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BLUMENAU.
arte, cultura e as histórias de $ua genté (1850 -
1985) .
EDITH KORMANN'
b)

c)
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BLUMENAU
arte, cultura e as histórias de sua gente
(1850 - 1985)
EDITH KORMANN

981.642 Kormann, Edith
K84b Blumenau: arte, cultura e as histórias de sua gente
(1850-1985) / Edith Kormann. --
1. Blumenau-História 2. Cultura Blumenauense 3. Arte
Blumenauense I. Título 11. Série.
APOIO:
FUNDAÇÃO CATARINENSE DE CULTURA
Av. Rio Branco, 387 -4°,5° e 6° andar CEP
88015-201 - Florianópolis - SC
"Somente é feliz um povo que sabe perpetuar na posteridade as
tradições e os costumes recebidos dos seus antepassados!"
Pedro Calmon
Os colonizadores do Vale do Itajaí, além das esperanças de um
futuro melhor na pátria adotiva, trouxeram em sua bagagem o instinto
natural de associar-se, sua cultura e seus maravilhosos pendores
artísticos. Blumenau e todo o Vale do Itajaí cresceram embalados pelas
saudosas canções da pátria distante, pelas alegres peças teatrais, seu
folclore, poesias e cenas burlescas e ao sabor dos concertos dos conjuntos
musicais (bandinhas) que alegravam os eventos da Comunidade.
No decorrer do histórico é comum apareceram nomes alemães
alterados e também abrasileirados: Louis - Luiz - Luis; Karl - Carl -
Carlos; Wilhelm - Guilherme; Kurt - Curt; Hermann - Germano e muitos
outros, fato oriundo, geralmente, do envolvimento das' pessoas com
cargos públicos, e a nacionalização/Blumenau.
 SUMÁRIO
VOLUME I
Doutor Blumenau ......................................................................................... 13
Histórico de B1umenau ................................................................................ 31
- O Vale do Garcia ...................................................................................... 160
- O Grande Vale das Itoupavas ................................................................... 191
11 -O Vale da Velha ............................................................................................. 242
- O Vale do Testo e Outros ..........................................................................252
- Bom Retiro ............................................................................................... 261

Os Templos de Oração ................................................................................. 13

Os Nosocômios (Saúde Pública) .................................................................. 75
O Ensino em B1umenau ............................................................................. 100
- Colégio Franciscano Santo Antônio ......................................................... 115
- Coqjunto Educacional Pedro 11 ............................................................... 133
- Colégio das Innãs da Divina Providência ................................................. 153
- SENAI ...................................................................................................... 159
- SEN AC ................................................................................................... 161
- Pontinho Estudantil .................................................................................. 162
- Cursos "Dr. B1umenau" ........................................................................... 163
- Festas Escolares ....................................................................................... 165
- Festa das Crianças .................................................................................... 171
- Escotislno ................................................................................................. 175
Navegação Fluvial. ..................................................................................... 176
- Estrada de Ferro Santa Catarina ............................................................... 190
- A Tenacidade dos Construtores das Rodovias ......................................... 205
- Aviação e o Aero Clube de Blumenau ..................................................... 211

Literatura
Teatro
- S.D.M. Carlos Gomes. Balé. Clube. Gennânia
- Canto
f)
g)
Sociedade de Canto Gennânia
Sociedade de Canto Liederkranz de Blumenau
Sociedade Recreativa e Cultural Lyra
Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí
-Música
"Musikkapellen" (bandas de música) O
Club Musical
Sociedade Musical Lyra de Blumenau
Conservatório de Música "Curt Hering"
- Os Italianos no Canto, Música e Teatro

Artes Plásticas
- Artesanato
- Fotografia
- Cinema
Folclore
- Os nossos Indígenas
- As Cartas dos Imigrantes (Filatelia)
- As Edificaçôes no Contexto Histórico
- Centro Cultural "25 de Julho"
- Praça Governador "Hercílio Luz"
- Fundação Casa "Dr. Blumenau"
Esportes
- Tabajara Tênis Clube
- Skat
- Associação Ginástica Blumenau
- O Futebol
- Clube Náutico América
- Clube de Aviação sem Motor Blumenau
- Bela Vista "Country Club"
-SESC e SESI
Guarnições Militares -
Nacionalização
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 OS TEMPLOS DE ORAÇÃO
Enquanto a Colônia Blumenau carecia de locais apropriados para os
cultos religiosos, na localidade de Belchior, os colonos católicos, oriundos de
São Pedro de Alcântara, levantaram uma pequena capela na foz do ribeirão
Belchior, distante seis quilômetros do Garcia, local onde o Doutor Blumenau
instalou seus primeiros colonos. A capela de Belchior, desde 1759, era
visitada pelos curas, enquanto os vigários de Itajaí, mais tarde, subiam
periodicamente o rio ltajaí-Açu para atender os moradores nas margens do
mesmo. Em 1850, no dia de São Pedro Apóstolo, foi inaugurada a capelinha
de Belchior - "construída de pau a pique, barreada, coberta de folhas de palmeira,
a que servia de sino um pedaço de velha serra de engenho "(1). Os colonos
católicos de ribeirão Itoupava e Ilhota a ela acorriam para as rezas e
nos domingos e dias de guarda o colono Schramm reunia os
moradores da vizinhança para o terço e a leitura do Evangelho. Os
colonos que dependiam de serviços de canoa eram transportados por
João Torto. Apesar da distância, os imigrantes católicos de Blumenau
iam a pé por picadas, enfrentando sérias dificuldades para freqüentar
a capelinha de Belchior. Até 1854, residiam em Blumenau somente
colonos evangélicos. Os primeiros católicos, quatro austríacos,
chegaram em 1854, e em 1857 o número de católicos não era
superior a quarenta e quatro, enquanto os evangélicos somavam 743.
Os evangélicos encontraram o rancho de madeira de sólida construção,
onde o Doutor Blumenau os reunia para os cultos dominicais. Com a chegada
do Professor Ferdinand Ostermann em 1852, este foi encarregado de realizar
os cultos no Barracão dos Imigrantes, onde o Doutor Blumenau preparou um
dos compartimentos que servia de escola e templo evangélico. Segundo
Relatório de 1853, do Doutor Blumenau "0 culto evangélico era celebrado de vez
em quando e nas grandes festas, pelo professor formado que se achava entre os
colonos".
Considerando ser a assistência espiritual, fundamental ao desen-
volvimento da Colônia, o Doutor Blumenau solicitou ao Governo Imperial a
contratação de um pastor evangélico e de um padre católico. Em 15 de abril de
1855, o Doutor Blumenau encarregou seu sobrinho Reinhold Gaertner de
contratar na Alemanha um pastor evangélico. O primeiro pastor evangélico
contratado, em 1856, não veio para Blumenau por contratempos familiares,
porém em 29 de julho de 1857, chegou à Colônia Blumenau o Pastor Rudolph
Oswald Hesse, que no dia 9 de
 agosto do mesmo ano, celebrou o primeiro culto evangélico no Barracão dos
Imigrantes que foi todo enfeitado sendo o salão transformado em templo e as
simples paredes de madeira cobertas com palmas e flores. O altar, erigido numa
das extremidades do salão, constou de uma mesa coberta com uma toalha de
linho branco, adornada com vasos de t10res e castiçais. O Pastor Hesse
comunicou aos presentes que no dia 23 de agosto, próximo culto, ministraria a
primeira Santa Ceia aos fiéis. Em 1858, foi construída a casa do Pastor para a
sua moradia e familiares, num terreno de 75.405 m2, doado pelo Doutor
Blumenau, no qual foi construída também uma pequena Igreja de madeira. No
dia 16 de fevereiro de 1862, foram elaborados e aprovados os primeiros
Estatutos da Comunidade Evangélica. No mesmo ano, a Comunidade recebeu
mais uma área de terras medindo 2.360.000 m2 no Ribeirão Fresco. Trinta anos
após o Doutor Blumenau ter doado para a Comunidade Evangélica essa área,
no dia 28 de junho de 1892, foi realizada a primeira audiência para a medição
otícial da área. O processo foi julgado no dia 31 de agosto de 1892, pelo
engenheiro Dr. Hercílio Pedro da Luz, Comissário de Terras e Colonização,
que constatou a área de 2.360.000 m2, num perímetro de 8.933,60 metros
correntes, tendo dispensado suas custas no processo.
Antes da chegada do Pastor Hesse, batismos e casamentos eram
realizados pelo próprio Doutor Blumenau, e a bênção religiosa era ministrada
na primeira oportunidade.
Em 1860, a Colônia Blumenau passou ao Governo Imperial e o Pastor
Hesse, que havia sido contratado pelo Doutor Blumenau, teve que juntar o seu
título de nomeação ou eleição para o cargo, a fim de obter o registro na
Secretaria da Presidência. Para atender às exigências o Doutor Blumenau
enviou ao Presidente da Província, carta vazada nos seguintes termos: "/lmo. e
Exmo. Sr. - Em respeitosa resposta ao aviso de V. Excia. de 7 de maio p.p., em
que determina que o Pastor da Colônia a meu cargo, Oswald Hesse, junte à sua
petição devolvida título de nomeação ou eleição para o seu cargo, a fim de ter
lugar o competente registro na Secretaria da Presidência, cumpre-me declarar
que não é possível ao mesmo Pastor satisfazer literalmente a esta ordem visto
que foi engajado e empregado por mim, como então empreendedor da Colônia
e para tal fim autorizado pelo Governo Imperial. Em seguida e com a própria
Colônia ele passou no ano de 1860 ao serviço imediato do mesmo Governo, em
que ainda se acha. E como eu não me julgava autorizado passar-lhe um título
formal de nomeação, passei-lhe a certidão que torno de juntar e que me parecia
satisjàzer aos fins que o respectivo Regulamento tem em mira, com o registro
dos títulos em questão. Deus
guarde a V. Excia. Colônia Blumenau, 22 de junho de 1864. - 11m 0. e Exmo. Sr.
Dr. Alexandre Rodrigues da Silva Chaves, D.D. Presidente da Província. (a) O
Diretor -Dr. Hermann Blumenau".
Nesse interim, o Padre Carlos Boegershausen, contratado pela So-
ciedade Colonizadora de Hamburgo, chegava à Colônia Dona Francisca (J
oinville), passando a visitar periodicamente a capela de Belchior. Por
interferência desse sacerdote, em 1858, chegou a Joinville, o Padre Alberto
Francisco Gattone que era amigo e colega do Padre Boegershausen, sendo
designado para servir na capela de Belchior. O padre Gattone morava na casa
de Nikolaus Deschamps e tratou logo de mudar a capelinha para o terreno
doado pelo Doutor Blumenau, providenciando também a criação da freguesia
que ocorreu no dia 25 de abril de 1861, com o nome de São Pedro Apóstolo,
permanecendo a divisão e distribuição de lotes urbanos e rurais demarcados
pelo Doutor Blumenau. O Padre Gattone tornou-se o primeiro Vigário da
freguesia de Gaspar e também de Brusque.
Na época, os sacerdotes recebiam gratificações por serviços prestados
nas Colônias e para atender reivindicações do Padre Gattone e do Pastor Hesse,
o Doutor Blumenau enviou carta ao Presidente da Província nos seguintes
tennos: - "11m 0. e Exm 0. Sr. - O Padre Alberto Gattone, como também o Pastor
Oswald Hesse, que ambos ministram o pasto espiritual na Colônia a meu
cargo, me pediram com urgência que solicitasse a V. Excia. autorização para
receberem do cofre da Direção as gratificações que lhes são fixadas, visto
ser-Ihes sempre mais difícil acharem procuradores que se queiram encarregar
da cobrança e remessa das mesrnas, pois constitui para eles um grande alívio
quando puderem trimestralmente receber seus pagamentos no próprio lugar da
sua atividade. Pelos mesmos motivos muito desejam que também pelo Diretor
da Colônia Brusque lhes fiquem pagas as gratificações que percebem pelos
serviços que prestam na dita Colônia. E como daí não resulta complicação, ou
dificuldade algulna, antes simplificação do serviço e um grande alívio para os
solicitantes, venho respeitosamente rogar, V. Excia. queira autorizar para este
fim a mim e ao Diretor da Colônia Brusque a fazer a respectiva comunicação à
Tesouraria da Fazenda, a fim de que, deste novo exercício em diante assim
possa ser praticado. Desta maneira os solicitantes haviam de receber por
trimestres, na Colônia a meu cargo. Padre Alberto Gattone, 90$000 Rs; Pastor
Oswald Hesse, 200$000 Rs. e na Colônia Brusque, idem; Padre Alberro
Gattone, 25$000 Rs.; Pastor Oswaldo Hesse, 90$000 Rs.; entretanto que os
Diretores haviam de juntar as competentes quitações aos demais documentos
com probatórios das suas contas trimestrais. Deus guarde a V. Excia.
Desterro, I3 de
julho de 1864. (A.ss.) O Diretor da Colônia Blwnenau - Dr. H. Blwnenau". pessoas.
No Alto Garcia (Caeté), os católicos se reuIÚam para as rezas na ~nquanto os c.atólicos já tinham o seu rancho para as orações, os
capelinha de São N otker, porém a distância impedia o atendimento aos evangélIcos, em maIOr número, continuavam mal acomodados, dando margem
católicos que residiam, alguns no Garcia, outros em Badenfurt e outros em Rio a constantes reclamações por parte do Doutor Blumenau ao Governo Imperial.
do Testo. Em 1864, com a participação das famílias Bader, Wloch, Bugmann e <? fmal do mês de setembro de 1868, marcou a Colônia
Sutter, incentivados pelo Padre Gattone e auxiliados pelo Doutor Blumenau, os Blumenau com dOl.S grandes ~ventos religiosos para a
católicos resolveram construir no local já destinado para a escola e cemitério, Comunidade, o lançamento das ~,edras fun~e_nta)s das Igrejas
um rancho que serviria de capela provisória dedicada a São Paulo Apóstolo.
evangélica e católica. O Governo Imperial Ja dera permlssao para
Com uma grande festa religiosa com procissão e bênção da capela, foi
a construção das duas Igrejas, por Decreto Imperial de 10 ~e
novembro de 1865, consignando verbas para a construção, porém
celebrada a primeira missa cantada no dia 25 de janeiro de 1865. eram tao pequenas que a construção das Igrejas foi feita por
O catolicismo era na época a religião oficial do Brasil e o Padre etapas, alas~ando=se por no~e anos. Apesar disso, a construção das
Gattone não perdia a oportunidade de emitir conceitos pouco recomendá- Igrejas atestaram a indulgencm e a lIberdade religiosa do Governo
veis sobre o Pastor Hesse, reputando ainda seus ensinamentos como falsos Imperial.
e ilegais e o Doutor Blumenau, por várias vezes, teve que intervir As dua~ Igrejas estavam com dez a vinte palmos já construídos,
energicamente em defesa do Pastor Hesse. Conseqüentemente as relações mostrando aSSIm a forma das mesmas. A católica em forma de cruz e a
entre o Pastor Hesse e o Padre Gattone tornaram-se· tensas devido à evangélica em forma octogonal.
intolerância do Padre Gattone. O Padre Gattone desaprovava a prática As festividades de lançamento da pedra fundamental da IGREJA
adotada pelo Doutor Blumenau de enterrar os mortos da sua ColôIÚa num Cp,>.TÓLICA o.correr~n no dia 20 de setembro e as da IGREJA EVAN-
único cemitério sem indagar sobre crenças religiosas. O Padre Gattone exigiu GELICA no d~a 23. E notável observar o entrosamento e participação de toda a
separação e começou a enterrar os defuntos católicos atrás da capelinha, C~m~n:dade nas festividades. A Comunidade Evangélica participou das
formando ali o cemitério. Em carta data de 16 de março de 1862, o Doutor fest1Vldades da Igreja Católica e esta, das festividades da Igreja
Blumenau solicitou verba ao Presidente da Província para preparar o terreno
destinado ao cemitério católico, que só foi transferido para a rua São José na
segunda década deste século
Para tranqüilidade do Doutor Blumenau, o território da ColôIÚa Blu-
menau foi excluído dos limites da freguesia de São Pedro Apóstolo e o Padre
Gattone, que primava pela intolerância, não tinha nenhuma autoridade sobre a
admiIÚstração, embora atendesse os católicos de Blumenau. Recebia 360$000
Rs. para manter uma condução quando visitava as capelas e a sede da ColôIÚa.
Com a criação da capelinha de Brusque, dependente de Gaspar, o Padre
Gattone foi removido para Brusque no dia 21 de maio de 1867, sendo
substituído pelo Padre Anton Zielinski (que exercera o mirústério no México),
que atendeu os católicos blumenauenses até 1869. O Padre Gattone foi Vigário
de Laguna em Santa Catarina e Vassouras no Estado do Rio de Janeiro. No Rio
de Janeiro, foi capelão da Igreja da Glória. Homem culto, o Padre Gattone
falava seis idiomas. Faleceu no Hospital da Gamboa, no Rio de Janeiro no dia
28 de janeiro de 1901.
Em fIns de 1865, a Colônia Blumenau contava com 2.784 pessoas
evangélicas e 600 católicas, e em fIns de 1870, havia 5.462 evangélicos e
669 católicos. Nos primeiros vinte anos a ColôIÚa contava cm 6.800
j)
Evangélica. Todos colaboraram com flores, guirlandas e palmeiras para Evangélica. No dia anterior ao do lançamento da pedra fundamental
decorar os locais das respectivas Igrejas. A cerimônia católica foi celebrada (22/9/1868), Vik:tor Gaertner, sobrinho do Doutor Blwnenau, plantou as
pelo Padre Zielinski e a evangélica pelo Pastor Hesse. duas palmeiras existentes defronte ao templo evangélico. A Comunidade
No dia 20, a direção da Igreja e a Comunidade Católica reuniramse Evangélica estava às dez horas da manhã no local da solenidade para a qual
no centro da cidade. A pedra fundamental foi carregada por dois integrantes havia sido convidada, e que estava todo decorado com pal~ meiras,
da diretoria e com música e bandeiras se organizaram caminhando para o guirlandas, flores e wn grande castiçal decorado tendo ao fundo uma grande
local da construção. Durante o trajeto juntaram-se ao cortejo evangélicos e foto do reformador Martin Luther. Um sereno céu compartilhava das
o Padre Zielinski, que rezou missa na capela provisória. Depois festividades com música religiosa. A Associação Coral cantou sob a
dirigiram-se ao local onde o Padre Zielinski benzeu a área já construída regência de Scheidemantel, "Nosso Senhor é uma sólida fortaleza", em
inclusive o local onde ia ser depositada a pedra fundamental. O Diretor da seguida o Pastor Hesse fez o sennão de inauguração. Depois de colocada a
Colônia, Hermann Wendeburg (Wendeburg estava substituindo o Doutor pedra fundamental seguiram-se as tradicionais marteladas a começar por
Blwnenau que estava na Alemanha), o Padre Zielinski e a diretoria da Hermann Wendeburg, diretoria da Igreja e demais membros da
Igreja deram as tradicionais marteladas na pedra fundamental, que foi Comunidade. A Associação Coral cantou "Este é o dia do Senhor" e o Pastor
colocada pelo construtor e projetista Heinrich Krohberger. Sob a pedra Hesse encerrou a comemoração com a Oração final. O coral da
fundamental foram depositadas e cimentadas as escrituras, fotos, plan- Comunidade Evangélica cantou "Agradeçamos todos ao Senhor" e wna
tas, cartas, etc. A Associação Coral (3 corais) cantou "O Sanctíssima" e música religiosa encerrou a grande festividade. No salão dos Atiradores
"Este é o dia do foi servido wn almoço de confraternização e com a falta de alguns
Senhor". N o final o lugares foi providenciado wn outro local perto. Com canto, música e
Padre Zielinski fez wn alegria passou-se a agradável tarde. Ao anoitecer um forte temporal
sermão elogiando o desabou sobre a Colônia, casas se iluminaram de repente e uma chuva
entrosamento entre as torrencial com trovões e relâmpagos durou até às nove horas da noite e
duas confissões reli- quando as nuvens se separaram uma meia lua apareceu iluminando a
giosas, lamentavel- noite. Assim terminou o dia que para os colonizadores foi inesquecível.
mente wn aguaceiro Essas testividades corroboraram o "slogan" de que a Colônia Blumenau
dispersou boa parte era uma só família, independendo de crenças religiosas para viverem em
dos ouvintes antes que Comunidade, apesar dos preconceitos religiosos do então Presidente da
o sermão terminasse. Província João José Coutinho e das intrigas do Padre Alberto Francisco
Depois, acom- Gattone. As duas Igrejas foram projetadas e construídas pelo arquiteto
panhados de música Heinrich Krohberger.
todos voltaram ao Na época, a religião oficial era a católica e o templo evangélico foi
centro (Stadtplatz). construído sem torre. Entretanto, o arquiteto Heinrich Krohberger que
residia em Blwnenau desde 1858, formado pela Academia Real de
Muenchen e mestre pedreiro de Baireuth, - "conseguiu o mesmo objetivo sem
Igreja Católica torre, quando elaborou uma art(stica abóbada que tanto internamente como
(planta original externamente impressiona a todos. Em grande arcada une-se a madeira
de Krohberger) artisticamente no centro para uma coroa e por incrfvel que pareça aparenta na
No dia 23, moldura subtropical com um severo estilo gótico ". O arquiteto Krohberger e o
quarta-feira, foi o carpinteiro Külps não mediram esforços para fazer wn maravilhoso
lançamento da pedra trabalho, para isso, Otto Wehmuth, que também
fundamental da Igreja
era fiscal da Câmara e que fez o seu aprendizado com Külps, trabalhou muitos
anos providenciando para que fosse empregada na construção a nossa pura
canela preta. Em 1927, houve necessidade de uma reforma na Igreja
Evangélica, e no dia 26 de março, os pedreiros, ao derrubarem uma parede em
frente a porta principal depararam com a caixa de cimento que continha uma
caixa de zinco totalmente oxidada, sendo que os jornais de 1859 e 1863,
estavam quase ilegíveis, porém os verdadeiros documentos que estavam dentro
de uma garrafa fechada estavam intactos, apesar da rachadura. A rachadura na
garrafa fez com que a Diretoria da Igreja resolvesse abri-Ia e substituir por
outra, colocando dentro da mesma além dos documentos já existentes, os
atualizados. Tanto os documentos como as gravuras são retratos vivos de como
Blumenau era pequena e pobre com apenas duas vias públicas, a rua das
Palmeiras (ainda sem palmeiras) e a rua XV de Novembro. A garrafa continha
ainda fotos de homens e de bonitas casas, aqueles já mortos e estas
desaparecidas. A urna continha: "Documentos (pequena crônica da Colônia;
Regulamento da Igreja; Um exemplar do Regulamento da Colônia de 19 de
janeiro de 1867; três exemplares do jornal "Kolonie Zeitung" de Joinville dos
dias 4 e 25 de julho e 8 de agosto de 1868; Estatística da ColôIúa de 1867).
Plantas e mapas (planta com vista interna e externa da Igreja, confeccionada
pelo arquiteto Krohberger; planta e vista da ponte do ribeirão da Velha e do
canal sobre o ribeirão Bom Retiro; mapa das colônias alemãs de Santa Catarina;
mapa dos lotes da Colônia vendidos até 1864; mapa da exploração da bacia do
Itajaí (fotografia). Fotografias (12 fotografias de pessoas de destaque na
ColôIúa; três fotos de casas comerciais e 2 fotografias de grupos de pessoas).
