'"paro!' por n<!llhwna as='"• "a misericórdia de Deus não
tem limiics" (grifado por mim). A<jui, cm cm1formidadc com um modelo
mu1loantigo,ancccssidadcdc uma transiçioparaaccdcraoS119adot per·
,chida (Prcmchand, KamrMiUru, p. 70). Ha tambtm exemplos de rcviravolla,
__ _.. _ _
" ' ·-l"{Uo.F."'.,, ......................... 1-•_. ............... - . -
l_"'°'*K~'""--·-'-'"-·"""'*""""""·
:::.::::.~~~=.:.~=:..~=
--1""'- , ....._,._, . . . .- . . . --_,. . _,._,,.
~-=:~~::::;:-_'::."..":':=.:.·=::.:::.-.....::::
cm11uctpanuioulmcntcoinfcriorquccvitacolllalocomosupcrior"'.No
eiccmploscguiatc,vt-sc:rcuiugiraidtiaprifllitivadopcrigodircto(cnioS&
cial)dca:rtoscoDlalos,muaplicadosdcstavczaocoDtatocDUC<:alegorias
sociais: os lotodv.:is P'11ar de uma aldeia lamil (dislrito de Tanjorc) acmli-
1.am que, se WD Br.lmue entrar na cabana PaUar, ele e todos os PaUar serio
prcsad.adoen?cdamistn."'.Todosesscsfatostcstcmunhamda~encia
dcnoçócssubjaa:ntcs.ld.aimpurczaoucoDCUS.
Pcrcehcm01>a!éaquiapcnasumasp«todaoaturczacstruturaldacas-
I• Comcfcilo.ocupaodo-nosdospriodpios&eraisdosislcma,C011\e11t&mo-
nn., cm coasidefar a casta como se ela fosse wn nicho entre outros num
1l'•ndcpombal.Ora,a<:as1anãot11D1nichonutijolo,elacmgeralscs11bdi-
11Jc, pelo menos num primeiro nlvc~ cm diferentes subcasl.as, e cm muitas
«nnrreqüéocia.Tao1omclhorquc1cnh~ospropos1oconsidcrarasobcasl..a
oomnumgrupoiiPp<>rtan1c,ogrupo"rcal".FoiosanscritislaScnartopri-
n1om~ parece, a colocar o problem•. Como ji diMcmos, Senart se pRO<UpDU
o·m for111•r, par• comcçi1r, uma ido!i• prcri..a do estado de coisas moderno.
Apcrcchcu·oedcqucnlocn•cula,mua1ut...a.!a,qucna...:rdadeaprc-
... n11v•1lguMdnorar10C1cro•m•l•lmprKl•ntuquccomumcntcoe.iriboi.ol
•••l•·nloimpo<t•nndc ... <1or """"ª'"''•,m .. n1m1iCt1"partcdo1e111po
n• '"" •Ohr..ta r 1 !oml"'"' o"''"""'" •' n& .. o ••U• •'"~ •~- tR.OÔh.,..._•
jurldlcas, se rcW.e em .15SCmbltiu auma base local determinada e pode cr-
comW1gat seus mcmbros. Doode, Ç011clpla Scaart, scr a subcasta llllidadc de
endogamia e quadroouõrgiodajustiça interna, a iastituiç.iofuodamental,
dcve11dn,logicame11tc,scrchamadacicotiftc.m1entcdecastaverdadeira.
Scnar11cveemul0&,de>ltreosqll8is.scdcvecitar,emprimeirolugar,o
Prof. Ghurye, dccmo da sociologia na lndia. Gburyc oscrevi.a cm 1932: uEm
gcral,scjaqu.al foracastarcconllecidapclasocicdadcçmscucoojunto, éa
subcaslaq11eimportamaisque1castacoi11dlveduoparticulares'",cco11clufa:
"Tcmosboasrazões,paraumaidtiasociologicamcntccorrc1adai11S1ituição,
pararccOJ1beoera.subcasla.comoa.castasreais".Nioparcoc,entrclanlo,
qucGhuryetcoh.orcalmcotccolocadocmpráticascuprccci10,masumaC$·
ludiosa o rc~ r...:entemc11te: lrawati KaNt Ulsi$lc muito cm sua oposiç.io a
Gburycoumpootobaslaotepróximo:eladdcadeaidéiadequca.castasrc-
sultamdaag:rcgaçãodcsubçastas,cnãoas.subeas.las.dasubdivisãod&cas·
1as,c,maisgcralmc11tc1aM:z,qucascastasrcsul1amdafusãodegruposdl·
versoo;,cnjodacisiodcgruposprcclislcntC$"".Elanioparccctcrpcrccbi-
doquc"6csla""dcscnvolveodoaidtiadcGbwyc,cdcScnart,dandorcali·
d.ade à subcasla conira a casu. A todo momento ela franqueia o i'aMO lcrmi·
nol6gicocdi7.subeas.tacmYC7.dCucastaH,c"buqul!"ou"'paco1c"(c/usru)de
castascmYC•dccasta.AlcstáumaiDO\'aç.ioséria,poisclacbcgaadizcrquc
nioclislccastadcla""dciros,oudhobis,ma<apcnaslaY3dcirosdc.=ouda·
quelclipo(subcasta).lssoéevidcotemcnteabsurdodopontodc"51alimita·
dodcumaau1orain1crcssadacrclusivamcotcnasorigcns,ooscoslu111cspar·
licularcscnapcrtinêociaracialdosgruposquecomtituemscmdlMda. no
nlvclimplrico,om111tli11ldcq11eosistcmaéfciln,mas11ãoopr6priosistcma.
H:i.umaoulracscoladiantcdcssa.Blunt,scmprcUlsi$liodo,cmsuadc-
finiç.iodc casta, na endogamia, rcfu1aacooclus.iodcScnan cm razio de
doisargumentos:aeodogamiaémc11osngida11011M:ldasubcastaqucnoda
cas1a(cslamoscmUttarPradcs.b,oodcacootcccdeoinlcrcasamcnloserto-
lcradonumaccrtaditeç.iocdlrcsubcastasdifcrcotcs),ctprccisoscdobru
bidéiasdasocicdade bindu. Eleinsistc,comoGbwyc, lllln:lalividadcdo
1crmo.Scseperguntaaalguo!m"Owolésuacasta1"(j1JD1,elopodcdizcro
nome de uma das quatro~ a que julga putCJICer (ver Cap. 3), ou um
nome de casta, ou sua subcasta, alé m.....,.o a seção Clll'ipma (di) a que per·
lente. Observemos que isso é rigorosamente cnto: ques1io de: si1uação, sem
ddvida,masjlli("casta")conot.aantcsdctudoooasciillet1lo,ogrupobere-
d111\rio,c, se 1;01TC:Spondemaisàcndogamiaciltransmissliobllateral,nio
coclui de modo algum • tra1W11issão unilateral e a uogamia. E isso que se
ch&maum grupoden:fcn!ncia: identifico minha natureza quandoiod.icoa
~ucgrupopertcnço,cép1ccisodciurclarooalYClcmq11eaquwJoseco
~><• Dois outros autores rcconhca:m de modo mais preciso a nalUrC7.a cs-
trntural dcsses agrupamcot0<. "Há difcrco1cs nlvcis (nago-s)", diz·1K1S Kclkar,
"capalavra'casta'éapLicadaagruposcmtodososnlveis... Umgrupoéuma
1mta ou subcasta cm comparação com um grupo menor ou maior". De um
porotodcvisla um pouco diferente, este cxcclcotc autor poucoco:Mccldo,
O"MaUcy,oosdiz:"Cadadivis!o(dccasta)n:a:hcwa'valorsocial'comre-
l•çAo ls outras divisões". Até pan:a: que CSlamos lendo Eoam-Pritchard ou
..-... adcptos(cf.acima§2.l),ouissofoicscriloporumanligoadministrador
1nl!itsautordcinCuncras&lalfslicasdedisl.ritosnumapcqucnaobragcraL
1•11bhcada cm 19)2. Graças a O'Mallcy, a Kctkar, à obscrwção sera! de
Hlunl. e mesmo de Gburye, o leitor atento certamente lcrt percebido a natu-
1r1a cs1rutural dcsscs grupos. Ela se manifcsta., adc:mais, oa nutuação do uso
•nlrnpológico notada por A. C. Mayc.-. E completamente vão nessas coo·
1l1~<\c5prclcndcr escolher um n1..,1 paradeímiro"grupo rcal",istot,uma
ropéacdcsubstind.a.socialqueaiMiriaindcpcndcntcmcntcdosistema.,co-
"'" um indi...Cduo moderno. S6 se chegaria a isso com a alribuição de uma
ln1pmt"1ciaprimordialaalgumtraços(cndogamia,admi.nstraçjodajllSliça,
....iumesespcdíiçosi:t.;.)qucoãosetcm,comrclaçãoao.sistema,prMlc-
l'"d" Porcxcmplo,aliondcacaslaéproí....iooal,claoéindcpcodc:nlcmco-
1• de •ua segmcnta'1o cm suhcaslas; do mcsmo modo, a posição da casta,
1nromoquccssaposiçãodc:pcndacloscostumesqucpcrtcoa:mdcfa1oaos
'º"' ocgmenlos, é atribulda à casta, nio aos segmentos. Pode-se resumir a si-
lll•\Al> como o pr6pri0 Gburyc o fazia u. passagcm cilada: vista do c.<tcrior,
.lupnntudcvistaglobaloudopontodc:vistadcumaoutracasta.,éacasta
•1111·ap111cc.c;vistadointcrior,clascsesmcn1apclomeooscmsubcastase,dc
l•h•,•m fragmentostcrritori.aUda•ubca.<ta.Osdivcrsoso:aractcrcsdacasta
nioYoaprcscntadosporwa ~grupo"dcwanlw:I (Ulico,m8$por "grupos"
dcnfw:isdcscgme.ntai;iodifercntcs.
Essaíórmulaaiadatimpreci&a.como..,vfporoDMOrccurM!àspala-
.,... "grupo" e "5"gmcotai;io" cm scolidos muilo vagos. Adrian C. Maycr rcz
dessa questão um dos tcm.u maiarcs de uma obra illlportl.lllC e sóLida, e po-
demos, graças a ele, lea:rmaisalgunsesdarccimco1os. "Hádoisnfw:isde
dcflllição,~vcuMaycr,tutoparaacaslaquaatoparaasubcasta.Opri·
moiro amccmc à sua. população 'lotai'.~ o da derllliç.io formal na Li1cra111ra
sobrcao:astacmgcral.Oscguadotodogrupodecaslaeftt1110cdogrupo
de •ubcasta efttil'O; chcga·!IC, aso.im, às rei.ações puramcntc loca4" (grifos
mcus)"".Asrclaçõcscntrc<:as1.udil'c1en1cscstiop1a1icaincn1ecoolida.oo
interiOT da aldeia: emprega·.., um barbcirocnquaatn lwbc:iro, e não cn-
q1W>lomcmbrodctalsubcastadacastadosbarbciros;o"grupodecas1adc-
livo" f,assim, a populaçãodacaslanuma llnlc:aaldeia.Aocooll'ário,asre-
laçôe>WtcmasàcaslasioprincipalmeolcaquclasqucsãoiDlcmasàsubcas-
la:salmosdcOOM1.aldcia,ooplanodasubcasta,paraoc:asamcn10cajllSli-
ça:o"grupodesubcastacrelivo"co"c.poodeaumarcgiiofo1madaporum
oíuncmmaisoumcoosgrandcdcaldcias.,qucpodescrmuilomeoorquea
~de distribuição de toda subcasta. V~-sc que Maycr di.Uinguc com cuida-
do, como lcotamos íazcr aqui, colrc o dircilo c o fato, cnlrc a ideoloSia c o
que a obscM1ç.io fomccc, sem uu;rillçar uma à outra. Do mesmo modo, e
p01usa1azio,clcformula,maisprccisamcotcquc..,usprcd=rcs,a
"relatividade" dosnlveis,ocarátcr5"gmen1aldacas1a1omadanoconjunto
dcsuasformascíunçõcs.Podcr-sc-ia1csumirsuaaaàlisccomaafümação
dequceknosmosuacomoalCoriadao:astasccombirladcfa10,oonfveldas
rclaçõcsdctiYll:!, com o ra1011crritoria~ eiMograças ao c.arátcrsegniclllal
daca.ta,qucpcrmilcqucfunçõcsdil'crcntcsscjam1claciOJU1dasanlvcisdife-
rcolCSdoíco6mcno""'.
CoalClltcmo-nosem usiular,ass.im,queexislecoatinuidadeeatreo
plaaodaC3Sla-cdasn:laçõesc;ac11U1Silcasu.-cdosscgau:lllosdacasl.ll.
- cdasn:laç&sllitc11U1Sàcast1 -,crCD1ctam11&11lcilor,,..c:ontinll&Çin,a
maiorcsillformaçõessobu1.ubc.asla•.
AHIERARQUIA
Emtc, com cfci10, na lndia, uma outra hierarquia que nlo •do plll'O e
doimpuro,ahicrarquiatradicio.WdasquatroWJnrO,"corca"oucstados(no
Knlidodcss.apalavranaFrançadoAntigoRcgi.mc),qucdistinguccmquatro
ca1cgmias:nomaisalto,os8râmlll!caOUsaccrdolcs;abaixodclcs,osKsha-
1riyasougucrrciros;dcpoi.sosVai.shyas,nousomodcmosob«:IUdoosço..
mcrcianlcs;finalmcnlcosShudras,scrvidorcsaucriados.Airub.lornarcmos
maisprccisohWoricamc111coco111ddodcssasea1cgorias.Scriioncccss.trio
•trcsccotarcomoquin!lcatcgoriaosloloeiveis,quc!l.tomantidosforadesse
c"'1juoto.Arclaçãoc111r<:o.Wcmadasvaru.ascodasjasi oucaslasfcom·
plcu.Osi.odõlogoscolif11t1dcmàsve1.csasduascoisas,priilcipahnc111cpor-
quc • titcralura dássieasõsc ocupa.dasvarnas.. Éprccisofazcralumadis·
tinçãobaslari1cdara,nacootinll&çiodcSclllfl"'.Dcou1.rolado,nioparcoc
qucafücraturaaatropolõgica«:a:11tcfaçaplc111justiça.timportüciadoca-
'l""matradiciolllll,mcsmodopontodcvisladascastasoosc:11tidocarito.Foi
1U•RdcatcadCociadcsc:eo&idcraraclassilicaçãodas\11J118Scomoum1pu-
'"csimplcssobrcvivtociasc:mrclaçãoalgumacom1nalidadcsocialcon-
lcmp01ânca, como observava Hocart•. Mais perto de nM, rccoaheoeu-sc
qucatcoriadasvanwtiohaalgumasfllDÇÕCSDl~pocamodcrn.1(§33),mas
nnn~• se tc111ou esclarecer esse raio. Com «:lação 1 isso, ~ preciso antes de
tudochllmaraalcoção paraumasimilitudcdcconsti1uiçãoeotrc1hicrar-
'L"iadasvama&cadascas.1as.
É gl'l?i' 1 Hocut e, mais prccislmc.uc, 1 Dumtzil, que se pode ver a
hierarquia das wmas a.lo malll como uma ordem liac.ar, mas como uma série
de dicotomias 011 de coeaisa.111CaSlvos. O coojunto das quatro vamas se di·
vide cm dois: a(&]limacategoria,adosSbudras,seopõcaoblocodaslr&
primciras,Qljosmcmbros.sio"duas-_.nascidos",oosentidodequelo-
mam partcoa iniciaçio,scguodo oa&cimealo,e oavidareligiosaemgcral.
Esscs.duas-vczcs-OISCidos,porsuavci.sedividcmcmdois.:osVaishyassc
opõem ao bloco formado pelos Kshalriyas e pelos Brãmaocs, que se divi-
dem 1ambtm cm dois. Falamos cm outro trabalho desse aspecto, disçu!ido
pela primeira""" nos comentários riluais vtdieos denominados Brdlr-
m"!'ll {800 a.C. ?; d. Ap. q. Digamos apenas que o qlli.obio dos Sbudras to
scrviçocaservidio,cqucosVaishyass.iocriadorc.sdcgadocagrieultoru,
os "abastecedores" do saaifkio, como diz Hocart, aos quais foi dado o
domioio sobre os aoimais, coquaolo que aos Brãmaocs-Kshatriyas foi dado o
domfnio sobre .. todas as criaturas". Voltemos à soLidariedadc das duas pri-
meiras dasscs e à sua distinç!o: o Ksbatriya, como tambtm o Vaisbya, pode
ordenar um saaiflcio, apenas o Brãmaoc.s o pode oficiar. O rei, ponaoto, t
privadodequalqucrfuaçiosaccrdotal.Vf-scqucasériedcdicoto111iassobre
a qual repousa a hkrarquia, se t muito semelhante fonnalmcnle à das çastas,
sc t, tambtm, rcLigiosa no c.sscncial, t ao mc•mo tempo mcoos .istemãtica e
difcrcotccmscusprindpiW'".
Podc·sc,parccc,reprcscolarcssaquadripartiçãodasocicdadevtdica
tardiacomoorcsultadodoacrtsci.modcumaquartaea1cgoriab1rtspri·
meiras,asquaiscom:i;pondcriamàlril"'rtiçãoiado-curoptiadasfunçõcsso-
ciais {Dumb.il) e, nos primeiros livros do ~da, à triade: Moir.mG11-kf<dro-
vi( ou: o prindpio do sacerdócio, o do imptrio e os clãs oo o pom. O Sbudn
aparcccnumhino1ardiodoRigvcd.a,par1:tccorTCSpondcraosaborfginC!l
(comoosd4s11oudw)ol)iotcgradmoasocicdadccomoservos»'.Obscrvc-sc
bem: o Brámaoc t o saccrdOlc; o Kshatriya, o membro da cbmc dos reis; o
Vaishya,oaiadordcgado/agricultor;coShudra,oscrvidorlliollvrc.Essa
dassifieaçãopermancccrtidêolieacmsuaformaa1ravtsdelodaaUtU11tura
caté00S$0Sdias,rmturalmcn1e comdcsliz.a.m.c11\nscmodifu:.açõcsnocon-
tcúdodascatcgorias.Emparticular,c.sscscr.ãotmicocsquomaqueosle.ICI011
cliWcosdohinduísmoulilizarioparacaraaerizaraspessoascs1Wfunçõcs
,..sociodade,mcsmoquandoapareçamg;ruf0$co~og,qllaltdoc11\ioo
lugar do:sscs. grupos 110 esquema ser~ sempre ambfgoo. Se. dll\ida, esses
lc'1o•s.ãoconlcmporlncosdodesellYO!vimc11todascasw110seatidocstri10
dutermo,ma<ésemprckvamasqucela.sereportario,ésempreatravb
J1> varn1> que eles a vcrão. Em primeiro lupr, esses ICXIOS vchlfão o aparc-
umcn10, 011C1'6cimo dc fa10 dc uma quinta catcgoria. a dos ln1Qdvcis, pr<>-
domandoaocoalririoq11C"aiocxislcumaquinla ... ".l.sokvasimplcsmco1e
• 1pl1car o esquema u:Wc11te: os lo1ocávcis do fora-dc·wma como os Sbu-
Jr0> cram ClGeriores aos "duas-vezes·IWISCidos".
É intcrC$$8nlc seguir K.ane"' e..,,. como os latos clbo.icos deíU><m os
Jcvcrcscüocupaçõcsdasvamas. ParaosSbudrasolrabalbotdosmais.
11mplcs:•uall11icatarcfatobedcccr,ouscrvir,scmiavcj1("'ç~anitm
l"l-.I. Manul,91).Emoposiçioaclcs.,osduu·VC7':S·llasódos!!.iovigorosa·
mente caractcrUados como semellwllcs por um ltiplo deYCr comum: o CSIU·
d.~osacriflcio,odom(adh.)Vl)'Wl""'ijyud•111am, Oaut.X,3),oumelhor:cs·
1...taros1cr1oss.agrados,ofcrea:r.aaiflcloscdonativosaosBrlimaocs.Difc-
'ºmcnl1esipors11&Sfon1csdcl'«Ul'SOS,quccorrcspo11dcmhaüvidadcsou
•"-Up;IÇÕCS cm sumafaculra1i.w: º"""" irca, o Brãmaae lcm o privilegio de
rn,inar.dcollciarossacrillcioscdercocbcrosdonativos;oKshaltiya,odc
pru1cgcr10dasascriaturas;oVais.bya,odcviverdalljVicul1ura,docom&cio,
J. niação do gado e da 115ura (01111~ ibid.). Maau diz as mesmas coisas, com
1'«1ucnadifcrc11ça:mtrêsgaoha-pácsd0Br&manc.ãofacul1ativospar1elc,
"'"'in1crditosaoKshatriya,odcvcrcomum(dhannlJJdosduas-vezcs-llllSci·
do< sc opõe ao que se faz para viver (/J}i"""4trham) (X, 76-77, 79). O Brãma·
nctcaractcrizadoporseisa{ÕCl(X.7S;l,88),duqualsapcnasirts.ãow.
munscnlrcclccosoutrosd11&S·VCUS-nascidos(l,fl&.90),céprccisolr1duzir
hlrrnlmcnlc no primeiro dbtico 1 enumu•?o das seis ações braminicas pa·
••><= atU.girocaritcr 1otal,complcto,da11ividadedoBrimaac, tal o;omo
u1ilaprcssocmcópulasdeopmtos::MfazcrCS1udarccstudar,fazcrsacrill-
'"'c>lcrillcar,darcrcccbcr..•"(li1ualmc11lciden1icocmX.,7S).VC·sequc
ot\\11<cpçioanligafoiconser.iida11ocssc11cial:101demdoscscalutosacs·
1<nle.1 o;omprccndc: o ser.iço, a atividade ccooõmio;a, o domlnio polltico, o
•••crdócio. Ao m""'"'º tempo, com uma l6tPca imperturbável as íoales de
"'ursoi;CSl.iosubordinadas,cnquantofacullativas,aosí""rcligiosos,mes·
""''luc"'5oocasioocaquiloquclcndcmosaooll$idcrarcomoum1c:ontra·
,1,,~<>,0"8bct,que0Brim.neécaracterizadocmrelaç!oaosoutrosd118$·
>~1c•n...cldospclasalivid1Jcoinc...,nciai>,ouai11da,cmmattriadeel>Siaoc
ok"'uriflcio,pcloocrviço - rcliaiOM1,évcrdadc:.
Al~m da bom~ncld1dc 1nrm1d1 dP diversas. csptcics de duas·vc-
1~0-n.w:idos nopl1nocucml1L,o lnçnQIJC m1io contrastacomo.W.cma
dascwastalvezsci•o.ccnlocolocadosobrcaíunçlo.maisdoqucsobrc
scunasdmcato.
HA algumas partiallarid&dcsa serem observadas no que concerne l
hierarquia das nmas no hindulslllo clássico. O Brâmane possui naturalmen-
te osprMltgiosquc a litcratun.cnumera. Elo é inviol:lvel - o - = · to de
um Brimane é, como a matança da vaça, o pecado maior - , e inWncras pu-
aiçócs <'âo sc aplicam a clc: J>ão podc scr alacado,~oaícrTO.,OOndcnado
a pagar uma mulla, ou banido. O Brãmanc imtruldo (çmfriyll) csli cm
prindpioiscntodcim~os,coBrimancéfavorccidopclalcirelati""aos
objctoscneonlrados,quccmgi:raldcvemsercntrcgucsprincil"'lmcnteaorci
cqucslloBrãmanequcosenconunupodcconscrvarconsigooudividi.rcom
o rei; do mesmo modo, apenas os bçns hramãnicos sem herdeiro não cah<m
aorci(Yê-sealumao:crtamisluradasduasfuaçõcs).
Lcmhrcmosquc,cnquantonopcrfodo>'édioooBrâma.I1ceracaractcri-
>.adopclaíunçãosacrifü:ial,nopcrfodohlndu,cmconoordinciacomodcdl·
aiodosacriffciocsuasubslituiçãoporoutrosritos,oBrlmll\Céantcsdctu-
do a pureza. Além diMn, o ""ma bramânico se scgmenla, mesmo oo pcrfodo
cllls5ioo,cossaccrdotesdostemplosp(ihlicos,oslkvo/lllca,sindcsprc1.ados
por .o;cus colegas. Hoje as linhagens de Brâmanes esl.io classiíicadas, cm
ra>Aodolugardasca.uasqueclcsscrvcm,comosao:crdotesdoméslicos(l'an·
Jlll> CtllSIU Rtp<Pf 1911, 1, 310), sendo os mais elevados os Brâmanes ins-
lrufdos quc nio mais prcslam scrviços.
De uma maneira geral, a hierarquia das vamas se apressa de iníuncras
maneiras no lra\amcnlo diferenciado que lh<OS é rc.cMdo. Isso se ~ com
rapidc1. no cam dos ca>tigos. Se por um lado existe geralmenlc p1ivilégio ou
imunidadc,aomcsmo!Clnpo,,ob/ustob/ift,coBrimancladrão,por~m
plo,épuoidomais!ICVl:ramcotequescusinferinrcs.Hãpootmdiflccisdcill-
Lcrprctar,nudcilltcrprctaçlodclicada.Assjm,ManudispõcqucumShudra
oin pode carregar o corpo ele um Br&manc (V, 104), o que nio &e compre-
endc do ponto dc oisla da purcza. Mas cncontram-sc, sobrctudn a par1ir dos
Dharmasutras de Oautama e Vasistba, disposições, muito difundidas depois.
qucparcg:mLI6gic:as.Sioaquclasqucprc=cvcm,scndoiguaislodasascau·
sas, umaduraçãodcimpurezac:rcsocntc paraumcstatutodccrcsa:11tc:cm
caso de morte, os parcnlcs pr<Wmos são impuros durante dez dias para os
Brãmançs,dozi:paraosKshat.riyas.quinzcparaosVaishyasctrintaparaos
Shudras.Ainda11osnossosdia.,aliondeaortodnxiaprcvalccc,aproporçto
vai11.omesmoscnlido(asdurat{Jcsmaislongass.iofrcqiicntcmcntcc11cuna·
das). Ora, cm virtude do .Wema, cspcrar·se·ia o inYCrw. Com cfcilo, a im·
plU"czaémaispodcrosaqucapurC?.a,cogolpcqucclarcprcscntawdc...U.
scrmuilomaisgravcdoqucogr1udcpure1.a1ocrrcc""'1uiAl1do,queen
m1is elevado. Ou bem nln tn11&Cguinu:as ainda ("'llCO&r nn .. p1ri10 do Wcc
..
~.::.~:.:~~;.;:,,~'!~~~e=.~=.~r~~:·:~ :,u:~~:.~·:~:~·~~11,.'. ·;~~~º.~~'.'.~.~;~:
oulraspresaiçõcs caminham na mC$1Dadlreção(porCK1Cmplo,quelugara
6jua~atiagirparaq11eumapcssoascjapllrificada,Mllllull,62),e11coo
lramosagradaçloiDvcrtidacmalguoscasos:asaim.,em""""dcmort.iaa1ali-
dodc,8rihaspati(Ã,auca,J4..lS)prescrew:resput.iY11mclllcdcz,se1c.dnçoe
lrt.. dias para os Brãmllllcs e as vamas seguintes. O mesmo valia, comove-
rcmm(Cap. 8), para as c.tpiaçõcs.
Disscmmquc0&tClll.0&clás&icosellplcssawmcmlinguagcmdcvamao
que dc\'Cria em seu lcmpo ser um si.uema de o:asias cm csu1do oasceatc. A
palavra j~ti nio cstli ausente, mas ela I! geralmente çoofuodida com...,.
!"'(cxcetoemYajiiaval..kyall,69,206),c,scguadoKaoc,oaccoloscdcsloca
da função para o ll&Scimento. A~m disso, deparamo-nos com nomes coocrc-
I06 de grupos dc rcfcn!nc:ia, como os ctllJ'!ll/a (ou dllJ4tlla) a que j' rcreri-
111os,eoulrosdeCS111u1ooubemcquMilcolc(colocadosforadaaldcia,Ma-
auX.J6, 51) ou eolãodisliDlamcole superior. Eoquaotoos1e>:1osbudistas
IC!lcmu.l>hamdc:Slkwnatpoca.muitoao1iga.aeo:isl~nciadcfa10dc.,.._
tksp1cadasctambtm dcprofisslics iofcriorcs,os1e11ohindusoonnativoi
1prcseolamsobrctudoosgruposqueclcsnomciamco1110produtosdecru-
,.,..eo10 entre vamas. Trata-se da teoria muilo elaborada da "mi.uura de
•&rflllS"",quedavanascimco\oac.aleKOriasmista..,infcrioresecmsi111esmas
maisoumeooshicrarquizadas.Considcra-scquc.,....lcoriafoiulilizad.apa-
r1ooogrcgarasjblircaisàsY8foL1.t.dillcildizercomoessc.gruposcolram
nadassilicaçãodasvamas..Aosolhosdosmaisbaixos,pelomcnos,clcsU.C.
p.reccriam e>:lcriorcs, e, colrclanlo, repele-se que "nio czWc uma quiola
(...,na)"" e percebe-se a tendência de os ~gar aosShudras. l.soproduzdcsdc
ranini(stc. Va.C.)umadistinçãoeo1reosShudras,poisquesçfaladcShu-
dr1.1 "cxduldos" (ninnmifa). Mais tarde. ~ressões como "os (ll1Poos", os
"c>1c1"11<l<HC\o;.scmulliplicam,capal&Y1"a"inlocã.,,l"(wF.DV1)nàoédcto-
do desçoohccida. A dWinçào, que durante muilo 1cmpo não se coascguiu fa-
•t• tm tcoria, 1crmiaa por sç impor: os Shudras adquiriram direitos, 1orna-
r1m-scdcfalomcmbrosda$0Ciçdadcrcligiosa,coscxcluldossàoosquin-
'"'·osln1ocãveis"'.
Há um ponloqucdcvc..,rck:slacadoooqucscrcfcrcàsvama.\,oda
rclaçãoeo11.;cilulcntre8rãmanccKshllriya,fü:adacmépoçamui1aaolip
ccml'igoral~llO!IMISdias.. Ttala-scdcumadisiioçioabsolutacnlrcYo:crd6-
cioercalcza. Fa.laodoçomparatiwmcntc.orcipcrdcusuasprcrroplivasre-
liPosas:nioYcrificamais,clefazsacrifitar.Opodcrcsli,110abwluto,su·
bordinadoaosaa:rd6cio,aopassoquc,dcfato,osaa:rd6ciocst.tsubmc!ido
ao pod.,,..... &lalutoe podcr,ceo11SoCqilc11lcmcolc autoridadccspirilul e
aulorida<k temporal. são absolu1amen1c disii111os. Os lc.<los ditos 8'jji.
nr"!JllllOSdiumissoeomumaclarczaClllrcma,c,scjalioqueseteobadilo
acsscrcspcilo,cssarelaçioowteadcimudescrY1:rdadciracaindahojcot.
Porcxc111pl11,aobriglçiododom, porpa"cdospodcrososcdosricos,la.l
eomoes1áprcscritaoos1e11os,n.ãopcnoanecculclramo"a;aoeoolririo,os
soberanos sempre fouram os Br4m8llCS viY1:r - e seus. cquivalenlcs 11cs11 rc-
laçio - eomomandatáriosdctcnas,açõcsteslcmunbada.o;pclasinscriçõcs
ro!gWsobduasrubricasdifercotcs(doaçõcsaoslcmplosccstabclec:imcoto
dceol6niasdcBr.imancs).Adifcrc11çao;omoOcidc111e,u161ieoporcio:m·
plo,parecceonsistirnofatodequcnalndiajamai.cl<istiupodcrcspiritual,
uma i!ISl.inçia espiritual suprema que fosse ao mcsmD tempo um poder tem·
poral.AsuprcmaciadDcspirilualjamaisfoic"P'cssapoliticamcnlc.
Ençootramos,cotio,oatcoriada.o;varnas,cssadifcrcociaçiocntrccs-
Latutoc podc,.,.qucaeoosideraçiodahicrarquia emgcralparcciac.Ugir
(§Jl).Esscfato,maisan.tigoqucasea"as,éfundamc111alparaclas11Dscnti·
dDdcqucahicrarquiaohpodiasemanifcstarcmcstadopurouma\'CZad-
quiridacssadifcrcnci.açáD. Elaaparcccránovamcntcnopadgafoscgui.olc.
lssoniDétudo,poi.tercmosdcooslcmhrarigualmcntcquc=dois
ptindpios, absolutamente disiintos um do outro, s.lo aD mesmo 1cmpo so-
lidirios cm sua DpOSiçio às oulras catcgorias dc quc a socicdadc sc eollSlilui.
DCMlcos~cstloal"asduasforças",rcprcscn1adaspcloshome.,.
aosquais,scgundoMaou,foramdeixadas"todasascrialuras"'.Emsuasub-
miM.iDaosaa:rdódo,arealezapanicipadcla.
É preciso !catar c:aradcrizar os principais aspectosdarclaçioeall'C
/6'~casla,e~c.atcgoriaccstado,ou,maisaalllmcatc,CD1rcosi$tcm•
da. castutalcomo podcmosobscrvardirctamcntccatcorild.Nsicadas
._ __
nnw. Essa i! llftla tarefa que se impõe, priacipalmcatc se nos lcmbr11J1110S
de q11C os autores d4Wcos sempre oos falam das wruas e de que, oos nossos
dias, os Hindus falam com muita frcqDancia du casw usando a !iJl&uaiem
(<nl1<oloprd&sQIUocop•d<C<011lrt>kq.. <1u<><r«ml<lto1<•fon1<1pmdu1~
..,)•<Om:loçlo....,~perf<i..,p<>Baillecm<ado~oclleonrloomonpd<zl<m_.
(oP«"'-""""1)noÁOl<mo ... ....,_..,,.., ..... ..,..,....,oloprn1..11ead<•1<fWO
lopr«Vn6rnl<'>noin1eriorcll~<looldc ......
Des1aquci uma cxpresdo particularmc11tc uborosa: eis ai wn Lraço
fundamental do sistema das <:asl3$ reduzido a uma ~rigidez toda especial"
... extremidades da ordem social. Comprccadcr-K·i que pn:ícrirfamos um
oulrocaminho.
Par• nós, ao conlrúio, o que aoontcceraosCXLrcmost CSSC11cial. E
(>lcruo nos emanciparmos das repn:se11laçõcs fam~iarcs: colocamos de bom
1t1•dGnoccntroocsscocial,n1pcriícriaorcsto.Aqui,aGccm1rúio,porquc
.. 1ro1adchicrar<1uiaccmlcrmosmaisgcraisdcreprcse11laçõcs.cdcsocio-
logia,ocngloban1ctmaisímponan1e<1ueocnglohado,domcsmomodoq11C
" ronjwuo t mais imponantc que as partes. ou que, para um dctcrmDlado
wupo,seulugarnumoonjuntooomanda•uaorganiz.oçãopr6pria.Opostaà
pr«:cdcnle, nossa tcntativ.a comporta, já disscmll:!., dois tempos: awn primci-
ro 1cmpo. recorremos à idcologia, QUC dá conta facilmcntc dG quadro global;
num segundo tempo, eaconlrando na "zona mediana" um fator coru:rcto - o
pndcr - do<jualatcoriadapurozalliodácontasimcdialamcntc,n6socon-
•ÍJcruemos no momento devido. (Ad. 1970: referência a R. Apthorpc. ver
r...r~cio. p. J71).
Op1occ..sotcpistemologiauaeotce><Cmplar,pois,íumndo-oosnonlw:l
,\,.poder, interditamos a romprccns.ão do sistema indiano naquilo que oca-
••<lcrit.a, a saber, a •ubordinaçàodopoder,ao mesmo tempo intelcctual-
n1<ntc pcrfoila e p1alicamcn1c Limilada - veremos isso num llwaote. Não se
1•olcriain1crpor comclarczaumaallcmatiw: oubcmpartimosdasreprc-
"'"lao;Qcs ooliScicntc. e se.....; do conjunto para as parte., colOCllldo em
""dCnci.o com o mesmo golpe um fato sóLido e desapercebido - a muito an-
l!jll .,,Cularização do podcr na ladia -,oucntioscpancdocomportamcnlo
1•doscpodcnemdarcon1adoconjuntoncmcstabclcccrfmalmcn1capes-
'"i""'cn1rcasconccpçõesindia11&Sca.no.sa..
AcabamosdeCllpordua.teot.ativasrcíercotcsàrelaç.ãocntrehicrar-
'IU••cpodcr.011.B11toao6s,aqucstãoquesccoloc.adcsdeagoraéarelaç.iio
<llUC wrnac <:asl1.Antcdpandoalgo doesludodasgradai;õcsdccstatutos
wntrclos que se pode observar, reconhecemos por lllltcdpaçio que elas
0111bncn1aopodetu111Jugarqucahicrar<juiatc6ricadopurocdoimpuro
nA" prcvC. À primeira vista, tum CJ1emplo dessa componente "residual" qu~
o«mfronlaç.ãodaobscM1ç.ãocdaide<1logiadcvcoormalmcotccolocarcm
,.,JCru:la. Será preciso anDli-lo IÃO pro:clsamcntc qll.Bllto posslvc~ ele hasta-
n• 1~11 cnquaato. Eatrctanto,quandoorciou wa bomcm dccastarcalQUC
""'" carne 111ma prcccdenaa sobre um comerciante ou um agrio;ultor vcgc-
l•11•n<>, a bicrarquia da purc1a rcl1Liv.a nio é s6 complctada - isso levaria à
0<01n1Mlaçio -,claéconlr1dll1.Scriprecirodizcrqucaidcologiamcntc111
1011•mcdiaria"da ..... laJo•c•t•luLm,uurccollhcccrqucumí•torCSlra-
Considercmosagoraahicrarqula1afcomoes1'<kscri1acaoalisadana
llccralura moderna. Todo trabalho sociogriliw na lodia, se não t muito CS·
1><ual,Mpiradcfatoasê-lo.Mualgunstrabalhosacstudammaisparticu-
lumcolc.Paraoomcçar,darcmosrclcvoaos.csforçosdcRislcydcdc1ee1'-la
'~'"'""ldas"prOYfocia!i",norcccmcameotodcoeoalde 1901'".0cmprcco-
1l1mcn1ocralouWvclc,scduranlcacxpcri!ncia,surPramseusiorooYCl>ico-
h•cse11>limitcs,.1c..,pclome11osom~ritodccolocarcmrclcvodifcrcoças
l~'ll"d'"' entre as provfncias na apUo:a'1o de um prindpio llOM:rsal. Tratava-
'" de oblcr uma classificação dilS cas1as segundo uma ordem de prea:d!ocia
•1•iccndidapclaopiniãop6blU:aindfgena.
Foram considerados os seguintes crittrios: wrua de pcnial:ncia; se os
llr~manc• aocitam ou não '31111 oferecida pela casta col!Sidcrada; se ela t
""1\1dapoTBrlmaocsdcc•talUlllClcvado.poroulrosBrimanesouporseus
1~h111iosY<Crdolcs;ocelapulicaocar;amc11todccriaoçascioterditaorcca
••mcntoduvi6Yaa; ...;1proí!Mlo;or110deocrouniosc1Vidopclobarbc:iro
''l""ºutroscspc<loli&tu,dctuaccut>ounlo1orccintodcccrtoslcmplos;
quit1111"8cmscuprilldpiomuiadefinidamcntcdivcrsificadacscgaicntada
scgundoaso.itW1çõcs,urcgi6coctc.,...
Gostaria do ialrodmirumaracrw 001ocanlc accrtostraçosquc,l
primciravisla,parco:m~partiçUJarmcntcdarasdahicrarquia.Dii·
tinguimos,dopassagem,CDtrccrit~riosabsolu1os1iradosdomododcvidada
~a,ci:rit~riosrclativostirado&daati1udcdasoutrascmíaccdcla.H.tum1
lcra:iraci;pécic,scniodcaitlirios,pclomcoosdclraçosqucpodcriamscr
distinguido&oumaprimciraabordagcmcomotrrl(osimponoscamiOdccom-
binadosdcsançõcse111íaa:doinl"cri01.Sãocsscslraçosqucív.cmdoSul,c
espccialmcnlcdoKcnla,nalitcratura,umacspécicdcparafsodaabcrnçio
hicrarqui>antc.Olhando-o.Xperto,oocotaoto,pcrc:cbc-scqucclcsprov&o
menos do principio hiertrquico que do poder. Tomemos o exemplo da cscalll
dasdlsl6nciasq11eascastasmaisbaiJ:asdoviammanlcrcomrclaçioàsquc
lhcscramsupcriores.Apr0Kimaodofo111esaparcn1cmco1cdivcrgcotcs,ve-sc
que essa escala era muitosistcm,tica{b851a colocarem quadrososdaclm
rcunidosporHuttoo,pp.69-70).11.SOoãocraumcos11uoc,craumvcrdadei-
ro regulam~/o. Seria possfvcl até duvidar, pois wmo ~ que um Brimaoc
Nambudirijamais1criaperubidoqucumPulayantivcsselll1rapassadodiaD·
tcdck:olimi1cdc11ove11tacsciapassos?DomC$DIOlllodo,nodistri10Yizi·
nlwdcT=-Uy,oi11aScostasdcumllllodvclBS111ara.sdosgolpcsqueele
h1oiarcccbidoportcra1rMo;ssado,usandosand61iasnospts,aaldciadewn1
c&\lamareial(Maravar).Ospróprioshabilantcsusams.andtliasdcÇO\U'O,OS
ll'~pcs. llio clialiaarom 11uaca uma impureza, e é evidente que a aldeia aão
fora polulda, mas prcteodcu·sc .implcsmclllc m111\er um sfmbolo de •u·
1c1çiio,Talvczo mcsmoaooo1cccsscparaamaioriadasrcgrurclativasao
"">lutrio e das regras 51111LuArias de que Huuon fcm:ieceu um q111dro
(pp. 70.14). Na1uralmcotc regulamentos rtgiosououlrosoonscguiram fixar
ira1us de costumes. t ..aturai, lambtm, que os crilérios propriamcolc dilos
rc.,ullc111,cm6llima111âlisc,doililcma.Nãoscrianccc..&riodi>Linguircolrc
oqucrcsullaracionalmc11lcdopriod"piohicrã1qWcoctadmilidooomocos·
1umc,coqucoconlradizctimpos1opclopodcr.Scévcrdadc,porcxcmplo,
rnmosupuscmos.,quc a escala dasduraçõcsdolulorclalivasàsvarnasfoi
•rhi1rariamcntciavcnidaparaosBr:imaocs,cisalcmprindpiowntraçodo
pr>1kr,cnãodabicrarquia,mcsmoquccle1cnhasidoaooi1obástc11losC01110
r•prcs...iodahicrarquia.Algutmpodc:objctarqucdcssamanciraatrihufmos
opodcraosBrlmancs,111asctcsparticipamdcma1'CiracfctiYadopodcrdo
Jnmfnioritual,porcxcmplooocasodasc:xpiaçõcs.
l'arasc1crumavisãoprccisadamancirapdaqualoprindpiohicr!r·
•1ukoscczprcssanosis1cmadaso:aslas,éprccisocvidco1cmcntccstudaro
•1ucaoonlccc11umpoolodadocolrcasc.aslascoacnltasqucaleocxistcm.Por
oul1olodo,foipossfvclpera:bcrqueasrcgrasqucprcsc:rcvcmparaosmcm-
l""'dccadacasla,qucclcpodcmoun.ioaceitarscmdccair,cstaouaqucla
.-ptcicdcalimcolo,ousimplcs.mcotcligllaparabebcr,s.ioumadasmaniCcs-
101<'\csmaisdlmodasclcnoiarcobscniarc:omrcl'IÇloaoprlodpiohicrirqui·
'"Eudigo:"delllllarcobscniar'',poisn.iohastaregisuarasregrasqucos
lnlcm11Phosofcrcccm,tprcàsosabcraindascccmqucdreunstinciascs-
'"''cgrasprcsumidassãodcfatoapLicadas.Noprimcirnpcrfododascnlrç.
'"'"'q1teincidiam11CSS1Sques100..,oon1cnto11·seapcll8Scmilltcnogarosin·
lu11non1cscrcproduzirasrcgrasqucclcsindicawm.Masoqucsignificarc·
•••como: cu posso, ou nio 1""''0. an:itar ligllaclcX, Katcstcmwtha n.io
1•>Jc citar um (mjoo momcnlo de •ua vida cm que a questão se colocou de
__ ....
'1"rda<lcpancla?DU1Cponlodc..Wa,c.Wcmdlvcrsascsptcicsdcalimco-
.........
. .
., ,..... "' ,...
···----~---····-·-·~·-'"
~" -_
1u •1uc cnrr~pondcm, como MdUm Moni•~I diMc muilo bem"', a .ituaçõcs
_. . _,..._.-.
