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UNEMAT

1. Leitura e interpretação de textos ...................................................................................................... 1


2. Coesão e coerência textuais ............................................................................................................ 9
3. Norma culta e variedades linguísticas ............................................................................................ 17
4. Estrutura, classe e formação de palavras. 5. Emprego de adjetivos, pronomes, advérbios e
conjunções. 6. Emprego de modos e tempos verbais............................................................................. 37
7. Concordâncias verbal e nominal .................................................................................................... 76
8. Regências verbal e nominal ........................................................................................................... 87
9. Pontuação...................................................................................................................................... 94

Candidatos ao Concurso Público,


O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom
desempenho na prova.
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar
em contato, informe:
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Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.
Bons estudos!

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1. Leitura e interpretação de textos

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br

Interpretação de Texto

“O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre
iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam. Verdade
maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.”
(Em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa)

Escrever para matar o tempo. Escrever por obrigação. Escrever por profissão. Escrever para tornar
presente a ausência. Escrever para manter próximos os elos distantes. Escrever para vencer o espaço e
o tempo. Escrever para se encontrar ou se perder de vez. Escrever para dar vida eterna ao instante
efêmero. Escrever para se sentir solitário, mas escrever para ter companhia na solidão. Escrever para se
conhecer nas entranhas, mas escrever para romper a espessa crosta da individualidade. Escrever para
criar pontes em busca do outro. Escrever para ter a marca registrada do ser pensante. Escrever para
explodir ou domar a paixão. Escrever como treino de inteligência ou para admirar a loucura da lucidez.
Escrever para criar um ritual em que o homem é a própria magia. Escrever para se firmar como uma voz
distinta no mundo. Escrever para aceitar, negar e transformar o mesmo mundo. Escrever para se sentir
vivo e renovar o grande estoque de palavras-mundo que há em nós. Daqui surgem os textos.

A maioria das pessoas fala enquanto faz alguma coisa. Numa partida de futebol, os jogadores não só
correm e chutam, mas gritam, advertem, perguntam. Difícil é ler e ao mesmo tempo fazer outra coisa. Ao
lermos, a realidade em torno de nós tende a sumir de nossa atenção, porque ficamos concentrados
naquilo que o texto nos diz.

“Na leitura, é importante descobrir o que é relevante em cada texto e conseguir situar-se
convenientemente no ponto de observação escolhido pelo autor, compreendendo suas intenções e
propósitos”.

A importância dada às questões de interpretação de textos deve-se ao caráter interdisciplinar, o que


equivale dizer que a competência de ler texto interfere decididamente no aprendizado em geral, já que
boa parte do conhecimento mais importante nos chega por meio da linguagem escrita. A maior herança
que a escola pode legar aos seus alunos é a competência de ler com autonomia, isto é, de extrair de um
texto os seus significados. Num texto, cada uma das partes está combinada com as outras, criando um
todo que não é mero resultado da soma das partes, mas da sua articulação. Assim, a apreensão do
significado global resulta de várias leituras acompanhadas de várias hipóteses interpretativas, levantadas
a partir da compreensão de dados e informações inscritos no texto lido e do nosso conhecimento do
mundo.

Os diferentes níveis de leitura

Para que isso aconteça, é necessário que haja maturidade para a compreensão do material lido, senão
tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado em nossa memória sem uso, até que tenhamos
condições cognitivas para utilizar. De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapas até
termos condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e vão
sendo adquiridas pela vida, estando presente em praticamente toda a nossa leitura.

O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao período de alfabetização. Ler é uma capacidade
cerebral muito sofisticada e requer experiência: não basta apenas conhecermos os códigos, a gramática,
a semântica, é preciso que tenhamos um bom domínio da língua.

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O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecional. Tem duas funções específicas: primeiro,
prevenir para que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chance de escolher
qual material leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira impressão sobre o texto. É
a leitura que comumente desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de partes, respondem
basicamente às seguintes perguntas:
- Por que ler este livro?
- Será uma leitura útil?
- Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar?

Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurando usar de
imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se você se propuser
a ler um texto sem interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo, provavelmente o
aproveitamento será muito baixo. Ler é armazenar informações; desenvolver; ampliar horizontes;
compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever melhor; relacionar-se melhor com o outro.

O Terceiro Nível é conhecido como analítico. Depois de vasculharmos bem o texto na pré-leitura,
analisamos. Para isso, é imprescindível que saibamos em qual gênero o texto se enquadra: trata-se de
um romance, um tratado, uma notícia de jornal, revista, entrevista, neste caso, existe apenas teoria ou
são inseridas práticas e exemplos. No caso de ser um texto teórico, que requeira memorização, procure
criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, veja, realmente, o que está lendo, dando vida e muita
criatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é
ser capaz de resumir o assunto do texto em duas frases. Já temos algum conteúdo para isso, pois o
encadeamento das ideias já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o texto, do início ao fim.
Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este momento. Fique atento! Aproveite todas as informações que
a pré-leitura ofereceu. Não pare a leitura para buscar significados de palavras em dicionários ou sublinhar
textos, isto será feito em outro momento.

O Quarto Nível de leitura é o denominado de controle. Trata-se de uma leitura com a qual vamos
efetivamente acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Normalmente, os termos desconhecidos
de um texto são explicitados neste próprio texto, à medida que vamos adiantando a leitura. Um
mecanismo psicológico fará com que fiquemos com aquela dúvida incomodando-nos até que tenhamos
a resposta. Caso não haja explicação no texto, será na etapa do controle que lançaremos mão do
dicionário. Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o texto e o ato de interromper a leitura não vai
fragmentar a compreensão do assunto como um todo. Será, também, nessa etapa que sublinharemos os
tópicos importantes, se necessário. Para ressaltar trechos importantes opte por um sinal discreto próximo
a eles, visando principalmente a marcar o local do texto em que se encontra, obrigando-o a fixar a
cronologia e a sequência deste fato importante, situando-o. Aproveite bem esta etapa de leitura.

Um Quinto Nível pode ser opcional: a etapa da repetição aplicada. Quando lemos, assimilamos o
conteúdo do texto, mas aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos prática, ou seja, que tenhamos
experiência do que foi lido na vida. Você só pode compreender conceitos que tenha visto em seu
cotidiano. Nada como unir a teoria à prática. Na leitura, quando não passamos pela etapa da repetição
aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles brancos quando queremos evocar o assunto. Observe
agora os trechos sublinhados, trace um diagrama sobre o texto, esforce-se para traduzi-lo com suas
próprias palavras. Procure associar o assunto lido com alguma experiência já vivida ou tente exemplificá-
lo com algo concreto, como se fosse um professor e o estivesse ensinando para uma turma de alunos
interessados. É importante lembrar que esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30 dias
posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas durante a leitura e ao retornarmos ao texto,
consultamos as anotações. Não pense que é um exercício monótono. Nós somos capazes de realizar
diariamente exercícios físicos com o propósito de melhorar a aparência e a saúde. Pois bem, embora não
tenhamos condições de ver com o que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la quando
melhoramos nossas aptidões como o raciocínio, a prontidão de informações e, obviamente, nossos
conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforçar no início e criar um método de leitura eficiente e
rápido.

Ideias Núcleo

O primeiro passo para interpretar um texto consiste em decompô-lo, após uma primeira leitura, em
suas “ideias básicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico buscando os conceitos definidores

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da opinião explicitada pelo autor. Esta operação fará com que o significado do texto “salte aos olhos” do
leitor. Exemplo:

“Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a


formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas camadas
mais profundas da psique humana: o inconsciente e subconsciente. Começou estudando casos clínicos
de comportamentos anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas
Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos
pelo hipnotismo, inventou o método que até hoje é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de
ideias e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao paciente com o fim de
descobrir a fonte das perturbações mentais. Para este caminho de regresso às origens de um trauma,
Freud se utilizou especialmente da linguagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como
compensação dos desejos insatisfeitos na fase de vigília.
Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentação da
tese de que toda neurose é de origem sexual.”
(Salvatore D’Onofrio)

Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante


aos estudos sobre a formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender
luzes nas camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente e subconsciente.” O autor do texto
afirma, inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis mais profundos da
personalidade humana, o inconsciente e subconsciente.

Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando casos clínicos de comportamentos anômalos ou


patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot
(Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo, inventou o
método que até hoje é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos,
estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das
perturbações mentais.” A segunda ideia núcleo mostra que Freud deu início a sua pesquisa estudando
os comportamentos humanos anormais ou doentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse método,
criou o das “livres associações de ideias e de sentimentos”.

Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou
especialmente da linguagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos
desejos insatisfeitos na fase de vigília.” Aqui, está explicitado que a descoberta das raízes de um trauma
se faz por meio da compreensão dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos desejos não
realizados ao longo da vida do dia a dia.

Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da
época, foi a apresentação da tese de que toda neurose é de origem sexual.” Por fim, o texto afirma que
Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando a novidade de que todo o trauma psicológico
é de origem sexual.

Questões

01. (PM/BA - Soldado da Polícia Militar - FCC - PM/BA - Soldado da Polícia Militar)

Desde o desenvolvimento da linguagem, há 5.000 anos, a espécie humana passou a ter seu caminho
evolutivo direcionado pela cultura, cujos impulsos foram superando a limitação da biologia e os açoites
da natureza. Foi pela capacidade de pensar e de se comunicar que a humanidade obteve os meios para
escapar da fome e da morte prematura.
O atual empuxo tecnológico se acelerou de tal forma que alguns felizardos com acesso a todos os
recursos disponíveis na vanguarda dos avanços médicos, biológicos, tecnológicos e metabólicos podem
realisticamente pensar em viver em boa saúde mental e física bem mais do que 100 anos. O prolon-
gamento da vida saudável, em razão de uma velhice sem doenças, já foi só um exercício de visionários.
Hoje é um campo de pesquisa dos mais sérios e respeitados.
Robert Fogel, o principal formulador do conceito da evolução tecnofísica, e outros estudiosos estão
projetando os limites dessa fabulosa caminhada cultural na qualidade de vida dos seres humanos.
Quando se dedicam a essa tarefa, os estudiosos esbarram, em primeiro lugar, nas desigualdades de

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renda e de acesso às inovações. Fazem parte das conjecturas dos estudiosos a questão ambiental e a
necessidade urgente de obtenção e popularização de novas formas de energia menos agressivas ao
planeta.
(Adaptado de Revista Veja, 25 de abril de 2012 p 141)

... a espécie humana passou a ter seu caminho evolutivo direcionado pela cultura, cujos impulsos
foram superando a limitação da biologia ... (1º parágrafo)

O sentido do segmento grifado acima está reproduzido com outras palavras, respeitando-se a lógica,
a correção e a clareza, em:
(A) o caminho da evolução da humanidade, apesar das limitações biológicas, passam ainda hoje pelo
desenvolvimento c cultural, que as possibilita.
(B) o desenvolvimento cultural da humanidade permitiu descobrir as causas de problemas que
afetavam a saúde das pessoas, bem como combater as doenças.
(C) os problemas de origem física, como uma doença, nem sempre foi possível resolvê-la, com base
nos problemas resultantes da biologia.
(D) com o desenvolvimento da cultura humana, descobriu-se as leis da biologia e do ambiente que
viviam, permitindo-os evoluir com mais saúde.
(E) as descobertas científicas da biologia veio permitir que a humanidade fosse se tornando mais capaz
de evoluir por um tempo mais longo e com saúde.

02. (IBAM - Prefeitura de Praia Grande/SP - Agente Administrativo - IBAM)


A historieta a seguir deverá ser utilizada para resolver a questão a seguir.

Tendo por base a frase “Venha aqui, seu vagabundo”, analise as afirmações seguintes.
I. Temos na oração, um verbo conjugado no modo imperativo.
II. O vocábulo “seu”, no caso, é um pronome possessivo.
III. A vírgula foi empregada para isolar o vocativo.

É correto o que se afirmou em:


(A) I, apenas.
(B) I e III, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e III.

03. (MPE/RS - Técnico Superior de Informática - MPE)


Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou que o que mais se faz no Facebook, depois
de interagir com amigos, é olhar os perfis de pessoas que acabamos de conhecer. Se você
gostar do perfil, adicionará aquela pessoa, e estará formado um vínculo. No final, todo mundo vira amigo
de todo mundo. Mas, não é bem assim. As redes sociais têm o poder de transformar os chamados elos
latentes (pessoas que frequentam o mesmo ambiente social, mas não são suas amigas) em elos fracos
- uma forma superficial de amizade. Pois é, por mais que existam exceções ______ qualquer regra, todos
os estudos mostram que amizades geradas com a ajuda da Internet são mais fracas, sim, do que aquelas
que nascem e se desenvolvem fora dela.
Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito geralmente são parecidos com você: pertencem
ao mesmo mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles transitam por grupos diferentes
do seu e, por isso, podem lhe apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes - gerando uma
renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos, inclusive às amizades antigas. O problema
é que a maioria das redes na Internet é simétrica: se você quiser ter acesso às informações de uma

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pessoa ou mesmo falar reservadamente com ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio
grosseiro dizer “não’ ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba adicionando todo mundo.
E isso vai levando ________ banalização do conceito de amizade.
É verdade. Mas, com a chegada de sítios como O Twitter, ficou diferente. Esse tipo de sítio é uma
rede social completamente assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidos” de alguém possam
se comunicar de maneira muito mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo Nicholas
Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu que seus Amigos tinham começado a se comunicar
entre si Independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto em comum era o próprio
Christakis acabaram ficando amigas. No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e
começar a te seguir. Nós não nos conhecemos. Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu
nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também podem se interessar pelos seus tuítes e
começar a seguir você. Em suma, nós continuaremos não nos
conhecendo, mas as pessoas que estão _______ nossa volta podem virar amigas entre si.

Considere as seguintes afirmações.


I. Através do uso do advérbio sim (L.08), o autor valida a assertiva de que as redes sociais tendem a
transformar elos latentes (L.05) em elos fracos (L.06).
II. Por meio da frase Isso não é inteiramente ruim (L.09), o autor manifesta-se favorável à afirmação
de que as melhores amizades são aquelas que descobrimos fora das redes sociais.
III. Mediante o emprego do segmento É verdade (L.17), o autor reitera sua opinião a respeito do caráter
trivial que a concepção de amizade vem assumindo nas redes sociais.

Quais estão corretas, de acordo com o texto?


(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.

04. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP) Leia a tira.

No segundo quadrinho, a fala da personagem revela:


(A) hesitação.
(B) indiferença.
(C) contradição.
(D) raiva.
(E) exaltação.

05. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP)

Saber é trabalhar

Geralmente, numa situação de altos índices de desemprego, o trabalhador sente a necessidade de


aprimorar a sua formação para obter um posto de trabalho. As empresas buscam os mais qualificados
em cada categoria e excluem os que não se encaixam no perfil pretendido. Nos últimos anos, essa não
tem sido a lógica vigente no Brasil. Segundo a pesquisa de emprego urbano feita pelo Dieese
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e pela Fundação Seade (Sistema
Estadual De Análise de Dados), os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas
sucessivas de 2005 para cá. O desemprego em nove regiões metropolitanas medido pela pesquisa era
de 17,9% em 2005 e fechou em 11,9% em 2010.

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A pesquisa do Dieese é um medidor importante, pois sua metodologia leva em conta não só o
desemprego aberto (quem está procurando trabalho), como também o oculto (pessoas que desistiram de
procurar ou estão em postos precários). Uma das consequências dessa situação é apontada dentro da
própria pesquisa, um aumento médio no nível de rendimentos dos trabalhadores ocupados.
A outra é a dificuldade que as empresas têm de encontrar mão de obra qualificada para os postos de
trabalho que estão abertos. A Fundação Dom Cabral apresentou, em março, a pesquisa Carência de
Profissionais no Brasil. A análise levou em conta profissionais dos níveis técnico, operacional, estratégico
e tático. Do total, 92% das empresas admitiram ter dificuldade para contratar a mão de obra de que
necessitam.
(Língua Portuguesa, outubro de 2011, Adaptado)

De acordo com o texto “Saber é Trabalhar” responda:

O texto revela que, no Brasil,


(A) as empresas estão mais rigorosas para selecionar os mais qualificados.
(B) os índices de desemprego têm se elevado continuamente nas regiões metropolitanas.
(C) os trabalhadores têm investido mais do que o necessário em sua formação profissional.
(D) as pesquisas sobre emprego são pouco consistentes e confiáveis.
(E) as empresas convivem com a carência de mão de obra qualificada.

06. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP) A frase inicial do texto –
Geralmente, numa situação… um posto de trabalho. – expressa as condições gerais em uma situação de
altos índices de desemprego. De acordo com essas condições,

(A) o perfil de profissional pretendido nem sempre é bem definido nas empresas.
(B) o desemprego aumenta em decorrência da qualificação profissional.
(C) a formação de um profissional é, via de regra, questão secundária na sua contratação.
(D) a qualificação profissional é um caminho para se conseguir um emprego.
(E) o profissional deve ter qualificação inferior em relação às pretensões da empresa.

07. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP) De acordo com o texto
“Saber é Trabalhar” responda:
No contexto em que se insere o período – A outra é a dificuldade que as empresas têm de encontrar
mão de obra qualificada para os postos de trabalho que estão abertos. – (3.º parágrafo), entende-se que
a expressão
“A outra” refere-se a:
(A) consequências.
(B) lógica.
(C) pesquisa.
(D) situação.
(E) metodologia.

08. (Prefeitura de Praia Grande/SP - Agente Administrativo - IBAM)

O velho
Chico Buarque
O velho sem conselhos
De joelhos
De partida
Carrega com certeza
Todo o peso
Da sua vida
A vida inteira, diz que se guardou
Do carnaval, da brincadeira
Que ele não brincou.
Me diga agora
O que é que eu digo ao povo
O que é que tem de novo
Pra deixar

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Nada
Só a caminhada
Longa, pra nenhum lugar.

Nos versos da música “O velho”, Chico Buarque de Holanda retrata a vida de um homem que:
(A) temia envelhecer.
(B) não soube aproveitar a vida.
(C) foi apaixonado pelo carnaval.
(D) tinha orgulho de suas conquistas.

09. (PM/BA - Soldado da Polícia Militar - FCC)


Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar, meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer

Os versos acima, de uma música de Dorival Caymmi, abordam predominantemente,


(A) o trabalho dos pescadores, na busca de sua sobrevivência cotidiana.
(B) o respeito às condições ambientais como garantia da preservação dos recursos da natureza.
(C) a competição acirrada entre os pescadores pelos melhores pontos de pesca,
(D) a religiosidade dos pescadores, em que se misturam elementos de origem africana.
(E) a exploração a que estão sujeitos os trabalhadores que dependem do mar para sobreviver.

10. (IFC - Analista de Tecnologia da Informação - IFC)


Texto 1
O futuro do trabalho
“[...]
Seja como for, é preciso resolver os problemas do desemprego e da informalidade, que são mais
acentuados nos países subdesenvolvidos. O caminho é estabelecer políticas de geração de empregos,
além de garantir melhores condições para os trabalhadores em ocupações precárias.
Uma das saídas é a redução da jornada de trabalho: as pessoas trabalham menos para que se abram
vagas para as desempregadas. Outra estratégia é instituir programas de formação profissional e de
microcrédito para trabalhadores autônomos, desempregados e pequenas empresas.”
Vestibular-Editora Abril, nov., 2002.

Texto 2
Conflito de gerações

“- Marquinhos... Marquinhos! [...]


O filho tentou disfarçar, lá no fundo do quintal, tirando meleca do nariz, mas, quando
a mãe chamava assim, era melhor ir. Na cozinha, a mãe ao lado da geladeira
aberta, com uma garrafa e um saco plástico vazios nas mãos:
- Você comeu toda a salsicha?!
- Não é bem verdade...Eu só usei as salsichas pra acabar com a mostarda. Já
estava até verde! Alguém ia acabar comendo estragado e ficar doente.
[...]
- Você tem resposta pra tudo, não?!
- Não é bem verdade... é a senhora que sempre pergunta.
- Você é uma gentinha! Só uma gentinha, tá entendendo?
O filho ficou olhando praquela mãe batendo com o pé no chão, bem nervosa
mesmo, mais alta que a geladeira e tudo. Aí foi obrigado a dizer:
- É... isso eu acho que é verdade.”
BONASSI, Fernando. In: Folha de São Paulo, 23 nov. 2002.

