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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Economia e Gestão

Mestrado em Administração e Gestão de Negócios (MBA)

Avaliação do Desempenho Económico-Financeiro dos Bancos Comerciais em


Moçambique: Estudo Comparativo BCI vs BIM (2014-2016).

LUÍS RAÚL CHIAU

Beira, 2018
LUÍS RAÚL CHIAU

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Economia e Gestão

Avaliação do Desempenho Económico-Financeiro dos Bancos Comerciais em


Moçambique: Estudo Comparativo BCI vs BIM (2014-2016).

Projecto de pesquisa apresentado á


Faculdade de Economia e Gestão em
parcial cumprimento do requisito à
obtenção do grau de Mestre em
Administração e Gestão de Negócios
(MBA).

Supervisor:

Beira, 2018
SUMÁRIO

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1


1.1. Introdução........................................................................................................................ 1
1.2. Justificativa...................................................................................................................... 2
1.3. Objectivos da Pesquisa .................................................................................................... 2
1.3.1. Geral ....................................................................................................................... 2
1.3.2. Específicos .............................................................................................................. 2
1.4. Definição do Problema .................................................................................................... 3
1.5. Hipóteses ......................................................................................................................... 4
1.5.1. Geral ....................................................................................................................... 4
1.5.2. Específicas .............................................................................................................. 4
1.6. Delimitação ..................................................................................................................... 4
1.7. Limitações ....................................................................................................................... 5
1.8. Resultados Esperados ...................................................................................................... 5
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 6
2.1. Introdução........................................................................................................................ 6
2.2. Literatura Teórica ............................................................................................................ 6
2.2.1. Demonstrações Financeiras ...................................................................................... 6
2.2.2. Análise das Demonstrações Financeiras................................................................... 7
2.2.3. Análise Horizontal .................................................................................................... 7
2.2.4. Análise Vertical ........................................................................................................ 8
2.2.5. A Rendibilidade e o Crescimento da Empresa ......................................................... 8
2.3. Revisão da Literatura Empírica ....................................................................................... 9
2.3.1. Análise do Desempenho Económico-Financeiro em Brasil ..................................... 9
2.4. Revisão da Literatura Focalizada .................................................................................. 10
2.4.1. Gestão de Risco de Crédito..................................................................................... 10
CAPÍTULO III: METODOLOGIA ......................................................................................... 11
3.1. Introdução...................................................................................................................... 11
3.2. Desenho de Pesquisa ..................................................................................................... 11
3.3. População ...................................................................................................................... 11
3.4. Processo de Amostragem .............................................................................................. 12

I
3.5. Método de Colecta de Dados ........................................................................................ 12
3.5.1. Dados Secundários.................................................................................................. 12
3.6. A Pesquisa quanto ao Método de Abordagem .............................................................. 12
3.7. Quanto ao seu Objectivo ............................................................................................... 13
3.8. Quanto aos Procedimentos Técnicos............................................................................. 13
3.9. Cronograma ................................................................................................................... 14
3.10. Orçamento ................................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 15

II
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

A banca moçambicana tem-se mostrado resiliente aos choques externos e internos, exibindo
um nível satisfatório de indicadores como a solvabilidade e de crédito malparado, bem como
um nível de gestão global satisfatório (Gove, 2013). Os autores Sousa, Mendonça, Benedito,
Carvalho e Campos (2016, apud., Assaf, 2012) afirmam que o sector bancário tem um
importante papel no financiamento da economia de um país, uma vez que é o protagonista na
prestação de serviços de intermediação financeira. Não obstante o cenário da crise financeira
vivida actualmente no país, avaliar a eficiência e o desempenho económico-financeiro, passa
a ser uma tarefa essencial para a competitividade das instituições do sector bancário.
Entretanto, a avaliação do desempenho tem fundamental importância, visando auxiliar o
processo decisório e oferecendo subsídios que facilitam o monitoramento, comparação e até
mesmo a correcção do desempenho organizacional (Sousa et al., 2016 apud Doumpos &
Cohen, 2014). Desta forma, para que se faça uma avaliação de desempenho é necessário a
criação de indicadores económico-financeiros, por meio da análise das demonstrações
financeiras (Sousa et al., 2016). Assim, um dos principais focos desta pesquisa será abordar a
análise do desempenho económico-financeiro visto que, é através desta análise que se terá o
controlo mais adequado para a tomada de decisões dentro duma organização com vista a
comparar uma organização com a outra do mesmo ramo de actividade.
A estrutura da presente pesquisa será composta por três capítulos, sendo esta introdução o
primeiro. No segundo, apresentar-se-á, de forma resumida, a literatura teórica que norteia o
estudo, enquanto o terceiro serão descritos os procedimentos metodológicos adoptados.

