Você está na página 1de 47

Física II

Resumo e Exercícios P3

1. Ondas

Até agora, o que foi visto foram movimentos oscilatórios em sistemas


mecânicos, como sistema massa-mola, pêndulos em geral, etc. O mais
importante desses efeitos são o caráter periódico e serem provocados por
perturbações.
Agora, sairemos um pouco dos modelos mecânicos e falaremos de ondas.
Ondas são perturbações que se transmitem de um ponto a outro sem transporte
de matéria.

Nessa imagem, um exemplo de onda na água. Repare que a boia chega a


acompanhar o contorno da onda, mas não se propaga para a esquerda junto com
ela. Isso é a transmissão sem transporte de matéria.
No curso de Física II, grande parte das ondas estudadas são as unidimensionais
harmônicas, principalmente em cordas. A seguir, as definições de cada uma.

2. Ondas progressivas

Inicialmente, iremos lidar com o caso de ondas que se propagam em uma


dimensão e com oscilação perpendicular a propagação (ondas transversais). Para
descrever essas ondas, são usadas funções de duas variáveis 𝑦(𝑥, 𝑡), sendo x a
variável espacial e t a variável temporal. No caso de uma corda, essa função
descreve a posição vertical y em uma posição x1 em um determinado tempo t1:

Em geral, quando se quer estudar o perfil da onda em questão, fixa-se um


determinado tempo e desenha-se o gráfico do perfil em função de x, como é o
caso do gráfico acima.
Quando a onda progressiva propaga com velocidade 𝑣 constante, ela é
descrita por meio de uma função 𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑦′(𝑥 ± 𝑣𝑡). Para chegar nisso, é
preciso trabalhar com mudança de referenciais. Quando se fixa um referencial
que segue a onda com velocidade 𝑣, ela demonstra um perfil estático parecido
com o do gráfico acima. Dessa forma, a curva não dependeria do tempo.
Considerando, que nesse referencial, a posição é descrita por 𝑥′:

Relação de velocidade relativa:


𝑥 + = 𝑥 − 𝑣𝑡
Equação 𝑦(𝑥, 𝑡) nesse novo referencial:
𝑦 𝑥 + , 𝑡- = 𝑦′(𝑥 + )
Sendo t1 um tempo qualquer, visto que nesse referencial y ‘não depende dele.
Por fim:
𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑦′(𝑥 − 𝑣𝑡)
Repare que:

• 𝑣- = 𝑣, 𝑣- > 0 (sentido positivo):


𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑦′(𝑥 − 𝑣𝑡)
• 𝑣0 = −𝑣, 𝑣0 < 0 (sentido negativo):
𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑦′(𝑥 + 𝑣𝑡)

Dessa forma, o que define o sentido de propagação na onda é o sinal na soma.

Exemplos:

• 𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑥 0 + 4𝑥𝑡 + 4𝑡²

Essa função descreve uma onda progressiva e pode ser reescrita da seguinte
forma:
𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑥 0 + 4𝑥𝑡 + 4𝑡 0 = (𝑥 + 2𝑡)²

Sendo então uma onda progressiva com velocidade 𝑣 = 2,0 𝑚/𝑠 no sentido
negativo, visto que é escrita na forma:
𝑦′ 𝑥 − 𝑣𝑡 = 𝑦′(𝑥 + 2𝑡)

• 𝑦 𝑥, 𝑡 = ln(4𝑥 0 − 9𝑡 0 ) − ln 10 log(2𝑥 + 3𝑡)

Essa função descreve uma onda progressiva e pode ser reescrita da seguinte
forma:
1
ln 10 =
log 𝑒
log 2𝑥 + 3𝑡
𝑦 𝑥, 𝑡 = ln(4𝑥 0 − 9𝑡 0 ) −
log 𝑒

Pela mudança de base dos logaritmos:

𝑦 𝑥, 𝑡 = ln(4𝑥 0 − 9𝑡 0 ) − ln 2𝑥 + 3𝑡
Pela propriedade dos logaritmos:
-
4𝑥 0 − 9𝑡 0 2𝑥 + 3𝑡 2𝑥 − 3𝑡
𝑦 𝑥, 𝑡 = ln = ln
2𝑥 + 3𝑡 2𝑥 + 3𝑡
Por fim:
3
𝑦 𝑥, 𝑡 = ln 2𝑥 − 3𝑡 = ln 2 𝑥 − 𝑡
2
Sendo então uma onda progressiva com velocidade 𝑣 = 1,5 𝑚/𝑠 no sentido
positivo, visto que é escrita na forma:
3
𝑦′ 𝑥 − 𝑣𝑡 = 𝑦′ 𝑥 − 𝑡
2
• 𝑦 𝑥, 𝑡 = 7 cos(4𝑡) sin 3𝑥

Essa função não descreve uma onda progressiva. Repare que caso 𝑥 = 𝜋, 𝑦 𝜋, 𝑡 ,
será sempre zero, não variando com o tempo. Além disso, ela não pode ser
descrita por uma função única 𝑦(𝑥 − 𝑣𝑡), podendo no máximo chegar a:

𝑦 𝑥, 𝑡 = 7 sin(3𝑥 + 4𝑡) + 7 sin 3𝑥 − 4𝑡

Mais para frente, você verá que essa equação descreve uma onda estacionária,
que não é uma onda progressiva, mas a sobreposição de outras duas.

Exercício de fixação 1 – Ondas Progressivas


P1-2014

Dadas as seguintes funções:


O
(A) 𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝐴𝑒 I JKLMN ;
(B) 𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝐴 𝑐𝑜𝑠(𝑘𝑥) 𝑠𝑖𝑛(𝜔𝑡);
(C) 𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑙𝑜𝑔(𝑥 0 − 𝑡 0 ) − 𝑙𝑜𝑔(𝑥 − 𝑡),
quais delas representam ondas propagantes ou progressivas:
Escolha uma alternativa:

A. somente B. A e C. C. somente A. D. somente C.


E. A, B e C.

3. Velocidade e aceleração transversal (ou vertical)

A velocidade transversal, supondo uma onda na corda, seria a velocidade


em y de um ponto na corda. Da mesma forma que no movimento unidimensional
você calculava a velocidade derivando no tempo, você fará o mesmo com 𝑦 𝑥, 𝑡 ,
só que como é uma função de duas variáveis, será usada derivadas parciais:

𝜕𝑦
𝑣X 𝑥, 𝑡 =
𝜕𝑡

Analogamente para a aceleração:

𝜕²𝑦
𝑎X 𝑥, 𝑡 =
𝜕𝑡²

Não confunda: a velocidade transversal em um ponto e a velocidade de


propagação da onda. Um é característica física da onda e a outra é de um ponto
atingido pela onda em um determinado instante.

