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Manual de coleta, conservação e

transporte de amostras para exames


microbiológicos

2016

Infecto&micro
Organizadora

Maria Goreth M. de Andrade Barberino


Farmacêutica Bioquímica - Graduada pela Faculdade de Farmácia – UFBa
Especialista em Microbiologia - UFBa
Mestrado e Doutorado em Biotecnologia e Saúde – FIOCRUZ – Ba
Consultora do Serviço de Microbiologia - HSR

Revisora
Ana Carolina Palmeira Arraes
Farmacêutica Bioquímica - Graduada pela Faculdade de Farmácia – UFBa
Especialista em Microbiologia - UFBa
Mestrado em Biotecnologia - UFBa
Analista Laboratorial - Microbiologia - HSR

Infecto&micro
Prefácio

Este manual de coletas de amostras biológicas para estudo microbiológico pretende


fornecer conceitos básicos para a correta coleta e conservação de amostras, de forma a
minimizar erros que prejudiquem a capacidade de diagnóstico laboratorial.

O Laboratório de Microbiologia fornece informação crucial para o diagnóstico e tratamento


das doenças infecciosas, para isso, é fundamental que a amostra seja de boa qualidade, em
quantidade suficiente, coletada adequadamente e acompanhada de informação clínica
pertinente. O número, tipo e significado clínico dos micro-organismos identificados são
amplamente influenciados pela técnica utilizada durante a obtenção da amostra,
conservação e transporte da amostra a estudar.

As normas aqui estabelecidas têm como finalidade melhorar a sensibilidade do diagnóstico


dos exames microbiológicos, possibilitando uma melhor articulação entre os serviços
clínicos, assim como uma melhor assistência ao paciente.

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Sumário

1.0 Recomendações para coletas em Microbiologia 04


2.0 Hemocultura 08
3.0 Urocultura 11
4.0 Cultura de cateter 14
5.0 Coprocultura 16
6.0 Líquidos Biológicos 18
7.0 Líquor 20
8.0 Biópsias 22
9.0 Cultura para Anaeróbios 24
10.0 Cultura para Fungos 27
11.0 Cultura para Micobactérias 32
12.0 Cultura de Secreções diversas 36
13.0 Trato Respiratório superior 39
14.0 Trato Respiratório inferior 42
15.0 Trato genital 46
16.0 Secreção Ocular 50
17.0 Cultura Ouvido interno e externo 52
18.0 Cultura de Vigilância 54
19.0 Pesquisa de Fungos 57
20.0 Tinta da China 61
21.0 Látex para meningite bacteriana 63
22.0 Pesquisa de antígenos 65
23.0 Gram 67
24.0 Ziehl 69
25.0 Pesquisa de Hansen 71
26.0 Pesquisa de Cryptosporidium sp. e Isospora sp. 74
27.0 Teste rápido Streptococcus grupo A 76
28.0 Teste rápido Vírus Sincicial 78
29.0 Referências Bibliográficas 80

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1.0 Recomendações para coletas em Microbiologia

1.1 - Biossegurança
 Toda amostra biológica deve ser considerada potencialmente contaminada.
 Manipular amostras biológicas com luvas, máscaras e quando necessários óculos ou
viseiras.
 Manipular amostras com riscos de respingos ou formação de aerossóis dentro do
fluxo laminar.
 Não pipetar nenhuma solução ou amostra com a boca.
 Material contaminado deve ser descontaminado antes do descarte.
 Não reencapar agulhas.
 Descartar materiais perfurocortantes em recipientes apropriados.
 Sinalizar áreas contaminadas.
 Limpar e desinfetar as bancadas de trabalho antes e após a jornada de trabalho.
 Manter as áreas de trabalho organizadas.
 Larvar as mãos e/ou pele imediatamente após contato com amostra biológica, após
remover as luvas e ao completar qualquer atividade.
 Não tocar com as luvas em áreas limpas.

1.2 - Recomendações Gerais


 A padronização da coleta, conservação e transporte das amostras clínicas, constituem
etapas de suma importância para a definição do agente infeccioso e o perfil de
sensibilidade aos antimicrobianos.
 A otimização das condições da coleta das amostras para exame microbiológico visa a
manutenção da viabilidade dos micro-organismos mais sensíveis e a não
contaminação da amostra a ser analisada ou bactérias da microbiota do doente ou
do meio ambiente (originando falsos positivos).

a) Considerações gerais de coleta


 Colher antes da antibioticoterapia sempre que possível.
 Quando a terapia antimicrobiana já tiver sido iniciada, coletar sangue ou urina
imediatamente antes da próxima dose do antimicrobiano.
 Instruir claramente o paciente sobre o procedimento.
 Observar a antissepsia na coleta de todos os materiais clínicos.
 Colher do local onde o micro-organismo suspeito tenha maior probabilidade de ser
isolado, priorizando tecidos vitalizados, e nunca tecidos necróticos ou materiais
purulentos acumulados na lesão.

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 Considerar o estágio da doença na escolha do material. Por exemplo: patógenos


entéricos causadores de diarreia estão presentes em maior quantidade e são mais
facilmente isolados durante a fase aguda ou diarreica do processo infeccioso
intestinal.
 Quantidade suficiente de material deve ser coletada para permitir uma completa
análise microbiológica. Caso a quantidade seja pequena, priorizar os exames de
maior relevância.

b) Dados que devem constar no pedido do exame


 Nome, idade e identificação do laboratório (atendimento, pedido ou prontuário).
 Setor de internamento
 Dados clínicos (suspeita clínica)
 Material específico/sítio
 Data e horário da coleta
 Antibióticos em uso
 Médico solicitante

Observações:
 O preenchimento destes dados é fundamental para uma correta escolha dos testes a
aplicar, para a interpretação e valorização das culturas, e para a seleção dos
antimicrobianos a serem testados.
 A requisição quando manual deve constar, de forma legível, o nome do médico e o
serviço de procedência do doente (unidade de internamento ou ambulatório), de
modo a facilitar os contatos, quando necessários.

c) Critérios para transporte das amostras clínicas


 Tão importante como o cumprimento dos requisitos técnicos de execução da coleta é
a forma como às amostras devem ser transportadas e acondicionadas até ao seu
processamento.
 A maioria das espécies bacterianas tem seu crescimento prejudicado pela demora em
seu processamento, mudança de temperatura, umidade.
 As amostras devem ser enviadas ao laboratório o mais rápido possível.
 Em caso demora no processamento ou transporte, devem-se estabelecer condições
de temperatura para o armazenamento.
 As requisições devem ser enviadas de forma protegida (capa de plástico) e de
preferência no exterior da embalagem, sem contato direto com os produtos
biológicos.

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d) Critérios para rejeição de amostra clínica


 As amostras enviadas ao laboratório devem ser coletadas, transportadas e
processadas de forma apropriada.
 Estas amostras devem ser representativas do processo infeccioso.
 Amostras inadequadas podem levar a informações equivocadas, causar erro no
diagnóstico e consequente falha no tratamento do paciente.
 Amostras cujo exame bacteriológico apresenta resultados questionáveis e de difícil
interpretação, não devem ser cultivadas, por exemplo: ponta de dreno, ponta cateter
de Foley, pontos de sutura, secreção de gastrostomia, entre outras.

e) Causas de Rejeição de amostras clínicas


 Amostras não rotuladas ou sem identificação
 Divergência na identificação do paciente
 Coletores inadequados
 Demora no envio da amostra
 Amostras derramadas ou coletor com rachaduras
 Swab seco com tempo de coleta > 2 horas
 Um swab para múltiplos exames
 Saliva para cultura de aeróbios ou exame direto
 Volume inadequado
 Contaminação visual da amostra

f) Amostra rejeitada devido à sua questionável valorização clínica


 Swab mucosa oral
 Swab de úlcera de decúbito
 Swab de lesão de pele superficial
 Vômito
 Ponta de cateter de Foley
 Retirada de colostomia
 Aspirado gástrico para cultura de aeróbios
 Amostra de sangue para Gram
 Escarro e urina de 24 horas
 Ponta de cateter em meio de transporte
 Urina contaminada com fezes
 Escarro com excesso de saliva para Gram e cultura para aeróbios
 Swab de ferida de queimadura
 Material recebido em formol

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g) Recebimento e observações preliminares para aceitabilidade das amostras

Ao receber as amostras biológicas observe:


 Se a amostra está devidamente identificada.
 Se o volume, quando pertinente, está adequado para realização dos exames
solicitados.
 Se a amostra foi coletada em meios de transportes e frascos apropriados.
 Se a amostra é adequada para realizar o exame solicitado.
 Não rejeitar ou desprezar uma amostra sem realizar uma avaliação prévia. Lembrar
que algumas amostras são obtidas por métodos invasivos, não sendo possível realizar
repetição. Ex. liquido pleural, ponta de cateter, biopsias de órgãos, etc.

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2.0 Hemocultura
Hemocultura para Aeróbios, Anaeróbios, Fungos e Micobactérias.

Aplicação: As ICSs (infecções de corrente sanguínea) são consideradas de difícil diagnóstico


e são responsáveis por uma alta mortalidade na população. O aumento na prevalência das
bacteremias tem sido determinado por fatores como o aumento de pacientes com risco de
infecções, o surgimento de “novos” patógenos na corrente sanguínea, a difusão de
procedimentos diagnósticos e terapêuticos invasivos e o uso de cateteres intravasculares. O
diagnóstico da ICS é feito pela detecção de micro-organismos viáveis na corrente sanguínea,
definido como bacteremia. O laboratório clínico tem um papel extremamente importante no
tratamento desses pacientes, uma vez que a hemocultura positiva é um indicador altamente
específico desse tipo de infecção. Outro fato de grande relevância é que a identificação do
agente infeccioso e o teste de sensibilidade aos antimicrobianos auxiliam na orientação
terapêutica correta, cujo início precoce tem demonstrado redução significativa na taxa de
mortalidade.

Metodologia: Sistema automatizado com metodologia de colorimetria – BactAlert 3D –


bioMerieux.

Material: Frascos de Hemoculturas BactAlert – 3D - bioMeireux


a) Tampa Verde – Aeróbios e Fungos (adulto)
b) Tampa Amarela – Aeróbios e Fungos (pediátrico)
c) Tampa Preta – Micobactérias
d) Tampa Laranja – Anaeróbios (adulto e pediátrico)

Volume: O volume é uma variável que interfere na sensibilidade e positividade da


hemocultura. Para sistemas automatizados colher seguindo as recomendações do fabricante
para cada frasco.
a) Tampa Verde – Aeróbios e Fungos (adulto): 5 a 10mL
b) Tampa Amarela – Aeróbios e Fungos (pediátrico): 1 a 4mL
c) Tampa Preta – Micobactérias: 3 a 5mL
d) Tampa Laranja – Anaeróbios (adulto): 5 a 10mL e (pediátrico): 1 a 4mL

Preparo do paciente:
 Inspecionar e palpar a veia do braço do paciente para selecionar a mais firme e mais
proeminente, de maior relevo a fim de puncioná-la.
 Lavar as mãos com água e sabão.
 Retirar o lacre do frasco, limpar a tampa com álcool a 70%, deixando o algodão sobre
o frasco até o momento da punção.

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 Selecionar o local da punção e colocar as luvas.


 Garrotear o braço do paciente e selecionar uma veia, fazer antissepsia 2 - 3 vezes,
com álcool a 70%, em movimentos circulares de dentro para fora. Não tocar a área
já selecionada. Caso necessite apalpar novamente, usar luvas estéreis.
 Aguardar secar (1-2 minutos).
 Coletar a amostra com seringa e agulha descartáveis e transferir para o frasco sem
trocar a agulha. A transferência da amostra para os frascos de hemoculturas deve ser
feita primeiro no frasco de anaeróbio, sem troca da agulha; se a coleta foi realizada
com sistema de coleta fechado, inocular primeiro no frasco aeróbio. Pode-se utilizar
escalpe.
 Homogeneizar os frascos. A identificação dos frascos deve conter além do código de
barra com dados do paciente a sinalização (1ª, 2ª ou 3ª amostras). Dispensar o
material de coleta em local apropriado, isto é, em caixa de material perfurocortante.
 Enviar ao laboratório sem refrigerar.

Observações:
 Não se recomenda a coleta de uma única amostra de hemocultura, devido à
possibilidade de não ser detectada a bacteremia ou fungemia, bem como, dificultar a
interpretação do significado clínico do isolamento de micro-organismos considerados
como prováveis contaminantes, mas que podem ser associados as ICSs, especialmente
em pacientes imunocomprometidos.
 Exceções podem ocorrer em pacientes que apresentem sinais de bacteremias durante
uma infusão de medicamentos ou hemodiálise ou em pacientes onco-hematológicos
para controle de tratamento ou vigilância de infecção.
 Não fazer anotações nem colar etiquetas sobre o código de barras do frasco.
 Não colar em hipótese alguma nenhum tipo de etiqueta no fundo do frasco.

Número de amostras:
 Considera-se que o número de amostras mínimo recomendado deve ser 2 a 4 pares
por episódio de bacteremia. Indica-se que maior percentual de positividade se
alcança quando se introduz frascos anaeróbios na coleta. Assim recomenda-se 2
amostras na primeira punção (1 frasco aeróbio e 1 anaeróbio) e duas na segunda
punção, visto que as bactérias anaeróbias facultativas (ex.Streptococcus,
Staphylococcus, alguns BGN) podem ter seu isolamento favorecido pelas
características e nutrientes contidos no meio para anaeróbios. Quando existe uma
suspeita clínica de fungemia, deve-se introduzir o frasco para Fungos.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C).

Estabilidade: Até 12 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C).

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Prazo para resultado: 6 dias (aeróbios e anaeróbios); 16 dias (fungos) e 45 dias


(micobactérias).

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas sem refrigeração.

Valor de referência: Cultura negativa.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Enviar amostras até 12 horas após a
coleta em temperatura ambiente (20 a 25°C).
 Tempo de transporte ambulatorial: Até 12 h a temperatura ambiente (20 a 25°C).
 Tempo hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

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3.0 Urocultura
Cultura de urina, urocultura, cultura 2º jato, cultura quantitativa de urina.

Aplicação: A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções bacterianas mais comuns
em pacientes atendidos nas unidades de saúde, especialmente em ambulatórios e uma das
principais razões para a prescrição de antibióticos. A principal indicação da urocultura é para
pacientes com sinais clínicos compatíveis (disúria, ardor, urgência miccional) ou para
pacientes submetidos a procedimentos urológicos invasivos. As infecções do trato urinário
(ITU) compreendem várias síndromes, caracterizadas pela presença de micro-organismos no
trato urinário e por serem frequentemente acompanhadas de resposta inflamatória aguda e
sintomática. As síndromes mais frequentes incluem: cistite, pielonefrite e bacteriúria
assintomática. A cistite é definida como a infecção da bexiga e caracteriza-se por sintomas
como disúria e polaciúria. Na pielonefrite, a infecção envolve os rins e a pelve renal e é
geralmente associada a sintomas sistêmicos, como a febre. A bacteriúria assintomática é
definida como a presença de bactérias na urina na ausência de sintomas. Tem maior
significado clínico em gestantes, indivíduos em uso de dispositivos ou submetidos a
procedimentos invasivos no trato urinário e crianças com refluxo vesicouretral.

Metodologia: Cultura semi-quantitativa utilizando alça calibrada de 1uL.

Material: Coletor estéril de boca larga ou tubo com conservante (ácido bórico) e saco
coletor plástico feminino e masculino.

Volume: O volume mínimo de urina necessário para a análise é de 1 mL.

Preparo do paciente: De preferência coletar a primeira urina da manhã. Reter a urina por 2
horas antes de realizar o exame se não conseguir coletar a primeira urina da manhã. Não
ingerir líquidos em excesso para não diluir a urina ou alterar o numero de UFC/mL, gerando
resultados falsos negativos. O ideal é que o paciente realize a coleta no próprio laboratório,
para evitar resultados falso-positivos em função do tempo de transporte e conservação da
amostra.

1 - Urina de jato médio:


a) Mulheres: Lavar as mãos, separar os grandes lábios. Higienizar a área genital de frente
para trás com sabão e água, enxaguar com gaze seca. Desprezar o primeiro jato e sem
interromper a micção, colher jato médio.
b) Homens: Retrair o prepúcio higienizar a genitália externa com sabão e água, dando
atenção especial ao meato uretral, enxaguar com gaze seca. Desprezar o primeiro jato e sem
interromper a micção, coletar o jato médio.