1
1.2. Justificativa

O desempenho das instituições financeiras face a alta competitividade imposta pelo mercado
actual moçambicano que se caracteriza como sendo, dinâmico, instável e evolutivo, faz com
que as instituições financeiras invistam mais em seus negócios, tanto em capital de giro
quanto na inovação dos seus produtos assim como na expansão dos seus serviços o que torna
imprescindível para a sobrevivência e crescimento.

Segundo a Associação Moçambicana de Bancos 1 (AMB) durante o ano de 2016, o Banco


Central interveio em duas instituições financeiras, a saber: O Nosso Banco SA e o Moza
Banco. No mês de Novembro de 2016, ao Nosso Banco SA foi retirada a licença bancária
devido à deterioração dos índices prudenciais, e por sua vez, em Setembro de 2016, sob o
fundamento de deterioração dos rácios prudenciais, foi suspensa a Administração do Moza
Banco e nomeado novo conselho de administração pelo Banco Central, pois, esta nova
administração tinha a missão de trazer estabilidade para a instituição, recapitalizando -a
com os accionistas do Banco e/ou com novos. Este processo culminou com a entrada da
Kuhanha, uma Sociedade Gestora do Fundo de Pensões SA dos trabalhadores do Banco de
Moçambique, com 80% (equivalente a 8.17 bilhões de Meticais) de participação social,
como novo accionista.

Neste contexto, face às citações feitas pela AMB e pela interpretação feita pela investigadora
Charlotte King da consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) que revela que “as
pressões que afectaram estes dois bancos vão certamente ter um impacto negativo também
noutros bancos” culminou com a escolha e definição do problema da presente pesquisa. A
relevância desta pesquisa estará relacionada à sua contribuição e partilha de informação com
os vários intervenientes do sector bancário em geral, o público e aos demais stakeholders no
que diz respeito a avaliação do desempenho económico-financeiro dos bancos comerciais no
país, pois, as instituições financeiras tem um papel importante na sociedade, uma vez que
dispõem de capital necessário para alavancagem financeira de diversos empreendimentos
assim como na concessão de crédito.

1.3. Objectivos da Pesquisa


1.3.1. Geral

 Analisar o desempenho económico-financeiro dos bancos BCI vs BIM num período


de 2014 à 2016 respectivamente.

1.3.2. Específicos

 Determinar os índices económico-financeiros em igual período;

1
http://www.amb.co.mz/index.php/estudos-e-publicacoes/pesquisa-do-sector-bancario/75-banking-
survey-2017

2
 Comparar o crescimento do desempenho económico-financeiro das referidas
instituições no período em estudo.
 Analisar se o desempenho económico-financeiro do BCI foi superior ao do BIM ou
vice-versa.
1.4. Definição do Problema