Ao analisar a linguagem e o discurso do texto 1 e do texto 2 respectivamente. Assinale a alternativa


CORRETA:

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(A) no texto 1, a linguagem é mais informal, seguindo à norma padrão; utiliza-se ainda o discurso
indireto, envolvendo questões sociais. No texto 2, percebe-se uma linguagem menos informal e um
discurso direto entre mãe e filho.
(B) no texto 1, a linguagem é coloquial, seguindo à norma padrão; tem-se ainda o discurso indireto e
direto, aplicado à interpretação do cotidiano. Já no texto 2, a linguagem é formal, ocorre ainda um diálogo
entre mãe e filho.
(C) no texto 1, a linguagem é mais formal, obedecendo à norma culta; consegue-se ainda identificar
um discurso indireto, aplicado interpretativamente às questões sociais. Já no texto 2, além de uma
linguagem informal, em que se notam repetições e frases, ocorre, também, um diálogo entre mãe e filho.
(D) no texto 1, a linguagem é formal, segundo à norma culta; tem-se ainda a presença do discurso
direto que revela questões da comunidade. Já no texto 2, a linguagem é culta e o discurso é direto.
(E) no texto 1, a linguagem é menos formal, no entanto, segue à norma culta; identifica-se ainda o
discurso indireto, aplicado à análise do cotidiano. No texto 2, a linguagem é coloquial e o discurso é direto
entre mãe e filho.

Respostas

01. Resposta B
“Caminho evolutivo direcionado pela cultura em outras palavras”: o desenvolvimento cultural

02. Resposta B
SEU = pode ser empregado como pronome possessivo ou como pronome de tratamento (forma
utilizada na questão acima).

Observe abaixo um pouco do que diz o dicionário Houaiss sobre a utilização da palavra SEU como
pronome de tratamento:
seu. senhor ('tratamento respeitoso') (Empregado diante de nome de pessoa, ou de outro axiônimo,
ou de palavra designativa de profissão.) (seu Joaquim) (seu doutor) (seu delegado). GRAM fem.: sinhá,
sinha, siá, sia, senhora. Uso empregado também com valor afetivo (seu bobinho!), de forma jocosa (p.
ex.: aposto que seu Tiago saberá a resposta - sendo Tiago uma pessoa jovem) ou disfêmica (seu pateta!),
ou, ainda, com matiz interjetivo (tinha coragem de me enfrentar nada, seu!); nestes casos, há no Brasil
os fem. sua, senha, sinha.
Fonte: Dicionário Houaiss da língua portuguesa / Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar

03. Resposta D
No número II o autor deixa claro no texto, que as amizades formadas por redes sociais não são
duradoras nem possuem uma base sólida. Já no número III, a concepção de amizade proveniente de
redes sociais, esbarra em um ponto importante, aquela amizade de curtir fotos, comentários mas nada
profundo com sentimento.

04. Resposta B
Sim, o sentimento expresso no segundo quadrinho é de indiferença, visto que ele não se importa se a
grama do vizinho é mais verde ou não.

05. Resposta E
Segundo o texto, cada vez menos os candidatos a uma vaga de emprego se especializam ou possuem
um diferencial na hora de concorrer à uma vaga de emprego.

06. Resposta D
Aqueles que não possuem um diferencial, uma maior qualificação, estão sujeitos a ficar sem emprego,
pois não possuem nada novo para oferecer às empresas.

07. Resposta A
Consequência, pois antes já estava enumerado outros motivos para a falta de qualificação dos
candidatos a um emprego.

08. Resposta B
No trecho que ele diz: “A vida inteira, diz que se guardou do carnaval, da brincadeira que ele não
brincou”... Com este trecho é possível chegar a resposta “B” ele não aproveitou a vida.

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09. Resposta A
Somente o o trecho: Se Deus quiser quando eu voltar do mar, um peixe bom eu vou traxer”, já é
possível perceber qual é a ideia de sua canção. A volta dos pescadores depois de um período no mar.

10. Resposta C
No texto 1 o autor descreve um problema e apresenta a solução, em uma linguagem mais culta. Já no
texto 2 temos um diálogo entre mãe e filho, o que não é necessário o uso da linguagem formal.

2. Coesão e coerência textuais

Não basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Além de saber o que se deve (e o que não se deve) escrever em cada parte constituinte do texto, é preciso
saber escrever obedecendo às normas de coerência e coesão. Antes de tudo, é necessário definir os
termos: coerência diz respeito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, à lógica do raciocínio,
a seu conteúdo. Coesão refere-se à expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas frasais e ao
emprego do vocabulário.
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de produção e compreensão do texto, a coesão
contribui para a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta coesão. Pode ocorrer que o
texto sem coerência apresente coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em outras pala-
vras: um texto pode ser gramaticalmente bem construído, com frases bem estruturadas, vocabulário
correto, mas apresentar ideias disparatadas, sem nexo, sem uma sequência lógica: há coesão, mas não
coerência. Por outro lado, um texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas, sem que no
plano da expressão, as estruturas frasais sejam gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não
coesão.
Na obra de Oswald de Andrade, por exemplo, encontram-se textos coerentes sem coesão, ou textos
coesos, mas sem coerência. Em Carlos Drummond de Andrade, há inúmeros exemplos de textos
coerentes, sem coesão gramatical no plano sintático. A linguagem literária admite essas liberdades, o
que não vem ao caso, pois na linguagem acadêmica, referencial, a obediência às normas de coerência e
coesão são obrigatórias. Ainda assim, para melhor esclarecimento do assunto, apresentam-se exemplos
de coerência sem coesão e coesão sem coerência:

“Cidadezinha Qualquer”

Casas entre bananeiras


mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar:

Um homem vai devagar


Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar

Devagar.. as janelas olham.


Eta vida besta, meu Deus."
(Andrade, 1973, p. 67)

Apesar da aparente falta de nexo, percebe-se nitidamente a descrição de uma cidadezinha do interior:
a paisagem rural, o estilo de vida sossegado, o hábito de bisbilhotar, de vigiar das janelas tudo o que se
passa lá fora. No plano sintático, a primeira estrofe contém apenas frases ou sintagmas nominais (cantar
pode ser verbo ou substantivo - os meu cantares = as minhas canções); as demais, não apresentam
coesão - uma frase não se relaciona com outra, mas, pela forma de apresentação, colaboram para a
coerência do texto.

“Do outro lado da parede”

Meu laço de botina.

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Recebi a tua comunicação, escrita do beiral da viragem sempieterna. Foi um tiro no alvo do coração,
se bem que ele já esteja treinado.
A culpa de tudo quem tem-na é esse bandido desse coronel do Exército Brasileiro que nos inflicitou.
Reflete antes de te matares! Reflete Joaninha. Principalmente se ainda é tempo! És uma tarada.
Quando te conheci, Chez Hippolyte querias falecer dia e noite. Enfim, adeus.
Nunca te esquecerei. Never more! Como dizem os corvos."
João da Slavonia
(Andrade, O., 1971, p. 201-202)

Embora as frases sejam sintaticamente coesas, nota-se que, neste texto, não há coerência, não se
observa uma linha lógica de raciocínio na expressão das ideias. Percebe-se vagamente que a
personagem João Slavonia teria recebido uma mensagem de Joaninha (Recebi a tua comunicação),
ameaçando cometer suicídio (Reflete antes de te matares!). A última frase contém uma alusão ao poema
"O corvo", de Edgar Alan Poe.

A respeito das relações entre coerência e coesão, Guimarães diz:

"O exposto autoriza-nos a seguinte conclusão: ainda que distinguiveis (a coesão diz respeito aos
modos de interconexão dos componentes textuais, a coerência refere-se aos modos como os elementos
subjacentes à superfície textual tecem a rede do sentido), trata-se de dois aspectos de um mesmo
fenômeno - a coesão funcionando como efeito da coerência, ambas cúmplices no processamento da
articulação do texto."

A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela hierarquização dos elementos textuais, ou
seja, ela tem origem nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, aliada à
competência linguística, que permitirá a expressão das ideias percebidas e organizadas, no processo de
codificação referido na página... Deduz-se daí que é difícil, senão impossível, ensinar coerência textual,
intimamente ligada à visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A coesão, porém, refere-se à
expressão linguística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto.

O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:

Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. Conjunto de unidades sistematizadas
numa adequada relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na linguagem
popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com outra”).
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, numa linha de sequência e com os
quais se estabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, fala-
se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical.

Coerência

- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;


- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão conceitual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.

Coesão

- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;


- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes componentes do texto;
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.

Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou compreensão do texto. Um texto bem
redigido tem parágrafos bem estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias neles contidas. As
estruturas frasais devem ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que respeita à sintaxe. O
vocabulário precisa ser adequado e essa adequação só se consegue pelo conhecimento dos significados
possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais comuns de redaçao sejam devidos à impropriedade do
vocabulário e ao mau emprego dos conectivos (conjunções, que têm por função ligar uma frase ou período
a outro). Eis alguns exemplos de impropriedade do vocabulário, colhidos em redações sobre censura e

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os meios de comunicação e outras.

"Nosso direito é frisado na Constituição."


Nosso direito é assegurado pela Constituição.

"Estabelecer os limites as quais a programação deveria estar exposta."


Estabelecer os limites aos quais a programação deveria estar sujeita.

“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”


A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensacionalistas ou punir os meios de comunicação
que veiculam tais notícias.

“Retomada das rédeas da programação.”


Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que diz respeito a programação.

“Os meios de comunicação estão sendo apelativos, vulgarizando e deteriorando indivíduos.”


Os meios de comunicação estão recorrendo a expedientes grosseiros vulgarizando o nível dos
programas e desrespeitando os telespectadores.

“A discussão deste assunto é inerente à sociedade.”


A discussão deste assunto é tarefa da sociedade (compete à sociedade).

“Na verdade, daquele autor eles pegaram apenas a nomenclatura...”


Na verdade, daquele autor eles adotaram (utilizaram) apenas a nomenclatura...

“A ordem e forma de apresentação dos elementos das referências bibliográficas são mostradas na
NBR 6023 da ABNT”
(são regulamentadas pela NBR 6023 da ABNT).

O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas vezes a compreensão das ideias. É


importante, ao redigir, empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo enunciador, e cujo emprego
faça parte de seus conhecimentos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o significado de
determinada palavra, mas não sabe empregá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente com o
emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não basta saber que as preposições ligam nomes
ou sintagmas nominais no interior das frases e que as conjunções ligam frases dentro do período; é
necessário empregar adequadamente tanto umas como outras. É bem verdade que, na maioria das
vezes, o emprego inadequado dos conectivos remete aos problemas de regência verbal e nominal.

Exemplos:

“Coação aos meios de comunicação” tem o sentido de atuar contra os meios de comunicação; os
meios de comunicação sofrem a ação verbal, são coagidos.
“Coação dos meios de comunicação” significa que os meios de comunicação é que exercem a ação
de coagir.

“Estar inteirada com os fatos” significa participação, interação.


“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos fatos, estar informada.

“Ir de encontro” significa divergir, não concordar.


“Ir ao encontro” quer dizer concordar.

“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias” significa a liberdade não é ameaça;


“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias", isto é, a liberdade fica ameaçada.

“A princípio” indica um fato anterior (A princípio, ela aceitava as desculpas que Mário lhe dava, mas
depois deixou de acreditar nele).
“Em princípio” indica um fato de certeza provisória (Em princípio, faremos a reunião na quarta-feira
quer dizer que a reunião será na quarta-feira, se todos concordarem, se houver possibilidade, porém
admite a ideia de mudar a data).

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“Por princípio” indica crença ou convicção (Por princípio, sou contra o racismo).

Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um dicionário de verbos e regimes, pois muitos
verbos admitem duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem um significado específico.
Lembre-se, a propósito, de que as dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato de considerar-se
crase como sinal de acentuação apenas, quando o problema refere-se à regencia nominal e verbal.
Exemplos:

O verbo assistir admite duas regências:


assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar assistência (O médico assiste o doente):
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao jogo da seleção).

Inteirar o/a (transitivo direto) significa completar (Inteirei o dinheiro do presente).


Inteirar do (transitivo direto e indireto), significa informar alguém de..., tomar ou dar conhecimento de
algo para alguém (Quero inteirá-la dos fatos ocorridos...).

Pedir o (transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi o jornal do dia).


Pedir que - contém uma ordem (A professora pediu que fizessem silêncio).
Pedir para - pedir permissão (Pediu para sair da classe); significa também pedir em favor de alguém
(A Diretora pediu ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo a alguém (para si):
(Pediu ao colega para ajudá-lo); pode significar ainda exigir, reclamar (Os professores pedem aumento
de salário).

O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar à falta de coesão gramatical.
Frequentemente, emprega-se no qual ou ao qual em lugar do -que, com prejuízo da clareza do texto;
outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. Barbosa e Amaral (colaboradora) apresentam
os seguintes exemplos:

“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim no qual estava sem remetente”. (Chegou
com um envelope que (o qual) estava sem remetente).

“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sensibilidade...”


Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade delas (palavras cheias de sensibilidade).

“Dentro do envelope havia apenas um papel em branco onde atribui muitos significados”: havia apenas
um papel em branco ao qual atribui muitos significados (onde significa lugar no qual).

“Havia recebido um envelope em meu nome e que não portava destinatário, apesar que em seu
conteúdo havia uma folha em branco. ( .. )”
Não se emprega apesar que, mas apesar de. E mais: apesar de não ligar corretamente as duas frases,
não faz sentido, as frases deveriam ser coordenadas por e: não portava destinatário e em seu interior
havia uma folha ou: havia recebido um envelope em meu nome, que não portava destinatário, cujo
conteúdo era uma folha em branco.

Essas e outras frases foram observadas em redações, quando foi proposto o seguinte tema:

“Imagine a seguinte situação:


- hoje você está completando dezoito anos.
- Nesta data, você recebe pelo correio uma folha de papel em branco, num envelope em seu nome,
sem indicação do remetente.
- Além disso, você ganha de presente um retrato seu e um disco. Reflita sobre essa situação.
A partir da reflexão feita, redija um texto em prosa, sem ultrapassar o espaço reservado para redação
no caderno de respostas."

Como de costume, muito se comentou, até nos jornais da época, a falta de coerência, as frases sem
clareza, pelo mau emprego dos conectivos, como as seguintes:

“Primeiramente achei gozado aqueles dois presentes, pois concluo que nunca deveria esquecer minha
infância.”

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Há falta de nexo entre as duas frases, pois uma não é conclusão da outra, nem ao menos estão
relacionadas e gozado deveria ser substituído por engraçado ou estranho.

“A folha pode estar amarrada num cesto de lixo mas o disco repete sempre a mesma música.”
A primeira frase não tem sentido e a segunda não se relaciona com a primeira. O conectivo “mas”
deveria sugerir ideia de oposição, o que não ocorre no exemplo anterior. Não se percebe relação entre
“o disco repete sempre a mesma música” e a primeira frase.

“Mas, ao abrir a porta, era apenas o correio no qual viera trazer-me uma encomenda.”
Observa-se o emprego de no qual por o qual, melhor ainda ficaria que, simplesmente: era apenas o
correio que viera trazer-me uma encomenda.

Por outro lado, não mereceram comentários nem apareceram nos jornais boas redações como a que
se segue:

“A vida hoje me cumprimentou, mandou-me minha fotografia de garoto, com olhos em expectativa
admirando o mundo. Este mundo sem respostas para os meus dezoito anos. Mundo - carta sem
remetente, carta interrogativa para moço que aguarda o futuro, saboreando o fruto do amanhã.
Recebi um disco, também, cuja música tem a sonoridade de passos marchando para o futuro, ao som
de melodias de cirandas esquecidas do menino-moço de outrora, e do moço-homem de hoje, que
completa dezoito anos.
Sou agora a certeza de uma resposta à carta sem remetente que me comunica a vida. Vejo, na
fotografia de mim mesmo, o homem que enfrentará a vida, que colherá com seu amor à luta e com seu
espírito ambicioso, os frutos do destino.
E a música dos passos-futuros na cadência do menino que deixou de ser, está o ritmo da vitória sobre
as dificuldades, a minha consagração futura do homem, que vencerá o destino e será uma afirmação
dentro da sociedade." C. G.
Exemplo de: (Fonseca, 1981, p. 178)

Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das frases, aconselha-se levar em conta as
seguintes sugestões para o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções, preposições,
locuções prepositivas e locuções conjuntivas).
Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação sintática se faz por meio de conjunções
adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto (nunca no entretanto).
Podem também ser empregadas as conjunções concessivas e locuções prepositivas para introduzir a
ideia de oposição aliada à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda que, conquanto, posto
que, a despeito de, não obstante.
A articulação sintática de causa pode ser feita por meio de conjunções e locuções conjuntivas: pois,
porque, como, por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser empregadas as
preposições e locuções prepositivas: por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em
consequência de, por motivo de, por razões de.
O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o time ganhar esse jogo, será campeão.
Pode-se também expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde que, a
menos que, a não ser que.
O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum de expressar finalidade. “É necessário
baixar as taxas de juros para que a economia se estabilize” ou para a economia se estabilizar. “Teresa
vai estudar bastante para fazer boa prova.” Há outros articuladores que expressam finalidade: afim de,
com o propósito de, na finalidade de, com a intenção de, com o objetivo de, com o fito de, com o intuito
de.
A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos articuladores: assim, desse modo, então, logo,
portanto, pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para introduzir mais um argumento
a favor de determinada conclusão emprega-se ainda. Os articuladores, aliás, além do mais, além disso,
além de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo, para justificar
de forma incontestável o argumento contrário.
Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desenvolvimento do que foi dito empregam-se os
articuladores: isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva “e” anuncia não a
repetição, mas o desenvolvimento do discurso, pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, e
se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.

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Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação entre os correspondentes de
determinada escala. No alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; outros situam-se no plano
mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.

Questões

1. (CONAB - CONTABILIDADE - IADES). Assinale a alternativa que preserva as relações


morfossintáticas e semânticas do período “Diante de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto
adquiriu importância no mercado, transformando-se em um dos principais itens de exportação, desde o
Império até os dias atuais.” (linhas de 3 a 6).
(A) Em face de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto adquiriu importância no mercado,
porém transformou-se em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(B) O produto, em virtude de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, adquiriu importância no mercado
e transformou-se em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(C) O produto, por sua rápida adaptação ao solo e ao clima, adquiriu importância no mercado, todavia,
desde o Império até os dias atuais, transformou-se, consequentemente, em um dos principais itens de
exportação.
(D) Face sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto adquiriu importância no mercado, e,
conquanto, transformou-se em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(E) O produto transformou-se, desde o Império até os dias atuais, em um dos principais itens de
exportação por que sua adaptação ao solo e ao clima foi rápida.

2. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP). Leia o trecho do primeiro parágrafo para responder à
questão.

Meu amigo lusitano, Diniz, está traduzindo para o francês meus dois primeiros romances, Os Éguas e
Moscow. Temos trocado e-mails muito interessantes, por conta de palavras e gírias comuns no meu Pará
e absolutamente sem sentido para ele. Às vezes é bem difícil explicar, como na cena em que alguém
empina papagaio e corta o adversário “no gasgo”.

Os termos muito e bem, em destaque, atribuem aos termos aos quais se subordinam sentido de:
(A) comparação.
(B) intensidade.
(C) igualdade.
(D) dúvida.
(E) quantidade.

3. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP). Assinale a alternativa em que a seguinte passagem –


Mas o vento foi mais ágil e o papel se perdeu. (terceiro parágrafo) – está reescrita com o acréscimo de
um termo que estabelece uma relação de conclusão, consequência, entre as orações.
(A) mas o vento foi mais ágil e, contudo, o papel se perdeu.
(B) mas o vento foi mais ágil e, assim, o papel se perdeu.
(C) mas o vento foi mais ágil e, todavia, o papel se perdeu
(D) mas o vento foi mais ágil e, entretanto, o papel se perdeu.
(E) mas o vento foi mais ágil e, porém, o papel se perdeu.

4. (PREFEITURA DE PAULISTA/PE – RECEPCIONISTA – UPENET). Observe o fragmento de texto


abaixo:
"Mas o que fazer quando o conteúdo não é lembrado justamente na hora da prova?"
Sobre ele, analise as afirmativas abaixo:

I. O termo "Mas" é classificado como conjunção subordinativa e, nesse contexto, pode ser substituído
por "desde que".
II. Classifica-se o termo "quando" como conjunção subordinativa que exprime circunstância temporal.
III. Acentua-se o "u" tônico do hiato existente na palavra "conteúdo".
IV. Os termos "conteúdo", "hora" e "prova" são palavras invariáveis, classificadas como substantivos.

Está CORRETO apenas o que se afirma em:


(A) I e III.

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(B) II e IV.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) I e II.

5. (PREFEITURA DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE AMBULÂNCIA – FGV).

Dificuldades no combate à dengue

A epidemia da dengue tem feito estragos na cidade de São Paulo. Só este ano, já foram registrados
cerca de 15 mil casos da doença, segundo dados da Prefeitura.
As subprefeituras e a Vigilância Sanitária dizem que existe um protocolo para identificar os focos de
reprodução do mosquito transmissor, depois que uma pessoa é infectada. Mas quando alguém fica
doente e avisa as autoridades, não é bem isso que acontece.
(Saúde Uol).

“Só este ano...” O ano a que a reportagem se refere é o ano


(A) em que apareceu a dengue pela primeira vez.
(B) em que o texto foi produzido.
(C) em que o leitor vai ler a reportagem.
(D) em que a dengue foi extinta na cidade de São Paulo.
(E) em que começaram a ser registrados os casos da doença.