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c) Crianças: Fazer a higiene da região genital, com água e sabão. Enxaguar com gaze seca.
Fixar o saco coletor e trocar o saco a cada 45 minutos repetindo a higiene. Se houver
contaminação fecal a amostra deve ser desprezada e o procedimento reiniciado. Após a
micção, retirar o coletor, fechar e enviar ao laboratório.

2 - Pacientes com Cateter urinário: é um procedimento realizado exclusivamente por


enfermeiro ou médico, sob-rigorosa técnica de assepsia. Pinçar a cânula do coletor e
aguardar pelo menos 1 hora, de modo a haver volume de urina suficiente na bexiga. Realizar
a desinfecção da porção superior da cânula com álcool a 70%, aspirar a urina utilizando
seringa. Coletar de 5 a 10 mL de urina e transferir para um frasco estéril. NUNCA coletar
urina da bolsa coletora do cateter.

3 - Urina coletada por sonda de alívio: Desprezar o fluxo inicial (30mL) antes de coletar a
amostra para cultura.

4 - Punção suprapúbica: É um procedimento realizado exclusivamente por enfermeiro ou


médico sob-rigorosa assepsia. A bexiga deve estar cheia e palpável antes da aspiração. A
coleta é realizada por punção diretamente da bexiga por aspiração com seringa, após
assepsia com álcool a 70%. Após a coleta, a amostra é transferida para um frasco estéril. É
indicada para cultura de anaeróbios e coleta infantil quando houver dúvidas na
interpretação do resultado. Enviar ao Laboratório de Microbiologia em até 2 horas para
cultura de aeróbios ou 30 minutos para anaeróbios em temperatura ambiente.

Observações:
 Sempre que possível colher antes da antibioticoterapia.

Armazenamento: Refrigerada (2 a 8°C).

Estabilidade em coletor estéril: Até 24 h se refrigerada (2 a 8°C).


Estabilidade em tubo com conservante (ácido bórico): Até 48 a temperatura ambiente (20 a
25°C).

Prazo para resultado: 3 a 5 dias.

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas térmicas sob refrigeração (2


a 8°C).

Valor de Referência: Cultura negativa.

Prazo para recebimento:

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 Recomendações para outros laboratórios: Enviar a amostra em até 2 horas à


temperatura ambiente (20 a 25°C), em até 24 horas se refrigerada (2 a 8°C) ou 48
horas em tubo com ácido bórico em TA , exceto para coleta por punção suprapúbica
que deve ser enviada em até 30 minutos em temperatura ambiente (20 a 25°C),
quando solicitado cultura para anaeróbios.
 Tempo de transporte ambulatorial: Enviar a amostra em até 2 horas à temperatura
ambiente (20 a 25°C), em até 24 horas se refrigerada (2 a 8°C) ou 48 horas em tubo
com ácido bórico em TA, exceto para coleta por punção suprapúbica que deve ser
enviada em até 30 minutos em temperatura ambiente (20 a 25°C), quando solicitado
cultura para anaeróbios.
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

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4.0 Cultura de cateter


Cultura para aeróbios e/ou fungos da ponta de cateter, cultura do cateter,
cultura quantitativa da ponta do cateter.

Aplicação: Cateteres intravenosos são considerados importantes fontes de bacteremia e


fungemia, além de serem associados a complicações infecciosas no local da inserção. Na
presença de sinais de infecção ou suspeita de colonização do cateter (eritema, presença de
pus), existe indicação do cultivo da ponta do cateter. A cultura é importante para se
determinar a relação entre colonização ou infecção. O resultado obtido depende da técnica
de retirada do cateter, que deve obedecer aos mesmos critérios de desinfecção utilizados na
introdução do cateter. As infecções de cateteres são clinicamente importantes e devem ser
diagnosticadas rapidamente, para evitar o desenvolvimento de bacteremias ou fungemias.

Metodologia: Cultura Semi-quantitativa (Método de Maki et al).

Material: Tubo ou coletor seco estéril. Não utilizar meio de transporte.

Volume: 5 cm da parte distal

Preparo do paciente:
 Fazer uma rigorosa antissepsia da pele ao redor do local de inserção do cateter com
álcool a 70%.
 Remover o cateter e assepticamente cortar 5 cm da parte mais distal, ou seja, a que
estava mais profundamente introduzida na pele.
 Não devem ser usadas tesouras embebidas em soluções antissépticas.
 Colocar a ponta do cateter num frasco estéril sem meio de cultura.
 O material deve ser transportado imediatamente ao laboratório evitando com isso a
secagem do material coletado e para a manutenção da microbiota original.

Observações:
 Cateteres aceitáveis para cultura semi-quantitativa: Central, CVP, Hickman, Broviac,
periférico, arterial, umbilical, parenteral e Swan-Ganz.
 Não há significado clínico estabelecido para cultura de ponta de cateter na ausência
de hemoculturas concomitantes em um intervalo de tempo de 24 horas.
 Amostras encaminhadas em salina, caldo ou meio de transporte não devem ser
processadas; Sonda de Foley (vesical) não tem valor interpretativo, uma vez, que o
crescimento pode representar a microbiota uretral distal.

Armazenamento: tubo ou coletor estéril seco à temperatura ambiente (20 a 25°C).

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Estabilidade: Até 2h à temperatura ambiente (20 a 25°C) ou até 12 horas se refrigerado

Prazo para resultado: 3 a 5 dias.

Transporte: Devem ser transportadas em tubos ou coletores, acondicionadas em caixas


térmicas à temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada se o tempo ultrapassar 2 horas.

Valor de Referência: Cultura negativa.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Enviar a amostra em até 2 horas à
temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada por até 12 horas, se o
armazenamento ultrapassar 2 horas.
 Tempo de transporte ambulatorial: Enviar a amostra em até 2 horas à temperatura
ambiente (20 a 25°C) ou até 12 horas se refrigerado.
 Tempo de transporte hospitalar: Enviar a amostra em até 2 horas à temperatura
ambiente (20 a 25°C).

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5.0 Coprocultura
Cultura para aeróbios de fezes, coprocultura, cultura para
enteropatógenos.

Aplicação: Exame utilizado para o diagnóstico de diarréias infecciosas, realizando a


identificação dos principais micro-organismos causadores de infecções gastrointestinais: E.
coli enteroinvasora A e B; E. coli enteropatogênica clássica A, B e C, Salmonella spp e
Shigella spp.

Metodologia: Cultura em meios seletivos e diferenciais (técnica de esgotamento).

Material:
a) Fezes - devem ser coletadas no início dos sintomas, quando diarréicas e antes de
qualquer terapia antibiótica. Nas formas crônicas realizar mais de uma coprocultura.
NUNCA coletar da fralda.
b) Swab Retal - Introduzir o swab estéril aproximadamente 1 cm além do esfíncter anal.
Cuidadosamente rodar o swab e colocar o swab no meio de transporte (Cary-Blair) e
enviar ao laboratório (Não fazer uso de laxantes e/ou supositórios). Para facilitar a coleta
o swab pode ser umedecido em salina ou água destilada estéril.

Volume: 10 gramas de fezes (1 colher de sobremesa)

Preparo do paciente:
 Coletar uma pequena parte do material em diversas partes do bolo fecal
notadamente onde houver muco, pus sangue e transferi-las em pequenas
quantidades para o coletor, utilizando-se de um abaixador de língua estéril ou a
paleta do próprio coletor ou o swab.

Observações:
 Não enviar ao laboratório caso o tempo de coleta ultrapasse 2 horas e tenha sido
armazenado em coletor sem meio de transporte.
 Pode ser usado como meio de transporte salina glicerinada tamponada.

Armazenamento: Temperatura ambiente ou refrigerada (2 a 8°C).

Estabilidade:
a) Coletor estéril seco sem conservante : até 2 horas à temperatura ambiente.
b) Swab com Cary Blair: até 24 horas refrigerada (2 a 8°C).
Prazo para resultado: 3 a 5 dias.

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Transporte: Coletor estéril em caixa térmica refrigerada (2 a 8°C).

Valor de Referência: Coprocultura negativa para bactérias enteropatogênicas.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: As fezes coletadas em coletor sem meio
de transporte, não colocar em geladeira e deverão ser processadas dentro de no
máximo 2 horas após a coleta. As inoculadas em meio de transporte (Cary Blair ou
Amies) podem ser conservadas refrigeradas (2 a 8°C) por até 24 horas.
 Tempo de transporte ambulatorial: As fezes coletadas em coletor sem meio de
transporte, não colocar em geladeira e deverão ser processadas dentro de no
máximo 2 horas após a coleta. As inoculadas em meio de transporte (Cary Blair ou
Amies) podem ser conservadas refrigeradas (2 a 8°C) por até 24 horas.
 Tempo de transporte hospitalar: Identificar a amostra e enviar ao Laboratório de
Microbiologia em até 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C).

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6.0 Líquidos Biológicos


Cultura para aeróbios, fungos e micobactérias de líquidos orgânicos
(líquido ascitico, peritoneal, pericárdico, biliar, sinovial e pleural).

Aplicação: Vários líquidos estéreis de determinadas cavidades, que são normalmente


estéreis, podem ser infectados por bactérias ou fungos, vírus e parasitas. Por se tratar de
sítios considerados estéreis, o achado de qualquer quantidade de micro-organismos pode
configurar um processo infeccioso e deve ser valorizado pelo microbiologista.

Metodologia: Cultura em meios não seletivos e diferenciais (técnica de esgotamento) para


isolamento de micro-organismos Gram negativos, Gram positivos, Fungos e Micobactérias.

Material: Coletor ou tubo estéril e/ou frascos de Hemoculturas BACT/ALERT – bioMerieux


a) Tampa verde – Aeróbios e Fungos
b) Tampa laranja – Anaeróbios
c) Tampa preta – Micobactérias

Volume:
 O volume mínimo do material a ser inoculado nos frascos é de 1mL, sendo o volume
ideal 5 a 10 mL para frascos de hemoculturas e > 10 mL quando acondicionados em
coletores estéries. Quanto maior o volume da amostra, maior a probabilidade de
isolar o agente etiológico.

Preparo do paciente:
 A coleta dos líquidos orgânicos (ascítico, articular, pericárdico, pleural, prostático,
peritoneal, seminal, biliar) deve ser feita exclusivamente por médico após rigorosa
assepsia do local. Obter a amostra através de punção percutânea ou cirúrgica.
 Após a coleta, encaminhar o liquido coletado em frasco seco e estéril ou inoculado
diretamente nos frascos do equipamento de automação de hemoculturas (fazer
assepsia da tampa do frasco de hemocultura com álcool 70%), respeitando a
proporção entre material e meio de cultura de no máximo 1 parte de liquido em 9
partes de meio de cultura (1:10).
 Nesse caso, reservar volume para a confecção da lâmina para microscopia (Gram,
Ziehl, Pesquisa para Fungos) ou para outros exames (citológico, testes sorológico,
etc).

Observações:
 Não receber a amostra se não for coletada em frasco estéril ou se for armazenado
inadequadamente (temperatura ambiente por longo tempo, sem meio de
transporte).

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Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C) e/ou refrigerado (2 a 8°C).


Estabilidade:
a) Coletor seco
o Até 2 horas em à temperatura ambiente (20 a 25°C)
o Até 24 horas: refrigerado (2 a 8°C)
b) Frasco hemocultura: 12 horas em temperatura ambiente (20 a 25°C).

Prazo para resultado: 3 a 6 dias (aeróbios), 16 dias (fungos) e 46 dias (BK).

Transporte: Coletor estéril ou frasco de hemocultura em caixas térmicas sem refrigeração.

Valor de Referência: Cultura negativa.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Até 12 horas temperatura ambiente se
transportado em frasco de hemocultura
Coletor estéril - 2 horas a temperatura ambiente ou até 24 horas se refrigerado (2 a
8°C).
 Tempo de transporte ambulatorial: Até 12 horas temperatura ambiente (20 a 25°C)
se transportado em frasco de hemocultura
Coletor estéril: Até 2 horas a temperatura ambiente (20 a 25°C) ou 24 horas se
refrigerado (2 a 8°C).
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2 horas a temperatura ambiente (20 a 25°C)

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7.0 Líquor
Cultura de líquor para aeróbios, fungos e micobactérias.

Aplicação: Este exame é útil no diagnóstico etiológico das meningites bacterianas ou


causadas por fungos. O líquor é uma amostra nobre de difícil obtenção, recomenda-se que
haja rigor especial em todas as fases de um procedimento associado a esse material. A
cultura do líquor é direcionada principalmente ao isolamento de bactérias aeróbias,
anaeróbias facultativas, fungos e micobactérias. Entre os micro-organismos mais
frequentemente isolados nessa cultura destacam-se: N. meningitidis, S. pneumoniae,
H.influenzae tipo B, S. agalactiae, enterobactérias, Cryptococcus sp., entre outros.

Metodologia: Cultura em meios não seletivos e diferenciais (técnica de esgotamento) para


isolamento de micro-organismos Gram negativos, Gram positivos, Fungos e Micobactérias.

Material: Tubo seco estéril, sem anticoagulante, sem aditivo e sem gel.

Volume: 2 a 5 mL.

Preparo do paciente:
 Fatores desse processo, como a técnica de coleta, temperatura, tempo de transporte
e de estocagem e as condições do preparo da amostra, necessitam de padronização
para evitar resultados equivocados que possam comprometer o diagnóstico e a
conduta médica.
 O volume de Líquor a ser coletado deve ser cuidadosamente avaliado com base nas
análises que serão necessárias de acordo com a hipótese diagnóstica.
 Recomenda-se a coleta em 2 a 3 tubos estéreis e um volume total entre 6 e 12 mL
para adultos, 4 e 8 mL para crianças e 2 e 3 mL em lactentes e recém-nascidos.

Observações:
 No caso de uso prévio ou atual de antimicrobianos, o nome do medicamento tem de
ser informado ao laboratório. A administração de antimicrobianos não impede a
realização da cultura, mas em algumas situações, pode interferir no resultado.
 A cultura é a metodologia de maior sensibilidade para o diagnóstico das meningites
bacterianas ou fúngicas, possibilitando, além da identificação do agente, a realização
de provas de avaliação da sensibilidade aos antimicrobianos.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C).

Estabilidade: Até 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
21

Prazo para resultado: 3 a 5 dias (aeróbios), 16 dias (fungos) e 46 dias (BK).

Transporte:
 Em temperatura ambiente, entre 20 a 25°C.
 A amostra não deve ser exposta a refrigeração e nem a calor ou frio excessivos.
 Deve ser enviada em até 2 horas ao laboratório, a fim de ser processado o mais
rápido possível.
 Pelo fato da temperatura de transporte ser ambiente é um fator crítico, é
recomendada e admitida à refrigeração do líquor apenas nos casos em que ele será
processado por métodos moleculares ou para realização de exames diretos.
 Transportar em caixas térmicas.

Valor de Referência: Cultura negativa.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Enviar em 2 horas após coleta em tubo
seco estéril na temperatura ambiente (20 a 25°C) ou 1 hora em caso de suspeita de
N. meningitidis ou H. influenzae.
 Tempo de transporte ambulatorial: Enviar em 2 horas após coleta em tubo seco
estéril na temperatura ambiente (20 a 25°C) ou 1 hora em caso de suspeita de N.
meningitidis ou H. influenzae.
 Tempo de transporte hospitalar: Enviar em 2 horas após coleta em tubo seco estéril
na temperatura ambiente (20 a 25°C) ou 1 hora em caso de suspeita de N.
meningitidis ou H. influenzae.

Infecto&micro
22

8.0 Biópsias
Cultura de biópsias (fragmento de tecido) para aeróbios, fungos e
micobactérias.

Aplicação: A biópsia é um procedimento no qual é retirada uma pequena amostra de tecido


(ou células) de qualquer parte do corpo humano para ser examinada em laboratório. É
comumente utilizada para diagnosticar câncer e, em alguns casos, infecções bacterianas e
fúngicas.

Metodologia: Cultivo em meios sólidos e líquidos.

Material: Fragmento de biópsia de amostras diversas.

