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Supervisão de sistemas de automação utilizando

computação em nuvem
Jaime Alvarenga Santos & João Paulo Carvalho Henriques

Abstract – This article aims to present the implementation of são importantes na tomada de decisões será feito de forma
a supervisory automation system that uses a cloud database for remota.
data storage and decision making. A brief background about Os métodos para desenvolver a aplicação proposta tratam
supervisory systems, cloud computing and the advantages and de amostrar as entradas analógicas dos CLP’s (Controladores
disadvantages of this application will also be discussed.
Lógicos Programáveis), ao qual, sensores conectados
Keywords: Cloud computing, database, supervisory systems.
disponibilizam informações do processo.
Resumo – Este artigo tem como objetivo apresentar a O sistema supervisório recebe as informações dos CLP’s
aplicação de um sistema supervisório de automação que utiliza de através da comunicação OPC (OLE for Process Control, onde
um banco de dados na nuvem para armazenamento de dados e OLE significa “Object Linking and Embedding”) e armazena
tomada de decisões. Um breve contexto sobre sistemas em um banco de dados SQL (Structured Query Language ou
supervisórios, computação em nuvem e as vantagens e Linguagem de Consulta Estruturada), através de uma
desvantagens desta aplicação também serão discutidos. tecnologia chamada ADO (ActiveX Data Object) utilizando
Palavras-Chave: Banco de dados, computação em nuvem, scripts do supervisório.
sistemas supervisórios. O sistema de supervisão apresenta uma interface gráfica,
na qual, são monitoradas as informações recuperadas do banco
I. INTRODUÇÃO de dados através de linguagem de programação estruturada,
implementadas em objetos de consulta no supervisório.
Atualmente, os estudos que abordam a teoria de controle e As seções subsequentes irão apresentar um pouco mais
automação industrial estão sendo implementados com sobre os principais sistemas que compõem a aplicação. O item
sistemas computacionais que fazem o tratamento da 2 abordará a definição sobre sistemas supervisórios, sua
informação. Se no passado o tratamento era restrito a arquitetura e aplicação em ambientes industriais. O item 3
dispositivos físicos e controles mecânicos, agora se pode abordará o conceito sobre banco de dados, sistema gerenciador
analisar a informação em mais detalhes, para avaliar o estado e o planejamento do mesmo em projetos de controle
do sistema e programar uma decisão com recursos de controle supervisório. No item 4 serão discutidas as definições, os
do fluxo dessa informação. modelos de serviço, implantação e as características essenciais
Este trabalho tem por finalidade apresentar uma nova da computação em nuvem. No item 5 serão apresentados
forma de aplicação para a aquisição de dados em sistemas detalhes de como foi desenvolvida a aplicação proposta e os
industriais, em que as informações são armazenadas no banco resultados obtidos, e finalmente, no item 6, serão apresentadas
de dados hospedado em nuvem e são apresentadas ao usuário as conclusões finais.
através de uma página web escrita em linguagem de script,
que conecta ao banco de dados. O aplicativo web também é II. SISTEMA SUPERVISÓRIO
um recurso da plataforma em nuvem e o usuário acessa os
dados por um navegador (browser). Os setores de automação industrial utilizam tecnologias de
A computação em nuvem é uma forte tendência no ramo computação e comunicação para automatizar a monitoração e
da informática. É um modelo de serviço baseado no uso, ou controle dos processos industriais, efetuando coleta de dados
seja, o usuário paga somente por aplicação utilizada, não em ambientes dispersos. [2], [3]
havendo necessidade de investir em infraestrutura. A idéia é Devido à complexidade de alguns sistemas automatizados,
utilizar o serviço disponibilizado em qualquer lugar, fez-se necessário o uso de uma interface que possibilitasse
independente da plataforma, e com a mesma facilidade de maior facilidade de acesso e controle desses sistemas e com o
acessar a internet por computadores pessoais. [1] Dessa forma menor tempo possível. Surgiu então um modo de apresentação
os usuários poderão analisar em tempo real e de forma fácil gráfica amigável, os sistemas supervisórios, também
todas as variáveis envolvidas no processo industrial. denominados de SCADA (Supervisory Control and Data
Na tecnologia em nuvem, o banco de dados deixa de Aquisition). [2]
compor servidores locais para se tornar uma mídia interligada Os sistemas supervisórios são compostos por um ou mais
à internet. Logo, o acesso à manipulação de informações que computadores executando softwares específicos de supervisão
que possibilitam a monitoração, operação, controle à distância
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de e em tempo real, seja de uma planta e/ou processo industrial.
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado [2], [3]
de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas Eletroeletrônicos, Automação
e Controle Industrial. Orientadores: Prof. João Paulo de Carvalho Henriques e Os sistemas SCADA de maneira geral são compostos pela
Prof. Renzo Paranaíba Mesquita. Trabalho aprovado em 07/2015. estação central (computador) interligada a um sistema de
controle, no qual, são conectados os componentes físicos, Os sistemas supervisórios na maioria dos casos podem
também denominados de elementos de campo, pois estão em operar em dois modos: [2]
contato com a linha de produção. A Figura 1 apresenta a
arquitetura de hardware típica do sistema SCADA. [4]  Modo de Desenvolvimento: é criada a parte gráfica
e onde as tags são associadas aos objetos gráficos que
representam a planta a ser operada no Modo seguinte.