4. Equação da onda unidimensional

Em uma dimensão, é conhecida uma equação diferencial cuja solução são


as funções 𝑦(𝑥, 𝑡) que descrevem as ondas. É ela:

𝜕²𝑦(𝑥, 𝑡) 𝜕²𝑦(𝑥, 𝑡)
= 𝑣²
𝜕𝑡² 𝜕𝑥²

Sendo uma das equações mais fundamentais da física. Com ela você pode
descobrir a velocidade 𝑣 de uma onda descrita pela função.
Em geral, os exercícios que caem em prova pedem para verificar se a função
𝑦(𝑥, 𝑡) é solução da equação de onda. Uma dica para esse tipo de exercício é
verificar se a função é de uma onda progressiva, ou seja, se 𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑦(𝑥 ± 𝑣𝑡).
Se for, então essa função será solução.
Obs: Se a função não for de uma onda progressiva, não necessariamente
ela deixará de ser solução da equação.

Exercício de Fixação 2 – Equação da Onda Unidimensional


P3 – 2016

Quais das funções abaixo são soluções da equação de ondas em uma dimensão?

𝑦- 𝑥, 𝑡 = 2𝑥 [ + 12𝑥 0 𝑡 + 24𝑥𝑡 0 + 16𝑡 [


𝑦0 (𝑥, 𝑡) = 𝐴 𝑐𝑜𝑠(𝑘𝑥) 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡)
𝑦[ 𝑥, 𝑡 = 𝐴 sin0 (𝐵𝑥 + 𝐶𝑡)
Escolha uma alternativa:

A. nenhuma delas
B. as funções y2, y3
C. todas elas.
D. as funções y1 e y3
E. apenas a função de onda y3

5. Ondas Harmônicas

As ondas de maior estudo nesse curso são as ondas harmônicas. Estas são
ondas progressivas descritas por senos e cossenos:

𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝐴 cos (𝑘𝑥 ± 𝜔𝑡 + 𝜑)
Ou
𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝐴 sin(𝑘𝑥 ± 𝜔𝑡 + 𝛿)

Obs: seno e cosseno são equações similares que possuem uma diferença de fase
a
de 𝜋/2, da forma cos(𝑥) = sin 𝑥 + .
0

Possuem esse nome pois em um determinado x fixado, o perfil de y será o


mesmo de um oscilador harmônico.
Dessa forma, é importante definir algumas grandezas dentro da função:

𝒌 – É o número de onda. É definido como:

2𝜋
𝑘=
𝜆

Sendo 𝜆 o comprimento de onda.

𝝎 – É a frequência angular. Assim como no MHS, é definida como:

𝑘 = 2𝜋𝑓

Sendo f a frequência (número de oscilações por unidade de tempo).

𝝋 𝒐𝒖 𝜹 – É a constante de fase. Indica como era o perfil da onda inicialmente.

𝑨 – É a Amplitude da onda.

Obs: Caso tenha esquecido alguma dessas grandezas, revise no final do apêndice.

Caso a função seja escrita na forma de onda progressiva 𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑦(𝑥 − 𝑣𝑡) ou


caso seja colocada na equação de onda, temos que:

𝑘
𝑣= = 𝜆𝑓
𝜔

Exercício de Fixação 3 – Onda Harmônica


P3 – 2016

A função abaixo que descreve uma onda transversal se propagando no sentido


negativo do eixo x com amplitude 0,003 m, frequência 5 Hz e velocidade 300 m/s
é (para x e y em metros e t em segundos):

Escolha uma alternativa:

-
A. 𝑦(𝑥, 𝑡) = 0, 003 𝑐𝑜𝑠 𝑥 − 5𝑡
kl

a
B. 𝑦(𝑥, 𝑡) = 0, 003 𝑐𝑜𝑠 𝑥 − 10𝜋𝑡
[l
a
C. 𝑦(𝑥, 𝑡) = 0, 0015 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 10𝜋𝑡
[l
a
D. 𝑦(𝑥, 𝑡) = 0, 003 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 10𝜋𝑡
[l
a
E. 𝑦(𝑥, 𝑡) = 0, 006 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 10𝜋𝑡
[l

6. Cordas vibrantes

Até agora, o que vimos foram modelos matemáticos para descrever as


ondas. Agora iremos ver um modelo físico, de fato. É ele a corda vibrante.
É possível calcular a velocidade de propagação de uma onda em uma corda
de densidade linear 𝜇 e tracionada de uma força 𝑇. Pela fórmula de Taylor:

𝑇
𝑣=
𝜇

Exercício de Fixação 4 – Velocidade em uma Corda Vibrante


P1 – 2014 e P1 – 2015 (Teste e item de discursiva, respectivamente)

Uma corda de densidade linear de massa µ = 50 g.cm−1 é esticada sob uma


tensão de 500 N. A corda tem 20 m de comprimento e, simultaneamente, a partir
de cada uma das extremidades, introduzem-se oscilações de frequências iguais a
f = 5, 25 Hz, e de mesma amplitude y = 0,5 cm. Depois de quantos segundos as
frentes de onda se encontram?

Escolha uma alternativa:

A. 2 s B. 0,1 s C. 20 s D. 1 s E. 5 s

Exercício de Fixação 5 – Velocidade em uma Corda Vibrante


P1 – 2014

A tensão num fio preso em ambos os extremos é duplicada sem que haja qualquer
mudança considerável em seu comprimento. Qual é a razão entre as velocidades
das ondas transversais nesse fio, antes e depois do aumento da tensão?

