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Inês - Ai, não aguento mais essa vida.

Me casei com um marido que não me deixa colocar a


cara pra fora de casa e nem ao menos olhar pela janela, agora minha vida é aqui, varrendo
esse chão que aquele porco suja todos os dias com aquelas botas imundas! Ranço desse
tipinho!

Servo - TOC TOC

Inês - Ah, mas para a guerra ele se foi e podia morrer lá mesmo, chato, insuportável!

Servo - TOC TOC

Inês - Ai que ranço que eu tenho. Acredita, que nem na missa ele me deixava ir? Nossa, se eu
pudesse, torcia eu mesma o pescoço daquele chato!

Servo - TOC TOC

Inês - CHATO!! Aaaaargh!!! Chato!!

Servo - TOC TOC, CARALHO!

Inês - Oi? caralho?

Servo - Digo, TOC TOC, com licença, posso entrar?

Inês - Mas é claro que pode, quem é você mesmo?

Servo - Sou o servo do senhor dessas terras, trouxe esta carta para... Dona Inês?

Inês - Sim, sou eu, dê-me logo isso!

Lendo a carta (juntam-se na quimera e leem um trecho cada)

(trecho 1) “Muito honrada irmã. Esforçai o coração e tomai por devoção de querer o que Deus
quiser.” E isto que quer dizer? “E não vos maravilheis de cousa que o mundo faça (Trecho 2),
que sempre nos embaraça com cousas. Sabei que indo vosso marido fugindo da batalha pera a
vila, a meia légua de Arzila, o matou um mouro pastor.”

Servo - Senhora, meus sentimentos.

Inês - Mas que azar, ai de mim, o que faço agora de minha vida? (irônica)

Servo - Com licença, tenho que partir. (se retira o moço)

(Forma-se a Quimera comemorando enfim a liberdade de Inês)

Inês – Livre, finalmente livre.

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