 Modo Run Time: é representado pelo ambiente


desenvolvido no Modo anterior e a partir deste é possível fazer
a interação com o CLP em tempo real.

Através do Modo Run Time o operador pode executar


comandos sobre o processo, tais como, manobras, iniciar ou
finalizar tarefas e em especial a forma como lidar com os
alarmes.
Os dados que são coletados via CLP ainda podem ser
armazenados em um banco de dados, e através do mesmo é
possível fazer estimativas de produção baseado no histórico
das informações, possibilitando análises e ações de melhoria
no futuro.
A arquitetura de um sistema SCADA pode apresentar
Figura 1. Arquitetura de um sistema SCADA. [4]
equipamentos de diferentes fabricantes. A falta de
padronização entre os hardwares ocasiona a não
A arquitetura possui um barramento de comunicação
interconectividade entre os mesmos. Assim, a tecnologia OPC
composto por diversos protocolos que efetuam a interação
que é um protocolo de comunicação, mantido pela OPC
entre os equipamentos, sejam eles do mesmo ou de diferentes
Foundation (OPC-F), estabelecida em 17 de outubro de 1996
fabricantes. [4]
em Chicago, nos Estados Unidos, permite que equipamentos
Os dispositivos de campo são responsáveis por coletar e
de diferentes fabricantes troquem informações sem
transmitir os dados ou variáveis do processo real referentes
interrupção. [5], [6]
aos processos monitorados, convertendo parâmetros físicos
A Figura 2 exibe a comunicação entre o software padrão e
como pressão, temperatura, vazão, em sinais padrão para o
dispositivo industrial. O OPC é implementado em pares:
CLP. [3]
Cliente e Servidor. O servidor OPC é um software responsável
Os CLPs executam a manipulação dos dados, ou seja, toda
por converter o protocolo de comunicação do hardware que é
a parte de controle através de instruções escritas em linguagem
controlado pelo CLP em protocolo OPC. O cliente é a
de programação pelos usuários. Isto para programar funções
interface que através do servidor comunica com o hardware,
específicas, tais como, lógica sequencial, registro e controle de
enviando comandos ou obtendo informações. [7]
tempos, contadores e operações aritméticas, por meio de
módulos de entrada/saída analógica ou digital determinando
quais ações as máquinas do processo realizarão. [2] [4]
O computador central que possui o software de supervisão
recebe os sinais vindos do CLP referentes aos eventos e
alarmes do processo. Um evento pode indicar se um
determinado circuito está ligado ou desligado, aberto ou
fechado. Os alarmes podem conter dados analógicos,
representados por uma variável, por exemplo, de nível.
Quando o valor da variável não se encontra entre as faixas de
máximo e mínimo estabelecidas, o computador interpreta Figura 2. Comunicação entre software padrão e chão de fábrica. [7]
como um alarme e informa o operador. [2]
O acesso da estação geralmente é feito apenas ao CLP Por ser um padrão aberto, viabiliza os custos para os
master, o qual prepara uma tabela do status das variáveis e a fabricantes de hardware que precisam fornecer um único
entrega ao supervisório que, de posse dela, poderá ou não servidor para seus dispositivos comunicarem com qualquer
promover uma interferência no decorrer do processo, cliente OPC. Os fornecedores de software adequam os
alterando os parâmetros de controle de algum equipamento da recursos do cliente em seus produtos e estes se tornam
planta. [4] compatíveis aos dispositivos. Fica a critério do usuário
Toda a leitura adquirida na central é transformada em escolher qualquer software cliente que este estará ápto a trocar
informações visuais e apresentada ao operador por uma informações. [7]
unidade de visualização gráfica ou IHM (Interface Homem- O cenário de conexão OPC não se restringe somente a
Máquina) em forma de ícones ou figuras para a consulta cliente e servidor, como apresentado na Figura 2, mas também
instantânea dos parâmetros e os valores reais de campo. [2] pode ser conectado um cliente OPC para vários servidores
(agregação OPC), um cliente para um servidor através de uma acessos não autorizados ou maliciosos. E a manutenção visa
rede (encapsulamento OPC), e/ou um servidor para outro manter o funcionamento de um sistema de banco de dados por
servidor OPC (ponte). [7] vários anos. Essas são importantes funções do SGBD. [8]
A junção do software SGBD com o banco de dados resulta
III. BANCO DE DADOS no sistema de banco de dados. A Figura 3 mostra este sistema
de acesso ao banco de dados cujo objetivo é registrar e manter
O uso de banco de dados se tornou uma prática muito a informação, permitindo aos usuários executarem as funções
comum e importante no cotidiano da sociedade, por exemplo, do sistema de gerenciamento. [8]
