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Bioética e Bem Estar de
Animais de Laboratório
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Apresentação
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A quem interessa essa cartilha?
Toda pesquisa se inicia com uma ideia, seja ela original ou desenvolvida a
partir de uma ideia anterior.
Se a sua proposta envolve o uso de animais, então você deve saber que
há órgãos responsáveis por regulamentar, autorizar e fiscalizar o seu
uso, além de punir, quando necessário.
A priori, você precisa saber que, assim como qualquer pesquisa com
humanos necessita de uma autorização do comitê de ética em pesquisa,
as pesquisas com animais necessitam do parecer de uma CEUA (Comissão
de Ética no Uso de Animais). Para obter o certificado da CEUA, o
pesquisador deve preencher um protocolo de experimentação animal e
submetê-lo ao julgamento da Comissão, sendo que qualquer modificação
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neste protocolo deve ser sinalizado e o documento alterado encaminhado
a tal órgão, para avaliação da relevância.
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Zelar pelo bem-estar dos animais confinados em biotérios;
Incentivar a prática dos 3 R's;
Promover cursos para bioteristas e estudantes;
Examinar previamente os protocolos de
experimentação animal;
Emitir certificados de projetos de
pesquisa para as agências de fomento e
periódicos;
Manter atualizados os cadastros dos
pesquisadores e dos procedimentos de
ensino e pesquisa com animais
realizados na instituição.
Agora venho lhes trazer um conceito chave, básico, cujo sentido resume
todo material filosófico produzido nos últimos anos: ele é o Principio dos
Três R’s, cujo sentido vem de três palavras do inglês: Reduction (redução),
Replacement (substituição) e Refinement (refinamento).
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O que significam os 3R’s? Qual o impacto
de aplicar os 3R’s?
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Mas por que é permitido utilizar animais
em pesquisa e qual a sua importância?
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É vedada a reutilização de animais. É também vedado o uso de
bloqueadores neuromusculares. Vale ressaltar que a quantidade de
animais deve ser a mínima necessária, mas a eficiente para produzir
resultados confiáveis, como descrito no Art. 14, Lei 11.794/2008.
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Nesses experimentos é necessária a
presença de um médico veterinário?
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Histórico da
Vamos agora viajar por um breve histórico da legislação
vigente e conhecer mais sobre o que dispõe a lei quando o
assunto são os animais e o seu uso em pesquisas
científicas.
1988
A nossa primeira parada é na Constituição Federal,
promulgada em 1988, a qual apresenta em seu escopo um
capítulo sobre o meio ambiente (Cap. VI, Art. 225, § 1º,
inciso VII) e um inciso neste capítulo que proíbe atos de
crueldade contra os animais.
1998
A lei 9.605/98 foi um avanço, pois configura como crime os
atos lesivos ao meio ambiente e dispõe sobre as punições
contra os contraventores.
2008
Não poderíamos deixar de citar a tão famosa “Lei Arouca”, Lei
11.794/08, que dispõe especificamente sobre o uso de animais com
fins científicos, o que até então não possuía regulamentação.
2009
Nesse ponto, podemos observar um marco importante de todo esse
processo, que é o decreto de lei 6.899/09, que em 2009 cria o CONCEA
e regulamenta o CIUCA (Cadastro das Instituições de Uso Científico de
Animais).
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Legislação
2010
O decreto de lei 6.899/09 causou muita discussão, gerando
uma publicação acelerada de portarias e resoluções
normativas até a data de hoje.
2012
O CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) cria a resolução
1000 para orientar os pesquisadores quanto a realização da
eutanásia;
2013
A expectativa é que o debate continue e que surjam novas leis, normas e
resoluções. O CONCEA está trabalhando com afinco para orientar os
pesquisadores e, por isso, vem submetendo diretrizes e guias brasileiros
à consulta pública, contudo as atualizações não devem parar por aí. Todo
esse empenho nasce de uma necessidade social de caráter internacional
e o Brasil deve acompanhar o desenvolvimento ético de outras nações, as
quais se preocupam com a questão do bem-estar animal já há algum
tempo.
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Por que os animais merecem esta
atenção?
http://emcs.mty.itesm.mx/wp/wp-content/uploads/2011/03/Ratas-Wistar.jpg
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Como sabemos que os ratos e
camundongos podem estar sentindo dor?
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Sabendo como classificar a dor e como
identificar seus sinais, quais são os
métodos utilizados para amenizá-la?
http://www.dol.inf.br/Html/MetodosExperimentais.html
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Para que serve a anestesia e quais
os principais tipos utilizados
em ratos e camundongos?
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Quais são os critérios observados para
a escolha do método mais adequado
para a morte humanitária (eutanásia)?
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Menor impacto ambiental possível;
Procedimento realizado longe dos biotérios (para evitar estresse
aos outros animais).
Aceitáveis:
Anestésicos inalatórios: halotano, isofluorano ou sevofluorano;
Anestésicos gerais injetáveis por via intraperitoneal: sobredoses a
partir de três vezes a dose requerida para a anestesia geral (a
solução de barbitúricos deve ser misturada com lidocaína na
concentração de 10 mg/mL ou outro anestésico local, para
minimizar a dor);
A exsanguinação pode ser feita por punção cardíaca, desde que o
animal esteja sob efeito de anestesia geral;
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imersão em formol ou qualquer outra substância fixadora; uso isolado de
bloqueadores neuromusculares, cloreto de potássio ou sulfato de
magnésio; qualquer tipo de substância tóxica, natural ou sintética, que
possa causar sofrimento ao animal e/ou demandar tempo excessivo para
morte; eletrocussão sem insensibilização ou anestesia prévia.
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O que é enriquecimento ambiental
e como isso pode ajudar?
http://www.bio-serv.com/Rodent_Enrichment_Devices/BTRAT.html
É o ato de dinamizar o ambiente em que o animal
está inserido para tornar o local mais complexo e
interativo, utilizando-se de recursos como: abrigos
pré-moldados, rodas de plástico, tubos de PVC,
material para fazer ninho (papel, musgo, feno e
outros) etc. Isso é importante porque tenta recriar
seu habitat natural a fim de proporcionar uma vida
menos tediosa e estressante.
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Referências
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Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/lei/ l11794.htm>. Acesso em: 9 jan.2012.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
REALIZAÇÃO:
Edson Barbosa Souza
Tássia Maria Oliveira dos Santos
COORDENAÇÃO:
Tania Tavares Rodriguez
CONSULTORIA:
Comissão de Ética no Uso de Animais do ICS
APOIO:
Programa Permanecer/UFBA
PROJETO GRÁFICO:
Arley Prates Mendes Nunes
CAPA:
Yasmin Souza do Vale
REVISÃO DE TEXTO:
Lucas C. S. Portela
2012/2013
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Universidade Federal da Bahia
Instituto de Ciências da Saúde
Comissão de Ética no Uso de Animais do ICS
www.ceuaics.ufba.br
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