---·- ... -
. . -·--·-·"'*'·-··-
--c-.c--~wJ.1..,••º-'"'"'--"'..,,.. __ ..,
en!rc o cachimbo e 0$ Uibi0$ do fumaoic. Em $uma, doze 1 d=scis <:asias
fumam em coojWl\O, o q11e, por um lado,<! basall!c notá..,] l>Om relação a
nutras regiõu e, por outro, mara uma coidcntc cliv3gcm importaolc situada
mais alto que a da intocabilidadc. Notcm0$ 1ambtm que as <:asias infcri01C$
ou não pariilbam o cachimbo (lnte>Qvcis, cs.sc =hisivismo Pão t ~pçio-
1111), ou colio o fazem apeDaS com uma ou dWIS caslu imediatamente infc-
riorcs (duu castas dc minha. categoria E).
Em seguida, f prceiso, .,_-a ver mais daro ainda, hkrarqulzar o ma1c-
rial dc Mayçr. Os fat0$ rclal.ivos ao alimco10 dc fcsta, palla, não são csscn·
<•ais, pois ele oio t ..,rdadciramc.nlc utilizado nessa localidade cm sua
função pr6prk U-se, com efeito, que 1111in banquC'lc o alimento era cm par-
te kacc.a e cm pancpalli: opak.ka,1111incasocomoessc,tcm apena< um
.. 111ido gastronômico, pois todos os que poderiam comer apenas palia, mas
niok.a~cvidco1cqucoiopodcmtomarpancoelc.ll.cstaoalimco10co
n1um,k.aeca.Podc·scCOllSideri·lodcduasm11DCins:dequcmcuaa:i10kac·
<•,cqucmaceilahccadcmim.kduascoisasnãocstàonc~cntc
lig•da., pois cu posso me mostrar imp~antc cm minha. accitaçio e aprcscn·
ioraomcsmolcmpooutrascara<:1crlstiçasqUÇf;m:mqucosoutrnsscrecu-
"'m • rcçcbcr hcca de mim. O que<! essencial t a opinõão comum dos OU·
lrt>•cmrclai;ãoa111Qn,ca.iomiahaopilliãopar1icutar60breosoutros.To-
mcmns,clllio,c:omocrittrio.,...acialparaaordcmocgundo1qlJIJarranja-
•cmmaseasus:qwa&11Aracntonrl:«c11d4NJ111tnrquts1do?Oblcrcmos
...,moquadro(Pig.Li)cmqucacastaconsideradasccolooaoadiagooalc
undc se !km OI YUticas. a castas que aceitam dela o k.acca - o que forma
um1cs~deescadadcuqucrdaparaadircilaaapartcbaixadaí>gU<a-,
olllborizonlalacasbsdrisquMclaaecitaobo;ca.
A cscolba de......., critério principal leva a modificar um pouco o
qrup1111cntopropostoporMayt:r,asabcr,cindirsuacategoria2cmBeD.
Paaore..iaatc,aoscu3com:spoodcnossoC,tornando.scscu411=<1Ec
•ouSl!O!i.'õOF(lntodvl:is).L.imi1ando-llOlisc:mpreaconsidc:rarkacca,percc·
1.. rmosnoquadroU111aparticularidadequedisliagueascastasdacatcgoriaB
1lrtodasasoulras:asoutrascastas,cxo:1oas(al1imas,F,sóaoci1am(horlmo·
!ol)k•ccadascastasmaissuperiores.Aocoolririo,ascastasBfom"lam,ncs-
" relação, um rclingulo e""' pacto: 81, 82, 63, 84, 85, comem em conjunto
"ol1mcnlo comum! Or1, BI reprcsc:ala os Rajputs, casta dominante, diga·
"'"'<L'>l1ri!&i1nCMCl113",cogrupo8rcprcscnt1oqucoossoaulmchama
.Ir "'cutu aliada'". A cornenulid..ie <! tio mais not""I porque o grupo
'""'l"CCnde i;utu ·•ocmdoru" como o okiro 64, que •ocita kacai de uma
•a11aez1crior1ogrupo,n11r11rplntolrn.,c•obrctudoobarbclro,BS,quc,mo-
11-.dn por 1uu run~!\c• 1k1m~&1ku, " .,..,110 de 'IU•t•o du i;uta e. cm si
"'"''" cxd.W..., J.. u ~. rm ''""'" 111•1111•. 1111111"'nf\...aodc1nforioridad<! e
F"ia.1•
GfHaçAode ....1•1<>1--ol,_de.U..0100...,....,lodoMolo'a(S<.. odomdodoode
A C.Moy<1.C......altd/ÓNlr/p.pp.ll-IO~
~= doppo
C!Fo""''°
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F'i-lb
í"OM QUE INFl!llJORflS se l'AllTIUIA O CACUlMB01 Lcrbori1U1Ual0><olo• ...,.,.i.
""'"'1<'1º·--·
Entrcostrabalhosrcccn1csquemarC1D1oin1c1cssccrcoccntcpeloca-
ludo das manifC5lllC{lcs da hierarquia, dcler-11oa-em111 numa paqW.. de
P. M. Milhar e, JObreludo, nos IJabalhos de McKim Marrintl
PaulineMaharcaa:illlculançar IUU110bn: um••f"'<lndircr.:111cda-
<l""lc que ~udam .. om M1ycr. Nlo oc Ir ala dt um1 lutma 1t• lnlen~lo ob-
""""'da, e a técnica~ adacoucvisla. &sa.foiapri.meiralclll&ti"".islc111a1ica
dcC$labclca:ro11111aaldcia,apartirdascl.a&sificaçõcsdcS1cvcmo11,waacs-
caladepoluiçõcsiolcrcasla&(YCrCap.6)e,comcssabuc,umag:radaçãodc
c.<1a1U1osde caslas"".Q11e111oao:s1cú11imopo1110,011:sllltado~muitomais
darodoqucsepodcri.acsperardepoisdoccticismoprofcssadocom
fn>qiiêociapeloscspecialistas,cm particularparaarcgiiocmcausa(Ullar
PradcsboQdcntal): pelomcnosdczcsscisdasvin1ccdW1Scaslasdaaldcia
c.<làoclassilicadas""mcontradiçãocmquiozcca1cgorias,casprincipaiscli-
vagcns aparecem llitidamcnlc. No aguardo aioda de complcmcolos c>entuais,
oalcanccdaordemliocarassimoblidaCSl.í,infcliz:mcnlc,1i.mitadopelofato
de que oãosabc:mosllBdaM>hrc os grupos cm causa,c,.çc1oseus1>0mcsc
1ambémsuaprofw.i.01c:órica.
Ostrabalhostc:órico:swbrcahicrarquiadcMcKimMarriotto:sliofon·
damcnladosoac11ptri~nciaadquiridaoumaaldciadoocstcdoUuarPradcsh.
Apanirdcumapesquisadc!alhadaaiodaintdila,clcfoilcvadoaCOllcluir
que o pleno desenvolvimento da gradação dos lugares, sua plcoa"clabo-
ração",rcpousavaoumdctcrminadoo6mcrodccoodiçõcs.Emsuaprilllcira
obra,cscritacml9.53,qucjimcocionamos,Cas1eRarikurg.clctc111ouverili-
car.,....hip61csccmcincoregiõcsdaf11diaccoocluiupanicularmcntcquc
umadascoodiçõcsncccsúrla..dcumahicrarquiaprccisacdci;cll\IOlvidacra
umgrauclcvadodeiotcraçãodascastascmsW1Scapacidadcspcrlincolcs"".
Em 1959,cssa..uãofoio.istcmatizadaouman.igobastati1cnot'vcl."l111crac·
tional aod Allribulional llu:orics of Gaste Raoking""', que devemos resumir
cdiscutir.Esscanigomarcaumprogrcssodcsscscsludose,""111cntraraos
dclalbcsdasdi.'iCOrdânciascomoautor,dprccisodcslacardcmaocirabrcwe
ACusaspcaospositivoscdizcrcmqucav:is.iiopropostaporManiollparca:
iru;uficicotcdopootodcvislaaquicxposlo.Aoposiçioco1rça1ribuiçãocio-
1craç.io não dciu de lembrar, por um lado, nossa distinção rJpida cnlrc
criLl!riosabsolu1oscrcbtivos.Atcoriadaatribuição,paraMarriot1,l!aq11ela
1egu.ndoaqualolugardcwoacas1adcrivadascaradcrbticasdçseumodo
dcvida,altooubailoscgundoos<:ritériosdapurczarclativa.Oautorcritica
..... 1coria. Demonstra com succi;,so a iosllfi~ocia do esquema de Stcvco·
10o,qucé.cupri.llcipalrcprcscotaotc(p.93,cf.aquimcsmop..97,11ota25a).
Não se pode accitar lodos os argumentos de MarrioU (pp. 94-96), mas cstá
daroqueatcoriaditadaatribuiçãoéi.ft$uliciente.Marriouopõoaelaateo-
ri.odainteraçio,qucatribuiasimcsmo,eparaaqual"ascastass.ãodis!ri-
bWdas conforme a cstrut11<a da interação cnirc elas" (p. 96). A íórmula é
obscura,maséprccisoaprová-lanamedidaemqueelaaccntua,nâoma.isa
casla c1n si, mas as relações entre as caslas. Aqui Marriou faz sua parte nu-
ma rução salutar (.UOos Lcach caminhar na mesma direçio, acima p. 8S,
noia21c)aoin$lslircmd1Wcsptcicsdcintcraçio:"'ofatorituali7.adodcdar
e dc receber alimento, e o fato de dar e de receber serviços ritualsM. Em ou-
tros termos, ele lembra oportunamente aos que haviamsccsquccidodisso
q..eaintcrdcpcndênciacacspccialinçãoprofissionalfazcmpartedosistc-
ma das castas e insiste, com mais força, nas trocas de alimento. Na .,.çrdadc,
MarriOlt nos parccc retomar a linha de Hoçarc, o qual não ci1a, nOladamcnte
quandoscrdereàmancirapclaqualospr6priosaldc~ô$c.slabdeccmscus
julgamcnlos de supcrioridadc/inforioridade e quando repõe cm lugar de
honra os serviços religiosos que as castas prestam umas às outras. Guarde-
mos esta f6rmula: "Uma ocupação é uma csptcie de componamenlo que
constituiumserviçoprcstadoaumaca>taporoutracasta"'(dir·sc·iaanlcs
que é um servi~o prestado ao conjunto po1 intcrm~dio de suas castas). É bem
"'rdadctambémqueaimpurczan.ioéalgoinato,massocial(p.98),cjáti-
ramt1Snos.<;0pr"""itodacla.'5ilíçaçâodosalimcntt1SpropostaporMarriou.
Masn.io podemos continuar scguindo-oquandoprclcnde rcdllZir•
gradaçiodoscstatutosaumarclaçâodequantidadeedcqoalidadcdosscr-
viçosprcstadoscmíaccdt1Sserviçosreccbidos.Seissoío=lendocmcon·
sideração,orcipassariaàírcntcdoBrâmane.cécuriosoconstatarqucoau-
tor,quccstavacnlrctantoaíastado,noqucrcspcitaaorcconhc.:imcntodofa-
torcligioso,daquclcsquccriticamos,cstádcfatodiantedamcsmadificulda-
decnfrentadaporclcs,ados."cxtremos":clcrctornariadcbomgradoàteo-
ria '"atn'bu<:ional" para dar conta do lugar do Brâmane (é verdade que se
mostraansiosoporencootrarparacssatcoriaumafunçàodecomplemcnto).
Do mesmo modo, quando tenta definir paracadanrnaum "caminho de
avanço"próprio,clepcrdcdcvistaabicrarquiaqueaindaaquiseimpõc:é
possM:~ com efeito, destacar um "modelo bhatriya" ao lado do modelo
braminico. mas~ um modelo subjacente, de algum modo ao:anbado. e, quan·
to ao modelo vaishya. ele o é ainda mais, ao ponto de ser diflcil tomã-lo mais
"""· Scjaqualforalcgalidadcdafníascqucincidc.OO.caintcração,cm1i.
e pela reação contra uma visão uoilatcralmcntc "atril>ucional", é prcci&o
coll'o'it,11olímda.<contas,queOfidoisfato•aCS1lnptcocn1c1:0quevcm... t
Mart"iott lcat•dodc rato aenglobu• in1craçlo n.at1lhui~lo A hierarquia,
cm prindpi<>, é atribu/,d<> de um lu11ar • çada drmrnlo' ""' fflll{dn llO c<111
1umo.Maispn:cisamco1c,tioocupadoclcc.s1cjacomagradaçãodosc.s1a1u-
10•{<"'r~r•111kirrg),Marrloltfalbanoaprccndcropr6prioprinc:lpiohicrir·
4uico,aomcsmotcmpo, parcçc, que anricntaçãoparaocoojunlo.Aolcr
•ua primeira obra nos pcrgunlamos por um montcnlo se ck não eslava ten-
1ado como ou1ros a rcduzir o princ:lpio hicrárqllico às condiçõcs prcsumidas
de suasmanifcslaç6cs. Estamos de acordo cm que hierarquia e divisão de
1rabalhocs1Boin1imamcn1cligadascntrcsi,maspclarclaçãoaoconjuo10,c
ludoissoimplieaalgumgraudcscparação,islo~,atribuição.A"interação"
niioconscguiriasubslituiraoricnlaçãoidcológic.aglobal.
A DIVISÃO DO TRABA\.110
Os.islcinadascaslascomprcc"dc umacspcciali7.açãoc11inainlcrdc·
l"'ndenciadossrupusqucdcco11S1il11i.Acspcciali:r..aç.;iocomport1111nase-
l"1'IÇ~ocntrc esses grupoo;, masclacst,oricPlada para asnci:cssida<ksdo
<nnjunto. &sa rclaçãoaoconjunto,sobrca qual~prc:cisoinsislir,aprrncima
od,.i...indntrabalhodahicrarquia.Elad~tinguctambtmdcmanciradccisi
'"ª'°'"'ªindianadcdivisãodotrabalhosocialdafonnaccoPômicamodcr-
,,.,quccstioricntadaparaoprov1:i1oindividualcabandonaanincrcadoa
"llulaçàodoconjunto,pclomcnoscinprincfpio.
A.uinalamos que, 110 passado, o aspco:to profissional da casla havio
'h~m1do a atenção e que exi.tira uma tendência de explicar as caslas pela di-
vlJo do trabalho indllSlrial (nio rcligioso), tc11dência q1LC fazia as castas dc·
morem, por exemplo, das corporaÇÕCll de profwào. Aacscc,.tamos qllC, c11·
!1<1uincnlc, a Litcr11ura dos 1111os 50 parccia, ao ro111r6rio, tcr ncgligcnciado
'""""'pco:toccinputicularsua[ormaaldcã,frcqilcntcinc11lccbamada"sis-
h1na1111mlni"(!i21,nota21d).Aalcnçio,lcgffimacm•imcsma,atribufdaa
""""'upco:tosdo1iiilcma(purocirnpuroctc.)scfaziaarompanhardc111na
•l«•~omia arbilriria entre "c,..ta"' e "aldeia": lcndia-se a considerar a casla
.oinuuinacsptcicdcsubllinciao.r:parada,aopassoqucurclaçõcscntrc
•••l .. CSlavamligaduao .. uttmlinenlccmplricohahitual,aaldcia.lssoNio
1h1<oumuito:multodcpreaaalnlordcipendendadascas1a.seimpõscdeimu
•Ir •parecer como um fcntimonu onanhu a llf(lprla cuia. Mu CMB brc\'C in-
'"ll"~""i• inicio! d1 antr<~"'l''tll• •odo111c..., <An•1"' me parece rc .. lad<>r1
·••••lun•diliculdodo•1>rlnd1•Al•u1111•11"·lrrm11•m"Jc11nrnr.1d1«1flW:rdo
doclcmc,,toaocoajW11oc•darelaçjoentreoquetcndc11105adistinguir
.;:o111oaspcc10.rcligioooscaspcd05Diorcligiosos..
H.t wna ccru relação entre casta e prol"issão. Nio t 11.1111 ickntidade
purae.õmplcs.Assim,cmccrtoslimit~podc-..:rc.;:orrcraumganha·pio
difcrentcdaquelequcttradicioaalDacastadaqual..:fupartc.Alémdisso,
tbu.taa1ccvidcn1eqw: os.islcmadascasl.BS"io~ puraclimpl1tS111cntcum
sistcmapr0Ílssiooal,ac.s1.aniofidfntieaawna.;:orporaçlodcproross.lo.
Essarclaçiodcuorigcmadificuldadcscmal-co1cadidos,sobreludoporq11C,
.;:omoscviua.oCapltulol,tcndia-seat:0mprecadcro!iislcmacomoumsis-
lcma puramcale industrial, cm que os aspectos religiosos seriam secuad.I·
rioS'". BoapartcdadiliÇUldadcdesaparcccria..:..:admitissc,comHocart,
qucc:u.tacprof..sãoeslãoLigadasporiolcrmtdiodarcligiio,oquctevidca·
lcparaoscspcciali!.1"5rituais.;:omoobarbcirocolavadciro.Sc,comcfcito,
tWoe>1at11lodcpurczarclalivadaproíl!iliàooqucimporla,cnl.iopodc:-.c
imaginarqueproílSSÕc5.õmilarcs.nesscscn1idopudcsscm&ubslil11iro11co111-
plclaraproíl!iliàotradicionaldosmcmbrosdcumacai;ta,apcoil5comacoo·
diçãodcnio..:rcmmc11DSpuril5quccla.M"51icaainda11madiliÇUldadcim·
portantc:tqucareLigiãoW.;:onsidcraclaramco1ccmalgunscasosallpçAo
cotrccastacprof...ão.Háprof"issõcsrcligiosamcnlcoculr"5q11esiocicen:i-
dasporio'1mcrascas1aSdifcrcn1CS"'1•.
Ficaaiadaoíatodequc,oacscalageraldapurc.....n:lativa,mtraços
«>flSidcrados proímioaaispcsam muito com rclaç.ioamiraçosolioprofis·
•mnais. Uma casta tão marcada religiosamente como a das "pessoas do çoU·
rn"nioganbariaoiulacmiolrodwirrefioamcntoscmM:usoulrostraçoscos-
!Umciros: <e nos nossos dias ela quer põr um íun ao seu opr6hio,cla1cnta
dar um fun à funç.io que o justifica. Os =mplos. citados por MdClm Mar-
11011 e>:Íll"m csclarccimcmos., mas ck tem razão num ponto: a mC>JDa a1ivi-
d.dc polui muito mais se t ob)cto de uma upcciali7.ação do que quando t
uc1cidanoiotcriordacasa.Comparandooe.statll\orelativodeduascastas
dcBcngalaqucscde.dieamàpesca.Bh.Mukhcrjccobserv11quc,cnquaoloos
K.oiNrta pescam para si mesmos mesmo sendo agricultores, os Namasudra
'1VCmdcsuapcsca,epropl'H:considerarquctavcodadopc:ixcqucinfcri1r
111acstcsültimoscmracedosoutros.Podcr-sc·iasupor,anlcs,quetapcsca
rnqllllnloatividadcespceializadao~aàagricullura(càpcscapori;oota
própria) que faz a diferença. Altm disso, pode·M:wmprccndor: a atividade
r•pcciafü.ada t dirctamcn1c rclatiw ao sistema, 8 mma t apenas um traço
t·n1rcoutrosdacastaparticular'".
CoMidcrandoascaslasdaquiloqucthojeoUllarPrade.h,omaispo-
1•11lo""dos c.stados iodianos, wrrcspondenlc li partc ocidcntal dovalc do
<langcs,Blunlwmtalav:arcccntcmen1cquc,apartcumpc:qucoon1lmcrode
«<eo;<'ocs(umatriho,0$qU11trotiposdcMuÇ11lman0$SUpcriorcscascas1as
"'1Arias).crapossfvclíl1Alrwrrcsponderacadacastaumaocupaçãoouum
Mrupodcocupaç6escooc:us(O!SfeSys1mi,p.233).Distinguiacastasfuncio-
""''· cujaa.uociaçiocom uma profissãot tradicional, 1cndoes1a,M:~ndo
dr.pr.:ccdidooueausadosU11formação,coutrascmqucaassociaç.iotaci·
<lrnial,masantip,i;omoosAhirouvaquciros.,qucsc:i;ostumarelaciooarà
1nl>ochamadaAbhin>dosprimcirosséculosdacracristã.Bluntcla..ifü:ava
••profl<SOcsc111d01.cgruposprincipais:l.Aagriculturaém11~0maldeími·
ol•Í'.diflcildis1inguircnlrcpossuidoresdc1crras(cvi10apalavra"propliCti·
1uo"")ccultiV11dorcs,aindaquccxistisscmalgumascas1asdcpossuidorcs,co-
""''"R6jp6l("filhosdcreis'')cosllhuinhiJF<M1Bh~mihiJF(dcbMmi,tcrra);
1,~ l1mbém al~mas castas de especialistas de certas culturas (nem ind115Ívas,
..... ____
,....,._...,
, -~por~-- _.___
.--.................--....i--.
(_ .... .,...
· - ...... - p l l ) _ , _ _ _ ... _ _ _ _
. . . . . .,..__
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'" t.1<'"9-·1--...·.pp. ... '5.Bb.Mu...jot."C...·~-~·.
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_ ..,_...,.._..,_u,o.ow1-.-... -.)..-•.-'""llpololoco·
--~--·-·-·,....·-·---·-----...
:=: . .":'~;:.....:.;.·=.:,~-==..::.:::::=
~~~~~r.:; . ;.~:.::~.-.-~=:~.~ :~.:..-:.:. ~::.:.=..::
.
nomacl.Wvas).20•trabalhadon:sllgrlcola>,ca1cgnriabao.1an1cvaga,com
olgumasfuaçõcscspcciaisccastasdcoriiJ:m1ribal.3.Asocupaçõcspas10-
rais., cm que a relação 1radicionaltCS11Cila (dos\lllqueiros, açim.a, diuiJ>.
guc:m·scospas1orcsdegadopeque110).4.Asprof....OO.imlrul~coma.so
ciaçãoCSlrcitacalgumasY1:zcsfuaçõcsçspcciais.5.0transportecaY1:nda
ambulanto., em que a associação t C5lreila e cm que as funções são sempre
cspcciais.6.Caça(tribosaborfgincsctc.).7.PcscacnaYl:gação(proJissão
marcada,Lrêscast..,).11.Comérciocindl'.lstria(a):funçõcstradicionaismas
indefini~ cz. o B<111i)'ll ou comcrdan!c (Vaishya). 9. Comércio e indl'.lstria
(b):funçõcscspcclí1CBSclO.Comi!rciodcalimcnlocbcbidas(9clOsãopu-
ramoatc funcionais). ll.Sahimbancosca1orcs. 12McndigosccriminMOS
especializados.
Eu.a dass.ilicação t muilo arbi1dria, pois não coloca cm cvid~ncia as
castas prof1SSionais mais. marcadas religiosamente. E111re1ai110, um falo ele~
scrrcssahadodcimodia1o:équcamaioriadasocupaçõcsi!rcligiosamc11lc
marcadac,mais.cmgcralainda,prccl$.amcntedcfmida,.salvoparaocomtr-
ciocmgcral(dcY1:mscrdis1inguidososart...,nalosalimcnlarc.,amiúdcreli-
giosamcn1cpcrtioco1cs)c,sobrctudo,paraaagricultuu,cmcspccialnoquc
concerne à mão-de-obra. Teremos de nos lembrar disso Veremos mais.
adiantc,nascqilênciadcBlunl,cmqucmcdidarn;mcmbrosda.....iaprati-
camaproflS$iioquclhcsest'idcalmcn1calribuld.a,ouumaou1ra.
EnquanloapcsquisadcBluntincidcsobreaproflS$.ãoLradicionalda
caslaindcpcndcntcdcscunomc,Ghucyc,porsculurno,cuminouaq...Uão
lingiaisticamcnu:"º· Obscrwu qou: rn; nomes das casias são, cm boa parto.,
nomes de ocupações, mas não são os (micos: há também nomcs étnico. ou de
1ribos,nomcdcsci1as,nomcsqucindlcamou1raspartkularidadcsainda.O
mCMJoautoracn:sa:nlaqucomcsmonioaCOlltccccomosnomcsdassub-
Cao.1as,quemarcam mals.distinçõcstcrritoriais.doqucprofissionaisouou-
lras. Conclui-se que a proflSS.iio é uma das difcrcn~ a mais marcaolc talvez
dasdifcrcnçasqueservemparadcsiparumg:rupovistodcfora,umacastL
Mas ....,.. designação prof1SSional ~ mais. cxlcrior que real, mais. "atributiva"
que efetiva, pois acm todos os membros e>cerccm necessariamente CSSOI pro-
í....to; aconlccc alé mcsmo dc uma subcasla sc dislinguir no inlerior de um1
cas1adcsscgêacropclonOIQCdcumaou1raproflS$iio.As.$im,segundoBlunl,
osKJllr/Jrdc Uuar Pradcsb se distinguem cm pcscad,.,.....carrcgadoresdc
tgua,criadosdemulbcrcs;ouaindaosl<ha{ik,cmpcdrciros,~ordociros,lru
tciroseocadcdon:sdctoucinbo(bek""vlilt).Crcmosapcrccbcraquidoisca-
sosdistin1os.Numdelcs,aproílSSãoindicadacomportaumadifcrcnçadcci;·
tahlloqucacarrctaprovavdmcnlc umascparaÇ8o: pode:1er que os outros
Khllfik. lenham deixado de praticar o inicrcasamcnln e<1m :1ew irmãos con·
Y1:rtidoscmaçouguciros.Nooulroca•u.aprufwJln1MoJ<1.,rímnccidnape·
nas a e1iqueta de uma dMdo fundada na verdade: de outro modo. Vejamos
osdctalhcsproíissionaisq11eaparcçcmnaM:gmcn1açãod.ascas1asdosolci-
ros:deilcadadeladoadistinçãocntrcfabric.antcsdcpotcscfabriç.an1csdc1a-
lhas,éprccisooonsidcrarverdadeinmcnrccOn'loportadordcumalcancc
profwionalofatodcutilizarcmboisouasnosparaotransporle,ouaindaum
grande tomo ou um pequeno, uma pedra ou a mão para a modelagem (Bou-
glé, Ghuryç)? Pcnsaria, antcs, q11e csscs 1raços foram u1ilizados para dístin-
guirgrupn'lqucdifcrcmcntrcsidcourrasma.nciras,parauprimirdifcrcnças.
Blun1prc1cndiacsrudarasmodilicaçõcssohrcvindas.Aqucslãotdcli·
cada. Na medida cm que se pode atribuir CS5aS modificações à profwão, po-
dc-sc dizcr que só câslc ci.'óão ao n!vel da casta ou scparaçio ao nMll da•Ub-
<a<tascadifcrcnçadces1a1u1ocntrcaprofissãoan1igaca110V11.forimpor·
1an1c'".Estalislicamcotc,agora,Bluntsccsforça,eomhascnasioformaçõcs
fOJnccidas pclorcccnscamcnrooficia~ cm ver que proporçiodos membros
de um.acasladc prof...iiorccoohc.:idacxcrccdcmanciracfctivacssapro-
r'-'São,cqucporccnragcmdcpcssoasoumaprof.....;odctcrminadapcrtcncca
c.r.s1adaqu.olclaéaocupação1radlcional.Aagriculturatcvidentemcnlca
ocupação maii importante, as caslas de agricultores a cxcra.:m cm 90%, os
niio-agncul1orcs cm 43%, conlra 42,2% para sua própria prof!Mio. O faro de
~uccastastradicionalmcntcnô.oacrfcolasKlCnhlmdiriJidoemliograndc
rncdidaparaaagriculluraéalribu!doporcsscauloramudançasmodcmas
nndomfniocconômico,ao:ilaaidéiadif11ndidadcqucarufoadosancsaoa-
10santigos(lccclagcm)obrigouascastasqucdelcsviviamasedcdicaremà
.1gricull11ra.lssoéj11Sto,semdúvida,masapcnascrnpartc:houvedccadência
Jcccrtosartcsanatose.cmoon,;i:qüência,aumcntodc•upcrflci""cullivada.,
noradamcutcporampliaçãodairrigação.Masqucprovarcmosdcquoisso
"'ͪ uma situação absoluu1mcnlc nova? Nós a admitiríamos se pcnsásscmoi;,
com0Blun1,qucdcve1crhavidoum1cmpocmquccaslacprofiss.áocoinci-
<loam com cialidio, mas essa suposição é gratuita. Nio se pode esquecer q11c
a •gricul111ra - assim com vaga definição ~ mais uma ""pt.:ic de ocupação do
<1ucumapror.....;overd.adcira - ~ umaocupaçãnrcliKlosa.mcolcno11lrapara
omaioriadascastas(hiumprcconccitoconlraousopcsso.Jdoaradopor
[ldrtc das castasclcvadao)c rcspcilivclnoplanonão rcligioso;qpem tem
.occ<sodirctoounãolilcrra-csscéopoo10importaotc-oãovêocoh11111
rnoonvcnien1cemscaprovci1ardoladamaociraq11clbcíorposslvel.Vimos
acima que a rclaçiocotrc profw6csagrícolasc.;as1astvaga'".Altmdisso,
Blun1colocacmcMd&icillaC11.1.bilidadc - mfnima,masconsidcrb.,]- de
oonas profwôc& que Llo para a maioria especial.idades aldeãs, com frcqii!o·
ciarcligiDUD1Colcmarcadas:osliuiros=rocms11aprofissãocm76%,os
joalheiros cm 75%, os docdros c 1ostatltNu de grdos cm mais de 60%, os bor-
bt:itru e lawukiros cm 60%, os carpinteiros, tcool{lcs, oleiros, fabricaatcs de
6lco cm 50%. Isso t lio mais oot.tvel quaoto se !rata de proí...õcs cujos
mercados são limitados e /Is oua sofrem CDllC()m!ncia industrial (fabricantes
dc6lco,m:i:lõcs-a1ceelagcm,porunto,niodc..saparcee11).Esscfa1000&
rcmctccvidcnlcmcolcàintcrdcporulEnciaaldcicntrcagricWtorcsccspcda·
listas, que estudaremos agora. Pro'iisoriamcnlc, concluamos dessa revisão
prcliminarqucaligaçãocntrc.;as1acproíissãotsohrctudoumaqucstiodc
cstatuto,qucoqucimportataprofwãobcrcditária,dcsdcqucclan.ioscj1
contraditapoloCllCrdciodcumaproÍ1ss.iomui1oinfcrior,cq11eos.isicmatc-
nllaprovavelmcolcscmpn:comportado11maplaMicidadcdcssc1ipo,aopasso
q11cascspccialidadcsaldcis,ri1uaisounio,corw.i1ucmscuo1klcosóliclo.
Ascas.1asdccspocialistas,011maisc.ta1amcn1cscusgruposlocaiscrc-
gionais,1cstcmunha.Dlcom frcqiifociaumasolidaricdadcprofissionalcstrci-
la.Elasforamaproximadas,ocsscscntido,llsn......,.corporaçõcsmcdic\lais.
Seu privilégio ou monopólio jamais foi atacado, mas elas defendem sua po-
sição impcdindo a conoom!ncia cnlre os scus mcmbros c apoiando com soli·
dariedadcomcmbroquccntracmconllitocomumpatrooo(boico1aodo-oc
altmcsmoconscguiodoscuboicotcporumaoutracasta)''•.
421.Genemlidada
--..
'1l,..-- .. -----·~_ ... _____
-~-----"""'*--!-
::!.§~5-:±:E::=~.;
pul ...
"'~2=--z~::.;r:.~~~==
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um) }'N 3P 'OJ!Xjn<j 3p '(l!yomdj OO!~Wop >lOPl:l:lll'l 3p ~llRJ ""'3>:'
>p {JR11!'PD) º~ill!"fld o,, :1uew!llf1nd :(oP<>a "lod >JU31111!l"!P3"'! "P""""U!
:n Olllo:> up.rnid 1'1Uo:> 1P opu31111 .lllOU) .,"ll3 SOf'i'OltOI[ ""li""~
"3llllW!JS:.rod('f!llUPll'P)SOSUJ!n>.190lf.1l:rztlJUJ'lllh~1:.nh•,.omooupwlr>{
""!ldr.i!Pll!Cl"l-'ll""!'!P"'n·oo!P;tA"!'JJ!Q"15"1''1.,l"'ºf11~nh1plf!I!'~
"l"'!" :110"'3.ld J"3 ~ :1111111.lOdlll] ~ ""°~" o~ooo V ·,.,.wpr.ilJl.D"' 0111
-o;i ~"'!'S: wn riOJdmo onh ll'lr.I 3J1 ~J:>q> o~ uew!Df o ~100..,.-,!io[OW!I'
~nb x-~A ·( .. .ropr.i!J!Q8S,. • 0F190do .rod) ,,:111nr.1mmis .. 1D1.Jl1dls onh ºlf'
·~U10fdJ>!JJ8d'Dlll'WflffMOJ~Op111(lfoll(3"3llrl!ST.l'3l"!0l!lllll~R-"1111tJ
~ "º
·et:»dm> >13 >Tlh 10S!3d l oFRi~l mo:> OIJIRd o no lopd3JdWJ
º"'~pR.nrd:><·R]pllllJ!P'ol111!Pll0>'8111]1Jl}"ISil""PWf<if•-"1f'duo111'3W
Dl3D '!"PW{Df8.... R[1d R 3µ8d epcll W> """;n!JR 0'1' 50p""!ldlllJ "{)
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W!m~o~S8oqm;....,•!:1PfR "!' 3P1P!"""'º"· 'PºP"llll!lfl !"J odwo1
011nm 311111mp :mb O[!llb' 'OflU> ~pood'hluo::i OllJ o ~'!:IA,SO~S!P"l ..,~~
_,,,. so opn1~•qm; 3 so1npoJd so "l"!P"lllJ d!n!~~ m• 1110 no""""'"'!' w>
l!A1JIOG:IU3 no IUD00113 :inb 'u""!P"! "!3Pl11P "P~J 1!0IOD003 lp Wi'C!Wr1
Trala·sc apenas de tardas ecrimoniW., todas as outras s.io cxprcssasllll'
rnunro/illpagot1.
Qual é o priodpia do sistema dito faijrnW.i? O de que. por um lado, ele
aniculaadMslodotrabalhopormciodcn:laçõcspcssoaisltcn:dit"1as:ea-
da famOia dispõe, para uma larda especial, de uma familia de especialistas.
Odcquc,poroutrolado,ck:rcgulamcnladcmaru:iracostumciraa<pra-
laçôe<ccontraprcstapks:paraastardashabituals.opagamcntosefazcm
natun:1.acnioseaplicaindividualmcntcaeadapres1açiioparticular,masvi-
geportodooano,comoé11aturalnuman:laçiopcrmancntccmmcioagrl-
colo: pode ha...:r fomcdmcnto çotidiano de um poui;o de alimcnlo, há sem-
prc o dircito a uma qua111idadc f11<11 de grãos por oeasiio da colhcita, bi, li·
nalmcnte,prcscntcsobript6rios(scralmcntccmdinhciro)quandodasprio·
cipaisfcstasdoanocsohrctudodasgrandcsccrim6niasfamiliarcs,quci.io
umaocasiãofavor.tvclparaosprajddacasa.Umfatosublillhaasolidarieda-
dclimitadamasdcli.,....U..im.tauradacn1rcjojm4rtcp,gjll:cmmuitasrc-
giõcs,aquclcsqucs.ioco.WderadososprincipaisseMdorcsdaaldciadcshu-
tam de uma dotação de terra do íUJ>do comum, do qual dispõem colctivlt-
mcnle seus patr6cs"<.
É aqui queseaprccndcoponlo fundamentaldadivisliodotrabalho
que t pa,,c integrante do sistema das ~as. Como Huuon não fala dele, e
comoc= "sistema" é, com toda evidência, pouroconltccidonafrano;a,a
nào,<:.pcloscspccialistas,ccomo,poroutrolado,podi:-secompre<:nde-lo
melhor com um C11cmplo concreto, resumiremos a primeira monografia alo
oíicialdcdieadaaclc.Osistcmanãocradcsconhccido,aindaqucsetcnhio
faladodelcsobarubriea"comunidadedcaldeia",c81untlbcdtllflltupr
cm scu livr,,..... Mas um mission"1o amcriClllo, Wiscr, \l:YI: o mi!ritode ser o
primeiro a dcscrcvê-lo cm detalhes tal como o ob6crvou auma aldeia do
UllarPradcshocidcntalantcsdc\930.
~- ... oq.Oo~loldllo--•-""'-"'~•-•
:"w"!':"_..,_ • ...,_ ..... __ """'°"<*»"""°'d.-
<2<1.tu~- ... ,_.-..,_._I"'"~..,.-- .. -
:-:....-=:!..-....:::.-;..":':..:":::=."".::':_
~~=.::~::~~=E::~~:.::
~=~!o=:.,':..,?".'.::::=..-=-~
:=:::-_:..:::~=..==:.=.=~~-=
~::~=.::...::::::;T,::=:;:.~;:..~~:.
42.2 UmEumplo
_
funçõcscospapmentOl'dobarbelrn'.,
. . . . . . --·-·q--•...,.. ·-·-·..-·-•""PP
~•-o11opuo....._o-.-.i.-po1.11oo,por_..,,._.,.
·---•--(-)(oo,...llbnod<pb••-..i•-llbno••·
==~~=:-==~~~==
~~~~~~~;;2:~~
~::E~:.~::~=;~g==-E:
NOfM:OsespccialislasdacatcgoriaA,comoocatpi.ntciro,podcriam
figurar cm B quando se tr•tusc, ~m da manutenção (da carroça), <k traba-
lhos coromcndados cspcdalmcnlC (por acmpln, a construção de um carro
debois),pelosquaiss.liopagosemscparadocmcadac.aso.Poroutrolado,
nOle·sc que, m...mo quando uisle apan:ntcmcn!c uma compra, o preço da
mercadoria dão ~ um preço comercial: assim, o leite custa 1 arma para o
Brima.nc, 1 anna e meio para os Oll\ros: tambtm aJ intcrvtm o estatuto, o tc-
cido das rclaçõcs pcMOais oo i.nlerior da aldcia.
Wiscr aprcsc~a o sistema como sendo globalmcnle mais ou menos
•imi!trioo: um membro de uma casta qualquer, com cxceçlio da& mais bai>:as,
é,ncslaordcm,senborcscrvidor,cha.vcria,scgundoW1SCr,trocadcscM·
1os: por c.-:mplo, um art<'$io ql18.lqucr é empregado por Brimancs e, inver·
'3JDcotc, enquanlo cbcfo de casa, emprega um Brãma.nc para •Uas ccrimô-
oias domtsticas. É vcrdadc que pD<k clislir uma cena rcc:iproc:idadc. mas cs-
.a rcciprocidadc é bicrúquica, o quc Wiscr, idcali7.ando o &istCDl1 à s111 ma-
11cira,curiooamc11!cnJocomcguiuvcr.Elenola,cnln:tanlo,qucobarbciro
não serve os lixeiros. M...mo entre os Brlm1.11cs surge do só uma gradação
de cslatulos, mas 1ambtm uma dWinç.ão nftida entre a função de aplnrador
..grh:olaeadccspeciali$1a.Comcíeito.osBr.imancscs1ãodivididoscm7nf·
vci.o; diferentes. Apenas 3 familias (cm 41) servem como .accrdolcs. A pri-
mci1a, de pos10 l,servcasdcposto2e3;r<Xiproeamcntc,clafscrvida,ço..
mo as dWIS outras familias de posto 1, por um .accrdotc de uma aldeia vizi.
nh.o,dccstatulosuperior-cooformcarcg:radadistinçiogcralentrepodcr
e ••laluto, que Wr.da aqW se manifesta. A segunda familia de .accrdotcs, de
(Xl!'lO 3, SCr\'C os Brâmanes de posto inferior ao seu (e~ de posto superior,
cm 34 - aceção não ~da.) e uma pequena pane dos Dão-Brimancs; a
1uceira, de posto 6, serve o rcslo dos 11lo-Brimancs (aceto os 6-i:iros e os
Mu1ulma11os)"'.Fmalme11tc,11otc-scqucalgunssioscrvidoscnãoserwm.É
"casodosBrâm111csproprictúiosquc11ãocxcrccmtrabalhoalgumparaos
!lulros(36/4lfamllias),foeasodo"contador''(l),do"lrabalhadorcmatcr·
ros.. (7),cmaisoumcnosodascastasderomerciantcs:joalbeiros(4),hor-
lclõe.I (6) (estes cm prillcfpiotem scuspr6priosjajmaos), pastores(ll) e
mmerciantcs(l5).
VC-<SC, então, que, m...mosc nosescalõcsmfdiososcspc:.;ialis!assc
"'""'"'reciprocamente uns aos outros cm sW1Scapacidadcsparticolarcs,o
"'tcmanàotdemanciraalgumaigualil"1o:porumlado,opostotalniti·
[~~;.~:ç:ªI:~ê%:==
damcotc marcado; por owo, e sobrcnuln, clc opõe vigorosameolc duas
fuoções:adcpa1riocadcclicu1ccspccializado,c"6podemvcrdadciramcn·
tcosteatartoda.magnifkfnciaaquclcsquodisp&mdafontcpriocipaldari·
q11ezacdopodcr.1tcrn.Osistcmaconstitlli,cmsuma,UD1dispositivoquc
lbcsasscguraosserviçosdo&cspccialislasc,in-.irsameotc,asscguradcma·
neiraindirelaasubsistbcildoscspecialistas,dando..lb.. direitos,1imilados
masrcais,sobreosprodutosdosolocobcm·CSlardcseussenhorcs.
423.DiscussiJo
Esse "sistcmajajmaoi" deu lugar, nos ~llimos anos, a uma discwd.o in·
ten:ssantcq11eilus1rac:.omdarc7.1adlfieuldadcqucsentimosdcíazi:rjustiçl
li hierarquia e que, conclativamc111c, oolocacmqucstio oossosmodosdc
pensamento mais habituais e mais arraigados. A universalidade do sistcm1
foiC011tCS1ada,quasesemncnbumflUldamen1~.0coutromodo,adis
eussloccnuou-secmprimeirolugarnaaprcOaçliodosistcma.Diuemosq11C
Wiscr o idealizava um povco cm sua i11tcrprctaçio. Ele via no sistema não só
uma segurança para m pobr~ mas finalmente, com um rele>o dos graus
mo!diosda hierarquia, uma espécie de harmonia igu.alitúia bem poueodc
ac:ordoçom oconjuntn, mas qw: lembrava um pouc:ooqiwlroidfl.i.;odo
"c:omunidadc de aldeia" fornecido pelos administradores romSnlico. do co-
"'C9' do stc:ulo XIX.
Bcidclmandcdicov.aosistcmaumaan:ilisccomparatioa,dcgrandcmt-
rilodocumcnla~masquepadcccporseuautor,cntioCSludantc,t~·lacseri10
semtcrcrpcriênciadiretadainstinaiç.i.,...Elccritic.aW1SCrcomrazio,co-
----·..----'--···'----
- · · _ .. , . . . _ , . . _ _ _ _ _ _ _ .. MJ-.•
.,,,_"""""'"iowiop~·-·-·"·'"'·PP-7'1~-·-·
4J. CONCLUSÁO
Para1odoomundo,ac:astatcarae1cri7.adapclaobrigaçiodcsccasar
nointcriordogrupo,acndogamia.Aprimcira>ista,portanto,cscguadoa
mai11rpartcdalitcralura,ocasamcntotdaalçadadascparaçio:ascastassc
'fp•ram umasdasoutrasaoproscr1M:remocasamcntonocrtcriordc111D
K•upo, bem comoaointcrdii.an:mosc:onui1oscacomunidadcdcalimcnto
<nlrc~pcrtencentcsagruposdiferenlcs.Nwncertonlveldascgmen-
1n1:iu.ac:astaprcscr1M:aendogamiacasscgura,assim,suaprõpriarepro-
d"'õ.l.o.Pcrtcncc-scàcasta,ouantcsàsubcaslactc..dopaicdamãc.Naver·
•l•Jc,cisalumavis.ãoscmd6vidaesta1islicamcntcsuf1eicntc, mastcoriea-
•nonlc muito simples e muito estreita, que levaria à multipLicaçiiodasu-
'tl•'>l;~. Aqu~ como cm outros BSSUD!OS, ...:remos o principio hicrárquiro se
unpor:ckenglobadealgummodooprindpiodcscparaçio.Dcpoisdctcr·
mu•lcmbradoaimpor1inciadocasamcnto11cssasocicdadccasdiversasrc:-
~··•de que ele t objc10 no llfvcl da casta e no nlvcl do .,...c11tçsço, reswni·
u·ono<1visiocomum,qucaccntuaacndogomia,para1cntaralingiremsc·
1U1JaumaYisiomaisgçral.Ac:rcscc11tan:m1JOSalgu11Sdctalhr:ssobreaswbdi·
''"""'da o:a>Ja cm relaçio com o inlcrcasamcnto e lcmbraremosotratame11-
1u 1lo cMamcnlo do ponto dc visla du wmas na litcratura sânsaita antiga.
~ªt~~~~~iTK~
" .ª1~~~&~~~1
__. .__ __ . .....
'.,,,,_
,. .,., ,.l. . .·--).-po<l------·-·apl
. ........,."""'.---·--""
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.... lll.pp'l>I••
, , " " ' _ .... _ _ .. l!IW _
....... -. ~ pn
l r"C
__
.....
p..._
...........