A.1/21/2
B. 21/2
C.22
D. 1/2
E. 2

Outra grandeza Física importante na onda progressiva da corda é a potência


(energia por unidade de tempo). A potência instantânea é dada por:

𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝑃 𝑥, 𝑡 = −𝑇 .
𝜕𝑥 𝜕𝑡

Em geral, pede-se a potência média (também chamada de intensidade) da


corda. Para isso, considera-se onda harmônica.
𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝐴 cos (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝜑)
Assim:

𝑃 𝑥, 𝑡 = 𝜔𝑘𝑇𝐴0 sin²(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝜑)

Lembrando que a média de sin²(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝜑) é 1/2, que 𝑇 = 𝜇𝑣² e que


𝑘 = 𝜔/𝑣, temos:

10

1
𝐼 = 𝑃 𝑥, 𝑡 = 𝜇𝑣𝜔²𝐴²
2

Destacando o fato de que é proporcional à amplitude ao quadrado.

Exercício de Fixação 6 – Corda Vibrante


P3 – 2006 (adaptada)

Uma corda uniforme, de 20 m de comprimento e massa de 2 kg, está esticada sob


uma tensão de 10 N. Faz-se oscilar transversalmente uma extremidade da corda,
com amplitude de 3 cm e frequência de 5 oscilações por segundo. O
deslocamento inicial da extremidade é de 1,5 cm para cima.

a. Ache a velocidade de propagação v e o comprimento de onda λ da onda


progressiva gerada na corda.
b. Escreva, como função do tempo, o deslocamento transversal y de um ponto da
corda situado à distância x da extremidade que se faz oscilar, após ser atingido
pela onda e antes que ela chegue à outra extremidade.
c. Calcule a intensidade I da onda progressiva gerada a partir da potência
instantânea.

Exercício de Fixação 7 – Corda Vibrante


P1 – 2014

Um pulso, se movendo em uma corda esticada com tensão T, é descrito pela


função de onda:

𝑏[
𝑦 𝑥, 𝑡 = 0
𝑏 + (2𝑥 − 𝑢𝑡)²

11

a. Faça um gráfico de y(x, 0)/b como função de x/b


b. Qual é o valor da magnitude da velocidade de propagação do pulso e sua
direção?
c. Calcule a velocidade transversa de um dado ponto x da corda num instante t
d. Determine a potência instantânea P(x,t) associada a esse pulso e mostre que
ela é sempre maior ou igual a zero.

7. Fórmulas de Prostaférese

Apesar do nome (que eu só descobri, inclusive, escrevendo esse resumo),


não são fórmulas assustadoras. É a transformação de soma para produto em
senos e cossenos. São elas:

𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
sin(𝑝) + sin(𝑞) = 2 sin cos
2 2

𝑝−𝑞 𝑝+𝑞
sin(𝑝) − sin(𝑞) = 2 sin cos
2 2

𝒑−𝒒 𝒑+𝒒
𝐜𝐨𝐬(𝒑) + 𝐜𝐨𝐬(𝒒) = 𝟐 𝐜𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐬
𝟐 𝟐

𝑝−𝑞 𝑝+𝑞
cos(𝑝) − cos(𝑞) = −2 sin sin
2 2

A mais importante está destacada. No apêndice, há a demonstração dessa


fórmula destacada, que não é difícil.

8. Fenômenos de superposição

12

Antes de tudo, o princípio da superposição. Se você tiver duas funções f(x,t)


e g(x,t) que são soluções da equação de onda, a combinação linear entre elas
também será:

ℎ 𝑥, 𝑡 = 𝐴 𝑓 𝑥, 𝑡 + 𝐵 𝑔 𝑥, 𝑡

Em suma, isso implica que h(x,t) é uma possível onda no modelo adotado.
A partir disso, é possível obter o equacionamento de diversos fenômenos
ondulatórios importantes, vindos de superposições. Eles são obtidos da forma:
𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑦- 𝑥, 𝑡 + 𝑦0 (𝑥, 𝑡)

Exercício de Fixação 8 – Princípio da Superposição


P1 – 2014 e P1 – 2015 (com respostas brevemente diferentes)

Duas ondas descritas pelas equações:

𝑦- 𝑥, 𝑡 = 1, 0 𝑐𝑜𝑠 2, 0𝑥 − 3, 0𝑡
𝜋
𝑦0 𝑥, 𝑡 = 1, 0 𝑐𝑜𝑠 2, 0𝑥 − 3, 0𝑡 −
3

(x,y em centímetros) propagam-se em uma corda vibrante. A amplitude da onda


resultade é:
Escolha uma alternativa:

A. 2cos(π/6).
B. cos(π/6).
C. 2cos(π/3).
D. 4cos(π/3).

13

• Interferência (ondas com sentido e frequência iguais e com


fases diferentes)

No exercício de fixação anterior, o fenômeno em questão era o de


interferência, em que as ondas eram de mesma natureza, possuíam mesmo
sentido de propagação, frequência, porém fases diferentes. Assim:

𝑦- 𝑥, 𝑡 = 𝐴- cos(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝛿- )

𝑦0 𝑥, 𝑡 = 𝐴0 cos(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝛿0 )

Pelo princípio da superposição, para obter o y(x,t) resultante do fenômeno,


bastaria somar as equações y1(x,t) e y2(x,t). No entanto, o que nos interessa nesse
fenômeno é a amplitude resultante. No exercício de fixação 8, a interferência era
entre duas ondas de mesma amplitude, porém não precisavam ser.
Para calcular a amplitude resultante, usa-se vetores girantes. A ideia é que
se trabalhe com a função cosseno como a projeção horizontal desses vetores
girantes. Dessa forma, a amplitude resultante (A) virá da soma vetorial:

14

Pela lei dos cossenos:

𝐴0 = 𝐴-0 + 𝐴00 + 2𝐴- 𝐴0 cos(𝛿-0 )

Sendo 𝛿-0 = 𝛿0 − 𝛿- (a ordem não importa, pois cosseno é função par).


