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Melhor Programa

Vinha 2013 P.02 Vitis P.04


Saibamos viver A região
com a flavescência em números P.07
dourada P.03

001 Julho 2014

Manga de plástico (agrobiofilm)


nas vinhas novas

Os textos não respeitam o novo acordo ortográfico.


Produção: Opal Publicidade

P.05

Maior densidade
Tiragem 21.000 exemplares

garante maior
produção?
ISBN: 978-989-99078-1-2 (Ebook)

P.07

Míldio da Videira
N. DL: 377222/14

Principal doença da videira na região, provocando


estragos com maior repercussão na produção P.06
CVRVV | Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes | Directora: Maria José Pereira | Email: viticultura@vinhoverde.pt | Edição nº 001 | Julho 2014 | Jornal de distribuição gratuita
EDITORIAL
Em 2013, deram entrada na CVRVV pouco mais de 20.000 manifestos. na arquitectura, nos costumes. Porém, temos urgentemente que
Em 2014, a região ficará pela primeira vez aquém dos 20.000. Em desenvolver uma nova visão da viticultura. Uma actividade empresarial
números redondos, contamos com 20.000 viticultores e o mesmo vocacionada para a inovação, qualidade e eficiência, tendo como
número de hectares. objectivo a rentabilidade que gera ao viticultor. A região precisa de
empresários viticultores e de evoluir para um modelo de negócio em
Teoricamente, a área e o número de produtores seriam suficientes. que esta actividade apresente bons índices de rentabilidade.
A EVAG - Estação Vitivinícola Amândio Galhano produz uma média
consistente de 8,5 toneladas de uva por hectare. Aplicado este valor A CVRVV não é indiferente a esta questão. Pelo contrário, estamos a
à área actual, a região disporia de 170.000 toneladas de uva e os evoluir e a adaptar a nossa estratégia para que a Comissão de Viticultura
viticultores teriam um excelente rendimento. A verdade, porém, é possa dar um maior contributo aos produtores de uva. O que fazemos
que estamos longe disso. A região produz uma média que ronda as 4 hoje já não é pouco. Por exemplo, o seguro colectivo de colheitas é uma
toneladas/hectare, valor que, aliás, é muito próximo do que se faz na medida sem igual nas restantes regiões. Mas vamos certamente mais
Galiza, mas metade do que fazem os nossos concorrentes no sul do longe, como este jornal comprova. Na EVAG está já instalada a primeira
país. máquina do país para o tratamento do material vegetativo contra a
Flavescência Dourada. Pode e deve ser usada pelos produtores antes
A viticultura é claramente a área em que a região mais precisa de intervir de plantarem as novas vinhas. Estamos a investir num programa de
e em que pode ter mais ganhos com efeitos benéficos em toda a fileira. formação para a vinha, seja na EVAG, seja em outros pontos da região.
O marketing, a enologia e a própria estrutura das empresas têm vindo a
desenvolver-se de forma admirável e estão no rumo certo. Ninguém se engane, porém. O futuro de sucesso da região passa
por uma viticultura mais inovadora e mais rentável. E a tarefa é de
A região tomou a opção correcta ao concentrar-se nas nossas castas tal importância que será necessário o contributo de todos para que
tradicionais. O Vinho Verde deve afirmar-se por um bom equilíbrio sejamos bem sucedidos.
entre a satisfação dos clientes e a diferenciação: as nossas castas são
parte essencial desta diferenciação, que nos afirma como um vinho Dito isto, boas vindimas!
único no mundo.

Não renegamos o carácter tradicional e socialmente relevante da


viticultura. Em muito, o Minho é a vinha. Na paisagem, na sociedade, Manuel Pinheiro - Presidente da Comissão Executiva da CVRVV

OS MELHORES VERDES 2014


Concurso anuncia os melhores vinhos da região
400 pessoas encheram completamente o lindíssimo Pátio das compostos por técnicos e jornalistas nacionais, este é composto por investimento para que a Região tenha mais e melhor viticultura. O
Nações, a sala central do Palácio da Bolsa, no Porto, para assistir à oito especialistas dos principais mercados de exportação do Vinho Secretário de Estado da Agricultura sublinhou a competitividade
entrega dos prémios do concurso “Os Melhores Verdes 2014”. Verde. O júri Best Of prova os 35 vinhos mais pontuados e selecciona exemplar que a Região dos Vinhos Verdes tem demonstrado e garantiu
os 5 vinhos que, no seu entender, são os mais interessantes para os o investimento do Estado e apoio do Governo para o desenvolvimento
Anualmente, desde há mais de duas décadas, a CVRVV organiza este mercados de exportação. Também aqui a prova é feita em copos deste sector que é estratégico para a economia nacional.
concurso que selecciona e distingue os melhores Vinhos Verdes numerados, não identificados, mantendo o mesmo rigor e sigilo.
de cada ano. Para a edição 2014 a CVRVV recebeu 236 amostras Da lista dos premiados destacamos os vinhos “Best of Vinho Verde”:
repartidas pelas várias categorias a concurso: vinhos brancos, tintos, A organização deste concurso é vasta e envolve dezenas de pessoas, Casal de Ventozela-Loureiro-2013; Dom Ponciano-Alvarinho-2013;
rosados, vinhos de casta, espumantes e aguardentes. no apoio técnico, provas e logística. O concurso é organizado de Quinta das Almas-Avesso-2013; Quinta de Linhares-Avesso-2013 e Via
acordo com as normas internacionais do OIV (L’Organisation Latina-Alvarinho-2013.
As provas são realizadas em três fases e em regime de prova cega, ou Internationale de la Vigne et du Vin), pelo que os prémios são
seja, os vinhos são distribuídos por copos numerados e as amostras reconhecidos mundialmente e podem ser usados na rotulagem e
são avaliadas sem qualquer identificação. O júri de pré-selecção faz publicidade dos vinhos.
uma primeira prova e identifica os melhores vinhos de cada uma
das categorias mais concorridas, seleccionando apenas os vinhos A cerimónia de entrega de prémios é uma festa do Vinho Verde,
com mais de 75 pontos numa escala de 0-100. Feita esta selecção, que este ano contou com a presença do Secretário de Estado da
o júri do concurso prova então os vinhos mais pontuados e atribui Agricultura, José Diogo Albuquerque, do Presidente do Instituto da
as pontuações finais. Assim se chega à classificação que atribui os Vinha e do Vinho, Frederico Falcão, e Jorge Monteiro, Presidente da
prémios Verde Ouro, Verde Prata e Verde Honra. Viniportugal.

Na própria semana em que decorre a cerimónia de entrega de prémios, Na abertura tomou a palavra o Presidente da CVRVV, Manuel
reúne o terceiro júri, um júri internacional que vai atribuir os prémios Pinheiro, que felicitou os premiados e afirmou a aposta do Vinho
“Best of Vinho Verde”. Ao contrário dos restantes júris que são Verde na exportação, bem como a necessidade de reforçar o

CONCURSO MELHOR VINHA 2013


Em simultâneo com a cerimónia dos Melhores Verdes Agrícola Santa Leocádia-Quinta do Miradouro, Lda, em
2014, no passado dia 9 de Maio, no Palácio da Bolsa, foi Baião, e à QUINTA DE CORUTELO, pertença de Manuel
anunciado o resultado do concurso da Melhor Vinha 2013. Eugénio Gonçalves Rego, em Ponte de Lima.
Na cerimónia foram atribuídos os prémios: Melhor Vinha
2013, Melhor Viticultor 2013 e A Vinha e o Ambiente. O prémio “Melhor Viticultor 2013” foi atribuído a um
jovem viticultor –
Na 11ª edição do concurso participaram 20 MANUEL EUGÉNIO
explorações vitícolas, evidenciando cada uma GONÇALVES REGO,
particularidades que contribuem para uma grande da Quinta de Coru-
diversidade de explorações na Região. telo, que tem sob a
Medalha de ouro para sua responsabilidade
Durante a campanha vitícola, o júri técnico, cerca de 11,5 hecta-
constituído por representantes da CVRVV, DRAPN, a Quinta de Miradouro e res de vinha, onde
PRODUÇÃO e SYNGENTA, realizaram visitas
às explorações entre Junho e Setembro com o
Quinta de Corutelo predomina a casta
Loureiro.
objectivo de proceder a uma avaliação qualitativa
das vinhas, nomeadamente, o estado vegetativo, O prémio “A Vinha
sanitário, produtivo, entre outros. e o Ambiente” foi
atribuído à QUINTA
A medalha de ouro para Melhor Vinha 2013 foi atribuída DA VINHA E DA MOITA, do produtor Manuel Pinto Feliz
à QUINTA DO MIRADOURO, pertença da Sociedade Carneiro da Frada, do concelho de Baião.

