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Data (páginas internas): 13 de novembro de
1996
ÍNDICE DE ASSUNTOS
Cálculo de Benefício Previdenciário
Cálculo de Remuneração e Teto
Competência da Justiça Estadual
Convocação de Juízes
Criação de Cargos Públicos
Estabilização no Serviço Público
Legitimidade para ADIn
Loteamento Irregular
Prazo para Recurso de Assistente
Prequestionamento
Publicação de Pauta e Nulidade
Sigilo de Comunicação de Dados
Traslado de Peça Obrigatória
Violência Presumida e Estupro
PLENÁRIO
Sigilo de Comunicação de Dados
Admitindo embora a relevância da tese defendida pela
autora da ação direta, o Tribunal indeferiu, por falta de
demonstração do periculum in mora, a medida cautelar
requerida pela Associação dos Delegados de Polícia do
Brasil - ADEPOL, contra o par. único do art. 1º da Lei
9296/96, que regulamenta o art. 5º, XII, da CF (“é inviolável
o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;”). Sustenta-se que a norma
impugnada, ao permitir a “interceptação do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e telemática”,
estaria ofendendo o citado dispositivo constitucional, que,
segundo a autora, só autoriza a quebra de sigilo das
comunicações telefônicas. ADIn 1.488-UF, rel. Min. Néri da
Silveira, 07.11.96.
PRIMEIRA TURMA
Loteamento Irregular
Sendo permanente, e não instantâneo, o crime previsto
no art. 50, I, da Lei 6766/79 (“dar início, de qualquer modo,
ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins
urbanos, sem autorização do órgão público competente, ou
em desacordo com as disposições desta lei ou das normas
pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municípios;”), o
prazo prescricional somente se inicia com a cessação da
permanência. Com esse fundamento, a Turma indeferiu
habeas corpus impetrado sob a alegação de que a prescrição
começaria a correr da data em que praticado o primeiro ato
típico. HC 74.413-SP, rel. Min. Octavio Gallotti, 05.11.96.
Prequestionamento
Ainda que a matéria a ser suscitada no recurso
extraordinário tenha surgido, de modo implícito, no
julgamento da apelação, faz-se necessária a oposição de
embargos declaratórios para afastar a incidência da Súmula
356 do STF (“O ponto omisso da decisão, sobre o qual não
foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto
de recurso extraordinário, por faltar o requisito do
prequestionamento.”). AI 181.802-MG (AgRg), rel. Min.
Moreira Alves, 05.11.96.
SEGUNDA TURMA
Convocação de Juízes
Iniciado o julgamento de habeas corpus em que se
discute sobre a legalidade da convocação de juízes para
integrar câmara de tribunal, por ato do presidente da corte
posteriormente referendado pela maioria do plenário. Após o
voto do Min. Marco Aurélio, relator, deferindo a ordem ao
fundamento de que a convocação deveria ter observado a
forma prevista no art. 118 da LOMAN [“Em caso de vaga
ou afastamento, por prazo superior a 30 dias, de membro
dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais, dos
Tribunais de Justiça e dos Tribunais de Alçada, poderão ser
convocados (mediante sorteio) juízes, em substituição
escolhidos por decisão da maioria absoluta do Tribunal
respectivo, ou, se houver, de seu Órgão Especial."], o
julgamento foi adiado em virtude de pedido de vista do Min.
Maurício Corrêa. HC 74.440-RS, rel. Min. Marco Aurélio,
05.11.96.
P R E C E D E N T E S
citados
ADIn 433-DF
RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
Ação direta de inconstitucionalidade. Questão de ordem
sobre a legitimação ativa.
- Nenhuma das autoras tem legitimação para propor ação
direta de inconstitucionalidade.