Lembra da fórmula da Intensidade? Lembra que ela era proporcional à
amplitude ao quadrado? Dessa forma, dá para escrever essa mesma fórmula em
função das intensidades:
𝐼 = 𝐼- + 𝐼0 + 2 𝐼- 𝐼0 cos(𝛿-0 )
Caso o exercício ainda peça a função da onda resultante, deve-se lembrar do
princípio da superposição (𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑦- 𝑥, 𝑡 + 𝑦0 (𝑥, 𝑡)):

𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝐴- cos 𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝛿- + 𝐴0 cos(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝛿0 )

Podendo ser escrita como:


𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝐴 cos(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + ∅)

15

Com A dado pela fórmula da Lei dos Cossenos acima e ∅ dado pela
geometria dos fasores ilustrados (no caso o ângulo entre o vetor roxo e o eixo x):

𝐴- sin(𝛿- ) + 𝐴0 sin 𝛿0
∅ = arctan
𝐴- cos 𝛿- + 𝐴0 cos 𝛿0
Ou então:

∅ = 𝛿- + 𝛽
e:
𝐴0
sin 𝛽 = sin 𝛿-0
𝐴

Sendo que essa última expressão é obtida pela Lei dos Senos.

Exercício de fixação 9 – Interferência


P3 – 2016

Duas ondas transversais de mesma frequência angular ω = 10rad/s produzidas em


um fio cuja densidade linear de massa é 10 g/m e está sujeito a uma tensão de
100N. Sabendo-se que as equações das ondas produzidas no fio têm a seguinte
forma:

𝑦- = 𝑎 𝑐𝑜𝑠(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡)
𝑦0 = 𝑏 𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡)

onde: a = 3cm e b = 4cm Pede-se calcular:


a. A equação da onda resultante.
b. A intensidade resultante.

16

c. Mantendo fixa a fase da segunda onda, determine uma nova fase para a
primeira onda de modo que a amplitude da onda resultante aumente em 40%,
em relação à intensidade do item b)

• Batimento (sentido e amplitudes iguais e frequência levemente


diferentes)

No caso de batimento, teremos ondas com equações:

𝑦- 𝑥, 𝑡 = 𝐴 cos (𝑘- 𝑥 − 𝜔- 𝑡)
𝑦0 𝑥, 𝑡 = 𝐴 cos (𝑘0 𝑥 − 𝜔0 𝑡)

Pelo princípio da superposição, a onda resultante terá equação:

𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝐴 cos 𝑘- 𝑥 − 𝜔- 𝑡 + cos 𝑘0 𝑥 − 𝜔0 𝑡

Usando Prostaférese:

∆𝑘 ∆𝜔
𝑦 𝑥, 𝑡 = 2𝐴 cos 𝑥− 𝑡 cos( 𝑘𝑥 − 𝜔𝑡)
2 2

O caso mais interessante é quando ∆𝜔 ≪ 𝜔. A interpretação seria de uma


onda com amplitude lentamente variável, que nesse caso seria:
∆J ∆M
𝑎 𝑡 = 2𝐴 cos 𝑥− 𝑡 .
0 0
Esta amplitude seria a onda moduladora, enquanto a outra seria a onda
portadora, como a figura abaixo.

17

Supondo que fosse onda sonora. Nesse caso, você ouviria um som que
aumentaria e diminuiria de intensidade conforme o tempo passa. A frequência
entre dois máximos ou dois mínimos desse som é chamado de frequência de
batimento. Ela é calculada como:

𝑓„…N = 𝑓0 − 𝑓-

Isso vem da própria equação da amplitude em função do tempo e de que


𝑓 = 𝜔/2𝜋. Só é preciso observar que em uma oscilação da função cosseno,
ocorrem dois pontos de máximo, sendo necessário multiplicar por 2.

Exercício de fixação 10 – Batimentos


P1 – 2015 (corrigida)

Duas ondas com a mesma amplitude A=0,20 m mas com frequências


diferentes, iguais a 1000 e 1010 Hz, respectivamente, caminham na mesma
direção e sentido a 10 m/s. A frequência da onda envoltória é dada por:
Escolha uma alternativa:

A. 5, 0 Hz.

18

B. 2, 0 Hz.
C. 10, 0 Hz.
D. 1005, 0 Hz

• Ondas Estacionárias (tudo igual menos os sentidos)

Assunto preferido das discursivas de provas (e às vezes rende alguns testes).


Seu equacionamento é do tipo:

𝑦- 𝑥, 𝑡 = 𝐴 cos (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝛿- )

𝑦0 𝑥, 𝑡 = 𝐴 cos (𝑘𝑥 + 𝜔𝑡 + 𝛿0 )

Dessa forma, pelo princípio da superposição:

𝑦 𝑥, 𝑡 = 𝑦- 𝑥, 𝑡 + 𝑦0 (𝑥, 𝑡)

Usando Prostaférese:

𝑦 𝑥, 𝑡 = 2𝐴 cos 𝑘𝑥 + 𝛼 cos(𝜔𝑡 + 𝛽)

(‡ˆ ‰‡O ) (‡O L‡ˆ )


Com 𝛼 = e𝛽 = .
0 0

Os pontos mais importantes são os valores dos quais cos 𝑘𝑥 + 𝛼 podem


assumir. Há pontos em que ele é 0, independente do tempo, sendo chamados de
nós ou nodos. Dessa forma, as ondas estacionárias não são ondas progressivas.
Há outros em que essa equação é 1 ou -1, sendo chamados de ventres, antinós ou
antinodos.

19

Nesse caso discutido, desconsideramos o tamanho da corda. Iremos supor


que suas extremidades são fixas, formando nodos. Essa onda estacionária terá
modos normais de oscilação, nos quais terá outros nós internos ou somente um
ventre (sendo este o modo fundamental de vibração).

Cada número inteiro representa um modo normal de vibração, que coincide com
o número de ventres presente na onda estacionária em questão. A distância entre
2 nós seguidos é 𝜆/2. Então supondo que uma corda esteja em seu n-ésimo modo
de vibração e tenha comprimento L, pode-se afirmar que:

𝑛𝜆
𝐿=
2

20

Lembrando que 𝑣 = 𝜆𝑓, temos que a frequência de oscilação é:

𝑛𝑣
𝑓=
2𝐿

E se ainda usarmos a fórmula de Taylor para a velocidade:

𝑛 𝑇
𝑓=
2𝐿 𝜇
Sendo então as frequências em seus modos fundamentais. Uma
interpretação física seria o violão, em que a densidade das cordas e a tração são
variados para afinar o instrumento.

