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CCJ0003 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

Aula 10: Fontes e Integração do Direito II


Introdução ao Estudo do Direito
Conteúdo desta aula

PROCEDIMENTOS DE PRÓXIMOS
JURISPRUDÊNCIA INTEGRAÇÃO PASSOS

1 2 3 4
DOUTRINA SEGURANÇA
JURÍDICA JURÍDICA

AULA 10: FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO II


Introdução ao Estudo do Direito
Jurisprudência

 Em sentido amplo, é a coletânea de Sentido amplo


decisões proferidas pelos juízes ou
tribunais sobre uma determinada
matéria jurídica.

Inclui jurisprudência uniforme (decisões


convergentes) e jurisprudência contraditória Na prática, tem afinidade com o CASE LAW e o
(decisões divergentes). que se deseja da jurisprudência é estabelecer a
Sentido estrito
uniformidade e a constância das decisões para
 Em sentido estrito, é o conjunto de os casos idênticos. É, em outras palavras, a
decisões uniformes prolatadas pelos criação da figura do precedente judicial. O CASE
órgãos do Poder Judiciário sobre uma LAW tem força obrigatória.
determinada questão jurídica.

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Jurisprudência

Classifica-se em:

JURISPRUDÊNCIA

SECUNDUM LEGEM PRAETER LEGEM CONTRA LEGEM

Conforme a lei, Já a praeter legem, é a A contra legem não é


secundum legem, a jurisprudência que se considerada como fonte
interpretação da lei considera efetivamente legítima.
realizada pelos juízes fonte subsidiária do
harmonizando o direito. É a que
disposto no texto e o preenche as lacunas da
seu sentido. lei.

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A Jurisprudência cria Direito?

Quanto ao Direito anglo-saxão não há a


menor dúvida.
Nos ordenamentos filiados à tradição
romano-germânica, como o nosso, há quem
reconheça seu papel formador do Direito e
quem o rejeite.

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A Jurisprudência cria Direito?

Os que admitem, alegam que as transformações


sociais exigem um pronunciamento judicial sobre
assuntos que eventualmente não se encontram na
lei.

O juiz, impossibilitado de alegar a lacuna da lei para


furtar-se à decisão, constrói por meio de uma
interpretação ora extensiva, ora restritiva, regras
para os casos concretos que lhe são propostos.
Exemplo: Art 8o CLT: “As autoridades
administrativas e a justiça do trabalho, na falta
de disposições legais ou contratuais, decidirão, Em inúmeros casos, os tribunais acabaram criando
conforme o caso, pela jurisprudência, por um Direito novo, embora aparentemente tenham se
analogia, ...” limitado a aplicar as leis existentes.

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A Jurisprudência cria Direito?

Os que negam, sustentam que o juiz é um mero


intérprete da lei.

Em verdade, ao dar certa conotação a um


artigo de lei, interpretando-o restritiva ou
extensivamente, está apenas aplicando o
Direito positivado.

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Distinção entre Jurisprudência e
Precedente Judicial

Reserva-se o termo “jurisprudência”


para as decisões dos tribunais e
“precedentes” para as decisões de
juízes de primeiro grau.

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Súmula Vinculante

Segundo esse novo instituto, o


“Supremo Tribunal Federal poderá, de
ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus
Uma membros, após reiteradas
das novidades decisões
introduzidas
pelasobre matéria
EC n.º 45/04 constitucional,
que mais aprovar
súmula
polariza que, a épartir
opiniões de sua publicação
a chamada
na imprensa
súmula oficial, terá efeito
“vinculante”.
vinculante em relação aos demais órgãos
do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou cancelamento,
na forma estabelecida em lei” (CF, art.
103-A, instituído pela EC 45/04).

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Súmula Vinculante

A Emenda Constitucional nº 45 de 08 de
dezembro de 2004, também alterou o artigo
102 da CRFB ao inserir em seu parágrafo
segundo que as decisões definitivas de
mérito, proferidas pelo STF nas ações diretas
de inconstitucionalidade e nas ações
declaratórias de constitucionalidade,
produzirão eficácia contra todos e efeito
vinculante relativamente aos demais órgãos
do Poder Judiciário e da administração
pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal.

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Doutrina

A doutrina é o direito resultante de estudos voltados à


sistematização, ao esclarecimento, à adequação e à
inovação.

