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Paciente no
Processo de
Medicação
UNIDADE
A importância da
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prescrição segura
de medicamentos
--Compreender a importância
da segurança do paciente.
--Reconhecer fragilidades relacionadas ao
processo de prescrição de medicamentos.
--Reconhecer práticas seguras na
prescrição de medicamentos.
AULA 1 – Por que falar em
segurança do paciente?
Gostaria de começar falando um pouquinho sobre a segurança do
paciente. Você já ouviu falar sobre isso? Saberia dizer a importância da
segurança do paciente no seu cotidiano como profissional da saúde?
A segurança do paciente não é algo tão complicado e, talvez, você já viven-
cia alguma prática segura e ainda não percebeu.
Você sabia que esses danos são comuns no ambiente hospitalar? Eles
estão associados ao aumento do tempo de permanência nas unidades
hospitalares, além do aumento dos custos hospitalares. E o que pode-
mos fazer diante disso? É necessário o envolvimento de todos os profis-
sionais de saúde no cuidado seguro para que não ocorram danos aos
pacientes e, assim, oferecer uma assistência de qualidade.
Você sabia que em 2013, o Ministério da Saúde (MS), por meio da Por-
taria nº 529, lançou o Programa Nacional de Segurança do Paciente
(PNSP)? Esse plano tem o objetivo de contribuir para a qualificação do
cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território
nacional. Em consonância com as metas internacionais de segurança do
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paciente, o PNSP também tem como foco a segurança no processo de
medicação. “Medicação sem danos” é o tema do Terceiro Desafio Global
de Segurança do Paciente da Organização Mundial de Saúde (OMS). Por
isso, caro aluno, agora, eu vou lhe chamar a atenção para o processo
de medicação. O ato de medicar é uma cadeia de atividades complexas
que envolve a utilização do medicamento com finalidade profilática ou
terapêutica e perpassa por vários profissionais até chegar ao paciente.
Tudo isso pode parecer simples, entretanto, na prática, não é isso que
ocorre. Estima-se que, anualmente, ocorrem cerca de 400.000 eventos
preveníveis e são gastos em torno de 3,5 bilhões de dólares para o tra-
tamento de danos provenientes de eventos adversos a medicamentos
(EAM) somente nos EUA (ASPDEN et al., 2007). Isso mesmo, você não leu
errado! São 400.000 eventos preveníveis e mais de 3 bilhões de dólares
por ano! Muita coisa, não?
Você também deve saber que esses eventos são muito comuns no âmbi-
to hospitalar e, além de elevar os custos, podem prolongar o tempo de
internação e ocasionar sequelas e óbitos. Por isso chamo a sua atenção
novamente sobre a importância de se estabelecer práticas seguras no
processo de medicação.
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Teremos uma sequência de desenhos de prescrições médicas
com as características indicadas. Para padronizar os dados,
adotaremos as seguintes informações fictícias:
Nome do Hospital: Hospital de Pequenos e Grandes Traumas
Nome do Município: São José da Curva do Bom Vento
Nome do Médico: Anestésio Santos Silva
Nome do Paciente: Maria das Dores Silva
Data: 26/06/2017
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• Registro incompleto da posologia: ausências de informações
sobre a posologia do medicamento podem levar à falha tera-
pêutica pelo uso inadequado ou pela omissão do uso.
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• Ausência de data na prescrição: a omissão dessa informação
pode comprometer o tratamento, principalmente, pois não
permite avaliar a evolução do paciente. A ausência da data
pode prejudicar bastante o tratamento com medicamentos
antimicrobianos, tanto em nível ambulatorial quanto hospitalar.
A imprecisão dessa informação pode levar a um tratamento
com um medicamento ineficaz para debelar uma infecção
detectada há mais de 10 dias, por exemplo.
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• Uso de abreviaturas, siglas e ilegibilidade: esses termos ten-
dem a dificultar a leitura da prescrição, aumentando a chance
dos erros de medicação.
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Você percebe a quantidade de profissionais que manipulam a
prescrição médica no âmbito hospitalar? Como a ausência de
informações ou a ilegibilidade pode comprometer a comuni-
cação multiprofissional e interprofissional?
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AULA 2 – Como prescrever de
forma segura?
Você sabia que prescrever de modo seguro é mais simples do que pare-
ce? O Ministério da Saúde, em parceria com outras instituições, elencou
os principais itens que devem ser preconizados para um processo de
prescrição segura (BRASIL, 2013). Durante o curso vamos ver a importân-
cia de cada um desses itens.
A IMPORTÂNCIA DA
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
• endereço;
• data de nascimento.
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Figura 5 – Modelo de prescrição ambulatorial.
• nome do hospital;
• leito;
• enfermaria/apartamento;
• andar/ala.
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Figura 6 – Modelo de prescrição hospitalar.
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A IMPORTÂNCIA DA LEGIBILIDADE DA
PRESCRIÇÃO
História em quadrinhos 1
O que mais deve ser feito para evitar problemas com legibilidade?