- A Federação Nacional dos Sindicatos e Associações de
Trabalhadores da Justiça do Trabalho, pelo seu hibridismo
(congrega
sindicatos e associações), não é entidade sindical, e, se o fosse, não
seria uma Confederação sindical, que, como já se firmou a
jurisprudência deste Tribunal, é o órgão sindical que tem legitimação
ativa em ação direta de inconstitucionalidade. Por outro lado, não é
ela também entidade de classe, pois, ainda que se entendesse que os
servidores da Justiça do Trabalho são uma classe profissional,
federação de sindicatos e de associações não tem como associados
os integrantes da classe (os servidores), mas é uma associação
de associações, e, portanto, representa estas e não os membros
desta, os quais formam a classe.
- O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito
Federal, embora organização sindical, não e Confederação
sindical, que e o órgão sindical legitimado para propor ação
direta de inconstitucionalidade.
- A Confederação Democrática dos Trabalhadores no Serviço
Público Federal não é Confederação sindical, porque não está
organizada com a observância dos requisitos estabelecidos pela
C.L.T., nem é entidade de classe de âmbito nacional porque não
tem como associados os membros da classe que são os servidores
públicos federais, mas, sim, pessoas jurídicas, como ocorre com a
primeira das litisconsortes ativas.
Ação direta de inconstitucionalidade que não se conhece por
falta de legitimação ativa das autoras.
RE 141.788-CE
RELATOR: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA - I. Recurso extraordinário: prequestionamento:
irrelevância da ausência de menção dos dispositivos
constitucionais atinentes aos temas versados.
1. O prequestionamento para o RE não reclama que o
preceito constitucional invocado pelo recorrente tenha sido
explicitamente referido pelo acórdão, mas, sim, que este tenha
versado inequivocamente a matéria objeto da norma que nele se
contenha.
2. É de receber-se com cautela a assertiva de que a
fundamentação do voto vencido é irrelevante para a satisfação do
requisito do prequestionamento: quando é patente a identidade das
questões constitucionais resolvidas, de modo diametralmente
oposto, pelo acórdão recorrido, de um lado, e pelo voto vencido, de
outro, a invocação expressa pelo voto dissidente dos
dispositivos constitucionais pertinentes às indagações que
também o acórdão enfrentou e resolveu é a melhor prova de que a
maioria do Tribunal não fez abstração de ditas normas, mas,
sim, que lhes deu inteligência diversa.
II. Vencimentos do Ministério Público estadual: teto:
imunidade a sua incidência das vantagens de caráter individual,
ainda que incorporadas.
1. Na ADIn 14, de 28.9.89, Célio Borja, RTJ 130/475, o STF -
embora sem confundir o campo normativo do art. 37, XI, com o do
art. 39, § 1º, da Constituição - extraiu, da inteligência conjugada dos
incisos XI e XII do art. 37, a aplicabilidade, para fins de cálculo
dos vencimentos sujeitos ao teto, do mesmo critério do art. 39, § 1º,
para fins de isonomia, isto é, o de isentar do cotejo as vantagens de
caráter individual.
2. Para esse efeito, constitui vantagem pessoal, e não
vencimento, a retribuição percebida pelo titular de um cargo, não
em razão do exercício dele, mas, sim, em virtude do exercício
anterior de cargo diverso; a chamada incorporação ao vencimento
da parcela correspondente não tem o efeito de alterar-lhe a natureza
originária, transmudando-a em vencimento, mas apenas o de
assegurar-lhe tratamento equivalente ao do vencimento-base,
assim, por exemplo, para somar-se a esse e compor a base de
cálculo de outras vantagens, que sobre ele devam ser calculados, ou
para a aferição do valor dos proventos da aposentadoria;
conseqüências essas, cuja compatibilidade com o art. 37, XIV, CF,
não se impugnou no caso.
3. Na técnica do recurso extraordinário, quando o acórdão
recorrido tem mais de um fundamento suficiente - tanto quanto a
falta de impugnação de qualquer um deles pelo recorrente (Sum.
283) - a confirmação de um pelo STF leva ao não conhecimento do
RE, ainda que o Tribunal não avalize o outro: irrelevante, assim,
no caso, a contestação do recorrente à negativa, pelo acórdão
recorrido, da integração do Ministério Público no Poder Executivo
e conseqüente submissão dos vencimentos dos seus membros a
remuneração dos Secretários de Estado (considerações teóricas a
respeito).