Volume: 2-3 fragmentos (pequenos) de acordo com as solicitações (aeróbios, fungos e


micobactérias).

Preparo do paciente:
 A coleta do fragmento de biópsia foi realizada com “punch” 4 mm, sendo retirado
fragmento da epiderme, derme e pequena porção do tecido celular subcutâneo.
Mesmo nas pequenas biópsias, é muito importante informar ao médico sobre
alergias, cirurgias anteriores e medicamentos utilizados, principalmente aspirina e
anticoagulantes.
 A biópsia de feridas abertas destinadas a cultura e exames diretos deve-se realizar a
biópsia da borda da lesão, após desbridamento e antes do próximo curativo
 As mulheres grávidas devem avisar o profissional antes da realização do
procedimento. O procedimento geralmente é seguro. Existe um pequeno risco de
sangramento ou infecção no local onde é feita a biópsia.
 Não é necessária internação e o risco de complicações é mínimo.

Observações:
 Não processar amostra transportada sem salina ou meio de transporte, caso o tempo
entre a coleta e o recebimento da amostra ultrapasse 2 horas.

Armazenamento:
 Coletar amostra de tecido ou biópsia em frasco ou coletor estéril sem formol ou
outro conservante em temperatura ambiente ou refrigerado se necessário.

Estabilidade:
 Material em meio de transporte (salina): Até 2 horas à temperatura ambiente (20 a
25°C) ou em até 24 horas se refrigeradas (2-8 °C).

Infecto&micro
23

Prazo para resultado: 3 a 5 dias (aeróbios), 25 dias (fungos) e 60 dias para micobactérias.

Transporte: Tubo com salina estéril transportado em caixa térmica refrigerada (2-8 °C).

Valor de Referência:
a) Para sítios com microbiota: presença de micro-organismos da microbiota.
b) Para sítios estéreis: cultura negativa.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: As amostras podem ser encaminhadas em
coletor estéril com salina em até 2 horas a temperatura ambiente (20 a 25°C) ou em
até 24 horas se refrigeradas (2 a 8 °C).
 Tempo de transporte ambulatorial: As amostras podem ser encaminhadas em
coletor estéril com salina em até 2 horas a temperatura ambiente (20 a 25°C) ou em
até 24 horas se refrigeradas (2 a 8 °C).
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
24

9.0 Cultura para Anaeróbios


Cultura para anaeróbios de amostras diversas.

Aplicação: O exame é solicitado para realizar diagnóstico das infecções causadas por micro-
organismos anaeróbios. A cultura deve ser realizada em materiais tais como: abscessos
profundos, materiais de cirurgias abdominais, em infecções próximas à superfície da
mucosa, em infecções secundárias a mordeduras, na terapia prévia com aminoglicosídeos
sem cobertura específica para anaeróbios, em lesões com presença de gás ou necrose,
lesões com presença de grânulos em drenagem purulenta (Actinomicose) e no caso de
amostras clínicas em que são observadas bactérias no exame do Gram, mas apresentam a
cultura para aeróbios negativa.

Metodologia: Semeadura em meios de cultura adequados e em atmosfera específica para


isolamento de anaeróbios, identificação do micro-organismo por metodologias
automatizadas.

Material: Aspirados coletados por punção, sangue, urina por punção, aspirados brônquicos,
aspirados e biopsias em centro cirúrgico, aspirado de seios nasal, aspirados de líquidos
cavitários.

Volume: O volume mínimo de material a ser coletado é de 1mL (exceto sangue > 5 mL).

Preparo do paciente: Para cultura de anaeróbios é pré-requisito indispensável que a


amostra seja líquida ou purulenta, e mantida na ausência do oxigênio desde o momento da
coleta até encaminhamento ao laboratório, com o prazo máximo (crítico) de 30min. A
coleta de medula óssea e líquidos orgânicos para anaeróbios é procedimento médico
(exceção de sangue).

Observações:
 No caso de uso prévio ou atual de antimicrobianos, anotar na solicitação.
 O uso de antimicrobianos não impede a realização da cultura. Entretanto, em
algumas situações, pode interferir no resultado.
 A solicitação deve sempre conter o material a ser cultivado.
 Amostras coletadas por punção devem ser enviadas em frasco de hemocultura para
anaeróbios ou se for secreção, coletar com swab com meio de transporte especifico
para anaeróbios.
 O material coletado em swab com meio de transporte para anaeróbios ou frasco de
hemocultura para anaeróbios pode ser enviado em até 12 horas, em temperatura
ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
25

a)Coleta com swab é a menos recomendada pelas seguintes razões:


 O material pode ser facilmente contaminado com micro-organismos presentes na
pele ou superfície mucosa.
 Os anaeróbios ficarão expostos ao oxigênio ambiente.
 O material está sujeito à secagem excessiva.
 A quantidade de material encaminhada é relativamente pequena.

b)Amostras não aceitáveis


 Swab de orofaringe, nasofaringe e gengiva.
 Escarro expectorado ou induzido.
 Aspirado endotraqueal, material de broncoscopia não coletado com cateter
protegido.
 Material de ferida superficial (escara, úlcera de pé diabético) coletado com swab ou
bordas de feridas.
 Urina coletada espontaneamente ou por via de cateter.
 Swab vaginal, cervical e uretral.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C).

Estabilidade:
 Após a coleta, pode-se inocular o material isento de ar, diretamente em frasco para
anaeróbio (hemocultura) do sistema automatizado.
 Fazer assepsia prévia da tampa do frasco com álcool 70% (NÃO usar solução de iodo
para assepsia da tampa do frasco).
 Quando não for possível inocular o material no frasco para anaeróbios, deve-se
imediatamente retirar qualquer bolha de ar, retirar a agulha, tampar a seringa com
tampa tipo “COMB RED” (tampa de equipo) e encaminhar o material para o
laboratório num prazo máximo de 30 minutos. NÃO enviar seringa com agulha.

Prazo para resultado: 8 a 10 dias.

Transporte: Tubo com salina estéril transportado em caixa térmica refrigerada (2 a 8°C).

Valor de Referência: Cultura negativa.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Enviar a amostra inoculada no frasco de
hemocultura para anaeróbio (tampa laranja) em temperatura ambiente (20 a 25°C)
em até 12 horas após coleta.

Infecto&micro
26

Tempo de transporte ambulatorial: Até 30 minutos a temperatura ambiente (20 a


25°C) em seringa vedada ou até 12 horas se injetado no frasco de anaeróbios
(hemocultura)
 Tempo de transporte hospitalar: Até 30 minutos a temperatura ambiente (20 a
25°C) em seringa vedada ou até 12 horas se injetado no frasco de anaeróbios
(hemocultura).

Infecto&micro
27

10.0 Cultura para Fungos


Cultura para fungos, Cultura para leveduras, Cultura para Dermatófitos,
Cultura para fungos diversos.

Aplicação: É um exame utilizado para isolamento, identificação de fungos envolvidos em


micoses superficiais, cutâneas e profundas causadas por fungos leveduriformes e
filamentosos de diferentes gêneros e espécies tais como: dermatófitos, Histoplasma
capsulatum, Aspergillus spp, Candida spp, Cryptococcus spp., Paracoccidioides brasiliensis e
outros. A fase pré-analítica (coleta) é de grande importância, uma vez que pode interferir no
resultado do exame direto e da cultura. Da mesma forma, deve haver um cuidado especial
na interpretação de alguns resultados, em especial no caso de isolamento de fungos
filamentosos no trato respiratório de pacientes hospitalizados, pois, em grande parte dos
casos, esse achado pode refletir contaminação por ocasião da coleta. Outra situação que
requer muito cuidado na interpretação é o isolamento de fungos em ponta de cateter, em
vista que o resultado isoladamente não pode servir como único critério para a definição de
fungemia, tendo em vista que pode haver contaminação da amostra durante a coleta ou o
resultado pode representar apenas uma colonização do cateter, sem relação obrigatória
com infecção sistêmica. O isolamento do gênero Candida spp. na maioria das infecções é de
natureza oportunista e frequentemente afeta mucosas e pele, podendo causar processos
infecciosos agudos ou crônicos, superficiais ou profundos, com grande variedade de
manifestações clínicas. O patógeno mais isolado é a Candida albicans, embora seja crescente
o isolamento de outras espécies do gênero, como C. tropicalis, C. parapsilosis, C. krusei, C.
glabrata e C. guillermondii. É cada vez mais importante a identificação das diversas espécies
de Candida, pois algumas apresentam resistência intrínseca a determinados antifúngicos,
como a C. glabrata e a C. krusei, que são resistentes ao fluconazol. A presença de fungos em
infeções graves é cada vez mais frequente e são cada vez mais numerosos os fungos
envolvidos em infeções em doentes imunodeprimidos. O sucesso no diagnóstico e no
tratamento destas infeções depende da equipa envolvida: clínico, microbiologista e
anatomo-patologista.

Metodologia: cultura em meios sólidos (Ágar Sabouraud e Ágar seletivo para fungos -
Mycosel).

Material:

a) Pele
 Fazer assepsia do local a ser coletado com álcool a 70%, água estéril ou soro
fisiológico, secar com gaze.
 Realizar o raspado com lâmina de vidro.
 Colher o máximo de fragmentos de tecido epidérmico das bordas das lesões.

Infecto&micro
28

 Colocar o material em placa de Petri descartável (60x15), identificar, vedar com fita
crepe e armazenar a temperatura ambiente (20 a 25°C) até o momento de envio para
o laboratório.
 Em caso de lesões com pontos de pus, limpar com soro fisiológico e coletar com swab
seco, acondicionar o material em tubo com soro fisiológico estéril (1 a 2 mL) e
refrigerar até momento do envio.
 Quando lesão vesiculosa, colher o teto da vesícula, com auxílio de agulha descartável,
e colher um raspado, se existir pele em descamação ou com swab.
 No caso de lesões (manchas) hiper ou hipopigmentadas, tipo “pano branco”, que não
descamam coletar utilizando fita adesiva transparente (colar na lesão e escarificar
com a unha), em seguida colar a fita durex na lâmina de vidro e enviar para o
laboratório (material destinado apenas para exame direto, não serve para cultura)
 Anotar na solicitação o local da coleta e a descrição do material.

b) Pêlo (couro cabeludo)


 Fazer assepsia do local a ser coletado com álcool a 70%, água estéril ou soro
fisiológico, secar com gaze.
 Realizar raspado nas bordas da lesão se houver zona de alopecia, bem como retirar
fios de cabelo com auxílio de uma pinça (bordas da lesão).
 Colocar o material em placa de Petri descartável (60x15), identificar, vedar com fita
crepe e armazenar a temperatura ambiente (20 a 25°C) até o momento de envio para
o laboratório.
 Pacientes com reações inflamatórias presentes, realizar limpeza com soro fisiológico,
esperar secar e em seguida coletar com swab seco, acondicionar o material em tubo
com soro fisiológico estéril (1 a 2 mL) e refrigerar (2 a 8°C) até momento do envio.
 Anotar na solicitação o local da coleta e a descrição do material.

c) Unhas
 Fazer antissepsia suave do local com álcool a 70%, esperar secar.
 Se a unha apresentar partes frágeis, descoloridas ou distróficas, raspar esses locais
com o auxílio de cureta “odontológica”.
 Retirar esmalte 2 horas antes da coleta e lavar com água e sabão (não realizar coleta
com unhas pintadas).
 Unhas com lesões subungueais coletar embaixo da unha com uma cureta
“odontológica” (no limite entre a unha integra e a lesão, se necessário cortar a unha
apenas para atingir o local da lesão).
 Colocar o material obtido em placa de Petri descartável (60x15), identificar, vedar
com fita crepe e armazenar a temperatura ambiente (20 a 25°C) até o momento de
envio para o laboratório.

Infecto&micro
29

 Unhas com lesões inflamatórias, fazer assepsia com soro fisiológico, secar com gaze e
coletar com swab, acondicionar o material em tubo com soro fisiológico estéril (1 a 2
mL) e refrigerar (2 a 8°C) até momento do envio.
 Colher sempre o máximo possível de material.
 Anotar na solicitação o local da coleta e a descrição do material.

d) Urina
 Colher urina jato médio ou conforme solicitação médica, em frasco estéril.
 Volume mínimo recomendado de 5mL.
 Enviar refrigerado até 24 horas (2 a 8°C).

e) Escarro, Lavado Brônquico, Líquidos corporais


 Colher a amostra em coletores estéreis e secos.
 Anotar na solicitação o local da coleta e a descrição do material.
 Enviar em temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2 horas ou refrigerado (2 a 8°C) até
24 horas.

f) Fragmentos de biópsias ou autópsias


 Acondicionar em frascos estéreis com solução fisiológica estéril em volume suficiente
para cobrir todo o fragmento.
 Enviar em temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2 horas ou refrigerado (2 a 8°C) até
24 horas.

g) Medula óssea
 Preparar esfregaços do material em uma lâmina lisa e limpa.
 Esperar a lâmina secar e colocar em frasco porta-lâminas e enviar ao laboratório em
temperatura ambiente (20 a 25°C) em até 24 horas.

h) Secreções diversas
 Colher com swab a secreção da região afetada e colocar em um tubo contendo salina
estéril (material suficiente para turvar o meio).
 Enviar em temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2 horas ou refrigerado (2 a 8°C) até
24 horas.

Volume: material suficiente para micológico direto e cultura.

Preparo do paciente:
 De preferência, não deve utilizar medicamentos tópicos nos três dias que antecedem
o exame.
 O uso prévio de antifúngicos de uso tópico ou sistêmico pode ocasionar resultados
falso-negativos.

Infecto&micro
30

 Caso não possa suspender o tratamento, precisa anotar na solicitação as medicações


usadas nos últimos 6 dias.

Observações:
 Limpar a área a ser coletada com álcool a 70%, água destilada ou soro estéril para
diminuir a microbiota bacteriana e aumentar a sensibilidade da cultura.
 Não utilizar solução com iodo.
 Suspender o uso de antifúngico ou outro medicamento tópico por 15 dias antes da
coleta, segundo orientação médica.
 Suspender antifúngico oral por 30 dias antes da coleta e retirar o esmalte 2 horas
antes da coleta, segundo orientação médica.
 Caso não seja possível suspender o tratamento, informar o medicamento.
 Evitar a colheita das amostras em swabs, excetos para locais que não é possível fazer
raspados (ex: canal auditivo, nasofaringe, vagina, cérvice).
 Diagnóstico de infeções fúngicas envolvendo o sistema digestivo deve ser efetuado
por exame histológico da biópsia e não apenas por cultura.

Armazenamento:
 Temperatura ambiente (20 a 25°C) para lesões secas, unhas e pêlos ou refrigerada (2
a 8°C) para secreções.

Estabilidade:
 Amostras de raspados de lesões secas – encaminhar em placas de Petri descartável
(60x15) em até 24 horas a temperatura ambiente (20 a 25°C).
 Material em meio de transporte (salina) - Temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2
horas ou em até 24 horas se refrigeradas (2 a 8°C).
 Material em swab deve ser descarregado em tubo com salina - Temperatura
ambiente (20 a 25°C) até 2 horas ou em até 24 horas se refrigeradas (2 a 8°C).

Prazo para resultado: 25 dias.

Transporte:
 Placa de Petri (60x15) preferencialmente, tubo com salina estéril ou colocar a
amostra entre duas lâminas (sanduíche).
 Todo material coletado deve ser identificado separadamente para cada sítio a ser
processado e ser transportada em caixa térmica refrigerada (2 a 8°C).

Valor de Referência: Cultura negativa.

Infecto&micro
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Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: As amostras podem ser encaminhadas em
coletor estéril com salina em até 2 horas a temperatura ambiente (20 a 25°C) ou em
até 24 horas se refrigeradas (2 a 8°C). Amostras em placa de Petri descartável (60x15)
(lesões secas) – até 24 horas após a coleta.
 Tempo de transporte ambulatorial: As amostras podem ser encaminhadas em
coletor estéril com salina em até 2 horas a temperatura ambiente (20 a 25°C) ou em
até 12 horas se refrigeradas (2 a 8°C). Amostras em placa de Petri descartável (60x15)
(lesões secas) – até 24 horas após a coleta.
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
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11.0 Cultura para Micobactérias


Cultura para Micobactérias, Cultura para BK, Cultura para bacilo da
tuberculose, Cultura para Micobactérias não-tuberculosis, Bacilo do Koch,
cultura para Micobactérias atípicas.