Também alcança diversas posições:

Apresentação detalhada do direito em tese

Classificação e sistematização do direito exposto

Elucidação e interpretação dos textos legais e do direito


cientificamente estudado

Concepção e formulação de novos institutos jurídicos

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Funções da Doutrina

Necessidade de evolução do Novos princípios e


Função criadora Dinâmica ou vida social
direito formas
Dispersão e grande
Função prática ou
quantidade de normas Sistematização Análise e interpretação
técnica
jurídicas
A legislação submetida ao
Alterar o conteúdo do
Função crítica juízo de valor sob Acusar falhas e deficiências
Direito
diferentes ângulos

Para o professor Paulo Nader: Os estudos científicos reveladores do direito vigente


não obrigam os juízes, mas a maioria das decisões judiciais em sua fundamentação
resulta apoiada em determinada obra de consagrado jurista (2014).

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Procedimentos de Integração
• Analogia Legal e os princípios gerais de Direito

Tendo em vista que o aplicador do direito não


pode deixar sem resposta as questões postas à
sua apreciação e, não havendo uma norma
jurídica que se encaixe de forma específica ao
caso concreto, o juiz deve se utilizar de meios
adequados para aplicar o direito.

Entre os métodos sugeridos pelo próprio


legislar, encontra-se a analogia, podendo ser
utilizada para a constatação e o suprimento
das lacunas.

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Analogia
• O que é?

MAXIMILIANO afirma que a analogia consiste em aplicar a uma hipótese não prevista
em Lei a disposição relativa a um caso semelhante.

Para VICENTE RÁO, a analogia consiste na aplicação dos princípios extraídos da norma
existente a casos outros que não expressamente contemplados.

MARIA HELENA DINIZ entende que a analogia consiste em aplicar a um caso não
previsto de modo direto ou específico por uma norma jurídica, uma norma prevista
para uma hipótese distinta, mas semelhante ao caso não contemplado, fundado na
identidade do motivo da norma e não da identidade do fato.

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Analogia
• Fundamentos

É forma primordial para o preenchimento das


lacunas no ordenamento jurídico, também sendo
conhecida como autointegração, pois é realizada
com os próprios recursos do sistema legislativo.

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Analogia
• Espécies

Para Tércio
É aplicação de lei a caso semelhante Sampaio
por ela deou
previsto, Ferraz Júnior, a analogia
ANALOGIA
seja, parte de um preceito legaliuris é uma espécie
e concreto, de conjugação de dois
e faz sua
LEGIS aplicação aos casos similares. métodos lógicos: a indução e a dedução.

A partir de casos particulares obtém-se uma


ANALOGIA ANALOGIA IURIS é aplicação degeneralização da qualnos
princípios de direito resultam
casos princípios que
se aplicável.
de inexistência de norma jurídica aplicam, então dedutivamente, a outros
IURIS
casos. É um raciocínio quase-lógico.

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Analogia
• Requisitos

Requisitos necessários para a aplicação da lei


através da analogia:

 O caso deve ser absolutamente não


previsto em lei;
 Deve existir elementos semelhantes entre A analogia não é permitida no ramo do Direito
o caso previsto e aquele não previsto; Penal, salvo para beneficiar o réu; tampouco
 Esse elemento deve ser essencial e não um em matéria tributária para a criação de novos
elemento qualquer, acidental. tributos.

Somente após observados tais requisitos é que


será lícito ao aplicador da lei valer-se da
analogia.

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Princípios Gerais do Direito

É possível
Entre dizer queque
os princípios os princípios gerais
se designam de direitoestão:
processuais
são aqueles que decorrem dos próprios
fundamentos do ordenamento positivo.
Da oficialidade
Da oralidade
A rigor, não precisam mostrarDa
depublicidade
forma expressa, Da certeza (oficiosidade e
ainda que constituam pressupostos lógicos de um autoridade)
determinado ordenamento jurídico.

Quando seDadiz, por exemplo, que ninguémDa iniciativa das


indisponibilidade Dos limites da lide
deve ser punido por seus pensamentos partes
(cogitationis poenam nemo patitur), ou
ninguém está obrigado ao impossível (ad
impossibilia nemo tenetur), têm-se
clássicos princípios gerais de direito.

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Princípios Gerais do Direito

É possível dizer que os princípios gerais de direito



sãoentre os princípios
aqueles constitucionais
que decorrem encontram-se:
dos próprios
fundamentos do ordenamento positivo.
Da legalidade
A rigor, não precisam mostrar de forma expressa,
Do contraditório
ainda que constituam pressupostos lógicos de um
determinado ordenamento jurídico.
• Ampla defesa, cientificação e produção de provas

Do princípio do juízo natural | Importante!