O sistema financeiro Moçambicano tem sido um dos grandes desafios para as instituições
financeiras, isto porque estas buscam constantemente por resultados positivos, “lucratividade,
crescimento do património líquido assim como do crescimento institucional”. Por outro lado
tem-se assistido no mercado internacional assim como nacional, as repercussões da crise
financeira, ameaçando deste modo a actuação e estabilidade das instituições financeiras, visto
que o mercado está sujeito a oscilações. Segundo Charlotte King2 , da consultoria britânica
Economist Intelligence Unit (EIU), “Moçambique está à beira de uma crise bancária, pois, os
fracassos do Moza Banco e do Nosso Banco reforçam estas previsões”. Tal percepção levou a
investigadora a afirmar que “as pressões que afectaram estes dois bancos vão certamente ter
um efeito negativo também noutros bancos”. Mas em contrapartida, o Banco de Moçambique
afirma que o sistema financeiro Moçambicano “está bem capitalizado” e tem liquidez para
satisfazer as necessidades do mercado. Entretanto, a EIU vem discordar desta visão, tendo em
conta os actuais problemas financeiros do Governo, pois, a desvalorização do metical, a
subida da inflação estão a minar a qualidade das carteiras de crédito dos bancos, visto que
estes estão dependentes das empresas estatais, o que expõe o sistema financeiro aos riscos
soberanos. Pelo que face a este cenário coloca-se a seguinte afirmação: O desempenho
económico-financeiro do BCI e do BIM está sendo ameaçado com as pressões que
afectaram a crise bancária do Moza Banco e do Nosso Banco.

2
http://m.dw.com/pt-002/está-moçambique-à-beira-de-uma-crise-bancária/a-36485740

3
1.5. Hipóteses
1.5.1. Geral

De uma forma geral, o pesquisador considera que tanto o BCI quanto o BIM irão apresentar
níveis de desempenho económico-financeiro significativos, ou seja, estarão atentos e
envolvidos na implementação de estratégias para o alcance dos seus objectivos e no
crescimento institucional, dinamizando assim o acesso aos serviços financeiros no país.

1.5.2. Específicas

H0 : O desempenho económico-financeiro do BCI e do BIM estará ameaçado com as pressões


que afectaram a crise bancária do Moza Banco e do Nosso Banco, caso se registe baixos
níveis de rentabilidade assim como assinalar uma redução da margem financeira.

H1 : O desempenho económico-financeiro do BCI e do BIM não estará ameaçado com as


pressões que afectaram a crise bancária do Moza Banco e do Nosso Banco, caso se registe
níveis satisfatórios de rentabilidade assim como assinalar aumento da margem financeira.

1.6. Delimitação

A pesquisa vai cingir-se nos bancos BCI e BIM, tendo como estudo a avaliação do
desempenho económico-financeiro dos bancos comerciais em Moçambique num período de
(2014 à 2016). Contudo, a prior nota-se a exclusão dos exercícios económicos referentes aos
períodos de 2013 e 2017 respectivamente. Portanto, isto deveu-se porque durante o período
de 2016 o Banco Central teve que intervir em duas instituições financeiras devido a
deterioração dos índices prudenciais, o que culminou com a retirada da licença bancária do
Nosso Banco SA e na suspensão da Administração do Moza Banco e posterior entrada da
Sociedade Gestora do Fundo de Pensões SA “Kuhanha”. Daí que para efeitos de análise
optar-se-á pelo período de 2016 para tentar perceber até que ponto os bancos comerciais
poderão ser afectados pela pressão que afectou o Nosso Banco e o Moza Banco.

Daí a escolha dos três anos que antecediam o período de 2016, neste caso o período de 2014
como ponto de partida. Assim, para a presente pesquisa será possível identificar as seguintes
variáveis: desempenho económico-financeiro e índices financeiros.

4
1.7. Limitações

Devido a falta de uniformidade nos conceitos indicados pelos autores na interpretação dos
resultados, isto dificultará ao pesquisador na escolha do método ideal para a elaboração da
pesquisa, além das discrepâncias apontadas por outros autores. Outro facto que poderá limitar
a pesquisa será o facto da avaliação da performance basear-se em seus custos históricos, o
que de algum modo pode divergir com os valores actuais do mercado e também pelo facto do
Balanço não reflectir os activos intangíveis valiosos, como é o caso das marcas, patentes,
entre outros.

1.8. Resultados Esperados

Não obstante o cenário da crise financeira vivida especialmente no período de 2016 pelos
bancos comerciais no país, de uma forma geral, o pesquisador considera que alcançará os
objectivos quer geral quanto específicos relativamente ao desempenho económico-financeiro
dos bancos BCI e BIM face às pressões sentidas pelo Nosso Banco e Moza Banco.

5
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Introdução

Este capítulo tem por objectivos reunir e discutir conceitos essencialmente teóricos,
relevantes acerca do tópico em estudo e inclui conhecimentos já existentes, acerca da
temática e apresentar como base que sustenta esta pesquisa.

2.2. Literatura Teórica


2.2.1. Demonstrações Financeiras

A avaliação do desempenho deve se basear em dados e informações que facilitem a


comparação entre o desempenho e o padrão de desempenho desejado (Chiavenato, 2007).
Assim, o desempenho de uma organização corresponde à eficiência e eficácia diante da
criação de valor, através de procedimentos contínuos no tempo e no espaço (Rodrigues,
2010). Segundo o Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro, baseado em Normas
Internacionais de Relato Financeiro (NIRF’s) afirma que as demonstrações financeiras são
uma exposição estruturada que ilustram as evidências do desempenho financeiro de uma
entidade, com a finalidade de oferecer informação sobre a maneira como a entidade gere seus
recursos no médio e longo prazo.
Este decreto apresenta um conjunto completo de demonstrações financeiras que compreende:
 Um balanço;
 Uma demonstração dos resultados durante o período contabilístico;
 Uma demonstração das variações de capital próprio;
 Uma demonstração de fluxos de caixa durante o período contabilístico;
 Notas explicativas, incluindo um resumo das políticas contabilísticas mais
significativas adoptadas e informação adicional; e
 Um balanço no início do período comparativo mais antigo, no caso de uma entidade
aplicar uma política contabilística retrospectivamente ou efectuar uma reexpressão ou
reclassificação retrospectiva de itens das suas demonstrações financeiras.
O resultado da gestão e a situação patrimonial da empresa, deverão ser elaboradas
demonstrações financeiras, no encerramento do exercício, com base na escrituração contábil
(Santos & Schmidt, 2005). Assim, estas deverão ser publicadas de forma comparativa, ou
seja, com a apresentação do exercício anterior, viabilizando dessa forma a análise da situação
económica e financeira da entidade. O Balanço patrimonial tem por finalidade evidenciar, de

6
forma qualitativa e quantitativa, a situação patrimonial e financeira da empresa e dos actos
registados na escrituração contábil (Santos & Schmidt, 2005).
Os autores Fernandes, Peguinho, Vieira e Neiva (2012) também afirmam que o balanço é
uma confirmação patrimonial destinada a evidenciar ou a expressar a posição financeira de
uma entidade num determinado momento geralmente um ano, envolvendo por isso, um
carácter estático.

2.2.2. Análise das Demonstrações Financeiras

A análise das demonstrações financeiras é o conjunto de técnicas utilizadas para analisar a


situação económica e financeira das entidades com o objectivo de tomar decisões mais
apropriadas e saber da realidade económica e financeira da empresa. Em outras palavras a
análise financeira consiste em um processo meditativo sobre os números de uma entidade,
para avaliação da sua situação económica, financeira, operacional e de rentabilidade
(Padoveze & Benedicto, 2007). Para Neto (2003) a análise das demonstrações financeiras
consiste em diagnosticar o estado económico-financeiro de uma entidade com vista a avaliar
as decisões tomadas, que servirão de base para uma previsão futura.

No entanto, são várias as técnicas de avaliação no que se refere à riqueza das informações
geradas para a avaliação do desempenho empresarial, como é o caso da análise horizontal e
vertical.

2.2.3. Análise Horizontal

A análise horizontal é uma técnica de evolução que possibilita que se avalie cada conta das
demonstrações de resultados em períodos sequenciais de tempo; por exemplo, as evoluções
das vendas podem ser avaliadas e interpretadas mediante a análise horizontal (Neto, 2003).
Os autores Padoveze & Benedicto (2007) enfatizam que a análise horizontal é uma análise de
evolução, crescimento ou diminuição que permite identificar a variação positiva ou negativa
de um período em relação ao anterior. Entretanto, por este método, determina-se a tendência
dos valores absolutos ou relativos das diversas grandezas monetárias, apurando-se o
percentual de crescimento ou declínio de valores de uma mesma conta ou grupo de contas,
entre duas datas ou períodos considerados (Braga, 2009).

7
Assim, a análise horizontal permite-nos visualizar cada conta das demonstrações financeiras,
relacionando-se cada resultado obtido em determinada data com o valor da data anterior
definida como data-base, permitindo assim avaliar o desempenho da evolução da empresa.

2.2.4. Análise Vertical

No Balanço, a análise vertical fornece indicadores que facilitam a avaliação da estrutura do


activo e das suas fontes de financiamento. Ou seja, esta análise possibilita que se avalie a
participação de cada elemento de formação do lucro ou prejuízo do período.

Padovezi & Benedicto (2007) denominam análise vertical a análise de participação


percentual ou de estrutura dos elementos das demonstrações contábeis. Assume -se como
100% um determinado elemento patrimonial que, em princípio, deve ser mais importante e
faz-se uma relação percentual de todos dos demais elementos sobre ele.

No entanto, essa análise permite que se faça uma avaliação individual de cada conta das
demonstrações financeiras em relação ao total. A análise vertical fornece informações que
dizem respeito às alterações ocorridas na estrutura dos relatórios analisados,
complementando-se, com isso, as conclusões obtidas da análise horizontal descrita
anteriormente (Neto, 2003). Desta feita, tanto a análise vertical assim como a horizontal
trazem evidências dos acréscimos ou diminuições ocorridas dentro das demonstrações
financeiras, daí a relevância desta análise, pois permite aos stakeholders tomarem decisões
sob o ponto de vista económico e financeiro.

2.2.5. A Rendibilidade e o Crescimento da Empresa

A análise económica trata-se, sobretudo de uma análise da rendibilidade e do crescimento


como factores de criação de valor sem, contudo, esquecer as outras medidas de eficiência de
gestão que avaliam o desempenho económico da empresa (Nabais & Nabais, 2007). Diante
deste cenário, o bom desempenho bancário pode significar um bom desempenho económico
(Sousa et al., 2016, apud, Nunes, Menezes e Dias, 2013). Deste modo, face ao cenário
competitivo, a rendibilidade torna-se um dos conceitos mais importante para proceder a uma
análise económica e financeira, pois, a sua análise permite-nos avaliar o desempenho
económico e financeiro da empresa, identificando de forma coerente e integradora os grandes
factores que a influenciam.
Conforme Nabais & Nabais (2007) a rendibilidade avalia a qualidade monetária de uma
actividade em que o valor dos proveitos do negócio é superior ao dos custos dos factores de

8
exploração necessários a obter. Ou seja, a rendibilidade tem a ver com a capacidade da
empresa em gerar retorno positivo para os accionistas (Lousã, et al. 2000).
Nesta ordem de ideia, níveis de rendibilidade positivos e crescentes são um bom sinal de uma
gestão eficiente de recursos por parte da empresa (Fernandes, Peguinho, Vieira, & Neiva,
2014). De um modo geral, os rácios de rendibilidade relacionam o Resultado (lucro ou
prejuízo) com os capitais que o segregam. Neste grupo de indicadores encontra-se: a
rendibilidade líquida das vendas (RLV), a rendibilidade dos capitais próprios (RCP) e a
rendibilidade do activo total (RAT).

2.3. Revisão da Literatura Empírica


2.3.1. Análise do Desempenho Económico-Financeiro em Brasil

Na sua monografia para conclusão do curso de Ciências Contábeis no Centro Universitário


Univates, (Silva, 2014) apresentou no seu estudo intitulado “ Análise do Desempenho
Económico-Financeiro de Empresas da Região do Vale do Taquari – RS”. No entanto, esse
estudo tinha como objectivos identificar o índice padrão do grupo de empresas analisadas da
região do Vale do Taquari e o comportamento económico-financeiro de cada empresa em
relação ao índice encontrado. Para o efeito, Silva (2014) usou o método misto (qualitativo e
quantitativo), descritivo e de estudo de caso.
Com a necessidade de delinear o seu estudo, a autora em questão, enquadra seu estudo como
uma pesquisa descritiva, pois trata-se de um tema que tem a finalidade de identificar,
colectar, padronizar, analisar, relatar dados e posteriormente compará-los com outras
variáveis e é exploratória por não haver estudos sobre esta mesma amostra. Desta feita, para a
busca de informações, a autora recorreu ao material divulgado, nomeadamente das pesquisas
bibliográficas e documental. Todavia, Silva (2014) tinha em vista identificar o
comportamento económico-financeiro das empresas da Região do Vale do Taquari após
confrontar e analisar as informações, verificou que as empresas não apresentavam uma
tendência uniforme, uma vez que não é possível definir um padrão para as mesmas.
Daí, Silva (2014) sugere que para estas análises seja aumentado a amostra de empresas, de
modo a verificar como continuará o comportamento destes índices e para a constatação de
alguma tendência para os anos seguintes e traçar o perfil dos sectores empresariais da região.
Além disso, a autora sugere uma análise de empresas do mesmo ramo para melhor identificar
o padrão e comparar a evolução das mesmas.

9
2.4. Revisão da Literatura Focalizada
2.4.1. Gestão de Risco de Crédito

No país foi desenvolvida uma pesquisa monográfica na Universidade Eduardo Mondlane, sob
autoria do (Muiambo, 2011) cujo teor era “Gestão de Risco de Crédito: Caso do Banco
Comercial e de Investimentos, S.A” num período de 1996 à 2011. Esta pesquisa tinha como
objectivo identificar os modelos de gestão de risco de crédito concebidos pelo BCI,
especificamente analisar o processo de concessão de crédito assim como descrever a forma
para acautelar futuras perdas decorrentes de empréstimos. Entretanto, como problema este
autor afirma que na perspectiva da gestão de risco de crédito, os beneficiários são geralmente
vistos como a contraparte disposta a pagar um preço (juros) pelo valor desembolsado mais o
capital, mas podendo haver casos em que a contraparte (devedor) não honre com o seu
compromisso, causando assim prejuízos à entidade financeira.

Diante deste problema, o autor traz essa pesquisa para elucidar a necessidade de gestão de
maneira que este risco não prejudique a tomada de decisão aos possíveis resultados futuros.
Assim esta pesquisa foi elaborada com base na pesquisa bibliográfica e estudo de campo,
usando como instrumentos de colecta de dados a entrevista, o estudo documental, entre
outros. O autor como jeito de conclusão afirma que face a não aplicabilidade no país do
sistema de classificação que se dá com base no rating, elimina-se a possibilidade de uso pelo
BCI do modelo de credit metrics que procura encontrar a probabilidade de um tomador
manter ou alterar a sua classificação no rating através de dados históricos sobre empréstimos
negociados em bolsa.

Contudo, no que tange a sugestões na aplicação de modelos e/ou técnicas de gestão de risco
de créditos no BCI, o autor propõe a criação de espaço para formação de colaboradores sobre
técnicas de gestão de risco de créditos, pois, alguns podem até saber da existência de
elementos de classificação de risco de créditos, mas não saber da sua aplicação para cada
caso específico e, sendo assim, a decisão não será a mais acertada, pior ainda, se a análise não
for extensiva ao gabinete responsável pelo Gabinete de Gestão de Risco (GGR).

10
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
3.1. Introdução

Neste capítulo, desenvolver-se-á o percurso que uma pesquisa percorre durante o seu
problema de investigação, como se procede a revisão crítica da bibliografia e como se
formulam um conjunto de métodos e técnicas para a avaliação do desempenho económico-
financeiro, definindo-se os procedimentos a serem adoptados. Em suma, este capítulo é de
grande primazia, ou seja, a metodologia de pesquisa aborda as principais regras de produção
científica, fornecendo ao pesquisador uma melhor compreensão sobre a sua natureza e
objectivos, auxiliando assim para uma melhor produtividade e qualidade na pesquisa.

3.2. Desenho de Pesquisa

O conhecimento da Metodologia de Investigação Científica constitui um factor chave para o


investigador na elaboração de uma pesquisa científica, pois, conduz e reduz os pontos fracos,
resultando assim numa investigação de maior valor (Ramos & Naranjo, 2014). Desta forma, a
escolha do tema que culminou com a definição do problema surgiu com base na chuva de
ideias assim como nas dificuldades vivenciadas pelos Bancos Comerciais em torno do
desempenho económico-financeiro no país. Após a escolha do tema e da definição do
problema, definiu-se os objectivos.

Destas etapas, a pesquisa foi classificada nos seguintes termos:

 Método de abordagem: Quantitativa;


 Quanto ao seu Objectivo: Descritiva e Explicativa;
 Procedimento Técnico: Documental, Bibliográfica e Comparativa.

3.3. População

De forma a realizar e alcançar o objectivo almejado, a população integrante que fará parte da
presente pesquisa será o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e Millennium BIM onde
serão utilizados dados publicados no Website das próprias instituições financeiras,
nomeadamente o Balanço e a Demonstração de Resultado do Exercício num período de 2014
à 2016, respectivamente. Segundo Ramos & Naranjo (2014) população é o conjunto formado
por todas as unidades de análise ou por todas as características que são de interesse,
relevantes, para o investigador.

11
3.4. Processo de Amostragem

O conceito da amostra é que a mesma constitui uma porção ou parcela, convenientemente


seleccionada do universo (Marconi & Lakatos, 2008). Desta forma, amostra é o subconjunto
do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as
características desse universo ou população (Gil, 2008). Entretanto, uma vez que nesta
pesquisa será constituida por dois bancos, não se aplicará nenhum processo de amostragem,
isto é, vai se recorrer ao censo.

3.5. Método de Colecta de Dados


3.5.1. Dados Secundários

Em relação à tipologia de pesquisa, os documentos serão classificados em Dados


Secundários. Gil (2010) afirma que para os Dados Secundários o processo analítico envolve
procedimentos estatísticos, como medidas de tendência central e de dispersão, correlação,
regressão e testes de hipóteses, ou seja, estão disponíveis sob a forma de registos, tabelas,
gráficos ou em base de dados. Do ponto de vista de Cervo, Bervian & Silva (2007) Dados
Secundários são colhidos em relatórios, livros, revistas, jornais, entre outras formas.

Segundo a autora Barañano (2008) os dados secundários ou estatísticos são dados


previamente recolhidos por outros investigadores ou instituições e com objectivos diferentes
dos posteriores utilizadores. Esta autora realça que estes dados permitem ainda a comparação
entre países, enquanto os dados primários têm limitações para conseguir essa informação
num prazo temporal determinado. Para concretizar esta recolha, consultaremos os Relatórios
e Contas das entidades em estudo no período considerado, depositados nos seus Websites, e
organizámos a informação no sentido de recolher a informação necessária à determinação da
performance para o período em estudo.

3.6. A Pesquisa quanto ao Método de Abordagem

A presente pesquisa terá um carácter quantitativo, pois, esta buscará avaliar o desempenho
económico-financeiro destas instituições financeiras já citadas com base nas suas DF's tendo
em conta alguns índices económico-financeiros. Sendo assim, a abordagem quantitativa
descreve-se pela mensuração na recolha de dados assim como no tratamento dos mesmos, por
meio de procedimentos estatísticos, entre outros (Raupp & Beuren, 2006, apud, Richardson,
1999). A autora (Beuren, 2009) enfatiza que a abordagem quantitativa caracteriza-se pelo

12
emprego de instrumentos estatísticos, uma vez que se preocupa com o comportamento geral
dos acontecimentos.

3.7. Quanto ao seu Objectivo

De acordo com o objectivo do estudo, a pesquisa classificará se como descritiva, uma vez que
terá a finalidade de identificar, colectar, padronizar, analisar, relatar dados e posteriormente
compará-los com outras variáveis, descrevendo os resultados, e, exploratória por não haver
estudos sobre esta amostra, embora a análise económica e financeira não seja um tema novo
no que concerne à avaliação do desempenho dos bancos. Assim, a pesquisa descritiva tem a
finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis, ou seja, os factos são observados,
registados, analisados, classificados e interpretados (Gil, 2010).

Também poderá ser verificada a presença da pesquisa explicativa, com base nos resultados
que serão obtidos com a sua análise. Conforme Gil (2010) o conhecimento científico está
assentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Para Ramos & Naranjo
(2014) as pesquisas explicativas orientam-se para responder às causas dos eventos físicos ou
sociais.

3.8. Quanto aos Procedimentos Técnicos

Para esta pesquisa, vai se destacar a presença da pesquisa documental, devido à natureza da
pesquisa, neste caso, para a colecta de dados foram utilizadas as DF’s do BCI e BIM nos
períodos em análise (2014-2016), assim como da pesquisa bibliográfica respectivamente. O
autor Gil (2010) afirma que a pesquisa documental vale-se de toda documentação, elaborada
com diversas finalidades. Para Alves (2012) estes documentos registam factos sobre um
determinado assunto ou de uma determinada época.
Enquanto a pesquisa bibliográfica inclui material impresso, como livros, jornais, teses,
dissertações, ou seja, contribuições de diversos autores (Gil, 2010). De salientar que esta
pesquisa valer-se-á do método comparativo, pois, este procede pela investigação de
indivíduos, classes, fenómenos ou factos, com vistas a ressaltar as diferenças e similaridades
entre eles (Gil, 2008).
Portanto, esta pesquisa é justificada pela sua notabilidade no momento da recolha dos dados,
neste caso, integra nesta pesquisa um rol de informações dispersas. Assim, de modo a avaliar
a situação económico-financeira, vai se recorrer às DF’s (Balanço e Demonstração de
Resultado do Exercício) elaboradas pelas próprias instituições nos períodos em análise.

13
3.9. Cronograma

O cronograma é um instrumento de planificação de actividades ao longo do tempo, pois, é


uma excelente ferramenta para controlar o tempo e o ritmo de produção do trabalho (Alves,
2012). Nesta ordem de ideia, Fernandes (1995) afirma que o cronograma visa a fixação da
data previsível da condução do projecto, indicação do tempo necessário para a sua realização
e, eventualmente, enumeração das diversas fases de desenvolvimento das actividades
conducentes à sua concretização.

Actividades Fevereiro Março Abril Maio Junho

Levantamento Bibliográfico X X X X
Colecta de Dados X
Elaboração do Projecto X X X X
Análise de Resultados X X
Entrega do Projecto X

3.10. Orçamento

Segundo Marconi & Lakatos (2008) o orçamento visa responder à questão com quanto? os
gastos serão distribuídos por vários itens, que devem necessariamente ser separados.

CATEGORIAS VALOR PREVISTO


(MZN)
MATERIAIS DIDÁTICOS
Materiais necessários para a realização das actividades. 10.000,00
CONSULTORIA
Despesas relacionadas à contratação de consultores.
60.000,00
SEMINÁRIOS, EVENTOSS E REUNIÕES
Workshops promovidos no âmbito do projecto, incluindo transporte.
100.000,00
ALIMENTAÇÃO
Despesas de alimentação relacionadas ao projecto.
90.000,00
DIVULGAÇÃO
50.000,00
Publicidade e divulgação do projecto
TOTAL DO PROJECTO 310.000,00

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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