6. (PREFEITURA DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE AMBULÂNCIA – FGV). “Se uma dupla com


roupas que parecem de astronauta tocar a campainha da sua casa, não se assuste.”
Nesse texto, o termo sublinhado tem por antecedente ou se refere a:
(A) dupla.
(B) astronauta.
(C) campainha.
(D) roupas.
(E) casa.

7. (CEFET/RJ - REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO). Em qual dos períodos abaixo, a troca de


posição entre a palavra sublinhada e o substantivo a que se refere mantém o sentido?
(A) Algum autor desejava a minha opinião sobre o seu trabalho.
(B) O mesmo porteiro me entregou o pacote na recepção do hotel.
(C) Meu pai procurou uma certa pessoa para me entregar o embrulho.
(D) Contar histórias é uma prazerosa forma de aproximar os indivíduos.
(E) Grandes poemas épicos servem para perpetuar a cultura de um povo.

8. (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP - adaptada). Leia o seguinte


trecho do texto para responder à questão.
Se as pessoas insistem em ignorar as conclusões de tais estudiosos e não se importam de reduzir
suas mentes à condição de apêndice de um aparelho, talvez se assustem ao saber que o smartphone
também as atinge em algo que ainda devem valorizar: o corpo.

O pronome as, em destaque no trecho, retoma a seguinte expressão:


(A) as pessoas.
(B) as conclusões.
(C) tais estudiosos.
(D) apêndice de um aparelho.
(E) o smartphone.

9. (METRÔ/SP – TÉCNICO SEGURANÇA DO TRABALHO – FCC - adaptada). Atenção: Leia o texto


abaixo para responder à questão de número 9.

O criador da mais conhecida e celebrada canção sertaneja, Tristeza do Jeca (1918), não era, como se
poderia esperar, um sofredor habitante do campo, mas o dentista, escrivão de polícia e dono de loja
Angelino Oliveira. Gravada por “caipiras” e “sertanejos”, nos “bons tempos do cururu autêntico”, assim

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como nos “tempos modernos da música ‘americanizada’ dos rodeios”, Tristeza do Jeca é o grande
exemplo da notável, embora pouco conhecida, fluidez que marca a transição entre os meios rural e
urbano, pelo menos em termos de música brasileira.
Num tempo em que homem só cantava em tom maior e voz grave, o Jeca surge humilde e sem
vergonha alguma da sua “falta de masculinidade”, choroso, melancólico, lamentando não poder voltar ao
passado e, assim, “cada toada representa uma saudade”. O Jeca de Oliveira não se interessa pelo meio
rural da miséria, das catástrofes naturais, mas pelo íntimo e sentimental, e foi nesse seu tom que a
música, caipira ou sertaneja, ganhou forma.
“A canção popular conserva profunda nostalgia da roça. Moderna, sofisticada e citadina, essa música
foi e é igualmente roceira, matuta, acanhada, rústica e sem trato com a área urbana, de tal forma que,
em todas essas composições, haja sempre a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir para registrar
uma situação de desenraizamento, de dependência e falta”, analisa a cientista política Heloísa Starling.
Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira: “foi entre 1902 e 1960 que a música sertaneja surgiu
como um campo específico no interior da MPB. Mas, se num período inicial, até 1930, ‘sertanejo’ indicava
indistintamente as músicas produzidas no interior do país, tendo como referência o Nordeste, a partir dos
anos de 1930, 'sertanejo' passou a significar o caipira do Centro-Sul. E, pouco mais tarde, de São Paulo.
Assim, se Jararaca e Ratinho, ícones da passagem do sertanejo nordestino para o ‘caipira’, trabalhavam
no Rio, as duplas dos anos 1940, como Tonico e Tinoco, trabalhariam em São Paulo”.
(Adaptado de: HAAG, Carlos. “Saudades do Jeca no século XXI”. In: Revista Fapesp, outubro de 2009, p. 80-5.)

Os pronomes “que” (1º parágrafo), “sua” (2º parágrafo) e “a qual” (3º parágrafo), referem-se,
respectivamente, a:
(A) exemplo − Jeca − composições
(B) fluidez − Jeca − voz exemplar do migrante
(C) Tristeza do Jeca − homem − canção popular
(D) exemplo − homem − voz exemplar do migrante
(E) fluidez − homem − canção popular

10. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR


ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECONOMIA – FGV). “Se você quiser ir mais longe”; a única forma dessa
frase que NÃO apresenta um equivalente semântico corretamente expresso é
(A) caso você queira ir mais longe.
(B) na hipótese de você querer ir mais longe.
(C) no caso de você querer ir mais longe.
(D) desde que você queira ir mais longe.
(E) conquanto você queira ir mais longe.

Respostas

1. (B)
O item que reproduz o enunciado de maneira adequada é: O produto, em virtude de sua rápida
adaptação ao solo e ao clima, adquiriu importância no mercado e transformou-se em um dos principais
itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.

2. (B)
Muito interessantes / bem difícil = ambos os advérbios mantêm relação com adjetivos, dando-lhes
noção de intensidade.

3. (B)
Nas alternativas A, C, D e E são apresentadas conjunções adversativas – que nos dão ideia contrária
à apresentada anteriormente; já na B, temos uma conjunção conclusiva (assim).

4. (D)
I. O termo "Mas" é classificado como conjunção subordinativa = é conjunção coordenativa adversativa
II. Classifica-se o termo "quando" como conjunção subordinativa que exprime circunstância temporal
= correta
III. Acentua-se o "u" tônico do hiato existente na palavra "conteúdo" = correta

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IV. "Os termos "conteúdo", "hora" e "prova" são palavras invariáveis, classificadas como substantivos
= são substantivos, mas variáveis (conteúdos, horas e provas. Lembrando que “prova” e “provas” podem
ser verbo: Ele prova todos os doces! Tu provas também?)

5. (B)
O ano em questão corresponde ao ano em que foi feita a matéria.

6. (D)
Questão fácil: o pronome relativo retoma o termo “roupas”.

7. (D)
Farei a inversão para facilitar sua compreensão:
A) autor algum desejava a minha opinião sobre o seu trabalho – mudamos o sentido da oração
B) O porteiro mesmo me entregou o pacote na recepção do hotel – mudança de sentido
C) Meu pai procurou uma pessoa certa para me entregar o embrulho – houve mudança
D) Contar histórias é uma forma prazerosa de aproximar os indivíduos – mesmo sentido!
E) Poemas grandes épicos servem para perpetuar a cultura de um povo – mudança de sentido

8. (A)
O termo destacado refere-se à palavra “pessoas”.

9. (B)
Recorramos ao texto: “que” (1º parágrafo) = fluidez que marca / “sua” (2º parágrafo) = o Jeca surge
humilde e sem vergonha alguma da sua “falta de masculinidade” / “a qual” (3º parágrafo) = haja sempre
a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir.
Obtivemos: fluidez / Jeca / a voz exemplar do migrante.

10. (E)
Conquanto = conjunção utilizada para relacionar duas orações, sendo que a oração subordinada
contém um fato contrário ao que foi afirmado na oração principal; embora, se bem que: Continuou
trabalhando, conquanto exausto. Aparenta riqueza, conquanto seja pobre.
(fonte: http://www.dicio.com.br/conquanto/)

3. Norma culta e variedades linguísticas

Norma Culta

Norma culta ou linguagem culta é uma expressão empregada pelos linguistas brasileiros para designar
o conjunto de variedades linguísticas produzidas pelos falantes classificado como cidadãos nascidos e
criados em zona urbana e com nível de escolaridade elevado. Assim, a norma culta define o uso correto
da Língua Portuguesa com base no que está escrito nos livros de gramática.

Aquisição da Linguagem e o Propósito da Língua

A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto familiar, que é o primeiro círculo social para
uma criança. A criança imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis combinatórias da
língua. Um jovem falante também vai exercitando o aparelho fonador, ou seja, a língua, os lábios, os
dentes, os maxilares, as cordas vocais para produzir sons que se transformam, mais tarde, em palavras,
frases e textos.
Um falante ao entrar em contato com outras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a
escola e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma. Há pessoas que falam de forma
diferente por pertencerem a outras cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo ou
classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades linguísticas.
A língua é um poderoso instrumento de ação social, ela possibilita transmitir nossas ideias e transmitir
um conjunto de informações sobre nós mesmos. Desta forma, ela pode tanto facilitar quanto dificultar o
nosso relacionamento com as pessoas e com a sociedade no que diz respeito a nossa capacidade de
uso e articulação da língua.

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Certas palavras e construções que empregamos acabam denunciando quem somos socialmente, ou
seja, em que região do país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, às vezes,
até nossos valores, círculo de amizades e hobbies, como skate, rock, surfe, etc. O uso da língua também
pode informar nossa timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa
insegurança.

Variedades Linguísticas

A língua escrita e falada apresenta uma série de variações e transformações ao pasar do tempo. Tais
variações decorrem das diferenças entre as épocas, condições sociais, culturais e regionais dos falantes.
Tomemos como exemplo a transformação ortográfica do vocábulo “farmácia” que antes era grafado com
“ph”, assim, a palavra era escrita “pharmácia”.
Todas as variedades linguísticas são adequadas, desde que cumpram com eficiência o papel
fundamental da língua, o de permitir e estabelecer a comunicação entre as pessoas. Apesar disso, há
uma entre as variedades que tem maior prestígio social, a norma culta ou norma padrã.
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, contida na maior parte dos livros,
registros escritos, nas mídias televisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: a
linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou profissões (policiais, jogadores de
futebol, advogados, surfistas).
O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos
em nossa família ou em nossa comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado ao domínio
de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados para nos comunicarmos nos diferentes
contextos lingísticos, já que a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mesma utilizada
em uma reunião de amigos no final de semana.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais
diferentes situações sociais de que participamos.

Graus de Formalismo

São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais como: o registro formal, que é uma
linguagem mais cuidada; o coloquial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e conectores simples; o informal,
que se caracteriza pelo uso de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado entre
membros de uma mesma família ou entre amigos).
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação de
comunicação; com o modo de expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a sintonia
entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de
um vocabulário específico de algum campo científico, por exemplo).

ATITUDES NÃO RECOMENDADAS

EXPRESSÕES CONDENÁVEIS USO RECOMENDADO

A nível de / Ao nível Em nível, No nível

Face a / Frente a Ante, Diante, Em face de, Em vista de, Perante

Onde (Quando não exprime lugar) Em que, Na qual, Nas quais, No qual, Nos quais

Sob um ponto de vista De um ponto de vista

Sob um prisma Por (ou através de) um prisma

Em função de Em virtude de, Por causa de, Em consequência de, Por,


Em razão de

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Expressões não recomendadas

- a partir de (a não ser com valor temporal).


Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...

- através de (para exprimir “meio” ou instrumento).


Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, segundo...

- devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.

- dito.
Opção: citado, mencionado.

- enquanto.
Opção: ao passo que.

- inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).


Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.

- no sentido de, com vistas a.


Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.

- pois (no início da oração).


Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.

- principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.

Expressões que demandam atenção

- acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se


- aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, aceito
- acendido, aceso (formas similares) – idem
- à custa de – e não às custas de
- à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, conforme
- na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
- a meu ver – e não ao meu ver
- a ponto de – e não ao ponto de
- a posteriori, a priori – não tem valor temporal
- em termos de – modismo; evitar
- enquanto que – o que é redundância
- entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
- implicar em – a regência é direta (sem em)
- ir de encontro a – chocar-se com
- ir ao encontro de – concordar com
- se não, senão – quando se pode substituir por caso não, separado; quando não se pode, junto
- todo mundo – todos
- todo o mundo – o mundo inteiro
- não pagamento = hífen somente quando o segundo termo for substantivo
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo presente; a futuro próximo; ao anunciar
e a que se está tratando)
- esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte (tempo futuro, desejo de distância; tempo
passado próximo do presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).

Erros Comuns

- "Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte anos tenho muitas novidades para contar”.

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Uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de coesão, pois não consegue perceber a que
antecedente ele se refere, portanto nada conecta e produz relação absurda.

- "Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de
mel. "Tudo começou naquele baile de quinze anos", "... é aos dezoito anos que se começa a procurar o
caminho do amanhã e encontrar as perspectiva que nos acompanham para sempre na estrada da vida”.
Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras gramaticais e, assim, construir um texto sem
erros. Entretanto, se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões gastas, vulgarizadas
pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto fica comprometida.

- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem põem em xeque todos os conceitos
humanos sobre Deus e a vida? "Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu valor e os
homens a todo momento necessitam de descobrir todos os mistérios da vida que nos cerca a todo
instante”.
É de extrema importância seguir o que foi proposto no tema. Antes de começar o texto leia atentamente
todos os elementos que o examinador apresentou. Esquematize as ideias e perceba se não há falta de
correspondência entre o tema proposto e o texto criado.

- "Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo (...) mostrou que ele não era maligno”.
Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele refere-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar
a ambiguidade, deve-se observar se a relação entre cada palavra do texto está correta.

- "Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma criança”.
Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas indica uma circunstância de oposição, de
ideia contrária a. Portanto, a relação adversativa introduzida pelo "mas" no fragmento acima produz uma
ideia absurda.

- "Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sempre vem a bonança. Após longo
suplício, meu coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos separadas
carnalmente”.
Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem a redação e fazem parecer que o autor
não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente.

- "Todos os deputados são corruptos”.


Evite pensamentos radicais. É recomendável não generalizar e evitar, assim, posições extremistas.

- "Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas. Olhe, acho que ele não vai concordar
com a decisão que você tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos sabem -
ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer para, enfim, para ele entender a decisão”.
O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito não deve apresentar marcas de oralidade.

- "Mal cheiro", "mau-humorado".


Mal opõe-se à bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado).
Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.

- "Fazem" cinco anos.


Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.

- "Houveram" muitos acidentes.


Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve
haver muitos casos iguais.

- Para "mim" fazer.


Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

- Entre "eu" e você.


Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.

- "Há" dez anos "atrás".

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Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.

- "Entrar dentro".
Problema de redundância. O certo seria: entrar em.
Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais,
ganhar grátis, viúva do falecido.

- Vai assistir "o" jogo hoje.


Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão.
Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram
(desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. /
Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.

- Preferia ir "do que" ficar.


Prefere-se sempre uma coisa à outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível
lutar a morrer sem glória.

- Não há regra sem "excessão".


O certo é exceção.
Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente"
(beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinquenta), "zuar"
(zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo),
"ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).

- Comprei "ele" para você.


Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-
os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.

- "Aluga-se" casas.
O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam
acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.

- Chegou "em" São Paulo.


Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os
filhos ao circo.

- Todos somos "cidadões".


O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães,
tabeliães, gângsteres.

- A última "seção" de cinema.


Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral,
Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.

- Vendeu "uma" grama de ouro.


Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas.

- "Porisso".
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de

- Não viu "qualquer" risco.


Deve-se usar “nenhum”, e não "qualquer.
Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.

- A feira "inicia" amanhã.


Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.

- O peixe tem muito "espinho".


Peixe tem espinha.

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Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo"
(círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).

- Não sabiam "aonde" ele estava.


O certo: Não sabiam onde ele estava.
Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?

- "Obrigado", disse a moça.


Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito
obrigados por tudo.

- Ela era "meia" louca.


Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

- "Fica" você comigo.


Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra
Caixa você também. / Chegue aqui.

- A questão não tem nada "haver" com você.


A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com
você.

- Vou "emprestar" dele.


Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o
livro (ceder) ao meu irmão.
Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.

- Ele foi um dos que "chegou" antes.


Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram
antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.

- "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com
números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.

- Tinha "chego" atrasado.


"Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

- Queria namorar "com" o colega.


O com não existe: Queria namorar o colega.

- O processo deu entrada "junto ao" STF.


Processo dá entrada no STF

- As pessoas "esperavam-o".
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas:
As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.

- Vocês "fariam-lhe" um favor?


Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do
pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se
imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um
presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").

- Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos.


Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser
substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador
estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

- Estávamos "em" quatro à mesa.

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O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.

- Sentou "na" mesa para comer.


Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou
ao piano, à máquina, ao computador.

- Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu.


A locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

- O time empatou "em" 2 a 2.


A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma
forma: empate por.

- Não queria que "receiassem" a sua companhia.


O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam,
ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias,
enfeiam).

- Eles "tem" razão.


No plural, têm é com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e
põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

- Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-
partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos
social-democratas.

- Andou por "todo" país.


Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a
tripulação inteira) foi demitida.
Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer
nação) tem inimigos.

- "Todos" amigos o elogiavam.


No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do
texto.

- Ela "mesmo" arrumou a sala.


“Mesmo” é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.

- Chamei-o e "o mesmo" não atendeu.


Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. /
Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não
"dos mesmos").

- Vou sair "essa" noite.


É este que designa o tempo no qual se está o objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em
que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).

- A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero
hora.

- Comeu frango "ao invés de" peixe.


Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe.
Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

- Se eu "ver" você por aí...


O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir); se eu tiver (de ter); se ele puser
(de pôr); se ele fizer (de fazer); se nós dissermos (de dizer).

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- Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode,
explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda",

- Disse o que "quiz".


Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos;
pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.

- O homem "possue" muitos bens.


O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui.
Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.

- A tese "onde".
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam.
Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em
que ele canta... / Na entrevista em que...

- Já "foi comunicado" da decisão.


Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado
(cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da
decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada
aos empregados.

- A modelo "pousou" o dia todo.


Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc.

- Espero que "viagem" hoje.


Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar).
Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar.
Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).

- O pai "sequer" foi avisado.


Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Partiu sem sequer nos avisar.

- O fato passou "desapercebido".


Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.

- "Haja visto" seu empenho...


A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista
suas críticas.

- A moça "que ele gosta".


Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta

- É hora "dele" chegar.


Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo:
É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado. / Depois de esses fatos terem ocorrido.

- A festa começa às 8 "hrs.".


As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."),
5 m, 10 kg.

- "Dado" os índices das pesquisas...


A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas
ideias...

- Ficou "sobre" a mira do assaltante.


Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama.

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Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E
lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa
e alguém vai para trás.

- "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.

Questões

01. (Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)


Assinale a alternativa que apresenta incorreção na regência verbal de acordo com a norma culta:
a) Quero a Pedro.
b) Custou-lhe aceitar a verdade
c) Eles se referiram sobre o outro governo.
d) Esta é a cidade com a qual sonhamos.
e) Assisti à conferência e não gostei.

02. (EMSERH – Fisioterapeuta – FUNCAB/2016)

O embondeiro que sonhava pássaros

Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro.
Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse
com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome.
Chamavam-lhe o passarinheiro.
Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo
fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas
aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era
uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
- Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das
crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se
fabulava.
Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus
pequenos filhos - aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara
aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar.
Contudo, os pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava
dito.
Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.
[...]
O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos
se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte
matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de
pensar.
No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram:
aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios.
Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento
de si:
- Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.
Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles
tinham já desbravado os mais extensos matos?
O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições
- teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se
aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam
aos bichos silvestres, concluíam.
Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o
passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos
vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se
estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros

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desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos
descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando
o tempo. [...]
As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se em outras felizes existências. E todos se
familiavam, parentes aparentes. [...]
Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está
proibida, vocês não saem mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71. (Fragmento).

Do ponto de vista da norma culta, a única substituição pronominal realizada que feriu a regra de
colocação foi:
a) " Os brancos se inquietavam com aquela desobediência” = Os brancos inquietavam-se com aquela
desobediência.
b) " O remédio, enfim, se haveria de pensar." = O remédio, enfim, haver-se-ia de pensar.
c) " Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam” = Eles igualam-se aos bichos silvestres,
concluíam.
d) "O mundo inteiro se fabulava." = O mundo inteiro fabulava-se.
e) "Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o passarinheiro.