~powm""'"'r"-
Só diremos aqui algllmaapalavrasdo pontodcvistadoparcnlesoo. O
lugardocasamcntono&âlcmaikpan:nlc.'IWcKplrcitoémuitodifcrcnlcno
Sul(asrcgiõcsikllngu-.dravldlca)cnoNor1c(dcUnguaindo.:lria,comal·
gunia simplilicaçio: a rcgiio marala, de lingua indG-tria, é uma rona de
1ransição).Noprimcirocaso,0G11S11D1enloi!ccnlral,poisasrelaçõcsdcafi·
nidadc fundadas nele aprcscntam um grande dcscnvolvimc1110, aponrndc
equilibrar pcrkilamcntc as relações de consangüinidade. No Norte, ao con·
mlrio, à primeira vista, o casamento teria um papel quase tão secundário
quanto cm nossa eulturL Ea!rcl8.QIO, de um laJo wmo du outro, cxislcm
grupos cWgamos, e,.., no Norte o casamento entre parcnl.., próDrnos i! in·
tcrdito, C$S.I i111crdlçãorccobrcentreosBrâmancs,cmprindpio,M:n.indc
fa10,umac11tcnsiocumaelaboraçãocmqucwpodc:riacnco11lrarumafrau·
de suspeita. De fato, um estudodc1albadomos1rouque,.., a expressão ai
cstiauscnlc,cporwimdiurrcprimidapclaortodoxia"ariana",asrclaçõcs
dcafinidadcoudoqucnoSulscria"aliança"(alinidadcampliadacpcnna·
ncntc) representam um pepcl imporcante. Apesar da presença de um outro
1raç0.doqualfalarcn1.osadiall1c,ahi~ia,capcsardain1crdiçãodoca
s.amcn111 entre parentes prmi.mos, os papéis e as prestações cerimoniais que
resul1am1111Suldaaliança~casame111111arnbémes1ãoprcscn1csn11Norcc.
Afâcic.dravfdicaalfoilomadaincomplclacinconscicnlc,mascsUsuhja·
ccntcaoqucoçorrcdcfa10.Éinczato,porcan10,pretcndcrqucao;as1aeo
parcntcscosejamdomfnioscmabsolutodislintos:clcscslàounidospclaim·
ponância,cvidcn1cparaao;aMac,quan1oaoparcnlcscocslruluralmcnlclan·
1ocxpllcito,quan•oimplíci10,doeasamcnto"'
Paraoscnsocomumocidcolal,a"c.a>la"éantcsdctudoumgrupo"fc.
chado": permanente, CJCdusivo, aulG-suliçicntc. Um homem de casta X, ..,
casa com uma mulher de casta X, e os ídhos que tiverem pcrcca:m à casta X
lssopodcM:rc:<prcssodcdivcrsasmanciras,di:r.cndo-scqucogrupo..,rc·
produzporsimcsmodcgeraçãoemgcraçio,M:"cndG-NÍlne"etc.Analiti-
c.a111cn1c,eEslcalacombinaçiodcdoistraçosdislin1os:11casa111c11loéfcilo
ooin1criordogrupo(c11dogamia)-ou,an1cs,tproibidosccasarforadn
grupo - e a filiação - transmissio da qualidade de mcmhro do wupo - de
___----o-.
__ .
pcndedosdoisp.W..Oprimeirotraçosopõeao;aMaàtriboeàmaioriada•
sociedades, que tokram o casamento fora mesmo quando quer que ele arnn
Lembremos, cm primcirolugar,q11Cncmasrclaçõcssc""aisaotcsdo
asamcnlo, nem o adultério, s.io tolerados. Depois, que o ünico casamento
vcrdadcirocple,,o,pcloqualscs.aidacatcgoriadosccliNtáriosp1raadas
pcssoascasadas,éoprimeiro.Masaccrimôniapclaqualatransiç.iosccfc·
1uaé imponantcsobrctudoparaamulhcr,cé prccisodislioguirocasodc
um sujeito masnLino e u de um sujeito fcmininu. No caso dc uma mulher,
chamaremos o primeiro casamento de casamento primbio. Uma """ coo·
traido =e casamento, uu bem clc t i.adissolfJvc~ mesmo COlll a morte do
cônjugc(castassupcriorcs),oucnlioamulhcrpodc,ap6samoncdomarido
oumcsmoap6sodivórc:io,conll'airumaoutrauniãn,lcgl1ima,masinfmit•·
mentemcnosprcstigiosa,mcoosritualiz.ada,mcnosdispendiosa,aquccha-
marcmoscasameotoUt:Wtdbio.Ocasamc11tosccuodárin,scododeumcsl•·
tutoinfcrior,émaislivrc,tivczcsmuitomaislivrc,queoprim4rio.Noeaso
duhomem,scuprimcirocasamcoto!lllsctornacasamcntoprilJtip11/.cnu-
ccrc111ítlhos,cdcprcfcrtlldlimcnioos.Masohn111c1111cmafaculdade,acj•
cmcasodccstcrilidadcdcssc:primcirocasamcoto,scjalivrcmcolccmoutru
castas(régiasctc.),detomaroutrascsposas.scjacmritoplcno(occcssúio
paraacsposa,seclaoàosetiYcrc:asadoantcs),scjacmri10si:cuodirio(si:•
cspos.ajá tiver sido~). Há assim, paraohomcm,casamcntossupleme11·
tarcsoum1'>idi6'ios,comumahicrarquiaçorrcspondc111edascsposas.
Parece que aqui se pode dizer que duas f~cics estão cm oposição: um•
f~çicsbraroãnio:a wastiluldapçla monogioia(cxa:to esterilidade) e uma fi
cics"r.!gia"poligloica(cmqueascsposassubsidiúiupodcmsi:tdccstllutu
1nfcriora1>daprincipaleosfdhossã1>ronscqiicn1cmcolchicrarqllizadDS).A
poligínia i! ami6dc $0f0ral llll$ cast.u médias (natur&lmeotc fünitada por
r<11Õ:$eçonômi.;as).ll!Sislarnosncss.aidfia:lrala·SCC111todoscsscsca....dc
casamcnlos,isloi!,dcuni&:samjugaislcgf1imasq11Cuoc111n.i<>Mlindivlcluos
111;os.,wavtsckl"'cmgr111dcmcdida.fa111niasoupcqucnaslinhagcns.Altm
disso, <> homem e.asado que tiw:r meios •ulicient"" pode ter uma ou mesmo
•.1iriasconcubillll$; uma taln:laç.ãosódcpcndc dosinlcrcs.s.ados,eosprodu·
lDSdclloi<>siolegft.imos,osfdhDSoi<>herdam(ootémapcnasumapanc
infcri<>r). Emswna,pcrccbi:-scquci!pn:cisnapLicar,aoladodcoossad.is·
unção de kgilimidadc (entre caamcncos e outras uniões), uma oulra dis-
tinção, que é uma distinção bicrúquica,dcestatulo (principalmcolccnln:
casamcnl<>primáriocprincipal,porumlado,easoulrasuniõcscmgcral,dc
oucro)"'.
Umexc:mplocspclaculardautilidadcdcs.s.adislinçiooostfon>ecido
por Chamlnrd çom rcllçio ao Malwa (lndõa Ccnual). Ele cneooi.rou 011ma
ca.o;ladc nível mi!di<>"mcrcad<>Sdcmulhcrcs"cmqucclassão,àprimcira
"'1a,compradasmaisoumcnoslivrcmcntcaos.cuspossuidOTC&.lssopodc
parcccrmuil<>cspao1osopanalodia(tcndo-.ccmvislaqucofaomso"c.a·
"'mcnto por compra•· jamais cllisliu cm lugar nenhum, não mais que o nio
n1cnosfamoso"c.asamcntoporrap10").Épri:cisoreflc1irqucsclra\aoc.'lSC
<.1."10dccasamcntos.sceundlrios: IL'imulhcrcscm qucstãoj.1iforamc.asadas
(primariuncnlc) com lodos os cuidados e com 1<><la a solenidade bab~uais, e
qucsi<>DSmaridos.qucaspodcm'°""ndcr''cmscguldaoucotãoabandooi·
las a outro bmncm qualquer cm [roça de um papmcnto cm dinheiro. Tio
c<lrcmoqv.antoscja...,..casorcprucntaumc><emplodalibçrdacledoca-
"'"'º"'º""cuodãrioeMIC11111billllcomoqucacabadcscrdito50brcoca-
.amcnlo prim&rio no seguinte fato: põe fiou ao primeiro de uma maneira
onc•pc:rada ....
Há uma diferença imponantc entre o Norte e o Sul do pa!s. No Su~ a
JifcJcnçadces1.a\utoi!oi1idamcntcmarcadacn1reasduas,..pi!cicsdccasa·
n1cnlocsc11Sprodutos,1odasasvcuscmqucwcspc:r111ancccmnamesma
f.mJlia. No Norte, aocontiirio,adifc•COÇ1~1pcoasderitualedc prw{gio
noqucronccmca0$CÔnjugcs.clanãoétransmi1idaaos.scusdcsccndcn1cs"'.
Aflc:Qbilidadcrclali'8.closistcmaaparcccoocasodDSfüho5ilcgflimos,
1•11maismalconhccidoqucclcscja.Podcr-sc-iapcn.sarqucac:<comunhão
1/>>Capli.;asscaoçasoqucaprcscnladifcrençasdecstatutogrit11111u,cquco
tr•lamcnl<><kumadcsccndénciairrcgularfosscdaalçadadomcioedascir-
c:wwlacias.Prindpiollftivcnal:olilhoilcghUnotcm umes111u1onitidamcn-
1cinfcriorcomrelaçio1011fdhoslcgllimos.Ascircunstânciasenlramemj<>-
goquaatoài.alensidack:càaprcssiod....,.difcrençadcc:statu10:seráoli-
lho relegado a uma posiç&o i.aíerior no interior da casta - posição que será
ouoãotraasmitidaaosscmdcscendcntcs-,ou1odasasrelaçõcsdeixarão
dceKistircomofilhoel~comseupa~ouseráelc~gadoàcastadcsua
m.ic,sccstaforinfcrior(oc:uomaisfrcqttc:nte)?NaallStnci1dcprindpios
Í11'111cs,asituaçáodcdomi.aiaciaousUnplcsmenlcdcforluna,apr6prialoca·
lizaçãoe.íiaalm1:111c,1si1uaç;lodat:&S1a,isoladaounãodast:&S1asdccsmu-
10 vizioho, devem representar ai um srandc papol. Eis como se pode razoa·
vclmenle imaginar as~ com o risco de cometer uma rápida geocrali-
zaç.io, porque a documco1açilo t muito escassa. Pode-sc, cotre1an10, re1er o
fatodcquebastardosnãoíaltavam,particularmcntenascasasounassu-
ccssóc:s dos prfncipcs.. Temos ai algo com que lemporar n = preconceitos
sobreorigordosistema ....
-~~~T=Êf~~~r~~=~
Ncw:caso,cmc:oatrutccomaf6nnulaisoglmica,aUflidadcc"6ga·
maa55Umcdifcrc11ÇU~deeo.latuto110scuintcriorea\émcsmode
um ocrto grau de inccrtcu. 11C11SC sentido, pois t possM:l lomar uma mulher
taalo num grupo igual qumlo num grupo inferior a1t um certo pon10. Esse
fato1alve•crpliqueaCKistencia,,..planlciedoGangu,porc:a:mplo,dcuai-
dadcs e"oglmicas exlremameate YllSlas que seriam incona:blveis no Sul.
Pork-,;e dislinguir formalmente entre uma hipcrgamia obrigat6ri.a e
uma hipergamia faaillativa, mas nossos conhecimentos apenas permitem
aperceber que a distinção só tenha, de falo, um pcquc1111 intcrusc. Supo-
nhamos uma easta que não fosse scgmcn1ada, mas composta de um ocrto
ntimcro de clãs auma wsta e>aensão territorial. É assim que aparece, ,;epn·
doalitcratura,arastaRlljpfll{ouscriamclhordi7.crasuboastadosRajpul.!.
propriamenteditos?)"'.Scosclb.sãocsiri1amcn1chierarqulzadosentrcsi,
como é o caso, sempre cm principio, aio se poderia casar com um igual.
porquescdcw:riaf1171:rumcasamcntoforadocll,c,dadoqucnioscpock
casaroomumamulhcrdccstat111osupcrior"',ahipergamiascriaobriga16ri.I.
N11ma outra (6rmula, da qual clistem m11itos c.. mplos, aio .ão os clis que
,,.;nhicrarqui1.adn<,mMagruJ"'mcntnsq11cs..indanaturc1.adasubcasla,cm-
boraniiotcnhamCMCnomc,equcsâo - curiosamente - assinalados por
ntimeros. Ne5se caso, pode-se f=r um casamento no interior de um dcssc:s
grupns(isogãmicos),1aa1oquan1oforadclcs,scndoahipcrgamiacotãoapc·
nasfacultati"3.VcrcmosumClCcmplo.
No moddo tliirieo da hipergamia obrigatória e, num grau menor, no
caso da hipcrgamia facullativa, observamos depois de muito tempo qllC OI
homens aumentariam na pane inferior do grupo cndõgamo, porque as mll·
lhcrcs se~·- de preferhcia own grupo superior e, aocootdrio,a me·
n0i< que se rcconcssc a vm1 poliginia maciça, as mulheres aumentariam na
partcsupcrior.Aprimeir1diliculdadctn:wlvida,paraoshomc11Sdccstatu-
toinfcrior,poruniõcscommulhcresdcm11rascaslas,asegwida1>seriapcl1>
infaatiddicidasíillw.,cootraoquc1>gDVllm1>inglêslut1>ucomsuCCMO.EM.a
r.it11açâo(illfaatiddiodasídb&soopico,rupluradacodogamianabasc,poli·
gíniadllSpodcrosos)tcaraacrlstic.adosRajpulS.
llUS1rcmooagora~quc.1õcsc,pl'racomccar,adi$1U.çàocntrçÇj)
samco10 primário e casamcotoscc:undário. ElaCllpliÇj) um disp<JO.itivoquc
conslituiria,dcoutromodo.umac.<c:cÇáodopontodcvistadacndogamia
Acootcoccm diversosgruposquc, pl'raasscguraràmulhcrumagrandc li·
bcrdadc dccasamcato(SCCU11dário)oudcuni6cssc.tUaÔ!emgcral,ocasa-
mcnto primário seja reduzido a uma simples formalidade ritual. N1> Su~ as
Dcvadas.iouprostitutasrituais,cmccrtosdistritosasBasavioumoçascoc.u-
rcgadas de dar um filho ao pr6prio pai, no Malabar (Kerala.) as moça.'l Nayar
para assegurar a filiação matrilinear, e, fato 0111.ive~ no outro cmcmo do
l"'!s.asmoçasNcwarnoNcpal(comumobjetivoqucaiodanâoficoudaro)
"'º casadas primariamente com um de~ um objeto, um fruto, ou wo ho-
mcm quc logo desaparccc dc suas vidas. DepoisaDcvadasipodcseprosti·
1uir,aBasavicaNayarpodcmtcruni6csc111qucrcprcscotarãoopapclso-
<0al normalmcoic atribuído ao homem (1ransmi1ir a liliaçào unilincar), a 1110-
<;a Ncwar talvcz possa tcr uni6c:s com um ho111cm dc c.1atu10 illfcrior ao scu.
O caso Nayar .i bastante motivei e merece pelo menos uma breve
menção"". Uma moç.1 do estatuto mais alto entre os Nayar ~ antes e.asada
mm pompa com um Brãmane Nambudiri, cujo lulo ela e scw mhos VCSLir.io
mais1ardc.Hajaounliocoabitaçãoerilualdcdiv6rcio,cssarelaçâoseinlcr·
rnmpc logo, e a moça contrai cm seguida casamentos sccundários com ho-
mens diferentes, de c.slaluto pelo menos igual ao seu, seja com Brimancs
_
N•mbudiri, seja com Nayar. A dificuldade aqui reside no falo de que o csp<>-
'º primtrio Dio é um objeto, mas CJ<atamentc um homem, e um homem não
'~de casta mas também de vama muito superiores: um Brimaac, enquanto
__
•1uo os Nayar do considerados com1>Shudras. Eis aqui, então, um casamento
........ - -
( _.., ....... .._ .... _._,,_ __
... -1 _ _ ..._.. ....................... ( - - ) • d o
:=:.:=-..:..::::-;:-.7~~~-::..-=-:c:..-;.
,_~
;;~~.s~~~~§~~~~::=:=""?....:.
d~gual maior como casamento principal! Mas, olhando bem, não há nada
estranho: do poato de m... hierirqllico U. llaveria um easamcnlo dc:s.igual
para0Brimuc,porquc1relaçloé,aoconlr.irio,dasmaishoorosasparaa
moça.(t•uraziodc5er:assqpanrparasiumcsposodowat111omaisclo:-
"""°possM:l).Ora,prccisamcntc1quiloquci!umcasamcntoparaamoça.e
para11SNayarnãoofparaossaccrdotcsNambudiri.Plracles,apcnasoli-
lho mais velho contrai casamento, com uma moça Nambudiri naturalmente,
aopassoqueoscaçub$siotratad11Scomoemoutr11Sl11garcsosioosfdbos
ilcgltimos: eles llio herdam e devem .e conlcotar com tOllcubinas Nayar,
5eodo também Nayar .,. fdbos que nascerem dessas uniões. Quanto ao casa-
mento ~Mio da moça Nayar, ele é, para o Nambudiri que af ligura como
"csposo",apcnasumritualooqualrcpr=otaopapclatribllldoaopaiem
seu próprio easamel\lo (amarrar o /Ili no ~oço da mulher), um rito de
~cmnoqualnioe>eistemarido.Ocasoi!crucial.Scscimagin.....,quco
casamentoínsscçomudadoemgcralpclnprindpiocndogâmico,elecoi>Sli-
111iriaumaellCCÇãorcdibitória.Sc,aocootririo,.ccompr""odcaeodogamia
como o resultado- gcralemoossosdias- dalciscgundoaqualumacaslll
niopcrmitetomarrimjugcsdcumcstat11lo11rlido1F1011r~inícrior - crc:cipro-
camentc recusa cônjuges de eslal11lo11irido1F1~11r~ superior quando nisso oão
vê nenhuma objeção -,entãobastaverqucaqllCSlionãoscconstit11in11m
casamento para o Nambudiri para.., ler ai uma comédia poss!vel. Percebe·""
com esse cia:mplopor q11C i!occcs.sáriocomideraro prindpiohicrirquico
comoprimciro,enioprincfpiodcscparaçio,ouumasupostarcpulsa,romo
dil.iaBougli!'"".Obscrvcmosaindaq11C,contrariamen1eaoqueocmprcgoda
mesma palavra por certos autores poderia sugerir, a simbiose d11S Nambudiri
e d11S Nay:;ir não tem nada. a ver com a hlpcrgamia: existe mesmo diferen?
dccstatutonoscntidohabitual,mascssadifcrençadccstatulonãoo!ncUlra·
lizada,clal!,aocontrf.rio,pcrtincntc- nomaisaltograu-,poisi!aprOÇW"I
dc11mpai60cialcdcpaisfisiol6gicosdomaisaltocstatutoq11Ccstácom1
manutençãodar.liaçãopatrilincar,naraizdainstituição"<.
Pode-se tomar como cia:mplo rçlatMunentc simples de hipcrgami• o
caso cl.issiro dos Brimmcs Rarhl de Bengala. Eles estio ~didos cm dlW
•Ubcastas,Kulin(litcralmcutc"dc(boa)linhagcm")cSrotriya.OsKulin,su-
pcriorcs,eramtioproairad11SeomomaridosdasmoçasSrotriya,qucehcp·
vamae5posardczenasdclas,r10eebcndodccada.,,,.pr=ot..ssubstar1ciai>
Naturalmente el..s não podiam manter tanias esposas, de modo que elll.\
permaneciam com suas famllia.'i e recebiam esporadicamente a visita de loCU
marido {di.J111Siçio similar à das moças Nayar, que as.•im rcccbi•m seus ma
""""''"-<r-·~ .. -··....--.-----...... -
--~-oqoilptn<WOdo _ _ _ .. _ , . . . . _
-·-·---- ...
~Do
'" dlvis..ão e a.; mcsm ..... O csqucma (F"ig. 2) mostra que, cm nümcm igual,
o <Cm levar cm conta a poliginia dos Kulin, as filhas oãn casadas aumenta·
riam cnlr.: os Kulii•, os homens "ão casados na segunda divisão dos Srotriyas
Nc!i.<;ec1<1:mplo,apcoasadivisãDmaisbaiu.i!cndógama,aopassoqucaslrês
""''""''lllcniu"'°damcsmaordcm cmrclllÇiíuàcasla,têm rclaçõcshi-
i><•Jâmiças facultativas. Tais siu111çõcs k\111111 a cooduir que a casia era
rndógama num .eolido mais eslrito que seu scgmenlo, mas não basta dizer
""i:éirnposslvelrcdllZitodispositivoaumprillclpiodccodogamiapurac
"mplo:..<' hi IUJla ~cndEocia.dcse assegurarem maridos de pml1>clcvad<i, e,
•1uand1>issofimpossfvel,1>grup<>sefccbawbrcsimcsm1>.Jáinsistim05na
1rncadcbcns(um•m11Ç1,com1><:-<"°""'cd.i.a.bcir1>cmtr11C.1.dcprcslfgio).
Use e.uinÕ>llacaist~nci1 de um1fónnulanoqwolacasiasesegmcota
cm unidade& u&ioaladu pl1f n~mcn111 llt dois casos. No primeiro, o grupo
supcriortmarcadoporumn(uncromaior,porc><CmploosAgarwal(Vaisbyas.
do(iujaratcdoPanjab)lbo\os''Wltc"(supcriorcs)cos"dcz"(infcriD<cs).
As duas divisões são codõpmaa. Os membros são Cl\tc11didos como u20f1JJ"
(de eslaluloinlcirn) cul0/20''(dces1atutodimi11uldo).Corrcspondc:ndoà
segunda di.;.;;o uma degradação do es1atu10 pleno, não surprecodc c11co11-
1rar os mcsmos gnipos c:rógamos nas duas divi$õcs. Os dois modos dc di-
visão, cm 20 e 10, e cm dis, aio se "rcconam" de maneira alguma, e sua
runçâotdifcrcn1c(Bh111t,p.49).
A outra fórmula, difcrcntcdaaotcriD<,t maisdifundida.Actedita-se
pcri;ebC-la na Maharasbtra, e t muito frcqiicote cm Ullar Pradcsb. Os clãs
dacastaMaralhiischicrarquizamcmcioconfvci>dcCSlatutodccrcsçcotc
corrcspoodcntcs a números cn:sccotcs: 5, 7ctc., 96; ocrcscimcmodo oúmc-
ro podc scr comprccodido pclo íato dc que cada nlvcl con1tm os prco:dcn-
tcs:cxislcmcmprinclpio96clãsnototal,coscincoprimeirosCSlãocootidos
nos sele segundos (oscgundolllvcl~ então, cons1itu!do,dcfa10, por dois
clãs).AcstudiosaK.i.-..timagioaocoojuntooaformadcdrculosconcfolri-
cos,scndoosmcnorcs•uperiorcscmcstatuloaosmaiorcs.E.scsgnipos.,por
n;io serem nomeados e por serem talvez rclatiwmcntc inst'...:k. são da o.ato·
rczadasubcastacoãodogrupoe•ógamo:o!posslvl:l,dcíato,conlraircasa-
mcnlo no interior dos. cinco clãs, e as mulheres o Ía>J:m o~·~cntc
porquc"oscinco",scaccilamreccbcrmulhcrcsdosgniposinfcriorcs,rccu-
sam-scadá-lasacl...,..
A m~a dispo6içio l\Umtrica t eocomrada cm Uuar Pradcsh sem
que, ao que s.aibamos, os menos numerosos sejam inclu(dos desta vcz nos
maisnumcrosos.Altmdisso,scasdcscriçócs- já antigas- indicamgcral-
mcnlc a bipcrgamía, elas são com írcqiiEncia complexas e coa.fusas*. Toma-
rci o cxcmplo dos Brimaacs Sarjupari ou Sarvari~ quc CSludci. Essc grupo
pode ser chamado de casta ou subcasta segundo sejam csscs Brlmucs con-
siderados çomo uma vama ou romo sendo tambo!m uma casta. &tio locali-
'.ados na partc orieotal do cstado, indicando scu oome 111J1a localizaçio "par•
além(alCSle)dorioSarju(orioRapti)"cujmlimitesprimcirosestiobojc
"-ll<anot.'1'-'*-PP"'·"'-
_Kaao _____ .... ___ ....
!li~1':':1~=--~·;:;.~~~=-~~~~~ ,~.-
Lao!ooo'(<f°"°"'r"'c.11tLJ<.l!lll«.M-.t"'6.W--C-.pW~- .....
~-°"'*"tr•c.iv.wm•.._~.--. ... M........_..__,._,..._11
f~~~~-%~~~
ultrapassados. Tem-se rqiclido, e i.mpres.o, que eles compreendem "as Ir&
casascmcia,astreztcasas,c .. cc1110cYi111ccciacomil".ÉdiflcilconscgWr
uma caumcraç.io 51!.U. dos ''Uts e meia" e dos ~1~". A palawa ""casa" pa-
rece fazer uma rcfcrtnóa, nlo •um çll, mas a um ghipo patrillilcar loealiza-
do, digamos a um grupo local de liahagcm e aos seus dcsccadealcs, mesmo
queclcslcnhami.mig:radoparao11troslugarcs.(Ogrupoconhcu,comoou-
lr~umao11lradivisão,estacmdW1Sscçõcs.)Apcsqllisaconl'1n11aqucocs
t~utoéa1ri1Ufdodeíato"àquclcsdet&llugar",comoaos"TivaridcRam
pur""{scadoTi"3riumdosllllllosvige111csaacasla),i.ndcpc11dcnlcmcalcda
fórnnila global citada. Esse po1110 t essencial sob muitos ponlos de .W.a.
Primciro,ac.as1atimcnsa,1alvczdoismilhõcsdcmcmbras.Ascçlosupc-
riorémuilopoue111111111crosa,cascçãoiafcrior,cmboraBgr11pcaCOJ11aga.do-
Jamaioriadacasta,e1111S1iluiumaunidadcdccndogamia(lc6rica).Ogru·
pamc1110 cm que se <:asa de falo t 11aturalmc111c muito mais ~rilo. Além
disso.s6scalribuiumaat1:11çiomuit11coaccalradacmlcrm11Sdeestatutoao
nlw:is superiores. Uma d=111de1kulas es1t cm llSO, cvidc111cmc111c i.asufi.
cicalcsparadisti.nguirocstatutodcqucmqucrqucscja.SiooslflWosbabi·
1uai.. ~ rcgi6cs: Ttvari, Dubc etc. Ademais, hesita-se até mesmo cm falar
dcc>1a1u10.Agrandcq11CS1ãotimpcdirorc10m11dcumarclaçiodci.n1cr·
<""'3mcnto,cofa1odcdar11D1acsposainícrioril'.aogn1podoadorcom rc-
laçioaodonalirio.O"cstatulo"dcq11escfalaaã11tcmncnbumcfcilofora
lla rclaç.ãodc i.n1crc.llllllc11to:scria melhor falar de uma ccnacspo!cicdc
roMidcraçõooudep~rgW,ai11damaisquccssaqualidade,parccli7.adaao
extremo, era alribulda a cada V1'Z a um pequeno grupo local 1111rcgional
Ncssase11ndições,t1cntadorcoru;idcraraf6rmulaglohalcom11WDaraci11na·
111.aç.ão operada num momento dado, cnV1'1h«ida e mais ou menos csq11Ccida
ilcpois,produziadoumafórmula"total"cmumacscala.dcprcstfgioque,por
•uapr6priana1urcza,tc11dcascpulverizar.Éte11tadora1émcsmogcncrali-
'"''·ºquccxplicariaadM:nidadccaconfusãodasdcscriçõcs..Legcndari.a-
mcnlc, por acmplo, vt·sc um rei de Bengala, Ballal Scn, iotcniir para codifi.
cara.prca:dênc:iascmccrtascutas.Oqucémaisimponantcaindaéquc,
lan1o•quiq1Wttonaf6rmWaidcal,mai5oume11asRajput,qucass.iltalamos
onlcriormc111e,ocst1tu1oouscucquivalcntcéa1ribuldo11ãoascgmcn1osdc
•·osla, mas a tl"'JHl' ~os. A difcrenÇll com relação aos Rajl'1'15 é que
de<prctcndembicrarquizardisintcirm,qllalldnsctralaaquidcli.nhagc11S
_
l<>cali7.adas"'.Subliohcmosof81o:V1'mos,dcumlado,ocstat111oscligarà
•ul•caosscusscgmcatm,j•c"Prcssoseslcscmpartcnaformadcagrega-
_--- .
Josdegrupose16pm1111;dcoutro, nó.<oV1:masscparcclizarcntrcgrupos
~1uiA cU>pmoo. Em oU\rOI tcrmOA, neMaS vastas o:astas cm que a hipcrga-
-----·- _ ... -
"•'"--<P•l ..... _.. ................ ..._. _ _ _ ..
..... -................................
....... .......... _............................
.......
-~ ~
... ......... ...
~- ..
mia permilc distinguir cswutos diferentes sem romper a unidade da easla, o
c.lalu!O sc liga do MI IOI grupos cDdógamos, mas lambo!m aos grupo. Cl'.6-
gamo:s.. l"50podcCllplicar1 facillclade com quc o ind/gcna, prcocupado S1>-
brctudo com o CSUoluto, pus1 de""' a outros, designando ambos em todas
asocasiõcscomotermoj{Jli,"114Scimcolo",qucdcsignat8Dloaeaslaq~to
seus segmentos"".
Sll. CONCLUSÀO
Emrcsumo,dopo:ntodcvisladoconjuntodalndiabirulu,aendogam.ia
i! apenas, Da i!poc.a modorua, um resultado médio e geral, Dum nlvcl ou DOU·
1ro,doprindpiobierirqllko.Comcfei10:
l.ascparaçãonuofcchamentodeum!VllpoCOmrclaçãoaoaltorc-
sullafundame111alme11tcdofecballleo10dosoutrosgruposcom rc-
laçãoaobailo(Nayar);
2. alémdasuniõcsilcgltimas.,cujosprodutos.s.iomaisgcralmentcdes·
valorizadosdoquccxcomungados,oseasamcntossàobicrarqu.iza-
dos,sc11doocasame11toprimário(dcumamulher)regulame111ado,
mas podendo ser tomado lktlcio, ao passo que ocasamc1110 se·
cundário,011dcelccmtc,podcscr111aislivrc.Asin$tilulçõcs1cndem
a manter o c:Matuto do grupo, mas não impedem, como s11plcmc1110,
aproliferaçãodccstatutosinferiorcs;
3. Daformadcbipcrgamia,ahicrarquiapcnelranoinlcriormcsmodas
instituições do casamento e do parentesco. Ela não"""' apenas
"temperar"' ac11dogam.iadoscgmc111odccas1a e remeter a endo-
gamia c.lrita a um nfvd superior (casta). ela produz ali! mesmo em
ccrtoscasos(Rajput)umarupturadaendogainiaDolimitcinferior
ao grupo.
Repilamos que~ nada diMo Cllistc, 110 momento atual, um acordo
calreosc.pecialislas.Entrclaalo,tbaslaateapr~.-çloprogrcssoqucum•
tal visão representa com relação às visões cnrrenlemcDIC admitidas.. Por
cxcmplo,.-çmosagoraaimp>Mibilidadcdcprc!cndcrqucao:aslae11pare11·
u:sco sejam doisdomlniosabsolutamcntec.lanques.E, sobretudo,ILllÍÍIC&D·
doodo111inioco11Sidcr1do,sôobtcirios11111aimagc111inJ1ni1ame111cmais.-ç
rosstmndascoisasscsupusermosqucoshomensvivam aascastasoucnlio
respeitem de forma automática n:gras draconianas nu cntio sejam CKWmUn
gados, o que, de res10, contradllia o esp!ritodo sistema, m.U. preocupado cm
dassificarbicrarquicamenteaspossibilidadc.human.udoqucemculuirou
punir quem não CSIM:r cm c:onfonnidadc com o ideal F...tou conYl:ncido de
q11e,Lidascomcsscesplrito,muitasdasbi1... mço••1•11rcn1u.elorn•i•n1
comprccnslYcis. To121cmos UID exemplo complicado de dassllicaçio e de rc·
laçõcsdc•ubcaslasnoUttar Pradcsh, ondclaisdisposiçõcsDiosãoratH:I.
Trata.se da ca.sla Dhanllk no distrito de Cawnporc segundo oC""5W' de
1911. BlunlcHunonrcfcrc121·scaoca..oro121oumacuriosidadc"".Exislcm
cinco subcaslas, cujas rclllçócs mudam de uma parte do dislrito pua nutra.
Eslabckcc11dnumahip6teseramávl:lparanambicnlc,suporcmosqueafá·
cie> ~ hipcrgimica. Pndercmns, c11tio, tol\Struit o esquema seguinte, cm que
a ordem hori:r.onlal,dacsqucrda paraadircila,com:spondcaumcstatulo
hipo1clicamcn1cdccrcscc11lc;canrdcm..,11ica~dccimaparabaim,auma
scparaçãncrcsccntccotrcassubcaslas.Osoümcm<corrc.poodcmàordcm
dacnumcração(l:LallllgbBJSaclc.).
Vê·scqucaordcmdassubcastas(horizontal)wriaparaasüllimas:Je
um postomaisbaixo11&primcit1linhadoqucnasscguintcs, 1c2mudam
sW1Sposiçõcsrespcdivascnlrcasduasprimcitascasduasflltimasliuhas.É
mesmo um çaso de diversidade gratuita. É muito pouca coisa, e csus mo·
.,
dançasscc"l'licamscscrcOctcquc,scndoacastapouconumcrnsa,adassi·
r.rn~io das subcastas deve levar cm oonsidcraç.io diferenças no comporta·
Sepc1110Çto<llG1t&Dlwonul<,ddlfilod.cltao1""'(U.P.)
...O:::!!:::.=!<c
,.,----
l'J [] l'J(~ D)
['] [] [] ['] []
(•)N~"'°'º"'""""'"'"'(""'""'lu)q""nloodmd<m•nlc..,...m<nlO
O c-......,_...,,...,ni11uoum01>1"'"'P"'"'°
meatodosgruposloeail..Paratcrminar,notcmosqucamllduçamodcrna
ma&. frcqiicolc na mattria coD&iate ooscuamcntos catre su~asdifcrcnle>
da mesma casla (DOU lt2e). Comprccmlc:-se melhor.,..., fato se se admite
qucacndogamianâos6CS(jlipdancWJtic1UraumnM:ldcscgme11taç.iofi·
u. ,.,.. tambtm t inais waa impLicaç.lo da hierarquia do q,.ç wa prindpio
i.adcpeodcotc.
______ __ _
hsocorrc.!lpoodcpc:rfeitamcntellhicrarquiadosíilhos,qucfaz.epiirofilho
- - ) 0 _ _ ..... _ _ _ _ _ _ l _ _ ..
,,., r.... ... - - . - - . . . . . ........ - .... --.....i-o-c-_......
_,...._.,...._ .... ,.._..,
-.............-----·--
......... . . - . - . ................... 1"....
.......................... ................_
~,....---·-··-
""""i"""N'"'""'"'"'_'_............ , •• -.......
~
º-"°""""""i,,....
--.......
'""""""')<, ...
.... - .......-"".._.
--
principal - o w.ico, cm •wna, que t ao mesmo tempo legitimo e natural -
nascidodeumeas.amco1<>isoglmicopclagr•daçàodo.filho..c.....,dirios,
que s.io ou lcgftimos ou cutio naturais. A espos.a Çlldnl de um "duas·ftzn.
nascido" t frcqile111emc.ntc çonsidcrada, sob o signo do pruer, oposta ao
dlwma (Vas. XVIII, 18), e Diosc lrata ai apcnu de concubinato, poi5 Vasis-
tha fala de um cu.amc1110 desse tipo (.cm m11111r11 ou f6rmula vtdic:a). mas
não o lprol'll de nenhum modo(!, 25-26). Há rcfcr.!ocias dimas à ccrimllnia
mcsmadcssctipodcc:asamcolO(Manulll,44):amulhcrÇiidrildcvetocar
apcoasaflmbriadaroupadomaridoctc.Ora,vimO!lacimaMBlluproscrcver
cs.cc:asamcntoparauduasprimciruvamas.Pcrc:cbc-sc,enlAo,WDadis-
tioçáoeotreoquco!p<IS5heleoquco!rccomeod.ivcl:oidealtclaro,apriti-
caacrcsccotaaelc costumuiafcriore<c,cm faccdtstcs,osautorC$as5U-
mem atitudes vaNvcis de vm a outro texto, e att me<mo nWD teicto: assiia,
Maau, altm de algumas palavras sobre os pratilomas ahomilllldos, i.ndic.a ao
mosmo tempo o que s.c faz e o que seria melhor não f;ucr. (Cf. Ili, 155, onde
C«lu.ido,rlddhaoBrlmmecasadocomumaÇlldnl.)Seriaprtciso,eotio,
rccoubeccrncssestcll.os,porumlado,rccomcndaçõcsdcdh"""a,deoutro,
prescrições propriamente jurídicas, e, ligando e de alguma maneira domi-
nando, rccomcodaçócscprcscriçõc:s, a preocupação maior econstanle de
hierarquiz.arosc:asamentoscasuoiõcs,ascsposascosfilhosunscomrc-
laçãoaos outros. Vê-se oilidamcntc os casamcnl°' se hicrarqui:r.arcm cm
trêsc:ategorias:l.ocasam.entoÍfltc""""a,indispcns.âvclaosdua.<-vezc.s-nas-
cidos paraamaoutcnçàodocstaluto da linguq<:m (c~cclopara algunsdis-
posilivosprc~osparasuarcconquWaquandoacontcccdecleserpcrdido)
capcnaspcrmilidoaos(bomcns)Çri.W;2.paraos"duas-veu:s-nascidos",o
casamenlocomumamulhcrdccateSo•iaduas·vezc.s-oascidainferior;l.para
osmcsmos,casameotosi;.omumaÇiidrilquc,cmboraexistcntc,o!duaconse-
lhado..Podc-secomprccnderquccstal'.ihimacalcgoriacmbaraccO!lautorcs::
podeumcasanicntopar1iculanneatesemrccitaçãodemantrawtirverdadci-
r:uncn1c um dl13S·vezn.naseldo, ou seria ele \lDI modo de unir a mulher
Çii.W,quc,Mvcrdadc,dcssepontodcvisla,niotmaÍ$doqucumacono;u-
biDa? )...., parece acootwor oa ambiglüdade da posição do filho de WDI
Çlldrildopontodcvisladalcgitimidadc,oudaherança.Ora,Manudispõc
{IX, IS'l-IS3) que, se um Brâmane tem um filho de esposas proveoieatu de
c:adauniadasquatrovaroas,aspartesdahcrançaserAorcspcçtivamentc,em
do!cimos,oaordcmdcc:rcsccntcdasvamas,4,3,2e l,Wo~,elctransen:vc
cm proporções a hierarquia de i;ondiçôcs e supõe implidtamcntc lcgflimo o
filbodaÇíldril. Ora,aoC011Lrúio,clcdcsqualificacsscfilho,atribuiodo-lbc
apcoas aquilo que seu pai lhe der cnquantoYi....:r. Na hicr~rquia d<» filhos
secundúios, vma parle doo. au1oru coloca no '11timo lupr, o dtcimo-tercci·
ro, o filho da mulher Çiidril. De um modo m1Í$ pn~>lem,tlrn, ro•lc·:ic: rer-
gunlar K algumas complio:a,õcs dew5 lcllU• nlu l"""''lam dt· ~ma ouln
fonte. NAoc><ii.liri.ocnllo comnnol1>o><arnnlrm1Mdmo •lno•flin<>diíc·
da c11Lrc os Kshalri)"'? Se,...;,,, fosse, o esquema blcdrquicoc.Ugiria, ao
mesmo tempo, que os CO$tWDC$ Kshatri)'ll fossem Rdmitidos mesmo sendo
•ubordlnados, e quel>lo&e recusasse aoBrlmaoeumapn=nogatlvadc q11c
osKsbalri)"'faziam usoabW1dllDtc.Do11dcdCC01TCSSCmtalvczmuitasdili·
culdadcs.Masaindal>loestomosabsolutamcn1cocnosdcqucho11VCMCuma
rclaçioes1reiu.c11trcaspre&eriç6escapdticadafpoça(dcquctpoc:a?).Os
slwlrasl>lolfaJ>SCUver8Jll 11&1iDguagem das\llnlasas prãlicasdeCISlas?
Aqui, $Ó se pode !cotar rçco11$1ntir uma parte do esquema coDDCltual que cs·
se.11ci1osaprcscnl801.
REGRAS RELATIVAS AO CONTATO
E AO ALIMENTO
CollCluitcmosocstccaprtulooo:studodascaractcrlsticasquc,comoa
cndogamia,parca:màprimciravistaserdaalçadadaseparaçiodasdiforco·
los castas cnlrc s.i. Com uma cxoeçio, colrc!anto: a justiça, ou mais geral·
mente a autoridade interna à casta, será rclcgada a um capitulo posterior
(Cap.8).porqucaautoridadcin!emasedcixadilicilmcn1cseparardaau10-
ridadccxtcmacporquccstamanlo!mligaçõcscs1rei1ascomopodcr(Cap.7).
 primeira vista, podcr-sc-iaser1cn1adoaagruparconjuntamclllcas
•cyasrclalivasaocasamenlo,aoalimcntocaocontatoflsicodlrctocindlrc-
10,;ob a mesma rubrica, a das regras de separaçioou das interdições de
""rnnta1o"nosco1idoma4gi:ralcvagodotcrmo,ccss.a1cndtnciao:sttprc-
'ººlcnalilcra1ura.lssoseriaumcrro.Jtscpcrçcbcuquc,noquccona:mc
oocasamclllo,ascparaçiocslaw.maisimpLicadapclabierarquiaccnglobada
nela do que constitula um priadpio fundamental distinto. Do mesmo modo,
•ndiscu!irmosasformasconaclasdcmanifcstaçiodoprindpiobicriirquico,
romoslcY11dosaabordar!anlooalimcnloquanlooutrasformasdecon1a10
fblrodirclDC\/ÍmOJ,cmparliculu,qucasrcgrasrclaliwslMlalimentopcr-
miliam a:rt ... rcl1ç<'lu entre calas. l!m nenhuma instincia aquilo que parca:
•110cidonlal provirdawipar1çiooodciuir.olarpcrfci1amcntcdarclaçioc
d1hiuarqui1.AArcp1•<1u' .. mn1111 ..•rl1<cvcmcntccmrcvistal6se1prc·
•<Dlam clalM>raJa• n• mrollolo 0011 •1ur IM"t"1il<m urlas 1daçõc& e,'"' me.mo
tcmpo,prolbcmoutras,c,..propor?ocmquces1iollgadasàhicrarqlliacà
divisão do trabalho.
A SCpllraçâo comoprindpiogcral t oqueQlácm realce cm nosso
csprrito,céprcciso,noquellu:dizrcspcito,noslivrarmosdaquiloquccla
apresc:ntadcdiliculdadcnadcímiçioinicialqueutilil'.1I11os.Nofimdascoo-
tas,ascparaçãorQultadaorgmixaçãodoconjunlo.Comojáindicamasdc
passagem, temas aqui um caso particular de uma lei CS1111twal: para um gru-
po situado num conjunto, sua relação ao conjuoto privilcgia ou comanda su.o
afirmaçãodistinlaesuacocsiointcrnaw•.Poroulrolado,nan11lrapoola,de
algummodo,cadaumdosagcntcsconcrclosdecon1atotemscucarae1erçs
próprios que comandam"' particularidade• das regras relativas a etc.. O
mesmo acontece com oalimcnlo,cspccialmcnlc imponaolc,enãobavcria
grandeprovciloemconsiderá-locom.oummodoparticulardecootatollsl<X1
iodirclo.Asn:!1fasrelativasaoalimcntosãomuitopróximasdasdocasamco·
to, mas ainda assim t preciso tomar cuidado no levar muito longe essa apro-
ximação.
Dcpoisdealgumasobscr\lllçOOrelaLiva.<aocontatocàinLoc.abilidadc,
nffinosrefcrircmos.OOrctudoaoaLimcnlo.
______
gcraisconsulladossobrccssaqlLCS!ão.SlCY1:1l$0D!Cndeacrplicaraim·
porlinciaquescalribuitantoaocasamcoloquanloaoalimcotocàbcbida
_____ _
atravtsdesuaconslderaçãocomoformasdcc:ontatoparcio;ularmcotegravu.
Elcdistinguecntrepoluiçãocllcma,quepodescsuprimidapormeiosBsico:i
""_, ,...._
__ . ___ __ .....
(---..-;.--......----
,....., ... ......,_ ..--..,-(-
e..... .. _ _ _ _ _ _ _ _ .,_.,...... ... _
-.,_:R.F-on.l!.-.---...11---...0._-1,,.