Exercício de fixação 11 – Onda Estacionária


P1 – 2015

21

A figura representa uma onda estacionária que oscila em uma corda com
frequência fo. Quantos antinodos (ventres) haverá se a frequência for dobrada
para 2 fo?

Escolha uma alternativa:

A. 8
B. 16
C. 6
D. 2

Exercício de fixação 12 – Ondas Estacionárias


P3 – 2016

Uma corda de violino com 30 cm de comprimento vibra no seu segundo modo


normal de vibração quando é colocada próxima a uma fonte sonora que emite um
som com frequência igual a 440 Hz. Suponha que a corda do violino em repouso
coincide com o eixo Ox.

a. Qual a frequência f2 da onda estacionária observada? Justifique a sua resposta.


b. Determine a partir da expressão geral da onda estacionária
𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝐴 cos (𝑘𝑥 + 𝛽- ) 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝛽0 )
o comprimento de onda das ondas progressivas que produziram a onda
estacionária observada.
c. Determine a velocidade v da onda progressiva que produziu a onda
estacionária observada.

22

d. Determine a localização ao longo do eixo Ox dos pontos da corda onde estão


os ventres ou antinós.
e. Sabendo que o movimento de um ponto da corda que dista 7,5 cm da
extremidade direita da corda do violino (origem do eixo Ox) é dada por y(0,075 m,
t) = 0, 002 m cos(2π f2t), obtenha a função que descreve a onda estacionária na
corda.
• Reflexão

Extremidade fixa Extremidade móvel

• Refração (ou transmissão)

Há também o fenômeno da refração, que ocorre quando o pulso encontra uma


descontinuidade na corda (passar de uma corda mais densa para menos densa,
por exemplo). A velocidade e comprimento de onda do pulso irá mudar, mas a
frequência se manterá constante. Além da transmissão, há a reflexão junto,
ocorrendo sob a seguinte regra:

23

Exercícios Parte 1
1- Cordas Vibrantes
P3 – 2016

Uma onda progressiva transversal está se propagando numa corda infinita


esticada. Escolhemos como eixo Ox a extensão da corda quando em repouso e o
sentido da progressão como positivo. Seja Oy a direção da vibração da corda. São
dadas a velocidade de propagação da onda, v = 1, 0 m/s, e a densidade linear de
massa da corda, µ = 1, 0 g/cm. No instante t = 0, a forma da onda é dada por y(x) =
A cos(kx), onde k = π m−1 , A = 1, 0 mm.

a. Determine o comprimento de onda λ dessa onda e faça um esboço dessa onda


para –λ/2 ≤ x ≤ +λ/2 em t = 0, indicando as escalas escolhidas no eixo Ox e no eixo
Oy.
b. Determine o período T dessa onda e ache a expressão matemática do
deslocamento transversal da corda em função de (x, t).
c. Determine a magnitude da tensão F na corda.
d. Calcule a partir da potência instantânea (em Watts) a potência média, em um
período, transportada pela onda.

24

2- Cordas Vibrantes e ondas estacionárias


P1 – 2015 (item a original já feito)

Uma corda de densidade linear de massa µ=50 g/cm é esticada sob uma tensão
de 500 N. A corda tem 20 m de comprimento e, simultaneamente, a partir de cada
uma das extremidades, introduzem-se oscilações harmônicas de frequências
iguais f = 5, 25 Hz, de mesma amplitude ym = 0, 5 cm e de fases opostas.

a. Escreva a equação da onda y(x, t).


b. Escreva a equação para a elongação y(t) para um ponto no meio do fio.
c. Considerando um tempo suficientemente longo, comparado com o tempo para
a onda percorrer toda a corda, quantos nós terá a onda estacionária?

3- Cordas Vibrantes
P1 – 2015

Uma corda esticada está amarrada a uma parede distante. Uma demonstradora
movimenta sua mão para criar um pulso se propagando em direção à parede (veja
diagrama). A demonstradora quer produzir um pulso que leve um tempo maior
para atingir a parede.

Qual das ações devem ser feitas por ela para produzir esse resultado:

Escolha uma alternativa:


A. Usar uma corda mais pesada, de mesmo comprimento, sob a mesma tensão.

25

B. Usar uma corda de mesma densidade, mas aumentar a tensão.


C. Movimentar sua mão a uma distância maior, para cima e para baixo com a
mesma quantidade de tempo.
D. Nenhuma das ações acima irá causar o efeito desejado.

Gabarito Parte 1:
1.
a. 𝜆 = 2 𝑚 aO
d. 10L• 𝑊
0

2.
a.
𝑦- 𝑥, 𝑡 = 5.10L[ cos(1,05πx − 10,5πt)
𝑦0 𝑥, 𝑡 = 5.10L[ cos(1,05πx + 10,5πt)
b. 𝑇 = 2,0 𝑠 b. y(10,t) = 0
𝑦 𝑥, 𝑡 = cos 𝜋𝑥 − 𝜋𝑡 𝑚𝑚 c. 21
c. 𝐹 = 0,1 𝑁
3. Alternativa A

26

9. Ondas sonoras

Até agora nosso modelo físico foi pulsos emitidos em uma corda vibrante.
Agora falaremos de uma onda muito presente em nosso cotidiano: o som.
O som é uma onda mecânica (isto é, só se propaga em um meio material)
longitudinal (com vibração paralela à propagação). Está associado à compressão
e rarefação de pressão em determinados pontos. Um modelo associado à ondas
transversais é mostrado abaixo:

10. Relação entre Pressão, Densidade e Deslocamento.

Inicialmente, define-se o módulo de elasticidade volumétrico (B):

∆𝑃 𝜕𝑃
𝐵=𝜌 ≈ 𝜌l
∆𝜌 𝜕𝜌 l

sendo 𝜌 a densidade e P a pressão, com suas respectivas variações. Como iremos


lidar com pequenas variações, podemos aproximar essa variação para a derivada
“”
parcial calculada no equilíbrio, isto é, no ar parado.
“• l