03. (SEGEP/MA – Agente Penitenciário – FUNCAB/2016)

A Repartição dos Pães

Era sábado e estávamos convidados para o almoço de obrigação. Mas cada um de nós gostava demais
de sábado para gastá-lo com quem não queríamos. Cada um fora alguma vez feliz e ficara com a marca
do desejo. Eu, eu queria tudo. E nós ali presos, como se nosso trem tivesse descarrilado e fôssemos
obrigados a pousar entre estranhos. Ninguém ali me queria, eu não queria a ninguém. Quanto a meu
sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a gastá-lo mal, fechá-la na
mão dura, onde eu o amarfanhava como a um lenço. À espera do almoço, bebíamos sem prazer, à saúde
do ressentimento: amanhã já seria domingo. Não é com você que eu quero, dizia nosso olhar sem
umidade, e soprávamos devagar a fumaça do cigarro seco. A avareza de não repartir o sábado, ia pouco
a pouco roendo e avançando como ferrugem, até que qualquer alegria seria um insulto à alegria maior.
Só a dona da casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite. Ela, no entanto,
cujo coração já conhecera outros sábados. Como pudera esquecer que se quer mais e mais? Não se
impacientava sequer com o grupo heterogêneo, sonhador e resignado que na sua casa só esperava como
pela hora do primeiro trem partir, qualquer trem - menos ficar naquela estação vazia, menos ter que refrear
o cavalo que correria de coração batendo para outros, outros cavalos.
Passamos afinal à sala para um almoço que não tinha a bênção da fome. E foi quando surpreendidos
deparamos com a mesa. Não podia ser para nós...
Era uma mesa para homens de boa-vontade. Quem seria o conviva realmente esperado e que não
viera? Mas éramos nós mesmos. Então aquela mulher dava o melhor não importava a quem? E lavava
contente os pés do primeiro estrangeiro. Constrangidos, olhávamos.
A mesa fora coberta por uma solene abundância. Sobre a toalha branca amontoavam-se espigas de
trigo. E maçãs vermelhas, enormes cenouras amarelas [...]. Os tomates eram redondos para ninguém:
para o ar, para o redondo ar. Sábado era de quem viesse. E a laranja adoçaria a língua de quem primeiro
chegasse.
Junto do prato de cada mal convidado, a mulher que lavava pés de estranhos pusera - mesmo sem
nos eleger, mesmo sem nos amar - um ramo de trigo ou um cacho de rabanetes ardentes ou uma talhada
vermelha de melancia com seus alegres caroços. Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava
nos limões verdes. Nas bilhas estava o leite, como se tivesse atravessado com as cabras o deserto dos
penhascos. Vinho, quase negro de tão pisado, estremecia em vasilhas de barro. Tudo diante de nós.
Tudo limpo do retorcido desejo humano. Tudo como é, não como quiséramos. Só existindo, e todo. Assim
como existe um campo. Assim como as montanhas. Assim como homens e mulheres, e não nós, os
ávidos. Assim como um sábado. Assim como apenas existe. Existe.
Em nome de nada, era hora de comer. Em nome de ninguém, era bom. Sem nenhum sonho. E nós
pouco a pouco a par do dia, pouco a pouco anonimizados, crescendo, maiores, à altura da vida possível.
Então, como fidalgos camponeses, aceitamos a mesa.

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Não havia holocausto: aquilo tudo queria tanto ser comido quanto nós queríamos comê-lo. Nada
guardando para o dia seguinte, ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir. Era um viver
que eu não pagara de antemão com o sofrimento da espera, fome que nasce quando a boca já está perto
da comida. Porque agora estávamos com fome, fome inteira que abrigava o todo e as migalhas. [...]
E não quero formar a vida porque a existência já existe. Existe como um chão onde nós todos
avançamos. Sem uma palavra de amor. Sem uma palavra. Mas teu prazer entende o meu. Nós somos
fortes e nós comemos.
Pão é amor entre estranhos.
LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Do ponto de vista da norma culta, a única substituição/mudança que poderia ser feita, sem alteração
de valor semântico e linguístico, seria:
a) ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir.” = ali mesmo ofereci o que eu sentia
àquilo que fazia-me sentir.
b) "Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava nos limões verdes.” = Tudo cortado pela
acidez espanhola que adivinhava-se nos limões verdes.
c) "Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos.” = Mas
cada um de nós gostava demais de sábado para o gastar com quem não queríamos.
d) "Só a dona casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite.” = Só a dona
da casa não parecia economizar o sábado para usar-lhe numa quinta de noite.
e) "Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a
gastá-lo mal.” = Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu
preferia, do que gastá-lo mal.

04. (CODEBA – Guarda Portuário – FGV/2016)

O texto do cartaz apresenta numerosos erros segundo a norma culta da Língua Portuguesa.
Assinale a opção em que o segmento retirado do texto está correto.
a) “O lixo eletrônico contém".
b) “material radioativo que causam danos".
c) “causam danos a saúde".
d) “a saúde e ao meio ambiemte".
e) “esse material fique jogado por ai".

05. (SEDU/ES – Professor - Língua Portuguesa – FCC/2016)


Assim, a expressão norma culta deve ser entendida como designando a norma linguística praticada,
em determinadas situações (aquelas que exigem certo grau de formalidade), por aqueles grupos sociais
mais diretamente relacionados com a cultura escrita, em especial por aquela legitimada historicamente
pelos grupos que controlam o poder social. [...] A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou
também, ao longo da história, um processo fortemente unificador, que visou e visa uma relativa
estabilização linguística, buscando neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado desse
processo, a essa norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão ou língua padrão.
(FARACO, 2002, p.40)

Depreende-se da leitura do texto que a


a) norma culta é a língua falada pelos que, detendo maior prestígio social, buscam impô-la aos menos
favorecidos.

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b) norma culta e a norma–padrão são expressões sinônimas, pois ambas neutralizam as variedades
incultas e populares.
c) norma-padrão é escrita e refratária à variação linguística, pois busca estabilizar a língua,
normatizando-a.
d) norma-padrão restringe-se às situações comunicativas sociais em que o falante tem reconhecido
poder social.
e) norma-padrão é aquela falada pela maioria da população em situações que exijam formalidade
discursiva.

06. (Pref. de Itupeva/SP – Procurador Municipal – FUNRIO/2016)


TEXTO
DENGUE E VISTORIA

As equipes de combate ao Aedes aegypti já vistoriaram 18,6 milhões de imóveis em todo país. O
balanço é do segundo ciclo de campanha de caça ao mosquito, iniciado este mês. Mas nem todo mundo
atendeu ao chamado dos agentes de saúde: muitos imóveis visitados estavam fechados ou os moradores
não abriram suas portas. Até agora, a vistoria só aconteceu de fato em 33,4% do total de 67 milhões de
residências que deveriam ser monitoradas.
Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões
não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde. A abrangência das visitas
também foi divulgada. Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.438 já registraram as visitas no Sistema
Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR), segundo o novo balanço,
concluído no dia 24. Os agentes de saúde encontraram focos de larvas de Aedes aegypti em 3,2% dos
locais visitados.

“Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões
não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde”. As formas demonstrativas
“nesse” e “desses”:
a) obedecem a uma mesma regra de estruturação textual.
b) referem-se a termos afastados temporalmente.
c) estão ligados a termos espacialmente próximos.
d) comprovam um emprego contrário à norma culta.
e) demonstram um uso coloquial na língua portuguesa.

07. (CFP – Analista Técnico – Suporte em TI – Quadrix/2016)

Com açúcar, com afeto

Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto


Pra você parar em casa, qual o quê
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é operário, sai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê

No caminho da oficina, há um bar em cada esquina


Pra você comemorar, sei lá o quê
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol

Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo


Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar

Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança

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Pra chorar o meu perdão, qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado

Como vou me aborrecer, qual o quê


Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro meus braços pra você

Chico Buarque

Releia esta passagem do texto:

“Diz pra eu não ficar sentida".

Essa é uma construção típica da oralidade, característica da linguagem brasileira de uso corrente, no
entanto, segundo a Norma Culta da Língua Portuguesa, o período acima configura alguns desvios em
relação ao padrão normativo gramatical escrito. Se fôssemos adequá-lo à Norma, em sua totalidade,
como deveríamos reescrevê-lo?
a) Diz-me que não fique sentida.
b) Diz a mim para não ficar sentida.
c) Diz-me não ficar sentida.
d) Diz a mim para que não fique sentida.
e) Diz para eu não ficar sentida.

08. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – FAEPESUL/2016)


Assinale o período em que a concordância verbal NÃO é aceita pela gramática culta da Língua
Portuguesa:
a) Promovem-se muitas festas beneficentes nesta instituição de ensino.
b) Os Estados Unidos comemora novas eleições.
c) Fala-se de crises políticas, corrupção e propina.
d) Deve haver orientações para as famílias prejudicadas pelas enchentes.
e) Segundo a reportagem, fazia anos que estavam afastados dos pais.

Respostas

01. Resposta C
Eles se referiram ao outro governo. - Correto
Eles se referiram sobre o outro governo. Errado

02. Resposta E
Em regra não se aplica pronome obliquo átono no início de uma oração.
"Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o passarinheiro.

03. Resposta C
a) ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir.” = ali mesmo ofereci o que eu sentia
àquilo que fazia-me sentir.
Aqui existe o uso da próclise. A próclise antecede pronomes indefinidos, relativos, interrogativos,
advérbios que não peçam pausa, conjunções subordinativas e quando há gerúndio precedido pela
preposição EM. Neste caso o "que" é um pronome relativo, por isso não pode ser usado a ênclise, pois
pronome relativo atrai a próclise.
b) "Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava nos limões verdes.” = Tudo cortado pela
acidez espanhola que adivinhava-se nos limões verdes.
Temos outro caso de pronome relativo. Por isso deve ser usada a próclise, pois o pronome que retoma
a palavra acidez espanhola.
c) "Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos.” = Mas
cada um de nós gostava demais de sábado para o gastar com que não queríamos.

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Neste caso temos a próclise facultativa quando usada com conjunções coordenativas. Alternativa
correta
d) "Só a dona casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite.” = Só a dona
da casa não parecia economizar o sábado para usar-lhe numa quinta de noite. O "lhe" é usado apenas
para objeto indireto.
e) "Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a
gastá-lo mal.” = Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e sombras - eu
preferia, do que gastá-lo mal.
Na alternativa "e" temos um caso de regência. O verbo preferir é transitivo direto e indireto com a
preposição A. Ou seja, necessita de um objeto direto e um indireto. Quem prefere, prefere isso a aquilo.
A opção dada pela alternativa é o modo coloquial.
Ex: Prefiro a natação ao futebol.

04. Resposta A
a) “O lixo eletrônico contém". Verbo conter no ele contém, eles contêm _ correto
b) “material radioativo que (pronome relativo) causam danos". O pronome relativo "que" é o sujeito do
verbo causar, porém ele se refere ao termo que o antecede (material radioativo) e por isso deverá o verbo
concordar com o termo que antecede o pronome relativo - material radioativo que CAUSA danos
c) “causam danos À saúde". (CRASE)
d) “à saúde e ao meio ambiemte". (Tinha que haver paralelismo, ou seja, como "meio ambiente" estão
antecedido por ao, saúde tem que vir com crase)
e) “esse material fique jogado por AÍ" (ORTOGRAFIA)

05. Resposta C
Assim, a expressão norma culta deve ser entendida como designando a norma linguística praticada,
em determinadas situações (aquelas que exigem certo grau de formalidade), por aqueles grupos sociais
mais diretamente relacionados com a cultura escrita, em especial por aquela legitimada historicamente
pelos grupos que controlam o poder social. [...]
A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou também, ao longo da história, um processo
fortemente unificador, que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando neutralizar a
variação e controlar a mudança.
Ao resultado desse processo, a essa norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão
ou língua padrão.

06. Resposta A
Pertencem a mesma classe de "PRONOMES DEMONSTRATIVOS"
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação
a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.

07. Resposta A
Quem diz, diz alguma coisa a alguém. Logo, DIZER é VTDI:
Diz-me (objeto indireto) que não fique sentida (objeto direto)

08. Resposta B
Por conta do artigo " OS" o correto é a concordância no plural: Os Estados Unidos comemoram novas
eleições

Variação Linguística

“Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se um velho amadurecido ou um jovem
impetuoso na flor da idade; se uma matrona autoritária ou uma dedicada; se um mercador errante ou um
lavrador de pequeno campo fértil (...)”

Todas as pessoas que falam uma determinada língua conhecem as estruturas gerais, básicas, de
funcionamento podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fatores. Tais variações, que às
vezes são pouco perceptíveis e outras vezes bastante evidentes, recebem o nome genérico de
variedades ou variações linguísticas.

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Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os seus falantes em todos os lugares e em
qualquer situação. Sabe-se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mesmo
significado dentro de um mesmo contexto. Suponham-se, por exemplo, os dois enunciados a seguir:

Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz tempo.


Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há anos.
Qualquer falante do português reconhecerá que os dois enunciados pertencem ao seu idioma e têm o
mesmo sentido, mas também que há diferenças. Pode dizer, por exemplo, que o segundo é de uma
pessoa mais “estudada”.
Isso é prova de que, ainda que intuitivamente e sem saber dar grandes explicações, as pessoas têm
noção de que existem muitas maneiras de falar a mesma língua. É o que os teóricos chamam de variações
linguísticas.
As variações que distinguem uma variante de outra se manifestam em quatro planos distintos, a saber:
fônico, morfológico, sintático e lexical.

Variações Fônicas

São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da palavra. Os exemplos de variação
fônica são abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os domínios em que se percebe com mais
nitidez a diferença entre uma variante e outra. Entre esses casos, podemos citar:
- a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem oral no português: falá, vendê, curti (em
vez de curtir), compô.
- o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me alembro, o pássaro avoa, formas comuns
na linguagem clássica, hoje frequentes na fala caipira.
- a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, marelo (amarelo), margoso (amargoso),
características na linguagem oral coloquial.
- a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas
elas formas típicas de pessoas de baixa condição social.
- A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das regiões do Brasil) ou como “l” (em certas
regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipira): quintau, quintar,
quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol.
- deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar, estrupo, cardeneta, típicos de pessoas
de baixa condição social.

Variações Morfológicas

São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. Nesse domínio, as diferenças entre as
variantes não são tão numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis. Como
exemplos, podemos citar:
- o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o superlativo de adjetivos, recurso muito
característico da linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humaníssimo), uma prova
hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiperpossante (em vez de possantíssimo).
- a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regulares: ele interviu (interveio), se ele manter
(mantiver), se ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser).
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares: vareia (varia), negoceia (negocia).
- uso de substantivos masculinos como femininos ou vice-versa: duzentas gramas de presunto
(duzentos), a champanha (o champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da cal).
- a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e adjetivos (típicos do falar paulistano): os
amigo e as amiga, os livro indicado, as noite fria, os caso mais comum.
- o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o Brasil reflete (reflita) sobre o que
aconteceu nas últimas eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é possível que
ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.

Variações Sintáticas

Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe, como no da


morfologia, não são tantas as diferenças entre uma variante e outra. Como exemplo, podemos citar:
- o uso de pronomes do caso reto com outra função que não a de sujeito: encontrei ele (em vez de
encontrei-o) na rua; não irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de ti) e ele.

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- o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi
ontem.
- a ausência da preposição adequada antes do pronome relativo em função de complemento verbal:
são pessoas que (em vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que) eu
assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio.
- a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome “que” no início da frase mais a combinação
da preposição “de” com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a família dele (em vez
de cuja família eu já conhecia).
- a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando se trata de verbos no imperativo: Entra,
que eu quero falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) voz me irrita.
- ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles chegou tarde (em grupos de baixa extração
social); Faltou naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios.

Variações Léxicas

É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do léxico, como as do plano fônico, são
muito numerosas e caracterizam com nitidez uma variante em confronto com outra. Eis alguns, entre
múltiplos exemplos possíveis de citar:
- a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para formar o grau superlativo dos adjetivos,
características da linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil; Esse amigo é
um carinha maior esforçado.
- as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às vezes, tão surpreendentes, que têm
sido objeto de piada de lado a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no Brasil
chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Portugal chamam de bicha; café da manhã
em Portugal se diz pequeno almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de suéter,
malha, camiseta.

Designações das Variantes Lexicais:

- Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso e, por isso, denunciam uma linguagem já
ultrapassada e envelhecida. É o caso de reclame, em vez de anúncio publicitário; na década de 60, o
rapaz chamava a namorada de broto (hoje se diz gatinha ou forma semelhante), e um homem bonito era
um pão; na linguagem antiga, médico era designado pelo nome físico; um bobalhão era chamado de coió
ou bocó; em vez de refrigerante usava-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era supimpa.

- Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de palavras recém-criadas, muitas das quais mal
ou nem entraram para os dicionários. A moderna linguagem da computação tem vários exemplos, como
escanear, deletar, printar; outros exemplos extraídos da tecnologia moderna são mixar (fazer a
combinação de sons), robotizar, robotização.

- Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras emprestadas de outra língua, que ainda não foram
aportuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobretudo
da linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas o corpo” ou, mais livremente,
“estejas em liberdade”), ipso facto (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo”), ipsis litteris (textualmente,
“com as mesmas letras”), grosso modo (“de modo grosseiro”, “impreciso”), sic (“assim, como está
escrito”), data venia (“com sua permissão”).
As palavras de origem inglesas são inúmeras: insight (compreensão repentina de algo, uma percepção
súbita), feeling (“sensibilidade”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informações básicas),
jingle (mensagem publicitária em forma de música).
Do francês, hoje são poucos os estrangeirismos que ainda não se aportuguesaram, mas há
ocorrências: hors-concours (“fora de concurso”, sem concorrer a prêmios), tête-à-tête (palestra particular
entre duas pessoas), esprit de corps (“espírito de corpo”, corporativismo), menu (cardápio), à la carte
(cardápio “à escolha do freguês”), physique du rôle (aparência adequada à caracterização de um
personagem).

- Jargão: é o vocabulário típico de um campo profissional como a medicina, a engenharia, a


publicidade, o jornalismo. No jargão médico temos uso tópico (para remédios que não devem ser
ingeridos), apneia (interrupção da respiração), AVC ou acidente vascular cerebral (derrame cerebral). No
jargão jornalístico chama-se de gralha, pastel ou caco o erro tipográfico como a troca ou inversão de uma

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letra. A palavra lide é o nome que se dá à abertura de uma notícia ou reportagem, onde se apresenta
sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial. Quando o lide é muito prolixo, é chamado de
nariz-de-cera. Furo é notícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma barriga. Entre
os jornalistas é comum o uso do verbo repercutir como transitivo direto: __ Vá lá repercutir a notícia de
renúncia! (esse uso é considerado errado pela gramática normativa).

- Gíria: é o vocabulário especial de um grupo que não deseja ser entendido por outros grupos ou que
pretende marcar sua identidade por meio da linguagem. Existe a gíria de grupos marginalizados, de
grupos jovens e de segmentos sociais de contestação, sobretudo quando falam de atividades proibidas.
A lista de gírias é numerosíssima em qualquer língua: ralado (no sentido de afetado por algum prejuízo
ou má-sorte), ir pro brejo (ser malsucedido, fracassar, prejudicar-se irremediavelmente), cara ou cabra
(indivíduo, pessoa), bicha (homossexual masculino), levar um lero (conversar).

- Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico excessivamente erudito, muito raro, afetado:
Escoimar (em vez de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar (em vez de discordar); cinesíforo
(em vez de motorista); obnubilar (em vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em vez de casamento);
chufa (em vez de caçoada, troça).

- Vulgarismo: é o contrário do preciosismo, ou seja, o uso de um léxico vulgar, rasteiro, obsceno,


grosseiro. É o caso de quem diz, por exemplo, de saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou (em vez
de se deu mal, arruinou-se), feder (em vez de cheirar mal), ranho (em vez de muco, secreção do nariz).

Tipos de Variação

Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as variantes linguísticas um sistema de
classificação que seja simples e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as diferenças que
caracterizam os múltiplos modos de falar dentro de uma comunidade linguística. O principal problema é
que os critérios adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez de atuarem isoladamente.
As variações mais importantes, para o interesse do concurso público, são os seguintes:

- Sóciocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido com certa facilidade. Por exemplo, alguém
diz a seguinte frase:

“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” (frase 1)

Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos caracterizá-la, por exemplo, pela sua
profissão: um advogado? Um trabalhador braçal de construção civil? Um médico? Um garimpeiro? Um
repórter de televisão?
E quem usaria a frase abaixo?

“Obviamente faltou-lhe coragem para enfrentar os ladrões.” (frase 2)

Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes pertencentes a grupos sociais economicamente mais
pobres. Pessoas que, muitas vezes, não frequentaram nem a escola primária, ou, quando muito, fizeram-
no em condições não adequadas.
Por outro lado, a frase 2 é mais comum aos falantes que tiveram possibilidades sócio-econômicas
melhores e puderam, por isso, ter um contato mais duradouro com a escola, com a leitura, com pessoas
de um nível cultural mais elevado e, dessa forma, “aperfeiçoaram” o seu modo de utilização da língua.
Convém ficar claro, no entanto, que a diferenciação feita acima está bastante simplificada, uma vez
que há diversos outros fatores que interferem na maneira como o falante escolhe as palavras e constrói
as frases. Por exemplo, a situação de uso da língua: um advogado, num tribunal de júri, jamais usaria a
expressão “tá na cara”, mas isso não significa que ele não possa usá-la numa situação informal
(conversando com alguns amigos, por exemplo).
Da comparação entre as frases 1 e 2, podemos concluir que as condições sociais influem no modo de
falar dos indivíduos, gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mesma língua. A elas
damos o nome de variações sócio-culturais.