(--do-)•·-·-(. -.-........ _, __ ..
.. _ _ . _
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. (. . . .,. .-.. -· . . . -u-. __ ,_
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- - ·.... -~-·"'"( .......... _ _ ,_)<lo _ _ .... _ _
pon•-·-·-~·--
~-"',.,,,...,.
t~~.Y::.~:::.s~=·:.=-=:=:=:-.::·.
(banhos, limJl"za nn caso~ um nbjc10), e poluiçio intcma - tal como pode
rcsul1ardaabsorçâodcalimcntos,oudcrclaçõcr.scxuaisnncasodamulhcr
-,qucseriamaisgravc,pnrqucn.!iopoclcmscrapticodosaclaosmesmo.
rcmédim.SóumaJl"qucnapancdosfa1osfic.C%plicodadcssamancira.Po-
dcserqucnnçõcsmaisnumcoosscmclba11tcsaessas,supos1aspnresseau·
tor,cstcjamprcscntcsalgumasvcxs,massua1cntatlva,110fündascon1as,ti·
ga.ummundomuilodifcrcntcdccrcnçascdcrcprcscntaçõcsàsidi!iascsJI"·
<ializadasdosmodcmossobrcalimpc>.acahigicnc.Ocasodamulhcr6i:a·
1actcrislico,poiscomoscpodcahslrair1udooqucdizrcspci1oaoscucstalu·
tocaoseupaJl"lsocial,tudooquccstácmrclaç.ioaofaloalcpd,....?
Naveldadc,osra1osdcqucsc1ra1aaquicstiocstrci1amcn1cligados,
cmprimcirolupr,àgradaçãocfc1ivadascas1ascàdivisãodotrabalho,É
preciso aqu~ já se disse, dar um amplo espaço ao poolo de vista "in1cracio-
nal" de McKim Marriott. Mas eles estão ligados também, cm segundo h1pr,
àsid6iassobrcaimpurc1.a,uamcdidacmqucclasullrapassamaimpurcza
pcrmancnLcdcça.ia:impurc•.anaYiapcs.wal,qualidadcsdosobjctoscmrc-
laçào com a impura.a. Se se .... bc que a hierarquia não 6, cm gera~ comia·
mcnlcaprcciada,scse"8bc,porou1rolado,quca1coriadopurocdoimpu-
<uaindacstácmsuainfância,scscsabc,linalmcn1c,qucamaioriadospcs-
qui.<adorcscslámuitomcnosintcrc.<sada~asp«1osrcligiososcnquan10
<>•Íalos,cmsuasdivcrsidadcsrc!Ponaiscnosdclalhcsinfinilosquclhcssão
1111:rcntcs,c::xigcmumaatcoçãomrcmaparascrcmdcscri1osdcfonnacom:-
1a, comprccndcr-sc-ã por que nos ((ln\cntamm aqui çom algumas obscr-
va~õcs sumúias.. O csscncial foi dilo quando !ralamos da passagem da impU·
rcr.apcs.oalclcmporáriaàimpUre>.apcnnancnlcdceasta,damul1iplioação
Joscriti!rioshicdrquicoscdagradaç.!odoscstalu1os<ao.
Quando Kc!hr, aparcntcmcn!c pcn.<ando cm Bengala, distingue as
ca<1as inferiores cm ordem dccrcscen!e,scgundoclas poluam pot((loLaLo
umV3Slldete1Ta,umV3Slldcbronzc,opj1iodostcmploscosfliodcsuaha·
hi1~.-ão"",parcecqucclc,àprimciravisla,mcdcin1cnsidadcsdcpoluitâosc
~undo a na1urc>.a do in1crmcditrio nooontato. Masisson.âoé1âosimplcs.
N<,,;doisprimciroscasos,diz·sequcoYDSOdelcrTa,emusonacasadcum
llrfomanc - suponhamos - e tocado por uma pessoa de uma casla suficicn-
Lcmcotcimp111a,dewserlllbllitllldo""equcumvasodcbronzc,nasmcs·
mas coodiçõu. d~ ser submetido a uma limpc1.a. No terceiro e no quarto
casos,di1.-scquc:,dcí1to,ocrtuo:as1asnio1Emodircilodccntrarnoplitio
dotcmplo(paraoosccrtif1a11"111C111dcq11Csctratadcpoluiçào,scril'lncccsú-
rio que o p!lio fosse, quando poW""~ livrado da impurcza Dm contrafda,
doqucbácxcmplosooKuala)cqucoslntoebcis.nãopodcmrcsidirn.1al·
dcia, mas numa cabana diferenciada. Em •uma, e como jli \/Ímos (§ 35), a es-
cala de Kethr rcconc a critérios cdmodos numa rcgiio dada, mas hclcrogt.
ncos,pararcpartirascutascmgrandu.:McgoriasdcQtatuto.Noquc:dlz
rcspcitoàpollliçàopormciodoslugan:s,podcr-sc-iacomeçarpclacozi.nba,
o lugar da casa mais. vulncrlivc~ cm relação cvidcn1cmco1c com a vulncrabi·
lid.adcdoalimentocdocomcnsal,oquccomplicau.mpoucoaquCMâo,por-
qucac07jnhattambémolugardcccnasprcscnçascspiriluais,talvcz1J1CCS-
1raiscmprinclpio,comoeocasoexplrcitodcccrtas1ribos(Conll'Íbulionslll.
p.38).
De uma maneira geral, com relação a uma família ou a uma dctcrmi·
nadacasa,acscaladoscontatosproibidosouevitadoscnquantoimpurosrc-
pr=ntaafaccvividacomrclaçioacsscsujcilol"'rliculardainlcraçio11Ja•
duadadas ca.1ascntrcsi. Essacooslalaçãoaparccccommuiloclarcza,..
(Jnicapcsquísafcila- atéondceus.aiba-sobrco,...unto,ojámencion.ado
uabalho de Paulino Mahar"". Com efeito, bastou que essa pesquisadora,
prcocupadaemCMudaragradaçãodoscslalutosdascastasnumaaldcia,cs-
colhcsscparascuqucs1ionáriodcentrcvis.1as11c>,ecri11!riosdecontato(quc
indulam dois relativos ª"alimento) para obter de uma t'.Ptica vc~ uma gra-
dação não só das castas mas tamb!m, complcmcntanncntc, dos critérios 011
das fonnasdc contato, DU pc1DmenosdeumapartcdclC5. É, com efeito.
ooláY1:lqucosinformantcstcnhamcl,...ilicadoscisdas1rczcformasdccon·
1a1onumaordcmíwi.Sãoclas(ordcmdeinlcnsidadcC>'CSCCntedoconlalo).
l. tocar as crianças; 2, locar voo!; 3. fumar o mesmo cachimbo (mas du
pelo mesmo bocal); 4. tocar vasos de broru',e; S. fornecer alimento (rilo
{pllkkd);6. fomcccralimentocozido(kacc.t).Ali!mdi.so,cillcoootroscrilé·
rios foram colocados na Wínhança imediata de ires
dos prco:edenlcs. Em
particular, tocar um recipiente de água,cntrarnoambicntcondesceslli<:<>·
7jnhando e toçar um nso de ICITa es1ão sensivelmente no Dfvel da poluiçJu
maisinlensa(adoalimcotoditok<lml).
Sçjam quais forem os méritos e os eDS.inamcntos dcs.a pesquisa, cio t
~mitada no sentido de que íwi prilldpios sem wudar sua aplicação: se••
El<-.---·-----h--·-·--
------·-.......... -t .... _,. ...... ,...._ ......_ .........
. ------"'-.. .
... --~-1""'*"'-
_M. ....... -,. .............
==:.:.::""'.,.;,=:::-..
-,-
y -..... -....... , , . , _ .. ldlll'I
.................
:'.':".:.'7~'··..- 111·0,. . _ _ _
P".
traiadeadc:ntraracozinhaoudetocarumvaso,.eriaprcícrM:\..,bcrcm
q11ccircunstinciasaquestlosccoloearcalmc111ccq11aléarclaç.iocotrces-
<asintcrdiçõcscos.scrviço&domtslicos.prC$1adOliporccrtaso:aslascnãopor
outras.. Por cl<Cmplo, para cmpn:star um fato a um outro contexto, ~m
dcvetocarosvasosdcbroll7.Cscavasilhas11jatlimparcgularmc111cporum
Kahar (o;a>.ta pura: carregadores de 4gua); altm disso, se um cachorro nesse
meio tempo lamber os pratos, isso não causa nenhuma ÇO!l[plieacão (U. P.
oric111al,obscrwçiopc:ssoal).Sc:riaprcciso,comefoito,dislinguircolrco
contato geral e ocootatocspcciali1.ado. Porcu:mplo,comoéqucolavadd·
ro,quenonoalmcntctcmtoda~bcrdadcpar1cntrarnaeasa,apoluiquando
avcmdccorarparaumcasamcoto?Sugcriu·scqucclcaioapoluieoquanlo
ag<:ntcpurifieador,quandovcmbuso:araroupasuja,masclcapolui11.1cir-
c11nstância particularporq..eagecntãocomoqcntcprorano, fonccedorc
1ru1aladordostccidOlidcqucdispõc"".Mas,paracsdarcccresscsponlosca
relação entre os priDdp~ da qual ct.tamos ralando bá muito tempo, e arca-
lidadc vivida ainda, t prccisoquescfaçampcs.quisasiDlcmiYasapartirde
h1pólcsi;,ra>.oâvci$.
Amcsmacoisascpodcdin:rcomrclaçãoàintoeabilidade,apcsardas
coniribuiçõçi; réccntcs"ll. RcunamOli alguns ponlos já obscrwdOli cm {llllras
rclaçõe5parafv.crscnliroslimitcsdenoswsconhccimcn1os,SC111rctomar-
mm ao principio (t 2.5.1). Definiremos. a intoeabilidadc: da maneira maisoor-
rcntc: pcla scgrcgaçio nos. eascbrcs - ou no& bairros - dislinlos das eatcgo-
rias mais impuras. E..c traço é pan-indiano,do mcsmomodoqueauso-
<iação a uma função religiosamente pertinente (esquartejamento do gado
morto e consumo de sua carne:, tratamento do couro, fun~ crematória ou
limpc7.a do lixo ou dos.c1crcmc111os,criaçãodcporcosc consumo de sua
<arnc). Já nos defrontamos af com um problema; o lavadeira, embora ele lC·
nh3umaocupaçãoligadaaumaimp11rczadMmaisg:riwcs.aiot<:Eluldoda
oldcia, nem o barbeiro nos lugares cm que ele tem, como no S11~ funções re-
l<&i<~ ruacrúiu. lllSO se deve ao aspecto pessoal de seus serviços. que se·
rl1mtorn1d<>111111pooalvcispor1C1111N1tl'Õc:5scell:llfosscmio1ocávcis?Entrc·
lanto, vcrem<>0em seguida qllC o la\lldor t intocável paraos lotocá"'is"°
UllarPradc&b.
Alt!m de$$Cll aspeçtos scrais. as diferenças regionais se impõem. Á
primeira vist:a, o Sul t muito mais rigorO!(I que o Norte, e tem-se a imprwio
dcqucoque110Sult.eotido~c11tctn0Norte,emgrandcmcdida,
quc:stâodcctiq11Ct.a.Tcmosqucmati7.arcsscjulgamcoto:tvcrdadcquc110
Sul o sentimento de intcrdcpcndencia t mais marcado (funções musicais dm
lotochcis nas fClllas familiarc.s e mais ainda nos templos, [unções a1t mÇ$lllO
de ..ccrdócio cm que a intcrdependo!ncia t claramente morada)""', e Dio
deve c.ausar surpresa o fato de çons1a1ar que o Su~ çomplcmentanncote,
accntu.aadistânciacfoimuitomaislongenaimpos.içãodcinc.apacidadcao1
muito-impuros. Mais precisam.cote, çonstatamos nas regras de distincia g•·
duada do Kcrala muito mais traços impostos do que regas f110óonais paq
prcscrr.uapuru.adossuperiorcs.Poroutrolado,sctvcrdadcqucoquadro
corrcspondcntcaoU1tarPradc.sh- nio$6000CMc,ondcafâcicsrcbiU...·
mcntcpoucorcligiosaassociadaaoseultivadorCllJl/foiobscrvadabt"lllito
tempo, mas até ml:llmo no lcstc, onde a sociedade t muito mais hierarquiza·
da - trclati..,..,.cotcpoucoaccotuado,notamos,cotrctanto,qucoCllpccia·
lisufuner~rio,oMahabrahmaoa,aíinspiraumhorrorpropriamcntcrcligio
'"-'• e cmprc.•tarcmos a Blunt um quadro da inln<ahilidadc que mostra wm
suíiciênciaqucoãoe>tamosdiaatcdcumaqucstàodcetiquctapurac•imple&.
N.iGsiJcxi.•tcumaCllptcicdcc<>J1coninciacotrcosCam.ar(pcssoasdo
couro). os Dom (funções funcrtriu), os Dhobi (lavadciros) e ou1ros mail.
mas eles são intocáveis uns para os oulroswmo se as polui~õcsdcorigem
diferente fossem distintas cm li mesmas. Num total de vinte e cinco caslM
~e intod""is, czistc apcDas um pequeno nümcro delas qoo nio eo&i·
dcraastrê>castase111qucs.tãocomointocáYCis,asabcr,rCllpca.ivarllc111c,se·
te para os Cam...-, oito para os Dom, nove para os Dhob~ ao pa$$O que uit,.
lc111 trczc delas para m Blwiai ou lixeiros. &ta.nos diante, nesse caso, du
lris espécies mais poderosas de impureza. Embora as mulheres Canlar c~er
çam com frcqüéncia a f110çio dc partcirll$. B impurcza dos Canlar é wmple·
mentardavcneraçàodavaca.Bluotoonsidcra,paravintcccincocastasinfc·
riorcs,qucaquclaspcrtcno:ntcsa cincocastastipo(asprcccdentl:lle um•
outra aparentada aos Dom) sio coMidcradas como intodvcis. D resultado.
postocmordem,~oscguintc:wnacaota(bcm·•uccdõda)col>Sidcraticin<<>
çomoin•ocávcis,scisselimitamaqu.atro,oitoatl'U,sclcaduas(""ndorn
mo iotod.vcis os 00111 e os Dbob~ como to e.aso d"' Camar, ou os Cama• o
osBlaangi),mõs,ímalmcote,comidcram1pcn""uma.Podc·..,..,r,rcwrren
..
,o-.s.s-.. ..
lllua~p.102) .
1-•m~,....2S-moi0>-(UnarP.-d.
.""""""-
• A - q .. ........-1 .... _ l l l - I
-"l"'loqw....._-IMolll
do ao quadro, quedadcsordc111 apareoleemergeumaocnarcgularidade,
lanlomaisobãc......ivelq111.11toaetratadc1odaacxtcnsiodoE.lado.Elasc
deve, por um lado, aocdabclccimcotodelaçosdc parcntcscocntrcccnas
caslu,comopor.,..,111plocntrcosD<lmccastasdcrMtdasdcle<.Emtodo
i:aso,vê-s.o:como,oonfvcl111aisbaixo.apreocupaçãocomocsla\utoai.nda
est:i.prcse11te"".
Us.o:terápcrccbidoq11eBllltlt,1<:guindooCtnsusdaregiiode 1901,
dcíuieaintocabilidadcoomrclaçloaumacasladctcnnioada,aopassoquc
06sa1omamoscmtcrmosabsolu1osou,s.o:scquiscr,comrclaç.ioàscastas
não s.o:grcpdas. Alfm disso, Biuni não oferece um crit~rio preciso.
A prop6sito da intocabilidadc cm &e•al. o leitor moderno sem dâvida
fará uma pergunta como a seguinte: por que castas tão amplas como os Ca·
mar de Uttar Pradcsh, que representam antes de ludo a ma.<;Sa da mão-de-
obra agrloola, mio-de-obra Dill livre, são precisamente elas consideradas
como iotocáveis7 Nio c.Wiria ai pura e lÍmplcsmcotc uma "raciooalizaç.io"
dc•ua opross.ioc de sua e>:ploraç.io70bscm:mosem primeiro lugar que
do sabemos cm absoluto como t possível que os Camar s.o:jam mais nume-
rosos que lodos os outros Intocáveis da resiãotomadoscmconjunlo.Maiii
cien1ilicamcnte,apcrguntadC'ICriascrformuladadascguin1cmancira:qual
~a relação entre a expressão religiosa da oondiçiio de Intocável e a funçAo
geral, espécie dcscMdãoagrlcola,d=ascastas?Semprclcndcrcsgotar1
signilicaçàodofa10,qucK tomarAmaisclaraquando1ivcrmostratadoth
dominância cdopodcremgcral,podc-scdi1.crapcnasqucainfcrioridade
rcligiosasólidadcssascastascxprimcccnglobadcfalosuadcpcodênciae•·
1ri1acmfaccdo<.dominan1icsnoplanoniorcligi""":osjnlimosconheccm1
maior sujeição. Ou ainda: asolidaricdadeltiedrquii;acntrcasduasvarnu
•upcriorcsscreflctcaqWoofatodcqucosquccslãomalcrialmeolc•ubmc·
lidos ao mais alto grau s.ão ao lllCSlllO tempo \IÍStos como supremamente
impuros.
_____
algumas dessas regras não estio diretamçntc ligada•• ço•ta t'.\>mc~•ndo I""
__ _.
'""' W dcpo>S de algum 1cmpo, o alimento do família de sua noiva°' .
... o...
_.___ ___ .,.......,..,...
....-"""--.--,,...,-w..,..111-...
.. ......,_,
.... ,.",..,,..,,. ..... ___..,
... ,,_,...-#......,_ ..__ ... _ ......
~ ..,.......,--~--
Vejamos agon. 'Cf'111 rdatn. à absorção e à preparação do alimcolo
ordiairio i>0 io1eriorda íamllia. Niose !tala apenas de evitar oçon1a1odc
"i"nlcs pohaidores (mesmo da mesma casta), mas de precauções gerais, En-
tre os Brâmanes, o comensal~ ser puro (ele se banha e tem o busto nu) e
se colocar ao abrigo ele toclo conwo impuro. Come .ozinbo ou aum pequeno
grupooum"canto"puro(cau.U) da cozíoh.o ou num loc.alvizinbodacasa
cuidadosamenteprcservaclodciolrUSÕcs.Todocoo1aloimprcvistonãos6dc
um homem ele baixa casta (h vezes. att mesmo de sua sombra) ou de um
animal, alt mesmo de qualquer paooa da familia (mulher, criança, homem
que não fosse purificado para a rcícição), tomaria o alimento inronsumf·
vcl"". Acrcdila-sc que o alimento C07ido ordillário t particulannenlc wJ.
oerlioc~ u.sim como o comensal, sobre quem os tc>Xos dizem que csc~ mcnoi.
puroaotermioararefeiçiodoqueantcsdecomcç!-la.SemdCMda,asrc-
llTISesiãoloogcdescr1iocscri1asparaosnão-Brâmao....,.Nofimdascoo·
1as.pareccqucs6sepodccomerladoaladocomosparcs,queobospcdciro
em11.cral oãocomccomscusC011vidadoscquca rcfciçãoniotareuniio
plclllldcoonvt:rsasquccollhccc:mos:turnaopcraçãottcnicaqucs6dtlugar
a uma margem muito escrita dc liberdade. Psirol6gica e lingüislicamentç, t
considcrávclaprcssãosobreo"comcr".Noqucconccmcàprcparaçãodo
alimento, sabe-se que a mulher meftSlruada, pelo menos cm termos mui10
11.crais,dcvcscabsl.crdcssclrabalho.Nasocasiõcssolencs,pelomcnos,cp1·
ratodasasçastas,acozinbeiradcvt:scrtàopuraquan1oocomcosal.OBrl·
mancénaluralmco1cocoiinhcirocscolhido,cércspci1adoncM&fuaçio,di·
rigc-sc-lhe a pal.avra b011orilkamente como "Pandit". É comum ocr,
1ambtm,un1Brãmancqucscrvcumaeastamuitot»iixascrsubstitufdopar•
oritualdeluto,aopassoquecuidadaoo1.inhaporocasiiodc111nbanquetc.
Nãotdccspao1arquccsscalimcntoto1idiano,cujocozimcnloecon·
•umocl<igem tantas precauções. e que t tiovulncr;ivc~comooprõprioco·
mc1151I, à impureza, não"°""" em geral passar de uma casta a uma oulra. e,
parmalsln1imamcn1cqucaprcocupaçãod.aimpurC7.auna1udooquccon·
cerne aoalimcntoàinstituiçãodascastas,podc-sctcnlarcompreellderpur
<&::---"'-""'"'"'"'*"''_.
UI.O.
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do~)-
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..
~~~~f.~~~~.:§-2
que "alimcnt<> cozicfo 1prcsc11ta ç.aractcra tiD panio;ularcs. Ji foram pro-
p<t<tas divcrsas bip61cscs. t evidc11te quc a tcu mcwi.ic:isla j' mcoc:io11ada
de Slc....,11S011 56 dá amta de uma parte do complexo: 5C o alimcnlo era um
agcn1cpndcrosodcpoluiçiDapcnasporq11cfosseingcridoc.ctOl'1UISM'par·
te integrante de quem oabsorveu,Dio.ccomprccncleria nem a diferença
cr11oialcn1rcocrucocmidn- umfrutomaduroéconsumidoscmpropa·
ração alguma -,ncmapurificaçiodocomcnsal.Huuo11,por.c11tlll'l\O,rc-
motcàsnoçõcsanimislasàsq11aisscrccom:11durantca:rtotc111poparase
oxplicaras"panicipaçõcs"entrcascoísasoucntrcohomcmcosobjctos,c
particulanncntcànoçãodcsuu/-JIU/Toualmamatcrial.Estamosaquimais
perto de umacomparaçiohcm orientada e de reprcscntaçócssubjaccntcs
aos usos, mas a noção cm si mesma esi4 sujeita a caução"'<.
Comparativamcntc.pndc-s<:considcrarfatmpolinésiosaindamaissur·
procndcntcsporsercportarcmasocicdadcsquc,.caccntuamfortementea
auloridadcdochcfcca"cstratií1C.ação"°"ial",11ãoposs11cmadislinçiodo
puroedoimpuro, 111asapcnasanoçãodosagradoproibido(1Qtw).Tomo
omprcstadmdcscnvolvimcntmfcitoscmcursoinéditodcMai...sobrcopc-
<adocacrpiaçionaPolinésia"".Oalimcntocozi<fopoluiaf\orcsta.Nosfcs-
1ia<f11ncr"1os,oalimcntocraCOl'idoseparadamcn1cparaaspcsSMSdcpos·
ln•cgra115difcrcntClidctabu.CoalcrDS•CS1osdc11mapcssoatabuimpor·
lontccausavaamortc.AspcssoastabucramalimcntadasporOlllras,nioto.
cavam D alimento com as milos; as pessoas que haviam manipulado O morto
"roem" {Mauss) o alimento com os dentes sem o tocar com as mãos.. Ao
pa.<.\Oqueoalimcnto(kai) conduzprova....,lmcnteaopccadocll morte, a
tgua(wai)fa7dcsaparcoorcmospcrigos(Fon1andcr).Numse111ido,opcca·
do fundamental é oCOl'imeoto, que faz desaparecer acss!nciadascoisas,
dcMacrali>"..a (Ma= .csundo Marincr Martin e Hocart para os Tonp). Tra·
1orqualqucrpcMOacomaLimcntoco:ddotumainjúriagra....,.
Mui1osdcsscstraçoscvoeamumparalcloindianom11ilopr6Jiim11,cpa·
,. todo. eles os indianos sugerem uma intcrprctaç.io. Por wn lado, o alimcn·
luparticipa,umavczcozido,dafamRiaqucoprcparou,clcé,parcoo,apro·
1oriadooomou111obje1odcuso("8SO,ro11pa),mas111aisintimanici>lcainda-
r"'mtcral11dapcnctradonocorpo,aingcstiots611mapartcdopr<>CCMO-,
..:mdlivid.oporq11cclcpasso11domundonaturalparaomundob11111ano.Não
h.l•falgodcanálogoaopcrigodo .. csUdioclemarginalizacão"nosritosdc
l'ª~"'gi:m, cm que não se cst.I mais numa condição e ainda não se csU. cm
<'Utra,emque,conscqiicnlcmcnlc,sccMicrposto,abcrtodcalgumamanci-
'"· lo mh innu~ncia-1 No próprio lndia, a maior par1C dcs.scs ritos corres·
po11dcaumaimpw-ez11quel111d11Zairrupçãodoorpriico11avidasocial;ora,
Ma13"dcorgãnlcoa.qui,comoll&CKr~o.e,comadiferença11cocssária,sc
nio impureza verdadeira, pdo mCl>OS pcrmcabiLidadc eJU:Cpcional à impUrC-
za.,., Dondcobanllopreliminar,quc, cn1rctan10,nâotsufkic11tc porque,
comosabem0$, op11FOtimpD(c111c diante do impurocapcnuo sagrado
trilllll'awbreelc(do11de,11Dque.eguc,orccursoaosprodutosdavaca).
AhicrarqLIÍllgoraldosalimcntos,qucdAaorcgimealimc111ardccado
caslaocuvalorhictUquico(/ooJlilbooparaBlunl,ditftllloidiurusparaStc-
""11S011),tin1cr....anl.csobrctudocmsuasclii.3gcnsprincipais.qucrcmdcm
àbislória(..,11cra?odavac1cinl<>CabilidadcdosquccomcmcarucdcV&Q,
inferiorizaçãodoregimcdccarnccdoco1W1modcá.lcoolcmrelaç.ioaore·
gimcvegotariano,d.165).Mascssaclassilicaçáodosalimcntoi;remeteno
csscncialàd.assificaçãodoshomenscàsrelaçõçse11tregruposhumanos,11lo
~ um dado primeiro que resulta de uma clusilicação uriiversal do puro e do
impuro"".Nodc1alhc,ain1erprc1açãotdcLicada:ofatodcqucBrámllllCSSC
absl.cnhamdctomalesscdc..,,scgundoalguns,àprcscnçadegrios,clcmcn·
lo "vivo", mas eles se abstêm também da çcbola e do alho. Além diMo, asdi·
fcrcnças regionais proliferam: cncontram·5C Brâmanes que o.io comem car·
nc mas comem peixe (Bengala), e q11e àl; comem mas se abstêm de ovos (U.
P.oricnlal).Émaísfrcqücotceoronlrartraçosqucsóahist6riarcgionaldo
pop11lação nos poderia[..,.,, compreender. Do ponlo de YÍSla atual, ludo isso
constituiantcsdcmaísudaumquadtodccritiriosab<olutosqueascaa..
utilizam para se diferenciar hierarquicamcnlc: assim, Brâmancs comem car·
ncaliondctalw:zacoocorrênciadosvcgctarianosn.ioscfaçascntir,ou
cnlioaliondccsscsBrâmancsparticularcsconcordaramcmocuparW11apu·
siçãoinfcriorcmrclaçãoaclçsO.
~c-·-·--ow---._.
- - ... - . . ....................... (cl .... _ ) _ _ . - .... _..... .
, ....... _
=~~~1i~~~~~·-~
niôc.< de pcMOaS da mesm1 casta (ou antes, subcula etc.) em la] medida, que
ck:i! fr"'jüentcmcote,colrcBSCISIBSm~iBScbaius,ccomosfw:icrais,a
ooaoi.iocmqucogruposceo<l$lltuiemasscmbltiacjulgaoslitfgioi;oupro-
damarcgras.Mas.scmdlh'ida.,procurou-sccomafincoligarousubordinar
umdostraçosaoutro.ParaScnan,scndoacomcnsaLidadcdcoaturczamc·
nca<c.'1rilae maisvarUvclrcgionalmcnte,i! oconflbioquci!fUQdanlcalal.
lluuon,argwncntandoque s6sc pode, sem queda, tcrumacoo.;ubinadc
uS!arclativamcotebaixacomacondiçiodcDioscaccitardcla..enhumali-
mcnlo pcrtilienlc, inverteu os lermos, mas precisamente uma concubina nio
i!umacsposa,coo:asamcn1ooãoscrcd117àsom1dasrdaçksSCJ;Uaiseao
foi o de se usar o mesmo pote. Biuni, com aproximar os dois upedOS e as rc-
vas co,...cspoodcntcs, da.,, a primazia aocasamcatopclomenoshistoriat-
mcn1c. Stcvcnson observava que o drculo dccomcmalidadeulocoiacidc
... 1amcn1ccomodrculodcconubialidadc"".N1~1queslloessen
<oaloobrcaqualBlun1insls!iacomraziocr11scguinte:quemmziahou?Os
oulorcspre«dcnlcsparcccmtcrtom1do~~n1105Clllidorcslri
todc"poMibilidadc dccomcrnomesmogruponOll,CD1110àsvczasediz,
""na mesma linha". Num scn1ido mais amplo, não llt ncnhum1d6vida - pua
u Nonc pelo menos - de que castas mui1o~podcmcomcr1omcsmo
tempo o mesmo alimento, nos banquetes, i.\olando-sc mais ou menos umas
,111.,outrasquando,;cuestatutotmuitodifcrcotc(cf.f36[M1)'C•],f64.4).
Na rçalidadc, acc~ação de ali..,cnto e intercasamCMo siio ambos irn-
11ortanlcs à sua maneira e estrita..,cntc rcgulamcolado&. No U.tcrior da casla,
tmlc paralclismomasniocoincidência,csobreludooali"'coto, poropo-
"~áo ao ca.<amcnto, corTcspondc a rclaçõc:stanlo fora quanlodcntroda cas-
11. Éoqucvamosvcrooquc,;cguc.AellpllSlçãodizrcspcitoàlndiadoNortc
'l"rlkulanncntcaoUnatPradcsh(partcocidcn1aldaplanfciedoGB11gCS).
Asrcstriçõcsàtraosfc~nriadosalimcntoscncrccastasvariam,;cgundo
nhrodcalimcoto.Elas!.ionulas,parca:,panoalimcntocru,qucMciCi"'
Mnni<>11 chama de alimento do dom. O Brãmane que realizou um serviço ri·
iuolparau..,acastainfcriorrcccbc,porc~"'Plo,frcqiicntcmcnte,umapc
'l"rn~ quantidade de alimenlos dive.-, alguma coisa como a matéria-prima
olr umarcfciçio,sidh.t,oucmgcralprovisôcs.Asrcstriçõcssiio,aoconld·
·--~ ..... __ __
...... _ _ _ _ (n.l<ll
- .............................
.... -·-·•~A-(
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.. - - · . , , . _ _ _ _ (_pon
....._____
_.., ___ .._..,
,,_.,
rio,mil.ximasparaoalim1n110cozidoordiúrioo11cotidiano,àbascde,sc·
gundoasreg:iõcs.,amncozidooubolachasdefarinhadctrigocozidasase<:<l
(cap41i). &se é, cm iado-ariano, o alimcnlo impcrfoilo, kocc<I (hindi), Ylll-
ncrávcl à impurez1. c re:scrvado il primeira vista aos parcntcs 1111 aos mcm·
brosdogrupocnd6gamocaosscnidorcsdcca.~amuiloinfcrior.Enlrccg..
scsdoisc111rcmoscst.topollk<l{blndi),oalimcnto"pcrfcito'-,quccom.islc
de bolachas de trigo fritas 1111 manteiga (pim1 acompanhadas de lcguma
tarnbémírilos(obscrvc-scopapclprotctordamantciga,produtodavaQl),c
tambémdcoutrospratosrcputadosp1Uos,comogriostorrados,porc1templo
0161'i1,amnesto11l"adosobrcarciaqucntc.Falarcmosmaistardcdacombi·
naç.iiodcriunt,arrozamassadonopilãodcpoisdcumtratamcoto,cdcdllhl,
iogiine, aomcsmotcmpopuro,ap1oaconsc,.,,,.rcUquidoobaslanlcpar•
lornar C0115UmfYcl o ciulll ao qlJll foi misturado. &se alimento "pcrfdto'',
maisdispcndioso,éodasfostas,dosbanquctcsintcreastas,dasrcfciçõcslc-
v.:.scdasviagcru..
Blunlapoota,paraoUttarPradcslt,adiforcnçacntrcosdoistiposde
alimcnto.Considcrasctcnw.cuiscas1as.Entrcclas,trinlacscisin1crdit11D1
todokucdquenâotcnhasidoprcparadoporum mcmbrodogrupocndb-
gamo(oupcloguru,mcstrccspiritlllllqucéasi;imiladoaopai),aopas50q110
só dez caslas se limitam a aceitar opa)<kl quando este t preparado por:
membro da easta,guru,docciro"'c:senidor Kahar (carregador dc;igwi)
Respectivamente d = i s e tn:T.C castas occilam karrl cpt>klc<I, altm ~
prca:dcntcs, apenas de Brimancs(cdc Rajputsnocasodcalgumas).F'"inal·
mcnlc:,csobrcludo,cnquaatodcuiitocaslassóaccitamkaccddccast.asdifo·
rentes das precedentes, quarenta e cinco occitampoklrd 111Smcsmascon·
diçôes. Vê-sc.portanto,qucapossibilidadcdclransforênciadcaliatcntoco·
1idodcumacaslaao11traéconsidcraYClmcn1campliada111açasaofHlkk/J.
__. -·--{l•--.·1--.
-v..
,_·-·º--·...---·-·-.
- 1 ..
..
~J•Jl(Mdllol-):_•,,.,.,........_--
.~~~-=~-==~=-~.:.:..:·:~:..~==
...
=:-....::::.::=..."'i":""'.:..::::::!--::-~"':.
_,..~<f~-·
...........
"'upimv.idor e muirio,cissonosexplicacomoallgua, que tem si um
ogcn1c purificador, pode, um•vcz •propriado, porusi:m dizer, por um ho-
mem, se tomar pu11 11111 outro homem um "'=[çuio .X impurca.. Elll geral
bcbc-scaosgolcs,semtoarorecipientecommllbios,eumBrlmancsó
podcYÇJ1crparauml111oc:tvd•áglll.q11CCSlcdcvcr4bcbcrcomasmão6.
Ali!111disso,ascastasscn'isabaatecem.Xáglll.scusseaboru:"todasascas-
tq tomam áglll. dos Barhai (c:arpinleiros), Bari, Bharbbunj• c HaMl (100•·
dores e doceiros), Kalw (carrega.dores de água), Nai (barbeiros)". lr.so é
imporlalllcparaollcanccd.si.a1enliç6cs:pode-scn:cusaraáguadca:rtas
cas1usccho110Stasscgunul11poroutrascomopar1cdcscuscrviço"".
Ellloutro1luprcs11sit11.1çiotcomplclamcolcdifcrcotc:"1mosuma
difcn:oça.mv.itofortcscimpor,emn:laçioacsscponto,aospcsqulsadore<
llo CM.nu .X 1901: um Brimanc do Sul oâo aocila água de ncllbuma ouira
c.ula.Parece,..SCmais,q1>eoSulnãolcmneohum11SOgcneralizadoeqv.iw·
Lco1caopokk4equeacas1.aa!i!mui10111aisfechadasobresimcsmL
No Uttar Pradcsh, só se fuma com um membro da mesma ca&lll. Ob-
..,...,,mos q1>e a qucstlo 1!. oa rcalidadc,complcu.:háocontatodoslibios
romacmboeoduradocachimbo(clci!diminufdoco111acolocaçiodas111'os
cmconchacntreocachill:lbocosl.lbios - domcsmomodocomoquudosc
putilha um cigarro -, ou mCSlllo com um tecido), U o fato de que oo hn<>-
k•h ou oarquili! fumaça i! csfrillda na i1gua. Vimos que: cm 0111ros lugares se i!
11101>hhcralcscfu111a,comprccauçõcs,quascquccom&mcsmaspessoas
u1masquaisscbcbe"".Adcmais,oiosccocontraohoohhcmtodososlu-
~:;;."J,~le está ausente cm muitas regiões) e, cm geral, nem mesmo o ca·
64.4 AQuu1iJodoFa10
r.-.....
·~ ~~2~~;,~~;:;;;;;:.;;;.:;.
pcrgllllla. MP o que s.igDifica calamente uma negação como: "n.io aceito
k«d da um1 Cam4r'', ou mcsmo um• alirmação como: "posso accitarkacc4
dama1Brimane".ScriaÍQlCfalallte1o11berscaques1iooc:colocaoaprátiea,
1eolnfon1111ntealgum1\'CZ111vidlousoudÇ$5.af&culdadc.Eaquiaparcccm
11divcrYSo;spécicsdc~emquescpodecoloearcss.aques11D.
AMlraiamos, por um lado, p drcwWâocias do serviço e, por outro, os esla·
belccimcntosmodc:roosdarela(r.. tauranlesccaf~dasaldeias,aindacom
frcqüôr>cia manridos por Brlmanes). Nas pequenas viagem., um homem de
boacastas6fariumarefciçlolcM:,C1ipcrar:illlévoltarparacasaes.ebanhar
para depois fazer uma refciçlo YCl"dadcira. Se se traia de uma longa viagem,
o ho ... cm ou a famllia fuio eles mesmos sua comida; assinl, os soldados do
c•i!rcito inglês durante muilo tempo rw:ram cada um sua pr6pria comida.
Nãoacontcccomcsmocomatgua,quei!llCcc:siuiriopodcraccitarpclomo-
nos de algumas castas (um Kayastha do U. P., por exemplo, s6 c•cluiri os lo·
tocáveis e os Muçulmanos), e a que.siio i! aqui muito mais pcniocntc. Re1o
Iam os ícstios por ocasião das feslas familiares e outrascircuns1beias,q11C
são as vcrdadeiras ocasiões em que castas diferentes se reüm:m e onde todu
as disposições são tomadas para que iMo aconlcÇ<i, como veremos.
Em suma, o assunto cllgc u"'a consideração sociológica das cir·
cul>Slinciaseda<relaçõcsqucacompanham ncnn.<umodcaLimcnto.lntro-
dU7imosdiscrc1amen1ecsscpontodcvistanoquepreccdcu - oascqiihcil
de McKim Marriou - quando distinguimos entre ahmentn cotidiano e de
serviço, e entre alimcnlo de fwa e de viagem. Para citar um exemplo, 1
propôsitodckaccb,uminformantcKa)'Utha(dislrilodeGorakhpUr, U.P.)
declara em principio qllC "'comerá" cm casa de quaisquer Kayasilui e quo
"pode comer"' ou "come habitualmente" lambém na casa de Brimancs e d~
pcssoas.Kshat1riMasn<1p>dlie11clclÓcomeunai:asadcparcntcs.Finalmco·
tcclcoc:lcmbradctercomidoumaveznaC3-<adeumKshauri,porOU$Ô.lo
das eleições (N. B.: cir,unsdncia moderna). E os Brâmanes? Elo comeu n.
casa de duas familias (uma cm sua aldeia, outra cm outro lugar) por cw;asij,,
de(es1asdcfamllia,to11Sur1cHúciaç.io.(Na1uralmcn1eclecomeu.nacau
d<Mas pessoas., por ocasiàodcfllllerais,o alimcntopakk4 preparado pari
'"""'' Eis-noslcvadosadizcrumapalawasobrcosbanquctcseoquantoo.;,.
siãoprincipaldecomcasalidadc.hifclizmente,alitcnlura50bree&SCassunlo
~ CSU$.<8. Já fizemos alusão aos dados de Ma)"l:r (§ 36) e co!Walamos qut'
nessa regi.ão da fndia Central o alimcntopakJciJ não~ utifu-.ado de mam:uo
racional. O mesmo 11.io acontece cm Rarnpur. distrito de Gorakhpur. Utl••
Pradcsh{pcsquisa pessoal), cm quecssa fonna dc.OOahilidadef dcsenVI~
vidaeondevcmosintervirac&51adocozinhcirocuum.. traÇ06 Ofimdulu
tofafocasiiodctodaum1striedcrdciç<\u.diHtrdr1tKl"'.uprs.<o.. do
vem comer dc•J:$$CÍt BrlmlUIU. que, com c•tr oto. ""l""nJcm o luto paro 1
fornília. O alimento tpoüb, 001.ido pot uon lhAm•11r ''"''ª""bncnlc n ••
ccrdolc da familia (pumlrif) - o qual dclcpri, se for o aso, a um outro
Drâmaoc a dircç.!o do ritual propriamc111c dito - , e servida por Brim1.11 .... A
<a.iallqiialpertcnoc1famlliadomortocxcrcc.c111rct1.1110,wnainfluE11áa:
um Brâm1.11c de c.laluto pouca coisa mais alto nio aceitar• cozinhar ouma
<audceastamuitobaiu.(Tcli),camcsmacas.apodcr.iterdiliculdadcdc
reunir o o~mero de Brim1.11es oc:çcsstrio para a refeição. Em segundo lugar,
"'m uma refeição de arroz ("11411), da qual tomam parle os membro. da famf·
h•. DS parentes vindDS de fora - eles troperam dahi e ciJUll como prcsc:ntc
paraobanquctcp<dck4- cmcmbrDSdogrupocnd6garnoquchabitaoolo-
<al - mas de m1.11cira algum• nc-·~cntctndos,c dcpoisdcl ... osmc11-
dig,,., DSrenunci1.11tcseositincrantcs prcsc:11tcs. Vcmdepolsuma..,rdadcira
rofciçàoinlcrc.asta,abcrtaatodosaquclcsqucacompanbar8.lllosd... pojDS
domonoaolocaldac:remaçio.OalimcotopaWécozidopeloBrâmanc,dc
manciraapcrmitirqucomaior11(imcrodcpcM01SoC01>S11r<1a.E111re11.11to,
""ca.tas superiores podem se: absl.er (o Kayastha não comeria, m... moaMim,
no<:a<adcpcssoasTcli).Alémdisso,asuscelibilidackdasdiferelllCScastas
ocrá poupada com diversos .scMços lUccssims e com a instalação dos grupos
drcstaluloviziohollpartcunsdo.outros,oquclcwaqucmuitosgruposdc
ln1ocávciscomamàpartc
Tat.c>..,jamDSmclboragoraoqoodctc6rico1!111asregrasqucn11'
''" 1<arwni1idas pelo Cmsw: para uma grande parle (circunstiocias ordid·
""-')•implesmcntcnãoaislccomcnsalidade;c,qllllndoaques1.iosc:coloca
<lc verdade, disposições gerais permitem rcali7.á-la cm escala muito mais am-
plo que o rigor das regras poderia f~r crer. O exemplo citado tWz .seja
p1ulicularmc11tcamplo,porcausadarclalivaOe>:ibilidadcdosentifnc11todo
lmpuro.jáaMinalada,masclcpropõcumcorrclivoparaasvisõc:sbcrdadas
olopcrlododali1eraturaClllcl>Siva.
Alémdofatodcquc,cotrcosBrãmaocs,algunssc:rccmamapartilbar
111limcntocomum, insistem cm rccc:bcrsWI parlecrWlcacozinham eles
1oróprios,oquc,tutoqll8.llloaumaccnaafctaçãodcpurc>a,podccom:s·
1•>ndcr,n.iocsquoçamos,aumgostopcssoal6".Jáaludiaofatodcqucncm
lodn• <>$ rcprcscnlalltfOS da subc:asla que habitam o mesmo lugar 1omam par·
loJobanquctefamiliar.Podcsc:rqw:partidpemdobanqw:tcdos ... trangci-
"''... Maisai11da:1ír011tcitadacomcnsalidadcpassacmccnoscasos110i11-
hrnor do p<6priogrupocWpmo: parcotcspatrilincarcsdam.....,aaldcia
lrnH>ínrmam cm briga o rim da comensalidade, e esse componamcoto é
•nuotodifuadidoM>. E..slamDS longe da teoria.scguodoaquala unidadcro-
mcllSalcoincidiriacomawaidadcckcndogamia.Mesmoqucocasoscjaex-
a:pcional,<lccnsinaanio1omarcomofavascoo1adas.asgcocralizaçóçsquc
resul1amoa...:rdadcdosquestioúriosutili7.ados,cc11Si11&solm:tudoqucsio
111.aisos pcsquisadorcsdoqucosinten:ssadosqucprocuramligarnumdado
oívcl os divcr&OS aspectos do sislcma que, como se percebeu, funcionam cm
!llvcisdifcrc111<:s.