Quando se diz, por exemplo, que ninguém
• deve
O superlativo aqui
ser punido porseseus
evidencia pela ênfase que a ele têm dado, por exemplo, a Declaração
pensamentos
Universal do poenam
(cogitationis Direito do Homem,
nemo o Pacto
patitur), ou de Costa Rica e outros tratados e convenções
internacionais.
ninguém está obrigado ao impossível (ad
impossibilia nemo tenetur), têm-se
clássicos princípios gerais de direito.

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Princípios Gerais do Direito

Outros exemplos:

1. Pacta sunt servanda.


2. Auctori incumbit onus probandi.
3. Auctore nam probante, reus absolvitur.
4. Nullum crimen, nulla poena sine lege.
5. Todos são iguais perante a lei. [Art. 5º
da Constituição. Art. 1º da Declaração
dos Direitos do Homem da ONU].

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Equidade

É o princípio pelo qual o direito se adapta à realidade


da vida sócio-jurídica, conformando-se com a ética e
a boa razão, salvando as lacunas do Direito para
melhorá-lo e enobrecê-lo, tal como demonstram os
pretores da Roma antiga.

Para Paulo Nader, a equidade não é fonte do direito.


É um critério de aplicação pelo qual se leva em conta
o que há de particular em cada relação.

Na concepção de Aristóteles, a característica do equitativo consiste em restabelecer a


lei nos pontos em que se enganou, em virtude da fórmula geral que se serviu.

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Equidade

A equidade tanto pode ser um “elemento de


integração” perante uma lacuna do sistema legal
quanto ser um “elemento de adaptação” da norma
às circunstâncias do caso concreto, por ocasião da
aplicação do direito.

Na primeira hipótese, a equidade pode ser vista


como sendo o “direito do caso concreto”; na
segunda, como a “justiça do caso concreto”.

O art. 127 do Código de Processo Civil


estabelece que o juiz decida por equidade nos
casos previstos em lei.

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Direito Comparado

Ao confrontar ordenamentos jurídicos vigentes em diversos povos, o Direito


Comparado “aponta-lhes as semelhanças e as diferenças, procurando elaborar
sínteses conceituais e preparar o caminho para unificação de certos setores do
Direito” (Wilson de Souza Campos Batalha).

O direito comparado estuda as diferenças e as semelhanças entre os ordenamentos


jurídicos de diferentes Estados, agrupando-os em famílias.

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Direito Comparado

Os antigos gregos já se esforçavam por comparar o


direito em vigor em diferentes cidades-Estado:

 Aristóteles estudou 153 constituições de


cidades-Estado gregas para escrever a sua
Política;
 Sólon teria feito o mesmo antes de promulgar as
leis de Atenas;
 Os decênviros romanos somente teriam
preparado a Lei das Doze Tábuas após consulta
às instituições gregas;
 Na Idade Média, comparava-se o direito romano
e o direito canônico.

Contudo, apenas no século XX surgiu o estudo


sistemático do direito comparado como ciência.

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Segurança Jurídica

A segurança jurídica existe para que a Justiça,


finalidade maior do Direito, se concretize.

Vale dizer que a segurança jurídica concede aos


indivíduos a garantia necessária para o
desenvolvimento de suas relações sociais,
tendo, no Direito, a certeza da consequência
dos atos praticados.

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Segurança Jurídica

A segurança jurídica implica que o Direito seja certo, que as normas sejam
São características da segurança
conhecidas, jurídica: e fixem com razoável previsão o que ordenam.
compreendidas

Estabilidade
No entanto, a segurança não se opõe a que a Administração ou
Irretroatividade os Tribunais, gozem de alguma liberdade na aplicação das leis,
que possuam certa elasticidade para permitir atender às
Generalidade
particularidades dos casos concretos por elas regulados.
Taxatividade

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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?

Ler o capítulo 9 –
Hermenêutica Jurídica, páginas
157 a 165, do Livro Didático de
Introdução ao Estudo do
Direito.

Resolver o caso concreto e a


questão objetiva da aula 11 e
postar os resultados no SAVA.

Navegar pelos demais itens


das trilhas de conhecimento
do SAVA.
AVANCE PARA FINALIZAR
A APRESENTAÇÃO.

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