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O TEMPLO NO RITO SCHRÖDER

Desde sua criação, o Rito Schröder tem apoiado suas fundações, sua essência e seus trabalhos
no humanismo e na simplicidade, e com o Templo do Rito não poderia ser diferente. Qualquer sala, desde que seja retangular, que esteja em
um só plano e apresente a discrição exigida pelos trabalhos maçônicos, pode ser transformada em um Templo.

Na Oficina, a porta de entrada é única e localiza-se no Ocidente. Não existem Colunas decorativas em seu interior, nem adornos e acessórios
que não tenham relação direta com o desenvolvimento da ritualística. Não são necessárias quaisquer decorações nas paredes ou no teto,
podendo estes ser simplesmente pintados de azul.

Também não existe exigência no que tange a forma ou a cor dos móveis da Loja, podendo ser o Altar e as demais mesas cobertas por uma
toalha também da cor azul.No centro da Oficina, exatamente onde se cruzam os eixos horizontal e vertical do piso, deve estar o Tapete.

Em torno do Tapete estarão três Colunas portando cada uma delas uma grande vela representando assim as três pequenas luzes da Maçonaria,
estando a Coluna da Sabedoria no Nordeste, a Coluna da Força no Noroeste e a Coluna da Beleza na metade da orla Sul do Tapete. Estas
colunas deverão ter cerca de 1,20 m de altura e conter abafadores para que sejam apagadas as pequenas luzes no encerramento dos trabalhos.

O Venerável Mestre, seu Altar, os Mestres portadores de Esquadro (Mestres Instalados) e Grandes Dignidades serão os únicos a ocuparem o
Oriente, todos os outros Irmãos, Oficiais e suas mesas ficarão no Ocidente. O 1° Vigilante fica ao lado da Coluna da Força, imediatamente junto
à porta Ocidental do Tapete e deve estar voltado para o Oriente, à sua esquerda estará o Segundo Diácono. O 2° Vigilante fica junto à Coluna
da Beleza e imediata e conseqüentemente junto à porta Sul do Tapete devendo estar voltado para o Norte (na Cerimônia de Iniciação os
Vigilantes afastam suas mesas para o bom transcorrer dos trabalhos). O Tesoureiro e sua mesa ficam no Nordeste, à direita do Venerável
Mestre e esta poderá ter dimensões para acolher também o Primeiro Diácono que ficará à esquerda do Tesoureiro. O Secretário e sua mesa
ficam no Sudeste, à esquerda do Venerável Mestre e esta poderá ter dimensões para acolher o Orador que ficará à direita do Secretário. O
Preparador ficará à direita da mesa do Secretário, ou seja, à direita do Orador. O Guarda do Templo ficará junto à porta da Loja, do lado interno
e à esquerda de quem entra. O Mestre de Harmonia sentar-se-á onde lhe for mais cômodo para a execução de seus trabalhos, sugerindo-se
que fique próximo ao Venerável Mestre ou próximo à porta da Loja, do lado interno à direita de quem entra.

No Altar do Venerável Mestre estarão as três grandes luzes da Maçonaria, Ritual, malhete e uma vela. Na mesa dos Vigilantes estarão malhete,
Ritual e uma vela. Na mesa do Tesoureiro duas velas e a esmoleira. Na mesa do Secretário duas velas, o Livro-Ata, o Livro de Presenças e os
regulamentos e estatutos da Obediência e também da Loja. Os Diáconos terão ao seu alcance cada qual um bastão com comprimento de dois
metros para circulação em Loja.

Diferentemente do que ocorre em muitos outros ritos maçônicos, o Templo no Rito Schröder não é de forma alguma uma representação do
Templo de Salomão, por esse motivo ele é desprovido de mar de bronze, colunas J e B, entre outros símbolos que são encontrados nos
Templos de outros ritos e que remetem ao conhecido Templo de Jerusalém.