65./ DoVedaaMWIU
Ovcgctarianismoscimp&atodaapopulaçãohioducomorormasupe-
riordaalimcotaçãocconstilui,oalndiacootemporâoca,umadasnormasc:s-
scnciaisrcla1ivasllalimco1açiocaocstatulo.Comfrcqüência5Catribuiuo
Yl:gclarianismo à população que os Indo-europeu.< encontraram inUalada
quandochcpramaopals.l,...,éimprovtvcl,pormuilasr111.ócs.Primciro,o
Y1:gc1arianismu ~ cvidcn1cmenlc não um traço ""primitivo", mas um falo de
c[çva<lacivili>.. çâo,dcsconhccidodassoçicdadçsmcnosdifcrcnciadas.cmto-
doomundocnãotcm raltcspro(undas,napróprialndia,non/Y1:lpopulor
ou1ribal.Dcpoís,supoodo-scqucumapopulaçãoprj!-iodo-curopéiadal11d.ia
lcnhasidocfc1ivamcn1c...:gc1ariana,n.ioscima&ioacomoscu...:gc1.81Uni1·
mosctcriaimpostoaosinvasorcs.Finalmcolc,apc..asosBr"°3ilc5coàoos
Kshalriya.<scloroaramlrad.iciooalmcnlcvcgc1arianos.Narealidadc,oslex·
los coolam uma hisJ.6ria diferente, queAlsdorf rcccntcmcntc rccm1stituiu
oumopflsculosubslancial.Resumircmosaquiosprincipaisclcl!lcolosdcssa
hisJ.ória,acvolução.doVcdaaohiodulsl!IO.noqucdizrespcitoaosaçriflçio
sangrcntocaoconsumodccaroc;odcscnwlvimentodaidéiade~
sd("não·violência",ouan1esaustnciadcvouladcdcmalar)cdovcgc1aria·
ni!.monojioismoenobud.ismo;arclaçãocntrcasduasséricsdcfatos;dirc·
mosalgumaspalavrassobrca...:ocraçãodavaca"".
Oslndianosvédicostinbamcmaltaoon1aacriaçãodcgado,cscpodc
supor que, como muiios outros pastoru, eles não maiasscm as reses sem
boasrazõcs,razõcssacriliciais.,cqucsócraoollSumidaacarocdosanim.,.
sacrificados. Em oulros lermos, existiu uma aliludc religiosa cm face do p·
do,qucn.iosuprccndc,equcck...:scrtomadacomopontodcpanidadaqui
loque mais tarde se tornouavcdcraçãodavac:a,jlicckbradaoovcdlsmo
coinosfmbolocósmico,mãceoulrizuoM:..... lclc.faajlo"'am1mal""&fado
Porqucessaspriticassclomaramodiosasparaas~?Dondc
vcmcssaalrif11JdqucscimplicjjcmManu,is1oé,nomaistardar,pcnodo
comc~o da era crisli.? O que aconteceu depois do fim do pcrlodo vtdico?
UmcictraordiniriodeM:nwlvi.mentocspccula1ivoocom:u,aomcsmotcmpo
cmq1>Casocicdadcpassa0lldavama.àc:a.o;ta. Dissorcsullaafigw-adorc-
nuncianlc -cssapcrsonagemqucahandonaavidasocialparascconsagrarà
sua liberação - eoaparecimcotodasduasgrandcsdisdplill8Sdclibcração,
o budismo e o jinismo. As.inalemos sumariamente o desenvolvimento no nJ-
vcl da ahutu".t c do vcgctarianismo. A ahiJruD o.io é dcsconhccida dos nossos
contcmporlncos, pois Gaiidhi fez dela uma arm~ pulfli<:o. e tradU1ju otenno.
clcmcsmo,paraoipglês:11a•Miale11ce.Prcfcririamos"nào-dano",masM1-
dclcine Biardeau1raduziu maioprccisamcn1ecomo"ausCnciadodcscjode
matar". Esse sentido etimologicamente c"3lo é também historicamente cs-
scncial, romo sc pcrçcbcrá no quc scgu...,.
O termo aloif11Jo!, e um ccno constrangimento dianle da morte de um
scrvivo,ja aparece no Veda, onde pode tra\ar-scapcnasdaambivalancia
univcrsaldoa1osacriliciaf"<.Maiscluass.ioalgumaspassagcnsdaChan·
dogya Upanishad: "o homem s.ibio não causa nenhum mal às criaturas, cxcc-
10 no caso de rilos sagrados ...". A al1útuD e qualro outras qualidadcs s.ão a
rccompcns.adosaeriflciointcrior&V,quctendcasubs!itulrosacriflciovtdico
noolvcldopcnsamcn1odequcmatácmviasdcsctomarumrcnunciaolc.
Asindicaçôcscronológ!çascxtrafdasporAlsdorfdostcxtosbl'.idicosc
jinlslassâomuitointcrcssantcs.OBuddhascrccus;iadarseuavalàimcr·
diç.io de comer carne e pcizc: ~que o animal não seja mono pelo mon·
gc, Oll que se ac:rcdi!c nisso de boa fé. Em suma, o rcn1111cian1e tem seu ideal
e sua moral próprios, mu nio pretende impô-los ª"" bomc11S-quc-Wvcm-
no-mundo. Mesmo cnlrc os Jioistas, é s6 mais tank que a camc e o iUcool
sãointcrditosequeaprcocupaçiocomaah~passapor1m1CXlraordini·
riodescnvolvimcnto.~cmn•liguasercsvivos,eajguadc:vescrrervida
porq11alq11crpcssoaaa1C$qucclascjabcbidapclomong.,....Dc111anc:iragc-
ral,scaalri1J1Sil rcprcsco1aumpapclrcdl1Zido oadisciplina111oll4sticad°"
Uudislas,cla é, aocoolrário, muilo importante, e e&1ácmrclaçãoes1rci1a
comado111rioa,para0$Jioislas.Arclaçâoco1rcaahiJ?s.<ilcado111riuda
1ransmigraçiocdarc1ribuiçãodosal0$ÍOimui1odiscu1;da;claparca:scim·
por,.OOrOlludoscscad.mitcumaligaçãoprofundacntrcrco(inciaccrcoçana
1ransmigação..Ficaclaro,cm1odocaso,qucaahi1?1SiJéa.nto:sdctudodaal-
çadador<:nuncianlc enq111J1to"arligodoprogramaquccomandalodasas
•11asconduwdcabstcnçãoposs!..,isparaaobl.cnçãododcsapcgo1otalnc-
rcss.irinàlibcração"(M.Biardea11J-.
Em•uma,aopassoqucc.....,;idéia>.,.o(uncirniaisnarcnúocia,classão
wntradit6ria>cmManu.Esscwntrastc•ugcr<:aconclllS.iodc11ucovcgcla·
rianWnoscimpõsàsocicdadcbioduapanirdassci1asdcrcn11ocian1cs,co-
lfcasquaisojioismocob11d.ismo.Scmdll.vida,cssa<duasdisciplinasdcli-
hcração são apenas o. dois le~cmunh0$ maioro:s que lcm0$ de um dcscovol·
•imcnlD mais vaMo: a ahiJ?ssiJ """' de mais longe e foi ainda mais difundida;
n.ioémcn°"""'dadequctorcnuociaotcqucmparccelê·lalcvadonlt&uas
consc11Uência> alimcnlarcs prlitica• e lê-la dado como exemplo para a ...ciC·
dddC hindu de um c~cmplo mais elevado que osvalorcsbramãoicos dosa-
crifício. Mas Alsdor( se desvia dcMa condllS.in 1ãn fortemente sugerida por
«eUlrabalho.Oucra1.õcsofcrcccparaisso?Scgundodc,lrala·scdc11mmo-
""'º"'º"'plrll11algcraldafodia,qucs/Jcncon1rounas"hcreslas"wodiçôcs
parlicularmcnlc íavorli..,i>"". Apóia esse ponto de visla no falo de que
a11/1il1i.riJdoimpcradorAshokanãotpropriamcntcb6dica.Mesmoqucfos-
""""'im - c,,...pontotcontrovçrw -,iso.on.ãoscria•ulidcntcparadc-
mmu.trar que o btamanismo fosse a<Sim lào "não violcnlo" quanto ojinismo,
oq11céwn1radilopclostcRl.oscotudad°".Éprccisoconsta1ar,scmdüvida,
qucnvcgctarianismoscintcgravamultobcmnasidéiassohrcopurocoim·
rurn.Comcrcarnc,paraoHindu..,gctariano,éoomcrcadá""'·Masoãosc
rr•loes<juCCCrqucohinduWnopopularmodcrooconhcce,lanloquaoloo
hramaoismo antigo, o wnsumo de carnes sacrilidais. Akdorf oão encaminha
•11an:DClliop111"a,,...lado.Scclcimagina.crradamcolç,maodc1tCUrducom
scuspredcccsso~qucooep:tarimlsmo(ca"hi'!".f)podcscrcomprccndi.
docomo1raçoprimi1ivo(uNnk/lt),iMoacontçccscmd(rvidaporquc,so.
bretudo,cxislcíalha118represeataç:losociol6gieadaoituação - qucdomi·
nou a lndia duranlc mais de um m~ - cm q11c o bramanismo e as sci1as
agiram umas sobre as 011tras. Em suma. quantas cspécics de autoridade cspi·
ritual existiam? Duas apenas: o Brãmailc e sua tradição, o rcnunciarllc e suas
sci1a...Quan1osía1orcsdciniciatiwcdcinvcnçio?Umapcnas,orcnuncian·
1c,dian1cdcqucm0Brimanccraumra1ordein1cgração,dcagrcgaçiolio
cficaz,quc,nofimdascontas,absom:u,ouquasc,todososscusrivais.Exis·
1iurivalidadcnacstimap(lbLicaco1rcasduascspécicsdc"cspiri1ualidadc",c
iMobastaparac"PlicaroCJU:CSSO,ocndurccimcntodasdoutrinasnamcdida
cmquc,pcnc1rand1>nomund1>socialpropriamcn1cdlto,class.iorctDmadas,
noqucccomolheinlcrcs..a,peloBnlmaoc"'>.{Nãonoscsqueçamoodcquc1>
Kshatriya conlinuou, lradicionalmenlc, a comer carne.) Em suma, D Brim•·
nc1cr,adD!adDDVCgclarianismoparanioscr•upcrcla<.<ificadopclorcn110·
rianlccnquanlochefocspiritual.
Nadamaisnalural,p<>rtanlo,qucadD!aropoo!DdcvisladaJacobi,pa·
raqucmaahi'!'l".fCSlavanaorigcmconlinadaaorcnuncian1ccscgcncraLi·
1.Dll soba influência dojinismo e do budismo. De fato, o Artbashas.J.ra a
impõe apcnasao"crrantc" (parivn>jaka, I, 3),c Mcghlcncs dá uma indi.
caçi1>quc,emsuma,cst:ipr6'lmadcssa""'.
VDllcmos a Alsdnrf para 1irar proveito de suai; obscrwçõcssobrc a ori·
gcmda..:ncraçãodavaca.OproblcmabistliricoaquiéapassagcmdoCSl1·
dovédico(animalhonradocsacrificado)paraDCSladobindu(animalvcnc·
rado, cuja morte constitui crime igual li morte de um Briimllllc e cujos produ·
lml"'""ucmvalorpurificallirioiasignc).VimmqueamisturadoscincoprD-
d11tosscin1rod11>.iufinalmcn1c,csccspcravaumdcstaqucparaapurc1.a;1
prcdominãnciadaahÜ!IJlsc impõccvidcntcmcnle paraczplicaramudan
ça"";masissoésuítcicnlcparadarcontadolugar1odocspccialdoanimale
de sua assimilaç.io ao Brámanc? ~ possfvcl pressentir aqui uma in1cm.ifi·
caç.ioscn1clhan1cllqucladovcgctariarlismo,mastprcciso,scn1d(lvida,ck•·
.
'61 Jl_<.,,..!!•J•........,.pw1Mo11..i ..... -1<1pro ..... .-J1MrW .. u•
- - -- ___.
""'--N "-°"'.......,.'Pº..........._--..... ,.-... -.--..,.oJ-•
·-(""""-~"ll:M)
. -. ... ..............................
--...
'6LJJ..,,..i. ... _1m,1111p.!!~ld"-."""'·ll.777J.--•P"
---·-----~dli'I"""'"
,~~I~~~~~~=
l1carumacircu11S1iaciasocial:aoposiçjodopurocdoimpurofoiaplicada
num conu:.110 social cm que se opW1bam o Brirnanc e o lntod..,~ este cn-
<arrcgado do gado c aquclc, modclo dc purc7.a, assimilado à vac.a (d. acima
tl'i.4).
PODER E TERRITÓRIO
71. JNTRODUÇÁO
11.. _ _ _ _ _ _
,_ ..
.-.q---·--
Terminaremos com algum1$obsc....,.~sobrc o ponto de vista cconOOiic<>
-·--0.-..-·P*r..-•--•""-"-'" .--i.....,... ..
,....,_,.~-~rn......,....-.-,-..,,.
........... _p>llloo.<l--*So<.IVl.IOil.plLl-1,_-...-•-
ê~§1::E@?:~~.§§1
72 O QUADRO TERRITORIAL DE FATO: O "PEQUENO REINO"
Alitcratura1111lropol6gic.acontcmporâncasublinba frcqiicotemcntco
fato de que ns si.uemas de castas concretos c.uão - ou, antes, estavam -
ceullidns num quadro territorial de escala muitomodcsla.Osantropólogns
:IOCiai$ eoceul\raram ~ o que bllSQvam paralelamcole, à força. no nfvcl d.a
aldeia (d. § 74): um conjunto social de eKlcnsão limitada, c.uabclccido num
terri16riodcflflidoeauto-sllficico1c, umapcqucnasoeicdadcquc,porscus
carac1ercs,nioc.ucjamuiloa[aslad..ad..a1ribo,objctoluibi1ualdcscuses1u-
dos,cqucoãofaçamcntiremascooccpçõcstcrritoriaisqucaaistênciadas
naçôc:s alimenta entre nó&. Com boa vontade às ~LC.• sc fala da ncccWdadc
dcumsistcmadecaslaslerumac.ieasàolimitadaoo~ço,csobrcascon·
•cqüênciasd.:sscfato.Umavczreconhccida,comoaqui,aidcologiacomum
>.Obre aqualtodnsçs.scssi.ucmasconerctnsrepous.am,o fatndafragmcn·
taçãoterritorialéscmdrnrid..aalgumaimportantc.Obscrvar·sc-áqucc.scfa-
10c.uáem rclaçãoes1rcitacomaidcologia.~fato: l.aidcologiaignorao
1crritóriocnquanto1al;2.umaideologiaqucprivilc~oterrit6rio,quco
Vdlorizassc, favorcccriaevidcncementca unilicaÇ<iotcrritorial,política,por·
lanto;l.aidcologiadaocaslas,comojáscdisscalgumas...:us,supõcesus-
1"ntaadivisàopol!tica(d.Comnbmi0tlSIV,p.8).
O fa10 da compartimentação tcrri10rial não é absolutamente novn.
Jaclwln,cntrcoum>S,numanignantigncitadnporHuuon,jáfaziameoçãoa
cl" Contudo.foiEricJ.Millcrque,numbrcvcartigodcl9S4$0brcnMala-
har (no Estado de Kcrala), o formulou com clarc1.a: "um si.ucma de scg:mcn-
t.iç~n territorial é um corrclato ncCCAA.irio dc um si.tcma dc castas rlgido""".
Miller encontrava no Malabar uma pequena unidade 1erritorial, nnlfl!(o
nome é comum no Sul) que compreendia um certo oflmcro de aldeias (de-
1um). Co11$latava que, "para todas as castas inferiores, Ç$$jl unidade (nat!J
cranlimilcdasrclaçõcssociaisnointcriordacasla,aopassoqucasrclaçõcs
fnradacastacstava111emgrandcmcdidaconli111daoàaldcia"(p.4l6).Apc·
nasascastassupcriOFC$pnssufamumaorganb-.1çãnqucsccslcodiaatodoo
nod e pan além dele, mas sem ultrapassar as fronteiras dns reinos.. Apenas
"' Brâmanes Nambudiri transcendiam as fronteiras polJticas'2>. Eis aí uma
rolaçãocntrchicrarquiaeterritórioqucscaliamul1obcmàcomplcmcntari·
J•dccnlreclcs.Millcraacsccntavaqucauniformidadcdccultu13cstavacm
____ _
-
(~<///.#•IA.VII•
_ _ _ _ _ .,._.... ••l-O)Ol<lo•·
,,.,,_ ""'
, _ .... _ ...........- - ... -
,_ .................. ,....... ...
.. 1111""•··-·
,.,...,,.,..~
..................-.,................... ,
~.---
........
... ...
-- ..,.
-·(tJo
!'(:lação C$11'(:Íla com ag linhas de scgmcnlaçào 1crritorial, de iú..,;I d.ifcn:nlc
segundo a> castas.
Mcsmorcdw:ida à noçiosimplilicadadc quÇcada "'pequeno reino'"
possuía um .W.cma de caslas cooaetamcnlc mais ou menos diferente do.;.
1inho,aques1ãotcmm(lkiplosaspcdos"'.Voltarcmosafalarsobn:aau1nri-
dadcdorcinoqucscrdcrcàcasta.lnsistiu·scnofatodequca>"hicrar·
quia>locais"dccas1asdifcriam11magdasou1ra.<.E,comcfcito,cadaaad1cm
sua população e sua hist6ria prliprias,dondc a>diícrcnçasquc podem ser
muitomarcadasnãos6oon6mcro,nonomc,na[unçàodascast8$(ousub-
casu1s) presentes, mas tam~m llO desenvolvimento dos difcn:nlcs critérios
hicnlrquiro.. Em partic11lar, muito deve: ler dependido da população bramá·
nica,da(s)\lllricdadc(s)dc Brãmancsprescnte(o) - cmaisaotigamcnteda
popularidade maior ou menor cnnscguida pçln jini•mo e pcln budismo"". É
prccisopçnsarigualmcntequc,no"pçqucnon:ino",on:iouchcfcpõdcdcs·
fn11ar. cm face dos Brâmanes., de 11ma pn1Cncia, de uma clientela, de uma in·
llu~ncia consideráveis. Pcll5C·sc na comensalidade das castas aliadas ao po-
dcr numa aldcia do Malwa (§ 36). Isso podc contrihuir l"'ra cxplitar como os
traçosdomododevidaro!gio(rcgimcdecarnc,poliginia),aindaqucdcsvalo-
ri1.adn<comrclaçãoaomodclohramânko,pos."'m1crrcsistidocscofcrcccr
como clCCmplo durante muito tempo a uma parle das castas"'. Ao contrário,
o dc .. pan:cimcnlo do n:i cm vastas regiões sob a administração muçulmaria
possihili1ou. como J;.,,,..,. H1on:s supõem, o aumento da inllubcia do
Br.imanc,paraaqualfalm,.mcon1rapcsos(Con1ribu1ionsVll,p.SS).
A..sinalamosacimaquc,cnquantoascaslasproíissionaissãocommaio
frcqiiênciadcsignadaspclollOmc da profissão, sua>subcastasn:c:cbcm cm
gcralnomcsdetcrrit6riooudc:localidadc.Scgundoaesludio..aKal"Yé,cada
subcaslaligadaaumlcrrrit6riodctcrminadotcriaumaorigcmdifon:ntcdai
ouuas,cacastascriaapcnas.um·•~çotc"rcsul1antcdcsuajllSl•J>O$Íçiopu
:~~~~~~~
§?;_Ê]É'.~3~~:S~=~
ramcntcc11tcrior,comoaooo1ccccomosolcirosd0Maharashtra(cf.§26).
Elcsaiodaoãoolciros.
Sempre scg11.11do Miller, a dominação britinica fc> dcsaparcom:m os
compartimcntoslradicionaisou,comodizSrinivas,"Libcrouodji.nndagarra.
fo'',pcrmitindo,cotrcoutrasc.ois.as,qucçadacutaha<taotcamplllscunissc
numa base lcnitorial muito mais vasta numa associação, !ai como ainda
acooteccnosnossosdias(fll3)"'.E$tliforadcdllvidaqucinl'.lmcrasca..-as
nusubcaslasaprovcitaramcimu1stiociasnOYBSparasccstcndcrparaali!m
dc•uasantigascircunscriçõcs.Assim,cm UnarPradesh,ascastasdcBrâ-
man"' .ão muito c<tcnsas e cocxislcm, amilldc 'l(irias delas, num determina-
do distrito; mas, se ficam05no aspcdoquaolilalivodapopulação,verilic.a-
mos cm cada caso que um pcqucoo ol'.imcro de dislrito:!., oo ccotro da irea de
dislribuiç.ãoatual,coot~magraodcmaioriadogrupo,cqucasircasassim
dcímidasn.ioscrccobrcm.lôcomosccadagrupotivuscaumcotadoi.nscnsl·
velcprogrcssivamcnlc,assimscmislllllOdoaosscusvizin.hos.Scmqucsc
tral1WCo=·~colccadavezdcumaunidadcpo11!ic.anoscotidocstrito,
o fato coofuma. a hipótese de uma complicação rcccruc da população com
rcllçloaumperfodoantcriordccompartimcntaç.iorcgional.
Ea!Jctaoto,dcvo:·scfazcrumarcscN11:nãosepodetomaraopédalc-
U"1 1 tcoN provcllic1Hc da dcscobcr1a ck Miller. A compartimentação do
pcqueoorcinoclc\"iaaerm;lximaoospcrlodosdcinslabilidadccdccsfaccla·
111catopolllico-=.:etoumaccr1amobilidadcdosgucrrciros-.111asalndia
conbcccu WDWal, ao alteroãacia com ele., per/ado. de uoilicaçiio política
cmpandesl!sladoscdcmobiLidadccspacialpelomcnosparaccrtasc&slas
quccortt:SpODdiam.opcssoaldoK"""rnoouaosmcrc.adorcs.Oc:asodoKc·
rala~ uc:cpc:imW, e j6 a região tamil vizinha, menos irw~vel que a planície
d0Gangcs,mostra,porsuabisl6riapoll1icacsuapopulaçãoa1ual,qucoiso-
l1mcnlodaspcqucnasuoldadcscrafrcqiicotcmcnlcpcrllirbado.Éprcciso
imaginar anlCS wn• W•dlncia de a rçg:ião se dobrar sobre si, ccnamcntc suli-
~•cntc pva diversificar seu sistema do dos vi1jnh0!., mas nio para se colocar
1oabrigodasialluêoO..cdostraos1.ornos(basl1pc....,oosfaminloscoo
1cpovoamcoto). Haveria aqu.i toda uma história a cscrcvcr, mas o que pode·
nn.... r.,..crt&ótcntarrccupcraralgunsfragmcntos'>I,
'""•'l'IJ
·-•R.•·-·-·. -······-...-. . . . . . . R<poo-.•-c..o.-.
•1,v......... Mlllrt ...-1-11,.1>. ....... ,._.1,.... •..,!••-... -.:.1.,,.......
___ _ -
... . _ ...... _ _ , _ _ _ _ , _ , , , _ _ ... _
-(p.)l.l)q ..... . - ... - - · · - - - ....... - . . . - - -
Aqucstiodaapropriaç!odosolo,nosc111idomaisgcraldo1ermo,sc
aprcscntanaturalmen1e11.11c:onsideraçioprcscntcdopodcrcdotcrrit6tio.A
!errata posse mais importa.ate, a línica riquc1.a rcconhcâda, e es1á, ao
mcsmotcmpo,cstrcita.mc111eassociadaaopodcr>ObrcoshmncD$. Era as-
sim, pelo menos alo! uma época recente. como o é cm geral nas sociedade&
lradicionaiscomplcus""'.
AC0J1teccqucaqucs1iodosdireitossobrcosolo,scfoimuitodiscu1id.a
nos séculos XIX e XX, ainda não foi relacionada ao •istcma da.< castas. Co-
mo jli nos rcferimo.., cm ou1ros 1rabalhos, a alguns a>pedos da qucslio, quc
scrádiscu1idanovamcntcnascçjoscguintc,scrcmosaquimuitobrcvcs""'.1'
forom fci1asmuitaspergun1asqucnio..Ooirulcpendcntcsumasdasou1ru.:
craorci,nalndiahindu,proprielúiodo..olo?Eraele,noslemposantigo!.
umdc ... ouumsc,..,j,dor?EUsliacn1ãopropricdadccole1iva,umacspéâcdo
comunismo, nll "'comunidades de aldeia"? A concepção do rei como fun-
âonário pago da ordcm p~blicao!umaracionali1.açãorcsuhantcdascculari·
>.ação da função régia e dodom,nio polltico, que leve grande êxito na li1cra-
1ura an1iga. Ouan10 à.s "comunidadcs"", na mcdida cm quc clas aisliam, rc·
prcscnlavam uma indivisão no interior da casta, ou da Linhagem, dominante
{§ 74.l).A pesquisa de uma"propricdadc" do solo o! um falso problema,
porquctudomrn;traacomplcmcn1amladccntredircitosdifercn1csqueinci·
dcm sobre o mcsmn objeto, tanto os da "'comunidade"" quanto os do rei. É
notável,alémdisso,qucamaioriadosadministradorcsinglcscstcnbaabor-
dado....,,qucs1iocomconccpçôc<ocidcntaisgcrais,maisoumcnosídosóli-
cas,cniocomllconccpçóc,;cspeciaisdodircitoingl&.quceslavammcnos
afa.<lad ... darcalidadcindiana.
Domcsmomodoqucadislribuiçãodogrionaárcaa..-ultivaroO:!Omos·
traumaséricdcdirci1osdcorõaem mui1odifcrcntequcsccxcrccmdcfolo
>Obrcacolhcita,lambômacadciaàsV1r=longadc"inlcn11cdiários"c11trco
_
rcicocultivadormos1rauma•upcrposiçãodcdirdtosin1crdcpcndcntcsc,
alémdisso,instávcisnosdc1albcs.SóondcorciaLicnavaseuprópriodircito
e>.clava p;ira quclodososdircitosfosscmn::unidosnamcsmamJio,como
-·--""""""'
. . . . . . . . - . . - ... - - . -. . ...._.,....."""" _ _ , ... pot ....
--"I"'_......... .............. _ ......
=~-==.==:=:--:-=?:~s-:.:::7"=..;
_"'"~-·....,... ~
;:~~ª~~~~~::=.:~:=
aoontcciacomcertasdoaçõc&picdosas,équesecria""alpunacoisap;irecida
a uma propriedade. Mcsmoaf,en1rctan10, aallcnaç.iocrascm dõvidaim·
poMlvclemprincfpio.
Em suma. longe de uma !erra detennill3da ser posta cm relação e•du·
•ivaoomumapcssoade1enninada,realoumoral,cada1crracnmpor1avadi·
rcit0<diferen1esafcrcn1esafunçõcsdislintascqucsccxprimiamnodirei10a
uma parle do produtn, ou a uma renda por parte de quem a cxplmava. A
partcdorcicmparticular,lnn&cdcrcprc.scnlarumacspécicdcsaliriopcla
manutenção da mdcm, aprimia um direito global sobre toda.• as terras, mas
limi1adoparacadaumadclasscgundocssapcrccpçào.Ain1crdcpcndCncia
dascaslassecxprimiaaqui pclaclislênciade dirciloscomplemcn1arcsuns
ansou1ros,dcntrcosquaisodorcicndncxploradorda1crracram•pcnas
0<prinçipaisantisdcU111acadciaàs..:.t.c.scomplc><a.
Em suma, o .lslcma das castas é mui10 oposto àquilo que chamama<dc
propricdadcimobili;iria.Oqucacontc...::nc....-cde>mfninpodcrialcr.idodc-
Ju1.ido 11 p,;,,,,· da< caradcrcs ~rais do sislcma. Dado um objeto, o soln, que
na.•wcicdades tradicionais complexa.• cm geral t da maiorimponAncUi e
c<lá in1imamcn1c ligado ao poder polrlico, pode-se prC'-'lr que o sistema das
castasnãoocolocarácmrelaç.ioc•clusivacomumindivfduoouumafunçâo,
masocolocarácmrclaç.ão,aoconlr'rin,comoconjuntodasfunçõcsquco
,;,1cmacomporta.Scosdirciloseos111mcirni;"'1.ionapráticadelinidos,cles
""r.indircll"" fragmentários, complcmcnlar"" uns da< outros; sem d<r.vida
haver:! um direito eminente, mas esse será um direito submetido aos valores
e, cm WllSCqiifnci.a, sujeito à sua funç~o. Além disso, o sislcma não toma co-
nhccimento da fim;a. cxcc10 de uma fmça submc1ida a elc: elc es1á desanna·
Ju por esse ladn,écssc:scutcndiodcAquilcs. Nâos6ofavorrég:iomas
1ambémain1rusãoviolcn1apodcmac.odai1Wan1cmudarosli1ularcs,in1ro·
Juúrdircilos nnvos.. modiíicaroquc parecia scrcm dircitosesllivcis (sem
comi..olocarnoprindpiodcinterdcpcndênçia).A história indiana soube
<ommuitafreqiiénciavcr0<dominan1csassimrcdu>.id0<aocs1ad<>dell"rcn
te'- os gerentes aodc dependentes"'. Eiswmoosislcmadascasias,pcla
fugmcn~açâodos··dircilos"c por sua insegurança, reduza importância que
c.•lamos inclinados a atribuir à apmpriaç.io do solo. Trata·..: de uma es~cie
Jc role tivismo, mu muitnmaissutildoquc imagiuavam nossos predecessores.
74.l.A "ComunUlodedeAl"'1iu"
Falou·scduran1cmui1olcmposob"'a"comunidadcdcaldcia"('ii/111f11
conununity), e a c.tprcssio BS.Sumiu scnlidosum poucodifcrcn1csdcsdco
çomcçodoséculoXIX.Aprimciraclapaéadasdcscriçõcshojc"lcbrcs(ci·
lasporadminislradon:singlcsesdoprimcirotcrçodoséculo(Wilks,Fifllt
Repor!, Elphinstonc, Mctçalfc ele.). Eles dcsçrc,-çm a aldeia como uma ••pc·
qucnarcpüblic.a" auto·sulicicolc, com seus pr6priosfuncion:irioscqucso-
lm:viveàrulnadosimpérios"'.D.i·scénfascsobrc1udoàautonomiapolltica;
alndiatcodcaparcccrumacorrco1ccnc.aracoladacujosanl!isscriamasal·
dcias..H.incssasdcscriçõcsparticularidad~rcgionais(aldcias/61darcgião
de Dclhi dcscri1as por Mc1c.alfc), h.i 1raços gerais reais (jajml11ri), M também
umaccnaidcali1.açãn.E$1am0<nal!pocaromân1ica,cosgrandcsadmi.nis·
tra<k>r~ desse pcrfodo, um pouco paternalistas. dir(am0< hoje, queriam de·
fendcrasins1i1uiçõcsind!gcnncnn1ranprc1cnsõcsrcformadorasd0<buro·
cralascdoulililari..mo.Aidcalil.açãuaparcccnoíatodcqucaligaçãodaal·
dciacomopodcrccn1ral(apar1cdcvidaaorcicaossc11.1rcprcscn1antcsso-
brcascolhci1as,anaturc1.adac.a1cgoriadcaldciaolicialondci..soc.Wissc)
l!minimi1.adac,maisainda,apontodcoaspce1odcsigualítário1crpassado
cmbranco,talvezporqucclcparcccssc,ncssai!poca.oormal.Scmprea"co-
munidadc"con1inunusuamarchasobomantudaigualdadc.
Na época viloriallil, a .. cumunidadc" tuma um outro sentido, cm rc·
laçiucom uromunismosupos1od0<primi1ivosoudapré·hisl6riai0Jo.cu·
ropéia. Mux dc•loca a ~nfasc da auionomia polf!ica para a auiarquia
ownômic.a.Sc.linalmcn1c.clcatribuianroiapropricdadcdosolu,dcsor1c
que •c•I~ h comunidade> apenas a posse cm comum, ele considera as comu·
nidadcs.oomo"ooojU11tosdeproduçio"onderci..a,cmco...cqii~ocia, uma
divisão do trabalho sW genuU. Maioe cnvcreda pela procura de ves11gios do
comunismoda1crramdo-curopcu.Éootávclqucess.csdoisautoru,bebcado
nam....,,afonte, tellhamíalhadoem rcconhcccroq1Kclaaprescntwde
mais. importanlc. Com deito, Man: cita CampbcU e foi nele que Maine bau-
1iu o cssencial dc sc11S dados antcs de ir para a ladia. Ora, CampbcU diz cla-
1amcn1c que a indivisão é dos dominanlcs e se ru. acompanhar da sujeição
dosoutroshabitaotcs-.Man:sccsqueccudela,eo!prccisodizcrqucMaioe
arcc11S011,poisnãoapr<M:itousuapcrmaaCocianopahparamelhorarsuas
conccpçôcsrclativasacsscfa10.Aqui,comoemoutraspartcs,11111arata~da
dcpcrscguiuacrudiçãoeuropéia.Alioodeclaaistia,aindivisãocstavarc-
lacionadaadoisfatos:oparcn1c:sco,ouantcsaorganizaçãodaslinbagcmno
grupodominantc,porumlado,c,poroutro,aunidadecstruturaldcsscgrupo
cmfaccdcou1rosquc1criampodidodispu1arsuaposiçãooudiminul·lapou·
coa pouco.
F"lll3lmen1c, num terceiro período, os Indianos nacioo.alistas, apoian·
do-scnasdcscriçõcscnou.scrúpulosdoslpglClie!ldoprimeiropcrlodo,rons-
1ruíram para si uma imagem iddica d.a comunidade de aldeia, imtiluiç.io se·
cularedemocrática - niotinhaasua,....mbléia,oramosopancayatdeal-
dcia? - qucsóadominaçãoioglcsapodcriaarruioarirrcmcdia..,lmcntc.
TrataremMdaquestàodopancayatnocapftuloscgulntc.Q1Kcnsina-
mcnlos>epudctiurdç..,..avatarcsda"'romunidadc"?Emprimcirolugar,e
prccisorCC<Jlocarosclcmcntos..irdadcirosnoquadrodadomil!ãociaedaro
dcvidol1183ràforçacàconquistaquctomamasposiçõcsimtoM:is.Dcpois,a
,;1,..çãonaaldcianiotindcpcndentcdascircunst!nciaspol!ticasregion.ais·
o"'dcspo1ismo"scrdlc1ccmumg:rauqualqucrnaadministraçãoaldc.i,quc
nõoé apenas a reprcscntaçiiodosiotcrcsscslocaisem íaccdopodcr, ma>
1ambém o con~ririo. F"111almcn1e, reconhecendo que a ucomunidadc dc al-
dcia'" nasccu de um ponto dc vista ocidcntal inaplid...,l à lndia em scu ron·
1nntn.porqucahicrarquiacadominâociasâooniprcscntcs,carelaçãoao
...110 mcnm fondamcntal do que se supunha, t preciso reconhecer dcscnml·
vimcntos regionais oonsidcr.tvcis da &O~daric.iadc comunal (oomo entre os
J.i!).a c:rogamia de aldeia (no Norte), conselhos de aldeias atestados, por
ncmplo,narcgiiolamil1114pocaCola"'.
74.2. A Ctutu Domi•IWlle
[)(:finiçãomuito~qucéprccisodisc:utirctornarmais?rcc:isa-É
um falo que, numa aldeia indiana, uma (ou mais de uma) casta dispullha
aindarcccntcmcn1cdodircitosuperiorsobrca•te11asousobreamaiorpar·
te das terras. "Direito superior'" d..vescrcnlcndidoaquicmrclaçioaosou-
trosaldcãos, odiroi10 do r<:i,clc mcsmo supcrio• aoprcccdontc, nãointcr·
vindononlvcldaaldcia.Foifrçqücntcmcn1cassinalada,porcxcmplo,adis-
tinçào cnlrc ocupantcs de plcnodircito, pussuidorcs, cm suma, do10mit>
_,
..._"-v"'*"'"'"""'"_C_ltl>ibl.l••--•'"'"'"",_-.
___. . . .,.______
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.... - - - - - ...... q.. · - - - .. - - - - -
74.J. Faciions
__ _____ ______ _
Éprccisodi7.cralgumaspalavrassobrcumfcnômcnoqucacornpanheo
dominância e é como ela uma qucslão dç falo e não de prindpio. A aldc11
--
,......,...
,.. _ _ _____
.,.,...e~c--1 ~- .......
,.._,__ ......
....... _ ... ,....... _ _ _ oqo1...,,_ ...lat* _ _
_..... _______. --... ...........---·-- ...
......__......., _ _ _ _ _ _ _ _ q ........... _ .
------·--·
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_ _ , . . 1 ...... 1 ...... (... ~,-
,.., .._ . , _ _
Diremos a mesma coisa cm írand&, mas rcs6alvando que u;sasjoclioos {cm
ponuguês: facções) não lém nada de "faccioso" ao senlidoda Rcwluçio
Franccsa.Conbcce-seb,mu.i101empoaimportinciadasq11C1Clas,dasrivall-
dadc.s, da chicanajurfdica na aldeia indiana. Cilamos acima um lemor de
Mctcalfebascadoncsscfa1o(n01a74a).Dcvc-sea0searl..cwiseaseusco-
laburadori;s,numcsludodarcgiiovizinhadeDclhi,talvczonomccccrta-
mente o primeiro estudo sistcmttico do fenômeno. A aldeia colá dividida cm
g>Uposrivaismaisoumcnospcrmancnlcs,dcnlreosquaisosmaispodcroso.
compreendem pelo menos uma fração da casla domin.onlc ao mesmo tempo
qucumadien1etarcc:ru1adacn1rcucas1asdepcndente&Opontoim.port.antc
écvidenlcmcntca cisão da casta ou linbagcmdomiamleemdoisoumais
fragrncntosqucnemsemprcsegucmncccssariamcntcuclivagcosdaslinha-
K•ns. Essafacçõesseservcmdetodasasocasiôcsdc:a1ri1oscde~1fgiospara
<e afrontarem, pode-se até mesmo P""""'
que elas se sentem mu.ito mal se
n.io as •uscilam. Lewis forneceu um c..<qucma muiln preci.<o das pcrtinCncias
cdasrclaçõcsdcssasíacçõcs,qui:nãnpossuemapcnasrclaçõcsdchoslilida·
de, mas também relações de sjmpatia e de neutralidade. Pode-se pcguotar se
olcnãorcilicoucsolidilicouumpoucodcmaisrelaçõcsqucscriamnavcrda·
de maÕs Ruluantes e amiúde maÕs ambfguas"'. E também, talvez 50brctudo,
"' seu c•emplo, no qual clislcm cliwgcru; nbjetiv:as (as facções fumam cm
"'parado),nãoseconsliluinumçasolimi1c,ocampcsinatol"frcprcscruando
•f,:10bmuito.ponlosdcviMa,umtipoabcrrrantccmrclaçloàfodiacmgc-
ral. É certo, cnlrclanlo, que Lewis colocou n dedo num fatn importante,
mc..•mo que as coisll sejam cm geral, çomn cstarlamos iodinad0$ a acreditar,
mai.,nuida.<cin...iáveõ..Ofatoéconlinnadoporoulr0$trabalhosqucsc\18·
lcmdomcsmocooccito,cmparticularodcDhillon,que,Lcndoparticipado
d.opcsquis.aprca:dcn1c,CS1udoudomcsrn.omodoumaaldeiadoDccioec:o-
lucoucmcvidênciadifcrcnçasintcrcssanles{papcldoparco1cscoporal'mi-
d•JcnoSul)"'-.Oíatoglohal~acis.io,nointcriordaaldeiacdaprópriacas·
l•dominanlc,cmunidadesquenãoderivam dcncohumprindpio1radiçio...
n>I, cm que a adesão de cada um CSI~ submetida antes de 111do cm grande
porlcascusintcrc..scs,cmsuma,umaimportantcadcsiomiplncaaosag:ru-
l'•DICD\0$eàsdivisõcsquercsul1amdacas1a,doparcnlcscodcllohagcme
__ .. __ ...-......- - --
d•.iosociaçãolocal.Surgcmlod0$0$liposdcques16cs.Empanicular,lrala·
_.,_,,_..._,...)l'--""''_"_""a-l•----
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_,,_,-~ ,,,, ............
•·•-~"l'0«-".l-[-·{"-
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sealdeumfcn6mcDOlipdo.deummodoW.dapoueoclaro.àorgani7ação
1radiciooal,ou,comoamlliorili1Cmdâvidaes1áindinadaapensar,deumfa·
10 moderno, ligado b mudançaa rco:otes in1rodu,.idas pela inserção da al-
deia num conjunlo ccon6mico e polftico qllC age ímtementc sobre ela? É
daro que as mudanças conlemporâxas multiplicam as causas de atritos, mas
isso não significa que o fenômeno cm si mesmo seja rcçcn1e. Con1entemo-
ROS com uma obscrvaç!o, à guisa de transição para o capitulo seguintc. Do
ponlodcvislaformal,ofatoparcçcc:scarLigadoaumcarae1credcautorida.·
de: como se vai ocr, nes.c aislema 11"1 homem só pndc ter uma auu1ridadc
inconteslccm rclaçãoapcssoasdcças1adominadaouinfcrior.Nointcrior
dcumgrupodcc•lalutodc1crminado,aautoridadcémui1omaispluraldo
qucsingular.Ébcmconhccidoofa1odcquc,foradasfunçõcsoficiais,rara·
mcntesccn<011lraumcllcfcou/ttldtrânieo,aop;woqucaau10ridadeca
inlluênciasãoamiâdepartilhadascntredoisouv.ãrios"anciãos".
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...,..pp 1"2• ... - ,.,. ... . . _ _ ..... ,_,,,, ....... _ _ _ _ _ _ ...
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- .... -. ....... - -.. --... -(•--..-w-
~-:::-..z:~·1?_;::.~~::~
O GOVERNO DAS CASTAS
JUSTIÇAEAl!TORIDADE
81. DOPODERÀAUTORIDADE
ScodoorciojllizporexcelEocia,ojuiz•Uprcmo,pode-screprcscnli·lo
tradiciooalrocotcrcscrvaodoparasiasqucstõcsgravcscsccsun1indoc:oma
corte de apelação cm qualquer oulra causa julgada por w111 outn imthcia.
costumcira011nio.hwcrsamcntc,clcpodc:riarcmctcr1essctribunalc:os1u
meiroasquesl.õcsaclc•ubmetidas.Normalmcaleauxiliadoporumcomit~
de Brlmancs pcrilos no dluvnul, podia delegar sua •utoridadc a um deles""
___ _____
o-.. ,...... . ___. , . . ...... . . , .___. ___
,... -..i-iP.-.._. ..... podo... _ _ ................
· - - .. - - . ,_ _ _ (<, .. J)
NasobrasrclatiVa<àhlstória1Dodcmadalndia,fala-sedcbo1Dgrado
do COMClboou assc1Dbli!ia de aldci.a, nomaisdasYCZCSCOID acxprcss&o
"pancayatdcaldeia". Voltarc1Dmàpalavra"panc.aya1"(§84.l),dir(:1Dmpor
cnquantoqucclapodcdcsiga.arlH.dicioual1Denlclodareuniioparaí1111dl!
j~iça ou de arbitramçoLo, seja qual for sua dimensão; t, CID suma, um tri·
buoalcm\u1Dcironu1Dscntidomuiloamploeali!mcsmo,11Dca5llda1W1C111·
bléiadc=ta,u1D6rgãoclCClll.ivocati!lcgislalivo.Nuoo;ased.;fioi11bcm11
queseentcodeço1Daexprcssio"pano:ayatdealdcia",m~oalitcra1uraio
diaoa do si!o::ulo XX CID .,.iieular, cstab.;lç<;;C-SC uma ligação c:om a ooçio de
"comunidade de aldeia", que criticamos an\"6. No.. termos de um1 crcnÇI
IDllÍto difundida, a "comunidade de aldeia" teria tido Piais 0111Denas uoivu-
salrnçoLc como órgão o ~pano;ayat de aldeia". A CCOPOIDi&ta Vera Aoslcy
formulaessacrcni;adcmanciratoda~çv.lar:
116muo<otcmpo,._hc«u..quo-doopootts,....J...SO.do~ ....... ru
raodcdln0>doollal"1oeclolpoduadoopuo::ap1deolde1a.A111_....,_..,..,_,
_
("1>odo<>")«111l......_•- . . •ldeolcalUtdulomumallpçk>poclemlll. ..1rea-""
----··-rfJk
.
.......
_..
_____-. ................
-- ... .._
-~ .....
. . ._____
. . ..---
Acreditou-se tlllloJloCMI idstiluiçio, qllC ela eomc~ou a"'" pc.quislda. Oo
.................
_.... ""'--'"'... _,,
_,,.. _ _ _ ..., _ ......., . , _ ... , , , _ IK"'io<H•o<f!-.I pll)
~
....... -------
::-:::.:::::.=-·--ª·-·~
.l\I ~~3:3-=:.;~5~
0--·-.. ·-----pO<R.CU.(~.._.
'°''·-"" lJl.111.1'1) ........ -~·---- ....... -~ ....
===r~=:~;:==::-...:::.:.."'~::
. ..
;;,:;:~-::-i-:-;: :-.:.·.~~ =~-=:::':'.:=:.=
Emterccirolugar,ot.erw-1equc,aho11dcscrcuniss.ec111as.scmbltia
paradc.cidirsobn:asq1JCS16c!icomunsi"aldcia",es1ivcssccmcausaacolola
de imposlos 011 a adminislraçio da aldeia em geral, isso era emfNim'irollJlfU
uma prerrogativa dac:aslllduminaalc.Sc:riamclhor íalar,porCODSCguiale,
11csscsc111ido,dcassembltiaoupanç.af"ldosdom1.naau:s,cnãodcaldcil...E
rclativamcntcsc:cwulirio,dopoatodcvis.l.adopodcrdedccisãocfctivo,q11C
a rclll>iio seja às~ p~blica, que os dominantes se ajuntem segundo a tr ..
dl~o local ou as o:Uo:IUISllnc:ias dosrcprcsc111antes dosdomiaados. Fmal·
mcotc, cm quarto lugar, não se dcYC im8@:inar o íuncioqmcnto da aldeia, cm
panicularograumaloroumcnordcarticulaçiocdc[ormalizaçiodcsu.
