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Começo do trabalho:

Norman Cohn nasceu em Londres em 12 de fevereiro do ano de 1915, filho de


pai judeu e mãe católica, influenciando totalmente em sua educação moral e
intelectual. Sua educação foi na escola de Gresham e na “Christ Church” (ou
Igreja de Cristo) em Oxford. Sendo então um estudante e pesquisador na
“Chirst Church” entre 1933 e 1939, tendo um diploma de primeira classe em
línguas modernas em 1936. Cohn serviu por seis anos no Exército Britânico,
atuando como comissionado no regimento real da rainha em 1939 e transferido
para o corpo de inteligência em 1944, onde seu conhecimento em línguas
modernas foi utilizado.

Em 1941 ele se casou com Vera Broido, com quem teve um filho, o escritor Nik
Cohn. Depois da guerra, ele foi enviado para Viena, ostensivamente para
interrogar nazistas, mas também se reuniu com vários refugiados do stalinismo,
e as semelhanças entre as obsessões persecutórias evidenciadas pelo
nazismo o stalinismo motivou seu interesse pelo pano de fundo histórico
dessas ideologias opostas, mas funcionalmente semelhantes. Após sua
ausência, ele ensinou em universidades na Escócia, Irlanda, Inglaterra,
Estados Unidos e Canadá.

Em 1966, foi nomeado professor associado da Universidade de Sussex e


diretor de um projeto de pesquisa sobre as condições prévias para perseguição
e genocídio. De 1973 a 1980, Cohn ocupou o cargo de professor Aston-
Wolfson na Universidade de Sussex. Norman Cohn morreu em 31 de julho de
2007, em Cambridge, Inglaterra, aos 92 anos de idade, devido a uma doença
coronariana degenerativa.

O trabalho de Cohn como Historiador, no livro “Cosmos, Caos e o mundo que


virá: As origens das crenças no Apocalipse” foi procurar traçar a fontes dos
temas religiosos milenares nas civilizações antigas. Cohn inicia descrevendo
tradições que vão dos egípcios, mesopotâmicos, védicos e zoroastristas.
Perpassa temas sírio-palestinos, até chegar à formação do povo hebreu, e ao
tema de Javé como Deus único. Até o nascimento do tema de Javé como Deus
único, Cohn demonstra como o povo hebreu assimila outras tradições, inclusive
politeístas. Ainda, menciona passagens mais antigas da própria Bíblia de difícil
tradução, que seriam elas próprias de origem politeísta. Por exemplo,
Deuteronômio 32:8 suporia a subordinação de Javé a outro Deus, chamado El,
descrito por Cohn a partir da tradição ugarítico/Cananéia: Deuteronômio 32:8
conta como El Elyon – isto é, El, o Mais Exaltado – dividiu as nações entre os
filhos, Yahweh recebendo Israel como sua parte. (p. 177). Em outras palavras,
haveria em redações mais antigas da Bíblia um Deus primordial, chamado El,
que teria dividido as nações entre outros deuses menores, dentre eles,
Yahweh. Posteriormente, em outras tradições, El seria identificado ao próprio
Yahweh. Na Bíblia de Jerusalém, em nota exegética, consta: seria Yahweh que
teria distribuído as nações entre seus anjos, encarregando-se pessoalmente do
povo hebreu.

Ultima parte do trabalho:

6.

Os Israelitas, assim como os Egípcios, acreditavam viver em uma ordem


estabelecida pelo sobrenatural, pelo divino, que estavam ao favor deles e que
isso nunca iria mudar. O significado desta ordem é indicado em três palavras
hebraicas: “mishpat, tsedeq e shalom”. Mishpat é traduzida como “julgamento”,
designando ao domínio de Yahweh, estabelecendo a ordem. Tsedeq é a
correção – Tsedeq era para os cananeus uma manifestação benéfica do deus
sol – uma poderosa divindade que na cananeia e em muitas outras sociedades
controlava o mundo como juiz dos mesmo, corrigindo as injustiças do mundo.
Quando os deuses cananeus foram absorvidos em Yahweh, “Tsedeq” tornou-
se um atributo deste, e manifestação visível de sua atividade foi chamada de
“tsedaqah”. Shalom é o termo que designava o bem-estar e a boa sorte em
todos os aspectos, incluindo a vitória nas guerras.

Os Israelitas tinham uma consciência de que a ordem poderia ser perturbada


pelo caos e aos olhos dos mesmos, o deserto era um lugar demoníaco, terrível,
sem lei, habitado por criaturas hostis, Era a morada dos demônios e dos
monstros, um local inabitável de confusão e caos. Todo esse caos poderia
interferir diretamente neles. Os exércitos invasores também eram tidos como
monstros, enviados pelo mal, para trazer o caos e a desordem.

Os Israelitas esperavam da vida após a morte o destino ao “Xeol”, o mundo dos


mortos, onde todos, sem restrições, iriam para lá, um local tenebroso localizado
nas profundezas da terra. Eles acreditavam que os parentes dos mortos
poderiam melhorar a situação deles, através de oferendas de alimentos e
bebidas (como acontecia no Egito antigo). O “Xeol” era a terra do
esquecimento e o futuro era pouco promissor, mesmo para o mais devoto
israelita.

Bibliografia: https://es.wikipedia.org/wiki/Norman_Cohn

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