A relação entre a densidade e o deslocamento 𝑢(𝑥, 𝑡) é dada por:


𝜕𝑢
∆𝜌 = −𝜌l
𝜕𝑥
E a relação entre a pressão e o deslocamento, é dado pelo módulo de
elasticidade:

𝐵 𝜕𝑢
∆𝑃 = ∆𝜌 ≈ −𝐵
𝜌 𝜕𝑥

É possível relacionar a Segunda Lei de Newton com a equação da onda para


obter a velocidade do som no ar, sendo ela:

𝜕𝑝 𝛾𝑅𝑇
𝑣– = =
𝜕𝜌 l
𝑀

E na água:

𝐵
𝑣– =
𝜌l

Exercício de fixação 13 – Relação pressão/densidade/deslocamento


P1 – 2014

Se as funções de onda de pressão, densidade e deslocamento de uma onda


sonora unidimensional são, respectivamente, p(x, t), ρ(x, t) e u(x, t), podemos
dizer que:

Escolha uma alternativa:

A. ρ(x, t) e p(x, t) estão sempre em quadratura (defasagem de π/2).


B. p(x, t) e u(x, t) interferem de maneira destrutiva.
C. as três funções estão sempre em fase.
D. ρ(x, t) e p(x, t) estão sempre em fase.
E. p(x, t) e u(x, t) estão sempre em fase.

11. Intensidade de Ondas Sonoras Harmônicas

Nesse caso, a definição de intensidade é energia por tempo e área. Ela pode
ser calculada em termos do pico de pressão (nas áreas de compressão) ou
amplitude de pressão (℘), dada por:

℘0
𝐼=
2𝜌l 𝑣–

Existe uma escala logarítmica para a intensidade, usada para relacionar a


intensidade ao volume ouvido pelo ser humano (que segue essa escala). O nível
sonoro é definido como:

𝐼
𝑁 = 10 log (𝑑𝐵)
𝐼l

Sendo medido em decibéis e 𝐼l = 10L-0 . É importante notar que, por se


tratar de escala logarítmica, não se deve somar os níveis sonoros quando se tem
mais de uma fonte, por exemplo. As intensidades podem ser somadas, o nível não.

Exercício de fixação 14 – Nível Sonoro


OBF – 2014

Uma reclamação constante de moradores próximos a usinas eólicas tem sido o


nível de ruídos de baixa frequência causados pelas turbinas principalmente em
áreas onde outros tipos de ruídos estão ausentes. Um fabricante de turbinas
eólicas garante que a uma distância de 300 m uma de suas grandes turbinas gera
menos de 50 dB, comparando esse nível de ruído com o ruído produzido por um
ar condicionado ou por um refrigerador. Qual é o nível de ruído quando uma
segunda turbina dessas for instalada? Suponha que as residências estejam
aproximadamente equidistantes às duas turbinas. (log 2 = 0,3)
Escolha uma alternativa:
A. 100 dB B. 87 dB C. 65 dB D. 56 dB E. 53 dB

12. Características do Som e fenômenos:


Abaixo, algumas características que definem o som:

Altura: É o quão grave/agudo o som é. É definida pela frequência


Timbre: É o que diferencia o som do piano e do violão, por exemplo. É definido
pelo formato da onda (que nem sempre é harmônica)

Daqui, alguns fenômenos sonoros:

Ressonância: É o caso em que um sistema físico recebe uma onda que possui
mesma frequência que a sua frequência natural de vibração. Nesse caso, ocorre
intensa absorção energética, podendo ser destrutiva, por exemplo as mulheres
da ópera que quebram taças de vinho usando a ressonância da voz com a
frequência natural do copo.

Difração: será mais interessante em física 4. É um fenômeno que consiste na onda


passando por um obstáculo (em especial, fendas com tamanhos menores do que
o comprimento de onda). O som é uma onda muito difratável pois possui
comprimento de onda na ordem de metros. Por isso é possível ouvir alguém do
outro lado do muro. Abaixo, uma imagem que ilustra a difração não ocorrendo,
pois a fenda é grande, e do outro ela ocorrendo com uma fenda menor:

Interferência: É o mesmo fenômeno estudado em ondas. Caso as fontes sonoras


estejam em fase, se a diferença de caminho percorrido entre as duas ondas forem
proporcionais a 𝜆, a interferência é construtiva, caso seja proporcional a 𝜆/2
(exceto os proporcionais a 𝜆), a interferência será destrutiva.
O cálculo da amplitude é parecido com o anterior:

A0 = A0- + A00 + 2A- A0 cos ∆ϕ

Só que ∆ϕ é a diferença de fase, calculada como:


∆ϕ = ∆𝑟 + 𝛿
λ

Sendo 𝛿 a diferença de fase inicial entre as duas ondas.

Exercício de fixação 15 – Difração


P1 – 2015

Uma frente de ondas planas atinge uma barreira com uma pequena abertura (de
dimensões muito menores que o comprimento de onda). O formato da frente de
ondas do outro lado da barreira pode ser descrito como:

Escolha uma alternativa:


A. Frente de ondas circulares (Alternativa (b))
B. Frente de ondas planas (Alternativa (a))
C. Frente de ondas sinusoidal (Alternativa (c))
D. Propagação retilínea (Alternativa (d))

13. Tubos sonoros


A ideia dos tubos é a seguinte: se a extremidade estiver aberta, ela será um
ponto de antinodo (ou ventre) de deslocamento, pois a pressão é constante nesse
ponto, sendo ponto de nodo de pressão, e se estiver fechada será um ponto de
nodo de deslocamento e antinodo de pressão. Iremos trabalhar com a ideia do
deslocamento.
A partir dessa ideia, também será trabalhado com modos normais de
vibração, pois as condições de contorno só caracterizam as extremidades. No

caso de tubos abertos nas extremidades com onda vibrando em sua n-ésimo
modo de vibração, a relação entre o comprimento de onda e o tamanho do tubo
é 𝐿 = 𝑛𝜆/2:

Os 3 primeiros modos normais de vibração

Caso seja tubo sonoro fechado em uma extremidade com o som vibrando
em seu n-ésimo modo normal de vibração, a relação é 𝐿 = 𝑛𝜆/4, só que será
trabalhado apenas com n ímpares:

Os 3 primeiros modos normais de vibração.

Exercício de Fixação 16 – Tubos Sonoros e Batimentos


P3 – 2016

Dois tubos de um órgão de tubos possuem comprimentos de 85 cm e 80 cm,


respectivamente. Ambos os tubos são abertos nas duas extremidades. Se ambos
os tubos ressonarem em seus modos fundamentais, qual é o número de
batimentos (máximos de intensidade sonora) por segundo que uma pessoa nas
proximidades dos tubos ouviria?

Escolha uma alternativa:

A. 12 Hz
B. 12,5 Hz
C. 5 Hz
D. 24 Hz
E. 25 Hz

14. Fenômenos com Movimento Relativo

Efeito Doppler (v < vs):

O Efeito Doppler já é conhecido. É um fenômeno no qual a frequência muda


devido ao movimento relativo entre fonte e ouvinte (ou observador). Essa
frequência pode ser calculada como:

𝑓 𝑓¡
=
𝑣– ± 𝑣 𝑣– ± 𝑣¡

Sendo fo a frequência ouvida pelo observador, ff a frequência original


emitida pela fonte sonora, vs a velocidade do som, vo a velocidade do observador
e vf a velocidade da fonte.
Os sinais da velocidade são referentes ao referencial Doppler, no qual o
sentido positivo é dado do observador para a fonte:

A velocidade do som dado pelos enunciados é com o ar parado. Caso haja a


presença de vento, deve-se assumir que o vento “Arrasta” o som. Nesse caso, usa-
se a velocidade aparente do som (𝑣–+ ), dado pela seguinte regra prática (considere
u como a velocidade do vento):

o Som e vento com o mesmo sentido:

𝑣–+ = 𝑣– + 𝑢
o Som e vento com sentidos opostos:
𝑣–+ = 𝑣– − 𝑢

Caso haja a presença de Anteparo que reflete o som, deve-se considerar que
ele reflete o som com a mesma frequência que ele recebe (ou seja, a frequência
do Efeito Doppler, não a da fonte).
Cuidado: caso o exercício peça a frequência percebida da reflexão, o anteparo
vira a nova fonte, invertendo o referencial Doppler.

Exercício de Fixação 17 – Efeito Doppler


P1 – 2014

Considere as seguintes situações:

10

(i) uma fonte em repouso emite ondas sonoras com frequência ν0 e um


observador se aproxima da fonte com velocidade v1 (v1 > 0).
(ii) a mesma fonte, emitindo com a mesma frequência, movimenta-se com v1 na
direção de um observador em repouso.
Logo, se as frequências medidas pelo observador nos casos (i) e (ii) são ν1 e ν2
respectivamente, é correto afirmar que:

A. ν1 < ν2
B. ν1 = ν2
C. ν2 < ν1
D. falta informação para responder a questão

Exercício de Fixação 18 – Efeito Doppler


OBF – 2011 (3a fase – Adaptado)

Ana Beatriz está sentada próxima à janela aberta de um trem movendo-se à


velocidade v para o norte. Seu tio está parado perto dos trilhos vendo o trem se
afastar. O apito da locomotiva vibra com frequência f0 e a velocidade do som no
ar vale s.
a. Se o ar estiver parado, quais são as frequências ouvidas pelo tio e por Ana, em
função de v, f0 e s?
b. Se um vento constante e uniforme soprar à velocidade u para norte, quais serão
as frequências ouvidas pelo tio e por Ana, em função de v, f0 , s e u?
c. Se o trem realizasse um movimento circular ao redor do tio, que se encontraria
no centro dessa circunferência, qual seria a razão entre a frequência ouvida pelo
tio e ouvida pela Ana? Considere o ar parado.

11

Exercício de Fixação 19 – Efeito Doppler


P3 – 2011

Uma fonte de som emite na frequência de 210 Hz. A fonte de som se move com
velocidade de 85 m/s em direção a um anteparo estacionário. (velocidade do som
no ar em repouso: 340 m/s).

a. Encontre a frequência do som que chega ao anteparo.


b. Encontre o comprimento de onda do som no ar.
c. Se a fonte estivesse em repouso e o anteparo se movesse em direção à fonte
com velocidade de 85 m/s, qual seria a frequência do som captado pela fonte após
a reflexão no anteparo? Justifique.

Cone de Mach (v > vs):

Nesse caso a velocidade é supersônica, isto é, maior do que a velocidade do


som. Por causa disso, há a formação de um cone:

O ângulo 𝜑 indicado na figura é o ângulo de abertura do Cone, e pode ser


calculado como:

12

𝑣–
sin 𝜑 =
𝑉
Sendo V a velocidade da fonte sonora supersônica. Em geral, a unidade
usada para esse problema é a Mach, que é a velocidade dividida pela velocidade
do som. Ou seja, se o avião estiver em Mach 7, significa que a velocidade dele é 7
vezes a velocidade do som, por exemplo.

Exercício de Fixação 20 – Cone de Mach


P3 – 2011

Um avião a jato, voa horizontalmente, em Mach 2 (2x a velocidade do som), a uma


altitude de 5000 m. A que distância de um observador em terra, o avião estará,
quando a onda de choque atingir este observador?

13

Exercícios Parte 2

1. Tubos Sonoros
P1 – 2014

A figura mostra uma “flauta” simplificada, com a extremidade D aberta. Há


também uma abertura grande em A (próxima ao bocal) e dois orifícios em B e C,
tais que AB = BD e BC = CD. Sabe-se também que AD = 34 cm e que a velocidade
do som é v = 340 m/s.