Aplicação: O diagnóstico laboratorial da tuberculose, rápido e eficaz, é uma das condições


base para o sucesso do controle da doença, que atualmente ainda continua a ser um dos
maiores problemas de saúde pública no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde
um terço da população mundial está infectada com Mycobacterium tuberculosis (cerca de 2
bilhões de pessoas) e destes, até 50 milhões de pessoas podem estar infectadas com cepas
resistentes a antibióticos. A cultura para micobactérias tem como objetivo realizar o
isolamento, identificação e teste de susceptibilidade aos antimicrobianos em diferentes
amostras clínicas. É uma metodologia considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de
infecções causadas por espécies do gênero Mycobacterium, uma vez que apresenta
sensibilidade superior à da microscopia direta após coloração de Ziehl.

Metodologia: Cultura em meio de Lowenstein-Jensen, Ogawa e sistema automatizado


BactAlert 3D (bioMerieux).

Material:

a) Biópsias
 Coleta realizada pela equipe médica especializada.
 Colocar os fragmentos em recipiente estéril com solução salina estéril.
 O material é estável por 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C) e por 72 horas
quando mantido sob refrigeração (2 a 8°C).

b) Escarro
 Recipiente estéril de boca larga com tampa de rosca: coletar a amostra após tosse
profunda, de forma a garantir que a amostra seja proveniente da mucosa respiratória
das vias aéreas inferiores.
 Preferencialmente deve ser a primeira amostra da manhã em jejum.
 Número de colheitas – 3 amostras em dias consecutivos.
 Idealmente a colheita deve ser realizada antes da instituição prévia de terapêutica,
mas, o seu início não impede a aceitação da amostra pelo Laboratório.

c) Lavado brônquico e broncoalveolar


 Recipiente estéril de boca larga com tampa de rosca e/ou seringas de aspiração.
 Coleta da responsabilidade do clínico.

Infecto&micro
33

 Numerar os coletores de acordo com a ordem da colheita e enviar de imediato ao


Laboratório.

d) Líquidos biológicos (LCR, pleural, ascítico, sinovial, pericárdico e outros)


 Recipiente estéril de boca larga com tampa de rosca.
 Punção após desinfeção da pele.
 Enviar a maior quantidade de amostra possível – a concentração de grande volume
de amostra aumenta a sensibilidade da pesquisa e cultura.
 LCR – a coleta de 20mL é recomendada em doentes com derivação ventricular
externa (DVE).
 O volume mínimo é de 1 mL e o ideal 10 mL.
 A amostra é estável por até 2 horas em temperatura ambiente (20 a 25°C) e por 72
horas sob refrigeração (2 a 8°C).

e) Medula óssea
 Garrafa de hemocultura MB-tampa preta: Coletar de 0,5 a 3 mL de sangue.
 Fazer assepsia da tampa da garrafa com álcool a 70% e deixar secar.
 Inocular a garrafa com a amostra.

f) Secreções purulentas diversas


 Coletor ou tubo estéril seco: puncionar a lesão e aspirar com agulha e seringa.
 Evitar a coleta com swab, devido à possibilidade de ressecamento e quantidade
insuficiente da amostra.
 O material é estável por 2 horas à em temperatura ambiente (20 a 25°C) e por 72
horas sob refrigeração (2 a 8°C).

g) Abscesso aberto ou fechado


 Puncionar com a seringa e agulha do fundo da lesão.
 Colher no mínimo 1mL.
 Retirar a agulha e adaptar plug para vedar.
 O material é estável por 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C) e por72 horas
quando mantido sob refrigeração (2 a 8°C).

h) Sangue
 Frasco de hemocultura MB-tampa preta.
 Coletar de 0,5 a 2mL em crianças e 3 a 5 ml de sangue em adultos, por punção de
veia periférica, após assepsia da pele.
 Fazer assepsia da tampa da garrafa com álcool a 70% e deixar secar.
 Inocular a garrafa com o sangue.
 Número: 2 a 4 hemoculturas em dias sucessivos (1 coleta por dia).

Infecto&micro
34

i) Lavado gástrico
 Coletar em coletor estéril com boca larga.
 Esta amostra é usada para pesquisa de micobactérias em crianças incapazes de
expectorar.
 Deve ser efetuada de manhã ao acordar (em jejum).
 Amostra coletada pela equipe médica especializada.
 A pesquisa de BAAR nesta amostra tem baixa sensibilidade e especificidade, sugere-
se sempre que possível, coletar secreções brônquicas.

j) Urina
 Coletar em coletor estéril com boca larga.
 Colher a primeira urina da manhã em três dias consecutivos sem desprezar o 1° jato
urinário.
 Coletar cerca de 40mL no adulto.

k) Outras amostras biológicas


 Consultar o setor de microbiologia antes da coleta.

Volume: Variável conforme a amostra.

Preparo do paciente:
 Orientar o paciente sobre a coleta.
 Em caso de suspeita de tuberculose, coletar três amostras em dias consecutivos
(colher apenas uma amostra por dia).

Paciente sem expectoração pode ser realizado:


 Identificar a amostra no rótulo colocado na parede do frasco e nunca na tampa.
 Enviar ao laboratório acompanhado da solicitação de exame.
 A coleta deve ser feita, de preferência, antes da terapia antimicrobiana.

Observações:
 Em caso de suspeita de micobacteriose intestinal recomenda-se a biópsia e coleta de
hemoculturas.
 A pesquisa de micobactérias nas fezes não tem indicação e é absolutamente
desaconselhada.
 É importante realçar que o exame direto e cultural de micobactérias não deve ser
efetuado a partir de um produto colhido em swab.
 Garrafas de hemoculturas MB (tampa preta) preferencialmente são validadas para
sangue periférico e medular, evitar utilizar com outras amostras biológicas, mesmo que
de sítios estéries.

Infecto&micro
35

 No caso de uso prévio ou atual de antimicrobianos, anotar na solicitação o nome do


medicamento.
 A administração de antimicrobianos não impede a realização da cultura, mas pode
interferir no resultado, em algumas situações.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C).

Estabilidade: Temperatura ambiente (20 a 25°C): 2 horas; refrigerado (2 a 8 °C): 72 horas.

Prazo para resultado: 45 dias (amostras cultivadas em garrafa de hemocultura – sangue,


medula) e 65 dias (amostras cultivadas em meios sólidos).

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas térmicas a temperatura


ambiente (20 a 25°C).

Valor de Referência: Cultura negativa.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Identificar a amostra e enviar ao Laboratório
de microbiologia em temperatura ambiente (20 a 25°C): 2 horas; refrigerado (2 a 8°C)
até 72 horas.
 Tempo de transporte ambulatorial: Identificar a amostra e enviar ao Laboratório de
microbiologia em temperatura ambiente (20 a 25°C): 2 horas; refrigerado (2 a 8°C) até
72 horas.
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
36

12.0 Cultura de Secreções diversas


Cultura de pele, escaras, pústulas, fistulas, abscessos, exudatos.

Aplicação: Cultura para bactérias aeróbias e facultativas em amostras diversas para o


diagnóstico de infecções bacterianas e fúngicas. Quando positiva permite a realização do
teste de sensibilidade aos antimicrobianos.

Metodologia: Cultura em meios sólidos seletivos e não seletivos.

Material:
 Amostras de tecido coletadas por processo cirúrgico ou aspirado com agulha e
seringa são consideradas as melhores amostras para cultura.
 O material representativo é aquele obtido das margens e da profundidade da lesão e
não da parte purulenta ou exsudato superficial.
 Diferenciar se a coleta é de ferida superficial ou profunda.

a) Lesão aberta (escara, ferida cirúrgica)


 Fazer assepsia das margens e a superfície da lesão com clorexidina aquosa a 2% ou
solução fisiológica estéril.
 Coletar a amostra da parte mais profunda, utilizando, se possível, seringa e agulha.
 Se o material for escasso colher com swab.
 De preferência coletar por biopsia da borda da lesão.
 Enviar imediatamente ao laboratório.

b) Abscessos fechados e nódulos


 Fazer uma assepsia com álcool a 70% ou clorexidina aquosa a 2%.
 Limpar com solução fisiológica estéril.
 Aspirar com agulha e seringa ou utilizar o swab após perfuração, se o material for
escasso.

c) Ferida de queimadura
 A cultura realizada da superfície da pele é inadequada.
 A biópsia do tecido profundo é mais indicada.
 Realizar coleta após desbridamento e descontaminação com solução fisiológica e
gaze estéril.
 Realizar biópsia (3-4 mm) e colocar em coletor ou tubo estéril com solução
fisiológica.

d) Pústula e vesícula
 Fazer uma assepsia com álcool a 70% e puncionar.

Infecto&micro
37

 Lesão seca, remover a crosta após antissepsia e coletar com swab.

Volume:
 Sempre que possível coletar a amostra por aspiração ou biópsia, quando não for
possível, coletar o material com swab estéril, dando-se preferência ao material
seroso das bordas da ferida, obtido após limpeza e desbridamento e sempre antes do
próximo curativo em casos de lesões abertas.
 Amostras coletadas em swab – 1 a 2 swabs caso seja necessária a realização de
exame direto (swab seco – sem meio de transporte).
 Biópsia de escara – 1 a 2 fragmentos (3-4 mm) em salina.
 Amostras coletadas por punção – volume ≥ 1mL.

Preparo do paciente:
 Lavar as mãos, calçar as luvas.
 Limpar as margens e superfície da lesão com solução fisiológica ou álcool a 70% em
caso de lesões fechadas.
 Coletar o material da parte mais profunda da ferida, utilizando de preferência
aspirado com seringa e agulha.
 Quando a punção com agulha não for possível, aspirar o material com seringa de
insulina.
 Quando for realizada aspiração da lesão, após a coleta, tampar a seringa com
tampinha de equipo (ou tampa tipo Comb Red).
 Swabs (menos indicado) devem ser utilizados apenas quando os procedimentos
acima descritos não forem possíveis.
 A escarificação das bordas após antissepsia pode produzir material seroso que e
adequado para cultura.

Observações:
 O paciente não deve fazer uso de medicamento tópico, antissépticos ou hidratantes
no dia da coleta.
 A limpeza da superfície das lesões ou abscessos abertos, antes da coleta é crítica para
interpretação do resultado.
 Não coletar o pus emergente (pus aparente).
 O material das margens da lesão e a parte mais profunda do sítio a ser coletado são
mais representativos, além de apresentar maior viabilidade dos micro-organismos.
 Não se recomenda o processamento de lesões secas e crostas.
 Feridas de queimaduras devem ser coletadas após limpeza extensa da lesão
(desbridamento), sendo mais recomendada a coleta por biópsia das bordas das
lesões.

Infecto&micro
38

Armazenamento:
 Temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C), transportado em caixa
térmica.

Estabilidade:
 Material em meio de transporte (salina) - Temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2
horas ou em até 24 horas se refrigeradas (2 a 8°C).
 Material em swab seco – imediatamente após a coleta.

Prazo para resultado: 3 a 5 dias.

Transporte:
 Swab com meio de transporte (Stuart), tubo ou coletor estéril seco.
 Todo material coletado deve ser identificado separadamente para cada sítio a ser
processado.
 Material coletado por aspiração com volume ≥ 5mL pode ser injetado direto no
frasco de hemocultura e ser enviado em 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C).

Valor de Referência: Cultura negativa.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Enviar em meios de transporte
apropriado (tubo com salina ou swab com meio de transporte) em até 2 horas à
temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerar (2 a 8°C) por até 24 horas.
 Tempo de transporte ambulatorial: As amostras podem ser encaminhadas em
coletor estéril com salina em até 2 horas a temperatura ambiente (20 a 25°C) ou
refrigerar (2 a 8°C) por até 24 horas.
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
39

13.0 Trato Respiratório superior


Cultura de orofaringe, nasal, seio maxilar e aspirado sinusal

Aplicação: Muitos micro-organismos isolados nas amostras do trato aéreo superior podem
ser considerados agentes causadores de infecção em pacientes sintomáticos, como também
estar presentes em pacientes assintomáticos. A cultura de orofaringe, tonsila (amígdala) e
faringe são os principais exames do trato respiratório superior solicitado, além de seios
maxilares, amostras da mucosa oral (Candidíase oral), secreção nasofaringe para pesquisa de
portadores de Staphylococcus aureus MRSA e Neisseria meningitidis. Swab nasal: Exame
solicitado com objetivo de avaliar a microbiota local e para a detecção de micro-organismos
patogênicos, tais como Streptococcus pyogenes, Streptococcus beta-hemolíticos dos grupos
C e G, S. pneumoniae, H. influenzae, Moraxella catarrhalis e S. aureus, entre outros. Outro
objetivo da cultura é a detecção de portadores assintomáticos de S. aureus e, em ambiente
hospitalar, para a identificação de S. aureus resistentes à oxacilina (MRSA). Swab oral:
Exame solicitado com objetivo de avaliar a microbiota local e para a detecção de micro-
organismos patogênicos, tais como Streptococcus pyogenes, Streptococcus beta-hemolíticos
dos grupos C e G, S. pneumoniae, H. influenzae, Moraxella catarrhalis e S. aureus, entre
outros. Pode-se realizar a pesquisa de S. pyogenes (teste rápido). Embora o teste não tenha
uma sensibilidade maior que a cultura, pode fazer diagnóstico mais rápido do S. pyogenes
(b-hemolítico grupo A). Seios maxilar e sinusal: a realização da cultura visa o isolamento de
micro-organismos envolvidos em sinusite por bactérias e fungos. Os agentes causais mais
comuns de sinusites agudas nos adultos são o S. pneumoniae e H. influenzae; nas crianças,
além destes, há também a M. catarrhalis. Nas sinusites crônicas, os agentes predominantes
em adultos são os germes anaeróbios e o S. aureus.

Metodologia: Cultura em meios sólidos seletivos e não seletivos.

Material:

a) Secreção de orofaringe
 Utilizar um abaixador de língua, pressionar e rolar o swab sobre as tonsilas e faringe
posterior, especialmente na área com hiperemia adjacente aos pontos com pus ou
placas, evitando tocar na língua e na mucosa oral.
 Colocar o swab em tubo seco estéril e enviar imediatamente ao laboratório ou em
meio de transporte e encaminhar em até 12 horas à temperatura ambiente (20 a
25°C) ou até 24 horas se refrigerado.

b) Amostra nasal (portadores)


 Colher de ambos as narinas ou conforme solicitação.
 Inserir um swab 1cm dentro das narinas.

Infecto&micro
40

 Fazer movimentos rotatórios na mucosa nasal por 10 a 15 segundos.


 Colocar o swab em tubo seco estéril e enviar imediatamente ao laboratório ou em
meio de transporte e encaminhar em até 12 horas à temperatura ambiente (20 a
25°C) ou até 24 horas se refrigerado.

c) Punção de seio maxilar e aspirado sinusal


 Procedimento realizado pelo médico e o material encaminhado em tubo estéril até
12 horas após coleta em temperatura ambiente (20 a 25°C).

Volume:
 Amostras coletadas em swab – 1 a 2 swabs caso seja necessária a realização de
exame direto (swab seco – sem meio de transporte).
 Amostras coletadas por punção – volume ≥ 1mL.

Preparo do paciente:
 Swab nasal: Com um swab umedecido em água estéril ou soro fisiológico limpar a
narina e em seguida Inserir outro swab seco 1cm dentro da narina direita conforme a
solicitação médica. Fazer movimentos rotatórios na mucosa nasal por 10 a 15
segundos. Colocar o swab em tubo seco estéril e enviar imediatamente ao
laboratório ou encaminhar em meio de transporte à temperatura ambiente (20 a
25°C) para o laboratório. Este tipo de coleta é realizado pelo laboratório.

 Swab oral: Lavar as mãos, calçar as luvas, solicitar ao paciente que abra bem a boca.
Instruir o paciente que respire profundamente, abaixar a língua do paciente com
abaixador de língua. Introduzir o swab e fazer esfregaço entre as amígdalas e faringe
posterior (exatamente nas áreas inflamadas apresentando pontos de pus), evitando
tocar na língua e mucosa bucal. Colocar o swab no tubo com meio de transporte
(Stuart ou Amies) e fechar. Não necessita jejum, apenas em caso de crianças para
evitar vômito durante a coleta. (Necessária 2 horas sem se alimentar). Pode fazer
higiene bucal (escovação) antes da coleta, sem usar antisséptico. De preferência
coletar no próprio laboratório.