íunçõçs,comoindcpcndc:ntcdopodcrrtgiooua:11traJD<.Tudooqucsc$8he
lc11dca111oslrar,aoconllirio,quctudoissodcpc11dia,cdcpc11dcaindlltojc,
d11es1abck:cimcD1odcumarclaçiosatisfal6riaco1110podcrce111ral.Talvo
scpcra:baagoracomoscp6clc,aomis.turardivcrsasespéciesdcrcuniokr.
dc~bcral.ivasetitarprovci1odaidcali7~i;ãoda "'comunidadcdcaldciaM, COlll-
truir um .er mis.tcrioso do qwd 5C pode dizer ao mesmo tempo qllC ele aislc
e que não existe. J11111cmos a isso alguns raros mas notltvcis documcntoo
hisl6riços,comoasausgravadasnapcdradaasscmbléiacdascomissõcsC1·
p«ializadas da aldeia de uuaramerur no rciao Cola no stcolo XII, e eo111·
prccodcrcmoscomownpalriOlisntoc111lutacontraadomiDaçâocstrangcita
pôdcvcslitaimagcmaultantcdcumadcmocraciaaldciqucs6scriasoaa·
_ ..---.-·
brcada1111ép<:Qmodcrna"".
U.
-...-.i._qoe_,
.......
... 11 .._....,
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" ' - • " - V - 1 - < f • - p p J l... L),_.,._......,.~ .. - ·
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Pood.-polop
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=:?-;::=:7~~5?::E~
·----·- . -- ........ . -- .....
=·~-~:.::=..:::=:r.:.------
- ............ ..
g~~::~-;§2~ª~~~;.=3
Deixando de ladoaadmini..lraçiodaalde.iapara coasidcrarapcnasa
justiça,coocluiremos,por1K1UOl11n10,qucolouislia,aasv&pcrasdaco:n-
qW...aiaglesaeWvo.,._cxocpciouis,paacayatdcaldciaeoq11&11toinsli·
uiiçiopcmumentc,dlsrillU.dospaacayau.dccwa.Havia11111 pancayatda
easla dominante Da aldcia,c havia rcuaiócsdc irbitrosoujulzcsadhoc:,
u:mporiri01-S6o~cntoeoTCÇODbccimcatoporpar1cdogDVCTDO
podiamprowcarauisl!nciade=dadeirospaaca)'lllSdcaldclii.
84.1. "Pancayat":APalD~racaCoifa
. . . -.pod<-.. . . -·---.. . .
v....,..,__ptt>No _ _ _ _ _ _ ._.__ .. p.odo
(t"il.-pp.11•&).
~-==-==..r.:a.--..:--=r&!:.::;:-;;~
. . :.Es:-~:::~:-::_~~::.
=:,.._"""::=4:r;:".. ~":'".,!.~vk!:-i:-"..!~
~l~~~~~~;]~~;~~::~..;
modificar o CO&lume, Ucidlr por eamplo lllio mais lolcrar o ruasamcnto de
vi6Yu,oumodilicar&1n:tJNdciatcrcasamcn10.
Oque•palrmiplllldyalckvcevocarcmprimcirolugarparanósées-
.,. aw~ pbual, guardil. do c:ostumc e da concórdia, a quem se recorre
cmparlkllWparaadccidodccoaflj1os- paraarbilr.t-losouparacondcnar
oquctco11lr.trioaoCOS1umc.Elatformadaçssc11óaJmcotcdcumpcq11C110
11flclcodcnoü.a.oudcCJpecialistas,aoqualscpodcmjun1arcspcaadorca
mais ou menos ativos. Sempre lembrando qucparaosiDlcrcssadoscD&lc
C011tinuidadccntrcasrcuniliesmaismodc..lasccfCmcrasdcssc1ipocaqucJ.,
quccxcra:aauioridadc1uprcmannintcriordao:as1a,fprccisodistin&uir.é
prcOsodislillguircspcc:ialmcatcocasocmquccaslasdifcrcntcseslãocmjo-
lº•P"'º11:mplonoarbi1ramcntodcum1co11tcl>daintracawopclosdomiou-
tcsdolugar.
Alilcralurarca:atcfrclatMuncn!cpobrcsobrc1loS$Clllblaadeo;uta
csobrcopancayatiD1racutacn1pral.Rcsumircnlos,eatlo,paracomeçar,o
quadrorcgion.aldaasscmblti&decastadadoporBluntparaoUttarhadl:lh
scgundooCenmsdel911.À$-rarcmosalgumagCJ>CFalizaçio"".
Bluotdislingucu~castas,confonncacaManão1cllhaasscmbltia,tc·
nbaumaasscmbltiapcrmanenlc(asabcr:dotadadcumpcssoalpcrmanoo·
lc)011umaasscmbléianãopcrmanc111c.OprimcirocasofcllC011U'adoOOD1
írt<jltbciaenucascastas•upcriorcs,asc:aslasdc"duas-vczcs·oascidos",dai
lrêsvaroassupcriorcs.Aautoridadctcnliodifusa,éa"opiniiop{lblica"
que, co..Cormc o caso, m:om1111p Oll bok:ola, altm disso, efetivamente. O
caso a que Biuni chamadJ,pancayalniopcrmanc11lctaquclccmqucau·
scmbléiasóscrc6oc1pedidodcumculp&do,dcpoisdcs111comllllidlden
ler cxcluldoscmdcci3ioformal: elccot!o rccom:dcssaati!udccolcliva
diutcdaasscmbttia,dcmaneira1oblcrsuarcintcgaçiopormciodcu1111
sanção a sc.r dclcrmiQda. A bem dW:r, CS!ia5 reuniões parecem ua:pci.....U,
cpouconumcrosassãoascastasdasquaisscpodcfurqucasconbcçam
rcalmcotc;cisaf,cn1sum.a,umlipoiDlcrmediáriocoucoprccedc111cco ..
9"'Bl-•d<.ppl04-ll~-po<-pp . .'6M.N-.....,_. _ _ A
pp.7 ..L(_. _ _ _ "):"A _ _ _ _ lll _ _ _ ,._
JooW;~_..lll•MJooro.....-.--af'""Msr.-..,<1-""-I.•"'
~~~~~~~~I~
gui.a.tc.Aocontrario,o''paDcayalpcrmancotc"talcsladoco1rcceomcqua·
lruuulraso:aslasdarcgilo,dasqll9isoitcntacoitosãoouprof1ss.ionais(ses-
"'ntacscis)oubaixas(vinleeduas).&sepoaludcvc""'observado.
Nesse caso a assembléia ou panc.ayat possui um ou mais digoitolrios
l"'•maocotes., eoc.arrcpdos. de lc\lat u infraç0ç$ ao seu conhc.:imenm e de
<DJ1voci·lacmcasodcoe.ccS&idade(p.I06).Essaspe..soa.sioscmprcmcm·
brm do comitê. Na maior pane do tempo cDstc um chefe, hcred.itirio ou
clcito,gcralmentevitaUcio,qucéoprc:sidcolo:daasscmbléia(SlllJl<lllccl.;.).ç
pudcm exisliroulrosdipitáriosmaisou mcoosc.sl"'cializados,ousimplcs·
mente muitos membros do comitê, eles mesmos hcrcditú-ios ou eleitos,
eh.amados pllilc, lilcrafo1eo1c "(wn dos) cinco... Não é sem dúvida Dldis·
pcnSlivel a clisthcia de um chefe ou presidente. Em outras regiões ele pode
laltar,mcsmooumaDlganil.oçiomuiloarticuladaealiva(Sa.u-caslc;Srini-
vas,J.Bar.:doisn~ávcisiotervi!msuc:cssivamcn1c).
Aasscmbléiaàsvczcsécoovocadacspccialmcntc,clapodc,iambt!m,
commais{rcqilbciatalvcz,sccoPSliluirapcdidodcumqucixosoporoca·
.ião de um dos banquetes que marcam as cerimônias de famdia (casamentos,
funcrais)cnosquaisosmembrosdalraternidadccslâoprcscotcscmgraodc
n~mcro, ou ainda numa das graodi:s pçregrioa~õcs regionais, ou quais até
mci;momuitasfralcmidadcs,corrc.spoodeole>amuitasaMCmbléias,pode0>
"'enc.oo1rarcdiscutirrcformasaf;w:rnoscostu0>csdasubcasta.
O grupo que se rcWu: cm assembléia solene é amiúde chamado, como
diz Biuni, birld1uiou"fratcniidadc"",lcndoalcadaumdoschcfcsdcfamOia
dircitoàpalavra;gcralmcotc,cmUnarPradcsh,aasscmbltiaédirigidapor
um comitê, oo mais das vezes composlo de cinco membros; mais raramente
opancayatéformadodcrcprcscotantcscscolhid0&.Jllsciosisliuoola10de
que a asscmbléia concspoodc cm geral, 111> Nonc pelo menos, a um !rag·
mcnlotcnilorial dasubcasta. A subcasla f, de falo, uma unidade teórica
m>i.<doquccfctiva,~pornilidoscc.asarnumaclClco.sáodasubeasta(oumais
cmgcraldcumasubdivis.ãodacasta,qucpodcscrdcordemsul"'rior:"sub-
'ubcasla"porcxc111plo),111asoiosecasacfclivamc111cseoãoourngrupomais
rcslrito,lcrri[orialmcntclimi!ado,qUl'éogrupo"efctivo"ooco111al.odas
rclaçõcsintcruasão:asla(Mayer,aci.ma§36)cqucscrc(mecmasscmblo!ia.
/\ coisa toda é puramcnlc empírica, e cssc grupo nio constitui uma unidade
cm façc de outras da mCMJla c.ptcie que cm si coPStituiriam a subcasta; CS·
''"gruposmalsccollhca:m.EissoqueBhmlcharnadc"scç.iolocaliodc-
l"'ºdentc'-. A cxtcuão tcnitorial da assembléia, sendo ela uma quc.stão
puramente empírica, pode variar muito. Por exemplo, a asscmbltia de urna
c..Cadc~MCOlll001lavadcirosdiopcrsosoarazãodcuml"'qucoo
níuncrodefamniasporalckia1cr•u1n.c.<1cllSâDmaiordoqpçadcumacas-
1adcagrioul10rcscompopui.Ç;10dc...... numapcquenarcgião.N.iocspe.1111-
ria, cnlão, nem um pouco cDOGlllrar DD M)Sllrc uma assembléia de lavadei-
ras oujajurisdiçlot co>orme(doilidislrilos?, SriniYas, €.A.). De resto, ao
mcsmoU.P.,ccomccnczascscgencralil.a,aasscmbltiaCSludadaporBlunl
éapcnasomaisvasto,omais.ok:nccomaispoderosodospancayal.'lquo
podem dcmaneiracfctMisc reunir. Gough indica para o Sul (Tanjorc)•
c~ênciadcpancaya1Sdcasl1deam:ndatáriosLimitadosaumaünica.i
dci~ num caso cm que a casia dominante rcg;a muito estritamente as rc·
laçõcscntrccastasnaaldcia(V./.,pp.44c"5.);issoprDYa,,.,lmcntcniocii·
clufa as..'\Cmbléia< de dimensão maior. Pode--. ""r pancayats cm muitos"'·
vcis,qucrsctratcdeumacastatcrritorialmentcscgrcgada(Saw-<d.ffe)oudc
uma caota dominante numa área determinada (Jats: L:W), e:io:cpcionalmen-
lc mcsmo com representação de um n(vel ao outro""'. No Panjab, as çirçuru.
cri~C... ~Utc>ii\lllS >ão dcsig>ladas pelo nümcro de aldeias que .e julga que
das englobem"'.
84.J Compettnâa,Procedimemo
.. __
liléias.Emscu.c>romplos,trata·scM!bn=ludodacomc....alidadc,docas.amcn-
______
........... ......... -_,...
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. -- ,
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-.,...,,.oplt ......... q..,
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... - 1 · · - - - l - ( • . . . . W m ) - - q......
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.
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1ocdoscost11111cs(dMlrcio,adulterio.concubinato),daproílSSiioedecrimcs
hindus (morte de uma YllCll). ~m do falo de que, cm ma1éri1 de casamento.
porcxcmplo,sc1ra1ecomfreqOénciamaisdcli1ígiosdoqucdcdcLitos,1alvc7.
scjaumcrroquen:rdcímirdcdin:itoacompctônriadospancayallldccasta:
dadaaelislénciado:<1ribunaisofio;Ws.cs1amosdiantcdcumaques1ãodcfa-
lo:asasscmbltiastradiciOlllisscocupamnaluralmcnlc,cl!lprimcirolugar,
dctudooqucnãochcpaostribllflais.oítcials,masBluotarirmaadian1cq11e
"1aramcnleaoompc1tnci1dosmagistradoéinvadida"(p.1l6).E.mgcral1
coisa ~ muito variiivc~ bastante menos ma1cada (!i 85). A compctéocia do
pancayaté 1cstri1amuitomaisdc fatodoqucdcdircitopclaCJd,uêociack:
uulrosproccdimcntos.
N.io"" pode cnlrar aquinosdclalhcsdoproa:dimcoto,com ojun·
mcn10, o nrdálio e cm geral as s.an~ religiosas que o apóiam"'· Diremos
apenas que, quando ele é •uficicnlcmcntc conhecido.o proa:dimcolooio
parcccjllSlificarojulgamco1011mpo'""'condcsccndcntcdcH11110n,para
quem ele é extremamente .unplcs, sem formalidades e livre das regras relati·
va.< à prova (untrammtll~ by tht law of niiknff). No Uuar Pradcsh, Biuni
obscrvaainfluênciadostribunaisoíiciaisY11riávcis,maslambémcxistcmdi·
fcrcnças,1civa.<.tambtmvarii...:io.,quantoaocstabclccimcnlodosfatoscao
modo de decisão (unanimidade ou mio. frcqiicnlcmcnlc unanimidade do
consclhocmaioriadaasscmbléia).
Podc·scpc•guntar,tcndocmvistaoqucscs.abcdcoutroslugarcs,sco
•vlo formal t antes um cmprt.timo recente ª°' modos ocidentais. Marcr
dcr.c:rc...:,cmmatériadcclciçõcslocais,arcpukaque..,cxpcrimcotaqu.ondo
umvn1odadocomasmiioslçvan1ad.a<fa.surgirumadivisão:1odasascspi!
cicsdc negociação e de acordosscriofcilasllO.'ibaslidorc.,masaclciçici
scrá, nasupcrRcic. uniminc. Ele lembra ac.<se respcito"oidcaldopancay111,
qucsódcvctomardcci.õesunâoimcs,scjamelas1caisouape..asaparcotes"
ci'5Dscaplic:apcrfcitamcnlcaopani;ayatdccas1a.Lcwfaas;inalatambém
1h~1radilionofmf/lrodofruchingoUJ1animousvndi"°".
AinRuÇnciadostribunaisoficiaismodernossobrcopani:ayali!conhc·
cida, mas e preciso lambém pcllSU, ao passado, na influencia dasjllridi~
rtgias, marcada no Uuar Pradcsh no nome dos digniulrlõ"da as5Cmblli&.•.
,. ., .,. . .
""-..J.-·~--s--.o-.,...,,,.s,-«e"
~-::F-..t~Xl.:~~t~dr:=·· ~~Ê'§~~
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... ......, ...... ,,..,,..,....,,.,.,....,
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................ ...,...,
......·-·-···-·- ·-· --·-···-
__
84.4. A Excomunhiio
Apcoamaisgravcqucaassembléiadccastapodc:pronunciar - sob
reserva, talvez, da aproYaÇão da auloridadc suprema - é a cxdus:io. É
tambéinsociologi.;amcptça111aisinlcressantc,"csptcicdccxcomunhãocivil,
de 111onc oo mundo", dizia o obbt Duboi< (1, p. 36). Na rc.alidadc, Wslcm
nuançao.,cosautoresíaumdlstinçõcs;oaWDuboi<di<lioguccxclusõcs
mai< ou menos radicais, com reioiegração mais ou menos ficil, ou complc·
1amcnteimp<>Ml-cl,porcxcmploparaquc:mcomeucarncdcvaca(pp.37-38,
43)'". Também para Srinivas (E.A.) a exclusão é definitiva - Brâmane que
coabitou com uma mulher Pãria - ou 1cmpor,ria, a1é a reintegração. Scgun-
do ffMallcy, é-sc cxcluldo por 1oda a vida, por um pcrfodo dcfinido ou a1é o
cumprimcn10 da apiação, fl'UY"'âlta (p. 75); acrcsccnia que a seoicnça de
cKOmunh.io lcmporária nem sempre é aplicada, mas às..,,..,..
comutada se o
culpadopagarumamultalouv.ivcl"".
Biuni cita i.nümcros acmplos., mas sem mui1m esclarecimento., e sem
muilosdctalhcs, 1alvci porque ae•comunhãosejarara,,....nossosdias. Eo·
trcla>llo, tal-cz Wslam outras di<lil>ÇÕC>. a rucr. Assim, Huuon, que rv. a
di<linç.ãoacima, identifica a CC&Saçiodcoomcn.""lidade (iolcrdiçãodo ça.
chimbocdaá8ua,oqucd.inomcsmo)caccssaçãodosserviçoscspccializa
dos {p. 93). Mas com ccrlc7.a cxislcm casos., no Uuar Pradcsh cm parlicular,
cmqueumacoisanãolcvaàou1ra.E,comcfei10,umaqucslioscooloc.a,a
dcsaberscaassembltia,quclcminconlc.slavclmcntcopodcrdcrcjci1arum
descusmcmbro.,possuiautoridadcsobrcosscMdorcs.Arcspos1aéccr1a-
mcntc •im no caso da casta dominante, mas também se pode pcrgunlar se a
cJ<Comunbão 1oial não czigc a sanção de uma autoridade cltcma à <nta. De
fato,Duboisaa1ribuiao"fl\lfUDU,naíal1adclc,aoschcfcsdc1ribo.oi"ccon·
•Ídcra como não definitiva aquela pronunciada pclm parcnlcs., a saber, o
grupo local; vimos aciaia o rei i.nlcrvir (§ 82). Na aushcia de uma ~ai sanção.
~romcnsalidadcpodeccssarscmqucosscMdorcsscabslc11bamdcscMro
culpado•".
Exi<lcm eolãograus,e,aoladodacJ<COmunhãovcrdadcira,dcfinitiva
outcmporãria,seriancce&Sáriofalardc11111acsptciedcboiçotc11â11acomp.-
nhadodc5a11ÇÕCSdccisivas.
Frcqiicolemcntco i.ntcro:ssado suporia sem muitas dificuldades a cx-
_...- --..----.--. -
...,,.....,,.,,..,.. _ _ ,..,. _ _ _ _ _ _ .,._1o"Mo1
..,..,..
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_ ..----~
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~"=~ .::-::~ ..::.:::::: .~·::-:::.·.:·!~'. :;"."~:~::::.:-: :""'" .............. -
grandcscsforçosparaobler11111rcilucgraçãoc,aomcsmotcmpo,adosfi·
lhos;ll$Slm,odcNtcrclawloporSrini-..€.A.,cs.táligadoaoCBS11D1cnlodo
filho da mulher de cswuto 1111pcito (d. Sous~Mt~, p. 311}"'.
OuuitoàrciatcgrltÇio,vimosqucclac.ti,;..amiúdcasançioda1uto-
ridadcrcligiosaca.1émcsmortpa.Elacompo11a,comcfcito,ri1osquc!llo
ao "'esmo tempo cçiações (ptrzyaçcitu.) e purificações (peregrinação ao
Gangcs,1rata111cntopcloscinooprodutosdaw.ca),césimbolizadaporwn.
rcfciçãoofcrccidapcloculpadoàasscmbk:ia(cçomrrcqilênçiaao&Br.ún1-
ncs). Essa formalidade da rcfciçio à fraternidade se generalizou como
sanção,totalouparcial,declcli1osmcnosimportan1cs.E111gcral,aajustiça
dceasta,ac!!piaçâoscmisturadcmancriacsln:ilaàpcnapropriamcntcdil1;
i..soéoaturalscsclrala,Blltcsdctudo,com1>scvcrá,dcimpcdirumapcrdl
decslalUIODUdcaaliWtr.
84.5. Cur6terGemldaJwi.uiiçãodeCClsra
Contdl< ... q.......- ... «1111p<to! .... - _ . ............ b._lada ... to!$
noq .. l""hornc"'da<asUo<Ofl5Ml<nmq11<001n10 ...... caftpulAÇkldacaw...,...quolf
al1><«>nlnumm<mbn>da<»ta(llutl<>ll • .,.<u.pll'J)
~,,.
...,..,...,_ ................ _ , . . . _ o _ ( o
Do .... - _ ....... _.. ..... _ . . ... _
-.1crr"•
..... _ _ _ ,,,
:~~~~~:=~~~~~~
tiJo com uma sancHl.i• ou se ter vermes numa ferida: essas são ofensas me·
norespara ocstalutodogrupo. C-Ompr...:nde·Ktambfm, oqueespan•ari
o~Dubois{ll,461),queatentadosgravcsaopróllÍrnocàordcmp6blica,
comoamortccoroubo,llioooloquemcmpcrigoocstatuloda.;asta,po$·
... m parecer menos gra..,. do que uma contravenção às regras de alimento.
Mas1udoisso.sórcprcscntaumapancdaa1ividadejudiciáriadopan-
cayaldccasla:commuitarrçqüêoçia,clescocupaemrcgularLitlgioscnue
nsmembrosqucnãos.iodcimcdiatopcnincntcsparaocstatutodogrupo,e
ele o rv, insistimos nisso com os autores contemporâneos, com muitn mais
íl~bilidadcepacieociaparachcgarllco"':i/10,40.Dir-sc-ia,cnlâo,parafa
,,,....., aspecto entrar na fórmula citada, que nbom entendimento entre
•cusmcmbrosepartcin1cgrao1.:dosinlcrcsscsdaea.<1a? l:1SOscriacvidcn-
1cmcn1e U..uíicicnlc. A visãn estrutural nos pcrmilc, uma vez mais., ir mais
lnngc.AjUSliçadccastalcmduasfaccs,umavolladaparancxterior,eéuma
1us1içapcnal,aoutravoltadaparaointcrior,el!umajustiçadearbilragcm,
Jc cooc::iliaçilo, que 1cndc ao mesmo tempo a rcstabc:lcccr a concórdia e
aman1ua1m1oridatkdopancoya1.0bscrva·sc,comcfcito,quccssaa11lori·
daJc,fortequandosctratadeprcscrvarocstatulodogrupo,éínicanooutro
casn.Ci1am-sccomfrcqilênciafórmulassolcncscnmo"avozdopancayatéa
'º'deDcus"ou"oreidac.astaéacasla";clasassumcmncsscoontcXloum
s.:n1ido preciso, a primeira como uprc""1o de um picdow desejo cm relação
com o duplo aspcCLn assinalado:~ pn:cioo obedecer cm outros aMUnlos o
pancaya•qucdcícndcn0S$0CS1a\U1o;ascgundacomnrcconhecimcntnimpll·
ci~odo faludcquc a autoridade no intcriordaeaslat cm grande medida dc-
"""da da auloridadc ri!gia c cm scral da au10ridade ...tcrna (§ ll5). Em •u·
ma,acaslatcntaoutcntavas.:rsc:uprópriorci.
Sublinhcmosporcnqwinloaíraqua.adopancayat.Anlcsdeludn,jãsc
disse, uma grande parte das easlassupcriorcsnâopossui uma assembléia,
dcpoisscobscm:quecxistcmgrandcs...,,riaçõcsnaatividadccnaau10ridadc
daasscmbltiaemaiscmgcraldopancayalaliondcelcscxistcm,nointcrior
de um mesmo nfvcl social e numa mesma região. É verdade que a situação
prc,;cntc,naqualsc: plantciaa incfic.áciadopancayat,éatribuldanamaior
pa1Ccdotcmpopclospropriosintcrcssadosauroadcçadênciarccen1cqucos
od1<,ervadnrcsatribucmàsinfluéndasmodcrnas(àdominaçãoinglcsa,como
•cim• ele.). l:ISO é passive~ mas sem dúvida n~o corresponde a toda a vcrda-
Je· cl!Íslem boasra•flcspara pcnsarqucaautoridadedopancayatscmprc
tlcrcndcu de circuns1.lindasc1<1cmas. Em lodo caso, é sugestivo manlcr a
"lirmaçãodcqucocar61er<:<incdiadordopancayaléamarcadcsuasabcdo·
no, cm partk11l1rnoqueoe rcforcaofatndcqucclcoonhcccsuarclativa
fr1quczoparatudooqiwnlo1llngcocM11utndogrupo1".
85. RELAÇÓES ENTREJURISDJÇÓES. A AIJTORJDADE EM GERAL
91. lNTIWDUÇÂO
Propõc-scocstccapílulolcmbrar,ouc><1rair,umccrtootunerodetra·
wsqueacompanhamdcfaloo.istemasocialquclc11tamoscsboçar,s.ejaçs..
"'concomitância visla ou nio como imp~cacão. No n(vcl da orga.nizacio.,..
<Íal,osaspcdos"pol(t~cconômicosnisoladosnnCapítulo7,osquaisdcs
"ciiemoscomo enccrTadosmaisou mc110&logicamc11\coosistemafunda·
mental das reprcscntaçócs. constituem já uma primeira esptcie de impli-
'~çõcs, ou de conC0111itiiK:ias, co"' rclaç:io ao sistema idcológiço. Tratarc-
mos aqilldcouuosaspçaos,edcaspçaosmilltodiversos. Em primcirolu-
!l<I'·
assinalaremos uma imtilillçio social que transcende a sociedade: a
rcnúnciacafonoasocialq1>earen{mciacomaoda:ascita.Emsegundolu-
K"'· dircmos algumaspalavrassobrc implieaçõcsculturais: atolcrincia, a
imitação, a concepç!o do tempo. Em terceiro lugar, enumeraremos algumas
1mplicaçõcsdiacrôllicasooqucCODCCroeaospr6priosgrupossoc:iais..Com
cfdto,asidfiaspossuc:m imp1ieaçõcsaoplanodoacon1ccimcnto;àbicrar·
•1uiacorrcspoodc umalendinciaàcidodosgruposdce51a1u1o;infcli:zmentc
~ pcsquio.a ainda C5IA pouco Bdianlada nesse campo, eis por que vamos aos
.unlcnlarem11&Sinalar11sum.. rdaçõu.deratooudcidéia,aliondcpodc-
mo•ci;pc:rarscrcconllcçam1ist1rdcafacc"dinAmica",oucinttica,dosis-
tcm1dosgrupo1cujafK11ul'lkafoipornllle•poU•"'·
92. A RENÚNCIA
Jãobscrvciantcs,muítobrcYCmcn1c.aiotcraçàodarcn(u)ciacdobio·
duWno mundano oo domlnio das formas rcligi"""' (Ap. B, § 2 e 5$.). Qbscr.
w-scumrcnõmcnoan.ãlogo,noqueconcen1ca05grupossociais,cntrescit1
e ca.ta. {;:cômodo chamar "seitas", sem prcjulgar sua semelhança com aqui·
lo que chamamos com o mesmo nmnç, no domlnio cri.<tão, aos agrupamen
tosrdigi0505indianosquesccaractcrizam[acilmcnlcapartirdarcn0ncl1.A
seita indiana~ um agrupamento religioso consliluldo csseoci.almcotc pc:ln•
renunciantes adeptos de uma mesma discipLina de salwçiio,c SCÇ11.11dari1.
mente porscussimpaLÍlall!cslcigos, cadaumdosquaispodccscolbcr um
d"' rcouociaotcs como mescrc espiritual ouguni. Tomando-5C a palavra num
sentido mais amplo, inclui-se co!rc ,.. seitas o budismo e o jinismo. l!m
principio, a adesão a \IDla seita~ para o bomcm·no-muodo \IDll qucsUo in
dividual,qucscsupc:rpôcàsobscrvaçôcsdcca51a5Cmuoblilcrar,casci11
rcspc:ilaCSSll5obscMndll.\,mcsmoquaodoasrelativiza,ecrilic.aardigllo
mundana do poolo de vista d.I religião individual. Alo!m disso, 1 sci11. P"""
oicn1c d.I rcn'1ncia, p055ui1f1ruldadedc rcautar indepc:ndcnlcmcnledoa
V!-5Cquc,empriadpio,perli~nci1ac.&11cpo;:r1ifl<lnri1lsc~11n1n
1ca:memo,.,.,isdifercnlcs.Sllpoderiae1Uurumconfütoocaocil1octnrnu
5C clldusiv1, nlu ali em fie.e de outr"' 11<:i111, m11 ~m f11~ duo v1lnr•• de ca
11.c imnuae&SC "'""""'"'1~"''""''""1"'"" ,,,1, ........... 1.............. •···-
prccndc«q11eumaatin1ckÇOJ11.0CS&atcootrúiaaocspfri1odocoojua1o:sc
claawnlcccaoacuo,"6C>1CCpciooalmcolcdc:ii<arAtrao;oo(vcr,cntn:1an10,
abaili:o).Oquesec:oastataacimadcludoéumdcslizamcntodascilaparaa
casla:qucaadcsiosectúiasc!ransmitcdcpaiparafüho,capmibmdadc
surge.nointcriordogrupodccas1.a.dcumadiYis.ãoi;.orrcspoodcolcàsci1a,
scjaltS!aofundameato,oulalvezsimplcsmcolcos.ig:ao,dadivisào.Asduas
scçôcspodemapare<:crÇOJ11.0subeaslas.oemscmprcin1erditamoin1cro:asa-
mcnlo colrc elas, como a:r!as caslas de mcrcadorcs oo Gujcra~ cm pane
"hindwi", cm parte jinisus"". A ade&ão SCClãria pode 1ambém aparecer, bem
comoaprofüsão,comodifcreociadoradeumacaslaparticular.Emtudoi.5·
so,a scitas6fazaa-csa:ntar um aitérioou umacausadcdistinç.ioàquclcs
qucacaslajáconhccc;oãosclratadc"caslasscdiriao"propriamcolcditas.
Acoatccc 1ambém de a seita degenerar cm uma casla. Suponhamos que
umgrupodcrc11w.cian1csscau1opcrpel11C,admi1indomulbercs,lllliôcscon-
jugaiscrcconbcccodocomoscwiosfilbosdcscwimcmbros:ei.511111grupo
que se parca: a uma casta oova, tanto maio qu.ando admite um rcai.it.amcnto
c>rtcrno. Que cslc termine, e temos uma casta verdadeira. A caractcrlslica de
uma a..ia scaãria desse 1ipo é que os filhos são iniciados como membros da
scita:cxi.stcpclomcl\OSUP1rudiolcn1odcdisciplinadcsalvaçãoquesc10rna,
assim, bercdiiirio. Conbcccm·sc casiascomocssa oa lndia do Norte, por
cxemploosSadhsdoUuarPradcsh.Emoutroseaso&,aÇ&S1ascçúriarcçrvta
cmscupr6prioscioosrcnw.cian1cscc~ba1ários(GosaindcUllarPradcsb)""'
e até mesmo talvez, num nlvcl in1ermcdi,rio, sacerdotes que sub$1i-
mam os Brámancs para uso da casta, ou mesmo de outras caslas de
me•marcgrascc1iria,ouaindacomosaccrdotcsdcalgunslemplos..Concc-
bç.sc, assim, no limite, a pmibilidadc de um pequeno sistema de ta$1M loc.a-
li.r.ado, oo qual a scila lcrA •ub$1i1uldo o bramaoi.5mo. Eiãstc pclo mcoos um
si.<lcma dcssc gênero relativamente bwan1e corihecido, que tomaremos como
exemplo.
OsYuuJ41iva,"Sbivaltasbc«iiwi;'',aindacbamados~1oomosc
carregassem sobre.; um pequeno 1ioga, emblema de Sbiva, co1Wi111em uma
,..;1adeum dcsc11..:ilvimcntosocialparticulannc11lc ricocarticulado,con-
<en~rado cm su.a maior parte no atual Eslado de Mysorc e reprcscolaodo cm
.. usdi.<lrilossctcotriooaio(Dbarwar) umapartcimportantedapopulaç.io.
Tra~a·.C ai, do po11~11 de vista soei.ai, de um 1ipo de sislcma de castas di.<lin10
- com uma importante rc.scrva; a .ci~a assume assim o valor de um vasto
srupodcpcninêocia:esU·scoarcgiãol.lngayatooHindu"<.
---·-•-'"""'""""'--0-C.-.I""""_,
'" ._ .. , _ ,....... _ _ ...... ,,.... _ ... ,.,,..,.,,.,, .. ..... •(...-•<"..
~
-~~::--~::.~:===~
}lprfpmlo•,,,--..... --0-.. . . -.. _-pnl_ .
, . -- ... -------·-·-
~.=---- . .- . . . . . . . . . .....- . . . . - . .
"'º_-.._._,.. ........... ~p~
~ ~-
ingrcssooosaccrdócMf'l:.Tioi;laroço1110isso,c111ai&fwldamcotal,toas-
pcdo de rcoflocia sobre o qual Uisisli11 Farquhr. E.se upcdo t, ..:gwido
ole, devido a 11ma iallueac:ia jinisla, tendo a ..:il• sido na orisl:m - 110 otculo
Xllou11mpo11co111aisccdo-11m111ovimeotodcrccooquisu.~dirigi
docoutraojinis1110.lssocxplicariaovegc!ariaaismo,atcstadoaiadacm11os·
sosdõas.
Ocullo,individllal,tdirigicloapcoas•Shivasobdoisaspcctoi.:soba
fo.-111adofüiga111inialuraquccadaumcancgasobrcsicsobaformadoguru
ou sacerdote Janpma (lillf'l ""ambulante""). A seita aprcscoui OllU"os traços
not;i,,..,is.Emprimeirolugar,aimpurcza,mcsmoaquclaqucchamamosime·
dia1aoupc.<SOal,1alço111otprovocadapcla111ortccte.,tncgadacs.cpro-
damaaigualdadeeolrelodososhomeos."Oodccstiverofui&o,dizcmclco,
ali es1;i também o Lrooo da divindade", diz-nos o ab/11 Dubois. Somos assim
levadosasupor(ootadamcotcEn1hovcn)quco111ovime1110teriasidollllori-
g<:mdirigidocontraacas1a.Ora,uo~llSdascj1a,scgw1doscL1Spttlprios
tcnoscasinscri~cst;loaiodamalcstabclecidas,casuposiçiot,nocsta
doao1al,ioõtil.Comcfcito,ancpçãodaimpL11CZacdahicrarquiasodalt,
dcfa10,11a1uraloonfvcldarc11W.cia,poisorc11uncian1etrar1$CCndeOmundo
weial.Bas1a,cntlo,suporqucrcnunciantcscosinaramabomcns-no-mundo
•uapMpria...,rdadccomo...,rtb.dcabsolu!a,s.cm!crtidoaio!ençiodesu·
primir os outros a.1pcctosda casta, coutcntudo-se cm degradá-la assim de
um fato religioso• um fato puramente social"". O movimento ler-se-ia dc-
pois fmodo, cm rv.io dc scu •uccsso na rcgi.lo (adcsão dc mcmbros dc difc-
rentes ca.uas) e da pre...ão cio hiodlllsmo ambiente, numa espécie de brama·
n~orcformado.
O de5aparcci.men!o da ooçio de ÍmpUrcza, que tomamos como base
1deológicadascas1as,capr<:scn?degruposqucscparc.ccmhas!antccom
as caslas çolocam um probkma strio na pcrspcdiva que w;:olbcmos. À pri-
mcira vis!a, ou bcm oào deverfamos falar dc eastas com rclaçio aos grupos
Lingaya!,oucntãode..:mo.dcscobrirquaistraçossubslitucmaquiaimpurc-
'.a,.. função que lhe: atribulmos. Podc-..:,emprimeirolugar,considcrara
.imbiência hindu domio111lc, e nos depararemos ÇOO\ ela ap1op6sito dos
Muçul.nianoscdosCristios(§t02-t04).0bindlllsmocovirashivalsmocstão
e.ireitamcntc misturados, s.cus a<kp1os coabitam com Ír<:Cjilência"" mesma
.1ldeia,11omaisdasvcZC511os11ossosdiasemposiçioderivalidadc,eparti-
lh•m os scr'o'iços dos mesmos. especialistas. Mas Ili um outro aspedo. Obscr-
"''"'c quc o pcquçno •Wcm• de caslas mais ou menos ioçomplctoqucos
Linpyalwru;ti!uemc~'-arupado.OOaégidedasci1ac,11cssesc:11tido,dc
l>CndecM.n:itamenledaredocia, .. j•elapura, ..jaclamcdiatizadanossa-
--·-·--·_ - ___
... ................. _"'' ..... ..,.._......
•)t.-....
- . .-
11~10! .................. .., ...
.........._ . . . . . . M . . . .. .
'"""'""'_,_ .
·-··--~-
a:rdotcsprópriosdascilLEitafumtr•çocspccW,poisclclliotcocontra·
do11&o:aslashilld11&-Pode-r.cpergu:ni.rscc.suocomplcmen1~catre
aslacrca!rocialliosub&tinliemalgum1medidaacomplcmeo1uidadedn
purocdoimpuro.Emoutrmterm115,aóaprescoÇ1dcrcounciaatcsdevot.o.·
dosàbhaktic,.twxodclcs,dcsaocrdnlcsquepanicipamdadoutriruicda
digaidadcdosm1uncian1cspresctvariaosl..iitgaya1daimpllfe7.lle,aomcsmo
1cmpo,1codcriaamao1er1dMsãocmcastas,jtquccssadMsãocst6dcf110
coo1idan.1dcímíçiodmsaa:rdolcsjaopma°".
N01ou-scíreqBco1cmco1e1quiloqucfoich1r11adode1olcrãnciadosln-
dianmoudosHindus.~ficil..,r1quecom:spondccssctraço1111vidasoc:ial.
Mllilascastas,quepodcmdifcrircmscusmodosceoslumcs,Yivcmlado1
lado,CS1.andosc111prcdcacordoco"'oçódigoqucashicnrqulzacscpara.
Fica-scconlcolcc111scocuparwo posloalioodcoOcidcotcapr""'oucx·
clu.i.Podc-scsuporqpe,q111U1lomais111alca.,çlmcotci.nlcg:radaforasocicda·
dc,111aiortavariabiLidadcpcn11ili<la,111a.oqucacoolcçcaqu.itmaisradi-
cal.Adifcrcnç.arcconhccidadcumgrupo,qucoopõcaou1Jm,sctoroaoo
csqucmahicrárqu.icoopriodpiomcsmodcsuai.nlcgraçãonasocicdadc.&
você co111c carne de vaca. vooó deverá aceitar ser cJas.ificado catre m lolod·
..,is,cs1Jco111cssacoodiçãosW1prá1icascrálolcrada.ElaslJcall!W6e.cãn-
daloscvocêiosislirparaqucsuapráticascjarcconhccidacomoi.ndifcrentc,
ou para entrar c111 contato flsico com ..-cgctarianm. Mais do que uma ortodo-
"'8, o hindufsmo conhcoc woa "ortopraxia.~ (Staal). O traço t imponantc IW
rclaçõcsco111mrcounciao1cs,scus"disclpulosdcsalvaçio"c•uasscitas....
Em lipção com• toluindll assim definida, a hierarquia das castas ar-
rasta um ouuo uaço. Sem dQvida a tcadtocia a Uriicar, e 1 imicar os s11pcrio-
rcs c111 partõcular, e:&t.t um pouco por Ioda partc. Mas cla asswac, 110 caso iD-
diano, um dcsen.oMaicnto cnrc1110 e pr.,.,..,.,;lmcnlc llnico. Nos trabalhos
<0n1e111porãncos,fala-scdclasobrecudoc1111crmosdapalavra·•sansaili-
'ªçio",asaber,aimi11çiodosBrãinaaa,aadoçãodc1raçosbr1111lnicosou
associados aos Brilllancs. Ji se disse ludo 1 fl\'Or ou cooua esse termo
liilgüfslico.Suavogase111d(Mdasedcvr:aofatodcqueclcconotaao111csmo
lc111poaforçadatcn~nciaaimitarcscuobjctopriacipal.Elc1C1P,co1rcou
l•O$ ini;:oovcnicn1a, o dc substituir a C11p6'açioe dc isolaraúnitaçioda
primcira~daimilaçãodasegunda.ouadoo:slrangeiropicWgioso(oos
nOM06di.as.,ocidcotalizaç.io"),todo$0..do'5prcscntcslambé111.F.,nalmcntc,
olcrmooãonosdizoc111cmquecomis!ceiatamcoleaúnitaçãooc111como
acontccedcncmtod0$.,. Hiadusestare111.,SlllSCritizad0$"se atcndEncia
Vol!arc111osafalarsobrcissournpouco111aisadiantc,aprop6silodc
'""' coPSCqiltllCias diacrlinic:as. Empresta-se 111ais um signo social do que um
traço pcrtineolc - cissorcligiosamenle,tcaticamc111coudcoutromodo.
Eis por que falarcm()S nesse caso de cinprtslimo attfNcco. O cmprbtimo
fornece seu sentido ao clcmeolo cmprcsiado, e a maior parte do tempo o an-
tigo traço funcional não dcsaparc.;c: o 11cwo (prestigioso) lbe f superposto.
Comogeral111cotee>islchomogencidadcdopontodeYislacsttuu1ralcll\feo
nfV'clpopularcooM:lcrudilo,ocmprtslimoacssc(ll1únos6fazacrcscco1ar
umdou/Hn.Al<!mdisso,cicistcmdoisp6\osprincipaisdeúnilaç.io: oãosóo
Brâmane mas também o rei-, e isso up~ca ao mesmo tempo a imilaçáo do
...trangeiro,seclcfortcmporariameotcdominaate,cofa1odcquc,como11
scmoamfliodciDtcrdiçõcscdcfa1orcsadvcrso5,•sansaitizaçioaiadacs-
tcja por ser feita cm muitos dom falos.. Ela deve ter-se intensificado na ~poca
m11Ç111manac,aoladoda ocidcntalizaçã11,11afpocamodc111i:cnquantoas
eamadas superiores se modernizam, u eamada.s inferiores tcllCkltt a se
Qsaosaimar-.
Scjaqualforoaspcdoconsidcradodahlstóriasocialouculturaldalo.
diadurantcumpcrlodosuficieotcmcntclongo,scmprcsetorurilac1KOC1·
traromCS111ofcnômcoo,asaber,oaumcoloporagrcgaçõcssuccssivasdo
oõmeroda.scategorias,dosgruposoudoselcmcntos.Scacontcccrdcscligar
csscfatoàtolcrll.ociacàifniiaçio,cmaiscmgcralàhicrarqui.aeàcomplc-
mcolaridadc:bicrarquiza·sc,em~dccxduir,acomplemcolaridadcpcnai·
te a iiucgração mais frOllXll e maior ao mesmo tempo de elementos CSll"a·
llho..Dcfato,oproccssoassumcfonaasdiversas,'lucsc:riaoccc:ss.êriodis·
tioguir.Mastodaselasleodcmauscgurarurnaccrtapcnauêociadaíorm•
poriotcgraçãodoclcmcotocstranbo.
No que conccmcaosgrupossociais,jáno&dcparamoscomocasodc
castas(scrvidoras)qucparcccmformadasdc:gruposhctcr~ocosqucoc
toroaramsubcaslas(KatYt).Altmdisso,Clei$tcmdoisaCCSS05pri.ilcipaispc·
losquaisumgrupocstranbopodiacntraroumconjuntolcrritorialdccascu.
Umcst.tsituadooonlvelintocãvel:mCMoooosnossosdias,podc·scobsctvar
grupos que csi.iocmproccssodc tramiç.iodetribo paracascainlocávcl;i!
complctamcntciocxatodizcrqucissoscproduzscmmodificaçãodos<:0$1u·
mcseda.scrença.o;deumtalgrupo.,.,pois,scelcpodcoooscM1ramaiorpar·
te de: seus traços próprios, fica muito daro, ao mesmo tempo, que o ooojunto
i!pcr1urbadopclaacci1açiodahcterooomia,scmcontaroscmprtstimosquc
se produzem nessas condições. A outra possibilidade de = a um .Wem•
dccascascsiáoon!veldadominincia:aforçapcnaitiaconquislargrandcsou
pcqucoosrcinos,escfalaírCQilCnlemco\cdacoovcrsãodosin~
Acontcot: a mesma coisa, direta ou iodirctamcotc, na çsçala da aldeia. O rc·
sultadocr:i,cmsuma,aintrusãodc11.01dircitosupcrior°'tcrra,qucimpcli1
o antiso para um lu&31 inferior. Eis ai uma das causas do empilhamento dOI
direitossobreatcrraqucocxploradordcviacwnprir.