Limite ao rendimento/hectare aumentado para 15 toneladas


A partir da vindima da campanha 2014/2015, o limite máximo de Até 15 toneladas para as vinhas que cumpram os requisitos de uma taxa fixa de 150 euros. Com efeito, o custo será variável,
rendimento por hectare para as vinhas aptas à produção de Vinho produtividade e qualidade a definir pelo conselho geral da CVRVV. dependendo da área de cada produtor, com um mínimo de 50
Verde passa a ser de 15 toneladas por hectare e não de 13,5 toneladas. euros, ao qual acrescem 14,50 euros por hectare a vistoriar.
Esta alteração visa beneficiar as vinhas mais produtivas, permitindo
O Estatuto determina agora que a região deve considerar 3 escalões aos produtores a rentabilização dos investimentos. Para beneficiar deste novo escalão de produção, esteja atento à
de rendimentos: circular da CVRVV que definirá o prazo de apresentação na CVRVV
Para beneficiarem do rendimento acima das 10,6 toneladas, os do respectivo pedido, que pode ser feito na aplicação informática
7,5 toneladas para as vinhas sem o cadastro actualizado; produtores deverão inscrever-se para uma vistoria prévia que será existente na área reservada do operador, na CVRVV ou numa das
feita pelos técnicos da CVRVV. delegações existentes.
10,6 toneladas para as vinhas com cadastro actualizado há
menos de cinco anos; Os custos da vistoria serão também diferentes daqueles
que se praticaram em 2013, na medida em que deixa de haver

ESTATUTO Boas Vinhas é um jornal anual de informação técnica que pretende, através de texto e imagem, disseminar conteúdos sobre viticultura.
Boas Vinhas é um jornal ao serviço do viticultor e quer contribuir para a divulgação de novas tecnologias na área da cultura da vinha capazes de contribuir para uma viticultura rentável.
EDITORIAL Boas Vinhas distingue claramente os artigos de opinião dos artigos informativos, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições, sempre no respeito da legislação em vigor.
Boas Vinhas tem um âmbito regional e quer contribuir para a divulgação de eventos, artigos práticos e/ou científicos, quando assim o entendam, sobre todas as novidades que à viticultura dizem respeito.
Boas Vinhas é uma publicação independente, sem qualquer dependência de natureza política, ideológica e económica.

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Saibamos A CVRVV
viver com a e a Viticultura
Flavescência
A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV)
Nas nossas condições, é hoje por todos reconhecida a obrigato- definiu um plano estratégico para a VITICULTURA, a partir de 2014,
riedade de se efectuarem tratamentos fitossanitários às vinhas para que visa contribuir para uma viticultura rentável, de qualidade e de
se poder obter uma produção suficientemente compensadora. respeito pelo meio ambiente. Condição essencial para que a região
Sempre foi assim? Não. Antes de 1863, os viticultores europeus seja capaz de se abastecer de uma forma sustentável.
não tinham necessidade de tratar as suas vinhas para terem uma
produção abundante. Foi-lhes estranho certamente nessa ocasião Para o efeito, ao longo do ano será desenvolvido um conjunto
terem de passar a aplicar um produto (o enxofre) com características de acções de carácter formativo destinadas a apoiar, formar e
irritantes, nomeadamente para a vista, para que pudessem colher um informar os viticultores da região.
cacho de uvas perfeito. Hoje em dia, porém, ninguém questiona o uso
do enxofre nas vinhas. Vem isto a propósito do tema deste artigo. Foi Das acções inicialmente previstas, destacamos:
já em 2006 que foram identificadas na Região dos Vinhos Verdes as Fig. 1 - Videira com Flavescência Dourada Jornadas Técnicas de abertura da campanha - 04 Abril, na
primeiras cepas atacadas com um novo problema fitossanitário - a EVAG, Arcos de Valdevez;
Flavescência Dourada (Fig. 1). Trata-se de uma doença que afecta as Será por essa data que deve
videiras, mas que contrariamente ao Míldio e ao Oídio não tem para ser efectuado o primeiro Jornadas Técnicas de balanço do Ano Vitivinícola 2014
já um produto que a possa curar. Estamos portanto, perante uma de dois ou três tratamentos (data a definir), na EVAG, Arcos de Valdevez;
doença que não tem cura. Este facto, por si, revela a importância de recomendados, consoante
que se reveste este assunto para a viticultura regional. Os sintomas da o grau de infecção da sua re- Várias acções de formação, durante uma manhã ou tarde,
doença manifestam-se na parte aérea da videira e são passíveis de se gião. Devem pois estar aten- relacionadas com temas importantes da viticultura;
confundirem com outros problemas. Uma das consequências da doença tos ao serviço de avisos para
é a perda considerável da produção, pelo abortar dos cachos e a morte que façam os tratamentos Road Show sobre Flavescência Dourada;
da cepa em pouco tempo. Para se multiplicar, esta doença necessita, em número e no momento
todavia, de um agente vector, vulgarmente designado por cigarrinha mais oportuno. Paralela- Dias de campo / demonstração prática;
da Flavescência (Fig. 2). É este insecto que, ao alimentar-se nas folhas mente à realização dos tra-
da videira por picadas nas nervuras, vai passando a doença das videiras tamentos recomendados, é Edição de um jornal anual: o ‘Boas Vinhas’, de distribuição gratuita
infectadas para as restantes. O controlo da Flavescência Dourada passa fundamental prospectar e aos viticultores, de informação técnica, que através de texto e
portanto, entre outras medidas, pelo controlo do seu agente vector. marcar nas vinhas as cepas imagem pretende disseminar conteúdos sobre viticultura;
contaminadas, que devem
A tomada de consciência do perigo que representa esta doença para ser arrancadas e queimadas Portal Internet de viticultura com informação de base
a sustentabilidade da viticultura levou as entidades oficiais a criar um de imediato. (técnicas, financiamentos, legislação, trabalhos académicos);
grupo de trabalho que elaborou um plano nacional para o controlo e e informação actualizada (avisos agrícolas, meteorologia,
erradicação da Flavescência Dourada em Portugal, actualmente em O problema é novo em Por- estatística, eventos);
tugal, mas não na Europa. Fig. 2 - Scaphoideus titanus
vigor. Estamos portanto perante um problema que poderá tornar-se
grave se continuarmos a agir como se não existisse e se continuarmos Esta doença chegou a França Reuniões técnicas e outras de interesse ao longo do ano;
a não cumprir com as medidas que constam do referido plano de em 1950. Desde então que a França vive com o problema e a sua viti-
acção. cultura e a qualidade dos seus vinhos continuam a impor-se por esse Estudo sobre conta da exploração da Vinha.
mundo fora. O mesmo se passa em Itália e em Espanha.
Se o objectivo da erradicação da doença pode ser deveras impossível, Em suma, o que a CVRVV pretende é ir ao encontro das
tal não significa que não o devamos tentar. Torna-se pois necessário Tocou-nos agora o problema também a nós. Certamente como eles necessidades do VITICULTOR, contribuir para a divulgação de
que os senhores viticultores cumpram e ajudem os seus colegas a cum- saberemos aprender a viver com a perigo da Flavescência, aplicando novas tecnologias na área da cultura da vinha, capazes de contribuir
prir com os tratamentos insecticidas recomendados para a eliminação as medidas adequadas para o seu controlo definitivo ou, pelo menos, para uma viticultura sustentável. Em conjunto, divulgar e partilhar
da população do agente vector (Cigarrinha da Flavescência Dourada). para a manter em níveis que não ponham em risco a sustentabilidade conhecimentos adquiridos.
Esta vem crescendo desde 2000 de forma constante e rapidamente da nossa viticultura. Mas sobre este objectivo, temos uma certeza: tal
ocupou todos os concelhos que constituem a Região Demarcada dos só será possível se contarmos com o esforço e colaboração de todos Por isso, Sr. Viticultor, para qualquer informação e/ou sugestão, não
Vinhos Verdes. É pois necessário, para o bem da viticultura, efectuar os viticultores. hesite em contactar-nos por telefone 226077300 / 226077303 ou
este esforço adicional com os tratamentos para se reduzir ao valor e-mail viticultura@vinhoverde.pt
mínimo possível a população da Cigarrinha da Flavescência na nossa
João Garrido - Estação Vitivinícola Amândio Galhano (EVAG) Maria José Pereira - Viticultura CVRVV
região. Os primeiros insectos adultos aparecem em finais de Junho.

