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ID: 77328478 01-11-2018 Âmbito: Desporto e Veículos Corte: 1 de 4

Conhecer uma equipa de Fórmula 1 por


dentro é entrar noutra dimensão, quase
num filme de ficção científica, em que
o rigor de construção e a evolução
tecnológica só têm par nos rios
de dinheiro gastos! A Renault te
a coragem de nos mostrar iss
Texto Sérgio Veiga, em Enstone

ma equipa de Fórmula 1 abrir as


suas portas c até de uma forma
particularmente ampla a jorna-
listas é algo de extrema rarida-
de, numa disciplina que parece
viver dentro de uma redoma, à
parte e quase alheada de tudo o
que se passa no resto do Mun-
do. Senão, como explicar que
uma escuderia que luta pela 4.a
posição no Mundial empregue
um milhar de pessoas e gaste mais de 30o milhões de euros
por ano para construir quatro ou cinco carros, de forma a
que dois pilotos cumpram 21 Grandes Prémios num espaço
de oito meses? E que os seus dirigentes defendam o controlo
de gastos das equipas maiores... para este nível?
Foram as portas desse mundo de excessos, por vezes quase
chocantes, que a Renault nos abriu, exibindo-nos os basti-
dores da Fórmula i como pouca gente os viu, sem "filtros",
bem explicados e... justificados. Se é que se consegue jus-
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tificar que pouco menos de um terço das pessoas que, na tro técnico já "viu" muita Fórmula 1, começando pela equipa
Autoeuropa, conseguem fazer 18o mil carros num ano, se Benetton, campeã com Senti in adice em 94 e 95 (este último
concentrem em construir e desenvolver apenas quatro mo- com motores Renault), passando depois para equipa Renault
A CRESCER... nolugares anualmente, cinco se houver um acidente grave. e os títulos de Alonso em 2005-06, Lotus/Renault, só Lotus e,
Há 26 anos que «Mesmo dentro da Renault o envolvimento na Fórmula 1 em 2°16, de novo para.as mãos da Renault.
se constroem
com uma equipa própria não foi um assunto pacífico. Afinal, Desde então que a marca francesa tem vindo a. investir for-
monolugares de
FI em Enstone. 30o milhões de euros correspondem ao desenvolvimento de temente no seu crescimento, equipamento e recrutamento
mas nunca um modelo totalmente novo», explicava-nos Jérôme Stoll, de recursos humanos para chegar à "1 Liga", com o objetivo
COMO agora presidente da Renault Sport Racing. de lutar pelas vitórias em 2o21. Um dos últimos grandes in-
as instalações
receberam vestimentos foram as duas máquinas Breton que conseguem
tôo avultados MOTORES E CHASSIS maquinar materiais compósitos, sendo fundamentais para a
investimentos A equipa Renault de Bi está dividida por dois grandes centros. construção dos moldes que irão originar todas as peças feitas
e tonto gente Os motores - também fornecidos à Red Bull e à McLaren - são em fibra de carbono, nomeadamente as monocoques. Traba-
nova. passando
as 700 pessoas feitos em Viry-Châtillon, perto de Paris, onde trabalham, só lham 24 horas por dia, em quatro turnos e, coro o "software"
só para construir no programa da P1, pouco mais de 30o pessoas. Em Enstone alimentado pelos dados dos computadores CAD/CAM do de-
os chassis da (no Oxfordshire, Inglaterra) ficam as instalações onde são partamento de "design", fazem cerca de cinco mil peças com
equipa Renault.
feitos os chassis que já concentram cerca de 70o pessoas de- tolerâncias de 0,01 mm!
Objetivo: vitórias
em 20211 vendo, em breve, chegar ás 750. Criado em 1992 no local de São 70 pessoas que se concentram no enorme "open space"
uma antiga pedreira - grande parte da construção fica num do departamento de "design" composto por diversos grupos,
plano baixo, não disturbando a bucólica paisagem -, este cen- transmissão, mecânica, materiais, "performance", entre ou-
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O ORÇAMENTO DA EQUIPA RENAULT DE Fi


PASSA OS 300 MILHOES DE EUROS ANUAIS!
tros. Os "timings" do trabalho são impressionantes: 18 me- se não detetada, a uni abandono. Em paralelo, no simulador 4 OU 5
ses antes do início de uma época começa o departamento de o piloto de testes pode ir experimentando diversas afinações CARROS
aerodinâmica a definir os parâmetros que o novo carro deve aerodinâmicas, de suspensões, diferenciais, alturas ao solo, AO ANO
Em cada ano
atingir, com longos estudos no timel de vento, com modelo à etc. Noutro banco de ensaios um chassis em tamanho natu- são construidos
escala de 6o% em szo simulações no espaço de oito semanas, ral está sobre sete amadores hidráulicos (um por roda mais quatro ou cinco
os máximos autorizados pela FIA; Ia meses antes do Mundial trés no chassis) para simular as forças exercidas nas curvas carros, do
começa o departamento de "design" a projetar o carro, depois projeto em CAD
e pelas ondulações do asfalto, em busca das melhores afi-
à construção
de definida a aerodinâmica. Este ano todo o processo teve de nações da suspensão. Tudo para que o carro chegue à pista em materiais
ser abreviado, pois as novas regras aerodinâmicas para 2019, com um grau de afinação muito avançado. Depois, o trabalho compósitos
com grandes alterações na dianteira dos carros, foram conhe- nos circuitos é seguido em Enstone na sala dc operações, ao e à evolução
cidas muito tarde, só em finais de abril... no túnel de
género da sala de lançamento da VASA, com ligação em tem-
vento ou até no
Mais trabalho no túnel dc vento (na nossa visita não o pu- po real com as «boxes», os engenheiros e até a telemetria do simulador, antes
demos espreitar, lá dentro "rodava" a maqueta do carro de carro. Uma ligação encriptada e por linha dedicada e segura de chegarem
2019), num modelo que é alimentado com 600 peças por "tão rápida que chegamos a ver na telemetria que o carro fez às pistas
semana, feitas em várias máquinas de impressão 31) para os um pião antes de aparecer na televisão". Nesta sala traba-
testes mais diversos. Também o carro real tem muitos com- lham 24 pessoas em permanente contacto com a pista, dis-
ponentes (dos 14 soo que o compõem) construídos em im- cutindo estratégias, problemas mecânicos e outros detalhes
pressão 3D, que já se banalizou, pela rapidez e rigor. da corrida. Do outro lado estão 7o pessoas, 6o das quais nas
Os controlos de qualidade são constantes, quer na constru- «boxes» para assistir os dois carros. Uma logística tremen-
ção quer após cada prova, envolvendo até a verificação das da, com mais de um milhar de pessoas a trabalhar sem que
peças por raio-X ou tomografia computorizada, sempre em nada possa falhar. E, mesmo assim, é tão duro ter sucesso na
busca da mais pequena falha ou fragilidade que possa levar, Fórmula
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DESPORTO
NO BERÇO DA
RENAULT El

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