 Punção seio maxilar: Fazer assepsia no local da punção com álcool a 70%.

Infecto&micro
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Observações:

 Secreção Nasal:
o O paciente não deve fazer uso de medicamento tópico no dia da coleta.

 Secreção orofaringe:
o Paciente pode fazer uma higiene oral (escovação), não utilizar antisséptico,
não deve se alimentar para evitar vômito em um período de 2 horas que
antecede a coleta.
o Na suspeita de angina de Vincent, convém solicitar também exame
bacterioscópico (Gram).
o A administração de antimicrobianos não impede a realização da cultura, mas,
em algumas situações, pode interferir no resultado.
o Em pacientes imunodeprimidos, a pesquisa de Bastonetes Gram negativos
deve ser considerada.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C).

Estabilidade:
 Material em swab sem meio de transporte – imediatamente após a coleta.
 Material em meio de transporte (Stuart) – até 12 horas se refrigeradas (2 a 8°C).

Prazo para resultado: 3 a 5 dias.

Transporte:
 Swab com meio de transporte (Stuart), tubo ou coletor estéril seco. Todo material
coletado deve ser identificado separadamente para cada sítio a ser processado.
 Material coletado por aspiração com volume ≥ 5mL pode ser injetado direto no
frasco de hemocultura e ser enviado em 12 horas à temperatura ambiente (20 a
25°C) em caixas térmicas apropriadas.

Valor de Referência: Cultura negativa ou presença de micro-organismos da microbiota


normal.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Enviar os swabs em meios de
transporte em até 2 horas após a coleta (tubo seco) ou refrigerados (2 a 8°C) por
até 12 horas.
 Tempo de transporte ambulatorial: Enviar os swabs em meios de transporte em
até 2 horas após a coleta ou refrigerados (2 a 8°C) por até 12 horas.
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
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14.0 Trato Respiratório inferior


Cultura de secreção trato respiratório inferior (escarro, aspirado traqueal,
lavado brônquico, biópsia transbrônquica, escovado brônquico, LBA).

Aplicação: As infecções do trato respiratório inferior incluem variadas etiologias, podendo


ser de origem bacteriana ou viral e variando desde infecções mais leves (bronquites) até
quadros mais graves como é o caso das pneumonias. O diagnóstico etiológico sobre
interferência do crescimento da microbiota normal do trato superior, especialmente durante
a coleta. Estes micro-organismos podem na maioria das vezes interferir no isolamento dos
verdadeiros patógenos, assim, a amostra deve ser avaliada microscopicamente para avaliar a
presença de células inflamatórias e a predominância do micro-organismo no exame direto
(Gram). Os agentes etiológicos isolados podem variar a depender do tipo de infecção
comunitária (S. pneumoniae. H. influenzae, S. aureus, M. catarrhalis) ou hospitalar (K.
pneumoniae, E. coli, P. aeruginosa, A. baumannii, S. aureus, Aspergillus spp.).

Metodologia: Diluição com alça calibrada 1uL ou técnica quantitativa com fluimicil e
semeadura em cultura em meios sólidos seletivos e não seletivos.

Material:

a) Escarro
 Esse exame requer um jejum mínimo de quatro horas.
 A coleta deve ser preferencialmente pela manhã, período durante o qual o paciente
usualmente tem maior quantidade de secreção respiratória, portanto, recomenda-se
que a coleta de escarro seja feita antes do café da manhã.
 Amostras representativas do sítio de infecção devem apresentar mais de 25
leucócitos polimorfonucleares e menos de dez células epiteliais pavimentosas por
campo, em aumento de 10X.
 Amostras fora dessas especificações são rejeitadas, excetuando pacientes
neutropênicos, como os transplantados de medula óssea, podem não apresentar
leucócitos polimorfonucleares no escarro e, neste caso, apenas a avaliação da
quantidade de células epiteliais deve ser considerada.

b) Escarro expectorado
 Orientar o paciente para escovar os dentes e/ou enxaguar a boca com água várias
vezes, para minimizar a microbiota bacteriana e colher a amostra após tossir
profundamente.
 Colher o escarro obtido por expectoração profunda (tosse diafragmática),
observando bem o processo para que a amostra obtida seja realmente escarro, e não
saliva.

Infecto&micro
43

 Colher diretamente em frasco estéril de boca larga com tampa de rosca. Pacientes
com fibrose cística devem informar essa condição, pois o processamento da amostra
e interpretação da cultura difere daquela aplicação à população sem essa patologia.
Orientar o paciente para colher uma amostra por dia.
 Em portadores de fibrose cística com dificuldade de expectoração espontânea, pode-
se realizar a coleta com swab de orofaringe.

c) Escarro induzido
 Coleta indicada para pacientes com pouca expectoração (tosse seca), especialmente
para pacientes com suspeita de M. tuberculosis ou P. jiroveci.
 Colher de ambos as narinas ou conforme solicitação. Coletar o escarro em coletor
estéril com boca larga, após realizar uma nebulização com 20 a 30 mL de solução de
NaCl a 3%.

d) Aspirado traqueal
 Amostra é coletada pelo médico ou fisioterapeuta por meio de aspiração com sonda
em pacientes intubados e em uso de ventilação mecânica. A coleta é realizada
diretamente em coletor estéril apropriado acoplado ao sistema de sucção.
 O resultado da cultura deve ser avaliado com critério em função da presença da
colonização endotraqueal.

e) Lavado brônquico
 Amostra coletada durante broncoscopia, que consiste em injetar 20 a 30 mL de salina
estéril (0,85%) diretamente nos brônquios e aspirar suavemente o volume injetado.
 Colocar a amostra em coletor estéril (em caso de coleta de brônquico direito e
esquerdo colocar em coletores separados).

f) Lavado broncoalveolar
 Amostra coletada durante broncoscopia, a amostra vem diretamente dos
bronquíolos e alvéolos pulmonares.
 Consiste em injetar 20 a 30 mL de salina estéril a 0,85% em adultos e 5 a 10 mL em
crianças pelo broncoscópio e lavar os alvéolos.
 Coletar a amostra após várias lavagens nos alvéolos e colocar em tubos estéreis
diferentes (primeiro tubo deve ser enviado para cultura e exames diretos).

g) Escovado brônquico protegido


 O material é obtido da própria escova, colocado em tubo com 1 mL de salina estéril e
enviando imediatamente para o laboratório. Esta coleta é mais indicada para
pesquisa de vírus e citologia.

Infecto&micro
44

h) Biópsia transbrônquica:
 Realizada através de broncoscopia e enviada para o laboratório em tubo com 1 mL de
salina estéril.

Volume:
 Enviar no mínimo 1 mL de lavado broncoalveolar ou secreção traqueal, em frasco
estéril descartável com tampa de rosca.
 Escarro deve ser avaliado a presença de secreção purulenta (pontos). Não aceitar
com excesso de saliva.

Preparo do paciente:
 A coleta de lavado, escovado e secreção traqueal é realizada pela equipe
especializada (médico, fisioterapeuta e enfermeiro), durante a broncoscopia ou no
caso de escarro após orientação da equipe de apoio a coleta ou equipe médica.
 A broncoscopia é realizada com jejum de 4 a 6 horas, conforme orientação médica.
 Colher de preferência o primeiro escarro da manhã e antes da ingestão de alimentos.

Observações:
 Amostras não aceitáveis: amostras com excesso de saliva para cultura de aeróbios,
amostras coletadas há mais de 24 horas e conservadas à temperatura ambiente (20 a
25°C).
 O resultado da cultura quantitativa deve ser correlacionado com achados clínicos e
radiológicos. Não deve ser utilizado como único critério para diagnóstico de
pneumonia.
 Esse exame pode ser feito em lavado broncoalveolar, escovado brônquico protegido,
minilavado broncoalveolar e secreção traqueal.
 No caso de uso prévio ou atual de antimicrobianos, deve ser informado o nome do
medicamento. Convém salientar que a administração de antimicrobianos não impede
a realização da cultura, mas pode interferir no resultado, em algumas situações.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C).

Estabilidade:
 Temperatura ambiente: até 2 horas;
 Refrigerado (2 a 8°C): 24 horas;
 Congelado (-20 °C): não aceitável.

Prazo para resultado: 3 a 5 dias.

Infecto&micro
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Transporte:
 Enviar ao laboratório em temperatura ambiente (20 a 25°C) em 2 horas após a coleta
ou refrigerar (2 a 8°C) por até 24 horas.
 Enviar todo material em caixas térmicas apropriadas e refrigeradas.

Valor de Referência:
Os valores de corte para valorização dos micro-organismos isolados em culturas
(quantitativas) de amostras do trato respiratório inferior, são:
 Escovado Protegido - contagem bacteriana ≥ a 10 3 UFC/mL (1.000 UFC/mL)
 Lavado Broncoalveolar - contagem bacteriana ≥ a 10 4 UFC/mL (10.000 UFC/mL)
 Mini-Lavado Broncoalveolar - contagem bacteriana ≥ a 10 4 UFC/mL (10.000 UFC/mL)
 Secreção Traqueal - contagem bacteriana ≥ a 10 5 UFC/mL (100.000 UFC/mL)

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Enviar a amostra no próprio recipiente de
coleta em até 2 horas após a coleta ou refrigerados (2 a 8°C) por até 24 horas.
 Tempo de transporte ambulatorial: Enviar a amostra no próprio recipiente de coleta
em até 2 horas após a coleta ou refrigerados (2 a 8°C) por até 12 horas.
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
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15.0 Trato genital


Cultura secreção vaginal, secreção uretral, secreção endocervical, secreção
prostática, esperma, cultura para S. agalactiae, lesão genital.

Aplicação: As infecções do trato genital masculino e feminino podem ser de etiologia


bacteriana, fúngica, parasitária ou viral. Parte das infecções pode se apresentar sem
sintomatologia ou ser acompanhadas de sintomas discretos, podendo não ser percebidos
pelo paciente. A presença de um desequilíbrio hormonal e de pH pode ocasionar infecções
por micro-organismos da própria microbiota, tais com Gardnerella vaginalis e leveduras. Nas
mulheres as infecções mais comuns são: vulvovaginites, vaginose, cervicite, doença
inflamatória pélvica e lesões genitais. Nos homens destacam-se as uretrites, epididimites,
prostatites e lesões genitais. Nas gestantes, sobretudo entre a 35ª e a 37ª semana de
gravidez, recomenda-se solicitar cultura específica para Streptococcus agalactiae (beta-
hemolítico do grupo B), pois a sensibilidade aumenta quando esse agente é pesquisado em
material de secreção vaginal (um terço inferior da parede vaginal é suficiente) e retal. Já as
pesquisas de Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum/parvum e Chlamydia
trachomatis necessitam de métodos especiais de detecção e de pedidos específicos do
clínico.

Metodologia: Cultivo em meios sólidos e líquidos específicos.

Material:

a) Secreção vaginal (coleta realizada por profissional habilitado)


 Após inserir o espéculo, retirar o excesso de secreção com gaze estéril. Inserir o swab
e coletar material do fundo do saco e da parede vaginal.
 Amostras coletadas sem espéculo devem-se inicialmente retirar o excesso da
secreção externa com gaze do introito vaginal e inserir um swab no introito fazendo
movimentos de rotação para coletar a amostra.
 Após a coleta confeccionar uma lamina para microscopia (colocar a lâmina no frasco
porta-lâminas) levar o mesmo swab para um tubo com salina para pesquisa de
Trichomonas vaginalis e fungos e com outro swab coletar a amostra e enviar ao
laboratório em meio de transporte.

b) Secreção endocervical (coleta realizada por profissional habilitado)


 Inserir o espéculo, localizar o colo do útero, retirar o excesso de muco com gaze
estéril, inserir o swab e coletar material da região endocervical.
 Sempre coletar separado da secreção vaginal, utilizando swabs diferentes e
confeccionar as lamina dos dois sítios diferentes.

Infecto&micro
47

c) Secreção uretral
 Remover o excesso de secreção do meato uretral, inserir cerca 2cm um swab com
haste flexível (metal), coletar realizando movimentos rotatórios e remover o swab.
 Preparar o esfregaço em lâmina de vidro e coletar outro swab e colocar em meio de
transporte para cultura.

d) Secreção prostática
 Amostra é útil para diagnosticar prostatite crônica e avaliar infecção do trato urinário
de repetição. Coleta realizada no consultório médico após massagem prostática.

e) Pesquisa de Streptococcus agalactiae


 Devem ser coletadas amostras vaginal e anorretal.
 Sem utilizar espéculo, introduzir o swab no introito vaginal e com movimentos
rotatórios coletar a amostra no terço distal da vagina.
 Pode-se utilizar o mesmo swab e coletar em seguida a amostra anorretal ou coletar
amostras separadas. Após a coleta colocar o(s) swab(s) em meio de transporte e
enviar ao laboratório. Não necessita fazer esfregaço em lâmina para exame direto.

f) Lesão genital (vulvar ou peniana)


 Limpar a superfície da lesão com solução fisiológica estéril e coletar o exsudato ou
área de eritema com swab.
 Em caso de presença de vesículas, aspirar com seringa e agulha ou romper a vesícula
e coletar com swab.

Volume:
 1 swab com meio de transporte para cada cultura (aeróbia, fungos, gonococo);
 1 lâmina com esfregaço ou swab seco para pesquisa de Gardnerella vaginalis;
 1 lâmina com esfregaço ou swab seco para Gram;
 1 swab seco com salina para pesquisa de Trichomonas vaginalis;
 1 swab seco com salina para pesquisa de fungos;
 1 swab seco para cultura de Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum

Preparo do paciente: o paciente deve realizar higiene íntima habitual com água e sabonete,
antes da coleta.

Nas 48 horas anteriores ao exame, é necessário seguir os cuidados abaixo:


 Não usar creme e/ou óvulo vaginal;
 Não utilizar ducha nem fazer lavagem interna;
 Não realizar exame ginecológico com toque e/ou ultra-sonografia transvaginal.
 Não manter relações sexuais, com ou sem uso de preservativos.
 Ideal não fazer o exame durante a menstruação.

Infecto&micro
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 Se o exame for solicitado junto com cultura de secreção uretral, a cliente deve ficar
pelo menos duas horas sem urinar antes da coleta.
 Em crianças e virgens, a coleta deve ser feita pela manhã, antes do banho.
 No caso de uso prévio ou atual de antimicrobianos, o nome do medicamento precisa
ser anotado na solicitação.

Observações:
 Para pesquisa de Streptococcus agalactiae (grupo B) em gestantes, é aconselhável
solicitação específica e de preferência realizar também o exame em material anal.
 A administração de antimicrobianos não impede a realização da cultura, mas, em
algumas situações, pode interferir no resultado.
 Não receber amostras coletadas em swab seco e sem meio de transporte, além de
amostras coletadas em pacientes em uso de cremes, pomadas ou óvulos vaginais.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C).

Estabilidade:
 Material em meio de transporte (salina): Temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2
horas ou em até 12 horas se refrigeradas (2 a 8°C).
 Swabs com meio de transporte até 12 horas em temperatura ambiente (20 a 25°C).
 Cultura para Neisseria gonorrhoeae devem ser encaminhadas em meio de transporte
em até 1 hora após a coleta.
 Pesquisa de Trichomonas vaginalis deve ser encaminhada em salina em até 2 horas
após a coleta.
 Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum deve ser inoculado imediatamente
em meio de transporte ou no próprio meio de cultura e transportado em até 24
horas refrigerado.

Prazo para resultado: 3 a 5 dias.

Transporte:
 Tubo com salina estéril, tubos com meio de transporte e lâminas de vidro.
 Todo material deve ser transportado em caixa térmica refrigerada, exceto a lâmina
que deve ser transportada à temperatura ambiente.