IMPOSTOS E VITICULTURA
Alterações fiscais
Estas obrigações são comuns aos viticultores que produzem uvas para genericamente sujeita a uma taxa reduzida de 6%. Há que considerar
entregar na adega cooperativa ou vendam a centros de vinificação. que os volumes de negócios anuais até 10.000€ estão isentos de IVA,

para o sector
Estão excluídas de tributação os rendimentos agrícolas, silvícolas ou ao abrigo do art. 53º do CIVA. Volumes de negócios anuais superiores
pecuários quando o valor dos proveitos ou receitas não excedam por a 10.000€ ficam no regime geral, ou seja, estão sujeitos a IVA.

agrícola
agregado familiar 4,5 vezes o valor do IAS (22.637,88€). Em termos de IVA, existem dificuldades específicas para os
Estas alterações tiveram impacto a nível das contribuições para viticultores que entregam uvas nas adegas cooperativas ou centros
a Segurança Social, pois, após a inscrição de início/reinício de de vinificação, uma vez que, entre as entregas dos produtos pelos
actividade, os agricultores são automaticamente enquadrados na agricultores e o pagamento, há um desfasamento de tempo e de
Segurança Social. No entanto, podem ficar isentos do pagamento da valores que dificulta o apuramento do imposto. Por esta razão, existe
A lei do Orçamento de Estado para 2013 veio trazer um conjunto de contribuição, se os seus rendimentos brutos (vendas + prestações um regime especial de exigibilidade do IVA nas entregas de bens à
alterações com significativo impacto no âmbito do enquadramento de serviços + subsídios da PAC) forem iguais ou inferiores a 1.676,88€ cooperativa. Assim:
das actividades agrícolas, silvícolas ou pecuárias. pois não são considerados trabalhadores independentes, logo não
Os contribuintes que a 31 de Dezembro de 2012 se encontravam pagam contribuições. São trabalhadores independentes mas isentos As cooperativas agrícolas só terão direito à dedução do imposto
isentos de IVA ao abrigo do art. 9º do código do CIVA ou não estavam da obrigação de pagar contribuições os agricultores que: que lhes for liquidado pelo agricultor quando efectuarem a este o
registados para efeitos fiscais no âmbito destas actividades passam pagamento e se encontrarem na posse do recibo.
agora a ter algumas obrigações. Assim, todos os agricultores que Se inscrevam pela primeira vez na Segurança Social, já que só
exerçam uma actividade agrícola, silvícola, pecuária ou a prática de começam a pagar contribuições 12 As facturas a emitir pelos agricultores, na altura em
acto isolado e que recebam subsídios ou subvenções financeiras meses após o mês de inscrição ou te- que colocam os bens à disposição da cooperativa,
relacionadas com estas actividades possuem rendimentos agrícolas nham um rendimento relevante anual devem ter uma série especial e conter a menção
da categoria B. Os titulares destes rendimentos ficam sujeitos a que ultrapassa os 2.515,32€. A actividade agrícola “Regime de Caixa”.
determinadas obrigações:
Façam descontos por conta de 0utrem passou a estar Quando as cooperativas procederem ao
sobre mais de 5.030,64 €/ano. pagamento (total ou parcial) das facturas é
Declaração de início, alteração e cessação de actividade; genericamente sujeita a obrigatório a emissão, por parte do agricultor, do
Declarar o total de rendimentos na declaração modelo 3 do IRS; Pensionistas de velhice ou invalidez que uma taxa reduzida de 6% recibo pelo montante recebido.
possam acumular uma actividade
Emitir factura por cada transmissão de bens, prestação de independente. Assim, o IVA devido pelas transmissões de bens
serviços ou outras operações efectuadas e emitir documentos de ocorridas entre os agricultores e as cooperativas
quitação de todas as importâncias recebidas. Em termos de IVA, a lei nº 66-B/2012 agrícolas de que sejam associados apenas terá de ser
de 31 de Dezembro revoga o nº 33 do artigo 9º do código do CIVA entregue nos cofres do Estado no período de imposto em que ocorre
Comunicar à AT (Autoridade Tributária) os elementos das deixando de existir a isenção do IVA relativa a operações relacionadas o recebimento.
facturas emitidas até ao dia 25 do mês seguinte ao da sua emissão. com actividades de produção agrícola e prestação de serviços Maria José Soares -Terras de Felgueiras-Caves Felgueiras,CRL
agrícolas com caracter acessório. A actividade agrícola passou a estar

DISPONÍVEL NA EVAG:
máquina para tratamento do material vegetativo
A EVAG, Estação Vitivinícola Amândio Galhano tem já à disposi- garfos, bacelos e enxertos-prontos) são submetidos a um banho O tratamento está à disposição de todos os produtores, seja para
ção dos produtores uma máquina que procede ao tratamento de água aquecida a 50ºC durante 45 minutos, período de tempo material vegetativo fornecido pela EVAG ou para outro. Para mais
térmico dos materiais de propagação para eliminação do fito- necessário para eliminar o fitoplasma, sem consequências noci- informações, contactar o responsável, o Engº João Garrido, pelo
plasma da Flavescência Dourada. Trata-se do primeiro equi- vas para a planta. telefone 258 480 200 ou e-mail: jgarrido@vinhoverde.pt.
pamento do país para este fim. O material vegetativo (estacas,

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PROGRAMA VITIS
O Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão das Vinhas (VITIS) A compensação pela perda de receita pode ser feita sob a forma de
foi estabelecido pelo Regulamento CE n.º 1234/2007 do Conselho de manutenção da vinha velha durante as três campanhas subsequentes
2 de Outubro e no Regulamento n.º 555/2008 da Comissão de 27 de
Junho, tendo as suas normas complementares de execução para o
ao arranque ou por compensação financeira.
Bolsa
continente português, para o período 2014-2018, sido estabelecidas Os valores da ajuda variam conforme se trate de “zonas de
pela Portaria n.º 357/2013, de 13 de Dezembro, alterada pela Portaria n.º convergência” ou “zonas de competitividade”, não podendo
67/2014, de 12 de Março. ultrapassar 75% e 50% do valor dos custos reais, respectivamente.

O Programa VITIS é um instrumento de apoio ao aumento da As ajudas à medida “Instalação de Vinha” nas regiões de convergência
e!
competitividade do sector vitivinícola nacional e da melhoria dos seus em que se insere a Região Norte de Portugal são as que figuram no
d
Ver
produtos. Este regime de apoio é concretizado através de medidas Quadro 1.
específicas, atribuindo apoios à “Instalação de Vinhas”, que incluem o ho
e Vin
da d
arranque da vinha a reestruturar, a plantação da vinha e a melhoria das A ajuda relativa à medida “Sobreenxertia ou Reenxertia” é de 3.000€/ha.
infraestruturas fundiárias (drenagem e construção/reconstrução de
a v en
ceiro n
O seu par
muros) e à “Sobreenxertia ou Reenxertia de videiras”. A compensação financeira pela perda de receita, a atribuir nas
condições estabelecidas, tem o valor de 1.500€/ha no caso da Instalação
É aplicável às parcelas de vinha legais para produção de uvas para vinho de Vinha e de 1.000€/ha no caso da Sobreenxertia ou Reenxertia.
que, após a candidatura, satisfaçam as condições de produção de vinho
com Denominação de Origem (DOP) e Indicação Geográfica (IGP), As candidaturas aprovadas em cada campanha devem ser Senhor produtor.
aos direitos de replantação e aos direitos de integralmente executadas e ser objecto de Se tem vinho para venda
replantação obtidos por transferência. apresentação do pedido de pagamento até a granel, inscreva-o na
30 de Junho do ano seguinte ou ser objecto,
Os proponentes devem ser proprietários da O Programa VITIS após o início da execução e até aquela data, da Bolsa do Vinho Verde.
parcela a plantar com vinha ou detentores apresentação de um pedido de pagamento
de um título válido que constitua direito à é um instrumento antecipado, mediante apresentação de uma Basta indicar quanto vinho
.........
sua exploração. E as parcelas de vinha, após
a reestruturação ou reconversão, devem
de apoio ao aumento garantia bancária ao IFAP, devendo concluir a
execução até ao termo da segunda campanha
pretende vender,
se é branco, tinto, rosado
respeitar as áreas mínimas estabelecidas. da competitividade após o pagamento do adiantamento. No caso das
ou de casta, A CVRVV
candidaturas conjuntas, ao prazo de execução
A apresentação das candidaturas pode assumir do sector vitivinícola referido acresce uma campanha, excepto no encarrega-se de fazer chegar esta
a forma de candidatura individual ou de caso de emparcelamento, em que acrescem duas
candidatura conjunta. nacional campanhas.
informação a dezenas de
comerciantes que o irão contactar
As formas de candidaturas conjuntas podem Após a apresentação dos pedidos de pagamento, directamente.
ser: “grupo de três ou mais viticultores” reestruturando parcelas as ajudas aprovadas são pagas aos viticultores em cada ano, depois
contíguas; “entidades promotoras de emparcelamento”; “agrupada” de verificada a execução das medidas ou após o início da execução da A bolsa do Vinho Verde
de três ou mais viticultores, podendo as parcelas ser contíguas ou não, medida, mediante a apresentação de garantia bancária. destina-se a ajudar os
sem área mínima para as parcelas de vinha, englobando uma área total
de mais de 20 ha e comprometendo-se a fornecer a sua produção a A abertura das candidaturas ocorre anualmente, entre 15 de Novembro produtores a vender o seu
uma estrutura associativa ou comercial que a vinifica e se constitui e 15 de Janeiro, através de aviso de abertura publicitado nos sítios da vinho e não tem qualquer custo.
como representante das suas candidaturas. internet do IVV e do IFAP.