ao fazerem reservas em um hotel ou na compra online de
passagens aéreas, pela página web das empresas, onde um
programa de computador ou pessoa deve acessar um banco de
dados para consultar e/ou atualizar os recursos de
disponibilidade tanto das reservas como das passagens. Nestes
casos, há também a possibilidade de salvar o cadastro de
identificação do comprador no datacenter, a fim de facilitar
uma solicitação futura, evitando assim, um novo registro. E
tudo isso de maneira segura, rápida e moderna. Atividades
como esta são denominadas aplicações tradicionais de banco
de dados, cujas informações estão em forma de texto ou
números. [8]
Em processos industriais de médio e grande porte é
comum o uso de sistemas de armazenamento e recuperação de
dados. O banco de dados é utilizado para armazenar as
informações do projeto referentes aos históricos, fórmulas e
alarmes que são recebidos pelo sistema SCADA. [2]
Elmariz e Navathe (2005) [8] generalizam quanto à
definição do que vem a ser o banco de dados. Trata-se de
“uma coleção de dados relacionados. Os dados são fatos que
podem ser gravados e que possuem um significado implícito. Figura 3. Sistema de banco de dados. [8]
Um banco de dados possui algumas fontes das quais os dados
são derivados, alguns níveis de interação com os eventos do Existem três classes de usuários que fazem uso do sistema
mundo real e um público efetivamente interessado em seus de banco de dados. A primeira delas é o programador, cuja
conteúdos. ” Segundo Date (2003) [9] o banco de dados “pode função é desenvolver os programas de aplicação que utilizam
ser considerado como o equivalente eletrônico de um armário o banco de dados para atualizar, recuperar, criar ou realizar
de arquivamento, ou seja, ele é um repositório ou recipiente qualquer outra atividade através de solicitações emitidas ao
para uma coleção de arquivos de dados computadorizados. Os SGBD. [8]
usuários de um sistema podem realizar (ou melhor, solicitar Em seguida tem a classe do usuário final que tem acesso
que o sistema realize) diversas operações envolvendo tais ao banco de dados por um terminal online, utilizando uma
arquivos. ” linguagem de consulta para solicitar o programa de aplicação
Um banco de dados pode ser mantido de forma manual ou (aplicativo) escrito. Esta classe pode executar todas as
automatizado. O banco de dados automatizado pode ser criado atividades que são usuais da primeira. [8]
e mantido tanto por um conjunto de aplicativos como por um A última classe é a do Administrador do Banco de Dados
Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD). Este é uma (DBA, do inglês Data Base Administrator). É responsável por
coleção de programas que permite aos usuários operarem o manter os esquemas e mapeamentos, decidir qual o conteúdo
banco de dados. Por se tratar de um sistema de software de do banco de dados, qual a estrutura de armazenagem, servir
propósito geral, o SGBD facilita os processos de definição, como elo com os usuários, etc. [8]
construção, manipulação, compartilhamento, proteção e O sistema de banco de dados não possui somente o banco
manutenção de banco de dados entre diversas aplicações e de dados, contudo toda sua estrutura e restrições. A descrição
usuários. [8] da estrutura de cada arquivo é guardada no catálogo do SGBD,
A definição especifica os tipos de dados, as estruturas e as que contém também o tipo e o formato de armazenamento.
restrições que eles serão armazenados. A construção envolve Toda informação que é armazenada no catálogo denomina-se
as requisições de acesso ao banco de dados para armazenar em metadados e pode ser utilizado pelo software de gerência ou
determinadas mídias. A manipulação possui a função de pelos usuários. [8]
recuperar um dado específico, atualizar o banco de dados e Na visão de Date (2003) [9] “os sistemas de bancos de
gerar os relatórios. O compartilhamento possibilita aos dados oferecem diversos benefícios, dos quais um dos mais
diversos usuários acessar os mesmos recursos, em tempos importantes é a independência de dados. A independência de
iguais, porém podendo usá-los para diferentes finalidades. A dados pode ser definida como a imunidade de programas de
proteção atua tanto nas falhas do sistema como em oposição a aplicações a alterações no modo de armazenamento físico dos
dados e na forma de obter o acesso a eles. ”
A implementação de bancos de dados viabiliza o processo
produtivo e resulta em lucratividade direta ou indiretamente
para empresas e serviços.
Em sistemas industriais um banco de dados é utilizado
para tratar as tags usadas no sistema supervisório. Para o
planejamento e elaboração desse banco de dados são
necessárias algumas informações, as quais são apresentadas
por Moraes e Castrucci (2007) [2]:

 Diagramas de instrumentação da planta;


 Lista de endereços dos dados ou endereços de
registradores no CLP;
 Possíveis alarmes.
Figura 4. Visão geral de uma nuvem computacional. [10]
Segundo eles é necessário também seguir alguns
procedimentos antes de montar o banco de dados com os tipos
A. Características
das variáveis (digital, analógico ou string): [2]
Algumas importantes vantagens, destacadas também como
 Escolher a velocidade de varredura das variáveis;
características essencias que as soluções em nuvem oferecem
 A escolha dos nomes das variáveis deve seguir uma são descritas abaixo: [1], [10]
lógica de acordo com seu significado físico e o seu padrão de
codificação. Variáveis que não possuam um significado ou
 Serviços sob demanda: os clientes fazem a
que só são familiares para quem às projetou podem tornar
requisição dos serviços conforme suas necessidades sem que
desastrosas uma futura manutenção do sistema ou alguma
haja intervenção da parte técnica dos provedores. O hardware
correção;
e software podem ser modificados para que cada usuário
 Agrupar as variáveis de maneiras significativas, personalize o seu ambiente computacional.
como por exemplo, agrupar todos os equipamentos similares
ou áreas dentro de uma planta.
 Amplo acesso a rede: como mostra a Figura 4, os
recursos da nuvem são disponibilizados através da rede,
IV. COMPUTAÇÃO EM NUVEM
estando acessíveis por smartphones, tablets ou estações de
trabalho com acesso à internet.
A computação em nuvem ou cloud computing tem
ganhado destaque nos estudos na área de TI (Tecnologia da
 Alocação de recursos: para servir os múltiplos
Informação), por revolucionar a infraestrutura do setor de
consumidores ao mesmo tempo, os recursos computacionais
informática.
do provedor, sejam eles virtuais ou físicos são organizados em
É uma abordagem recente, que se refere à utilização de
pool, usando o modelo multi-inquilino. É possível especificar
mídias digitais interligadas através da internet, com o objetivo
a localidade do recurso em um nível mais alto de abstração,
de prover serviços sob demanda aos usuários com pagamento
por exemplo, país, estado e datacenter.
baseado no uso, assim como os de utilidade pública (água, luz,
etc), ou seja, é cobrado pela quantidade que está sendo
utilizada e cada fornecedor tem a sua política de tarifação. A  Elasticidade rápida: os recursos podem ser
tendência é atingir tanto o cliente comum como empresas que adquiridos de maneira elástica e rápida e, em alguns casos,
utilizam a plataforma computacional de terceiros. [1] automática, conforme a demanda. Para o consumidor a
O termo nuvem é uma metáfora e está relacionado ao capacidade de crescimento parece ser ilimitada.
acesso às informações e serviços serem feitos remotamente via
sistema global de redes de computadores. [1] A Figura 4  Serviço medido: o uso de recursos é controlado e
apresenta uma visão geral dos serviços de tecnologia que a delimitado por uma capacidade de medição, conforme o tipo
computação em nuvem proporciona. [10] de serviço, tais como, processamento, armazenamento,
ocupação da banda. A cobrança geralmente é baseada neste
quesito.

B. Modelos de serviços

Os serviços em nuvem podem ser divididos em três


principais categorias que definem um padrão de arquitetura
para suas soluções. São elas: [1], [10]
 Software como um Serviço (SaaS - Software as a
Service): o provedor fornece o uso de software para os
usuários através de navegadores de internet ou programas
específicos. A infraestrutura, incluindo rede, servidores,
sistemas operacionais ou área de armazenamento não é
administrada e nem controlada pelo cliente e os
desenvolvedores proporcionam a inovação desses sistemas de
software. Por ser um software via web, este pode ser acessado
de qualquer lugar e a qualquer momento. Dentre os
fornecedores de SaaS destacam-se Google Docs e Customer
Relationship Management (CRM) da Salesforce.

 Plataforma como um Serviço (PaaS - Platform as a


Service): o modelo PaaS é responsável por fornecer a
infraestrutura para implementar e testar as aplicações na
nuvem. Nela o usuário tem o controle apenas sobre as
aplicações implantadas e as ferramentas de configuração Figura 5. Modelos de Serviço da Computação em Nuvem. [10], [11]
presentes na plataforma, ele dispõe do sistema operacional,
linguagens de programação e o ambiente para o Um dos elementos principais relacionados à SaaS é o
desenvolvimento, auxiliando a implementação de sistemas de conceito de multi-inquilino. Vários inquilinos podem utilizar
software. Como exemplos de PaaS pode-se citar o Amazon simultaneamente o mesmo software, aplicações, dados,
Web Services (AWS) e o Microsoft Azure. metadados e serviços. Em vista deste fato, o provedor deve
aplicar políticas para segmentação, isolamento, governança,
 Infraestrutura como um Serviço (IaaS - níveis de serviço, modelos de cobrança e restituição, com o
Infrastructure as a Service): é responsável por fornecer toda a intuito de disponibilizar os mesmos recursos para o maior
infraestrutura para o SaaS e PaaS e todos os recursos que os número de usuários possíveis. [1], [11]
compõem. Tem como objetivo facilitar a distribuição dos
recursos, tais como, área de armazenamento, rede e outros C. Banco de Dados como um Serviço
recursos computacionais relevantes para instalação e execução
de programas arbitrários, incluindo sistemas operacionais e O banco de dados como um serviço (DBaaS - DataBase as
aplicações. Como nos modelos anteriores, o usuário não a Service) é uma especialização do SaaS, conforme exibido na
administra e também não controla a infra da nuvem, porém Figura 5. Este é um modelo que considera a utilização de
possui controle sobre os sistemas operacionais, banco de dados para o armazenamento em nuvem. [11]
armazenamento e aplicativos implantados, e eventualmente, Vários serviços são disponibilizados na nuvem e o SGBD
seleciona componentes de rede, tais como firewalls. Amazon pode ser um deles. Diferente do gerenciamento tradicional
Elastic Compute Cloud (EC2) e Simple Storage Service (S3) retratado no capítulo III, que apresenta certas limitações, o
são exemplos de IaaS. novo sistema DBaaS tem sido preterido por grandes empresas.
[12]

Definido o padrão de arquitetura para as soluções, resta De acordo com Elmariz e Navathe (2011) [12] um dos
classificar as responsabilidades que cada qual deve exercer. A problemas do sistema tradicional é “a falta de suporte para
Figura 5 adaptada de Souza, Moreira e Machado (2010) [10] e particionamento dinâmico eficiente de dados, o que limitou a
Grezele (2013) [11] destaca os importantes papéis escalabilidade e a utilização de recursos. ”
desempenhados pelos diferentes usuários (incluindo provedor O DBaaS surgiu como um novo modelo para a gestão de
e desenvolvedor). dados em ambientes corporativos, em que o fornecedor
O provedor é o elemento chave que disponibiliza, gerencia hospeda um banco de dados, o qual, possui escala otimizada e
e monitora todas as soluções de computação em nuvem. O alta disponibilidade de armazenar dados até alcançar o limite
desenvolvedor e o usuário final não se envolvem nestas suportado pelo centro de dados principal (datacenter). Os
atividades. [10] inquilinos contratam os serviços e possuem acesso a
É de responsabilidade do desenvolvedor utilizar da mecanismos para criar, armazenar e consutar o banco de dados
plataforma e da infraestrutura para o desenvolvimento rápido localizado no provedor, e este deve garantir todo o suporte
de softwares com propósito específico. Já o usuário final integrado para obter as informações, como disponibilidade,
realiza a interação, controlando as aplicações implantadas e desempenho, e a qualidade. [11], [12] A Figura 6 apresenta uma
hospedadas na infra. [10] estrutura DBaaS. [1]
Um sistema de banco de dados como este, que possui
vários usuários, deve oferecer uma estrutura que seja possível
ampliar sua base para suportar múltiplos programas
aplicativos/consultas em diferentes regiões geográficas. Ele
também deve ser capaz de realizar esta ação enquanto o banco
de dados está em execução, sem a intervenção do provedor V. APLICAÇÃO E RESULTADOS
para que o serviço não seja afetado. [1]
Além de oferecer um modo simples de interação e
monitoramento das informações de uma planta, os modelos de
supervisão de sistemas de automação têm identificado a
necessidade de armazenar os dados para análises e ações de
melhoria no futuro, influenciando na tomada de decisões, no
controle de qualidade, na manutenção, nas estimativas de
produção e em outros posicionamentos no chão de fábrica,
baseado no histórico das informações do banco de dados.
A aplicação desenvolvida apresenta um processo para
aquisição de temperatura e seu armazenamento em um banco
de dados na nuvem, bem como a seleção das informações
armazenadas, envolvendo métodos convencionais que utilizam
as técnicas de automação e métodos alternativos como o
tratamento de informações através de soluções
computacionais.
A Figura 7 ilustra o diagrama de blocos dos elementos do
sistema.
Figura 6. Banco de dados como um serviço. [1]

Em contradição as facilidades e benefícios que a categoria


DBaaS oferece, fica em questão o quão confiável são os meios
para manter o sigilo das informações. Apesar de o provedor
não expor os dados dos clientes, ele possui as técnicas
responsáveis pela proteção da informação que o mesmo
utiliza. Neste caso o usuário fica dependente dos serviços de
confiabilidade do provedor. [11]
Um exemplo de banco de dados SQL é um dos serviços
integrados oferecidos pela plataforma em nuvem Azure,
desenvolvida pela Microsof, e que foi utilizado neste trabalho
para a aplicação proposta. É um banco de dados relacional
como um serviço (DBaaS), ou seja, é um gerenciador e
servidor de banco de dados que utiliza de ferramentas para
implantar e gerenciar os bancos locais e na nuvem. O termo
relacional indica que o banco possui relacões entre seus dados Figura 7. Diagrama de blocos do sistema.
(tabelas de valores, entidades). As tabelas e outros
construtores que pertencem à mesma aplicação são agrupados. O sistema possui dois sensores PT-100 que medem os
[8], [14], [15]
valores de temperatura, e através de um transmissor converte a
A plataforma inclui também soluções web que permite aos variação de resistência elétrica em um sinal padrão de
desenvolvedores compilar, implantar e gerenciar sites usando automação, neste caso 4 a 20 mA.
as linguagens .NET, NodeJS, PHP, Python e Java. [14] A cada CLP, foi disponibilizado um endereço IP (Internet
A linguagem SQL que se tornou padrão para os bancos de Protocol) para identificá-los na rede, então foram conectados a
dados relacionais, utiliza as funcionalidades da álgebra e do um switch por um cabo Ethernet e implementados como um
cálculo relacional, importantes na otimização de consultas no servidor OPC. O servidor interpreta os dados dos sensores, e
SGBD. Inicialmente sua versão original foi chamada de os fornece em forma de tags no padrão OPC. As tags são
SEQUEL (Structured English QUEry Language – Linguagem importadas para o driver OPC no supervisório, no caso o
de Pesquisa em Inglês Estruturado) e implementada pela IBM software E3 Studio desenvolvido pela Elipse software que
(International Business Machines). A última versão foi passa a atuar como um cliente OPC (instalado em um
chamada de SQL3, porém é mais conhecida como SQL-99. [8] desktop). O E3 Studio possibilitou monitorar os status das
A SQL abrange comandos para definição dos dados, entradas analógicas por interfaces gráficas, atualizando o
consultas, atualizações e funcionalidades para reforçar a banco de dados e exibindo as informações em tempo real. [16]
segurança e autorizações para as definições de restrições de A Figura 8 apresenta o esquema de ligação da montagem
integridade e controle de transação. Por ser uma linguagem prática realizada.
flexível, os comandos SQL podem ser descritos juntamente
com outras linguagens de programação como Java, COBOL
ou C/C++. [8]
Com o SCADA 1 configurado como cliente OPC e
conectado à internet via rede cabeada, a implementação do
SCADA 2 para a consulta tornou-se mais simples, pois foi
necessário fazer apenas a conexão com o servidor do banco de
dados, criar um E3Browser, inserir o objeto consulta no
mesmo e executar o comando para recuperar os dados na
nuvem. Esta estação de supervisão executou a leitura dos
dados armazenados com acesso à rede mundial via Wi-Fi.
Por meio de um tablet, abriu-se um navegador e foi
realizado o acesso à página web implantada, cuja URL
(Uniform Resource Locator) é
“www.consulta.azurewebsites.net.” A conexão do tablet
também foi feita pela rede sem fio, caracterizando um acesso
Figura 8. Montagem prática da aplicação. remoto.
As Figuras 9 e 10 mostram as telas gráficas dos
No E3 Studio (SCADA 1) foi configurado um histórico dispositivos utilizados para a monitoração do histórico no
para criar uma tabela dentro do banco de dados, cujo banco de dados.
armazenamento das tags da aplicação foi definido por tempo,
ou seja, a cada cinco segundos. Para a tabela foram criadas
três variáveis:

 E3TimeStamp: tempo real;


 TempCLP1: valor da temperatura medida pelo sensor
do CLP1, em °C;
 TempCLP2: valor da temperatura medida pelo sensor
do CLP2, em °C.