- Geográfica: é, no Brasil, bastante grande e pode ser facilmente notada. Ela se caracteriza pelo
acento linguístico, que é o conjunto das qualidades fisiológicas do som (altura, timbre, intensidade),

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por isso é uma variante cujas marcas se notam principalmente na pronúncia. Ao conjunto das
características da pronúncia de uma determinada região dá-se o nome de sotaque: sotaque mineiro,
sotaque nordestino, sotaque gaúcho etc. A variação geográfica, além de ocorrer na pronúncia, pode
também ser percebida no vocabulário, em certas estruturas de frases e nos sentidos diferentes que
algumas palavras podem assumir em diferentes regiões do país.
Leia, como exemplo de variação geográfica, o trecho abaixo, em que Guimarães Rosa, no conto “São
Marcos”, recria a fala de um típico sertanejo do centro-norte de Minas:

“__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado Mangolô!].
__ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço. Não faço, porque não paga a pena... De
primeiro, quando eu era moço, isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui, de noite, foras d’hora,
em cemitério... (...). Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito, gosta de se comparecer. Hoje, não,
estou percurando é sossego...”

- Histórica: as línguas não são estáticas, fixas, imutáveis. Elas se alteram com o passar do tempo e
com o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. Essas alterações
recebem o nome de variações históricas.
Os dois textos a seguir são de Carlos Drummond de Andrade. Neles, o escritor, meio em tom de
brincadeira, mostra como a língua vai mudando com o tempo. No texto I, ele fala das palavras de
antigamente e, no texto II, fala das palavras de hoje.

Texto I

Antigamente

Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e prendadas. Não fazia
anos; completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes
pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levantam tábua, o
remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (...) Os mais idosos, depois da janta,
faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomava cautela de não apanhar sereno. Os mais
jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou
sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisas de onze varas, e até
em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’agua.
(...) Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário,
e com isso punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa
cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que
seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar
escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas teteias.
(...) Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, lombrigas; asthma os gatos, os
homens portavam ceroulas, bortinas a capa de goma (...). Não havia fotógrafos, mas retratistas, e os
cristãos não morriam: descansavam.
Mas tudo isso era antigamente, isto é, doutora.

Texto II

Entre Palavras

Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras – circulamos. A maioria delas não figura nos
dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tornar
conhecimento de novas palavras e combinações.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido,
sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele não entenda
o que você diz.
O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron,
o ditafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em 1940?
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o
módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o ta legal, a apartheid, o som
pop, as estruturas e a infraestrutura.

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Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento,
o unissex, o bandeirinha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem.
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o
superego, a Futurologia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o
Isop, a Oea, e a ONU.
Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a diagramação, o ideologema, o
idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra elétrica.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento,
Detran, poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa, poluição.
Fundos de investimento, e daí? Também os de incentivos fiscais. Knon-how. Barbeador elétrico de
noventa microrranhuras. Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados. Viagens pelo
crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click!
Não havia nada disso no Jornal do tempo de Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luís. Algumas
coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo geral. A
enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias. Entre
palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)

- De Situação: aquelas que são provocadas pelas alterações das circunstâncias em que se desenrola
o ato de comunicação. Um modo de falar compatível com determinada situação é incompatível com outra:

Ô mano, ta difícil de te entendê.

Esse modo de dizer, que é adequado a um diálogo em situação informal, não tem cabimento se o
interlocutor é o professor em situação de aula.
Assim, um único indivíduo não fala de maneira uniforme em todas as circunstâncias, excetuados
alguns falantes da linguagem culta, que servem invariavelmente de uma linguagem formal, sendo, por
isso mesmo, considerados excessivamente formais ou afetados.
São muitos os fatores de situação que interferem na fala de um indivíduo, tais como o tema sobre o
qual ele discorre (em princípio ninguém fala da morte ou de suas crenças religiosas como falaria de um
jogo de futebol ou de uma briga que tenha presenciado), o ambiente físico em que se dá um diálogo (num
templo não se usa a mesma linguagem que numa sauna), o grau de intimidade entre os falantes (com
um superior, a linguagem é uma, com um colega de mesmo nível, é outra), o grau de comprometimento
que a fala implica para o falante (num depoimento para um juiz no fórum escolhem-se as palavras, num
relato de uma conquista amorosa para um colega fala-se com menos preocupação).
As variações de acordo com a situação costumam ser chamadas de níveis de fala ou, simplesmente,
variações de estilo e são classificadas em duas grandes divisões:
- Estilo Formal: aquele em que é alto o grau de reflexão sobre o que se diz, bem como o estado de
atenção e vigilância. É na linguagem escrita, em geral, que o grau de formalidade é mais tenso.
- Estilo Informal (ou coloquial): aquele em que se fala com despreocupação e espontaneidade, em que
o grau de reflexão sobre o que se diz é mínimo. É na linguagem oral íntima e familiar que esse estilo
melhor se manifesta.

Como exemplo de estilo coloquial vem a seguir um pequeno trecho da gravação de uma conversa
telefônica entre duas universitárias paulistanas de classe média, transcrito do livro Tempos Linguísticos,
de Fernando Tarallo. As reticências indicam as pausas.

Eu não sei tem dia... depende do meu estado de espírito, tem dia que minha voz... mais ta assim,
sabe? taquara rachada? Fica assim aquela voz baixa. Outro dia eu fui lê um artigo, lê?! Um menino lá
que faiz pós-graduação na, na GV, ele me, nóis ficamo até duas hora da manhã ele me explicando toda
a matéria de economia, das nove da noite.

Como se pode notar, não há preocupação com a pronúncia nem com a continuidade das ideias, nem
com a escolha das palavras. Para exemplificar o estilo formal, eis um trecho da gravação de uma aula de
português de uma professora universitária do Rio de Janeiro, transcrito do livro de Dinah Callou. A
linguagem falada culta na cidade do Rio de Janeiro. As pausas são marcadas com reticências.

O que está ocorrendo com nossos alunos é uma fragmentação do ensino... ou seja... ele perde a noção
do todo... e fica com uma série... de aspectos teóricos... isolados... que ele não sabe vincular a realidade

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nenhuma de seu idioma... isto é válido também para a faculdade de letras... ou seja... né? há uma série...
de conceitos teóricos... que têm nomes bonitos e sofisticados... mas que... na hora de serem
empregados... deixam muito a desejar...

Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o grau de formalidade e planejamento típico do
texto escrito, mas trata-se de um estilo bem mais formal e vigiado que o da menina ao telefone.

Questões

01. (SEDUC/PI – PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA – NUCEPE/2015)

SOTAQUE MINEIRO: É ILEGAL, IMORAL OU ENGORDA?

Gente, simplificar é um pecado. Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar,
tantos processos — oh sina — para analisar, eu fundaria um partido cuja luta seria descobrir as falas de
cada região do Brasil.
Cadê os linguistas deste país? Sinto falta de um tratado geral das sotaques brasileiros. Não há nada
que me fascine mais. Como é que as montanhas, matas ou mares influem tanto, e determinam a cadência
e a sonoridade das palavras?
(...)
Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las
no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: pó parar. Não dizem: onde eu estou? dizem:
ôndôtô?). Parece que as palavras, para os mineiros, são como aqueles chatos que pedem carona.
Quando você percebe a roubada, prefere deixá-los no caminho.
(...)
Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço.
Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filmes pornô. Se der no couro —
metaforicamente falando, claro — ele é bom de serviço. Faz sentido...
Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há
de perguntar pra outra: cê tá boa? Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá
boa, é como perguntar a um peixe se ele sabe nadar. Desnecessário.
Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se
for mineiro, vai chegar e dizer: — Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc.). (...).
Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá
conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: — Aqui, não vou dar conta de
chegar na hora, não, sô.
(...)
Mineiras não dizem apaixonado por. Dizem, sabe-se lá por que, apaixonado com. Soa engraçado aos
ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: Ah, eu apaixonei com ele.... Ou: sou doida com ele (ele, no
caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.
(Texto de Felipe Peixoto Braga Netto - Crônica extraída do livro "As coisas simpáticas da vida", Landy Editora, São Paulo (SP) - 2005, pág. 82. Publicação
retirada do site: http://goo.gl/ajNZpc. - Acesso em 14.6.2015).

Teoricamente, a noção de sotaque aplica-se apenas às variações linguísticas relativas à pronúncia


das palavras. No título do texto, Sotaque mineiro: é ilegal, imoral ou engorda? há uma sinalização de que
o tema variação linguística será tratado levando-se em conta essa dimensão, mas verificam-se
referências a outras dimensões de variação. A opção em que a ideia de sotaque é evidenciada mais
pontualmente é:
(A) " Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de
serviço"
(B)” Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: — Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é
fria, etc.)."
(C) " Os mineiros também não gostam do verbo conseguir... Sôcê (se você) acha que não vai chegar
a tempo, você liga e diz: — Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô."
(D) "... Não dizem: onde eu estou? dizem: ôndôtô?"
(E) " Mineiras não dizem apaixonado por. Dizem, sabe-se lá por que, apaixonado com.... Ouve-se a
toda hora: Ah, eu apaixonei com ele.... Ou: sou doida com ele (...)

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02. (SEDUC/PI – PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA – NUCEPE/2015)
Ainda em relação ao texto da questão 01:
Em: "Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar, tantos processos — oh
sina — para analisar, eu fundaria um partido...", é CORRETO afirmar sobre a expressão destacada.
(A) Está empregada de maneira inadequada por tratar-se de uma expressão usada na oralidade, em
um texto escrito.
(B) Não poderia ser usada em um texto que trata teoricamente de variação linguística, por ser tão
informal.
(C) Está adequadamente usada e traduz informalidade e aproximação com o leitor, além de sinalizar
para a leveza com a qual o tema será abordado.
(D) Está adequadamente utilizada por se tratar de um estilo de escrita originariamente revelado no
padrão culto da língua.
(E) Não é usada adequadamente porque seu autor confessa-se pouco conhecedor do tema abordado
no texto.

Respostas

01. Resposta D
A questão pede para que se encontre a alternativa em que o sotaque mineiro esteja em evidência,
assim, a expressão “ôndôtô” é a que mais se destaca oralmente na questão do sotaque típico dessa
região.

02. Resposta C
O texto de Felipe Peixoto não tem por intenção delatar ou criticar as diferentes variações linguísticas,
pelo contrário, o autor trata da variedade regional em questão de forma leve, como um fenômeno natural
da língua oral, que se encontra em constante mutação. Assim, a alternativa “C” é a que se enquadra no
verdadeiro objetivo do autor.

4. Estrutura, classe e formação de palavras. 5. Emprego de adjetivos, pronomes,


advérbios e conjunções. 6. Emprego de modos e tempos verbais

Estrutura das Palavras

Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos melhor
o significado de cada uma delas. As palavras podem ser divididas em unidades menores, a que damos o
nome de elementos mórficos ou morfemas.

Morfemas: é o menor elemento linguístico que possui significado.

- Raiz, Radical, Tema: elementos básicos e significativos


- Afixos (Prefixos, Sufixos), Desinência, Vogal Temática: elementos modificadores da significação
dos primeiros
- Vogal de Ligação, Consoante de Ligação: elementos de ligação ou eufônicos.

Raiz: morfema lexical etimológico, indivisível, monossilábico, que denota o significado comum às
palavras cognatas. Por sofrerem muitas alterações e serem de difícil delimitação, é mais comum chama-
lo de radical.

Uma raiz pode sofrer alterações: at-o; at-or; at-ivo; aç-ão; ac-ionar;

Radical: é o morfema lexical ou semantema que constitui a base estrutural das palavras no idioma. O
radical vai até a vogal temática ou à desinência de gênero se existirem, caso contrário, o vocábulo inteiro
é o próprio radical.
Ex.: pedr/a – ferr/o – feliz

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Afixos: são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se agregam a um radical ou
tema para formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema "-mente", por exemplo, cria
uma nova palavra a partir de "certo": certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o
acréscimo dos morfemas "a-" e "-ar" à forma "cert-" cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são
morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o nome de
prefixos. Quando, como "-ar", surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Exemplo:
in-at-ivo; em-pobr-ecer; inter-nacion-al.

Desinências: são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos:

- Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular


e plural) dos nomes. Exemplos: aluno-o / aluno-s; alun-a / aluna-s. Só podemos falar em desinências
nominais de gêneros e de números em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima.
Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já
em pires, lápis, ônibus não encontramos desinência nominal de número.

- Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos. A
desinência "-o", presente em "am-o", é uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está
na primeira pessoa do singular; "-va", de "ama-va", é desinência modo-temporal: caracteriza uma forma
verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação.

Vogal Temática: aparece ligada ao radical. São três A, E, O átonas e finais.


- Caracteriza os verbos da 1ª conjugação: buscar, buscavas, etc.
- Caracteriza os verbos da 2ª conjugação: romper, rompemos, etc.
- Caracteriza os verbos da 3ª conjugação: proibir, proibirá, etc.

Tema: é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos citados acima, os temas são:
busca-, rompe-, proibi-

Vogais e Consoantes de Ligação: As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por
motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra.
Exemplos: parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i); gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-
cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.

Formação das Palavras: existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a
Derivação e a Composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de
derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá
mais de um radical.

Derivação: é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra
já existente, chamada primitiva. Exemplo: Mar (marítimo, marinheiro, marujo); terra (enterrar, terreiro,
aterrar). Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário,
possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são
palavras primitivas, e as demais, derivadas.

Tipos de Derivação

- Derivação Prefixal ou Prefixação: resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o
seu significado alterado: crer- descrer; ler- reler..
- Derivação Sufixal ou Sufixação: resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer
alteração de significado ou mudança de classe gramatical: alfabetização. No exemplo, o sufixo -
ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do substantivo
alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.

A derivação sufixal pode ser:


Nominal, formando substantivos e adjetivos: papel – papelaria; riso – risonho.
Verbal, formando verbos: atual - atualizar.
Adverbial, formando advérbios de modo: feliz – felizmente.

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- Derivação Parassintética ou Parassíntese: Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo
simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes
(substantivos e adjetivos) e verbos. Considere o adjetivo "triste". Do radical "trist-" formamos o verbo
entristecer através da junção simultânea do prefixo” en-" e do sufixo "-ecer". A presença de apenas um
desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as
palavras "entriste", nem "tristecer". Exemplos:

Emudecer
Mudo – palavra inicial
E – prefixo
Mud – radical
Ecer – sufixo

- Derivação Regressiva: ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por
acréscimo, mas por redução: comprar (verbo) - compra (substantivo); beijar (verbo) - beijo (substantivo).
Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a
seguinte orientação:
- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva.
- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário.
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras derivadas. O
mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substantivo primitivo
que dá origem ao verbo ancorar.
Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem
o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de
palavras formadas por derivação regressiva. O portuga (de português); o boteco (de botequim); o
comuna (de comunista); agito (de agitar); amasso (de amassar); chego (de chegar)

- Derivação Imprópria: A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer
qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo:
Os adjetivos passam a substantivos: Os bons serão contemplados.
Os particípios passam a substantivos ou adjetivos: Aquele garoto alcançou um feito passando no
concurso.
Os infinitivos passam a substantivos: O andar de Roberta era fascinante; O badalar dos sinos soou na
cidadezinha.
Os substantivos passam a adjetivos: O funcionário fantasma foi despedido; O menino prodígio resolveu
o problema.
Os adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que ninguém escutasse.
Palavras invariáveis passam a substantivos: Não entendo o porquê disso tudo.
Substantivos próprios tornam-se comuns: Aquele coordenador é um caxias! (Chefe severo e exigente)

Os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque implicam alterações
na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu significado, o que
acaba caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é
denominada "imprópria".

Composição: é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais.
Existem dois tipos:

- Composição por Justaposição: ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre
alteração fonética: passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor. Em "girassol" houve uma alteração na
grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.

- Composição por Aglutinação: ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de
um ou mais de seus elementos fonéticos: embora (em boa hora); fidalgo (filho de algo - referindo-se a
família nobre); hidrelétrico (hidro + elétrico); planalto (plano alto). Ao aglutinarem-se, os componentes
subordinam-se a um só acento tônico, o do último componente.

- Redução: algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe:
auto - por automóvel; cine - por cinema; micro - por microcomputador; Zé - por José. Como exemplo de

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redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na
comunicação atual.

- Hibridismo: ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes:
auto (grego) + móvel (latim).

- Onomatopeia: numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana
para imitar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem
aproximadamente os sons e as vozes dos seres: miau, zunzum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.

- Prefixos: os prefixos são morfemas que se colocam antes dos radicais basicamente a fim de
modificar-lhes o sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de classe gramatical. Os
prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim e do grego, línguas em que
funcionavam como preposições ou advérbios, logo, como vocábulos autônomos. Alguns prefixos foram
pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tiveram grande vitalidade na formação de
novas palavras: a-, contra-, des-, em- (ou en-), es-, entre- re-, sub-, super-, anti-.

Alguns Prefixos de Origem Grega

a-, an-: afastamento, privação, negação, insuficiência, carência: anônimo, amoral, ateu, afônico.
ana-: inversão, mudança, repetição: analogia, análise, anagrama, anacrônico.
anti-: oposição, ação contrária: antídoto, antipatia, antagonista, antítese.
apo-: afastamento, separação: apoteose, apóstolo, apocalipse, apologia.
cata-: movimento de cima para baixo: cataplasma, catálogo, catarata.
di-: duplicidade: dissílabo, ditongo, dilema.
dis-: dificuldade, privação: dispneia, disenteria, dispepsia, disfasia.
ec-, ex-, exo-, ecto-: movimento para fora: eclipse, êxodo, ectoderma, exorcismo.
en-, em-, e-: posição interior, movimento para dentro: encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo.
endo-: movimento para dentro: endovenoso, endocarpo, endosmose.
eu-: excelência, perfeição, bondade: eufemismo, euforia, eucaristia, eufonia.
hiper-: posição superior, excesso: hipertensão, hipérbole, hipertrofia.
hipo-: posição inferior, escassez: hipocrisia, hipótese, hipodérmico.
meta-: mudança, sucessão: metamorfose, metáfora, metacarpo.
para-: proximidade, semelhança, intensidade: paralelo, parasita, paradoxo, paradigma.
pro-: posição em frente, anterioridade: prólogo, prognóstico, profeta, programa.
poli-: multiplicidade: polissílabo, polissíndeto, politeísmo.
sin-, sim-: simultaneidade, companhia: síntese, sinfonia, simpatia, sinopse.
tele-: distância, afastamento: televisão, telepatia, telégrafo.

Alguns Prefixos de Origem Latina

a-, ab-, abs-: afastamento, separação: aversão, abuso, abstinência, abstração.


ante-: anterioridade, procedência: antebraço, antessala, anteontem, antever.
ambi-: duplicidade: ambidestro, ambiente, ambiguidade, ambivalente.
ben(e)-, bem-: bem, excelência de fato ou ação: benefício, bendito.
bis-, bi-: repetição, duas vezes: bisneto, bimestral, bisavô, biscoito.
circu(m)-: movimento em torno: circunferência, circunscrito, circulação.
co-, con-, com-: companhia, concomitância: colégio, cooperativa, condutor.
contra-: oposição: contrapeso, contrapor, contradizer.
de-: movimento de cima para baixo, separação, negação: decapitar, decair, depor.
de(s)-, di(s)-: negação, ação contrária, separação: desventura, discórdia, discussão.
e-, es-, ex-: movimento para fora: excêntrico, evasão, exportação, expelir.
en-, em-, in-: movimento para dentro, passagem para um estado ou forma, revestimento: imergir,
enterrar, embeber, injetar, importar.
i-, in-, im-: sentido contrário, privação, negação: ilegal, impossível, improdutivo.
inter-, entre-: posição intermediária: internacional, interplanetário.
justa-: posição ao lado: justapor, justalinear.
ob-, o-: posição em frente, oposição: obstruir, ofuscar, ocupar, obstáculo.
pos-: posterioridade: pospor, posterior, pós-graduado.

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pre-: anterioridade: prefácio, prever, prefixo, preliminar.
re-: repetição, reciprocidade: rever, reduzir, rebater, reatar.
retro-: movimento para trás: retrospectiva, retrocesso, retroagir, retrógrado.
so-, sob-, sub-, su-: movimento de baixo para cima, inferioridade: soterrar, sobpor, subestimar.
super-, supra-, sobre-: posição superior, excesso: supercílio, supérfluo.
trans-, tras-, tres-, tra-: movimento para além, movimento através: transatlântico, tresnoitar, tradição.
ultra-: posição além do limite, excesso: ultrapassar, ultrarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta.
vice-, vis-: em lugar de: vice-presidente, visconde, vice-almirante.

Sufixos: são elementos (isoladamente insignificativos) que, acrescentados a um radical, formam nova
palavra. Sua principal característica é a mudança de classe gramatical que geralmente opera. Dessa
forma, podemos utilizar o significado de um verbo num contexto em que se deve usar um substantivo, por
exemplo. Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorporadas as desinências que indicam
as flexões das palavras variáveis. Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos
extremamente importantes para o funcionamento da língua. São os que formam nomes de ação e os que
formam nomes de agente.

Sufixos que formam nomes de ação: -ada – caminhada; -ança – mudança; -ância – abundância; -
ção – emoção; -dão – solidão; -ença – presença; -ez(a) – sensatez, beleza; -ismo – civismo; -mento –
casamento; -são – compreensão; -tude – amplitude; -ura – formatura.

Sufixos que formam nomes de agente: -ário(a) – secretário; -eiro(a) – ferreiro; -ista – manobrista;
-or – lutador; -nte – feirante.