A forma e nível de apoio abrangem a concessão de uma Este texto não dispensa a consulta da legislação aplicável. Inscreva-se
comparticipação financeira para os investimentos realizados, através gratuitamente ou por telefone
do pagamento de uma ajuda e uma compensação pela perda de receita Manuel Cardoso - Director Regional na sua delegação pelo número:
inerente à reestruturação e reconversão da vinha. da CVRVV 808 105 704

Quadro 1 – Ajudas à instalação de vinha.

Sistematização Região Densidade Porta-enxertos Enxertos Garfos


do terreno (plantas/hectare) (€/ha) prontos (€/ha) (€/ha) www.vinhoverde.pt
Sem alteração Minho 1 100 - 1 600 9 200 9 400 8 300
>1 600 - 2 500 9 800 10 400 8 700
do perfil

Toda a área do >2 500 - 3 000 8 000 8 650 6 600


território >3 000 8 700 9 400 7 000

Minho 1 100 - 1 600 10 500 10 700 9 800 Fazer o Manifesto


sem filas de espera
Com alteração >1 600 - 2 500 12 270 13 170 10 700
do perfil
Toda a área do >2 500 - 3 000 11 400 12 400 8 500 A página de internet da CVRVV já está disponível para que os
território >3 000 12 400 13 400 9 500 viticultores possam fazer a sua DCP - Declaração de Colheita e
Produção – directamente, via internet, a partir de casa. Inscreva-se na
página www.vinhoverde.pt e receberá pelo correio a senha de acesso
Alteração de perfil com terraceamento Douro ≤4 000 13 230 14 730 11 100 ao sistema.
ou manutenção dos socalcos do douro >4000 14 530 16 130 12 380
Em Outubro, após a vindima, poderá fazer o manifesto com toda a
simplicidade e proceder ao pagamento numa caixa multibanco.

A rainha das leveduras seleccionadas para a vinificação


de vinhos brancos é Portuguesa. Alemanha

A levedura de vinificação conhecida por QA23 foi seleccionada pela Universidade pretendido. É uma levedura com boa aptidão para a produção de aromas em forma América do Sul
de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) com a coordenação da Comissão de de ésteres frutados para uvas mais neutras. A QA23 possui uma boa capacidade
Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) e a colaboração da empresa enzimática, permitindo a revelação de aromas primários varietais em castas de alto
França
portuguesa especializada em biotecnologia enológica - PROENOL. potencial primário.
É uma levedura da espécie Saccharomyces cerevisiae, incluída no grupo das antigas
Para quem gosta de trabalhar a baixas temperaturas, a QA23 permite que se África do Sul
bayanus. É recomendada principalmente para a elaboração de vinhos brancos, de
castas neutras e de castas com alto potencial primário como o Alvarinho, Loureiro, trabalhe sem os riscos de redução ou paragens de fermentação, sendo uma
Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc, Viognier, Verdejo, entre outras. estirpe altamente resistente a estas condições graças à sua alta produção de Austrália
A levedura QA23 é produzida pela empresa Lallemand sob a forma de levedura trealose e glucogénio, que funcionam como crioprotector e reserva energética
seca activa (LSA) e pela empresa Proenol sob a forma de leveduras encapsuladas respectivamente. Países de Leste
desidratadas em alginato de cálcio.
Esta estirpe é comercializada a nível internacional em quase todos os países A QA23 é também utilizada na elaboração de espumantes pelo método tradicional Estado Unidos
produtores de vinho (Fig. 1). (fermentação em garrafa) sob a forma de levedura imobilizada em cápsulas de
alginato previamente adaptada ao álcool. Esta aplicação tem suscitado muito Espanha
A baixa necessidade de azoto facilmente assimilável, assim como de oxigénio, e interesse, estando já largamente implementada em diferentes regiões de Portugal
o seu carácter frutófilo fazem da QA23 uma estirpe que permite a realização de e presente em diversos países vitícolas. O produto comercial designado por Proelif Portugal
fermentações com muita segurança, com o consumo completo dos açúcares é actualmente reconhecido por diversos enólogos, mesmo os da tradicional região
existentes no mosto, com vários tipos de carências e mesmo aqueles que sofreram de Champanhe (no nordeste de França) pela sua facilidade de utilização e pelas Itália
fortes clarificações. Dada a sua resistência, também se adapta a vinificações em características organolépticas dos vinhos elaborados.
meio redutor bem ao estilo dos enólogos australianos. China
A QA23 não é conhecida somente pela sua segurança fermentativa, mas também PROENOL – Indústria Biotecnológica Lda.
pelo seu impacto positivo a nível organoléptico segundo o estilo de vinho Fig.1 – Vendas da levedura QA23 por país

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INOVAÇÃO
Manga de plástico (agrobiofilm) nas vinhas novas
O revestimento do solo com manga de plástico é uma tecnologia A preparação do solo deve ser muito cuidada para que o plástico,
recente na viticultura da Região dos Vinhos Verdes que vem sendo ao assentar, não rasgue ou estique. Todas a pedras e inertes
testada por alguns produtores. devem ser retirados, os torrões desfeitos, etc., como se fosse a
preparação de uma horta.
Visitámos a Quinta de Valinhas, na freguesia da Unhão, concelho
de Felgueiras. Esta é explorada pela Pipamolhada, uma empresa Antecipar a plantação para os meses de Março/Abril, para se
responsável actualmente por 32 hectares de vinha, nos quais se evitar temperaturas muito elevadas em plantas muito jovens.
incluem 6,14 hectares de vinha nova.
Aplicar o plástico no mesmo dia em que se realiza a plantação.
De acordo com Eduardo Magalhães, director da empresa, esta foi
plantada em Junho de 2013, sendo as plantas recobertas com manga Fazer cortes para retirar as plantas debaixo do plástico
de plástico. Mostrando-se visivelmente satisfeito, foi-nos relatando imediatamente.
a sua experiência com esta tecnologia: “A ideia de aplicar esta
tecnologia foi alvitrada pelo Engº Antonio Guedes da Quinta A técnica parece permitir ganhos muito importantes para o viticultor
da Aveleda, que nos relatou ser uma tecnologia já utilizada e ser uma ferramenta de elevado potencial. Os solos pobres e secos
correntemente em França e sabia do ensaio realizado pelo serão terreno de eleição para esta técnica.
Professor Rogério de Castro na sua propriedade de Lousada
com bastante sucesso.” Devemos, no entanto, ter em atenção que não há um histórico desta
Fig. 1 - Desenvolvimento homogéneo e vigoroso da vinha. técnica na Região e que, aplicada de forma incorrecta, pode ter
Assim, já no decorrer do presente ano, Ano 1, fez-se a poda de consequências graves.
formação do tronco em 90% da vinha e prevê-se uma produção
de 4 ton/ha no Fernão Pires e de 1,5 ton/ha no Alvarinho. No Ano 2, Nas palavras do técnico Eduardo Magalhaes, “para a Quinta
prevê-se o fecho do Cordão em 80% da vinha e produções entre as de Valinhas a experiência foi um sucesso, pois conseguiu
9 a 12 ton/ha para o Fernão Pires e 5 a 7 ton/ha para o Alvarinho. Já no A combinação destes factores potencia o desenvolvimento das antecipar em um ano a entrada em produção da vinha.”
decorrer desse ano prevê resultados operacionais positivos. A partir plantas de uma forma extraordinária e, assim, podemos antecipar em
do Ano 3, atingirá os 80% do potencial produtivo e espera já ter lucro um ano a formação do tronco. Em Setembro, faremos nova visita a esta vinha para acompanhar a
na exploração desta vinha. vindima e verificar se a promessa que os cachos, já bem visíveis, se
No entanto, são estas mesmas vantagens que levantam os problemas cumpriu.
Características da Vinha: que esta tecnologia pode apresentar:
Área: 6.14 hectares
Idade: 1 ano de instalação O excesso de humidade pode conduzir a problemas de asfixia
Compasso: 2.20 m x 1,0 m; próximo de 4.500 videiras / hectare radicular, assim como potenciar o desenvolvimento de doenças
Porta-enxerto: 3309 C radiculares.
Castas: Alvarinho e Fernão Pires
Sistema de condução (previsto): CSA bilateral A temperatura ao nível do plástico pode atingir valores que
fazem com que o calo de enxertia cesse a vascularização dos
A aplicação desta nova técnica tem três vantagens: um tecidos e a consequente morte da planta.
desenvolvimento homogéneo e vigoroso das plantas desde o inicio
da plantação, o que permite antecipar a entrada em produção da Concentra o desenvolvimento do sistema radicular junto à
vinha num ano; forte impacto económico e financeiro, que é dado superfície do plástico, condicionando o desenvolvimento deste
pela diminuição dos custos de exploração e pela antecipação das em profundidade.
receitas; e um menor consumo de água, dada a diminuição da
evapotranspiração que o plástico proporciona. A técnica de aplicação da manga revela-se bastante simples mas,
segundo o Engº Eduardo Magalhães, é necessário que se verifiquem
A utilização da manga plástica aumenta a temperatura do solo na zona as seguintes condições:
radicular, aumenta a humidade do solo ao impedir a evaporação da
água por efeito da condensação da humidade no interior do plástico Que o terreno seja bem drenado, evitando zonas húmidas e
e, por último, elimina a competição das infestantes pelos nutrientes e muito pesadas.
Fig. 2 - Aspecto produtivo da vinha
água do solo.