HC-69.439-RJ
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: "HABEAS CORPUS". Réu absolvido pelo Tribunal
do Júri. Assistente habilitado, desde o início do processo, que
participou dos trabalhos do júri, ao lado do MP, sendo ambos
intimados da sentença, em plenário. O MP não recorreu. O assistente
apelou no décimo quarto dia, após a intimação. Alegação de
intempestividade do recurso, que foi provido pelo Tribunal, para
submeter o paciente a novo julgamento. Distinção quando o
assistente está habilitado ou não no processo. Código de Processo
Penal, art. 598 e parágrafo único. Se o assistente está habilitado no
processo, o prazo para recorrer é de cinco dias, não se aplicando à
hipótese o parágrafo único do art. 598 do Código de Processo Penal,
devendo ser intimado da sentença. Se o assistente não estiver
habilitado no processo, aplica-se o disposto no parágrafo único do
art. 598 do Código de Processo Penal, sendo o prazo para
interposição do recurso de quinze dias e correrá do dia em que
terminar o do Ministério Público. Precedentes do STF. No caso
concreto, estando habilitado o assistente, foi intempestivo o recurso
interposto no décimo quarto dia após a intimação, em plenário,
juntamente com o MP. "Habeas corpus" deferido, para cassar o
acórdão que anulou a decisão do Júri determinando fosse o paciente
submetido a novo julgamento, ficando, em conseqüência, restaurada
a sentença absolutória.
ADIn N. 297-0
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Ação direta de inconstitucionalidade por omissão,
de que não se conhece, por ser auto-aplicável o dispositivo
constitucional (art. 20 do ADCT), cuja possibilidade de
cumprimento pretende o Requerente ver suprida.
RE N. 97693-1
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA - Recurso extraordinário. 2. Decreto municipal que
declarou de utilidade pública, para desapropriação, teremos e
benfeitorias, tidos como necessários à construção de via de acesso
ferroviário entre estabelecimento particular e a Estrada de Ferro
Central do Brasil. 3. Ação ordinária de nulidade do Decreto.
Alegação de tratar-se de desapropriação, exclusivamente, em
benefício e proveito de empresa privada, com fins lucrativos. 4.
Ação julgada procedente em primeiro grau, mas improcedente no
acórdão recorrido.5. O decreto que declara um imóvel de utilidade
pública, para fins de desapropriação, é ato administrativo e não ato
normativo, cabendo contra ele a propositura de ação ordinária
visando sua anulação e não ação direta de inconstitucionalidade. 6.
Emenda Constitucional nº 1/1969, art. 153, § 22. 7. A simples
construção de um acesso ligando o parque industrial de empresa
particular à Estrada de Ferro, por si só, não indica ou induz
existência de utilidade pública, mas, sim, de utilidade privada.
Hipótese em que não há falar em abertura, conservação e
melhoramento de via ou logradouro público, nem em meio de
transporte ferroviário coletivo, como serviço à comunidade, eis que
expresso, no próprio Decreto e sua motivação, que o ato
expropriatório se destina "a construção de uma via de acesso
ferroviário entre a Companhia Mineira de Cimento Portland S.A -
Cominci e a Estrada de Ferro Central do Brasil". 8. Ao Poder
Executivo interdita-se considerar de utilidade pública, para fins de
desapropriação, situações não definidas em formas legais ou que,
nestas, não sejam de manifesta compreensão. Precedentes do STF. 9.
No caso concreto, releva destacar que, após a imissão provisória na
posse, desde logo, o uso dos bens expropriados se fez em favor da
empresa privada, que, por sua iniciativa, neles principiou as obras de
construção do ramal ferroviário, de seu exclusivo interesse. 10.
Recurso extraordinário conhecido, por ofensa ao art. 153, § 22, da
Emenda Constitucional nº 1/1969, e provido para declarar a nulidade
do Decreto nº 454, de 7.3.1974, do Prefeito Municipal de
Matozinhos, MG, restabelecendo-se, assim, a sentença.