Para a conexão com o servidor do banco de dados em


nuvem, o supervisório utiliza a tecnologia ADO. O ADO é
utilizado nos scripts do E3 para todo tipo de operação junto ao
banco de dados. Ele é um conjunto de objetos COM
(Component Object Model) criado para acessar informações
de um SGBD usando OLE DB (DataBase).
A plataforma em nuvem Azure foi utilizada para hospedar
o banco de dados do sistema, sendo que dentre as opções de
servidores espalhados pelo mundo, foi escolhido um no Sul do
Brasil para alocação. Outro recurso utilizado no Azure foi o de
criar e implantar um aplicativo web, que é uma página escrita
em linguagem PHP (Personal Home Page) [17], através da
ferramenta WebMatrix desenvolvida pela Microsoft [18], em
que os recursos são disponibilizados em ambiente Windows.
Esta foi uma alternativa para conectar no banco de dados e
apresentar as informações em tempo real, sendo que o acesso
foi realizado por um navegador. O servidor que hospeda a
página é o mesmo do banco de dados, pois a proposta era que
o delay imposto no sistema fosse o menor possível.
Criou-se no sistema supervisório um objeto denominado
E3Browser, em formato de tabela, para a visualização dos
dados armazenados. Outra forma de visualizar os dados foi
através do objeto E3Chart que exibe um gráfico com as tags
variando em tempo real. O E3Browser e o E3Chart utilizam o
ADO para recuperação dos dados no banco de dados.
Para os testes de verificação de escrita e leitura no banco Figura 9. Tela do supervisório local SCADA 1.
de dados, foi implementado um segundo supervisório
(SCADA 2) utilizando um notebook (com o E3 Studio já
instalado), para funcionar remotamente. O SCADA
apresentado na Figura 8 é o local (pode ser instalado na sala
de controle de uma empresa), pois está interligado aos CLP’s.
Os resultados demonstraram que a leitura e escrita dos
dados foram feitas de modo eficaz, tanto pelos supervisórios
como também pela página web. O acesso a esta página foi
feito pelo tablet, porém esta também poderia ser conectada
através de um smartphone ou desktop. Assim como para o
SCADA remoto foi utilizado um notebook, qualquer outro
dispositivo com acesso à internet e que tenha o software de
supervisão instalado realizaria a leitura no banco de dados. Por
ser um software via web, os recursos de banco de dados e
aplicativo web oferecidos pela plataforma em nuvem,
possibilitaram maior mobilidade de acesso via dispositivos
conectados à internet.
Os usuários terão mais vantagens com a utilização deste
modelo apresentado, pois contratam os serviços e possuem
acesso para criar, armazenar e consultar os recursos oferecidos
pelo provedor, sem se preocupar com uma infraestrutura
complexa, somente com o foco na aplicação. O fornecedor
fica responsável pelo gerenciamento, garantindo todo suporte
necessário. Portanto, a adoção dessa infraestrutura resultará
em eficiência operacional, agilidade, melhores serviços e
Figura 10. Telas do supervisório remoto SCADA 2 e da página web via menores custos, pois os consumidores não precisarão manter
Tablet. as redes, servidores, datacenters, etc.
Por outro lado, pode haver certo desconforto por parte das
Nas Figuras 9 e 10 nota-se que as consultas foram feitas empresas e usuários em ter seus bancos de dados com todas as
simultaneamente e em tempo real com atualização definida em informações aos cuidados de uma terceira. O usuário fica
intervalos de cinco segundos, conforme configurado nos dependente dos serviços de confiabilidade do provedor.
supervisórios. Acredita-se que os desafios das futuras aplicações serão
Este sistema ficou em execução por aproximadamente uma voltados para uma maior consistência e segurança dos dados
hora e o armazenamento no banco de dados foi de 4,38 MB nos serviços em nuvem.
(Megabytes). E a principal desvantagem que o uso desta tecnologia
apresenta é que os acessos ao banco de dados somente são
VI. CONCLUSÃO feitos se houver cobertura e disponibilidade de internet no
local determinado.
Este trabalho apresentou uma forma de aplicação na
supervisão de sistemas de automação em que as informações REFERÊNCIAS
coletadas em campo são armazenadas em um banco de dados
utilizando plataforma em nuvem. Uma alternativa para a [1] F. R. C. Sousa, L. O. Moreira, J. A. F. d. Macêdo, J. C. Machado,
monitoração das informações em tempo real que é comum “Gerenciamento de Dados em Nuvem: Conceitos, Sistemas e Desafios,”
serem feitas nos sistemas supervisórios, foi à implantação de em SWIB, Belo Horizonte, 2010.
um aplicativo web que conecta ao banco de dados e realiza a [2] C. C. de Moraes, P. d. L. Castrucci, Engenharia de automação industrial,
leitura do histórico, sendo este recurso, também oferecido Rio de Janeiro: LTC, 2001, pp. 81–90.
como um serviço em nuvem. [3] P. S. M. Pires, L. A. H. G. d. Oliveira, D. N. Barros, “Aspectos de
segurança em sistemas SCADA - Uma visão geral,” Controle &
Nesta aplicação os dados de temperatura foram Instrumentação, nº 104, Maio 2005.
armazenados no banco de dados, mas poderiam ser escritas [4] L. A. Jurizato, P. S. R. Pereira, “Sistemas Supervisórios,” Network
informações de fórmulas e/ou alarmes, possibilitando análises Technologies, vol. 1/2, pp. 105-114, 2002/2003.
e ações de melhoria no futuro. [5] D. F. Ribeiro, Leandro, R. d. Anjos, “Utilização do drive OPC na
Neste processo foram observados alguns momentos de integração de sistemas de automação industrial,” apresentado em
delay na apresentação dos valores de temperatura medidos, Seminário Nacional de Sistemas Industriais e Automação, Belo
Horizonte, MG, 2008.
tanto nas tabelas dos SCADA’s como na página web. Porém
para esta aplicação esse atraso é visto de maneira desprezível, [6] OPC Foundation, “What is OPC?,” OPC Foundation, [Online].
Disponível: opcfoundation.org/about/what-is-opc/. [Acesso em 4
já no caso de ambientes industriais de grande porte, pode ter Fevereiro 2015].
certo impacto dependendo da qualidade do sinal de internet e [7] OPC DataHub, “What is OPC?,” Cogent Real-Time Systems, 1995.
sabendo que a quantidade de dados a serem tratados é extensa. [Online]. Disponível: www.opcdatahub.com/WhatIsOPC.html. [Acesso
A troca de dados entre sistemas e equipamentos possui em 4 Fevereiro 2015].
como barreira a diversidade de protocolos entre os [8] R. Elmasri, S. B. Navathe, Sistemas de Banco de Dados, São Paulo:
componentes. Como visto nesta aplicação, a Pearson Addison Wesley, 2005, pp 3-149.
interoperabilidade entre os controladores e o supervisório pode [9] C. J. Date, Introdução a Sistemas de Bancos de Dados, São Paulo:
ser obtida por meio da tecnologia OPC. Elsevier, 2003, pp. 870.
[10] F. R. C. Souza, L. O. Moreira, J. C. Machado, “Computação em Nuvem:
Conceitos, Tecnologias, Aplicações e Desafios,” apresentado em
ERCEMAPI, Parnaíba, PI, 2009.
[11] F. Grezele, “Segurança em serviços de banco de dados em nuvem:
controles para acordos de níveis de serviços,” Mestre. Dissertação,
Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico,
Florianópolis, SC, 2013.
[12] E. L. S. X. Freitas e F. d. Souza, “Banco de Dados em Nuvem: Um
Modelo para Garantia de Consistência dos Dados,” apresentado em
Simpósio Brasileiro de Banco de Dados - SBBD 2013, Recife, PE, 2013.
[13] R. Elmasri, S. B. Navathe, Sistemas de Banco de Dados, São Paulo:
Pearson Addison Wesley, 2011.
[14] Microsoft, “Azure,” Microsoft, [Online]. Available:
www.microsoft.com/azure. [Acesso em 31 Janeiro 2015].
[15] Microsoft, “SQL Server,” Microsoft, [Online]. Disponível:
www.microsoft.com/sqlserver/pt/br/default.aspx. [Acesso em 3 Fevereiro
2015].
[16] E. software, “Sobre o E3,” Elipse software, [Online]. Available:
www.elipse.com.br/port/e3.aspx. [Acesso em 8 Janeiro 2015].
[17] W. Soares, PHP 5: Conceitos, Programação e Integração com Banco de
Dados, São Paulo: Érica, 2004.
[18] Microsoft, “Introdução ao WebMatrix,” Microsoft, [Online]. Disponível:
www.msdn.microsoft.com/pt-br/library/gg650436.aspx. [Acesso em 15
Março 2015].