OPINIÃO
Prof. Rogério de Castro, um dos maiores especialistas na área da viticultura nacional e internacional.

Aplicação de agrobiofilm (plástico biodegradável)


na plantação da vinha
O sucesso de uma vinha depende da preparação apresentados os valores de vigor (peso de lenha de
do terreno, da fertilização e da rega. Porém, estas poda no final dos dois primeiros anos) e rendimento
condições favoráveis à videira também são favoráveis (2º e 3º anos).
às infestantes. Tradicionalmente, a plantação é feita
em solo nu, isto é, sem qualquer protecção ao longo A antecipação da produção e o maior rendimento,
da linha. Mas as infestantes concorrem diariamente assim como o maior vigor ocorrido com a cobertura
com as videiras, consumindo nutrientes e água, e são do agrobiofilm deve-se, provavelmente, ao melhor
naturalmente combatidas com sucessivas sachas “ambiente” na zona radicular. De facto, este tipo
manuais na zona da linha, tarefa absorvente em mão de cobertura evita excessos de água quando há
de obra e exigente em termos de oportunidade. chuva intensa no início da campanha (Primavera)
e permite um ganho de temperatura no solo. Por
Tendo em vista estes problemas, tem-se recorrido, já outro lado, este plástico evita perdas de água por
com bons resultados, a estufins (tubos protectores evapotranspiração no período seco.
de 50 cm de altura) que permitem a aplicação de
herbicida, protecção contra roedores e também Há um aspecto relevante a ter em conta: este plástico
melhor desenvolvimento das jovens plantas. Em não deve permanecer como cobertura do solo mais
tempos recorreu-se a outros materiais, tais como de dois anos, pois poderá favorecer a ocorrência de
plástico não degradável, mas com resultados raízes pastadeiras.
insatisfatórios.
Os resultados dos três primeiros anos são
Em 2011, na Quinta de Lourosa, instalámos um ensaio promissores. Porém, devemos ter em conta que
na casta Loureiro comparando cobertura na linha a criação de uma doutrina exige persistência nos
com “agrobiofilm” (plástico biodegradável) com o resultados, po isso os ensaios continuam. Fig. 1 – Vinha com cobertura de agrobiofilm à esquerda e solo nu (tradicional) à direita, em Setembro de 2012.
método tradicional (solo nu). Nos quadros 1 e 2 são

Quadro 1 – Vigor por modalidade Quadro 2 – Rendimento por modalidade

Ano Modalidade Peso da lenha poda / videira (g) Ano Modalidade Kg / videira t / ha

2011 Agrobiofilm 318 2011 Agrobiofilm 4,1 9

solo nu (tradicional) 19 solo nu (tradicional) 0 0

2012 Agrobiofilm 413 2012 Agrobiofilm 7,2 16

solo nu (tradicional) 181 solo nu (tradicional) 5,9 13

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Seguro Vitícola de Colheitas 2014
No âmbito da parceria que vem sendo mantida entre a CVRVV e a No entanto, podem beneficiar do seguro, suportando o custo O Vitivinicultor/Produtor tenha adquirido mais parcelas ou
CA Seguros, seguradora do grupo Crédito Agrícola, a Região dos de adesão, os Produtores/Vitivinicultores que, não estando alargado a sua área de produção;
Vinhos Verdes encontra-se coberta por uma apólice colectiva de abrangidos pela comparticipação da CVRVV, assim o pretendam.
Seguro Vitícola de Colheitas (SVC). Tenha vinhas novas (decorridos 3 anos da sua plantação) que
Em qualquer dos casos, os viticultores têm que estar inscritos no neste ano apresentem maior produção.
Este mecanismo de apoio, que é suportado pela CVRVV e IFAP e ter o respectivo número de Identificação de Beneficiário
comparticipado pela União Europeia, tem como objectivo (IB) actualizado. Deverão também ter obrigatoriamente incluídas A produção segura não pode, em qualquer caso, exceder o
contribuir para proteger os rendimentos dos produtores, caso as suas parcelas no Registo Central Vitícola limite da capacidade de produção para
sejam afectados por catástrofes naturais de natureza climática, (RCV). VINHO VERDE, registada na CVRVV, de
fenómenos climáticos adversos, tais como o granizo, geada, acordo com o limite do rendimento por
incêndio, raio, tornado, tromba de água e queda de neve. para o Que quantidade de uvas está segura (em hectare em vigor na região, sendo os
efeito, o Prejuízo Mínimo Indemnizável contratado pela CVRVV é Kg) e a que preço? aumentos integralmente suportados pelos
de 30% do Capital Seguro por verba segura. A quantidade de uvas a segurar determina-se
pela média aritmética simples das produções Vinho Verde: Vitivinicultores/Produtores.

Quem fica abrangido?


Todos os Produtores/Vitivinicultores da Região Demarcada,
(em Kg) declaradas nos últimos 6 anos. No
caso de não haver ainda 6 anos de produções
única Região com seguro O que fazer em caso de sinistro?
Basta efectuar, no mais curto espaço de
inscritos na CVRVV que, nos últimos 6 anos, tenham manifestado declaradas, a quantidade das uvas seguras é colectivo de colheitas tempo e nunca depois de trinta dias após
a sua produção pelo menos duas vezes, sendo uma delas a última obtida dividindo por 6 o total das produções a ocorrência dos danos, uma Participação
campanha. manifestadas. O preço base por Kg de uvas de Sinistro, disponível através de uma
seguras, para toda a Região, é de € 0,22 quer se aplicação online, na CVRVV-Porto e nas
Não ficam abrangidos os produtores que: trate de uvas brancas ou tintas. Delegações Concelhias. O Seguro vigora
Não tenham apresentado Declaração de Colheita e Produção até à vindima. Independentemente da
Pode alterar-se a quantidade segura ou o preço da uva? vindima, o Seguro termina a 31 de Outubro de 2014.
ou que o tenham feito após o dia 31 de Dezembro; Sim, mas sempre antes da ocorrência de qualquer sinistro e até
Tenham declarado toda a sua produção para auto-consumo; data estipulada, sendo que, para o efeito, dever-se-á contactar a Onde se deve dirigir para tratar de qualquer assunto
CVRVV . relativo ao Seguro?
Tenham apresentado a sua Declaração de Colheita e Produção com
Aos serviços da CVRVV-Porto, bem como às suas Delegações
produção zero na campanha 2013/2014, excepto no caso de terem A quantidade segura apenas poderá ser aumentada até 20% da Concelhias ou aos serviços das Adegas Cooperativas
participado um sinistro aceite pela Seguradora no ano de 2013; produção segura até ao limite máximo do rendimento por hectare. aderentes. Qualquer esclarecimento adicional pode ser obtido,
Não tenham a situação regularizada perante o IFAP e não Os valores a pagar pelos aumentos são da inteira responsabilidade gratuitamente, através do número 808 105 704, com atendimento
possuam o IB actualizado; do Vitivinicultor/Produtor, tendo o seu pagamento que ser personalizado nos dias úteis das 9h00 às 17h00. Poderão ainda
efectuado no acto da subscrição. ser remetidos pedidos de esclarecimento via e-mail para info@
Não tenham as suas parcelas inscritas no Registo Central vinhoverde.pt.
Vitícola do IVV. Excepcionalmente, pode realizar-se um aumento superior
Lino Viegas Afonso – CA Seguros
a 20% da produção segura quando:

Míldio da Videira
O Míldio da Videira, provocado pelo fungo Plasmopara vitícola, é uma A Estratégia Sapec passa por uma aplicação direcionada a cada es- A escolha deverá passar do Ekyp Combi Azul para o Ekyp Trio
doença gravíssima que, em anos mais chuvosos, pode originar a per- tado fenológico da vinha, acompanhando o normal desenvolvimento da Azul sempre que a pressão da doença seja muito elevada e a vinha
da total da produção. planta. tenha estado sem tratamento durante fases propícias à doença.
Na Primavera, as infecções primárias exigem a combinação simul-
tânea de 3 factores distintos, nomeadamente: A acção anti-esporulante destes produtos é uma referência no
1) Temperatura mínima acima de 10ºC; DESTA FORMA, DIFICILMENTE SEREMOS mercado e uma das mais importantes ferramentas no controlo do
SURPREENDIDOS PELO MÍLDIO. míldio.
2) Crescimentos da vinha (novos lançamentos) com cerca de 10 cm;
3) Chuva na ordem dos 10 mm.