Valor de Referência: Presença apenas de micro-organismos considerados microbiota


normal.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: amostras coletadas por punção ou
coletores estéreis, devem ser encaminhadas em até 2 horas a temperatura ambiente
(20 a 25°C) ou refrigeradas por até 12 horas. Coletas em swabs com meio de
transporte devem ser encaminhadas em até 12 horas em temperatura ambiente (20
a 25°C). Esfregaço em lâmina (até 24 horas à temperatura ambiente) e tubos com

Infecto&micro
49

salina em até 12 horas se refrigeradas (2 a 8°C). Trichomonas vaginalis deve ser


encaminhada em salina em até 2 horas após a coleta.
 Tempo de transporte ambulatorial: amostras coletadas por punção ou coletores
estéreis, devem ser encaminhadas em até 2 horas a temperatura ambiente (20 a
25°C) ou refrigeradas por até 12 horas. Coletas em swabs com meio de transporte
devem ser encaminhadas em até 12 horas em temperatura ambiente (20 a 25°C).
Esfregaço em lâmina (até 24 horas à temperatura ambiente) e tubos com salina em
até 12 horas se refrigeradas (2 a 8°C). Trichomonas vaginalis deve ser encaminhada
em salina em até 2 horas após a coleta.
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
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16.0 Secreção Ocular


Cultura secreção ocular, secreção ocular direito, secreção ocular
esquerdo, úlcera de córnea, secreção conjuntival, cultura do humor vítreo,
raspado palpebral, secreção do canal lacrimal.

Aplicação: Existe uma diversidade de micro-organismos que podem causar infecções


oculares (bactérias, fungos e vírus), assim o diagnóstico preciso depende do sítio da infecção
e gravidade da lesão. Entre os micro-organismos isolados nas infecções oculares,
destacamos: S. pneumoniae, S. aureus, H. influenzae, Enterobacteriaceae e Pseudomonas
aeruginosa, entretanto, em recém-nascidos ficar atento a pesquisa de N .gonorrhoeae.
Usualmente, o Staphylococcus coagulase-negativo e o Corynebacterium spp constituem a
microbiota normal. Na suspeita de conjuntivite por Chlamydia trachomatis, é necessária
uma solicitação específica, pois esse exame utiliza metodologia diferente de outros micro-
organismos.

Metodologia: Cultura em meios apropriados para isolamento de micro-organismos


causadores de infecções oculares.

Material:

 Conjuntivite: coletar 2 swabs (exame direto e cultura). Evitar coletar secreção da


parte externa do olho.
 Ceratite: A coleta é realizada pelo oftalmologista e consiste em fazer um raspado na
lesão da córnea com uma cureta oftalmológica e inocular diretamente nos meios de
cultura (ágar sangue, ágar chocolate, podendo usar também Agar Sabouraud), além
de confeccionar o esfregaço para exame direto (Gram).
 Blefarite (inflamação nas pálpebras): coletar 2 swabs (exame direto e cultura).
 Endofitalmite (humor vítreo): A amostra é aspirada do fluído vítreo pelo
oftalmologista. Transportar na seringa ou inocular diretamente em meio de cultura.
 Canaliculite (canal lacrimal): coletar com swab fino (tipo o de coleta da secreção
uretral) após compressão do canal lacrimal. Transportar em swab ou inocular
diretamente em meio de cultura.

Volume: 2 swabs (seco e com meio de transporte).

Preparo do paciente:
 Retirar o excesso de secreção com gaze estéril, colher a amostra com swab no saco
conjuntival, evitando tocar com a pálpebra ou cílios.
 Evitar colher secreção acumulada nos cantos do olho.
 Recomendar ao paciente para não lavar o olho, utilizar maquiagem, colírios e
medicamento tópico nas 6 horas que antecedem o exame.

Infecto&micro
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 Caso esteja em uso prévio ou atual de algum antibiótico, informar no ato da coleta. A
administração de antimicrobianos não impede a realização da cultura, mas, em
algumas situações, pode interferir no resultado.

Observações:
 Nas infecções graves tipo ceratite, endoftalmite, é essencial a comunicação entre o
clínico e o microbiologista para adequar coleta, transporte e processamento das
amostras. Muitas das coletas são realizadas pelo médico oftalmologista durante o
atendimento.
 Coletar o material sempre que possível durante a fase aguda da infecção e
preferencialmente antes do uso do antibiótico.
 Na suspeita de conjuntivite por Chlamydia trachomatis, é necessária uma
comunicação com o setor de microbiologia, pois é um exame que utiliza metodologia
diferenciada.

Armazenamento: Temperatura ambiente

Estabilidade: Até 12 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C)

Prazo para resultado: 3 a 5 dias.

Transporte: Todo material deve ser transportado em caixa térmica refrigerada, exceto a
lâmina que deve ser transportada à temperatura ambiente.

Valor de Referência: Cultura negativa ou crescimento de pequena quantidade de micro-


organismos da microbiota normal do local.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Enviar swabs em meio de transporte em
até 12 horas a temperatura ambiente (20 a 25°C).
 Tempo de transporte ambulatorial: Enviar swabs em meio de transporte em até 12
horas a temperatura ambiente (20 a 25°C).
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
52

17.0 Cultura ouvido interno e externo


Cultura do ouvido, cultura do canal auditivo, cultura para aeróbios do ouvido.

Aplicação: A cultura do ouvido tem como objetivo o diagnóstico das otites médias e
externas. Em recém-nascidos e crianças na idade escolar o tipo mais frequente é a otite
média. Os micro-organismos mais comuns isolados nestes casos são: H. influenzae, S.
pneumoniae e menos frequentemente M. catarrhakis, S. aureus e S. pyogenes. O diagnóstico
normalmente é realizado através de procedimento mais invasivo, especialmente através da
timpanocentese. A otite externa, é uma infecção que pode se apresentar na forma aguda e
normalmente é adquirida em piscinas, banhos de mar ou rios, sendo a P. aeruginosa o
agente mais isolado no laboratório. Já no tipo crônico além da P. aeruginosa, os anaeróbios
aparecem com certa frequência. Amostras de tecidos e ossos deve-se pesquisar também
fungos, Nocardia spp e micobactérias.

Metodologia: Cultura em meios adequados para isolamento de diversos micro-organismos.

Material:
 Otite externa: Remover a secreção superficial em swab umedecido em solução
fisiológica estéril e descartar. Com outro swab coletar o material fazendo rotação no
canal auditivo e colocar em meio de transporte.
 Otite média: Limpar o ouvido externo com antisséptico seguido de solução fisiológica
estéril. A amostra deve ser obtida por aspiração do líquido dentro da tuba auditiva
através do tímpano (timpanocentese). Enviar a amostra em tubo estéril ou na seringa
com ponta bloqueada.

Volume: 01 swab com meio de transporte para cada cultura solicitada e uma lâmina para
cada exame direto.

Preparo do paciente:
 Não utilizar medicamentos tópicos nas 6 horas que antecedem os exames.
 Não fazer uso de antibióticos nos 3 dias que antecedem a coleta.
 Remover a secreção com swab umedecido com solução fisiológica estéril e com outro
swab coletar o material.

Observações:
 Anotar o medicamento em uso.
 Devido à presença de microbiota na parte externa, o resultado deve ser avaliado com
critério.

Infecto&micro
53

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C).

Estabilidade: até 12 horas se refrigerada.

Prazo para resultado: 3 a 5 dias.

Valor de referência: Cultura negativa ou presença de micro-organismos habitualmente não


patogênicos que fazem parte da microbiota local.

Transporte: Devem ser enviadas em meio de transporte (swab com stuart) e acondicionadas
em caixa refrigeradas.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Enviar amostras até2 horas à temperatura
ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C) por 12 horas.
 Tempo de transporte ambulatorial: Enviar amostras até 2 horas à temperatura
ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C) por 12 horas.
 Tempo hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
54

18.0 Cultura de vigilância


Cultura de vigilância, cultura para enterobactérias (KPC, NDM, metallo),
Acinetobacter baumannii MDR e P. aeruginosa MDR, cultura para VRE, cultura
para MRSA.

Aplicação: Cultura utilizada para investigação de surtos epidemiológicos e detecção de


pacientes colonizados com micro-organismos multidroga resistentes (P. aeruginosa, A.
baumannii, Enterobactérias – MDR, MRSA e VRE), sendo de grande importância no controle
de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Na investigação epidemiológica,
fatores como coleta, processamento das amostras, identificação e detecção fenotípica de
micro-organismos MDR, são etapas de grande valor. A detecção de micro-organismos MDR é
de grande importância para o monitoramento da tendência de resistência e instituição de
medidas de controle de infecção pelas equipes de CCIH. O swab nasal é igualmente utilizado
para a detecção de portadores assintomáticos de S. aureus e, em ambiente hospitalar, para
a identificação de portadores de S. aureus resistentes à oxacilina (MRSA).

Metodologia: Cultura em meios e caldos adequados para isolamento de micro-organismos


MDR.

Material:

Swab oral
 Esfregar o swab na área a ser analisada (orofaringe e laterais da cavidade oral), girando-o
sobre seu próprio eixo de modo a recolher material em toda a sua superfície.
 Introduzir o swab no tubo contendo meio de transporte (Stuart)

Swab axilar
 Coletar antes da higiene diária do paciente.
 Utilizar swab com meio de transporte.
 Umedecer o swab em salina fisiológica estéril ou água destilada.
 Levantar o antebraço do paciente de modo a expor a axila.
 Passar o swab em toda a axila, girando-o sobre seu próprio eixo.
 Utilizando o mesmo swab, realizar o mesmo procedimento na outra axila.
 Introduzir o swab no tubo contendo meio de transporte (Stuart)

Swab inguinal
 Coletar antes da higiene diária do paciente.
 Umedecer o swab em salina fisiológica estéril ou água destilada.
 Passar o swab na virilha esquerda ou direita, girando-o sobre seu próprio eixo.
 Utilizando o mesmo swab, realizar o mesmo procedimento na outra virilha.

Infecto&micro
55

 Introduzir o swab no tubo contendo meio de transporte (Stuart).

Swab retal
 Coletar o material retal, introduzindo o mesmo 4 a 6 cm e realizando movimentos
giratórios (girar o swab sobre seu eixo). Uma vez introduzido dar duas voltas
completas e a seguir retirar.
 Introduzir o swab no meio de transporte.
 Retirar a luva.
 Introduzir o swab no tubo contendo meio de transporte (Stuart)

Fezes
 Introduzir a extremidade do swab nas fezes, a seguir introduzi-lo no meio de
transporte (Stuart).

Swab nasal
 Introduzir o swab estéril na narina, até que seja encontrada resistência.
 Rodar o swab contra a mucosa nasal.
 Colher de ambos as narinas ou conforme solicitação.
 Caso a narina esta ressecada, umedecer o swab com salina estéril antes da coleta.
 Introduzir o swab no tubo contendo meio de transporte (Stuart)

Volume: 01 swab com meio de transporte para cada sítio solicitado.

Preparo do paciente:
 Não utilizar medicamentos tópicos nas 6 horas que antecedem os exames.
 Não tomar banho antes da coleta.
 Não utilizar antissépticos orais antes da coleta.

Observações:
 O sítio de coleta e os micro-organismos a serem pesquisados devem ser indicados
por cada serviço solicitante.
 É necessário umedecer o swab em salina estéril antes de coletar a amostra axilar ou
inguinal. O uso de swabs não umedecidos em superfícies secas reduz a sensibilidade
do teste.
 Devido à presença de microbiota na parte externa, o resultado deve ser avaliado com
critério.
 Trata-se de uma cultura para detecção do estado de portador do paciente (não é
uma cultura clínica, não sendo necessário realizar antibiograma completo).
 A administração de antimicrobianos não impede a realização da cultura, mas, em
algumas situações, pode interferir no resultado.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C).

Infecto&micro
56

Estabilidade: até 24 horas se refrigerada (2 a 8°C) e em meio de transporte.

Prazo para resultado: 3 a 5 dias.

Valor de referência: Ausência de micro-organismo MDR.

Transporte: Devem ser enviadas em meio de transporte (swab com stuart) e acondicionadas
em caixa refrigerada (2 a 8°C).

Prazo para recebimento


 Recomendações para outros laboratórios: Enviar amostras até 2 horas à
temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C) por 24 horas.
 Tempo de transporte ambulatorial: Enviar amostras até2 horas à temperatura
ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C) por 24 horas.
 Tempo hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
57

19.0 Pesquisa de Fungos


Pesquisa de fungos, micológico direto, Pesquisa de pseudo-hifas,
pesquisa de leveduras.

Aplicação: Exame realizado para diagnóstico de micoses superficiais, cutâneas, subcutâneas


e profundas de amostras diversas. Nas lesões características de micoses superficiais, são
pesquisados os dermatófitos e outros fungos isolados nas dermatofitoses, além das
leveduras. As micoses cutâneas, subcutâneas e sistêmicas, a pesquisa é direcionada para
pesquisa de diferentes fungos, de acordo com o sítio da coleta. O resultado da pesquisa
negativo, não exclui a infecção por fungos e a necessidade da realização da cultura, que
apresenta maior sensibilidade que a pesquisa direta.

Metodologia: Exame microscópico direto após tratamento do material clínico e/ou após
coloração.

Material: Esse exame pode ser realizado em diferentes materiais clínicos, tais como pele,
pelo (couro cabeludo), unhas, secreção genital, secreções, biópsias materiais do trato
respiratório e urina, entre outros.

a) Pele
 Limpar o local a ser coletado com álcool a 70%, água estéril ou soro fisiológico.
 Realizar o raspado com lâmina de vidro (lâmina de microscopia). Colher o máximo de
fragmentos de tecido epidérmico dos bordos das lesões. Colocar o material em placa
de Petri descartável (60x15), identificar, vedar com fita crepe e armazenar a
temperatura ambiente até o momento de envio para o laboratório.
 Em caso de lesões com pontos de pus, limpar com soro fisiológico e coletar com swab
seco, acondicionar o material em tubo com soro fisiológico estéril (1 a 2 mL) e
refrigerar até momento do envio.
 Quando a lesão é do tipo vesiculosa, colher o teto da vesícula com swab, após
escarificação com agulha descartável. Se possível, colher um raspado, caso seja
observado descamação.
 A coleta de lesões (manchas) hiper ou hipopigmentadas, tipo “pano branco”, que não
descamam coletar utilizando fita adesiva transparente (colar na lesão e escarificar
com a unha), em seguida colar a fita durex na lamina de vidro e enviar para o
laboratório (o material coletado não serve para cultura, apenas para exame direto)
 Anotar na solicitação o local da coleta e a descrição do material.

Infecto&micro
58

b) Pêlo (couro cabeludo)


 Limpar o local a ser coletado com álcool a 70%, água estéril ou soro fisiológico.
 Realizar raspado nas bordas da lesão se houver zona de alopecia, bem como retirar
fios de cabelo com auxilio de uma pinça (bordas da lesão).
 Colocar o material em placa de Petri descartável (60x15), identificar, vedar com fita
crepe e armazenar a temperatura ambiente até o momento de envio para o
laboratório.
 Pacientes com reações inflamatórias presente (tinha fávica), realizar limpeza com
soro fisiológico, esperar secar e em seguida coletar com swab. Acondicionar o
material em tubo com soro fisiológico estéril (1 a 2 mL) e refrigerar até momento do
envio.
 Anotar na solicitação o local da coleta e a descrição do material.

c) Unha
 Fazer antissepsia suave do local com álcool a 70%.
 Retirar esmalte 2 horas antes da coleta e lavar com água e sabão (não realizar coleta
com unhas pintadas).
 Se a unha apresentar partes frágeis, descoloridas ou distróficas, raspar esses locais
com o auxílio de cureta “odontológica”.
 Unhas com lesões subungueais coletar embaixo da unha com uma cureta
“odontológica” (no limite entre a unha integra e a lesão, se necessário cortar a unha
apenas para atingir o local da lesão). Colocar o material obtido em placa de Petri
descartável 60x15 identificar, vedar com fita crepe e armazenar a temperatura
ambiente até o momento de envio para o laboratório.
 Unhas com lesões inflamatórias, fazer assepsia com soro fisiológico, enxugar com
gaze e coletar com swab, acondicionar o material em tubo com soro fisiológico estéril
(1 a 2 mL) e refrigerar até momento do envio.
 Colher sempre o máximo possível de material.
 Anotar na solicitação o local da coleta e a descrição do material.

d) Urina
 Colher urina jato médio ou conforme solicitação médica em frasco estéril.
 Volume mínimo recomendado de 5 mL.
 Enviar em temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2 horas ou refrigerado (2 a 8°C) até
24 horas.

e) Escarro, Lavado Brônquico, Líquidos corporais, secreções


 Colher a amostra em coletores estéreis e secos.
 Anotar na solicitação o local da coleta e a descrição do material.
 Enviar em temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2 horas ou refrigerado (2 a 8°C) até
24 horas.