Qual a frequência que se espera ouvir ao soprar a flauta com o dedo tapando B?
Escolha uma alternativa:

A. 20 Hz. B. 2,5 kHz C. 2 kHz D. 500 Hz


E. não há como excitar uma onda no tubo, já que A e D estão à mesma pressão
externa

2. Intensidade Sonora
P1 – 2015

O limiar de audibilidade de uma onda sonora para uma frequência ν = 103 [1/s] é
dado por I0 = 10−12 W/m2 e o limiar de sensação dolorosa para a mesma frequência
é Im = 1W/m2, onde I é a intensidade da onda sonora. Suponha que um alto-falante
produza uma onda sonora de 100 W de potência com frequência ν = 103 [1/s] e que
esta onda se propaga de forma esférica e uniforme em todas as direções. Logo, se

14

uma pessoa quer ouvir o alto-falante sem ter sensação de dor deverá estar
localizada a qual distância com relação à fonte:

A. entre 10 m e 100 m.
B. entre 1 m e 1000 m.
C. entre 0 m e 2 m.
D. entre 1 m e 3 m

O enunciado abaixo se refere às questões 3, 4 e 5.

Um trem com velocidade constante dada por vT = 85 m/s passa por uma
plataforma. A pessoa 1 está parada na plataforma e a pessoa 2 está parada no
vagão do trem. Os alto-falantes A e B estão acoplados no vagão do trem e quando
estão ligados emitem som com a mesma frequência dada por f = 1500 Hz. Esta
configuração pode ser observada na figura abaixo. Considere a velocidade do
som sendo v = 340 m/s.

3. Efeito Doppler
P1 – 2014

Se o alto-falante A estiver ligado e o alto-falante B estiver desligado, qual será a


frequência do som observado pela pessoa 1 e pela pessoa 2, respectivamente?
Escolha uma alternativa:

15

A. 2000 e 1200 Hz B. 2000 e 1500 Hz C. 2250 e 1500 Hz D. 1500 e 1500 Hz


E. 2250 e 1200 Hz

4. Efeito Doppler
P1 – 2014

Se o alto-falante A estiver desligado e o alto-falante B estiver ligado, qual será a


frequência do som observado pela pessoa 1 e pela pessoa 2, respectivamente?

Escolha uma alternativa:

A. 1000 e 1500 Hz B. 1350 e 1200 Hz C. 1500 e 1350 Hz D. 1200 e 1500 Hz


E. 1700 e 1100 Hz

Se os alto-falantes A e B estiverem ligados, qual será a frequência de batimento


do som observado pela pessoa 1 e pela pessoa 2, respectivamente?

Escolha uma alternativa:

A. 400 e 800 Hz B. 0 e 800 Hz C. 400 e 0 Hz D. 800 e 0 Hz


E. 400 e 400 Hz

Gabarito Parte 2:

1. Alternativa D 2. Alternativa A 3. Alternativa B 4. Alternativa D

5. Alternativa D

16

Gabarito dos exercícios de fixação:

1. Alternativa B
2. Alternativa C
3. Alternativa D
4. Alternativa D
5. Alternativa A
6.
a. 𝑣 = 10 𝑚/𝑠 e 𝜆 = 2,0 𝑚
a
b. 𝑦 𝑥, 𝑡 = 0,03 cos 𝜋𝑥 − 10𝜋𝑡 +
[
£a O
c. 𝐼 = 𝑊
0ll
7.
a.

¤
b. 𝑣 = no sentido positivo
0
c.
2𝑏 [ 2𝑥 − 𝑢𝑡 𝑢
𝑣X 𝑥, 𝑡 = 0
[𝑏 + 2𝑥 − 𝑢𝑡 0 ]²
d.

17

4𝑇𝑏 k 2𝑥 − 𝑢𝑡 𝑢
𝐼 𝑥, 𝑡 = 0 ≥0
𝑏 + 2𝑥 − 𝑢𝑡 0 §
8. Alternativa A
9.
K §
a. 𝑦 𝑥, 𝑡 = 5,0 cos − 10𝑡 − arctan
-l [
b. 𝐼 = 125×10L[ 𝑊
a
c. 𝜑- = −
0

10. Alternativa A
11. Alternativa A
12.
a. Ao vibrar em seu segundo modo normal, conclui-se que a frequência desse
modo coincide com a frequência da onda sonora. Logo a frequência de vibração
f2 da corda é igual a 440 Hz.
b. 𝜆 = 30 𝑐𝑚
c. 𝑣 = 132 𝑚𝑠 L-
ª [ª
d. 𝑥- = = 7, 5 𝑐𝑚, 𝑥0 = = 22, 5 𝑐𝑚
§ §
0l
e. 𝑦(𝑥, 𝑡) = 0, 002 𝑠𝑖𝑛 𝜋𝑥 𝑐𝑜𝑠(880𝜋𝑡)
[
13. Alternativa D
14. Alternativa E
15. Alternativa A
16. Alternativa B
17. Alternativa A
18.
a.

𝑓N¬ = 𝑓l e 𝑓®¯… = 𝑓l
–‰-
b.
–L¤
𝑓N¬ = 𝑓l e 𝑓®¯… = 𝑓l
–L¤‰-

18

c. 1

19.
a. 280 Hz
b. 1,21 m
c. 350 Hz
20. 10,0 km

15. Referência

Nussenzveig, H.M Curso de Física Básica 2, 5ª edição: São Paulo: Blucher 2014.

16. Apêndice
Demonstração Prostaférese:

É uma fórmula muito útil no princípio da superposição. Ela transforma


somas de senos e cossenos em produto. Para isso, usa-se soma de arcos
(I) cos 𝑎 + 𝑏 = cos 𝑎 cos 𝑏 − sen a cos(𝑏)
(II) cos 𝑎 − 𝑏 = cos 𝑎 cos 𝑏 + sen a cos(𝑏)
(I)+(II)

cos 𝑎 + 𝑏 + cos(𝑎 − 𝑏) = 2 cos 𝑎 cos 𝑏

Fazendo uma mudança de variável: 𝑝 = 𝑎 + 𝑏 e 𝑞 = 𝑎 − 𝑏

𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
cos 𝑝 + cos 𝑞 = 2 cos cos
2 2

A demonstração das outras fórmulas são equivalentes, só que com subtração e


algumas com soma de arco para seno.

19

Grandeza em ondas:

Comprimento de onda (𝜆)

Amplitude (𝐴)

Frequência: número de oscilações por unidade de tempo

20

Você também pode gostar