Reunindo-se estas condições, em simultâneo, temos o cenário ideal


para os ataques deste fungo na vinha.
Com o decorrer do tempo e o desenvolvimento da planta, o fungo Saída das Folhas - Folhas Livres
que causa o míldio pode originar novos ciclos infecciosos – in- Bago de Ervilha
fecções secundárias – que se desenvolvem a partir das manchas Aplicação de Maestro F/ Maestro F WG Advance(300 g/hL) ou
oleosas que entretanto esporulam. Maestro M (400 g/hL) para o controlo do Míldio. Passando a fase da floração / alimpa, os crescimentos tornam-se, em
Para que tal não aconteça bastará que, nesta fase, a temperatura se regra, menos exuberantes e, por conseguinte, não serão tão impor-
situe entre os 24ºC e os 30ºC e se verifique humidade relativa elevada Estes dois fungicidas, que têm na sua base e em comum o Fosetil-Al tantes os tratamentos com produtos sistémicos. Assim, é possível
ou mesmo apenas o orvalho matinal. Aqui, interessa esclarecer que (produto sistémico preventivo), são extremamente importantes voltar aos produtos penetrantes, procedendo à aplicação de Vitipec
as infecções secundárias são muito menos exigentes nas condições para um bom arranque fitossanitário da vinha pela sua actuação em Azul (2 kg/ha) ou Vitipec WG Advance (1,5kg/ha) para o controlo
necessárias ao seu desenvolvimento que os ataques primários. duas vias: do míldio.

Os sintomas mais visíveis desta doença são: 1. Directamente sobre os fungos que combatem;

Manchas oleosas nas folhas (1) 2. Potenciando as defesas naturais das plantas a ataques adversos.

Enfeltrado branco na página inferior (2)


Deformação em báculo das inflorescências.
Manchas em mosaico das folhas.
Fecho dos Cachos - Pintor

Após o fecho dos cachos, é aconselhável iniciar a utilização do cobre,


Cachos visíveis – Botões florais separados quer sob a forma de oxicloreto: Cuprital (3 a 6 kg/ha), Cuprital SC (3
kg/ha), quer sob a forma de hidróxido: Kados(3kg/ha).
Caso se verifiquem condições favoráveis à ocorrência de infecções
2 primárias de míldio (oósporos maduros, precipitação de 10 mm em Caso o míldio esteja “mais agressivo” ou as condições climatéricas
48 horas e temperatura superior a 10ºC) continuar com o Maestro sejam mais propícias à doença, nomeadamente pela queda de
M (400 g/hL), Maestro F WG Advance (300 g/hL) ou aplicar Viti- chuva ou ocorrência de trovoadas, há que recorrer a produtos que
1 pec WG Advance (150g/hL) ou Vitipec Azul (200 g/hL). contenham, além do cobre, uma acção penetrante, como é o caso do
Vitipec C(3kg/ha) e do Vitipec C WG Advance (3kg/ha).
Também poderá optar pelo Vitipec Gold WG Advance (300 g/
hL) o qual, mercê da acção conjunta de 3 substâncias activas será a As vantagens do cobre são sobejamente conhecidas, mas não
solução ideal para situações onde haja a possibilidade de existência podemos deixar de referir a sua acção indirecta sobre diversas pragas
de infecções latentes por descuido nos tratamentos ou fases de in- e doenças (ex: traça, oídio…), pelo endurecimento da película do bago
fecção a descoberto tendo, ainda, a grande vantagem de apresentar e também no contributo positivo para o atempamento das varas.
uma acção curativa, preventiva e de contacto.
Tal como sempre referimos, não há receitas fixas, sendo que a
Controlo utilização dos produtos fitofarmacêuticos deverá ter sempre em
O controlo desta grave doença deverá passar por uma estratégia essen- consideração a especificidade de cada um deles, bem como a altura
cialmente preventiva (ou seja, manter a vinha sã de modo a impedir que o ideal para a sua aplicação.
fungo se instale e desenvolva), recorrendo aos diversos produtos fitofar-
macêuticos homologados para o efeito. Nesse sentido fica, desde já, a nossa disponibilidade para ajudar,
chamando a atenção para o nosso site na internet - www.sapecagro.pt -
As doses recomendadas deverão ser sempre respeitadas de modo onde encontrará informação actualizada.
Floração – Alimpa
a não criarmos situações de sobredosagem, passíveis de contribuir
para um aumento dos custos e poluição do ambiente ou situações de
Fase de elevado crescimento vegetativo e elevada susceptibilidade da
subdosagem, que favorecem o aparecimento de resistências e podem
planta, associada, normalmente, a condições climatéricas favoráveis
colocar em causa a eficácia do tratamento.
à ocorrência de ataques de míldio: recomenda-se a aplicação de um
Esta recomendação deve-se à enorme gravidade do Míldio que, após
anti-míldio sistémico (sistémico curativo), nomeadamente Ekyp SAPEC AGRO PORTUGAL
o seu aparecimento, se torna extremamente difícil de controlar, sendo
Combi Azul (2kg/ha) ou Ekyp Trio Azul (2,5kg/ha).
passível de originar graves prejuízos, visíveis na vindima.