Paraasgrandcsc:111cgoriusoclals,oproccssohW.6ricopodc1•:rracil.
mcftle deduzido: de tr!s 1'11.nÇ(ies i.ndo-curoptias se pa5Sll, natpocavtdioa, a
qualrovanias,prCMYelmcalcpelaagrqa"°Daquartaposiçãode1U11apartc
dos aborigincs. 05 Iatodvds formam cm seguida uma quinta alegoria, du·
rantcmuilotcmponãotccollhccidac1J1\corla(d.t32).Flnalmcntc,coma
101cgraçãoparcialdos1D1odw:istcaliudanosnmsosdiaspclarcformagaa·
dhiaoa,quc lhes d.l.odircitode coitar aos templos hindus(Ttn1pkélrlry
Acts),aparcccdcfato1U11aSCJ:1acalcgoria..Ca1J1 dcito,osnio-Hi.nd115,os
Crislios,osMu~lmanosctc.,qucattcotioCS1avamçonfu.ndidoseo1J1osln-
1oc.ivci..,dclcssioagon1dislinguidosnamcdiclac1J1qucC011\i.nuamcxcluldos
d0$\Cmplos.
Do pooto de vista da cultura, a imitação, ou antes o cmprútimocztrln-
seco, isto t, o c1J1prêstimo a superiorcs dc certos traços comosipossociais c
nãooomotraçosflUlciooais,de1crmioa,noscasos1J1ais.slmples.UJ11.1.supcr·
posiçiodclraços;jádcmosalgunscxc1J1plos.Mas,sesc1ra1adcfcnõmcoos
101clc<1uais,esscc1J1prtstimoc:nrinsceotcrmioaporacarn:wuma1J1odili·
cação i.ntrtDSc:a.... Assim. oostculoXIX.o oeo-biodulsmosceoostilu.i por
umare.spostadosiotclcc:tuaisaodcsaftopoUticocsocialdo()çideotc.Dcfa·
10,qucrcodosalvarobi.ndulsmo,criou-scalgobastantcdifcreote;sca
•P••tncia foi salva, sobrou IUll profundo mal-<:otcodidoao mesmo tempo
oomrdaçioàrctigiiovivl.dopovoceo111re~oaospr6prlosvalorcsoc:i
dcntais.EmddiDi1ivo,niosc1ocouoobiodulsmo,apenuforamcriadas.sei-
las n0Ya$.... Deve-se ac:redilar que os Brámancs tenham reagido cm tpoca
rccuadadiantcdasMheres.ias"jinislacblldistadeU01modoanálogo.Ovo:gc·
1ar1ani.mocrafu.ndonalnessassciLBS,cscusrcnu.nciantcsgo:u.vamdeum
graodcprcstlgio.OsBrãmaoes,coiviadescrc1J1dcsdusilio:adosçomochc·
f.,. "'Pirituais, dcw:m ler sido tomados pela cmulaç.io e devl:m ter tomado
cmprCSladoow:gctarianismo; provavclmeotcattmesmoarivalidadccntrc
rcnuoçip\csc Brâm.llfl.cslcnhaintcnsil"ieadoapr'tiu.vegctariana..Scmprc
sc pode penar que o regime vegetariano se !ornou IUll traço braminim fun·
<lamentai"<. Sem düvida alguma, não se lrata aqui de um cmprtstinlo Cllrfn·
.w:opurocsimpla,porq11Cobonord.acanc:coocordacomas~iasdcim·
purez.a..Eolrclaato,fQ1DCU1D01U<azóesspficleo1csparascpcnsarquccsac
supostocmprtaimoscj&llDlcadctlldo um episódio ao proccosodereab-
sorçãopclobillduflimoduMbcrcsis.s".Ora,cw:i!m=moolipodoprOIZ6SO
hist6ricoiod..iaaocmqucscm:oahceedcforauma'·es1.ognaç.10".EDstiuca-
1agnação llC$SCSCJ1tido, porqucoiolrlnscoocstavasubordilllldoaoeXlrfDsc.
co,istot,ooíimd.asconlas,porcausadaprcscoçadahicrarqiH..sobSUI
formapura.Scessavisãoforjusta,clanoscosioaalgofundameo!al,asabcr,
qucabicrarquiaculmiaa.., .... rcalidadc,cmscucon1ririo,nrcnunciaotcl
96. ESTABJLJDADEEMUDANÇA
Aoaspcdocsttutural.sin<r&>icoda.morfologiaco1TCSpondcumaspcc
1odia.;rônicoqucpodcc111partcscrdcduridodoantcrior.J'll05'crerimos1
de de passagem, mas seria melhor, mesmo com:ndo o risco de nos repelir-
mos, reunir aqlli algumas natas esparsas. Vimos, 110 Capilulo 2 e na ronti-
nuaçio, quc çarao:ercs difcrentcs cstio ligados a gmpos dc olvcl difcrcnle.
A...im,aopassoqucocstalutotprincipalmcntcalribuldodcfora,digamosa
uma casla proíissjonaJ inteira numa ilrca dclcrmioada, t um segmento dcss.I
casta,digamosascç.iolcrritorialdeíatodcumasul>casta,qucfaunida.dc
decndagamiacscreÍlllecmasscmblfia.Poclc-seprcvcroaspcclodiaçrõnioo
corTCSpondcntc: não só em.w1 uma dupla tendência à c...ão e {à fusão ou BD·
to:s) à agregação dos grupos, mas também .;isâo e agregação acontca:rJo cm
llfvcis.difcrcntcs.Éprccisoapcoa<-CIDSidcrarquc,quandopassamosaodia-
crõnicomai!loumcnosobsc:tvado,passamosdac•truturapuraaalgo111ais
complc:110,asabcr,oconjuntoformado,porumlado,dasproprlcda.dcscstru·
luraisc,dooutro,dascoacomitinc:ia..cmpfricasprcsentcscmc.adasituaç.lo
de rato. Além disiio, por comparaç.io rom nossas sociedades modernas, ro-
mos lcvados a disatlir a mobilidade, se n.io dos indivfduos, pelo mcnos d"'
sruposaolongodaordcmcoll$idcradalineardascas1as,cdcvcmoscom.idc·
ruascoisas1amWmdcsscpootodcvisla.
Bougltfalavadcuma''rcpulsa"rccíproc.aqucafas.taria.ossruposwu
dosoutroscomopartkulucancgadasdccletricidadcdemcsmosillalcc•
plic.arilscmdínidaiambáiswif...;paridadc.Narealidadc,vimosqucasc·
paração apareçc cm grlltdc: medida como uma implicação de: uma hierarquia
fortcmcntcacentwida:tporquesetcminvejadocstalutoqucscocupaquc
se toma cuidado com coowos e c:om casamentos imprudentes. A in1cmida.dc
docampohicrilrquioonoqualll!caslascstioíwidascondW'àSuposiçjoili:
qucatcod!nciaà.;isâodogrupocadõgamoscr'fortc.ElcRvcria,comcfc•
to, se cindir Iodas as vezc5 que um perigo para seu csiatuto sursis.sc cm KU
interior, constituindo a cxoomuahlo um cu.o limite cm que o perigo~ grand•
ces1.tcoo<:eouadocmape11Uu.m1ouemalgum1.1pc...,.. Podcriaaconlc
<:er o mesmo quando um1 putc progruoiv• do 111upn 1ncd1lUAC Jl<"kr Ili
llharcmcsta1u1oq1111tdo1Cdc:uotidarir.1&11Cdoumnulf1p111c10rnadacn<1
w:no1dor1. M..,comooulaluln rcconh.endnMl•~•1lnu•1110 incido •nhrc u~l1
acasta,nãoba.laqueumgruposccoaslilu.acm•ubcasu.distirua,tpreci..o
aiodasctomarumaoulracasta,scjaformaodoumacaS!allGVa,scjascll&fC·
pdo a uma )t uislcale. Para taoto, t prccilo que oo sistema cxislam po.-
sições dispoafvcis, ..,ja oo mcamo lupr, scja, lradicionalmcale, • um.1 dislin-
cialimil.ada.Ora,aspo6iç6csdos.istcmaqucfo111cccmumgaaha-pãosiocs-
sencia.lmentededoislipos:cspccializaçõespraf!S$Õonaiseocupaçõesagrfço..
las.Maisczatamentc,tposslvcl,outOt11U-ied0111illante(pelaforça,"1m""
quecssceraogrlllldctemadamobilidadc:),ouenconlrarumaposição,agrl·
colaouespccializada,próximadosdomina.ntcs..Obscrvcmos,aioda,scai.prc
na emplrico, que só a domiuçãa (ou, oo grau mini.mo, uma relação que bas-
ta à domioioàa) pcrmlte dcsdobrar toda a libc:ralidadc c toda a m11JDifü;:én-
cian~paraqueacstatutocobiçadosc)acfolivamcotcrccoobccido.
Nafaltadorccoohc:cimentodcqueoshtemados.gruposCSlábifurcadona
dircçãodoaltoedcqucseuramoçodificado(estatuto)csttneccssariamcntc
menos aberto li mudança do que seu ramo oão codilicado (domioi.ocia), nos
últimm aom, sem dol.vida algluna, euacrou-se basu.ntc a import!ncia da
bramanizaçioouda"san.critizao;:ão''dos.C061umcspelaasor:11Sáosocial.Por
um lado, viram-se ai fa!Oll modcmm - sobre"" quais !ornarem"" a falar no
úlumocapltulo - eoiofatostradidooais;poroutro,esobrctudo,pcrdcu-sc
de vista o fato de que pretender um estatuto t uma ooisa e ~lo reconbccido
é oulra oomplctameotc diferente. O =mplo de gradação de estatutos cm-
prl.'Slado a Maycr (§ 36) """mostrau que o cugcro puritano cm si mCM110
não contrabalança nesse çaso a domináncia. Rcpit.amos, cal.lo, mais uma vez:
t doladodadominánàa,abcrtaàforçacobripdaaooastituirparasiuma
dieotela, que a mobilidade se =•CC&SC talvcz no grau mixima no !iistema
tradicional. A dominioc:ia sobre um tcrril6rio amplo podia alt mesmo abrir
a panada varo.a Ksbatriya. Além diMo,sãoooohccidascm todasasrcgi6cs
dalmdiacastasassociadasaopodereaoc:ctrcitoquepraliçamorouboca
pilhagemquandoascircum.tãaciasocxigcm,oqucoonfümaorcinodaforça
sobreoplanodofato.
No afvcl da grupo endópmo, é a cis.io o mais importante, a fusão pro-
prijlllcntc dita scndo rara scm d!Mda alguma. {Mas podia havcr agrcgação
Jç pessoas c1dufdas de casl.as clcvadascolrc as o;astas baiKas"'.) Bl1111t cata-
logouoscismasoom basccm documcotosdo U1tar Pradcsh.Sua.siodicaçõcs
ctigemconsidcraçãaprudcnte.Scriaprecisodistinguir-1>11dcif.sofor~
'"I - entrcaaisl.~ociadcsubcastasdisl.iotas,amarc.adCMadistioção,ara·
auoalil.açiodcssadistillção,porumlado,c,poroutro,asubs.lânciadadis-
1inçã<>eacausada<U.lomaiooumenosantigaquclbcpodclcrdadaori·
gem. Dislinguir, cnllo, entre lendas de arigem prestigiosa - cstcrc61.ipo
rreqücotc ou <:MIU Nlua, cm concordlncia oom 1 id~ia da dcguercsctocia
propcuiva de lndu.., cnl&.. e falo• pr<'n:im.,. 00 obsc,..,.,ior (mndcmos.,
portanto)cbcmatcatMloi.Ass.im,oãoscdevelcrumamudançadcrcsidta-
cia por \flis de todos °"
nomes territoriais de subcasias. Ao contririo, 11m•
OO.partcdasci6Õcsdewbc:a&Watribuldas por Blllfltà mudançadcooi-
paçiioouàbrammizlç:lodoocmtumcs(in1crdiçãodorecasamentodasvi6·
vas, adoção do rcpnc vcgctariulo) parecem ratos.. A cisão devida à aus&im
dcintcrcasameatocomliahqcmbastardas,quc Bluntchamapudicamcut.c
demudaflçarelaCioa141.iimpurci.a,tprovllveltantocomoratoquanioco-
mo raciolllllizlçiio o&mod.°'". Cisões tambtm OC01Tcm por causa de wa.
"prospcridackaUJUC11t...i.",dc......,ntimc11tos,cpor uma difcrcnçasccdril
oupclaco11ven.iioparcialdogrupoaumaoutrareligião.Nessclllrimocaeo,
scriaprccisocstabclcocrqucoãosctrata,aocontririo,deagrcgaçãoaum1
mcsmacas1adcgruposdifcrcou:s(verabaim).Emgcral,acomt.ituiçiioclc
umasubQslaoovaporcisãojJt movimento, nointeriordacaslas,ooscati·
do de que o rcsllltado almejado t a modificação do estatuto, oum sentido 1111
noutro, dOli mcmbfos de uma das subQslas que resultam da cisio. Subli·
nhemOliqucoprindpiomotordacis.iothicrirquico:emtodosmcasos,llln
éumasimplcs"rcpulsa"hipottl.ieaqucscparacmd1111Sumasubeasta;ooea-
""daprof....ão,porcumplo,acisãosóscprodw:scaprorw.ioo0011acam:•
la uma mudança de estatuto notável com relação li antiga, num .colido ou
ooutro.Éprcciso,ainda,cvitaraidt!iadcquctudo~scprodw:aulomati·
camcnte: as çirÇ\lll$1incõas u.Ivezscjam determinantes na maior parte d<-.
A eis.ão pode ir mais loogc e ser completada pcla fusão. Uma mudança
dcooipaçio,cspccialmeotenoeasocmqueclaacam:1aumaqucdadccst1·
IUIO, pode levar ao aparecimento de uma casla nova (mas, atcnçlo, 1qul
1ambtm, às racionalil.açõcs!). Pode all mesmo haver, sempre scgw>do Biuni,
aliLiaçãodasubcasiadcstaeadadcsuacas1aaumacaslaClCÍS!catc:"essct1l·
vez tenha sido o mttodo pçlo qual ... as castas íuncionais foram fonnadu"
Ncslieldba...;.a1ribuldo,domcsmomodo,asc.astasprofissioaaisaoajunt1·
mcntodegruposd4tintos,crcocntcmcntcKarvéinsi$Liumuitonesscpon
t,,,.,... Ela lrmw: falos-, que mostnm que populações difereotu oe rcu
niram no interior de uma das posições do sislcma dos grupos. A.Wm, • caM1
dosolcirosooMaharashlratcoastituldadcsubcastascstabclecidasc.d1
umanumtcrritóriomai<oumenos<:Xdmivo,dep~niénciadM:n.ocqur,
..gundo ....,. autora, s6 tem cm comUIO o cotatu!o de cooj1111to que lhe• ~
•tribufdopçbsodcdadc,odcolciro-oquc,•dcmais,cstilongedcoerM
gligcn<Udo como queria. essa.autora. É prcciso,cn1ln,concedcrum lusar
:....."""":"'...:-----·-·-..
"' -"'"" .. "••.lM.l.IO. _ _ _ • ,. ,_ ...
-~-
......... ..
.,,.,,.,..~
·-----·----·--··-·
lo",Ullllo.kao.0.1-- pp Ho• "°''"-"''"' ,,.,,.,.,.,_._ot.0<-•
laDIOà íusão 110 IÚYl:ldacuta qUIUllOil fusão11011Ml dasubcasta(OU,anles.,
daunidadçdccndogamia1córieaouro:e.l).Ado111Uoação111uçlllm.llLl,dcpois
adomillaçãoiaglcsa,provaY1:lmca1eal1cruama:rtosaspectosda111obilidadc
social,cclcve111osrc111clcrparaoc:apfluloseguialeadlsaissiodosfatospro-
priamc11.tc111odcmos.
COMPARAÇÃO
AQUE.\TÃOllACASTA
F.NTJ.[OSNÃO.HINllUSEFOU[)AfN[)IA
101. INTRODUÇÃO
Res1a-oosum trabalhocomparativo,aoqllllcstceocapfluloscgu.intc
..:rão dedicados. Em primeiro lugar, lemos de re5poodcr à pergunta: Em-
lcm =tas.fora da llldia? Com frcqllênciascfeladcC8$1as1 prop6sitodc fa-
los japoneses ou malpche., às ..::zes ali! mesmo dos &lados Unidos. Com
rolaçãoacssc11SOmllitoamplodotcrmo,ooos.so,ati!aqlli,cmtodocaso,
parccescrbaslantc<cstrito.Eslivcmospreocupadoscmcldtair,cmsuaani-
culaçãointerna,aconfoguraçioindianadasi.Uiasedosvalorcs,dosgrupose
J<>Sfatossoci.ais,masalgui!mpodcrialcvantaraobjcçãodcq11e,scinsislimos
cm falar de c:asta apenas na prcsco~ dessa configuraç.io, tomamos o termo
1nuliliz.lvclparaadassiíicaçãodcgruposoociais..Alguosdiriamati!mesmo
que nos fedwnos na illdologia e tomamos a comparação in(Jill. A isso rcs-
pot1dcrlamos quc oio aistc ocohuma oeccssidadc para uma classificaçio dc
usar um termo concreto como ~o:asta" e que podcrfamos usar termos abslra-
1<,. ou ncologismos como paradigmas, mais do quc cmpobrcccrmos o coo·
tcOdodolcrmo"'casta"ces1e1>1knnosscu11SOdemanciraarbiU"ária.Mashá
mais:ligamos,cm1uma.aculabcrcnçashindus...buopurocoimpuro.
Se fosse clNÚlrmado que pupos muito scmclh.ont05 aistisscm por aí sem cs·
.. Jipçlocom rcpruent1çóu1cl;,i....,.dclcrminadas,oiodcvcriamcssas
rcptelCDll(<'>c• 1er rnn•ldc1ado• rnmo puramente 1cidco1.U.? No interior
mc...,o du rcll~l'lc• l'"'l"l•n••n•• l11Jlan ... ji cnoon1funOI o caso de um1
oc:1ta como'" l.mJtO~al. "'"' "~" •• '""l1r1rm o lmnura•. mu 1edividcm cm
grupos que tambi:!m podem ser diamados de çaslas. Ac:rcditamos que seja
possfveJ ap6car mo, mu o que dizer dos Muçulmanos e dos Cristãos? Se
eles possuem a..tas, como p:u.lmcntc se admite, sem aderir às n:prcscn-
Uçôes bindus oorrespoodea1es, scu caso llin de111onstra, no pttiprio solo da
fndia,quealigaçiocntreosdoisaspcdoscntrcosHinduséfortuita?
Começarcmosporci:aminarcssaq11CS1ão,anl.;$dCoo:svoltarmospar1
o problema mais gerol da. comparaçãn fora da lndia. Será apenas uma bwn:
rccapitulaçiotcórica:u!r.u.dodeoossnestudoDcar'lcroomparalivofun·
damcolal dosislcma e opondDscu n;:.eonbeci111cntDàsidéiasoom:nt.;$dC
"eslratilicaç!osocial",apresentaremosumapropostasu111triadosfatDSoio-
indianos.
102 OSCRJSTÂOSEACASTA
-·
1111.o.1-~1--
-~---
_____
..-- ........
. . . ""----·1-.
~·-..-....-...-·-·---~
- .....__-. . _.........
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,...,c~c"'"'"'"""'_...._,,_,., ....
li) "/<opotl..._ .. M.,-0.,.11....,... .. - . . , ,._.,,..,,._.,_ ...... _
--·---1l.1n. ...... -,__'f"•'"'" ... ~vu1r-•.,.r"'
u.... 1 1 - • . . - - .................. , .. _,__, __ .....
~·-···-··--· -·~
O easo dOli çonvenido& tum pouco difuc,.tc, pois se pode supor qiK
ele. se ab61ivusem espoat1uH•111Dc"tc de adotar um• manei.-. de: viver que
1odi.51J115C1i.'C Oli Hindus ck sua CIUla. Na medida cm que a adedo ao crislia-
nismo se apresc111a como adesio a uma seita quc comporta catOll dogmas,
mMqocrc.peitaOll11SOSsociais.,el.anãoac:am:1atc1'Siol>CCCSS&l'iamC11lc.É
'6poroasiiodc11SOSqueoOWioDiaaa:it•mais,ouaindaquandosua
convivtDciaoãomaisrcspei!aOlllimitc.hiadus,outalvczqwmdodeumdc-
actoprofcridopel.ainslinóarcspooúvclpclaCMla,tsóncssasoç.asi6csquc
oscoovertidOll podem scrcxclufdosdocooíibioou mcsmocxcomwigados.
Espera-se, depois disso, que cxislam diferenças cn1rc oM:i& sod.ais; a si-
luação deve ser grave para wn Brâmane, indifcrcnlc para um Intodvcl. Por
maismalinformadosq11CCS1cj111Dos,perccbe-se,comcfeito,wnagrandc'11·
ricdadcoarcaçãodosHind11$.Podc-selambtmsuporq11Caassoc:iaçãoiadi·
rc1acomopodctquerc.ultadaadcs.ioa11n1arclig:iio1razidapelos.Euro-
pc11S,caindarcprcscoladaporc1....,1cnbapodidocontrabalançar,emccrtas
<ituaçõCll.,osMpe<:tosnc:galivosdaCODVÇrsâO.Altmdisso,Mcon..,rsóCllfo-
1amnwncrosas,sobrctudonascastasinfcriorcs,ciMoexplicatalvezofatodc
clasnuneatcrcmprovnc:adoacisãodogrupocndógamo,1PCS111oqoccsscti·
CSI'
.,,..., sido o caso mais frcqilcntc .... Não fora de d(lvida que os lntod·
vtis lenham, com frcqil!ncia, ao se conv.:rtcrem, rc.pondido ao apelo de
umarcllgiãnigualittriaprcgadapelo&podcrosos,masnãoresultadissoquc
•uasituaçãosocial tcllhamclboradodefato,scjanoambicotc biadu,seja,
comovcrcmos,ooambicntcçri&tâo'"°'·
Para a subdivisão interna dlJ5 Cristãos cm grupos que se parci:cm mlli-
10 a castas, o caso do Kcrala, oadc IJ5 Cristios comtitucm wna partc i.mpor·
1an1c da população, seria ucmplar, mM nio sabemos mais do que gcnerali·
Jades.. Os Cristãos Slrio&, cuja origem lclldária rcmoola a Tomás, disdpulo
dccruto.estloclMdidol,pore11usadahil.l6riacolooiial,c"'"'uitascaa-
rlSSÕcsque,scau1ori1:uaeatreli•comcnsalidadc,sãoc"'•"""'aiori&cnd6-
gamas.Mcsmo05catõlicos,dcorigemmai&n:ccotc,coliodMdidoscmqua-
lrogruposoucastasdisWilos.OsCrist.iosdcorigcmio1oc.ivdparccemtcr
simsprõpriasigrcjas•-.
ParatoruarBgudaaper<:epçiodaforçacomqueosWe"'adascalilu
agiu cm ambiente aislio, ""5umin:.i um caso n:lativameotc bem conheOdo, n
das mi5sõcs eatõlicas u região de fala tamil, pri.ricipalmimlc a "do Madun"
(da região de Madura)'""· O caso t Wre"'o na "'cdida cm que a rcgilo 6
cspcçia!mcntc Wrila cm maltri& de casla. Acasla age impondoaosmil-
sionáriosdivisócssociaisiocopcradas.Essasdivisõc:srcsultam,primeiro,u·
1uralmcntc,doprõprioambicntchind11,dcsdcquc.scc:<1ejaprcoeupadocm
ruli>arconvcr5Õc$cmdivllnosllh<ei5dahierarquiadascastas,..,asclaspcr·
sislcmdcpoisnoiotcriordascomwiidadcsloeaiscristãsumavczcorutituldu.
Roberto de Nobili se inslala cm Madura no começo do stailo XVll.
Adoea costumes iodiaaos, aprcscnta-.e como um n:nunciaalc de origem GO-
brc e se dcssofülariza complc1amcn1e com 05 Ponugucscs e com 05 padre&
que administram as comunidades de pescadores da ~a, 05 Paravar ou "PI·
rava'i"'convi:nidosporSioFraadscoXavic:r.Elecon.scguc,assim,cscapar1<>
oprõbiocomqueosHindusdccastaalLacobrcmsc11Sconfradcscmraz'10do
sc11Scoslumcscdcsuasfn:qüentaçõc.s.Conscgucscf;w:rioiciarnoste>:l111
bindus,sl1$ÇÍlarcurior.idadeciotcn:ssc,co11VCrteralgu"5Nayakkar- 1cut1
do rei - cBrâmaacs"°'.DcsdecntãommiWonárimsãodMdldosemdWll
eatcgorias:"missiooirios-bramcs"ou"·5IUlll)'l!Sis",qucYiYcmàmancir1du
caslas superiores e são al.ivos entre elas. e "missionirios-paadarams" quo
1rabalbmen1rem"Choutrcs"(Shudras)c05lalocâvt:is'°'"·'c•ccbc-sc,011
··~:..=:-::::cE-E:=;--=s
·--·-·•U.·-·1-----(. .
... -.f)oooAo,.....,..,1114•18'._o,._
-•1Molof«~.,..-
__ _
,....-_d.-l.~J.LaM-·-·--Pvlo,llol1-l'5<.'19
)"do _ _ _ ,,,,
=.:=~==::::===-....::::==·~
::...-.:.·===:-~~"-=.;"':::""~":::..:.:
1111<.!;:;..."":,'i!:;~Lll'llk«i.•""--•--""""'-'"''""'
·~~~~::~~~~~
.;artasdOli111issiollárioa,o.catimcnladelUQa"°"'ple111cnlaridadccnlrcCMas
dW1Scalcgorias:apre.cnçadcconfradcs''s11pcriorcs"é1ltilparao1rabalho
dos111issionários"infcriorcs"'""'.Mas,nonM:ldesscs1!.ltimos,adivisãoca1rc
Shudrasclotocávcis.cimpôc;Oli111issiodriOlis6poclc111cntrarc111con1a10
comOliprimciroscomacondiçiodcnãocnlrarnascasasdosPirias.casc·
paraçiocntn:asduascatcgoriasscfazscotirnoculto,llS.'listindoosPúiasao
mesmo ofkio, mas sendo confm.ados a um cdiflcio difcn:otc' ... Roma. cmt.o.
ra,nocomcçopclomc1101,disposlaascaprovcitardaadap1açioouacomo.
daçioaosusos..x:iaisdascivifu'~s11pcri01CS(comc:xclusãodas11pcrs.
tiçãocdaidolatria),aãodcim11dcscrparticularmcntcsc!Wvclacssadis·
criminaçãoentn: Crislios.até mesmo no espaço 58&fBdo. Chegou.se, não
semalgumadificuldadc,aabrig;i·lossobomci;motcto,cm partesdislinlas
da igreja Oll por meio de um muro, 011 ao mcnOli de uma barreira de sepa·
raçio 1°'1.AobrigaçãodosmissioúriO!ldcvisitarascasasdosPúias,cmpar·
ticu]j!'paralhesofcn:o:rcmOliÕllimossacramcntos(dccrctodoo{lllciodc
1704), provoeougrudcsdificuldadc..,afumaadoOlimissioúriOliq11ccssa
mcd.idalovariaaodcsafctodosShudras. Tcrminou-seporsen:so!Yeratcr,
ali!m dos "pandarams" (os missio""'°' ditos brames 011 sannyasis tinham
cntliodc..aparccido),missiootrioscspcciaisparaosPúias,maslogosepcr·
ccbeuqueissolovavaa11111ad.icotomiaoapfflpriahierarquiacrcprcscnta"3
umacapitulaçãodiantcdoesp{rilodccasta;íoiprecisocotiovoltaratr&sc,
aopreçodcumalutadlflól,impordcnovoaosShltdrasumm!nimodcfra·
°"'.
lcrnidadccristã 1
Einconclusio,velllos,poo1anto,qucftC:ISCcasoasg:randcsseparaçõcs
dosi.'ilcmadascastasscbrcvivemàconvertio.Aconlccco111u1110,natural·
mente, a muitos costume& Porexemplo,obanhoapósosfuncrais,embora
ataaodopclalgn:ja,ICMcinunha1sobrevivCnciapclomcnMfragmcntJriado
scntimeoto d.o impUrera.A adcsioaumarcligiio monoccistac igualitáril
n.io é sufio:iente, mesmo depois de multas gerações. para fazer ~pan:c:cl'
scntimentosprofwulossobn: osquaisrepousaosistcmadascaslas. Nosao
cspantoscr6mcnoraiildascsoubcrmoscomosãolcntasastransformaÇÕCI
desse tipo e tambtm que os CrW.ãos são cm geral minorias num ambicolo
hindu.&tisuma,co11Stata-scavilalid.odcdosscotimutosdecasta,q11eso-
brcvivcm a uma mudança parcial do conjunto das m:oças. e a impothàl
d.iantedclcsdcumam:oç.11rcligiosaimponadacujasimplicaçõcsideológii:.u
conliouampoucodcscnvolvidas'""·
lllo ~~.::._:::.:;~;:.:=::::;;:~~=;::.~
....................
:::~~~~~:.'."::~_ ,,,, ...... .... __
ou menos """ Brimanca lc~radm; - m Saiyid são os dcscendcn~es da filha
do profeta, Fátima, e de Ali - m11> os Shaikhs são muito numcr""°' com rc·
laçàollD!iSaiyids(IJOOOOOc:ontn2SOOOOem 1911)cscadmitequcs11&1
posiçõcsincharam1panirde0111r11>catcg<1ri11>.MvghalscPatham(60000c
960000)corTCSpondcmmaisM>SKshatriy:ashindus,cnaépoçamesmadorc-
ccnscamcntomPa!hansaumC11t1vamaolhmvis!os,cominÍ1Dlcroscoaverti·
dosRajputsdcclarando11CremPHhans. Vé.scqucessascategorill>nãoslo
completamente fechadas, m11> ainda seria preciso dWinguir catre "" dcda·
raçõesdosintc.-.:ssadoscaopiniãosobrcelesdosgruposaqucdl>.cmpcr·
tênccr. Não e>islc entre os A>hraf agnipamcnto (absolutamente) eod6pmo
110scnlidoquedcmosaotcrmo.El:isl.c,cn1rctanto,umaprdcréndamarcadio
pclocas.amentonoinlcriordcumgrupomuitorestrito,obilh,J,,,;(tradllZ·!le
por "drculo de casamento"; sabc·sc que um Muçulmano pode sc ca.Yr
mesmo com sua prima paralela cm linh. paterna, a ídha do irmio de 11eu
pai);ali!m dlssopodcrilmscrdistinguidosdnçonlvçisdccswuto;altmdis-
so,ainda,ocas.ameotonãoéim~vc~oqueçontradiriaaleireligiosa,mu
i!sandooadoporumaqucdadcestatuto,cnessccasoi!gcralmcntc1esposo
quctdcestatutoinfcrior.Vt-scquc,scc>istcumaccrtamobilidadesodal,o
prindpiodasupcrioridadcdasuniõesqueçonscnr.amoestatutoesl.6,cotrc·
tanto,prucntc.Em•uma,osAshrafd.ocontaminadospclocsplritodc.;ast1
scm •UCUmbir a ele completamente. A comensalidade i! livre entre os Ashraf
De um modo scral, sc C1:Ístc entre os Muçulmanos diferenças de costumes, •
interdlçãodcçomcrL-alidadcsóaparcçccntrcMuçulmanoscHindusoucn·
trcMuçulmanosdcestatutomuitodlforcntc(Ashrafcoio--AshraI).
Entre o.<; nio--Ashraf, podc-r.c distinguir trts º'veis de estatuto: 1.0&
convertidos de casta superior, que são principalmcnlc Rajputs - cxccto
aquclcsqucconscguiramsuaadmissãocn1rcosAshraf;2.umgrandcnfllne·
rodcgruposprof...iooaiscorrcspoodcotcslscaslasartcsanaisdosHiad111.,
osmaisoumcrosossiioosJu/IJJtQ,tccclõcscmprincfpio;J.lntoc!veiscoovcr·
tidosqucconscrv.iramsuasrunções..Esscsgruposparcccmscrcnd6gam""
11osc11tidohindudotenno,cscpcrccbcmcsmoumaabwldlnciadccostu
mcshindus,cntrcosquaisalgunsrclati\IOliaocasamcnto,q11Cconacrvaram
Entretanto, o casamento muçulmano t essencialmente um Ç0:11trato, e"" rc
gras rcl~~ivas ao .;a.samcoto çcrtamentc se modüu:aram cm g:raodc mcdid1
pclaiolluénciadasrcgrasislimicas.
NumtrabalhobrilhantcsobrcosPathandcS-t,Barthaosofereccum
caw limite'""· Nada de Hindus nesse vale 1f..iado do oito Indo (anlip
-.-.,...-""'
_................-..... --.................
-.oqolo>
IG6.,_
. 1""-·--.
........ . . , ...................
, . - . , ........ , , ....,
. ----
. . . . . , , . . . . . , , _ , _ _ _ _ _ ,I<
- .. -----
- ... - ........... _ _ ,, _ _ _ ~- ... "'·1911
:o.po ......... , ... _,,.,., ....... M....... ~,..., .. _ _ , _ _ . . , ..
~
--~-----·-~ . ----- -··-· .. -·-
De resto, llO cuo em qllellio, B.rtb foi - curiosamcnlc - lcwdo •
cn&e•ar•sc111clhençacom • llldia bind11 em cc11os pontos'º'« DoMIUO
po!llO de vista, e • ,.nir de um camc crflico detalhado, a relação colrc essca
dois subconjuntos de lraçm ~ u:r ilm:11ida: não.., !rata aqui de: um sistc:-
ma dc casla&, mas dc: um slstema dc patlOftaloc de dicnlcla q11C integr011 Mli-
turgias"dsticaschocartiluw(u:po!l!IOlll'riscarolcrmo).Di:u:ndnisso,tor-
namoos.comprccnslvclamislura.ElaestArlP'dadanoíalodequcoos.doilillia-
temas parentes lêm cm comum o qui: Barth chama de prindpio de ''soma de
papfa'', cu diria aoconm1rioindi/crmciaçdo doos. nlvcis çconómico e polftico.
- '"""""---···--
~- --
,__')S.."""'*"-(p.IJ8) . . .
..... ...
_...., .....-.,.-
...--.---(--•-)No_
----·-.... --- ,_
... ..... -q
_....,....,...,,.__
-·--.
doo•..,._"''l"''_dt_._
....... ., ___ ......._r<o....-.-_...........
...... ..........
........ .....__ _._..
..
_polO•OMlopq ..
. .,,.....-
- ...-...
..
_....................._..,..
. ......
--· -· ..... ___
- -.. ---......_.._.... ...... _._ .. ,. ............. -1.
-.. - . ·----. .....··-·1-·-·----
~-·--· ..._,,,_,
U>igayat,cm toda partehi11111afle.ibili:7..açiodacomcmalidade).Éprcciso,
cntão,reconheccrqucessasC01Dunid.adesposM1Cmpclomenos.aJssmiacoiso
t/JJ{artaapuardJJm~loden.asrtp<utlllaç{JuO<I deMUWll~.A
caotacst.tcnfraquccida,ouincomplc1a,clanão...i'auso11tc.
ArazãodCSliCfatoC<li11apr6priavi1:inh.ançadomciohindu,gcralmco-
lc e também rc~oalmcntc prcdomiDaDlc. Todos os falos parecem caminhar
nomcsmoscnlido,qucrsctratcdaa1i1udcdoserislio&co11.vcrtidos.d.aíór-
muladifercntccncoutrad.anoSwat,doparadoJ10dosLinga)'al- paradom
apcoasapareotc,poisscpodccompn:codcrocssccasopanicularqucorc-
nuociante,mesmoquandoncgaaaflflllaçãoideológieadasc:astas,niotcm
outraaltcmatiwaofcreccr.Somos,eotão,lcvadosavcrosístcmadcc:astas
comoWDai.ostituio;iuindian.lqucaprc:sçntasuacocrtnciaplc11acsuavi1ali·
dadcllO mciohind11, maspcrseguindosuacllistCocia, sobfonoasmaisou
menos.atenuadas, nosgruposligado.aoutrasrcligiões..Emoulrostcnnos,
nomtioindiono,os1raçosidcológieo;spodemc.<1arausoo1esemccnospon·
tosoucertasrcgiõcs.enquaotoquec.<1ioprcscntesoutroslfaçosconstituti·
vos da casta. Não se pode tomar um ~po oão hindu como iodcpcodcotc do
mcioondcclcvivc,comoconstituindocm simcsm.ovcrd.adciramcntcuma
socicdadc,ctioíortcmcntc,que..:uswloresprópri05ocmpurramaisw'"'"
Podc-sc:csdarcccressasituaçãocomplc.u,essasi1uaçiodctcosiosociológi-
o;a, primeiro vol1111do ao drama, prova...:lmcnte exemplar, do divón:io hia-
du·muçulmano, dcpois rcOetindo sobrc a pcrfci?n fUllCÍooal do sistcma das
lo;'..-
......... _
........................
o>_._..,,.... _.,..~ -------·
valorcs611imosouislimioos,oulrosvalorcs,scgundosci111plíci1os,sãos11pos·
.. ........ _ _ •
......__ ......,..,.,"I
==~::~~2:~~:~~:~;:~
1ospeloco111portamcntodcí•lo.Scmalsabc111oscaraacrizaro:s.sasiluat,lot
silllplcsmcn1cporque•sociololiaavaoçoumuitopouco:aliondeolugm<.I01
valorc.t111alrc:coabcc:ido,co111011CpodcriacopcrarumadcscriçiosalWlll.>
ria de fonbmcnos de um• ordem de complaidade e de tenuidade maior?
Eotrcluito, podcmOI íazcr .U.da umaobocn-açio. Em que condição
cosaco111plicaçáo,atcnsioi.aleriordosM~lmanosnB.lndia-11Cndoclcs,
com Ioda ccrto:za, em su maioria; dcsa:ndcntco de lndõaaos to11.vcrtido&, mu
issoniomudaemlllldaapcrgunla -,podcrialcrsidoscrcvitada?Elateria
sidne\'lladascolslii- ouoc:rislianismoou0Virashivals1110-1M:ssc111ol"c-
recidoouimpostoumaallcnllll.iwaosislcmadascasl1Sco1110sislemasocial.
Ora,éprcdsamco1cissooqucclc..soãof11.cram.Eisporqucscpodcfalardc
uma"influêociahi.adu"quc:sccJ1Cra:sobn:cs.csgrupos.oudapcrm~nci&
de"disposiçõc:spsicológ:icas",oami:dldacmquccadaMuçul111uio,Crist!o
ou Uiipyal 1cm tm algunl grau um Hindu cm si mesmo. O que surge aqui t
ovalorfuncionaldo:s.savísiiotãoelaboradaccomplctadconkm•ocUJ/que
dcscrc:vcmos.Tudosc~ouscpassoo,comoscasrcligiõcsCSl•1113CÍr81
tiv=m lrazido uma mc1LS3!1"m semelhante àquela que o Hindu pode en·
contraranaderiraumascl1acquc<6fv.rcla1ivi1.ar,scmasuprimirousubs·
1ituir,aordcmsocial.Acoisafic.acomplelamcnlcclarascscconsidcraoca·
<0docri.<l.ianismo;clcoàotransfcrcscU$adcp10<paraumasociçda<ko<:W11,
clcscLimilaalular - n.ioscmalgumadificuldadc - contra os aspectos do
sistcmadascastasqucsãop.anicularmco1ccscaodalososparaclc,scmprc·
lcndcr•ubsliluf.lomaisdoqueprctcndcmosVirashivaftas..
Paraumavisãoglobal,vamosrcív.crocaminhnpcrconido.Aparlir
dadcf111içãodcBou,iili!,cdanposiçãodopurocdoimpW"ocomopril'ldpio
ideológico comu1t1dos1rfs aspcaos imcdiatDS dn sistema das o;as1.as, f~m111
cm primeiro lugar uma aposta. ApostamDS na hicrarqui1 como aspc:ao cona·
citnlc fWldamcotal. AprendcmDS, wim, a «Nlhcccr a hierarquia sem mi.tu
ra,noesladodctipoidcaldcalguma111aocira,ea.cqflênciadaan6liso:mot.
Irou que acscolhafoiboac permitia pôr.li provaacocr.!nc:iadosi!itcm•
Numscgundntc111po,proçuramosreslituiraoin1criordcs.saformaconsdcn
1ccoglobaolc,quccomparamDSaomaolodaVirgcmdcMiscric6rdia,1udu
aquiloqucclacoot~mccnccrracquclhcdáscuscntidosociol{Jgicoprõpun
Tratou-sccmprimcirolugardopodcr,nudadominincia,cujarcbiç.lorcalo
complctacomocstaluto,comahiervqula,1prcndcm""·1coobcccr.Opodor
CSl.isubordinado10Cllalulocm•uarclaç.lodirclacomclc,aU1ut..1cptl
ciamcntcaMimilado1clc1tflulooccundlriocmf1cc d< luJnorato.1'.M11
conf1&11raç.lionoaparcccu clnli<ar ornnmnlu 1tua r.,.,.,J, ••• ~~1,,.
S.agorapr1;1C11U111oscaraacrizarcompara1ivamcotcosistcma<bscas·
tasporumprinc:lpio6aicu,aqualdcksdc...:mosnosapegar?Podcr!.unosll-
carcom aoposiçiopw-o/imp11ro,lomadaDiosomeotccmt.imcsma,mas
cmsuafuaçâowiivcnal,ouainclaàbicrarquiaqucaossurgiuscparadaicleo-
logh;amcotc de todo elemento csinllho. Mas íicarfamos, assim, no interior
daideologi.acsllpoderfamosdizcrdeoutrassocicdadcsoqueclassão,ou
anlcsqucclasnãopossuemcsscstraços,cqucnclasclcss.ãosubstituldospor
outrosfacilmcotcidcatillcá...:is.Arclaçãocnlrces!atulocpodcrémaisvan-
tajosa. como carálcr comparativo porque ela engloba ao mesmo tempo um
traçoccntraldaidcologiacsuacontrapartidadefato. Todas as sociedades
aprcscntamdcalgunimodoa1Paléria-primadcssarclação,mcsmoqoondoa
organilamdcoulramancira.Assim,quascscpodcriadízcr - gr=c:iramcn·
tc-daoossaqucclaoperaai:scolhainvcrsacsubordioaocsututoaopo-
der:claéipalitú'iaidcologicamentec.emlargamcdida,colocaopodcrcm
primeiro plano, pelo menos nisso acredita a cio!ncia polllica conlcmporbca.
Al~mdisso,aqllimc:smo,adisjunçãobicrúqllicacmcausanossurgiu
romoc:.pLicativa,causalmcnlcdessavcz,dcin(imcroslraçosdosistcma.O
pawldedsivo cmsv.açonslituiçãohi.<t6riçatcriasidoaa1ribuiçli1>a1>Brá·
mancdacxclusividadedasfuneõc>-rcligiosas,coouraaposiçáDdorci.Dalde-
corrcriam dois falos fundamentais: por um LadD, a c>:istência dD tipo puro de
hicrarquia,pcrfcitamcolcscparadDdaquilDaqucahicrarquiacstámisturada
namaiorpartcd1>1cmpo,asabcr,opoder;dcou1mlado,aformadcs.o.ahic-
rarquia.a1.abcr,aoposiçâopuro/impuro.Explicitcmoscssc(iltimoponto:a
primaziadosaccrdolc iniroduzum pootodc vista ri1ualistawltad<>, muito
maisdDqucpar1osagrldoc111simCSR10,paraouco:sroaosagrado,cquc
opera, desse ponlodcvista, a disjunção do puro e do impuro,aomCMno
tempoquccoloeaoproíanoentreparêotcscs.Aoposiçâodepurczaé,assim,
afonaaiclcol6aica11«eSSdti<ldo1ipoidcaldcbierarquia.
Na divisão do trabalho também reconhecemos um rcsfduo llio ideoló-
gico. A divisão do trabalho g:raviw., de fato, cm lomo da funçâo de dominin·
cia.Eicistcalum11Cu:lcodadoquccoglobaaideologia,masqucelaaiopôdc
criar. Foi ~amc111c esse aspcao sobre o qual Hoeart insistiu tomando Fíji
<omoba.c,scm...:rtomQosistcmaiDdianocaglobacsscpequcoouaMlrso,
despojado de seu sagrado, num univcno milito mais vasto, presidido não
mais pelo rei mas pelo &accrdolc. Eis, l'llti<>, Hoeart inclWdo num Bougl~
ampliado e simplificado. Prcvcnimosrapidamen1cqucascoosideraçõc:squc
prcccdempropõem,nolimdascuntas,umavisiosobrcaorigemhist6ricado
sistcm•. Podc:·K 1upor que• lndi• pré-iria pmsu'"5c orpaiz.loçõu co1110 as
•poma<W por Hoeart wm "linh.ogcru" cspccWiz.adas no scmço comandado
pela pcuoa tabu do cheiro. A J1.,unçlu - cm r.i mesma pó&-indo-curu~ia -
c111rce.1•1u1oepoder1orl1u•n<lu1ioln11u ... forma~'"dcucalslcm1"hoear·
~~-:::·:_:;'.'. ~~~~.~.~ ~·-'.'"' '":~.~. ~l.1~~ .....~~·1i:r_•~• nlD dc:O..dc ';.' m-Oá""l
nosinlponatqucoaiatcmadlscastasscearacterizacomparativamcntc -
parcialmcnle,scmdCMda,musu!icicntcmc111c-pcladisjuaçioqucdcsac-
VÇ1110SCPtreCS1atutocpodcr.Dircmosques6cxistceastaoodccssccarále1
es1M:rprcscotecuigircm05qucscjadassilieadawmoutror61ulotodaso-
cicdade, mesmocollSlitllkladegruposdecslalutopcrmaneotcscíechadot,
cmqucekeslivcrauseotc.
