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Carbino: vem aí o novo material mais

forte do mundo
Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/10/2013

Materiais mais fortes do mundo. Primeiro foram os nanotubos de carbono que foram
considerados o material mais forte do mundo. Mas eles logo foram eclipsados pelo
superforte grafeno.

Agora, acaba de entrar no circuito um novo material, o carbino, que, como seu nome já
denuncia, também é uma forma de carbono. A diferença é que, por enquanto, o carbino
ultraforte existe apenas na teoria. Contudo, Mingjie Liu e seus colegas da Universidade
Rice, nos Estados Unidos, garantem que, quando o carbino for sintetizado, nanocordas e
nanobastões do material se tornarão o novo material mais forte do mundo.

Carbino

Um carbino é uma cadeia de átomos de carbono unidos por ligações atômicas duplas ou
ligações atômicas simples alternadas. Essa estrutura torna o carbino um material
verdadeiramente unidimensional, ao contrário do grafeno, que possui as "dimensões"
em cima e embaixo, e dos nanotubos, que têm um dentro e um fora.

Segundo os cálculos dos pesquisadores, feitos a partir dos chamados primeiros


princípios, o carbino deverá ser duas vezes mais forte do que o grafeno, o que significa
que serão necessários dois elefantes apoiados em uma área equivalente à de uma ponta
de caneta para quebrar uma fibra de carbino - para quebrar o grafeno basta um elefante.
Ele terá o dobro da rigidez à tração do grafeno e dos nanotubos de carbono e quase três
vezes mais do que o diamante. Mas o carbino não tem apenas força: basta girá-lo ou
tensioná-lo para que ele apresente propriedades eletrônicas cativantes. Esticando-o em
apenas 10% de seu tamanho original faz com que o carbino apresente uma bandgap -
algo que o grafeno não tem, e que é essencial para seu funcionamento como
semicondutor. Com uma rotação de 90 graus o carbino se torna um semicondutor
magnético. O melhor é que os cálculos indicam que esse supermaterial será estável a
temperatura ambiente.
O carbino não tem apenas força: basta girá-lo ou tensioná-lo para que ele apresente
propriedades eletrônicas muito interessantes. [Imagem: Vasilii Artyukhov/Rice
University]

Aplicações

Segundo o professor Boris Yakobson, orientador do trabalho, o carbino poderá ser


usado em sistemas nanoeletromecânicos, em circuitos spintrônicos, em sensores, no
armazenamento de energia e, claro, como material estrutural, compondo fibras
ultrafortes e leves.

Yakobson foi um dos responsáveis por mostrar que os nanotubos de carbono são fortes,
mas não inquebráveis, e é uma das autoridades na área dos chamados sub-nanofios, que
vão além da atual nanotecnologia.

"Qualquer que seja sua aplicação, academicamente é muito entusiasmante conhecer o


arranjo de átomos mais forte possível," disse ele. Se os cálculos estiverem corretos, o
carbino deverá ser o mais alto estado de energia de uma forma estável de carbono.

Falta fazer

As primeiras teorias sobre o carbino surgiram no século 19, e uma primeira


aproximação do material foi sintetizada na União Soviética em 1960.

O grande feito da nova análise é a conclusão de que o material será estável e não reagirá
consigo mesmo, o que poderia destruir os fios atômicos que apresentaram todas essas
qualidades tão promissoras - resultados anteriores sugeriam que dois fios de carbino
poderiam simplesmente explodir se tocassem um no outro.

A expectativa agora é que as novas ferramentas da nanotecnologia permitam sintetizar


isoladamente os fios atômicos de carbino com precisão - um desafio que ainda não foi
totalmente vencido nem para os nanotubos de carbono e nem para o grafeno.

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