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EM DEBATE
Maior densidade garante maior produção?
Esta é uma das questões mais interessantes em debate na região neste me parecem mais importantes, devemos elevar a carga à poda para Os sistemas de plantação com densidades maiores trazem várias
momento. É certo que precisamos de aumentar a produtividade, que valores na ordem dos 75000 a 100000 gomos por hectare. Isso vantagens, nomeadamente: o preenchimento do cordão mais rápido
neste momento está próxima das 4 toneladas por hectare. A lei já consegue-se optando por sistemas de poda mistos vara talão. É (ao 4º ano após a instalação está já em plena produção); redução
permite certificar uvas com produções até 13,5 toneladas por hectare importante utilizar sistemas de condução e compassos adequados a dos problemas de acrotomia, evitando o desguarnecimento do
e em breve permitirá até 15 toneladas por hectare. Ao contrário do esse objectivo de forma a permitir este tipo de carga à poda e mesmo cordão com a idade; aumento do volume de tronco por hectare,
que era hábito na região, vemos agora o aparecimento de vinhas com assim manter a vinha ecofisiologicamente equilibrada. Utilizar castas proporcionando maiores reservas; maior densidade e profundidade
4.000 ou mais plantas por hectare, dispostas de metro a metro. produtivas com boa selecção dos clones e enxertados em porta- do sistema radicular, permitindo maior resistência à seca e melhor
enxertos equilibrados, mas de certa forma, indutores de produção. absorção de elementos; maior superfície foliar exposta e, como
Justifica-se aumentar a densidade para produzir mais? Recolhemos a Aumentar a fertilidade dos solos (pH, macro e micronutrientes) consequência, melhor processo de maturação e maior quantidade
opinião de quatro técnicos com muita experiência na região. sem nunca descuidar a matéria orgânica e a adubação azotada que de reservas. E, por fim, menor produção por videira, permitindo
deve existir. Mas deve ser equilibrada, sem originar consumo de maior longevidade da planta.”
João Pereira - Adega Coop. de Ponte da Barca luxo por parte da videira. Assegurar um regime hídrico adequado à
“Este assunto já se encontra ultrapassado noutras regiões. No videira, sobretudo entre a alimpa e o pintor. Retirar a competição das Pedro Lamas – Terras Felgueiras-Caves Felgueiras, CRL
entanto, na RDVV ainda é um tabu. Em resultado de alguns ensaios infestantes na linha das videiras e manter a entrelinha enrelvada com “O aumento da produtividade da vinha é, na Região dos Vinhos
na região elaborados pela DRAPN, EVAG e por empresas e/ou uma flora equilibrada, devendo esta ser utilizada com o objectivo Verdes, um tema complexo e será um pouco redutor centralizar
agricultores particulares, temos assistido a uma nova viticultura. concreto de ‘trabalhar’ o vigor da vinha. Optar por intervenções em apenas a questão na densidade de plantação. Exemplo disso são
Não existindo ainda um modelo ou valor de densidade concreto ou verde correctas e não permitir infecções de doenças criptogâmicas as vinhas em produção com 10, 15 e 20 anos de idade instaladas
ideal, este valor dependerá certamente de vários factores de ordem ou pragas acima do nível económico de ataque. com densidades entre as 1333 e 1667 plantas/hectare - a maioria
técnica e ambiental, nomeadamente: fertilidade do solo, exposição, sem sistemas de rega e produtividades frequentemente acima
orientação, casta, porta enxerto, etc.. de 11 a 13 toneladas por hectare, assim como teores
alcoólicos acima dos 10% vol..
Passo a descrever as principais vantagens/desvanta-
gens relativamente ao aumento de densidade. A Região dos Vinhos Verdes caracteriza-se
normalmente por vinhas com alguma expansão
Vantagens: podemos atingir o limite máximo da vegetativa ou vigor. O adensamento de plantas pode
produtividade legal logo ao 3º ano de plantação. Com implicar alterações no sistema de condução e alguns
este aumento de densidade, conseguiremos também cuidados acrescidos nas intervenções em verde,
manter uma homogeneidade quer da produção, quer sendo mesmo desaconselhado em castas como
da qualidade ao longo de todo o período de vida do o Azal, Espadeiro e até o Alvarinho. No entanto, a
nosso vinhedo. localização, a exposição da vinha e as características
dos solos são factores em prol das altas densidades,
Desvantagens: ligeiro aumento dos custos no caso de vinhas de encosta expostas a Sul-Poente
relacionados com a plantação, resultado do aumento e solos pobres de origem granítica. Os sistemas de
do número de plantas e respectiva plantação. Caso rega, cada vez mais vulgarizados nas vinhas novas,
o compasso/densidade não seja bem ponderado e/ou ensaiado, Tendo em conta estes aspectos, é possível melhorar a produção das podem também interferir na decisão do melhor compasso.
pode existir algum risco de controlo de vigor das vinhas que, em vinhas com menor ou maior densidade de plantas por hectare.
algumas campanhas, pode originar um aumento do desavinho e um Julgo que o estudo deste tema iniciado há alguns anos na DRAPN e
incremento da incidência de algumas doenças. A meu ver, aumentar a densidade de plantação é uma ferramenta na EVAG terá que ter continuidade por mais anos, para obtermos
ao dispor do viticultor, interessante sobretudo em solos de encosta, conclusões mais fundamentadas da densidade de plantação
Tendo em conta que não existe um sistema de condução perfeito e com menor fertilidade e disponibilidade hídrica, devendo-se optar versus rendimento, custos de produção e “qualidade” das uvas/
que na actualidade não existe grande margem para o aumento do por densidades mais baixas de forma a diminuir riscos inerentes ao vinho. O trabalho de selecção clonal das variedades iniciado
preço da uva, os viticultores têm que se virar para uma maximização excesso de vigor em solos de aluvião ricos em matéria orgânica e pelas mesmas Entidades e outras é crucial para a questão da
da produtividade sem grandes perdas de qualidade, acompanhada disponibilidade de água, que constituem uma boa parte dos vales da produtividade, tal como acontece nas Regiões Vitícolas mais
por uma eficaz redução dos custos. Assim sendo, temos que atingir Região dos Vinhos Verdes.” importantes do mundo.
o máximo legal de produção de uvas por hectare o mais cedo
possível. Considero que a região pode e deve aumentar a densidade Maria José Machado – Aveleda, SA Em conclusão, creio que este tema actualmente deve ser pautado
de plantação pelos argumentos anteriormente descritos. Mas cada “O aumento do número de plantas por hectare surge como uma pelo EQUILÍBRIO no ecossistema vinha e não por tendências. Por
técnico ou viticultor é que tem que ponderar e ensaiar a densidade e/ forma de aumentar a produção e melhorar a qualidade. É verdade isso, a casta, o porta-enxerto, a localização da vinha, o tipo de solo,
ou sistema de condução mais eficaz na sua empresa.” que implica um acréscimo das despesas quer no momento do a disponibilidade de água, a mecanização, a carga à poda e outros
investimento inicial pelo maior número de plantas, postes e factores podem originar várias vinhas com diferentes densidades
Ricardo Pedrosa arames que necessita, quer pelo aumento das horas de mão-de- de plantação e todas com alta produtividade.”
“Para melhorar a produtividade das vinhas na Região dos Vinhos obra exigidas no decurso dos trabalhos anuais vitícolas. Por outro
Verdes e para atingirmos produções superiores às 14 ton/ha, entre lado, proporciona produções mais elevadas sem diminuição dos
um conjunto de aspectos que estão interligados e citando os que parâmetros de qualidade.

O Cadastro da Vinha
na Região Demarcada dos Vinhos Verdes
Ponto de partida para a certificação das uvas e para aferir qualidade do solo, etc., e disponibilizando essa informação
a rastreabilidade do vinho, o cadastro da Vinha é um aos operadores económicos.
ficheiro no qual encontramos informação detalhada sobre
cada vinha, área, localização georreferenciada, castas em A parceria estabelecida entre o Instituto da Vinha e do Vinho
produção, titulares e direitos de plantação e quem faz a sua (IVV) e a Direcção Geral de Agricultura e Pescas do Norte
exploração. (DRAPN), entidades envolvidas nos processos de aprovação
e de certificação das vinhas aptas à produção dos vinhos,
Com uma ligação informática entre o Ministério da permitiram que a Comissão de Viticultura da Região dos
Agricultura, balcões de atendimento da DRAP-NORTE e a Vinhos Verdes (CVRVV), entidade gestora da Denominação
CVRVV, este ficheiro é líder nacional pela actualização diária de Origem Vinho Verde e da Indicação Geográfica Minho,
e rigor com que opera: um só ficheiro é utilizado por todas optimizasse os procedimentos de certificação e controlo
as entidades, no âmbito das suas competências. da vinha, sendo a informação das parcelas de vinha tratada Informação georreferenciada associada a um explorador.
de uma forma automatizada e descentralizada.
Na Região dos Vinhos Verdes, foram criados mecanismos que
A REGIÃO EM NÚMEROS
permitiram reforçar a competitividade, através de sistema Manter o cadastro da sua vinha actualizado é essencial para
86.136 parcelas
de controlo suportado em “memória electrónica” eficiente a valorização da sua produção.
21.000 ha de vinha
e económica, nomeadamente nos aspectos que permitem
19.472 viticultores / exploradores
desburocratizar os processos de condicionamento vitícola, Visite um dos balcões da DRAP Norte e verifique se o
Top 4 das castas mais representativas do encepamento da região:
garantindo um cadastro actualizado do património vitícola cadastro, não só nas áreas mas também na identificação das
Loureiro 2839 ha
(direitos e plantações) e registo dos movimentos culturais castas que tem em produção, se encontra actualizado.
Vinhão 1977 ha
(arranque, plantação ou transferência), identificando e
Arinto / Pedernã 1910 ha
certificando as vinhas existentes, com informação de base
José Luís Reis - Academia do Vinho Verde - CVRVV Alvarinho 1614 ha
territorial, caracterizando-as quanto à altitude, exposição,

CVRVV E SAPEC assinam Protocolo para a viticultura


A sede da SAPEC Agro, sita ao Parque das Nações em Lisboa, foi o No âmbito deste protocolo, a CVRVV realiza anualmente mais de É objectivo comum da CVRVV e da SAPEC que estas iniciativas
local escolhido para a assinatura formal do protocolo de colaboração uma dezena de reuniões e acções de formação em toda a região, possam contribuir para o sucesso da viticultura, que se pretende
entre a CVRVV e a SAPEC para o ano de 2014, uma parceria que se abrangendo largas centenas de produtores, bem como iniciativas rentável para o produtor e baseada em princípios de sustentabilidade
mantém já há vários anos e que visa a realização de acções conjuntas inovadoras como o lançamento deste jornal “Boas Vinhas” que é, e responsabilidade ambiental.
para a formação e apoio à viticultura. logo no primeiro número, o jornal agrícola com mais tiragem no país.