No Rito Schröder o Templo de Salomão é representado por sua Planta em torno da qual todas as orientações e dimensões do Templo são
baseadas. Esta Planta é o Tapete do Rito que é estendido na abertura e recolhido no encerramento dos trabalhos e que, como supracitado,
constitui a alegoria principal da Loja ficando em seu entorno todos os demais elementos ritualísticos do Templo. O Tapete permanece aberto
durante os trabalhos e sendo ele a Planta do Templo de Salomão, deve estar no centro do Templo onde poderá ser visto e estudado facilmente
por todos os obreiros para que os trabalhos possam transcorrer sempre em boa ordem. Nesta Planta do Templo de Salomão estão contidas
todas as alegorias e ferramentas da arquitetura necessárias para o estudo, a prática e o trabalho na Obra que estamos construindo, sendo elas:
a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica, o 47° postulado de Euclides, a Régua de 24 polegadas, o Alvião, a Trolha, o Prumo, o Nível, o Esquadro, o Céu, o
Muro e as três portas do Templo, não existindo, portanto outra representação, física ou não, destes elementos na Loja.

Mas se o Templo de Salomão está presente em Loja através de sua Planta o que representa o Templo do Rito propriamente dito? As Lojas
Maçônicas na língua alemã são designadas por “Die Bauhütten”, que traduzido significa “As Oficinas”, sendo essa designação derivada das
corporações de escultores de pedra, também conhecidos como canteiros, local onde eram cultivados os “Usos e Costumes”, bem como os
conhecimentos específicos da cantaria, que não podiam ser revelados ao mundo exterior. Inicialmente, a Oficina era uma construção em forma
de barraco ao lado do canteiro de obras da construção principal, usada para a guarda dos planos de construção, dos instrumentos de trabalho
para o preparo das pedras, para reuniões dos Obreiros, para palestras e para o pagamento de salários. Depois atribuiu-se o entendimento de
Oficinas às ligas de trabalhadores que se dedicavam às edificações maiores, especialmente construções de catedrais, onde trabalhavam em
conjunto os cortadores de pedra e escultores que fixavam entre si regras próprias e se uniam em Fraternidades de Irmãos.

Os conhecimentos especiais de geometria fizeram com que os cortadores de pedra se transformassem numa sociedade fechada, onde se
desenvolveram “segredos” que procuravam ocultar dos não iniciados através de formas de reconhecimento, tais como: Palavras de Passe,
Toques, Sinais de reconhecimento, Sinais de socorro e diálogos usados e entendidos apenas por aqueles que conheciam o trabalho na pedra.
Isto se refletiu no desenvolvimento de um Cerimonial Ritualístico, cujo símbolo profundo de múltiplos significados foi o fundamento que a
Maçonaria Especulativa encontrou para ingresso dos Maçons em suas Oficinas.

Portanto, no sistema de ensino do Irmão Schröder, o Templo representa o casebre, a oficina, o barraco, a choupana onde se reúnem os
obreiros para analisarem e estudarem minuciosamente a Planta do Templo de Salomão, e com as ferramentas que lhes são dispostas
trabalharem nas Pedras Brutas, transformando-as em Pedras Cúbicas para que o esquadro da verdade se encaixe justamente e elas assim
possam contribuir com a parte que lhe foi incumbida na Obra que estamos erguendo.

No Rito Schröder, o Templo não tem a intenção de ser o Templo de Salomão pelo simples fato de que cada obreiro é seu próprio Templo em
construção e cada um deles encontra em si a Pedra Bruta cujas arestas precisam ser aparadas diariamente para que se encaixem na Obra da
Humanidade e esta possa progredir sob a direção da Sabedoria, a execução da Força e os adornos da Beleza, sendo então a reunião dos
obreiros ali na Oficina necessária apenas para que eles possam aprender em harmonia e união a trabalhar com cada ferramenta, auxiliando-se
mutuamente para a transformação de suas Pedras interiores em Pedras Cúbicas, tendo a certeza de que seus Templos interiores tornar-se-ão
sagrados e dignos da morada do Grande Arquiteto dos Universos, e conseqüentemente modelos a serem emulados para a construção de
outros Templos na sociedade na qual suas esferas de influência poderão atuar.

Bibliografia utilizada:
Grande Oriente do Paraná – Ritual do Grau de Aprendiz Maçom do Rito Schröder

Ubyrajara de Souza Filho – Vade-Mecum do Aprendiz do Rito Schröder

Ubyrajara de Souza Filho – Expletivo Maçônico para o Ritual de Aprendiz (Rito Schröder)

Boletins do Colégio de Estudos do Rito Schröder de Santa Catarina

Autor: Ir.’. Guilherme Cândido Cabelo.

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