Jaime Alvarenga Santos nasceu em Perdões/MG, em 21 de Dezembro de


1987. Técnico em Eletrônica pela Escola Técnica de Eletrônica “FMC”
(2005), Engenheiro Eletricista, ênfase em Telecomunicações pelo Instituto
Nacional de Telecomunicações (2012/1) e concluinte do curso de Pós-
Graduação em Engenharia de Sistemas Eletroeletrônicos, Automação e
Controle Industrial pelo Inatel (2015/1).
Toda sua formação ocorreu na cidade de Santa Rita do Sapucaí/MG, onde
também, desde Agosto de 2012, atua como Especialista em Sistemas na área
de Projetos de Sistemas Celulares no Inatel Competence Center – Laboratório
de documentação Ericsson Gestão e Serviços. Recentemente foi transferido
para o Laboratório WireLine, onde executa projetos e manutenções a nível de
software de Centrais de Programa Armazenado (CPA) que utilizam o sistema
AXE.

João Paulo Carvalho Henriques nasceu em Ouro Fino, MG, em 15 de abril


de 1983. Recebeu o título de Técnico em Eletrônica pela Escola Técnica de
Eletronica Francisco Moreira da Costa em 2001, Engenheiro Eletricista pelo
INATEL em 2006, especialista em Docência no Ensino Superior pela FGF em
2012 e Mestre em Engenharia Eletrica pela Universidade Federal de Itajubá
em 2014. Desde 2012 é professor Auxiliar do Instituto Nacional de
Telecomunicacões, onde atua com Controle de Sistemas Dinâmicos,
Controlador Lógico Programável e Sistemas Supervisórios.

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