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Palácio da Brejoeira ROTA DOS VINHOS VERDES
O Palácio Horário de Funcionamento
Edificado no início do século XIX, o Palácio da Brejoeira, classificado De Maio a Setembro:
como Património Nacional desde 1910, reveste-se de especial Aberto todos os dias, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00
importância por representar o encontro entre dois estilos - Barroco
e Neoclássico. De Outubro a Abril:
O bosque e os jardins, em perfeita harmonia com as vinhas que De terça a domingo, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00
circundam a Quinta, reflectem o ambiente vitivinícola de onde
provém, através da casta Alvarinho, a prestigiada marca “Palácio da
Brejoeira” (Vinho e Aguardentes). Palácio da Brejoeira -Viticultores, SA
É um conjunto notável – Palácio, capela, bosque, jardins, vinhas e Quinta da Brejoeira - Pinheiros
adega antiga, que seduz e encanta pela harmonia que dela emana. 4950-660 Monção
Datada de 1806, o início da sua construção, é concluída em 1834. Em Tel (+351)251666129
1908 edifica-se o teatro, revestem-se as paredes do átrio e escadaria Fax (+351)251 667 238
de azulejos e, no exterior, reforma os jardins e o bosque riquíssimo Email geral@palaciodabrejoeira.pt
em espécies exóticas, construindo ainda um belo lago. Em 1937, recepcao@palaciodabrejoeira.pt
Francisco de Oliveira Paes adquire para oferecer à sua filha, actual Website www.palaciodabrejoeira.pt
accionista da Sociedade Anónima, que entretanto se constitui na GPS 42.041594,-8.494438
encantadora Quinta do Valle da Roza, actual Quinta da Brejoeira.
Tudo aqui é palaciano e pode ser visitado.

Percurso Sugerido
O percurso pedestre do “Palácio da Brejoeira” leva-o ao coração da
Quinta. Encontram-se caminhos através da floresta fresca e frondosa,
avenidas de árvores antigas, o jardim dos cisnes, o jardim das camélias,
um lago secreto com a sua Ilha do Amor, que nos transportam para um
cenário paradisíaco e inolvidável. O ginásio, a torre branca do pombal,
a Capela de S. Francisco, as fontes, as estátuas, etc., conferem-lhe um
estilo que se enquadra perfeitamente num ambiente palaciano da época.
No bosque entramos num ambiente diferente, mágico, onde sobressai
um oásis verde e fresco, que nos transmite tranquilidade e relaxamento.
Continuando o percurso, deparamos com uma vegetação bastante
densa, sob coberto de um arvoredo de diversas espécies como a sequoia-
gigante, a maior espécie de árvores do mundo. De seguida, o percurso
leva-o a passar pela adega antiga, pela recepção e respectiva loja. Termine
o seu percurso com uma prova do tão Nobre Vinho Alvarinho “Palácio da
Brejoeira” e Aguardentes.

GASTRONOMIA E VINHO VERDE:


Chefe de cozinha - Hélder Rodrigues

Ementa de Cozinha Tradicional o chef aconselha


Entrada: Prato principal: Sobremesa:
EMPANADA ARROZ TORTA
DE BACALHAU MALANDRO DE LARANJA
COM GRELOS DE PETINGA DA D. PAULA
E PIMENTOS

Vinho proposto: Vinho Verde da Casta Azal. Vinho proposto: Vinho Verde Alvarinho. Vinho proposto: Aguardente Bagaceira ou Aguardente de Vinho
Harmonização: Para acompanhar a gulosa empanada de bacalhau Harmonização: Rendidos à sardinha, sugerimos um arroz caldoso Verde envelhecida.
e grelos sugerimos um Vinho Verde leve, com a frescura e aromas da mesma, bem pequenina, e para acompanhar propomos um Harmonização: A torta que sugerimos, de toque um tudo-nada
cítricos da casta Azal, que harmoniza na perfeição a untuosidade do vinho de casta Alvarinho. Uma colheita menos recente de Alvarinho conventual, é de intenso sabor a laranja. A acompanhá-la atrevemo-nos
azeite do bacalhau envolvido pela massa intensa da empanada. apresenta uma evolução e complexidade aromática em garrafa muito a servir uma aguardente envelhecida bem refrescada (inferior a 10
interessante, que vai harmonizar com elegância os sabores intensos ºC). Uma combinação perfeita pela forma delicada e vibrante com
a mar do arroz malandro e da petinga. Por outro lado, a delicadeza que a aguardente refrescada ameniza a doçura da torta e enlaça os
Ingredientes em boca deste vinho, aliada a uma boa frescura sempre presente, vai sabores da laranja com os seus aromas de fruta cristalizada, fruto do
Massa: fazer a ponte perfeita para a cremosidade do arroz e gordura natural envelhecimento em barrica.
Farinha 150 g; Margarina 50 g; Água 2 dL; Sal q.b. do peixe.
Recheio:
Bacalhau 200 g; Grelos cozidos 100 g; Pimento vermelho 25 g; Cebola Ingredientes
grande 1 uni; Azeite q.b.; Sal q.b.; Açafrão q.b.; Ovo 2 gemas Ingredientes Açúcar 300 g; Farinha 2 colheres de sopa: Ovos 6; Fermento 1 colher
Petingas 20; Pimento vermelho picado 50 g; Arroz agulha 200 g; de chá; Laranja e raspa de laranja 1 a 2.
Tomate picado 30 g; Pimentão-doce q.b.; Cebola pequena 1; Coentros
Preparação frescos q.b.; Água 1 L; Sal q.b.
Massa: Numa tigela junta-se a farinha, o sal e a margarina derretida. Preparação
Envolve-se tudo muito bem e, aos poucos, vai-se adicionando a Numa bacia colocam-se os ovos inteiros, o açúcar, a raspa e o sumo
água, envolvendo-a na massa continuamente até formar uma bola Preparação de laranja e envolve-se um pouco. De seguida adiciona-se a farinha e o
consistente. Deixa-se repousar cerca de 30 minutos. Num tacho coloca-se a cebola e o pimento picados e põe-se a estrugir fermento e mexe-se bem. Deita-se o preparado numa forma (20 x 20
Recheio: Num tacho coze-se o bacalhau. Uma vez cozido, retira-se com o azeite. Um pouco depois acrescenta-se o tomate. De seguida cm) previamente untada com manteiga e revestida com papel vegetal,
e lasca-se. Reserva-se a água da cozedura. Seguidamente numa sertã adiciona-se a água e o pimentão-doce. Quando levantar fervura igualmente untado que e vai ao forno cerca de 20 a 25 minutos a 190 ºC.
coloca-se o azeite e a cebola às rodelas finas. Deixa-se estrugir e enquanto coloca-se o arroz e o sal a gosto. Envolve-se suavemente e deixa-se cozer Depois de cozida, deposita-se a pasta num papel vegetal polvilhado
isso leva-se à picadora o bacalhau. De seguida junta-se este ao estrugido, um pouco. A meio da cozedura juntam-se as petingas e os coentros com açúcar. Com o auxílio do papel enrola-se de modo a ficar bem
com o pimento vermelho picado (pequenos cubos), adicionando, se picados. No final, polvilha-se um pouco mais com coentros. apertada. Por fim, decora-se com laranja às rodelas com a casca.
necessário, um pouco da água da cozedura. Envolve-se bem, tempera-se
de sal e polvilha-se com o açafrão. Por fim, juntam-se os grelos já cortados
em pequenos pedaços envolvendo tudo. Estende-se a massa numa base Restaurante O Laranjeira
de forma de tarte redonda (cerca de 25 cm de diâmetro), previamente Rua Manuel Espregueira, 24 4900-318 Viana do Castelo
polvilhada com farinha. Deita-se o recheio e espalha-se uniformemente t.: 258 822 258 . tlm.: 966 717 122
até cerca de 0,5 cm da borda. Estende-se mais um pouco de massa para
olaranjeira.helena@gmail.com www.olaranjeira.com
fazer a tampa e coloca-se por cima pressionando com os dedos a toda a
volta de forma a unir as massas. Pincela-se a tampa com gema de ovo e vai
ao forno a 190 ºC cerca de 15 minutos. Chefe
Adaptação do Guia do Concurso de Vinhos Verdes e Gastronomia, CVRVV, edição 2012.de cozinha - Hélder Rodrigues

Provérbios da Vinha e do Vinho


• ÁGUA DE S. JOÃO TIRA O VINHO E NÃO DÁ PÃO. • POR S. SIMÃO E S. JUDAS (28/10) COLHIDAS SÃO AS UVAS. • MAIO FRIO E JUNHO QUENTE: BOM PÃO, VINHO VALENTE.

• NO DIA DE S. MARTINHO (11/11) VAI À ADEGA E PROVA O VINHO.


• NO DIA DE SANTIAGO (25/07) PINTA O BAGO. • VINDIMA MOLHADA, PIPA DEPRESSA DESPEJADA.
• VINHA QUE REBENTA EM ABRIL DÁ POUCO VINHO PARA O BARRIL.

• NO DIA DE S. LOURENÇO (10/08) VAI À VINHA E ENCHE O LENÇO. • ATÉ S. PEDRO, TEM A VINHA MEDO. • ATÉ AO LAVAR DOS CESTOS É VINDIMA.

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