Oqucprca:dc:scafastamuitodcumavisãoltastanlcdi(undidaa.aso-
ciologiaconlcmporãoea.Fala·sedo"sislcmadcCSlratilic.açãosocial"dcum1
UDidadequalqucrapar1irdeumduplopostulado: 1. qucscpodeisolarou
ab:strairdasocicdadc:globalumtal"sislcma";2. qucumtal"sislcmaMpode
ser caracterizado por traços cmprCSlados adusivamcotc l morfoloPo doo
grupos.scmconsidcraçãodaidcologiaqueemeadaeasosubjazaowmpor·
tamcoto.As$im,cmprega·sc apalavra''çasta"paradcslpartodogrupodc
eslalutopcrma.ncnlccíecbado.Entio,co<OJ1lram·se"eas!as"umpoucopo1"
1odapar1c,atémcsmna.asociedadcmoderna,naÁfrieadoSulcnos&tado.
Unidos; com deito, scgu.ndo o critério que íucam~ o color bM amcriçano t
as.imil:ivcl a um ícoômcno de casla. Diíicilmcnlc se poderia imaginar um
contra-senso mais sólido. Remelemos o leitor ao A pê odice A, omde mostro·
mosqueoraósmoreprescntaoarealidadeumarC$5urgtnciawllll"adit6ria.
na sociedade igualitiria, daquilo que se C"Jlrimia diretamente como llierar·
quianosociedadedaseast<L<'°"'.AtendCociaemc.ausasimplesmcolcfalhou
cmreconbcccra1111lureza,aíuoç.io,auoiver.alidadcdabicrarquia,comoo
indicaotermo"estratilieação"cmprestadokciCnc:iasoaturais..E.ssçtermn
dc:nola,oofim das contas, a adoção de um poolodcl'istaiguali!iria)lll•
considerar, não só ora/duo de hi~rruquia que fica a.a soc:icd.adc: igualit!ti1,
n1astaa1Wm ahi~rorquiapom;.,,, oadecla estiver prescote. lgualit&risnlu
int1énuo,precoocci1owo•raoutrasidcologiascprer:cm.iodcCOllSlruirC0111
CMabase,imediatamenlc,umaciEociadas.ociedadcs,eis05clcmen•01d<
umsocioceotrisrno1.111isíeito.lnsislamosncsscíiltimo.Opiordefcitodeut
gêu.ero de sociologia superficial~ o de dar a impl'CMão do que a pcsqui.o
fundaidcnlalj.tcstilcrmiDll.da,quandoDa"1:rds.dcclaapc..ascomcçou,co-
mocstc1rabalbo,cspcramos,dc"1:tcrmostradu.Supóc-scacas1aconbccida
q11andoscutiliz.ao1erm0DumaclassificaçiogcralF11.cndo-o,sacrifLca-sco
dcscnvulvimcnlocic11Hl'tcoàcomodidadcdudiscwsoimcdiatu,cnquanloque
asociologianãochcgouaolimdcscusWorços.paras.abcrdequeCS16falan-
do1""'.Coolraosmal-cotendidossuciucênlricosq111:fn:qiicotcmcolcred11Zem
aoociulogia(dasucicdadcmodcrna)aumcalcquismoco11furmisla,aantru-
pologiasodalabrcoeaminhodeuma"1:rdadcirasociologiacompara1iva.
108. CASTASFORADAÍND/A?
Suponhamo•qucolcitor,tc11doLidooApolndiccA.concordcqucéum
contra-scmofalardccas1anosodcdadeiguali!6ria.Pelomcoosclcuigir.t
que acnipcmos no mesmo voçãbuJo os fatos scmclhutcs eoconuados nas
sociedades tradicion.ai.., oo Madagascar como nn lapão. Sem cnlrar cm dcta-
lhcs, b6 d1111i disliilçôcs a íazer. O pri.mcito pGl\tO scr.t facilmcn1c ad.mitido:
paraqucscpos$i!falardccas1aéprco:isoquccmtasi.ffftllodccaslasoosco-
1idodcqucoconjunlodasc.utascomprccndctodososmcmbrosdasocieda-
dc.Umacoisa;éumasocicdadcpossuitaquiloaqucsctendcchamardccas-
1adcln1ocá.,.,is{Japão),oufonciros-musici..ias,p.triasoucstran~cirositine
rantcs,ouaindamisluraras"castas"eosclâs(Madaaascarl;outracoisaéa
co...iituiçàodctodownconjuntodccastas.Paraqucciâstac.uta,tpn:o:iso
~~::.i::.~dc seja inteiramente e sem resíduo constitulda de um conjunto
lllSO não~ tudo, e pedirei que se retorne ao principio que rw:i. Para
decidir se se pode falar ou nio dc um sistema de c.utas numa sociedade, fa-
rcmos a scgllintc pergwita: ocstatutocopodcrcstãonclacomplctamenlc
diswciados,podc-sccnconlraralocquiwlcntcdarclaçiobrahman/ksbalra?
Essapergvn1aapan:ntcmc111eabll&iva1cmawi11udcdcí1U1"imcdia1amcolc
umLimitcdcinlluenciaindiananosudcstcWlic:o.Pormaisimportan1cquc
cssainílu@ociatcnhasidodopoatodcvislacul!uralcalêmcsmosocial,pa.·
rccc,àprimciravWa,q11C""'Mtlhwn"patr~da!ddodlinacdalndontsiafoi
o rei privado cksiwprenopti\/Urclijposas. l...o pode COfTCOpoitdcr, BO
mCS111otcmpo,àsoc:iedack•ut6aooccaofa10dcque,obudismo,alioodc
dominava, favorecia de fato o rei cm detrimento do Brâmane. Em Lodo o CI.•
so,ofatoalcsi'-sólido'-.
Um caso mais revelador ainda, porque mais pr6.U..o cm todos os sen·
1idosdocasoind.iaao,todoCcilio.TodosDSautoresfalamdeCl.Slasno
Ceilão, sempre asi.inalando seu cadtcr bciúgno com relação à lndia. Em gc-
ral cles são imprcssionados, em toda a org.anização soci.al, cspccialmeotc ea·
1rc0&Gngalcscs,pclaamplidãodasopçõcsdciudasac.adaW11,0U,como
disse: Ryau, pela "intcgraç.io frouu" da sociedade. AMioalou-sc que Tam·
biahdefcodia.;ontraoossascrlti<a>atcoriadascaslasdcHoeart.Ela,com
efeito, sem: para o Ctil.Jo. De fato, muilM obras, e çspcda.lmcn1c a ck Piciis
.00.-c o reino kaodiaoo tardio 1• , dcscr"""m uma "liturgia" <:mcmamcotc
claboradacc11trad.anorcicdcumcarátcrburoer'licoaee111uado,dil"crcntc•
prirnciravisladosistcmaindianotalcomoocoobcccmllliolllino&SOSdiu.
Sabc·scquccllislcmmuitopoucosBrimanes,saccrdotesdetemplos,cutrc
os Cfogalcscs (e mesmo entre°" Tarail do Ceilão), ao passo q11C o budismo
domina. Em deímitivo, o Ceilão tem todDS DS caradcn:s da casta, cxeto o
vigor.de um lado,c,dooutro,adisjuoçãoc:rucial sobre aqwlliasislimos:o
reia/çontinuouscodooccntrod.arcligiãodcgrupo(poroposiçãoàrcligi.lo
individual, a disciplina de salvação b~dic.a), bem como da vida polltica e
ccooômic.a'-.
Vcmos,cntio,qucasuprcmaci.adosaecrdD1ctum fatoindianoq""
nioocrcvclouscrdecXpottação:aliulia.,.rtoumaisumaquasc-c:asladn
qucacaslapropriamcatcdit1.An1esc:dcpoisdes11ainflueocia,csscsplÍAC1
sócoohcccraraas"liturgias"c..tritameotcn!giasdcsaitasporHocart.Eue
fatorcforçaoossasadliscscatemcsmoo0$S&hip6tcschist.llrica.
______ ·- ·----
t•ci-..1.1op1.·L-'°""""'"•11-n~d•C.-..,. .._ . . . , . _ .
·----~-•1om11.·-----u-11.
-·--,._
y-~~ ........
....
" ' l d - - .... • - - · - - · - ..........
_...._.._ .. ~.~-
....
COMPARAÇÃO (FINAL)
ODEVENlRCONTDIPORÂNEO
~~~~~~~t=L~z:~r:~~
danças modcnw cm rclaçio com o sistema das castas. Mcsnio &Mini, WDI
brcvediscuasãoõaic:i.alscíazoca:asiriaparaccrcaroproblcmacoloauloao
..tru1uralismopclanoçioikmudaoçaccvi1armal·cn1cndldos.Podc.sccla·
borill" wna lista impor1111tc de fcnõmcnos bas1an1c bem a!cstados, que ser.lo
lomadosàprimcira"'5tacomomudançassobrcvindasnasocicdadcdc: 1780
aos oOMOS dias. Tomemos a agricuhura e os direitos sobre o solo e cnwn1e<
rcmosrapidamcnlcalgumponlosbcm..tabclccidosmislur111do,segundna
ncccs.idadc:, as épocas e os lugares. Cri:..scimcntoda população e passqi:m
de um ..tado de raridade da mlo-dc·obn oom relação à lena cultiváwl para
um ..i.ado de raridade da lena oom relação à mio-de-obra dispolllvcl.
Criaçãodapropricdadc:dosoloelrans1omodaposiçãodcccnascatcgoriu
sociaiscomrclaçãoaosdircitossobrcosolo.A.,...ccadação1111cdpada111ual
do &lado (Llllld &....nue, qllC não é um imposlo) se toma elcwda e iae-
iorlivcl. Crcdmenlo da circulação de moeda e lrwi111iç.io de modos de co-
mv.nicaç.io rápida e dc transporte íarto. Crcscimen10 co...:idcriv<l da ccono-
mia mercaiil~ com rcl~ à CCOPomia I>Mural. lmportidcia das culllll"U. ali-
mentares e indw.triais com .Was ao mercado nacional e internacional. Pros-
pcridade do aiPola e cçulsão do camponês culliwdor, à qual se dcve coloar
11111 freio. Eis ai, parece, um conjunto de fatos suficicntcmcnle slifülo para co-
locar fora de dl1vida o fa10 da m11dança.
Adiliculdadc:oomcçaqWU1dosetraladeaprcciarcsscsfatos.Ocspfri·
to moderno acrcdlla na mudança e es1t inclinado a CJ<ll&C<ill" seu akallce.
Alémdisso,apalavra"socicdadc:"nãodcsignadcmodoalgumamc&macoi·
saparaosdcíen$0rcsdasdlvcrses1cndêociasdasociologia,ouparaosoci6-
logo,occonomistaeohWori.ador. VcrcmososantropólogossociaisdMdi-
dos no momento presente quanto à I>Murcr.a da mlldaoça social a.;ontcdda,
puramente quanlilaliva ou verdadcirameolc qualilaliva, rcsr=iw 011 pro-
grcssiva. Uma coisa t a:na: t q11c a socicdadc, cnquan10 qllldro global, nlo
mudou. As castas mio sempre presentes, a iatocabilidadc ~ scmprc cfclM,
se bem que cada vez mais ilegal. Com isso todos os especialistas CSlio de
acordo. Porta.Dlo,scmprcàprimeiravisla,existi11mudançan<1sociedadco
nio mudançadll sociedade. Esse fato conl•ast• daramcnte com asdccl1·
raçõc:sdefmilivasdi:KMIMarx,quecomtataarufnadasociedadceprcdi1n
ftmdadivisãoclotrabalbohercdltirio:
Baslacolocar•q!IC$liopM•pc:rocbcrqucclapossuirespos1amamo
noes1ado11ual.Semd6vida,ai.Uiaqucsetcmdosladia.aOlidadccadhcia
de sua sociedade tem rafus subjetivas, mas i.Mz isso n.io passe de imagi-
naçio. O aspccto baMardo da cul!ura da plallfcic~cmrcl.oçãoido
O..càonoswntaj.iumahist6ria,eobsc1YBçõcscasuaisapoolamtraçosr~
ladorcs,wmoonaufoi&iodeumeslilocsiéticodesdcowmcçodo.s«ulo
XIX"''· O modelo telirico que COPlcta"'OS a dcscllhar puri1i1e, por compa-
ração com os cslados observados, fazer uma idéia da modida cm que o $Ís-
tcma rompcu algumas dc su.as ligaçóe$, não só no caso dos Lingayat 011 dos
Muçulmanos, mas tambtm, por exemplo. n11111 fato bastante collhccido como
odocDfraquecimcntoda<rcpresc:ntaç6c$rclatiVMàimpurczanoNorce,cn-
fraquccimcnto Lalvez provocado pelas castas e pelo impacto muçWmano.
Sociõlngoscanlropõlogosniocomparcilhamacrença- dir-se-iao..;.
shfu/1hinking-qucpodcscrprofcss.adaporo11lroses1udiososdequcascas-
lassccnfraqucccriamprogre&Si....,mcn1csobainnuénciamodcmacnquaiuo
esperam seu desaparecimento purocsimplcs.Scsuasidéiassãocmgi:ral
multopo11copr~.umadivergênciamultointercssantesccrgueucontr•
clasrca:nlcmcntc.Parawmprccndê-lamclhor,vollarcmosaoquadrogcral
da< mudançaS cm rclaçiocom as caslas preparado cm 1932 e completado cm
1952 pelo Prof. Ghuryc""'· Es5c quadro t impor'Canlc cm si mesmo, porque
provém de um autor indiano, e mais ainda como ponto de pmida de uma
lcndêocia,lcndoscuaulorinflucociadomaisdeumagcraçiodcpcsquisado-
rcsindianM na qualidadedechcfcdoativo 0..partamcotodcSocio[opadl
Uoiver.idadedcBombay.
Não t muilo ficil resumir Ghul')'C, pois seu tratamento t bastante d.is·
cllr.âvo;CSLiwntidocmdoiscapítulos,complcladosoacdiçiodcl95l,dos
quais um, intitulado "Castc aod British Rulc», con1ém um julgamento sobre
a dominação inglesa, coquanlo que o segundo. "Caste and Nationalism",
tende àmobilizaçiodoscsplrit ... oa unM:rsidadc.Comdclalhcsmatiz.ado·
rcs,cà.lveiçsconlraditóriosouhcsitan~cs-tra•a-scdcnioscpcrmitirle....,r
para longe do real por Yisôcs parciais, mas uma çena inclina~ bramlnic•
tambtmcsl~prcscotc -,c>trai-scf111al111cn1cumaidéiadirctriz.Noqucsc
gu~rcagntparciaindicaçãodedctalhcscsparsos.
Ghul')'Clcvcog:raodcméritodccbamaraatcnçãoparaaspcctospoucu
conllccidosdomovimentosocial.principalmcntcsobrcasatividadeseasrci
vindicaçõcsdomovimcotoditon.ão-Brimaoc,ioauguradopelofloristaPhulo
cm Poooa cm mead°' do Sl!culo XlX, illlSlrado depois, sempre nn Mahara
:r.htra, pelo Maharaja de Kolhapur, e que se dcscnvol.,,,u no stculo XX, com•
outorga de privilégios de n:pn:scotaçio e de emprego P mill(lriu e b Clll ..
-·-·-i
m~<CO...poo..fC __ ,,,......,......,~,x .. w-•1••"''"'",.._.,_ .. _
112<o nw,.,c-•-.1•» ,._.,..., l"l , ..., v11v111, .... ~-·-•-
consideradas amsadu (dcclaraçio Montagu·Chelmsford de 1917), c panicu·
larmcotcnoSu.l{JllSlicchrtycmaistardcAssod.açãoDravldica-drrMl/4
kal.4grorn). Do mesmo modo para o movimento do& lotocAw:is.
Ghuryc afuma que a hierarquia (oi vivam.1:11tc atacada pelo movimento
oiio.Brámanc:(p.193),uooç6csrcla1ivasàimplll"czabastantccnfraqllCQdas
(p.209)casrcgrurclailiias1Klalimcotocàbcbidamuiloabrandadas,sobrc·
1udonacidadc.AliberdadcdasproÍl5SÕCsoovasfozquca<aslaa:osllS5Cdc
prcscrcw:raocupaç.io.Emcontrapanida,acodogamiacootinuaascimpor
com alguns mati7.u, com uma força não diminu'da (p. 186)""'· O que t mais
caractcrlstic.o do pcrfodo ~o cn:scimcnlo urbano, e ainda assim a casta sc
impõe:. As ca!;las l:Slio apupadas cm bairros, tCm suas casas reservadas, nio
..:mumaspc.:todcmclhoria;criamsuaseoopcrativas,scusbucos,suasma·
lcmidadcs,scushospitais(p.201)csuasassociaçõc:s(p.1!19·191).Tudoisso
rcprcscntanovasformudc"solidariedadc"cdcMcoasc:ifl>Cia"dcçasta,po-
dc·5Cfalardcum"patriolWnodc<asla".
Éprccisoinsistirnasassoeiaçõesdceastamuabltolqucscgcncralizam
e "compreendem todos os membros da casla que falam a mesma llngua", ao
pa<.<;0qucopanca.)'lltdccastacradce>:1.cns.iomaisrestrita(conl'mado,sc-
gundoGhuryc,aoslimi1csdaaldciaoudacidadc).Suasfuoçõcsconsislcm
cmscnirosintcresscsgcraisda.;as1.a,cscucstatutonahicrarquia,cmfor-
ncccrfacilidadcsparaocstudo,cmajudarospobrcsdcntrcosscusmcmbros
e às ..,,.,;s cm kgislar sobre certos costumes. O autor nota que os mesmos
assunloscramantu,oamaiorpartc,cuidadosporgrupamcotoslcmporãrios
corutitufdoscmvW.adcumobjctivoprcciso11 ".Vollandoàcas1aurbana(p.
19)),V<'!-scqucclascrvcscusmcmbrosnacompctiçãocmquccstãocnvolvi-
dos,cspccialmcotcparaaobccnçiodcposlosoucmprcgosbcmremuncra-
0.0...,.-.""u.u_T_,_. .. ..,_._ _ _ _
.............. ..--(....--·-..---.......... --..
doqoe--.. .
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••--....-----0.
==:::::."'.:;_:;,:..~..j.o=~',.';8;:';""l7,:
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dcdacasu,u.siin,11etoraoumaisabrangenlc,ciacosivo,cpcn11111co1<:.A
caslapr<m!umaparWscmprccrcsa:ntcdosintcrcsscsindividuais'',"oscn·
timcnlo de soLidaricdlldc assumiu a força de um verdadeiro palriOlismo" (p.
192)'""·
O autor idealiza o pauado. mas aa:ntu.o com vigor a 'ompaiçdo çomo
fatomodcmoqua.ndocscnwc(ibid.):"Oconllitodasrcivindicações,aopo-
siç.io m(ltua subslitu.iu a 111liga lwmonia entre exigência e accilaçio", Notc-
sc, ainda, quc GhUIJ" sc COLoca cm guarda C011Lra a ivadualidadc no quc sc
rcfcrcàrcformadocoo(lbio.Omodcmismoconsislcsobrctudocmsccasar
cntrcsubca..tasdifcrcnlcsdamcsmacasta;podc-scimaginarqucasbarreiras
cntrccastasvizinhasdesaparcçamporsuavcz,milSorc.sultadoscriadcsu-
lroso,poisscchcgariaaagrcpr umapoeiradcpcqucoossniposnum pc-
qucnonümcrndcblocosgraadc.cujoC1Cl~vismoc cujabostilidadcrcd·
procos tcriam uma força lCnivl:l.
Em suma, Ohuryc, .cm o c1<primir com toda clareza d=jbeL apontou
umfcnômcoocsscncialaoqualscpodcchamardcsubsl111cializaçãodacas·
1a.ln~mcrosdcntrcostraçoscitadosconvcrgcm,comcfcito,paradco11Dóar
apassagcmdcumuniversocstruturaLDuido.cmqucaênfascscfazsobn:a
iolcrdcpcndêocia,nodcoãocicislcohelprivilcgiado,dcunidadcs66da,par1
umuniversodcblocosimpcocmlvcis,auto-suficicnu:s,csscncialmcnlCidêoli·
cose cm con1petiçio entre s~ um uniVÇrso cm que a casta surge como um
indivfdJlo coletivo (no scn1ido que demos a essa palavra). como uma
substância'"'.
-
_----•-.pdO_q.
__ _________ . . . ,._,___
.,.... -.......... -... __
LUd. D.miok _ _ _ ,. _ _ . . . . _ ...........
--.--
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-----·-·--·--.....·-·
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Nosso autor t à& YeUS desencaminhado por aqlli.Jo que"" poderia
chamardcscu"patriolismo"dc Brãmanc.Pcrccbc-scissooasuaidealizaç.io
dopusadocemmuiwpusagens""çomoaq11elaemquedcploraoratodc
algumas easlas terem dciudo de empregar Brãmaacs como sacerdotes:
··mcsmoocimo... osaccrd6ciodosBrãmaocs... agrandeligaçiodcsolida-
ric.iladcsocialncssasocicdadcíuwocntcdivididafoidcsfcitaporumacasta
alr.isdaoutra".Podc-sc 5uporquo:, se Ghurycdeplorao"patriolismo"dc
CMla,t mais por ligação a um passadoidcaliz.adodoquepelahostilidadc
diaolcdaCMla; parcccquecleacn:ditascrposslvclumalran.t"o:rmaç.ioque
poriafüoàcasta,consc~doobramanismocaintcrdepcrulencia.Mclbor
obscrYador,nioémaisrcali>tadoqueGandhiquanloàrclaçãocnlrcoíutu-
ro e o passado. Assinalo CSlc ponto porque a aliludcé part~hada por outros
cporquccssaalitudccxdusivamc111cbramãniçacoloriutodaatcl\dellcia
polrticaiodiana dita liberal'"•. Sem díivida,llioéprcc:Uomuilacoragcma
umCS11angciroparadcclararqucasiovcstidasantibramãnicas,mcsmoquc
Lenham um lado demag6gico e um pouco Yiolc:nto, são um aspecto positiYo
nalwaconlraacasta.Éprccisodizé-lo,cotrctaoto,eacrcsccntarque,assi.m,
oEuadodcMadl"as..comsuaousuasAssociaçõcsDravfdicas,talvczes1cja
maisannçadonoeaminhododcsaparccimcn1odasi:astasdoquc1odosos
ou1rosEstadosdafndia.Sobrctudo.dçvc-scconcluirqucsuaaboliçãopassa
provavclmcnlcpclasaçõc.sdcCMla,cqucsóoCDJ1lc6dodcumaaçãodccas·
taindicascelamilitaconlraacaslaouaíavordcla.Nãorcconbcd-lotítcar
nointcriordocspfritoiodiaootradicional.Nadatmaisdeplorlivcldoquco
fracasso de Ambcdhr e do Movimento Intocável, pois se sabe muito bem
hoje, opostamcnteaGandhi,qucoslntocá..,issóscrãolibcrtadosdeímiti-
vamcolcporsimcsmos:aboa'l'Ollradedescussupcriorcspolilicosnãobas-
1ariaparataoto.
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porMillcr.•tpc>Qmodctuviuasc:asl.ISpcrdcrcmsuabasctcrritorialliml·
uula(o"pcq11CDOrciao'')csecxpaadircmlivrcmcnlcforadcla:"odjinnsaiu
de dcolro da pnaí•"· N• scqlltnd.a, desenha o papel rcprcsc:ntado pcla ca5-
U1napoHtica1p6s 1 independtDCia, em p1rte scguado obras espcciais. em..
dW - para cmprcslm" a \llD oulrO irati.lbo \llDa passaacm sprprccndcotc:
l!.P'rol.podo-ellinMr<IDlll_q... ooóll....,.<a1..,...,1Mt.....,P*
..-im<atoN-clo<allL..o-<lllllll-;&ooonmm1W1l<ok>...,1odoN;.t<-
p<ndo!11<11..,,.....,ddOJm1<1q,......,1naa.,......,.p(tM-d<S-.p.IJ6~
hsonãodcve&ertomadoaoptdalclra.O"cn:scimc11todasoLidaric·
dadc" remete sobretudo ao dcuparccimc1110 das barreiras políLicas e ao
progresso das comunicações que levam a uma arMJdo upadal maior doa
gruposcoocrctosdccu.ta.Ea"concomitincia"supõcumaconstinciatcóri·
cada"""'ª das solidariedades num dclcrmioado momento {do mesmo modo
cm A. R. llc$ai,c!. Cotwib!WOtlS VII, p.33). Na rcalidadc,asuibUou85'0-
ciaçõcs dc casla intcMm cm gcral mWto pouco na vida cotidiana da aldcil.
OautorcitaBailc:y,quemostraquc:oaumcotodasrclações.cucroascllfr1-
'1UCa:ai11tcgraçãodaaldc:ia.MasBailcyoãoconsidcravaas"soLidaricdadci"
de casta fora daaldcia,masofatodcquc - nol;ISO)qucc.st\Lda - ctulas
donriri11dllS,c11ioacasladomioantc,scaproveitamdosistcmaeconômi<0·
polílicomodcmo1'"°'.
Segundo o mcsroo aulor, cxisli11., além d>.so, um o;rcscimcoto dar.
"tcllSÕco"11 "cntrccaslasdifcrcntcs(movimcntoanti·8rÔJnallcnoSul,com·
petição cotrc: as pcssoaa cultas pelos empregos modcnios cm oÍLlllcro rclati-
vamcntc tC$11ito). Essu "lcllliics" ""º intcrpreu.das como mare1dc1PG re-
forçodas.olidariedade&dcmsta.Aqui,oointc:riordopoolodevisla~
grcssisla, o preconceito bramlnlcoi' cocootrado aOora oowmcntc: o mooi·
mcnio antibri\mpc é sclllido como mau cm si mesmo, ao mesmo tempo em
que t evidcnlcmente o lndice de um cnfraquccimeoto do sistema como W.
DW:m·nosaindaqueo{atodceDstirc:m110YOSeamposdea1ividade(apoU·
ticacparticularmentcaaclci$l>CS)rcforçao"podcr"dacasta(M00./"""1,
p.23). N. K. Boscobscrvoudiscrctamcotcquecssctapcnaaumaspc<:10da
qllCSlão,acrC6Ceotandoqueoodomln.iocconômicoacastafoiseriamcolecn·
fraq11<cidapclaintrusãodeumslstcmadcproduçãocdcrclaçõcscconõmi·
""'quclhetC$ltlll>ho"...
Em suma, Srini\lllS teve o mérito de lembrar, depois de Gburyc, que a
castanãocsu.vacmviasdcdcsaparcccr.Considcravaqucclascadap1avada
maneira mais llcdvd às condições oovas e cstcodia seu ampo de atividade.
lntcrprctoucsscfatocomoumrcforçodacastaiadividual.Altmdisso,apu-
scntou esse fa10, impUci1amcn1e pelo menos, como um reforço do SÍSltnlll.
Ora,osistcmaoiocomistcapcoasdcsolidaricdadcs - seriaprcciso ... ber
qucgraudcsoUdaricdadcelc:comportacscscuacscimcntoD.iosccnfra·
qucce para além desse grau-, o.sistema comporta i.ambém inlcrdcpcnden.
cia,cootraaqualomovimcntoantibrãmaoccstavadirigido.
EsludandocondiÇÕCllmuitocspc:ciaisooEsladoAfricano,ondcattos
~lliraosanososGujc:ra1isscailavamtcmporariamcntcpara"fazcrdinbciro"
no comércio, David Pocock, por •uaw:~,cscrcw:uqucalicacoo1ravacastas
mas aio o sistema das castas: "cxisl.cm caslas ... mas o sistema das castas dci-
•ou de aistir". Embora compreendamos sua intenção, podc·sc pcrguabr
como os compoacDlc.s cio slslem. podem sabrcvi""r a ele Cll<jllalllO !ais. Mail
s111ilmc111c,omesmopuqlliladarc11coatro11noEsladoAfriC1J10abõcr11tqllia
•ubsl.ilulda por um oclllida llOW, nlo esuwural, da diferença. Em •uma, 1~
como Ghllf)'C, a imprado de uma passagem da Wrullll"& à .ubsthcia, e ~
aWmqucscde...eiatcrprctar.....,scudilocspirituoso1"'·
.. ...
11'< 0..WP-------.--S-..o/-.13-<.11$7,fl'"'*
·--O.M.~---(
=:.::::-::::=:::.::..:;;.:-,.;..--:::;
~~ - p p . l. . l9t4_ ..
---~,..----------·-·
·~~{~~~~:=ª~;::~~i
Encootramos. pQJl.llll.<>, cm Leach e Bailey, a competição ji BS:Sinalada
par Ghuryc,muin1upre1adl dcsla ícitacomoamarcadc111Datrlftd'or-
maçio do si&lcmL Traia-se da rompetiçio Ml11! cArtAs difetmlu DO plano
ccooômico-polftioo, poio a compcliçlo cm si aio ~ dc.scoohccida DO sislcma
1radicioll8l'is.. Com cfcil<>, parece que assistimos a llftll transição, por uma
parte do domlnio de aúvidadc, do mundo da casla ao muodo modemo.
Pode-sccomcçarpclacnumcraç.iodasprincipaismudançasgcraism•i>
oumenospcrtinenlcscomrclaçãoaosistcmadascaslasnoplaaoideolóaiet>
cnoplanocmplrico.
Noplanoideológi.co,ofatomaiortainscrçãodcumsubconjuntoigu•
liliriononM:ljurfdicocpolltico,scmmodilicaç.iovohmtWcom:spoodcnlc
doquadroh.icrúquicoglobal"".CollSlala-&e,assim,umimpulsorcformill1
QllC, cm relação com o traço prcadcotc, compreende uma modem..i:uiç!o d1
rc1i3iio- oqco-hiDdulamo - ctambo!mumcsfo:rçolimitadopararcformar
os wolumc:s (a iotocabilldadc cm particular). Num plano iotcrmccüário, prin-
cipalmcnlc cmpúko, mas q11e comporta rcssonãncias idcol6gicas, situa-se
aquilo a que chamarei cmthcia de um modelo rfgio cslrangciro: m lnglc:·
..,., que rcitulvam de rato. foram o objeto de imitação ("ocidentalização")
c .. tamcotcwmoosrcisortod~apc:sardcoiorccoabca:rcmparasi
pMprimoswl01CSbramlaiçoscomocuidadodcos-1rariaromc11os
possfvcl. F"u>abnc..tc,trtsíatosoólidosscsiLuamnoplaaocmplric:o:apare-
cimcotocdcscovolvimcatodcprofwõcsmodcmas,omaisdas"""""neutras
dopontodc~rclig:ioso,cdcscovolvimcnLourbaoo;uniliçaçiotcrritorialc
_____ _
dcl950,ovoio,pclaAsscmbltiadcM1dJas(oEsudoaindaa.locstavadivi
- - ---·--·--
lllb,Allmdoperdo_.,.._ ... ~ .. 1 -.... - - -
Oqucprcccdc,cparticularmentca6llima~o,nos.lcvaaconsiderar
asmud.aoçasmodcmassoboângulod.aintcraçãodalndiacdoOcidcntc.c
e.W1i11tcraçãocmsimcsmaapartirdcwnaco111puaçlodosdois1ipoode
sociedade. Pode-se proporaconstruç.iodcummodclocomparativoglobal
dc.scpontodevisla,catarcfal!mWtobcm·viada,porqucnosobriga.acom-
plctar o que deixamos. inao:abado. Com efeito, empregamos çonslaalcmcntc
u01acomparaçãocxpllcitaouimpllcitacomotipoocidcntalmodcrnodeso-
cicdadc,ob6ctva.odoçomoaqWloquccraoobjctodcrcprcscnl.aÇÕCSczpl(ci·
1ascvalorizadas,dcumlado,cstava,aoto.11lririo,subordioadooucramal
coobcQdo,deoutro.Rcsta-noscoloc.arfacearao:cosdoistiposoaformade
umquadroenglobaolccmc.ad.acaso,distinguindoDClcsaidcologiacorcsl-
'"~
.-"'-l"""• --__
"'lmcntc muilo grossciro, ao modo dc um griftco, oadc coadcnsarcmos dc
-___ .......................
_
t~:.:~:::::1::.:=::=?3S:
flllicoolharaço..r~doçooj1111to.Farcmosfigurar11elcos1crmosde
q11C:nosservimm,prcndcado-nmmcoosàs11acspccificaçãodoqucaoscu
podcrdecoodcnsaçiocà11111~nocsq11C:ma(Fig.S).
Aoposiçiodcba&,glabal,iacidcsobrcoobjctodasrcpn:scntaçõcsc
das orientações maiora,dc um lado(l),àcsqucrda, a sociedade cm seu
eol\junto("ho!Ismo");doouuo(2),àdircita,oindivfduo("individualismo").
Mais do que figurá-lo oo pr6prio =iucma, iosacvcrcmos oo aho de (1)
HoMoM.uoll para dcsignar o homem coletivo, o homem çomosoçícdadc, e
ou alio de (2) HOnlo ,.,.,,.,... para o homem Uuli.;dual""'·
Parasi1uaraprm:imalivamco1cosaspcdospartiCILWcsdcssaoposiçio
fu.ndamcn1al,06!.nosrcfcrircmosaoquefoino1adoan1erionncntccomo
sendo u caráter cumparativo ílllldamC11tal do ~ema das .....ia.: a disjuaçio
hierárquica entre cstatllto e poder, que ser~ rcpro:.scolada por um traço hori·
1.001al que separa o quadro (l) cm uma parte superior: hie'"''I'""· e cm uma
pane inferior: domCnio polftko.ecoo&niçoc1ç_',.,· Esse proççdimeotocor·
rcspoodcaocuidadodcdisliDguircnl<casrcpn:senLaçõc:scos..!ort:lflm·
damcotais, por um lado, e todo o resto, por outro, entre o idcolõgi.coco
Rã1>-idcul6gico,ouanlcscnl<comaiscomcicnleuumaisvalorizaducomç.
ROS cooscicntc ou valorizado. O traço horizontal pode ser tomado çomo um
.. _. ..
8C1cscçntarosou1rottaçosisolados.Paracocoo1raroqucvcmcmll2,procu
remos clcmcolos que, por um lado, con-c.pondcm mais ou mcnm àqul
,................. _...,_""""_'
po.---.-. . ,_
.._..,...- ._____
----.-.,_.--........
.-------'1"'_----po.
llld.0--"""l""'•••-.q........ ..,.,.._ .......... ......._,_,._
l!ol.Ol-~'"'"º"""",__
__ por_,.......
..., .....,_.• _,_.....,.I<• I••"-
~===::."'.::.~:.::.:•:.:...·:-.....-:=.~:.:--...i
.... º"""""-···-.. --...............................(---"
rcsdoou!rocolocamiluz:cililcalgocomooindivlduocm(i),oholismoc
a hicrarqllia cm (2)? Encoo!ramos na fndiao indivldun-fora·dn·mundo, o
rcnuncianu:,aomcsmolcmpocxtcriorcsupcrioràsocicdadcprupriamcn1c
dila. Elcagc,dcresio,nasocicdadcpclosci1~.qucfomosobrigadosasacrili·
earumpoucoaqui"•.Nafn:nlccnconlramoo,nohipcrnacionalismocno10·
lalilarismo, n:alirmaçõi:.s do conjun1oconlra a a1omi,.ação individuali$lac
rcslduosdchicrarquia umpo11COporrod~apar1c:nacl ....-..:oocial,cm!orau
danoçàode"podcr"',noracismo,cnlim.Nada1cmosainscn:vcrcm(2)n•
P"'içãoocupadacm (l)pclorcnuncianlc:a50CicdadcCSlj!r•11SCCndlda.,...
rdigiolo:$ou na• lilosolias, mas de maneira divc1S11, e linatmcnlc individual.
lrui>lamos ni.>10· o esquema a que chegamos é apenas um gdlico ~lil
paraaron1inuaçô.od.comparaçõo.Er.alamcnrcncnntrjriodcumaí6rmul1
ab.lrala de onde se pudçssc crtrair rcsuhados ""tcóriros.. !l:m rccorso10
concrelo.Talvc,.olei1orqucnrn;scguiua1éaquíscsin1adcccpciDru1dopüf
•ua pobn:1.a e lomcn!e que não lcnhamru desenhado e= csq11Clcto de mait
pc<1occomcamcs.011eelcnoscc11S11n:sobrctudoofa10delhc1crmosfor·
nccidoaquiloq11CtalvcznàodcVCAACsairpcla.porlasdoloboralóriomfllllll·
criro,poisoaspccloinacabadodoesquemaéparan6scsscncial,cpcm.orla·
moscstarindoaocncontrodocsplri1odcnC><$8.pcsquisasc1pagissclnol111
ponrosdcin1crrogaçãovi<1uaisdcqucclces1~ cheio'""·
Tal como cst:i, esse esquema aproxima dois tipos .ociais apan:ntcmco·
lc incomcl'ISU<.ivcis prcscrwndo rigorosamco!csuasdiforcoças. cconcluirg·
moscomcn1and0>-onosdoisscnl.idos:dadirciraparaaesqucrdadoponrodo
visla da reação da lndia ao impaao ocidc111;il, e da esquerda para a dirc~1
pararctoroaraon=ponrodcpartida.
Parao~udodaintc.raç.io,!cmosaliumquadrogcralqucín:qilco!•
mcnteC"láDU$CD!Cdoscstudosdc«111udariçassociais'',inasqucnioprctcn·
de •Ubsliluf·I~ de modo que terminamos, por ....im di1.Cr, com prolegôme·
nos.O""lucmapcrmitcrccncnntraroudcscobrirtrêsfatosgcr,.;,;·
1. Çomo<istcmadas.<:MtasligandoaprofISSâoaoiwatu1oapcna.•por
'<U•a•pcclosrcligiososearliculando-o,quanloaorcslo,cmlomodopodcr,
pudcramscr1ntrnduzidasnovasprufü.'\ÕC<ncu1rascurb.ana<..aopa.W!quc
prníc...00.. vcrdadciramcntc pertinentes (especialidade• da aldeia) foram
pouco afetadas. No mú:imo, ~ possívcl que o jajmani nâ1> liquc rcs1ri10 ª"'
,,.,,.,;çmprnpriamcntcrcligiososcpcssnaisctenhadcixado~parpro
fi"Wcsquccnbriaantcrionncntc.
2. 0< aspectos polftico-cconômicns são rcla1ivamentc S«Un<L.\rios e
osoladC>Snosistcmadas.....tas.Dondcumapcrmcabilidadcànovidadcncssc
dnmfnio e uma inocuidade relativa de~ cmprWim<:« para S. A polhica do
govcrnoin~•dafndia,quccnnsisliaemnãoscimiscuirnodomfniorcligio·
,.,cnaordcmsocialtradici1>nal(nota 112d),introdu>jndoapcnasummfni·
modercformascdenovidadcsnoplanopolltiro-ccnnômicn,concnrdavan<>-
1a'"lmcntccnmc.ssaconr.guração.Confoguraçâocuja<manifcolao;õc.sncgati·
1·aspodemscrpcrccbidasimcdiatamcntc:asrcaçõcsdDSpríncipcsnãoforam
endouadM pela &e>eicdadc, os Brâmanes não li>.eram do motim de 1857 uma
~ucrrasanla.Aclcvaç.ãodocapilalmobiliário,doscnmcrciantcscdDSusur'·
rin.não•u.citounenhumarcaçàoalémdalncal;ousurário~atébcmcnnsi·
dcrad1>quandonãoscmmtramuitoagrc.,..ivo.
). Finalmenlç, e sohrcludu, fato n~o pcrcchido, a presença d1> indivl·
du1>-fora·do-mundocsuaaçãomilcnarfoigrandcmcntcdccisivaparaapcr-
mcab1lidadcda&0eicdadcindiaoaaosmndosdcpcns.amcnloindividualistas.
Lembrem""-"""' efci10, a ação do renunciante <Obre a mentalidade munda·
na(introduçãodarelipi<>dccscolhacdoamor,rclativV.açãodarcligiãodc
grupo, moralidade subjetiva). A mcntalidadcgcralfora,assim,dcsdeanlcs
do impacto OOdcn1al ou mesmo mogol, penetrada por elementos CCNL!rários
ilquclcsqucn:sultamdahicrarquia.OOcidcnta~cnquantoprcoeupa•foapc·
na.• com o poder, no sentido mail; imcdiatD do termo, •urgia, não só como
um prindpc infiel, mas tamWm como uma espécie de sannyasi de um gÇnçrn
1nu.i1adn,poisaprcncupaçã1>davcrda<k,1>dcsintcrcssccomqucscc:tprcs-
"'· mesmo num ideal modesto como o da scholunhip, ou ainda a prcncu·
ra~ãD bumanit4ria 1>u ainda de progresso &e>eial e de uma maneira geral a
Ji..,iplina moral evocam, e sem dlLvida alguma evocavam no século XIX para
,, m...,.. hindu, ao rarat:1cr!sticas dos renunciantes. PeMC·•• tamWm nos
h<lmcns que forneceram a rcspw;ta ao desalio ocidental. O caso de Gandhi t
evidente. Ram Mohon Roy c'l'rimiu a aluali7.ação pol!lico-social da rcLi~D
como um .. nn~ui que rclorllOMC ao mundo. Além diMo, a dominação i.l'.lglc-
.. rrovavclmcntc rutlvuua rcnQncia romoatitudcdcci;plrit1>,porquc é
Alu.t.dclaquculndlann1•>Jlo1<r1laror•rlri1onovo.Vinoha8havctum
rcnundan1cqucr•"'lhr11 .. 11•ol11n1mcnt1hdadcmundanalradicionaLl'lra
rcafüarum1rcform••l1•6•I•
Em suma, a soc:iedadc: e.ai•""
aberta à iDl'luéncia ocidental por duas
ruõçsprincipais•ndomlDioi:mquecl.oscl'(:fugia.,.crarclativamcntcneu-
lrodopontodcvistadosYBlores,cocsplritocmquccla.ccxcrcialliocr1
absolutamcntcdescollhcâdo.
ReOexõesdcumaatropólogosoc:ial
==·';..."'":;,.~.(~)~=~j.:\~.:'.':,':~rt::":.":
... ,......,lOdo....,....,do,.,,..._.~"'do"fl"ind .. oo<J<r......, .... _ . . , . ... q...
10P""'-<l.•..--eo.... d<01111001<...,.pa,.d<sop•<010111,..._,._M>o, .. ..,,.
-º-""""""""..··-·Jo.,.....,,_ ..... ,,íll<•<k-11n~p-
... q .... poo1c ... m~rooa....llat.pon•maoompo~nwo1 ..... Tn .. r--',••llo.
<ktt11icato..., ...........,....,-....,.pa,.1.,.,,,,,como••nlrnpolosi&""""I'"'*
.,.,..r1iO<IOklpllnaoc-010.l>oa...,.....panlnlllrap1<ndc,.,...,..•,.~•.Wia
q .. faumdo..,..ma1ndW10m••-•mq...UOco<1l~<nl1<<k>cloran«1tGd<
·-.o"oomftloç6oa-.1mwtnn'""romood<".-"<oomftlotlo!Ml<!iaJ"nl<k"...
1nuf~10<10l".1<>t>oq..1 -...... _,.,mro1"'""""'ip0. Ten1&N<4.<•0<pi<lo.
<lbo(ar•a>nd~&:•macvmpolOl*>""nlod<in.
Knl<bcr....,•mockfwçto&:<Uloq .. 1<"'°'""'"·"""1..,'1'1--1"'"111<.
.,,......,,....._,,11 .. 11p1ndoacvm:n1<~q11<1<mna<mV810.Elo1<•""rbc:1<
"<Ul<"clali.rlq<lopaN/Jaof!io<"'1Sc""'<1(...i.lll.J93IJ.?Se-257a).<k<Dlllll<nl<IO
n'"'1<raclaCU1a(<ndopmio.nrt1<rh<mlílc6no,"'*"""1<ll1,..)<"""""•'"'"'C.....,,
-.,.,,,atta'f'«'al{omof1«"'1<""""·-'"'<tld<ncy011<ul•1<1"""•tincvol)'
oo<•:l~c:u.tud1flcrf"""l<l<IOl-~r.1n11>111hq"""""""IJ<d•lo>0<111I
"'-<lllllp(a«l~,,_...,,..."(poaq<n<.,,f-pnrmim)
Por-...., ... -·.<1<1<m<m ..,,_..,q,..1<pc.o~n1d>lodol,o i:u...,,.eo
J1plom<d""""io. ll=>nh«<.<nl1<....,o, im~;.;iomcn1<.qoc"'......,ú1"...,.....,. "'°""'
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