O protocolo do Ministério da Saúde que trata sobre o tema traz as
seguintes recomendações:
• Evitar a prescrição no verso da folha! Por que evitar? Essa conduta pode
favorecer a omissão da administração do medicamento, podendo interferir
no tratamento do paciente. No âmbito hospitalar, não é comum a continuida-
de da prescrição de medicamentos na folha do verso, o que pode gerar falha
na dispensação e na administração de medicamentos e, consequentemente,
na terapia do paciente. Ao invés de prescrever no verso ou em outros cam-
pos não usuais, os itens devem ser adicionados em uma nova folha, como no
exemplo mostrado a seguir.
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Figura 7 – Prescrição hospitalar com dados acrescidos em nova folha.
PRESCRIÇÃO HOSPITALAR
Nome do hospital
Nome completo do paciente sem abreviatura
Número do prontuário ou registro do atendimento
Enfermaria/apartamento
Andar/ala
Leito
Data
Dados do prescritor
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Então qual seria a melhor forma de evitar erros de legibilidade?
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QUAL DEVE SER A DENOMINAÇÃO
DE MEDICAMENTOS?
• Sistema métrico:
O que mais pode ser feito para que a dose possa ser expressa de manei-
ra segura? Que tal começando evitando o uso da vírgula? Mas por que a
vírgula merece tanta importância?
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vertendo as 0,5 g em 500 mg, como num passe de mágica!
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COMO EVITAR FALHAS ENVOLVENDO MEDICAMENTOS COM GRAFIA E
SOM SEMELHANTES?
• CefaLOTina e CefaZOLina;
• BETAmetasona e DEXAmetasona;
• ClomiPRAMINA e ClorproMAZINA.
INDICAÇÃO DE ALERGIA
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A PRESCRIÇÃO DOS MEDICAMENTOS
DE ALTA VIGILÂNCIA
História em quadrinhos 2
Mas você, a essa altura, deve estar imaginando “Como vou saber quais
são todos os medicamentos de alta vigilância?” Para facilitar a adesão
a esse processo, as unidades de saúde deverão divulgar a sua lista de
MAV que constam na relação de medicamentos padronizados, além
de outros dados importantes que visam à segurança no processo de
utilização desses fármacos.
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AULA 3 – Cuidados nas
prescrições de
medicamentos injetáveis
Como vimos, a prescrição segura é formada pela conjunção da clareza
de dados e por barreiras específicas para a prevenção de incidentes rela-
cionados a medicamentos. No caso dos medicamentos administrados
pela via parenteral, os injetáveis, particularmente, exigem atenção espe-
cial quando prescritos, pois seu efeito pode ser instantâneo, dependen-
do da via administrada.
DESCREVENDO A POSOLOGIA
DE FORMA CLARA
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CLAREZA QUANTO À DILUIÇÃO DOS MEDICAMENTOS
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Por isso, meu caro, é extremamente importante a descrição clara da
velocidade de infusão na prescrição, levando-se em consideração evi-
dências científicas sólidas, além das recomendações do fabricante. Esse
cuidado é fundamental na minimização de eventos adversos!
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AULA 4 – O que mais pode ser
evitado nas prescrições?
Depois de você ter visto tantas recomendações sobre os dados preco-
nizados para uma prescrição segura, eu chamo sua atenção para o que
deve ser evitado, pois agindo dessa forma, é possível garantir maior qua-
lidade ao processo.
Isso não quer dizer que essas expressões não podem ser utilizadas, mas
que necessitam de informações complementares para que toda a equipe
entenda com clareza o comando, resultando em segurança ao paciente.
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USO DE SIGLAS E ABREVIATURAS NA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS
Agora, vamos fazer um teste! Tente adivinhar o que significam estas siglas:
História em quadrinhos 3
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Do mesmo modo, a prescrição verbal também pode ocasionar esse mes-
mo viés, mas quem perde o jogo é o paciente. Por isso esse modo de
prescrição deve ser restrito às situações de urgência/emergência, deven-
do ser validada no prontuário pelo prescritor assim que possível.
Mesmo nas situações em que a prescrição verbal for necessária, ela deve
contemplar o nome, a dose e a via de administração do medicamento
de forma clara. O profissional que receber a ordem verbal deve fazer
a confirmação verbal desses dados a fim de evitar erro de medicação
(BRASIL, 2013). Vejamos o que pode acontecer quando não tomamos
esses cuidados.
Veja bem, prescrever de modo seguro é mais fácil do que parece. Para
prescrever medicamentos trazendo segurança ao paciente, basta seguir
os seguintes passos:
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Fonte: Adaptado de BRASIL (2013).
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REFERÊNCIAS
ASPDEN, P. et al. Preventing medication errors: quality chasm series.
Washington, DC: Institute of Medicine, 2007.
GIMENES, F. et al. Patient safety in drug therapy and the influence of the
prescription in dose errors. Revista latino-americana de Enfermagem,
São Paulo, v. 18, n. 6, p. 1055–1061, 2010.
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