Infecto&micro
59

f) Fragmentos de biópsias ou autópsias


 Acondicionar em frascos estéreis com solução fisiológica estéril em volume suficiente
para cobrir todo o fragmento.
 Enviar em temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2 horas ou refrigerado (2 a 8°C) até
24 horas.

g) Medula óssea
 Preparar esfregaços do material em uma lâmina lisa e limpa.
 Esperar a lâmina secar e colocar em frasco porta-lâminas e enviar ao laboratório em
temperatura ambiente (20 a 25°C).

h) Secreções
 Colher com swab a secreção da região afetada e colocar em um tubo contendo salina
estéril (material suficiente para turvar o meio).
 Enviar em temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2 horas ou refrigerado (2 a 8°C) até
24 horas.

Volume: Material obtido das regiões coletadas em quantidade suficiente para exame direto
e cultura.

Preparo do paciente:
 Para coleta de raspado de pele, pêlo, unha, couro cabeludo, a coleta deve ser
realizada preferencialmente no laboratório.
 Coletar a amostra antes da introdução do antifúngico ou em caso de uso de
medicamento suspender com orientação médica, antes da coleta.
 Não usar esmalte, pomadas e hidratantes.

Observações:
 Não utilizar medicamentos tópicos na semana que antecede os exames.
 Não utilizar antissépticos orais antes da coleta.
 Antifúngicos orais devem ser suspensos 15 dias antes da coleta a critério médico,
caso não seja possível, informar o medicamento em uso.
 A administração de antifúngicos não impede a realização do exame, mas, em
algumas situações, pode interferir no resultado.

Armazenamento: Temperatura ambiente ou refrigerada.

Infecto&micro
60

Estabilidade:
 Amostras de raspados de lesões secas – encaminhar em placas de Petri descartável
(60x15) em até 24 horas a temperatura ambiente (20 a 25°C).
 Material em meio de transporte (salina) - Temperatura ambiente (20 a 25°C) até 2
horas ou em até 24 horas se refrigeradas (2 a 8°C).
 Material em swab deve ser descarregado em tubo com salina - Temperatura
ambiente (20 a 25°C) até 2 horas ou em até 24 horas se refrigeradas (2 a 8°C).

Prazo para resultado: 48 horas.

Valor de Referência: Pesquisa negativa.

Transporte: tubos com salina, placa de Petri descartável, swab com meio de transporte,
acondicionado à temperatura ambiente ou refrigerado em caixa apropriada para transporte.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: amostras coletadas em swab (secreção
purulenta) devem ser enviadas em tubo com salina estéril ou água destilada estéril.
Enviar em até 8 horas refrigerada (2 a 8°C) ou 2 horas na temperatura ambiente (20 a
25°C). Raspados de pelo (couro cabeludo), pele e unhas (lesões secas), enviar em
placa de Petri em até 24 horas após a coleta em temperatura ambiente.
 Tempo de transporte ambulatorial: amostras coletadas em swab (secreção
purulenta) devem ser enviadas em tubo com salina estéril ou água destilada estéril.
Enviar em até 8 horas refrigerada (2 a 8°C) ou 2 horas na temperatura ambiente (20 a
25°C). Raspados de pelo (couro cabeludo), pele e unhas (lesões secas), enviar em
placa de Petri em até 24 horas após a coleta em temperatura ambiente.
 Tempo hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
61

20.0 Tinta da China


Tinta da China, pesquisa de Cryptococcus spp.

Aplicação: Este exame é útil no diagnóstico etiológico das meningites fúngicas causadas por
Cryptococcus spp. O líquor é uma amostra nobre de difícil obtenção, recomenda-se que haja
rigor especial em todas as fases de um procedimento associado a esse material.

Metodologia: Pesquisa direta para pesquisa de Cryptococcus spp. em amostras clínicas (LCR
e amostra do trato respiratório inferior).

Material: Coletar em tubo seco estéril, sem anticoagulante, sem aditivo e sem gel.

Líquido cefarraquidiano
 Coleta realizada por equipe médica especializada, através de punção.
 Enviar em tubo ou coletor estéril e seco.

Volume: 1 a 2 mL.

Preparo do paciente:
 Fatores desse processo, como a técnica de coleta, temperatura, tempo de transporte
e de estocagem e as condições do preparo da amostra, necessitam de padronização
para evitar resultados equivocados que possam comprometer o diagnóstico e a
conduta médica.
 O volume de LCR a ser coletado deve ser cuidadosamente avaliado com base nas
análises que serão necessárias de acordo com a hipótese diagnóstica.
 A coleta é realizada pela equipe médica especializada.

Observações:
 Sempre que possível colher antes da antibioticoterapia.
 Nas meningites por Cryptococcus neoformans, o teste apresenta sensibilidade de
91%, razão pela qual a cultura para fungos deve ser solicitada de forma concomitante
e rotineira.

Armazenamento: Refrigerada (2 a 8°C).

Estabilidade: Refrigerado (2 a 8°C) por 24 horas.

Prazo para resultado: 24 horas.

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas térmicas sob refrigeração (2


a 8°C).

Valor de Referência: Pesquisa negativa.

Infecto&micro
62

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Identificar a amostra e enviar ao
Laboratório de Microbiologia em até 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C) ou
em até 24 horas se refrigerada (2 a 8°C).
 Tempo de transporte ambulatorial: Identificar a amostra e enviar ao Laboratório de
Microbiologia em até 2 horas à temperatura ambiente ou em até 24 horas se
refrigerada (2 a 8°C).
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
63

21.0 Látex para meningite


Látex para Cryptococcus spp., pesquisa de antígenos para Cryptococcus spp.

Aplicação: Este exame é utilizado para o diagnóstico etiológico das meningites fúngicas
causadas por Cryptococcus spp. A detecção rápida do antígeno do Cryptococcus neoformans
permite o diagnóstico da meningite criptocócica. A determinação dos títulos desse antígeno
permite o seguimento da doença e a avaliação da resposta terapêutica. A sensibilidade do
teste é de aproximadamente 95% e a especificidade de 99%.

Metodologia: Reação de aglutinação de partículas de látex sensibilizada por anticorpos


específicos do C. neoformans em LCR e soro.

Material: Coletar em tubo seco estéril, sem anticoagulante, sem aditivo e sem gel.
 Líquido cefarraquidiano: coleta realizada por equipe médica especializada, através
de punção. Enviar em tubo ou coletor estéril e seco.
 Soro: enviar no mínimo 1,0 mL, refrigerado.

Volume: 1 a 2 mL.

Preparo do paciente:
 Fatores desse processo, como a técnica de coleta, temperatura, tempo de transporte
e de estocagem e as condições do preparo da amostra, necessitam de padronização
para evitar resultados equivocados que possam comprometer o diagnóstico e a
conduta médica.
 O volume de LCR a ser coletado deve ser cuidadosamente avaliado com base nas
análises que serão necessárias de acordo com a hipótese diagnóstica.
 A coleta é realizada pela equipe médica especializada.

Observações:
 Sempre que possível colher antes da antibioticoterapia.
 Nas meningites por Cryptococcus neoformans, o teste apresenta sensibilidade de
91%, razão pela qual a cultura para fungos deve ser solicitada de forma concomitante
e rotineira.

Armazenamento: Refrigerada (2 a 8°C).

Infecto&micro
64

Estabilidade:
 Temperatura ambiente: 2 horas;
 Refrigerada (2 a 8°C): 3 dias;
 Congelada (-20°C ): 1 mês.

Prazo para resultado: 24 horas.

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas térmicas sob refrigeração


(2 a 8°C).

Valor de Referência: Negativo.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Identificar a amostra e enviar ao
Laboratório de Microbiologia em até 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C) ou
em até 3 dias se refrigerada (2 a 8°C).
 Tempo de transporte ambulatorial: Identificar a amostra e enviar ao Laboratório de
Microbiologia em até 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C) ou em até 3 dias se
refrigerada (2 a 8°C).
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
65

22.0 Pesquisa de antígenos LCR


Pesquisa de antígenos no LCR, pesquisa de antígenos bacterianos no LCR.

Aplicação: A pesquisa é realizada utilizando kits comerciais para pesquisa de antígenos mais
comumente relacionados com as meningites: N.meningitidis A, B, C, Y, W135 e E. coli K1, S.
pneumoniae, H. influenzae tipo B, S. agalactiae. A sensibilidade do método é variável,
podendo variar de 59 a 100% dependendo do antígeno pesquisado. O resultado depende do
nível de antigênico presente na amostra. O resultado negativo não é diagnóstico definitivo,
devendo ser realizado Gram e cultura.

Metodologia: Reação de aglutinação de partículas de látex.

Material: Coletar em tubo seco estéril, sem anticoagulante, sem aditivo e sem gel.
 Líquido cefarraquidiano: coleta realizada por equipe médica especializada, através
de punção. Enviar em tubo ou coletor estéril e seco.
 Soro: enviar no mínimo 1,0 mL, refrigerado.

Volume: 1 a 2 mL.

Preparo do paciente:
 Fatores desse processo, como a técnica de coleta, temperatura, tempo de transporte
e de estocagem e as condições do preparo da amostra, necessitam de padronização
para evitar resultados equivocados que possam comprometer o diagnóstico e a
conduta médica.
 O volume de LCR a ser coletado deve ser cuidadosamente avaliado com base nas
análises que serão necessárias de acordo com a hipótese diagnóstica.
 A coleta é realizada pela equipe médica especializada.

Observações:
 Sempre que possível colher antes da antibioticoterapia.
 A pesquisa direta de antígeno pode antecipar o diagnóstico de meningite bacteriana.
 O teste apresenta uma sensibilidade considerada boa, podendo chegar a 100% para
a detecção dos agentes mais prevalentes nas meningites.

Estabilidade:
 Temperatura ambiente: 2 horas;
 Refrigerada (2 a 8°C): 3 dias;
 Congelada (-20°C ): 1 mês.

Prazo para resultado: 24 horas.

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas térmicas sob refrigeração (2


a 8°C).

Infecto&micro
66

Valor de Referência: Negativo.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Identificar a amostra e enviar ao
Laboratório de Microbiologia em até 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C) ou
em até 3 dias se refrigerada (2 a 8°C).
 Tempo de transporte ambulatorial: Identificar a amostra e enviar ao Laboratório de
Microbiologia em até 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C) ou em até 3 dias
se refrigerada (2 a 8°C).
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
67

23.0 Gram
Gram, bacterioscopia, bacterioscópio.

Aplicação: Exame direto utilizando a coloração pelo método de Gram para avaliação das
características morfo-tintorias dos micro-organismos presentes em infecções bacterianas
diversas.

Metodologia: Exame direto realizado em amostras clínicas para avaliação da presença de


células e micro-organismos (bactérias e fungos), visando um diagnóstico presuntivo.

Material: amostras devem ser enviadas em coletor estéril sob refrigeração ou realizar
esfregaço e enviar a lâmina pronta, após secagem e se possível fixação (calor) em caixa
porta-lâminas em temperatura ambiente (20 a 25°C).

a) Urina: enviar em coletor estéril refrigerada ou realizar o esfregaço.


 Urina do segundo jato (jato médio) não centrifugada: apenas homogeneizada,
utilizar uma alça de 10uL e depositar no centro de uma lamina de vidro, deixar secar.
 Urina de primeiro jato (infecção baixa - uretrite): deve ser feita da urina
centrifugada a fim de aumentar a sensibilidade. Amostra coletada para pacientes
com suspeita de uretrite bacteriana, que não apresentam secreção.

b) Líquidos orgânicos (pleural, sinovial, ascítico, peritoneal, pericárdico) aspirados,


curetagens, raspados, exsudatos, tecidos e fragmentos ósseos:
 Amostras purulentas devem ser processadas sem centrifugação, confeccionando um
esfregaço no centro da lâmina (não espesso).
 Amostras não purulentas, confeccionar o esfregaço após centrifugação com o sedimento.

c) Secreções genitais (pesquisa de G. vaginalis, N. gonorrhoeae, Candida spp.)


d) Realizar o esfregaço em lâmina de vidro, com movimentos suaves, utilizando o swab
no momento da coleta (se possível fazer 2 esfregaços). Secar e fixar pelo calor (na
estufa ou passar rapidamente na chama 3 vezes).

e) Amostra do trato respiratório (escarro, secreção traqueal, LBA)


f) Enviar em coletor seco e estéril ou confeccionar dois esfregaços em lâmina de vidro,
tendo o cuidado em pegar pontos purulentos da amostra. (na estufa ou passar
rapidamente na chama 3 vezes).

g) Secreção ocular, ouvido:


 Realizar o esfregaço em lâmina de vidro, com movimentos suaves, utilizando o swab
no momento da coleta (se possível fazer 2 esfregaços).

Infecto&micro
68

Volume: 1 a 2 mL em coletor estéril ou 2 lâminas com esfregaços.

Preparo do paciente: O paciente não pode utilizar medicamento tópico nas últimas 12
horas.

Observações:
 Sempre que possível colher antes da antibioticoterapia.
 Coletar as amostras após assepsia com soro fisiológico ou álcool a 70%.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C).

Estabilidade: Temperatura ambiente (20 a 25°C) por 24 horas.

Prazo para resultado: 24 a 48 horas.

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas térmicas a temperatura


ambiente (20 a 25°C) seguindo recomendações especifica para cada tipo de amostra.

Valor de Referência: Presença de micro-organismos da microbiota normal do local e/ou


ausência de micro-organismos corados pelo Gram.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Identificar a amostra e enviar ao
Laboratório em até 24 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C) em caso de lâminas
prontas ou refrigerar a amostra por até 24 horas (coletor).
 Tempo de transporte ambulatorial: Identificar a amostra e enviar ao Laboratório em
até 24 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C) em caso de lâminas prontas ou
refrigerar a amostra por até 24 horas (coletor).
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
69

24.0 Ziehl
Ziehl, baciloscopia, pesquisa de BAAR, pesquisa de micobactérias, pesquisa
de bacilo de Koch.

Aplicação: Exame direto utilizando a coloração pelo método de Ziehl-Neelsen para


diagnóstico preliminar das infecções causadas pelos bacilos álcool-ácido resistentes. Exame
é útil no diagnóstico da tuberculose pulmonar e de outras micobacterioses. As maiores
vantagens do método são a rapidez de execução e o alto valor preditivo positivo. Um
resultado negativo, porém, não exclui a possibilidade de doença.

Metodologia: Exame microscópico direto do material clínico (amostras diversas) após


coloração pelo método de Ziehl-Neelsen, para diagnóstico preliminar das infecções por
Micobactérias.

Material: amostras devem ser enviadas em coletor estéril refrigerada ou realizar esfregaço
(seco e fixado pelo calor) e enviar em caixa porta-lâminas em temperatura ambiente.

a) Urina
 Utilizar a urina total coletada no primeiro horário da manhã em 3 dias consecutivos.

b) Líquidos orgânicos (pleural, sinovial, ascítico, peritoneal, pericárdico) aspirados,


exsudatos, tecidos, secreções de gânglios e fragmentos ósseos
 Amostras purulentas devem ser processadas sem centrifugação, confeccionando um
esfregaço no centro da lâmina (não espesso), deixar secar e fixar.
 Amostras não purulentas, confeccionar o esfregaço após centrifugação com o
sedimento.

c) Amostra do trato respiratório (escarro, secreção traqueal, LBA)


 Enviar em coletor seco e estéril ou confeccionar dois esfregaços em lâmina de vidro,
tendo o cuidado em pegar pontos purulentos da amostra.

d) Lavado gástrico
 Amostra coletada por equipe especializada e enviada em coletor estéril seco.

e) Biópsias e fragmentos de tecido


 Colher em coletor estéril descartável, em salina fisiológica estéril.
 Enviar refrigerada.