RE N. 140095-1
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO -
ADVOCACIA - CÔMPUTO - MAGISTRATURA ESTADUAL -
REGÊNCIA. Os parâmetros a serem observados no pagamento da
gratificação por tempo de serviço, relativamente à magistratura
estadual, hão de estar previstos em diploma local, observado o limite
fixado no inciso VIII do artigo 65 da Lei Complementar nº 35/79
(LOMAN). Descabe a evocação de lei federal no que computado o
tempo de advocacia para efeito de qüinqüênios (Decreto-Lei nº
2.019/83).
RE N. 169807-1
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: (...)
I. - É possível a acumulação de um cargo de professor com um
emprego (celetista) de professor. Interpretação harmônica dos
incisos XVI e XVII do art. 37 da Constituição Federal.
II. - R.E. não conhecido.
RE N. 182211-2
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: (...)
I. - A acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida
quando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na
atividade, na forma permitida pela Constituição Federal, artigo 37,
incisos XVI e XVII, artigo 95, par. único, inciso I.
II. - Precedentes do STF: RE 163.204-SP, Velloso, Plenário,
09.XI.94; MS 22.182-DF, M. Alves, Plenário, 05.04.95; RE
198.190-RJ, Velloso, 2ª Turma, 05.03.96.
III. - R.E. conhecido e provido.
RE N. 196447-2
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Funcionários inativos. Lei paulista que concede
vantagem funcional para o exercício de atividade de magistério. 2. A
lei instituidora de vantagem funcional, que tem por pressuposto o
exercício de função de magistério e aplicável a partir de sua
vigência, não se estende a quem, nessa época, já se encontrava
inativado. 3. Benefício que se sujeita a requisitos que já não podem
ser atendidos pelo servidor inativo. 4. Recurso extraordinário
conhecido e provido.
RE N. 203755-9
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: (...)
I. - Não há invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da
imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por
normas infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado
distinguir entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do
conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem
adquirido, no mercado interno ou externo, integra o patrimônio da
entidade abrangida pela imunidade.
II. - Precedentes do STF.
III. - R.E. não conhecido.
RMS N. 22350-6
RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: (...)
1. Não tendo, a impetrante do Mandado de Segurança, procurado
demonstrar, na petição inicial, que o ato impugnado, do Ministro dos
Transportes, lhe causou, mesmo, o alegado prejuízo, consistente na
"defasagem tarifária da ordem de 8,38%"; havendo, no Recurso
Ordinário, reiterado tal afirmação, mas, ainda desta vez, sem fazer
qualquer demonstração do alegado; deixou de comprovar o fato
constitutivo de seu alegado direito líquido e certo.
2. Nem se objete com a desnecessidade de demonstração de
prejuízo para as empresas representadas pela impetrante.
Não têm elas direito público subjetivo à anulação do ato de
autoridade, por ilegalidade, se não demonstrarem que esse ato ilegal
lhes causou algum prejuízo.
É que não se trata de ação popular, que pode levar à anulação de
ato de autoridade pública, mesmo sem interesse direto, concreto, do
demandante.
Em se tratando de mandado de segurança, é imprescindível a
demonstração de que o ato ilegal da autoridade prejudicou direito
subjetivo, líquido e certo do impetrante, ou de seus representados, no
caso de Mandado de Segurança Coletivo.
3. Mandado de Segurança indeferido pelo S.T.J.
4. Recurso Ordinário improvido pelo S.T.F.
T R A N S C R I Ç Õ E
S
É o Relatório.
Voto: [...]
11. Assim, o que mais importa, tanto no julgamento do R.E. do
Município de Porto Alegre, quanto no do R.E. do Fundo e demais
autores, é a verificação da ocorrência, ou não, de violação ao
princípio constitucional tutelar do direito adquirido, como salientou
o Ministério Público federal a fls. 345, item “24”, “in verbis”: