Piracicaba
Ano 2015
Paula Godoy Tavares Junqueira
Graduanda em Ciências Econômicas
Orientador:
Profa. Dra. SÍLVIA HELENA GALVÃO
MIRANDA
Piracicaba
Ano 2015
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Sumário
1-Objetivo ........................................................................................................... 3
2-Introdução ....................................................................................................... 3
3- Revisão de literatura ...................................................................................... 4
3.1- Mercado brasileiro de exportação de carne de frango ................................ 4
3.2- Identificação dos problemas comerciais do Brasil na exportação de carne
de frango ............................................................................................................ 8
3.2.1- Barreiras tarifárias .................................................................................... 8
3.2.2- Barreiras não tarifárias ........................................................................... 10
3.3- Barreiras comerciais sobre o comércio de carne de frango ...................... 11
4- Considerações finais .................................................................................... 18
Referências bibliográficas ................................................................................ 20
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1-Objetivo
Este trabalho tem por objetivo expor as principais barreiras comerciais-
tarifárias e não tarifárias- impostas à carne de frango brasileira nos principais
mercados de destino. Dentre elas, destacam-se as barreiras sanitárias, que
vêm se mostrando um dos maiores empecilhos à exportação nacional desta
mercadoria.
2-Introdução
O Brasil mantém-se desde 2004 como o maior exportador de carne de
frango do mundo, segundo dados da Associação Brasileira de Produtores e
Exportadores de Frango (ABEF), fato que demonstra a importância comercial e
financeira deste produto para economia do país. No entanto, as sucessivas
restrições comerciais impostas por outras nações ameaçam essa liderança de
mercado. Somente o embargo imposto pela Rússia, em 2011, provocou em
prejuízo de 126 milhões de dólares na balança comercial brasileira desse ano,
de acordo com dados da União Brasileira de Avicultura (UBABEF). Levando-se
em conta que os russos ocupavam, no mesmo período, a décima quinta
posição no ranking dos principais importadores de carne de frango
(SECEX/MDIC), pode-se perceber a relevância do assunto para o âmbito
nacional.
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para o comércio internacional, em algumas localidades do país, sobretudo
nordeste e sudeste, observa-se uma produção de caráter familiar, concentrada
em propriedades com até 100 hectares (Embrapa, 2015).
3- Revisão de literatura
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Figura 1- Exportações brasileiras de carne de frango (em mil toneladas- de
1990 a 2014).
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de seus fornecedores critérios diferenciados durante o processo de criação,
confinamento e abate do animal, o chamado halal. Segundo The Islamic Food
and Nutririon Council of América e The Muslim Food Board (UBPA, 2014), o
halal é uma palavra que significa legal, sendo que todos os alimentos são
considerados halal exceto:
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Venezuela 438,6 206,6
Emirados Árabes Unidos 292,1 172,7
Reino Unido 161,0 44,1
Países Baixos (Holanda) 159,0 44,2
Coveite 140,0 89,6
Egito 134,8 85,7
Iêmen 126,1 83,0
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Aliceweb.
Receita em Total de kg
NCMs Segmentos de carne de frango destinados à exportação dólar (milhões) (milhões)
2071400 Frango em pedaços congelado 5.375,3 2.755,0
2071200 Frango inteiro congelado 2.871,4 1.725,2
16023220 Preparações de frango cozido (conteúdo de carne > 57 %) 363,8 94,1
16023230 Preparações de frango (25% < conteúdo de carne < 57 %) 142,3 77,3
16023210 Preparações de frango não cozido (conteúdo de carne > 57 %) 71,9 23,6
2071300 Frango em pedaços frescos/refrigerados 0,719 0,51
2071100 Frango inteiro frescos/refrigeradas 0,340 0,03
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metade de toda a receita obtida do comércio internacional desse setor. Em
seguida, no total exportado, vem o frango inteiro e as preparações de frango
cozido e não cozido.
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importação de produtos, como as taxas diversas, a valoração aduaneira e os
impostos de importação em geral. Atualmente, procura-se restringir a
imposição desse tipo de barreira no comércio internacional, dada a busca
constante pela liberalização dos mercados. No entanto, esse processo vem
ocorrendo de forma lenta e gradual. Dessa forma, as barreiras não tarifárias
conquistam uma importância relativa maior no cenário internacional (Inmetro,
2014).
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competir com a concorrência externa. No entanto, a aplicação de barreiras
permanentes ocasiona uma acomodação do setor industrial. Os países que se
utilizam de elevadas tarifas sobre produtos alimentícios, como para a carne de
frango, acabam por elevar o custo de vida com alimentos e prejudicar os
produtores mais eficientes. (Inmetro, 2012).
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concorrência, alto custo aduaneiro, saturação dos portos e barreiras tarifárias e
não tarifárias. Dados mostram que ao menos 60% dessas medidas afetam o
preço ou o volume de venda da carne de frango exportada. Isso acaba coibindo
novas empresas interessadas no seguimento, uma vez que precisariam se
adaptar a todas as exigências determinadas pelos países importadores (SILVA
e SILVA, 2005).
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Ainda em 2002, a União Europeia alterou a descrição aduaneira para
corte de peito de frango salgado prevista até então. Antes, a carne de frango
brasileira era classificada como carne temperada, devido ao teor de sal
existente. Com a mudança, a UE passou a considerar o produto com até 1,9%
de sal como sendo ‘in natura’, o que prejudicou as exportações para esse bloco
– as vendas brasileiras caíram 80% (SILVA e SILVA, 2005).
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Tabela 3- Tarifas intra e extraquota aplicadas à carne de frango brasileira pela
União Europeia.
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Figura 2- Quantidade especificada (quota) à carne de frango brasileira pela
União Europeia.
Quantidades (toneladas)
Frango inteira
Cota 1
Cota 2
Cota 3
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Figura 3- Média ponderada das tarifas MFN aplicadas à carne de frango do
Brasil e do resto do mundo.
6.00
Média
ponderada
5.00 tarifas
(mundo)-
MFN
4.00
Média
3.00 ponderada
tarifas
(Brasil)-
2.00 MFN
1.00
0.00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
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Tabela 3- Resumo das principais barreiras comerciais aplicadas a exportação
de carne de frango do Brasil.
4- Considerações finais
Este trabalho teve como objetivo apresentar algumas das barreiras
comerciais impostas à carne de frango brasileira pelos principais importadores
do produto. Para isso, fez-se um levantamento de dados sobre o tema e, a
partir deste, realizou-se uma análise para verificar os efeitos dessas restrições
comerciais ao Brasil.
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conquista de novos mercados - a Europa restringiu a compra de carne não
rastreável desde 2002 – e permite ao cliente a identificação de todos os
insumos utilizados no desenvolvimento do animal, além dos possíveis perigos à
saúde a que foram expostos durante o seu crescimento.
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Referências bibliográficas
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SOUSA, D. P. Caracterização do Mercado Internacional de Carne de Frango
Brasil X Estados Unidos. Disponível em:
<http://www.cepea.esalq.usp.br/pdf/Sober_Danusa.pdf>. Acesso em
15/04/2015.
World Integrated Trade Solution (WITS). Disponível em:
<https://wits.worldbank.org/WITS/WITS/Restricted/Login.aspx>. Acesso em
08/04/2015.
Word Trade Organization (WTO). Disponível em: < https://www.wto.org/>.
Acesso em 20/05/2015.
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