Sufixos que formam nomes de lugar, depositório: -aria – churrascaria; -ário – herbanário; -eiro –
açucareiro; -or – corredor; -tério – cemitério; -tório – dormitório.

Sufixos que formam nomes indicadores de abundância, aglomeração, coleção: -aço – ricaço; -
ada – papelada; -agem – folhagem; -al – capinzal; -ario(a) - casario, infantaria; -edo – arvoredo; -eria –
correria; -io – mulherio; -ume – negrume.

Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência:


-ite - bronquite, hepatite (inflamação), amotite (fósseis).
-oma - mioma, epitelioma, carcinoma (tumores).
-ato, eto, ito - sulfato, cloreto, sulfito (sais), granito (pedra).
-ina - cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais).
-ol - fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto).
-ema - morfema, fonema, semema, semantema (ciência linguística).
-io - sódio, potássio, selênio (corpos simples).

Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos: - ismo: budismo,
kantismo, comunismo.

Sufixos Formadores de Adjetivos

- de substantivos: -aco – maníaco; -ado – barbado; -áceo(a) - herbáceo, liláceas; -aico – prosaico;
-al – anual; -ar – escolar; -ário - diário, ordinário; -ático – problemático; -az – mordaz; -engo –
mulherengo; -ento – cruento; -eo – róseo; -esco – pitoresco; -este – agreste; -estre – terrestre; -enho
– ferrenho; -eno – terreno; -ício – alimentício; -ico – geométrico; -il – febril; -ino – cristalino; -ivo –
lucrativo; -onho – tristonho; -oso – bondoso; -udo – barrigudo.

- de verbos:
-(a)(e)(i)nte: ação, qualidade, estado – semelhante, doente, seguinte.
-(á)(í)vel: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação – louvável, perecível, punível.
-io, -(t)ivo: ação referência, modo de ser – tardio, afirmativo, pensativo.
-(d)iço, -(t)ício: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação, referência – movediço, quebradiço,
factício.
-(d)ouro,-(t)ório: ação, pertinência – casadouro, preparatório.

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Sufixos Adverbiais: Na Língua Portuguesa, existe apenas um único sufixo adverbial: É o sufixo "-
mente", derivado do substantivo feminino latino mens, mentis que pode significar "a mente, o espírito, o
intento". Este sufixo juntou-se a adjetivos, na forma feminina, para indicar circunstâncias, especialmente
a de modo. Exemplos: altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente, nervosa-mente, fraca-mente, pia-
mente. Já os advérbios que se derivam de adjetivos terminados em –ês (burgues-mente, portugues-
mente, etc.) não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora uniformes. Exemplos: cabrito
montês / cabrita montês.

Sufixos Verbais: Os sufixos verbais agregam-se, via de regra, ao radical de substantivos e adjetivos
para formar novos verbos. Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo da terminação-
ar. Exemplos: esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar.
Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação.
-ar: cruzar, analisar, limpar
-ear: guerrear, golear
-entar: afugentar, amamentar
-ficar: dignificar, liquidificar
-izar: finalizar, organizar

Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida.


Verbo Factivo: é aquele que envolve ideia de fazer ou causar.
Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pouco intensa.

Questões

01. (IF/PA - Auxiliar em Administração – FUNRIO/2016)


“Chegou o fim de semana. É tempo de encontrar os amigos no boteco e relaxar, mas a crise econômica
vem deixando muitos paraenses de cabeça quente. Para ajudar o bolso dos amantes da culinária de raiz,
os bares participantes do Comida di Buteco estão comercializando os petiscos preparados
exclusivamente para o concurso com um preço reduzido. O preço máximo é de R$ 25,90.”
(O LIBERAL, 23 de abril de 2016)

Assinale a alternativa que faz um comentário correto sobre o processo de formação das palavras
usadas nesse trecho.
a) As palavras “amigo e amantes” são formadas por prefixação.
b) As palavras “paraenses e participantes” são formadas por sufixação.
c) A palavra “boteco” é formada por derivação a partir da palavra “bote”.
d) As palavras “culinária e petiscos” são formadas por derivação regressiva.
e) A palavra “comercializando” é formada por aglutinação de “comer+comércio”.

02. (Pref. de Itaquitinga/PE – Técnico em Enfermagem – IDHTEC/2016)

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Em qual das alternativas houve a relação correta de acordo com as regras do processo de formação
de palavras.
a) Recompor – prefixo e sufixo
b) Utiliza-se – sufixo
c) Indolor – prefixo
d) Avançado – prefixo e sufixo
e) Somente – sufixo

03. (Pref. de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – IOBV/2016)


“Infelizmente as cheias de 2011 castigaram de forma severa o Vale do Itajaí.”

Na frase acima (elaborada para fins de concurso) temos o caso da expressão “Infelizmente”. A palavra
pode ser assim decomposta: in + feliz + mente. Aponte qual a função da partícula in dentro do processo
de estruturação das palavras.
a) Radical.
b) Sufixo.
c) Prefixo.
d) Interfixo.

04. (Pref. de Teresina/PI - Professor – Português – NUCEPE/2016)

Aceita um cafezinho

Ó Estrangeiro, ó peregrino, ó passante de pouca esperança - nada tenho para te dar, também sou
pobre e essas terras não são minhas. Mas aceita um cafezinho.
A poeira é muita, e só Deus sabe aonde vão dar esses caminhos. Um cafezinho, eu sei, não resolve o
teu destino; nem faz esquecer tua cicatriz.
Mas prova.... Bota a trouxa no chão, abanca-te nesta pedra e vai preparando o teu cigarro...
Um minuto apenas, que a água já está fervendo e as xícaras já tilintam na bandeja. Vai sair bem coado
e quentinho.
Não é nada, não é nada, mas tu vais ver: serão mais alguns quilômetros de boa caminhada... E talvez
uma pausa em teu gemido!
Um minutinho, estrangeiro, que teu café já vem cheirando...
(Aníbal Machado)

Na palavra cafezinho temos os seguintes elementos mórficos


a) radical, vogal temática e sufixo.
b) radical, consoante de ligação e sufixo.
c) radical e sufixo.
d) radical e vogal temática.
e) radical e consoante de ligação.

05. (Pref. de Barbacena/MG - Agente Administrativo – FCM/2016)


Texto 1
A “facebookização” do jornalismo
Cleyton Carlos Torres

[1º§] A crise que embala o jornalismo não é de hoje. Críticas a aspectos conceituais, morais, editoriais
e até financeiros já rondam esse importante pilar da democracia há um bom tempo. O digital, então,
acabou surgindo para dar um empurrãozinho – tanto para o bem como para o mal – nas redações mundo
afora. Prédios esvaziados, startups revolucionárias, crise existencial e um suposto adversário invisível: o
próprio leitor.
[2º§] O leitor – e suas mídias sociais digitais conectadas em rede – passou a ser visto como um inimigo
a ser combatido, um mal necessário para que o jornalismo conseguisse sobreviver. Não mais se fazia
jornalismo para a sociedade, mas se fazia um suposto jornalismo dinâmico e frenético para que os
grandes nomes da imprensa sobressaíssem diante dos “jornalistas cidadãos”. Esse era um dos primeiros
e mais graves erros – dentro de uma sucessão – que seriam seguidos.
[3º§] As redações continuaram a ser esvaziadas, a crise existencial tornou-se mais aguda e o suposto
adversário invisível cada vez se tornava mais forte. Havia um clima de que os “especialistas de Facebook”

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superariam a imprensa. Não era mais necessário investir em jornalismo, já que as mídias sociais supririam
toda a nossa fome por conhecimento e informação. O mito – surgido nas próprias redes sociais – parecia
ter sido absorvido de tal maneira que a imprensa não mais reagia. Mesmo com o crescente número de
startups sobre jornalismo, o canibalismo jornalístico parecia mais importante.
[4º§] Agora, outros erros tão graves quanto os citados estão sendo cometidos pela imprensa. O
comportamento infantilizado de muitos veículos através das mídias sociais, por exemplo, demonstra
imaturidade e desestruturação de pensamento. A aposta em modismos – e não mais em jornalismo – tem
causado um efeito em cadeia que faz com que tanto canais grandes como pequenos se comportem de
maneira duvidosa – pelo menos perante os conceitos do que se entendia como jornalismo.
[5º§] O abuso de listas, o uso de “especialistas de Facebook” como fonte, pautas sendo construídas
com base em timelines alheias ou o frenesi encantador de likes e shares têm feito com que uma das
maiores armadilhas das redes sociais abocanhe o jornalismo. O jornalismo, como instituição e pilar da
democracia, agora se comporta como um usuário de internet, jovem, antenado, mas que não tem como
privilégio o foco ou a profundidade. A armadilha se revela justamente no momento em que “ser um
usuário” passa a valer como entendimento de “dialogar com o usuário”.
[6º§] As mídias sociais digitais conectadas em rede trouxeram a “midiatização da mídia”, ou a
“facebookização do jornalismo”. Quando se falava em jornalismo cidadão e em participação do usuário,
muitos pensavam em um jornalismo global-local, com o dinamismo e velocidade que a internet exige.
Porém o que temos visto não vai ao encontro desse pensamento, já que o espaço do cidadão no
jornalismo é medido apenas pelo seu humor, a participação do usuário é medida em curtidas e o
jornalismo, muitas vezes, não é jornalismo, é apenas uma mera isca para likes e shares.
Observatório da Imprensa, edição 886 - 19/01/2016. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-debates/a-facebookizacao-do-
jornalismo>. Acesso em 20 jan. 2016. Fragmento de texto adaptado.

VOCABULÁRIO DE APOIO:
1- Startup: iniciar uma empresa e colocá-la em funcionamento.
2- Facebook: é um site e serviço de rede social, lançado em 2004, operado pela Facebook Inc.
3- Facebookização: neologismo (nova palavra) criado a partir de facebook.
4- Timeline: (linha do tempo): espaço para compartilhamento de dados, imagens e ideias nas redes
sociais.
5- Like (curtir) e share (compartilhar): opções de interação e compartilhamento disponíveis nas redes
sociais

No trecho: “O comportamento infantilizado de muitos veículos através das mídias sociais, por exemplo,
demonstra imaturidade e desestruturação de pensamento.”, os vocábulos grifados são formados por
prefixação e sufixação. Em ambos os vocábulos, o prefixo indica um valor semântico de
a) negação.
b) contraposição.
c) movimento para trás.
d) movimento para baixo.

06. (EMSERH - Auxiliar Administrativo – FUNCAB/2016)

Como seremos amanhã?

Estar aberto às novidades é estar vivo. Fechar-se a elas é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio
entre as duas atitudes ajuda a nem ser antiquado demais nem ser superavançadinho, correndo o perigo
de confusões ou ridículo.
Sempre me fascinaram as mudanças - às vezes avanço, às vezes retorno à caverna. Hoje andam
incrivelmente rápidas, atingindo usos e costumes, ciência e tecnologia, com reflexos nas mais sofisticadas
e nas menores coisas com que lidamos. Nossa visão de mundo se transforma, mas penso que não no
mesmo ritmo; então, de vez em quando nos pegamos dizendo, como nossas mães ou avós tanto tempo
atrás: “Nossa! Como tudo mudou!”
Nos usos e costumes a coisa é séria e nos afeta a todos: crianças muito precocemente sexualizadas
pela moda, pela televisão, muitas vezes por mães alienadas. [...]
Na saúde, acho que melhorou. Sou de uma infância sem antibióticos. A gente sobrevivia sob os
cuidados de mãe, pai, avó, médico de família, aquele que atendia do parto à cirurgia mais complexa para
aqueles dias. Dieta, que hoje se tornou obsessão, era impensável, sobretudo para crianças, e eu pré-

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adolescente gordinha, não podia nem falar em “regime” que minha mãe arrancava os cabelos e o médico
sacudia a cabeça: “Nem pensar”.
Em breve estaremos menos doentes: célula-tronco e chips vão nos consertar de imediato, ou evitar os
males. Teremos de descobrir o que fazer com tanto tempo de vida a mais que nos será concedido... [...]
Quem sabe nos mataremos menos, se as drogas forem controladas e a miséria extinta. Não creio em
igualdade, mas em dignidade para todos. Talvez haja menos guerras, porque de alguma forma seremos
menos violentos.
[...]
As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações
e possibilidades. Mas as emoções humanas, estas eu penso que vão demorar a mudar. Todos vão
continuar querendo mais ou menos o mesmo: afeto, presença, sentido para a vida, alegria. Desta, por
mais modernos, avançados, biônicos, quânticos, incríveis, não podemos esquecer. Ou não valerá a pena
nem um só ano a mais, saúde a mais, brinquedinhos a mais. Seremos uns robôs cinzentos e sem graça!
Lya Luft, Veja. São Paulo, 2 de março, 2011, p.24

O elemento destacado em ANTIbiótico significa:


a) repetição.
b) embaixo de
c) movimento para trás.
d) movimento para dentro.
e) oposição.

07. (BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Administração e Psicologia –


IESES/2016)
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão INCORRETAS:
a) Luminescência; transparência; ascendência; maledicência; flatulência.
b) Dizêssemos; troucéssemos; portãozinhos; quizéreis; puzesse.
c) Assessorássemos; indenidade; dissesses; entre ti e nós; fizesse.
d) Beleza; sutileza; pobreza; destreza; natureza.
e) Interdisciplinaridade; transitoriedade; notoriedade; titularidade; liminaridade.

08. (Pref. de Aragoiânia/GO - Biólogo – Itame/2016)


O irreverente cantor não agradou o público local.

Aponte a alternativa em que o prefixo das palavras não apresenta o significado existente no prefixo da
palavra destacada acima:
a) desgoverno / ilegal
b) infiel / imoral
c) anormal / destemor
d) imigrante / ingerir

09. (Pref. de Rio de Janeiro/RJ - Professor de Ensino Fundamental - Educação Física - Pref. de
Rio de Janeiro-RJ/2016)

Às agressões humanas, a Terra responde com flores

Mais que no âmago de uma crise de proporções planetárias, nos confrontamos hoje com um processo
de irreversibilidade. A Terra nunca mais será a mesma. Ela foi transformada em sua base físico-química-
ecológica de forma tão profunda que acabou perdendo seu equilíbrio interno. Entrou num processo de
caos, vale dizer, perdeu sua sustentabilidade e afetou a continuação do que, por milênios, vinha fazendo:
produzindo e reproduzindo vida.
Todo caos possui dois lados: um destrutivo e outro criativo. O destrutivo representa a desmontagem
de um tipo de equilíbrio que implica a erosão de parte da biodiversidade e, no limite, a redução da espécie
humana. Esta resulta da incapacidade ou de adaptar-se à nova situação ou de mitigar os efeitos letais.
Concluído esse processo de purificação, o caos começa a mostrar sua face generativa. Cria novas
ordens, equilibra os climas e permite que os seres humanos sobreviventes construam outro tipo de
civilização.

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Da história da Terra aprendemos que ela passou por cerca de quinze grandes dizimações, como a do
cambriano há 480 milhões de anos, que dizimou de 80 a 90% das espécies. Mas, por ser mãe generosa,
lentamente, refez a diversidade da vida.
Hoje, a comunidade científica, em sua grande maioria, nos alerta acerca de um eventual colapso do
sistema-vida, ameaçando o próprio futuro da espécie humana. Todos podem perceber as mudanças que
estão ocorrendo diante de nossos olhos. Grandes efeitos extremos: por um lado estiagens prolongadas
associadas à grande escassez de água, afetando os ecossistemas e a sociedade como um todo, como
está ocorrendo no Sudeste de nosso país. Em outros lugares do planeta, como nos USA, invernos
rigorosos como não se viam há decênios ou até centenas de anos.
O fato é que tocamos nos limites físicos do planeta Terra. Ao forçá-los, como o faz a nossa voracidade
produtivista e consumista, a Terra responde com tufões, tsunamis, enchentes devastadoras, terremotos
e uma incontida subida do aquecimento global. [...]
E, apesar deste cenário dramático, olho em minha volta e vejo, extasiado, a floresta cheia de
quaresmeiras roxas, fedegosos amarelos e no canto de minha casa as belle donne floridas, tucanos que
pousam em árvores em frente de minha janela e as araras que fazem ninhos debaixo do telhado.
Então me dou conta de que a Terra é de fato mãe generosa: às nossas agressões ainda nos sorri com
flora e fauna. E nos infunde a esperança de que não o apocalipse, mas um novo gênesis* está a caminho.
A Terra vai ainda sobreviver. Deus não permitirá que a vida, que penosamente superou o caos, venha a
desaparecer.

* Gênesis – termo grego que significa origem, nascimento, é o nome do primeiro livro da bíblia.
Leonardo Boff. Disponível em: https://leonardoboff.wordpress.com/2015/02/22/as-agressoes-humanas-a-terra-responde-com-flores/ - Adaptado.

Sobre o processo de formação da palavra voracidade (quinto parágrafo), é incorreto afirmar que:
a) o sufixo empregado indica qualidade, estado ou modo de ser
b) o sufixo empregado indica proveniência, naturalidade
c) é alterado o z final da palavra de origem, assim como em sagacidade
d) é substantivo abstrato derivado de adjetivo, assim como a palavra dignidade

10. (IF/BA - Auxiliar em Administração – FUNRIO/2016)


Todas as palavras abaixo têm prefixo e sufixo, exceto este verbo:
a) destinar.
b) desfivelar.
c) desfavorecer.
d) desbanalizar.
e) despraguejar.

Respostas

01. Resposta B
Gabarito letra ´B´ - Pará + sufixo 'nses'
Participar + sufixo 'antes'
A) incorreta - amigo é primitivo
C) incorreta - Boteco - Derivação regressiva de Botequim;
D) petiscos e culinária não são derivação regressiva (não sei se são primitivos, mas regressiva não é,
alguém jogue uma luz sobre o assunto)
E) Comercializando - comércio + sufixo 'lizando'

02. Resposta C
a) Por: compor - dispor - contrapor- recompor - repor.
b) Utiliza-se - o "SE" é uma partícula apassivadora;
c) A palavra dor vem do latim DOLOR, em português seria "sem dor", em latim indolor, o prefixo in em
latim é negação;
d) Avançado - derivação sufixal;
e) Segundo Pasquale os sufixos são capazes de modificar o significado do radical a que são
acrescentados. No caso de somente, a origem vem de "só", dependendo do contexto, só e somente tem
o mesmo significado. Ex: "eu só quero bananas e maçãs" é a mesma coisa que "eu quero somente
bananas e maçãs"

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03. Resposta C
IN - FELIZ - MENTE
PREFIXO RADICAL SUFIXO

04. Resposta B
Café - é o radical, chamado de forma livre. Por ter a letra É forte, tônica, ela não cai nas suas
derivações. Portanto, não há vogal temática nem desinência de gênero.
inho - é o sufixo.
Z - letra chamada de consoante de ligação para não ocorrer a junção de vogal com vogal em café +
inho.

05. Resposta A
Imaturidade = que NÃO possui maturidade
Desestruturação = que NÃO é estruturado

06. Resposta E
Basta lembrar disso:
Anti= oposição
Ante= movimento para trás

07. Resposta B
Dizêssemos; troucéssemos; portãozinhos; quizéreis; puzesse. [ERRADO];
Disséssemos, trouxéssemos, portõezinhos; quiséreis, pusesse; [CORRETO];

08. Resposta D
IRreverente possui dois significados bem distintos: falta de respeito ou alguém desinibido.
Significado dos prefixos: IN-; IM-; I-: negação; falta.
O sufixo da palavra irreverente, neste caso, denota falta de respeito.
Imigrante: significa aquele que entra num país para nele viver.
Ingerir: pôr no estômago.
Significado do prefixo I-: movimento para dentro.

09. Resposta B
a) o sufixo empregado indica qualidade, estado ou modo de ser - correto porque os termos voraz,
voracidade indicam um atributo ou uma qualidade.
b) o sufixo empregado indica proveniência, naturalidade - errado, por se tratar de uma qualidade,
portanto não é algo nato, é algo característico.
c) é alterado o z final da palavra de origem, assim como em sagacidade - correto porque a palavra de
origem de voracidade é voraz, assim como de sagacidade é sagaz.
d) é substantivo abstrato derivado de adjetivo, assim como a palavra dignidade - correto porque voraz
é um adjetivo abstrato que dá origem ao substantivo abstrato voracidade.

10. Resposta A
O verbo está relacionado ao substantivo destino, por isso não apresenta prefixo.

Classe de Palavras

Artigo

Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-los, indicando, ao mesmo
tempo, gênero e número.
Dividem-se os artigos em: definidos: o, a, os, as e indefinidos: um, uma, uns, umas.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular: Viajei com o médico.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, geral: Viajei com um médico.

- Ambas as mãos. Usa-se o artigo entre o numeral ambas e o substantivo: Ambas as mãos são
perfeitas.

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- Estou em Paris / Estou na famosa Paris. Não se usa artigo antes dos nomes de cidades, a menos
que venham determinados por adjetivos ou locuções adjetivas.
Vim de Paris
Vim da luminosa Paris.

Mas com alguns nomes de cidades conservamos o artigo.


O Rio de Janeiro, O Cairo, O Porto.

Pode ou não ocorrer crase antes dos nomes de cidade, conforme venham ou não precedidos de artigo.
Vou a Paris.
Vou à Paris dos museus.

- Toda cidade / toda a cidade. Todo, toda designam qualquer, cada.


Toda cidade pode concorrer (qualquer cidade).
Todo o, toda a designam totalidade, inteireza.
Conheci toda a cidade (a cidade inteira).

No plural, usa-se todos os, todas as, exceto antes de numeral não seguido de substantivo.
Todas as cidades vieram.
Todos os cinco clubes disputarão o título.
Todos cinco são concorrentes.

- Tua decisão / a tua decisão. De maneira geral, é facultativo o uso do artigo antes dos possessivos.
Aplaudimos tua decisão.
Aplaudimos a tua decisão.

Se o possessivo não vier seguido de substantivo explícito é obrigatória a ocorrência do artigo.


Aplaudiram a tua decisão e não a minha.

- Decisões as mais oportunas / as mais oportunas decisões. No superlativo relativo, não se usa o
artigo antes e depois do substantivo.
Tomou decisões as mais oportunas.
Tomou as decisões mais oportunas.
É errado: Tomou as decisões as mais oportunas.

- Faz uns dez anos. O artigo indefinido, posto antes de um numeral, designa quantidade aproximada:
Faz uns dez anos que saí de lá.

- Em um / num. Os artigos definidos e indefinidos contraem-se com preposições: de + o= do, de + a=


da, etc. As formas de + um e em + um podem-se usar contraídas (dum e num) ou separadas (de um, em
um). Estava em uma cidade grande. Estava numa cidade grande.

Substantivo

Substantivo é tudo o que nomeia as “coisas” em geral.


Substantivo é tudo o que pode ser visto, pego ou sentido.
Substantivo é tudo o que pode ser precedido de artigo.

Classificação e Formação

Substantivo Comum: Substantivo comum é aquele que designa os seres de uma espécie de forma
genérica. Por exemplo: pedra, computador, cachorro, homem, caderno.

Substantivo Próprio: Substantivo próprio é aquele que designa um ser específico, determinado,
individualizando-o. Por exemplo: Maxi, Londrina, Dílson, Ester. O substantivo próprio sempre deve ser
escrito com letra maiúscula.

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Substantivo Concreto: Substantivo concreto é aquele que designa seres que existem por si só ou
apresentam-se em nossa imaginação como se existissem por si. Por exemplo: ar, som, Deus,
computador, Ester.

Substantivo Abstrato: Substantivo abstrato é aquele que designa prática de ações verbais,
existência de qualidades ou sentimentos humanos. Por exemplo: saída (prática de sair), beleza
(existência do belo), saudade.

Formação dos substantivos

Substantivo Primitivo: É primitivo o substantivo que não se origina de outra palavra existente na
língua portuguesa. Por exemplo: pedra, jornal, gato, homem.

Substantivo Derivado: É derivado o substantivo que provém de outra palavra da língua portuguesa.
Por exemplo: pedreiro, jornalista, gatarrão, homúnculo.

Substantivo Simples: É simples o substantivo formado por um único radical. Por exemplo: pedra,
pedreiro, jornal, jornalista.

Substantivo Composto: É composto o substantivo formado por dois ou mais radicais. Por exemplo:
pedra-sabão, homem-rã, passatempo.

Substantivo Coletivo: É coletivo o substantivo no singular que indica diversos elementos de uma
mesma espécie.
- abelha - enxame, cortiço, colmeia
- acompanhante - comitiva, cortejo, séquito
- alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada
- aluno - classe
- amigo - (quando em assembleia) tertúlia

Adjetivo

É a classe gramatical de palavras que exprimem qualidade, defeito, origem, estado do ser.

Classificação dos Adjetivos

Explicativo - exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria.


Restritivo - exprime qualidade que não é própria do ser. Ex: fruta madura.
Primitivo - não vem de outra palavra portuguesa. Por exemplo: bom e mau.
Derivado - tem origem em outra palavra portuguesa. Por exemplo: bondoso.
Simples - formado de um só radical. Por exemplo: brasileiro.
Composto - formado de mais de um radical. Por exemplo: franco-brasileiro.
Pátrio - é o adjetivo que indica a naturalidade ou a nacionalidade do ser. Por exemplo: brasileiro,
cambuiense, etc.

Locução Adjetiva

É toda expressão formada de uma preposição mais um substantivo, equivalente a um adjetivo. Por
exemplo, homens com aptidão (aptos), bandeira da Irlanda (irlandesa).

Gêneros dos Adjetivos

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino. Por exemplo, mau
e má, judeu e judia. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último
elemento. Por exemplo, o motivo sócio literário e a causa sócio literária. Exceção = surdo-mudo e surda-
muda.

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Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino. Por exemplo, homem
feliz ou cruel e mulher feliz ou cruel. Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino. Por
exemplo, conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples: Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras
estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples. Por exemplo, mau e maus, feliz e felizes,
ruim e ruins, boa e boas.

Plural dos adjetivos compostos: Os adjetivos compostos flexionam-se no plural de acordo com as
seguintes regras:
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + adjetivo flexionam somente o último elemento. Por
exemplo, luso-brasileiro e luso-brasileiros. Exceções: surdo-mudo e surdos-mudos. Ficam invariáveis os
seguintes adjetivos compostos: azul-celeste e azul-marinho.
- os adjetivos compostos formados de palavra invariável + adjetivo flexionam também só o último
elemento. Por exemplo, mal-educado e mal-educados.
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + substantivo ficam invariáveis. Por exemplo, carro(s)
verde-canário.
- as expressões formadas de cor + de + substantivo também ficam invariáveis. Por exemplo, cabelo(s)
cor-de-ouro.

Graus dos Adjetivos

O adjetivo flexiona-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser. Existem, para o adjetivo,
dois graus:

Comparativo
- de igualdade: tão (tanto, tal) bom como (quão, quanto).
- de superioridade: analítico (mais bom do que) e sintético (melhor que).
- de inferioridade: menos bom que (do que).

Superlativo
- absoluto: analítico (muito bom) e sintético (ótimo ou boníssimo).
- relativo: de superioridade (o mais bom de) e de inferioridade (o menos bom).

Somente seis adjetivos têm o grau comparativo de superioridade sintético. Veja-os: de bom - melhor,
de mau - pior, de grande - maior, de pequeno - menor, de alto - superior, de baixo - inferior. Para estes
seis adjetivos, usamos a forma analítica do grau comparativo de superioridade, quando se comparam
duas qualidades do mesmo ser. Por exemplo, Ele é mais bom que inteligente. Usa-se a forma sintética
do grau comparativo de superioridade, quando se comparam dois seres através da mesma qualidade.
Por exemplo: Ela é melhor que você.

Numeral

É a classe de palavras que exprimem quantidade, ordem, divisão e multiplicação dos seres na
natureza.

Classificação
Cardinais: indicam contagem, medida. Por exemplo, um, dois, três…
Ordinais: indicam a ordem do ser numa série dada. Por exemplo, primeiro, segundo, terceiro…
Fracionários: indicam a divisão dos seres. Por exemplo, meio, terço, quarto, quinto…
Multiplicativos: indicam a multiplicação dos seres. Por exemplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo…

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Um Primeiro Vinte Vigésimo

Dois Segundo Trinta Trigésimo

Três Terceiro Cinquenta Quinquagésimo

Quatro Quarto Sessenta Sexagésimo

Cinco Quinto Setenta Septuagésimo

Seis Sexto Cem Centésimo

Sete Sétimo Quinhentos Quingentésimo

Oito Oitavo Seiscentos Sexcentésimo

Nove Nono Mil Milésimo

Dez Décimo Milhão Milionésimo

Faz-se a leitura do numeral cardinal, dispondo-se a palavra “e” entre as centenas e as dezenas e entre
as dezenas e unidades. Por exemplo, 1.203.726 = um milhão duzentos e três mil setecentos e vinte e
seis.

Pronome

A palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome é denominada pronome. Ex.: Ana disse
para sua irmã: - Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o encontrou? Ele estava aqui em cima
da mesa.
- eu substitui “Ana”
- meu acompanha “o livro de matemática”
- o substitui “o livro de matemática”
- ele substitui “o livro de matemática”

Flexão: Quanto à forma, o pronome varia em gênero, número e pessoa:

Gênero (masculino/feminino)
Ele saiu/Ela saiu
Meu carro/Minha casa

Número (singular/plural)
Eu saí/Nós saímos
Minha casa/Minhas casas

Pessoa (1ª/2ª/3ª)
Eu saí/Tu saíste/Ele saiu
Meu carro/Teu carro/Seu carro

Função: O pronome tem duas funções fundamentais:

Substituir o nome: Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o núcleo de um
grupo nominal. Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (Ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se
trata de um pronome substantivo porque está substituindo um nome)

Referir-se ao nome: Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra
dependente do grupo nominal. Ex.: Nenhum aluno se calou. (O sujeito “nenhum aluno” tem como núcleo
o substantivo “aluno” e como palavra dependente o pronome adjetivo “nenhum”)

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Pronomes Pessoais: São aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas do discurso:
1ª pessoa - a pessoa que fala - eu/nós
2ª pessoa - a pessoa com que se fala - tu/vós
3ª pessoa - a pessoa de quem se fala - ele/ela/eles/elas

Pronomes pessoais retos: são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo.

Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer função de complemento.

Pronomes Oblíquos

- Associação de pronomes a verbos: Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos
terminados em -r, -s, -z, assumem as formas lo, la, los, las, caindo as consoantes. Ex.: Carlos quer
convencer seu amigo a fazer uma viagem; Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem.

- Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas
no, na, nos, nas. Ex.: Fizeram um relatório; Fizeram-no.

- Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração.
Ex.: Maria olhou-se no espelho; Eu não consegui controlar-me diante do público.

- Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do
verbo no infinitivo. Ex.: O professor trouxe o livro para mim. (Pronome oblíquo, pois é um complemento);
O professor trouxe o livro para eu ler. (Pronome reto, pois é sujeito)

Pronomes de Tratamento: São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são
usados em tratamento cerimonioso e outros em situações de intimidade. Conheça alguns:
- você (v.): tratamento familiar
- senhor (Sr.), senhora (Sr.ª.): tratamento de respeito
- senhorita (Srta.): moças solteiras
- Vossa Senhoria (V.S.ª.): para pessoa de cerimônia
- Vossa Excelência (V.S.ª.): para altas autoridades
- Vossa Reverendíssima (V. Revmª.): para sacerdotes
- Vossa Eminência (V.Emª.): para cardeais
- Vossa Santidade (V.S.): para o Papa
- Vossa Majestade (V.M.): para reis e rainhas
- Vossa Majestade Imperial (V.M.I.): para imperadores
- Vossa Alteza (V.A.): para príncipes, princesas e duques

1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa. Ex.:
Vossa Excelência já terminou a audiência? (Nesse fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade)
2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome
"vossa" se transforma no possessivo “sua”. Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (Nesse
fragmento não se está dirigindo a pergunta à autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso)

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Pronomes Possessivos: São aqueles que indicam ideia de posse. Além de indicar a coisa possuída,
indicam a pessoa gramatical possuidora.

Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe
(seus) os cabelos.

Pronomes Demonstrativos: Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substantivo em


relação às pessoas, ao tempo, e sua posição no interior de um discurso.

Pronomes Espaço Tempo Ao dito Enumeração

Perto de quem Presente Referente Referente ao


fala (1ª pessoa). aquilo que ainda último elemento
não foi dito. citado em uma
enumeração.
este, esta,
isto, estes, Ex.: Não gostei Ex.: Neste Ex.: Esta Ex.: O homem e a
estas deste livro aqui. ano, tenho afirmação me mulher são
realizado bons deixou massacrados pela
negócios. surpresa: cultura atual, mas
gostava de esta é mais oprimida.
química.
Perto de quem Passado ou Referente
ouve (2ª pessoa). futuro próximos aquilo que já foi
dito.
esse, essa, Ex.: Não gostei Ex.: Nesse Ex.: Gostava
esses, essas desse livro que está último ano, de química.
em tuas mãos. realizei bons Essa afirmação
negócios me deixou
surpresa
Perto da 3ª Passado ou Referente ao
pessoa, distante dos futuro remotos primeiro elemento
interlocutores. citado em uma
aquele, enumeração.
aquela, aquilo, Ex.: Não gostei Ex.: Tenho Ex.: O homem e a
aqueles, daquele livro que a boas recordações mulher são
aquelas Roberta trouxe. de 1960, pois massacrados pela
naquele ano cultura atual, mas
realizei bons esta é mais oprimida
negócios. que aquele.

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Pronomes Indefinidos: São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de
forma precisa: algum, bastante, cada, certo, diferentes, diversos, demais, mais, menos, muito nenhum,
outro, pouco, qual, qualquer, quanto, tanto, todo, tudo, um, vários.

Algumas locuções pronominais indefinidas: cada qual, qualquer um, tal e qual, seja qual for, sejam
quem for, todo aquele, quem (que), quer uma ou outra, todo aquele (que), tais e tais, tal qual, seja qual
for.

Uso de alguns pronomes indefinidos:

Algum:
- quando anteposto ao substantivo dá ideia de afirmação. “Algum dinheiro terá sido deixado por ela.”
- quando posposto ao substantivo dá ideia de negação. “Dinheiro algum terá sido deixado por ela.”

O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado à intenção do enunciador.

Demais: Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o advérbio “demais” ou com a
locução adverbial “de mais”. Ex.:

“Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de outro artista.” (locução adverbial)
“Maria esperou-os demais.” (pronome indefinido = os outros)
“Maria esperou demais.” (advérbio de intensidade)

Todo: É usado como pronome indefinido e também como advérbio, no sentido de completamente,
mas possuindo flexão de gênero e número, o que é raro em um advérbio. Ex.:
“Percorri todo trajeto.” (pronome indefinido)
“Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada.” (advérbio)

Cada: Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo número de pessoas ou de coisas.
Ex.: “Cada homem tem a mulher que merece”. Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo
que esteja em plural (cada férias), a não ser que o substantivo venha antecedido de numeral (cada duas
férias). Pode, às vezes, ter valor intensificador: “Mário diz cada coisa idiota!”

Pronomes Relativos: São aqueles que representam nomes que já foram citados e com os quais estão
relacionados. O nome citado denomina-se antecedente do pronome relativo. Ex.: “A rua onde moro é
muito escura à noite.”; onde: pronome relativo que representa “a rua”; a rua: antecedente do pronome
“onde”.

Alguns pronomes que podem funcionar como pronomes relativos: Masculino (o qual, os quais,
quanto, quantos, cujo, cujos). Feminino (a qual, as quais, quanta, quantas, cuja, cujas). Invariável (quem,
que, onde).

O pronome relativo quem sempre possui como antecedente uma pessoa ou coisas personificadas,
vem sempre antecedido de preposição e possui o significado de “o qual”. Ex.: "Aquela menina de quem
lhe falei viajou para Paris”. Antecedente: menina; Pronome relativo antecedido de preposição: de quem.
Os pronomes relativos cujo, cuja sempre precedem a um substantivo sem artigo e possuem o
significado “do qual”, “da qual”. Ex.: “O livro cujo autor não me recordo.”
Os pronomes relativos quanto(s) e quanta(s) aparecem geralmente precedidos dos pronomes
indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Ex.: “Você é tudo quanto queria na vida.”
O pronome relativo onde tem sempre como antecedente palavra que indica lugar. Ex.: “A casa onde
moro é muito espaçosa.”
O pronome relativo que admite diversos tipos de antecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o
pronome demonstrativo ou outro pronome. Ex.: “Quero agora aquilo que ele me prometeu.”
Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como conectivos, permitindo-nos unir duas
orações em um só período. Ex.: A mulher parece interessada. A mulher comprou o livro. (A mulher que
parece interessada comprou o livro.)

Pronomes Interrogativos: Os pronomes interrogativos levam o verbo à 3ª pessoa e são usados em


frases interrogativas diretas ou indiretas. Não existem pronomes exclusivamente interrogativos e sim que

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desempenham função de pronomes interrogativos, como por exemplo: que, quantos, quem, qual, etc.
Ex.: “Quantos livros teremos que comprar?”; “Ele perguntou quantos livros teriam que comprar.”; “Qual
foi o motivo do seu atraso?”

Verbo

Quando se pratica uma ação, a palavra que representa essa ação e indica o momento em que ela
ocorre é o verbo. Exemplos:
- Aquele pedreiro trabalhou muito. (ação – pretérito)
- Venta muito na primavera. (fenômeno – presente)
- Ana ficará feliz com a tua chegada. (estado - futuro)
- Maria enviuvou na semana passada. (mudança de estado – pretérito)
- A serra azula o horizonte. (qualidade – presente)

Conjugação Verbal: Existem 3 conjugações verbais:


- A 1ª que tem como vogal temática o ''a''. Ex: cantar, pular, sonhar etc...
- A 2ª que tem como vogal temática o ''e''. Ex: vender, comer, chover, sofrer etc...
- A 3ª que tem como vogal temática o ''i''. Ex: partir, dividir, sorrir, abrir etc...

1º 2º 3º
COJUGAÇÃO COJUGAÇÃO CONJUGAÇÃO
verbos verbos verbos
terminados em terminados em terminados em
AR ER IR
cantar vender partir
amar chover sorrir
sonhar sofrer abrir

OBS: O verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertence à 2º conjugação,
porque na sua forma antiga a sua terminação era em er: poer. A vogal “e”, apesar de haver desaparecido
do infinitivo, revela-se em algumas formas de verbo: põe, pões, põem etc.

Pessoas: 1ª, 2ª e 3ª pessoa são abordadas em 2 situações: singular e plural.


Primeira pessoa do singular – eu; ex: eu canto
Segunda pessoa do singular – tu; ex: tu cantas
Terceira pessoa do singular – ele; ex ele: canta
Primeira pessoa do plural – nós; ex: nós cantamos
Segunda pessoa do plural – vós; ex: vós cantais
Terceira pessoa do plural – eles; ex: eles cantam

Tempos e Modo de Verbo

- Presente. Fato ocorrido no momento em que se fala. Ex: Faz


- Pretérito. Fato ocorrido antes. Ex: Fez
- Futuro. Fato ocorrido depois. Ex: Fará

O pretérito subdivide-se em perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito.


- Perfeito. Ação acabada. Ex: Eu li o último romance de Rubens Fonseca.
- Imperfeito. Ação inacabada no momento a que se refere à narração. Ex: Ele olhava o mar durante
horas e horas.
- Mais-que-perfeito. Ação acabada, ocorrida antes de outro fato passado. Ex: Para poder trabalhar
melhor, ela dividira a turma em dois grupos.

O futuro subdivide-se em futuro do presente e futuro do pretérito.


- Futuro do Presente. Refere-se a um fato imediato e certo. Ex: Comprarei ingressos para o teatro.
- Futuro do Pretérito. Pode indicar condição, referindo-se a uma ação futura, vinculada a um momento
já passado. Ex: Aprenderia tocar violão, se tivesse ouvido para a música (indica condição); Eles gostariam
de convidá-la para a festa.

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Modos Verbais

- Indicativo. Apresenta o fato de maneira real, certa, positiva. Ex: Eu estudo geografia
Iremos ao cinema; Voltou para casa.
- Subjuntivo. Pode exprimir um desejo e apresenta o fato como possível ou duvidoso, hipotético. Ex:
Queria que me levasses ao teatro; Se eu tivesse dinheiro, compraria um carro; Quando o relógio
despertar, acorda-me.
- Imperativo. Exprime ordem, conselho ou súplica. Ex: Limpa a cozinha, Maria; Descanse bastante
nestas férias; Senhor tende piedade de nós.

As formas nominais do verbo são Três: infinitivo, gerúndio e particípio.

Infinitivo:
Pessoal - cantar (eu), cantares (tu), vender (eu), venderes (tu), partir (eu), partires (tu)
Impessoal - cantar, vender, partir.
Gerúndio - cantando, vendendo, partindo.
Particípio - cantado, vendido, partido.

Impessoal: Uma forma em que o verbo não se refere a nenhuma pessoa gramatical: é o infinitivo
impessoal quando não se refere às pessoas do discurso. Exemplos: viver é bom. (a vida é boa); É proibido
fumar. (é proibido o fumo)

Pessoal: Quando se refere às pessoas do discurso. Neste caso, não é flexionado nas 1ª e 3ª pessoas
do singular e flexionadas nas demais:
Falar (eu) – não flexionado
Falares (tu) – flexionado
Falar (ele) – não flexionado
Falarmos (nós) – flexionado
Falardes (voz) – flexionado
Falarem (eles) – flexionado

Ex: É conveniente estudares (é conveniente o estudo); É útil pesquisarmos (é útil a nossa pesquisa)

Aspecto: Aspecto é a maneira de ser ação.

O Pretérito Perfeito Composto: indica um fato concluído, revela de certa forma a ideia de
continuidade. Ex: Eu tenho estudado (eu estudei até o presente momento). Os verbos invocativos
(terminados em “ecer” ou “escer”) indica uma continuidade gradual. Ex: embranquecer é começar a ficar
grisalho e envelhecer é ir ficando velho.

O Presente do Indicativo pode:


- indicar frequência. Ex: O sol nasce para todos.
- ser empregado no lugar do futuro. Ex: amanhã vou ao teatro. (irei); Se continuam as indiretas, perco
a paciência. (continuarem; perderei)
- ser empregado no lugar do pretérito (presente histórico). Ex: É 1939: alemães invadem o território
polonês (era; invadiram)

O Pretérito Imperfeito do Indicativo pode:


- Substituir o futuro do pretérito. Ex: Se eu soubesse, não dizia aquilo. (diria)
- Expressar cortesia ou timidez. Ex: O senhor podia fazer o favor de me emprestar uma caneta? (pode)

Futuro do Presente pode:


- Indicar probabilidade. Ex: Ele terá, no máximo, uns 70 quilos.
- Substituir o imperativo. Ex: Não matarás. (não mates)

Tempos Simples e Tempos Compostos: Os tempos são simples quando formados apenas pelo
verbo principal.

Indicativo:

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Presente - canto, vendo, parto, etc.
Pretérito perfeito - cantei, vendi, parti, etc.
Pretérito imperfeito - cantava, vendia, partia, etc.
Pretérito mais-que-perfeito - cantara, vendera, partira, etc.
Futuro do presente - cantarei, venderei, partirei, etc.
Futuro do pretérito - cantaria, venderia, partiria, etc.

Subjuntivo:
Presente - cante, venda, parta, etc.
Pretérito imperfeito - cantasse, vendesse, partisse, etc.
Futuro - cantar, vender, partir.

Imperativo: Ao indicar ordem, conselho, pedido, o fato verbal pode expressar negação ou afirmação.
São, portanto, duas as formas do imperativo:
- Imperativo Negativo: Não falem alto.
- Imperativo Afirmativo: Falem mais alto.

Imperativo negativo: É formado do presente do subjuntivo.

1º 2º 3º
CONJUGAÇAO CONJUGAÇÃO CONJUGAÇÃO
CANT - AR VEND - ER PART - IR
Não cantes Não vendas Não partas
Não cante Não venda Não parta
Não cantemos Não vendamos Não partamos
Não canteis Não vendais Não partais
Não cantem Não vendam Não partam

Imperativo afirmativo: Também é formado do presente do subjuntivo, com exceção da 2º pessoa do


singular e da 2º pessoa do plural, que são retiradas do presente do indicativo sem o “s”. Ex: Canta – Cante
– Cantemos – Cantai – Cantem

O imperativo não possui a 1º pessoa do singular, pois não se prevê a ordem, o pedido ou o conselho
a si mesmo.

Tempos são compostos quando formados pelos auxiliares ter ou haver.

Indicativo:
Pretérito perfeito composto - tenho cantado, tenho vendido, tenho partido, etc.
Pretérito mais-que-perfeito composto - tinha cantado, tinha vendido, tinha partido, etc.
Futuro do presente composto - terei cantado, terei vendido, terei partido, etc.
Futuro do pretérito composto - teria cantado, teria vendido, teria partido, etc.

Subjuntivo:
Pretérito perfeito composto - tenha cantado, tenha vendido, tenha partido, etc.
Pretérito mais-que-perfeito composto - tivesse cantado, tivesse vendido, tivesse partido, etc.
Futuro composto - tiver cantado, tiver vendido, tiver partido, etc.

Infinitivo:
Pretérito impessoal composto - ter cantado, ter vendido, ter partido, etc.
Pretérito pessoal composto - ter (teres) cantado, ter (teres) vendido, ter (teres) partido.
Gerúndio pretérito composto - tendo cantado, tendo vendido, tendo partido.
Regulares: Regulares são verbos que se conjugam de acordo com o paradigma (modelo) de cada
conjugação. Cantar (1ª conjugação) vender (2ª conjugação) partir (3ª conjugação) todos que se
conjugarem de acordo com esses verbos serão regulares.

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Advérbio

Palavra invariável que modifica essencialmente o verbo, exprimindo uma circunstância.

Advérbio modificando um verbo ou adjetivo: Ocorre quando o advérbio modifica um verbo ou um


adjetivo acrescentando a eles uma circunstância. Por circunstância entende-se qualquer particularidade
que determina um fato, ampliando a informação nele contida. Ex.: Antônio construiu seu arraial popular
ali; Estradas tão ruins.

Advérbio modificando outro advérbio: Ocorre quando o advérbio modifica um adjetivo ou outro
advérbio, geralmente intensificando o significado. Ex.: Grande parte da população adulta lê muito mal.

Advérbio modificando uma oração inteira: Ocorre quando o advérbio está modificando o grupo
formado por todos os outros elementos da oração, indicando uma circunstância. Ex.: Lamentavelmente o
Brasil ainda tem 19 milhões de analfabetos.

Locução Adverbial: É um conjunto de palavras que pode exercer a função de advérbio. Ex.: De modo
algum irei lá.

Tipos de Advérbios

- de modo: Ex.: Sei muito bem que ninguém deve passar atestado da virtude alheia. Bem, mal, assim,
adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, à
vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente,
lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente: calmamente, tristemente,
propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente,
generosamente.

- de intensidade: Ex.: Acho que, por hoje, você já ouviu bastante. Muito, demais, pouco, tão, menos,
em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a
quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, bem (quando aplicado a propriedades
graduáveis).

- de tempo: Ex.: Leia e depois me diga quando pode sair na gazeta. Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde,
outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais,
agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
dia.

- de lugar: Ex.: A senhora sabe aonde eu posso encontrar esse pai-de-santo? Aqui, antes, dentro, ali,
adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe,
debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente,
a distância, a distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.

- de negação: Ex.: De modo algum irei lá. Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma
nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.

- de dúvida: Ex.: Talvez ela volte hoje. Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá,
talvez, casualmente, por certo, quem sabe.

- de afirmação: Ex.: Realmente eles sumiram. Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente,
certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente.

- de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente.

- de inclusão: Ex.: Emocionalmente o indivíduo também amadurece durante a adolescência. Ainda,


até, mesmo, inclusivamente, também.

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- de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente.

- de designação: Eis

- de interrogação: Ex.: E então? Quando é que embarca? onde? (lugar), como? (modo), quando?
(tempo), porque? (causa), quanto? (preço e intensidade), para que? (finalidade).
Palavras Denotativas: Há, na língua portuguesa, uma série de palavras que se assemelham a
advérbios. A Nomenclatura Gramatical Brasileira não faz nenhuma classificação especial para essas
palavras, por isso elas são chamadas simplesmente de palavras denotativas.
- Adição: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais. Ainda, além disso.
- Afastamento: Ex.: Foi embora daqui. Embora.
- Afetividade: Ex.: Ainda bem que passei de ano. Ainda bem, felizmente, infelizmente.
- Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de.
- Designação: Ex.: Eis nosso novo carro. Eis.
- Exclusão: Ex.: Todos irão, menos ele. Apenas, salvo, menos, exceto, só, somente, exclusive, sequer,
senão.
- Explicação: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias. Isto é, por exemplo, a saber, ou seja.
- Inclusão: Ex.: Até ele irá viajar. Até, inclusive, também, mesmo, ademais.
- Limitação: Ex.: Apenas um me respondeu. Só, somente, unicamente, apenas.
- Realce: Ex.: E você lá sabe essa questão? É que, cá, lá, não, mas, é porque, só, ainda, sobretudo.
- Retificação: Ex.: Somos três, ou melhor, quatro. Aliás, isto é, ou melhor, ou antes.
- Situação: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele? Então, mas, se, agora, afinal.

Grau dos Advérbios: Os advérbios, embora pertençam à categoria das palavras invariáveis, podem
apresentar variações com relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio pode-se apresentar no grau
comparativo e no superlativo.

- Grau Comparativo: quando a circunstância expressa pelo advérbio aparece em relação de


comparação. O advérbio não é flexionado no grau comparativo. Para indicar esse grau utilizam as formas
tão…quanto, mais…que, menos…que. Pode ser:
- comparativo de igualdade. Ex.: Chegarei tão cedo quanto você.
- comparativo de superioridade. Ex.: Chegarei mais cedo que você.
- comparativo de inferioridade. Ex.: Chegaremos menos cedo que você.

- Grau Superlativo: nesse caso, a circunstância expressa pelo advérbio aparecerá intensificada. O
grau superlativo do advérbio pode ser formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), como
pelo processo analítico (outro advérbio estará indicando o grau superlativo).
- superlativo (ou absoluto) sintético: formado com o acréscimo de sufixo. Ex.: Cheguei tardíssimo.
- superlativo (ou absoluto) analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade. Ex.:
Cheguei muito tarde.

Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –mente, pode-se acrescentar o sufixo
apenas no último. Ex.: Nada omitiu de seu pensamento; falou clara, franca e nitidamente.
Quando se quer realçar o advérbio, pode-se antecipá-lo. Ex.: Imediatamente convoquei os alunos.

Preposição

É uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece
normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito
importantes na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos
indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

- Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições. A, ante, perante,
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para
com.
- Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como
preposições. Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.

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- Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última
palavra é uma delas. Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima
de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por
trás de.

A preposição é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo; por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se
ela se une. Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois
processos:

- Combinação: A preposição não sofre alteração.


preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde

- Contração: Quando a preposição sofre alteração.


Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)

- Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso

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Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo

1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um
substantivo singular e feminino.
A dona da casa não quis nos atender.
Como posso fazer a Joana concordar comigo?
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação
entre eles.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir a outra cidade para procurar um tratamento adequado.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo.
Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família.
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que
ninguém.

2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições:


Destino: Irei para casa.
Modo: Chegou em casa aos gritos.
Lugar: Vou ficar em casa;
Assunto: Escrevi um artigo sobre adolescência.
Tempo: A prova vai começar em dois minutos.
Causa: Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade: Vou ao médico para começar o tratamento.
Instrumento: Escreveu a lápis.
Posse: Não posso doar as roupas da mamãe.
Autoria: Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Companhia: Estarei com ele amanhã.
Matéria: Farei um cartão de papel reciclado.
Meio: Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem: Nós somos do Nordeste, e você?
Conteúdo: Quebrei dois frascos de perfume.
Oposição: Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço: Essa roupa sai por R$ 50 à vista.

Interjeição

É a palavra que expressa emoções, sentimentos ou pensamentos súbitos. Trata-se de um recurso da


linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da
língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular,
um momento ou um contexto específico. Exemplos:
- Ah, como eu queria voltar a ser criança! (ah: expressão de um estado emotivo = interjeição)
- Hum! Esse cuscuz estava maravilhoso! (hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição)

As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus
elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são
uma espécie de palavra-frase, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de
palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Observe:
- Bravo! Bravo! Bis! (bravo e bis: interjeição). Sentença sugestão: “Foi muito bom! Repitam!”
- Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé. (ai: interjeição). Sentença sugestão: “Isso está doendo!” ou “Estou
com dor!”

O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom
da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Exemplos:
- Psiu! (contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua). Significado da interjeição (sugestão):
“Estou te chamando! Ei, espere!”.

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- Psiu! (contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital). Significado da interjeição
(sugestão): “Por favor, faça silêncio!”.
- Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! (puxa: interjeição) (tom da fala: euforia)
- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! (puxa: interjeição) (tom da fala: decepção)

As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso
específico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata
de um processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem afetiva
permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.

Questões

01. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público – MS Concursos/2017) Assinale a


alternativa onde tenha palavras que não sejam substantivos.
(A) Menino / elefante / presidente.
(B) Sacerdote / aviador / cantor.
(C) Senador / doutor / avô.
(D) Bom / forte / feliz.

02. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público – MS Concursos/2017) Marque a


alternativa onde temos substantivos coletivos.
(A) Exército – rebanho – constelação.
(B) Pai – cavaleiro – frade.
(C) Rei – conde – cônsul.
(D) Padre – marido – cão.

03. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público – MS Concursos/2017) O algarismo


arábico transformado em ordinal está correto em:
(A) 2000 – dois mil.
(B) 70 – setenta.
(C) 3000 – terceiro milésimo.
(D) 12 – doze avos.

04. (Prefeitura de Tremembé – SP - Oficial de Escola – Instituto Excelência/2017)

O cachorro e sua sombra


Esopo

Um cachorro, que carregava na boca um pedaço de carne, ao cruzar uma ponte sobre um riacho, vê
sua imagem refletida na água. Diante disso, ele logo imagina que se trata de outro cachorro, com um
pedaço de carne maior que o seu. Então, ele deixa cair no riacho o pedaço que carrega, e ferozmente se
lança sobre o animal refletido na água, para tomar a porção de carne que julga ser maior que a sua.
Agindo assim ele perdeu ambos. Aquele que tentou pegar na água, por se tratar de um simples reflexo,
e o seu próprio, uma vez que ao largá-lo nas águas, a correnteza levou para longe.

Qual das frases abaixo apresenta um caso CORRETO de interjeição?


(A) Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
(B) Estamos trabalhando muito há dois dias.
(C) Preciso levar meu cachorro ao veterinário.
(D) Nenhuma das alternativas.

05. (Prefeitura de Tanguá – RJ - Agente Administrativo – MS Concursos/2017)


Leia os itens a seguir e assinale a alternativa correta:
I - Quando um adjetivo é anteposto a dois ou mais substantivos, concorda com o substantivo mais
próximo. Exemplo: Não gostei muito da imensa barba e cabelo do seu namorado.
II - Se o substantivo estiver no plural, os adjetivos que o seguem podem permanecer no singular se
cada um deles trouxer um atributo diferente. Exemplo: Não se esqueça de trancar as
portas interna e externa.

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III - Quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem depois deles, o adjetivo vai para o
plural, concordando com todos os substantivos. Exemplo: Filmes e shows fantásticos foram apresentados
na semana cultural.
IV - Quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem depois deles, o adjetivo não
concorda com o substantivo mais próximo. Exemplo: Juros e inflação altas são obstáculos para o
crescimento econômico.

(A) Apenas I, II e III estão corretos.


(B) Apenas I, II e IV estão corretos.
(C) Apenas II, III e IV estão corretos.
(D) Apenas I, III e IV estão corretos.

06. (Prefeitura de Novo Gama – GO - Agente de Combate às Endemias – IDIB)


TEXTO

Reuso da Água

O que é
O reuso da água é um processo pelo qual a água passa para que possa ser utilizada novamente. Neste
processo pode haver ou não um tratamento da água, dependendo da finalidade para a qual vai ser
reutilizada.

Importância
Por se tratar de um bem natural que está cada vez mais raro e caro, reutilizar a água é de fundamental
importância para o meio ambiente e também para a economia das empresas, cidadãos e governos.

Exemplos práticos de reuso da água:


- Numa empresa, a água usada em processos industriais pode ser tratada numa estação de tratamento
de água na própria empresa e reutilizada no mesmo ciclo de produção.
- Numa residência, água de banho pode ser captada e usada para lavagem de quintal e para dar
descarga em vasos sanitários. Já existem sistemas a venda no mercado que fazem a captação,
armazenamento e filtragem deste tipo de água.
- Água da rede de esgoto pode passar por um processo eficiente de tratamento e ser utilizada para
regar jardins públicos, lavar ruas e automóveis e irrigar plantações. Esta água também pode ser devolvida
à natureza para seguir o ciclo hidrológico.

Utilização da água de chuva


Atualmente, grande parte da água da chuva vai parar na rede de esgoto das cidades, gerando um
grande desperdício deste recurso. Esta água, se captada, pode ser utilizada para diversas finalidades. Já
existem alguns prédios com estrutura capaz de fazer a captação e armazenagem deste tipo de água.
Ela é usada nos processos de limpeza do prédio, resultando numa importante economia para o
condomínio, pois gera uma redução na conta de água.
(com adaptação) (http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/reuso_agua.htm)

Na passagem “Numa empresa, a água usada em processos industriais”, ocorrem:


(A) Três substantivos e dois adjetivos.
(B) Dois substantivos e três adjetivos.
(C) Três substantivos e três adjetivos.
(D) Dois substantivos e dois adjetivos.

07. (Prefeitura de Videira – SC - Agente Operacional de Vigilância – ASSCONPP)

Um Substantivo Coletivo é aquele que mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
da mesma espécie. Diante desta informação relacione as colunas abaixo.

Substantivo coletivo
I. Cáfila
II. Ramalhete

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III. Vara
IV. Rebanho

Conjunto de seres da mesma espécie


( ). De porcos
( ). De camelos
( ). De ovelhas
( ). De flores

A sequência correta na segunda coluna, de cima para baixo é:


(A) III – I – IV – II;
(B) II – I – IV – III;
(C) I – IV – II – III;
(D) III – IV – I – II;
(E) IV – I – III – II;

08. (Prefeitura de Videira – SC - Agente Operacional de Vigilância – ASSCONPP)

Observe as frases abaixo:


I. As mangas doces eram colhidas pelas crianças.
II. Naquela fazenda as crianças comeram muitos doces.

Pode-se afirmar que:


(A) Apenas na frase I “doces” é um adjetivo.
(B) Apenas na frase II “doces” é um adjetivo.
(C) “Doces” é um adjetivo tanto na frase I como na frase II.
(D) “Doces” não é adjetivo em nenhuma das frases.
(E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

09. (Prefeitura de Bom Retiro – SC - Servente - Prefeitura de Bom Retiro – SC/2017)


Indique o plural INCORRETO:
a) pãezinhos, mãozinhas, nuvenzinhas.
b) chapeuzinhos, tuneuzinhos, pezinhos.
c) florezinhas, botõezinhos, colherezinhas.
d) papeizinhos, faroizinhos, mãozinhas.

10. (SAAE de Aimorés – MG - Operador de Pequeno Sistema – MÁXIMA)


Todos os substantivos abaixo podem ser considerados abstratos, EXCETO:
(A) Viagem;
(B) Ansiedade;
(C) Fada;
(D) Ajuda.

Respostas

01. Resposta D
Não há como definir que uma palavra não seja um substantivo sem analisar a frase completa (ou o
contexto).
BOM, FORTE e FELIZ PODEM SIM SER SUBSTANTIVOS:
Por exemplo, em "O forte sempre leva vantagem", a palavra "forte" não tem valor de adjetivo, mas sim
de substantivo.

02. Resposta A
O substantivo coletivo é um substantivo comum que, mesmo no singular indica um agrupamento,
multiplicidade de seres de uma mesma espécie.

03. Resposta C
Corrigindo as alternativas, passando para número ordinal:
A) DOIS MILÉSIMOS OU SEGUNDO MILÉSIMO - Número ordinal

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B) SEPTUAGÉSIMO - número ordinal
C) TERCEIRO MILÉSIMO OU TRÊS MILÉSIMOS - número ordinal
D) NÚMERO FRACIONÁRIO - "doze avos", passando para ordinal: décimo segundo, dozeno ou
duodécimo.

04. Resposta A
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que
procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja
necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga!

05. Resposta A

06. Resposta A
Empresa, água e processos - substantivos
Usada e industriais - adjetivos

07. Resposta A
Cáfila = de camelos
Ramalhete = de flores
Vara = de porcos
Rebanho = de ovelhas

08. Resposta A
Do ponto de vista morfológico, normalmente o adjetivo varia em gênero, número e grau. Como você
pôde perceber, os adjetivos destacados mudaram de gênero, número e/ou grau: amarela, (muito) bonita,
(bem) sugestivos. Ele varia em grau normalmente pelo uso de advérbios de intensidade. Veremos melhor
isso à frente. Ah! Vale também perceber os sufixos formadores de adjetivos no capítulo de estrutura de
palavras, pois, quanto mais soubermos sobre eles, com mais facilidade identificaremos esta classe.

09. Resposta B
A regra do plural das palavras diminutivas é simples. Primeiro transforma-se a palavra de origem para
o plural e em seguida transfere-se o "S" para o fim da palavra após o acréscimo do sufixo "zinho" ou "zito".
Ex. Pão -> Pães -> Pãezinhos / Chapéu -> Chapéus -> Chapeuzinhos/ Túnel - -> Túneis -> Tuneizinhos

10. Resposta C
Concreto - pode ser desenhado. Fada, terra, mar etc...
Abstrato - não. Ex. Colheita, beijo, saudade, ajuda, viagem, ansiedade etc...

Conjunções

As Conjunções exercem a função de conectar as palavras dentro de uma oração. Desta forma, elas
estabelecem uma relação de coordenação ou subordinação e são classificadas em: Conjunções
Coordenativas e Conjunções Subordinativas.

Conjunções Coordenativas

1. Aditivas (Adição)

E
Nem
Não só... Mas
também
Mas ainda
Senão
Exemplos:
Viajamos e descansamos.

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