Volume: 5 a 10 mL secreção do trato respiratório inferior; 1 a 2 mL em casos de secreções


acondicionada em coletor estéril ou 2 lâminas com esfregaços (secos e fixados).

Infecto&micro
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Preparo do paciente:
 O paciente deve ser orientado para coletar o escarro após higiene bucal e procurar
coletar amostra de tosse profunda (evitar coletar apenas saliva), outras amostras do
trato inferior geralmente são coletadas pela equipe médica e enviadas em coletor
estéril e seco.
 Secreções diversas são coletadas por aspiração ou com swab (neste caso de
preferência realizar os esfregaços no momento da coleta), secar, fixar e enviar.

Observações:
 Escarro obtido por expectoração profunda (tosse diafragmática).
 Amostras de escarro colhidas durante 24 horas são desnecessárias e inadequadas ao
exame.
 No caso de uso prévio ou atual de antimicrobianos, deve ser informado o nome do
medicamento. A administração de antimicrobianos não impede a realização da
cultura, mas, em algumas situações, pode interferir no resultado.
 Um resultado negativo, porém, não exclui a possibilidade de doença.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C) por 2 horas ou refrigerar por até 24
horas.

Estabilidade: Até 24 horas se refrigerada (2 a 8°C).

Prazo para resultado: 24 a 48 horas.

Transporte: Esfregaços prontos: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas


térmicas a temperatura ambiente (20 a 25°C). Amostras diversas: refrigeradas (2 a 8°C).

Valor de Referência: Pesquisa negativa ou ausência de bacilos álcool-ácido resistentes na


amostra examinada.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Identificar a amostra e enviar ao
Laboratório em até 24 horas ambiente (20 a 25°C) em caso de lâminas prontas ou
refrigerar a amostra por até 24 horas (coletor)
 Tempo de transporte ambulatorial: Identificar a amostra e enviar ao Laboratório em
até 24 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C) em caso de lâminas prontas ou
refrigerar a amostra por até 24 horas (coletor)
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
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25.0 Pesquisa de Hansen


Pesquisa de Hansen, pesquisa do bacilo da lepra, baciloscopia para bacilo
da Hansen.

Aplicação: Exame direto utilizando a coloração pelo método de Ziehl-Neelsen modificado


(coloração à frio),para diagnóstico das infecções por Mycobacterium leprae (micro-
organismo não cresce em meios de cultura). Assim, o bacilo só pode ser demonstrado por
meio desta coloração, realizada na linfa coletada de lesões de pele, cotovelos ou do lóbulo
auricular. A vantagem do método é a rapidez de execução e alto valor preditivo positivo. Um
resultado negativo, porém, não exclui a possibilidade da doença.

Metodologia: Exame microscópico direto do material após coloração de Ziehl-Neelsen.

Material:
 Linfa de lesões em lóbulo esquerdo, lóbulo direito, cotovelo direito, cotovelo
esquerdo e outras solicitadas no pedido médico.
 Especificar cada lesão coletada na lâmina.

a) Lesão cutânea
 Fazer assepsia no local a ser coletado com álcool a 70%.
 Raspar a lesão, com lâmina de bisturi, até a obtenção da linfa.
 Fazer movimento espiral de dentro para fora em 2 lâminas de vidro.
 Evitar presença de sangue no material.

b) Lóbulos de orelha e cotovelos


 Fazer assepsia no local a ser coletado com álcool a 70%.
 Com o auxílio da pinça Kelly, fazer uma prega no sítio de coleta, pressionando a pele
o suficiente para obter a isquemia, evitando o sangramento.
 Manter a pressão até o final da coleta tomando o cuidado de não travar a pinça
(Fazer um corte na pele de aproximadamente 5mm de extensão por 3mm de
profundidade).
 Colocar o lado não cortante da lâmina do bisturi em ângulo reto em relação ao corte
e realizar o raspado intradérmico das bordas e do fundo da incisão, retirando
quantidade suficiente e visível do material. Se fluir sangue no momento do
procedimento, (o que não deverá acontecer se a compressão da pele estiver
adequada) enxugar com algodão.
 Desfazer a pressão e distribuir o material coletado na lâmina, fazendo movimentos
circulares do centro para a borda numa área aproximadamente de 5-7mm de
diâmetro, mantendo uma camada fina e uniforme.

Infecto&micro
72

 O primeiro esfregaço deverá ser colocado na extremidade mais próxima da


identificação do paciente (parte fosca), e o segundo próximo ao primeiro observando
uma distância, de pelo menos 0,5cm entre cada amostra e assim sucessivamente.
 Os esfregaços devem estar no mesmo lado da parte fosca da lâmina. Entre um sítio e
outro de coleta, limpar a lâmina do bisturi e a pinça utilizada com algodão ou gaze
embebido em álcool a 70%, para que não ocorra a contaminação entre eles.
 Deixar secar ao ar, identificar o material e enviar ao laboratório.

Volume: Colocar o bisturi com a linfa diretamente na lâmina, fazendo 2 a 3 "imprints"


evitando a presença de sangue no material.

Preparo do paciente:
 Acomodar o paciente confortavelmente.
 Explicar o procedimento que será realizado. No caso de criança explicar também para
a pessoa responsável.
 Observar indicações dos sítios de coleta na solicitação médica.
 Manusear a lâmina pelas bordas evitando colocar os dedos no local onde a amostra
será distribuída.
 Identificar a lâmina com as iniciais do nome do paciente, o número de registro da
unidade e data da coleta.
 No momento de cada coleta fazer antissepsia com álcool a 70ºGL ou 70%, dos sítios
indicados na solicitação médica.

Observações:
 Para essa pesquisa é realizada coleta de linfa de lóbulo de orelha e de lesões
cutâneas, se houver especificação na solicitação o material colhido.
 O bacilo se desenvolve bem à temperatura geralmente em torno de 35 °C, o que
explica sua localização preferencial em regiões anatômicas com temperaturas mais
baixas, como nariz e regiões onde os nervos se encontram muito próximos à pele.
 Uma coleta adequada consiste na retirada de material presente em quatro sítios
específicos, conforme solicitado pelo médico.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C) por até 24 horas.

Estabilidade: Até 24 horas.

Prazo para resultado: 48 horas.

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas térmicas a temperatura


ambiente (20 a 25°C).

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Valor de Referência: Pesquisa negativa ou ausência de bacilos álcool-ácido resistentes na


amostra examinada.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Identificar a lâmina e enviar ao
Laboratório em até 24 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C).
 Tempo de transporte ambulatorial: Identificar a lâmina e enviar ao Laboratório em
até 24 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C).
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
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26.0 Cryptosporidium spp. e Isospora spp.


Pesquisa de Cryptosporidium spp. e Isospora belli, pesquisa de
oportunistas nas fezes.

Aplicação: As parasitoses intestinais são motivo comum de procura ao médico. O quadro


clínico é variável. Uma preocupação é a sua ocorrência em pacientes com doenças
imunossupressoras ou em uso de medicamentos que levam à imunossupressão. Parasitas
que não levam à sintomatologia em imunocompetentes podem levar a quadros graves nos
pacientes imunodeprimidos. A pesquisa de oportunista em fezes é utilizada para detecção e
diagnóstico das diarreias causadas por esta classe dos coccídios que infectam o homem.

Metodologia: Técnica de concentração e coloração de esfregaços fixados e corados pela


metodologia de Ziehl-Neelsen modificado.

Material:
 Fezes diarreícas.
 Coletar até 3 amostras em dias consecutivos.

Volume: Amostra de fezes em coletor descartável de boca larga (20 gramas – 1 a 2 colheres
de sopa).

Preparo do paciente:
 Amostra recente. Recomenda-se coletar a parte do material que apresente muco,
pus ou sangue.
 Não fazer uso de laxantes e/ou supositórios.
 Paciente deve coletar a amostra na vigência da diarreia.

Observações:
 Esses protozoários devem ser pesquisados em três amostras, pois um único resultado
negativo não exclui o diagnóstico.
 O material não pode ser contaminado com urina nem ser colhido do vaso sanitário
 O paciente não pode receber contraste radiológico oral à base de bário, bismuto,
magnésio e carbonato de cálcio nas 48 horas que antecedem o exame.
 Pacientes com constipação intestinal crônica é permitida a utilização de laxante tipo
Tamarine® ou de supositório de glicerina. Laxantes com óleo mineral ou hidróxido de
magnésio não devem ser usados 48 horas antes da coleta.

Armazenamento: Temperatura ambiente (20 a 25°C) até 6 horas após coleta ou refrigerada
(2 a 8°C) quando o tempo ultrapassa 6 horas entre a coleta e o envio ao laboratório.
Estabilidade: Até 24 horas se refrigerado (2 a 8°C).

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Prazo para resultado: 48 horas.

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas térmicas refrigeradas (2 a


8°C).

Valor de Referência: Ausência de oocistos ou esporocistos de Isospora belli, Blastocystes


hominis ou Cryptosporidium sp.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Até 6 horas à temperatura ambiente à
temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerado (2 a 8°C) por até 24 horas.
 Tempo de transporte ambulatorial: Até 6 horas à temperatura ambiente à
temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerado (2 a 8°C) por até 24 horas.
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2 horas à temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
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27.0 Teste rápido Strepto A


Teste rápido para Streptococcus grupo A, pesquisa de Streptococcus beta-
hemolitico grupo A, Pesquisa de S. pyogenes.

Aplicação: O Streptococcus do grupo A é um dos mais significativos patógenos humanos que


causa faringite aguda, amigdalite, impetigo e febre escarlatina. É muito importante
diferenciar a infecção por estreptococos de outros agentes etiológicos (ex. vírus,
Mycoplasma ou Chamydia) para ser iniciado um tratamento apropriado. Se o diagnóstico
precoce e o tratamento falharem, estas infecções podem resultar no aumento da
intensidade dos sintomas e em complicações posteriores como a febre reumática. Enquanto
que os métodos clássicos para identificação levam um mínimo de 18 horas para produzir os
resultados, o STREP A – TESTE RÁPIDO requer 5 a 15 minutos.

Metodologia: O teste implica na extração do antígeno de Streptococcus do grupo A, seguida


pela utilização da tecnologia de imunoensaio de fase sólida para a detecção qualitativa do
antígeno extraído diretamente de amostras de orofaringe. O exame é utilizado para
detecção precoce de faringite ou amigdalite por S. pyogenes (grupo A).

Material: Secreção de orofaringe.

Volume: 1 swab fornecido pelo kit.

Preparo do paciente:
 Solicitar ao paciente que respire profundamente, abaixar a língua do paciente com
abaixador de língua.
 Introduzir o swab e fazer esfregaço entre as amígdalas e faringe posterior
(exatamente nas áreas inflamadas apresentando pontos de pus), evitando tocar na
língua e mucosa bucal. Colocar o swab no tubo com meio de transporte e fechar.
 NÃO necessita jejum, apenas em caso de crianças para evitar vômito durante a coleta
(necessária 4 horas sem se alimentar). Pode fazer higiene bucal (escovação) sem
usar antisséptico, antes da coleta. De preferência coletar no próprio laboratório.

Observações:
 O teste negativo não afasta amigdalite bacteriana por Streptococcus beta hemolítico,
uma vez que o kit só pesquisa o grupo A e outros grupos como o C, G e F podem ser
associados a amigdalites.
 O resultado negativo pode ser obtido no início da infecção devido ao baixo nível do
antígeno, abaixo do limite de sensibilidade do teste. O exame deve ser repetido, caso
os sintomas persistirem.
 Os resultados obtidos devem ser correlacionados com sinais clínicos do paciente.

Infecto&micro
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 A coleta apropriada é essencial para obter um resultado confiável.

Armazenamento: Temperatura ambiente até 2 horas após coleta (20 a 25°C) ou refrigerada
quando o tempo ultrapassa 2 horas entre a coleta e o envio ao laboratório.

Estabilidade: Até 24 horas se refrigerado (2 a 8°C).

Prazo para resultado: 6 horas

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas térmicas refrigeradas (2 a


8ºC ).

Valor de Referência: Pesquisa negativa.

Prazo para recebimento:


 Recomendações para outros laboratórios: Até 2 horas à temperatura ambiente em
swab seco (Kit) à temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C) por até
24 horas.
 Tempo de transporte ambulatorial: Até 2 horas temperatura ambiente em swab
seco (Kit) à temperatura ambiente (20 a 25°C) ou refrigerada (2 a 8°C) por até 24
horas.
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2 horas à temperatura ambiente em swab seco
(Kit) à temperatura ambiente (20 a 25°C).

Infecto&micro
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28.0 Vírus sincincial respiratório


Teste rápido para vírus sincincial respiratório

Aplicação: O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma das principais causas de infecções das
vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas, é um de muitos vírus
que pode causar bronquiolite (uma infecção dos brônquios, nos pequenos tubos
respiratórios dos pulmões). Outras causas de bronquiolite, são influenza, vírus para
influenza, ou adenovírus. A infecção transmite-se ao inalar microgotas transportadas pelo ar
que contêm o vírus ou então contato com pessoas ou em objetos infectados. A infecção
proporciona apenas imunidade parcial, pelo que é possível contrair a infecção mais vezes.
No entanto, as infecções subsequentes pelo vírus sincicial respiratório são menos graves do
que as primeiras.

Metodologia: é um teste de enzimoimunoensaio rápido in vitro que se destina à rápida


detecção qualitativa do vírus respiratório sincicial (RSV) diretamente a partir de amostras do
swab nasofaríngeo e do aspirado nasal em crianças.

Material: swab de nasofaringe, aspirado nasofaríngeo ou lavado nasal/nasofarígeo.

Volume: 1 swab (coletar apenas no swab do próprio kit).

Preparo do paciente:
 Exame padronizado para pediatria (para crianças até 18 anos). Não padronizado para
adultos.

Observações:
 O kit apresenta 99% de sensibilidade com aspirado de nasofaringe, 92% com swab
nasofaringe e 83% com swab nasal/lavado nasofaringe.
 Todas as amostras devem ser consideradas potencialmente perigosas e tratadas
como um agente infeccioso. O teste deve ser descartado num recipiente adequado
após o uso.
 O teste indica apenas a presença de RSV na amostra (detecção qualitativa) e deve ser
usado para a detecção de antígenos de RSV apenas em amostras da nasofaringe (a
partir de swab, aspirado ou lavagem). Nem o valor quantitativo, nem a taxa de
aumento da concentração de antígenos RSV podem ser determinados por este teste.
 Se o resultado do teste é negativo e os sintomas clínicos persistirem, testes adicionais
usando outros métodos clínicos são recomendados. Um resultado negativo, não
exclui a qualquer momento, a possibilidade de infecção por RSV.
 Este teste fornece um diagnóstico presuntivo de infecções RSV. Todos os resultados
devem ser interpretados em conjunto com outras informações clínicas e laboratoriais
disponíveis para o médico, determinados por este ensaio qualitativo.

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Armazenamento: Temperatura ambiente até 1 hora após coleta (20 a 25°C) ou refrigerada
(2 a 8°C), quando o tempo ultrapassa 2 horas entre a coleta e o envio ao laboratório.

Estabilidade: Até 24 horas se refrigerado (2 a 8°C).

Prazo para resultado: 6 horas

Transporte: Devem ser transportadas acondicionadas em caixas térmicas refrigeradas (2 a


8°C).

Valor de Referência: Pesquisa negativa.

Prazo para recebimento:

 Recomendações para outros laboratórios: Até 24 h refrigeradas (2 a 8°C).


 Tempo de transporte ambulatorial: Até 24 h refrigeradas (2 a 8°C).
 Tempo de transporte hospitalar: Até 2h a temperatura ambiente (20 a 25°C)

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29.0 Referências Blibiográficas

1. OPLUSTIL et al. Procedimentos Básicos em Microbiologia clínica. Ed. Savier, 2010.

2. http://portal.anvisa.gov.br.

3. Murray et al. Manual of Clinical Microbiology 7ed. ASM Press, Washington, 1999.

4. CLSI – Clinical and Laboratory Standards Institute -2016 ( M100 S-26).

5. Manual de Coleta de Material Biológico – Lab. Central Hospital São Paulo – UNIFESP –
2014/15.

6. Manual de Recomendações da SBPC – Coleta e Preparo de Amostras biológicas –


2013.

7. Manual de Exames / Fleury Medicina e Saúde – www.fleury.com.br.

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