Litografias (Blumenauem 1862 e 1864; Desterro em 1868). Moedas (diversas
moedas utilizadas na época). Um livro de cânticos". E quando a pedra
fundamental foi recolocada, em presença da diretoria, no dia 4 de abril de 1927,
foram acrescentados os seguintes objetos: Jornais ("Der Urwaldsbote", edição
do jubileu de.75 anos da fundação da Comunidade Evangélica e o número
comemoratIvo da inauguração da ponte de Indaial). Vistas e Cartões Postais
(17 fotografias de prédios e vistas de Blumenau; 19 cartões postais com
diversas vistas de B1umenau; 7 fotografias dos membros da diretoria da
Comunidade). Moedas (9 moedas diversas de 50 réis a 2$000 réis e uma cédula
de 1$000 réis).
O Decreto Imperial de 10 de novembro de 1865, autorizando a
0
construção dos templos de oração, permitiu ao Pastor Hesse, no culto de 1 de
janeiro de 1870, lembrar aos fiéis da necessidade do toque de sinos para dar
mais solenidade aos cultos e atos eclesiásticos, e nesse dia foi
iniciada uma coleta de donativos para a aquisição do sino. A chegada do sino
foi comunicada aos fiéis pelo Pastor Hesse no culto de 8 de fevereiro de 1874,
data em que solicitou à Comunidade uma contribuição urgente e generosa para
a construção da casa do sino, e no dia 2 de abril do mesmo ano, quinta-feira
santa, o sino badalou pela primeira vez, na entrada da tunna dos confirmandos
na Igreja para a sua. primeira comunhão. Posterionnente, a diretoria determinou
que o sino badalasse diariamente ao meio-dia e também nos dias festivos, de
culto e por ocasião de enterros e casamentos. Enquanto isso, os evangélicos de
Badenfurt, em 1872, substituíram a sua Igreja de palmitos por uma sólida
construção de madeira.
Nove ano~ após o lançamento da pedra fundamental, a ComUlúdade
Evangélica inaugurou a sua nova Igreja no dia 23 de setembro de 1877, que
recebeu o nome de Igreja do Espírito Santo. A prédica de inauguração foi
celebrada sobre os versículos 16 e 17 do 3 o Capítulo da 1 a Epístola aos
Coríntios. Antes de iniciar a prédica o Pastor Hesse fez uma introdução
dizendo: "Depois de muitos anos, pois durante vinte anos utilizamos ora uma,
ora outra casa para os nossos cultos, abrem-se as portas deste templo, que nos
quer servir e abriga a nós e nossos irmãos dos mais longínquos recantos, que
aqui nos reunimos, para ouvir a palavra de Deus. Este dia de alegria não é o
fruto de vossos esforços apenas, e sim, vós o deveis à benevolência de um
Governo que de uma maneira sem igual na Europa ou mesmo na
Alemanha, dá a nós, que professamos urna confissão diferente, o seu
inteiro amparo e apoio em todas as nossas necessidades. Assim, esta Igreja
sempre vos advertirá:
Reconheçam a bondade do Governo e mostrai-vos dignos da mesma pela
obediência às suas leis". O mau tempo e o péssimo estado das estradas,
impossibilitaram muitos tléis de comparecerem ao ato inaugural, o que não
impediu que a coleta, após o culto, rendesse 252$000 réis, soma importante,
principalmente numa época em que as moedas eram de ouro e prata de lei.
O Pastor Hesse, além de atender Blumenau, visitava as comUlúdades
evangélicas de Itoupava, Badenfurt, Pomerode, Warnow, Indai ai e
Benedito, celebrando atos religiosos. Atendia Brusque, aonde ia
mensalmente até a chegada do Pastor Heinrich Sandreczki em 1864. A sua
jurisdição se estendia até Santa Isabel no município de S. José, onde
celebrava os casamentos religiosos, batismos e registrava os óbitos. Viajava
a cavalo ou no lombo de mula, e Brusque e Santa Isabel eram as viagens
mais penosas.
N o dia 25 de novembro de 1879, dois anos e dois meses após ter
inaugurado a bela Igreja do Espírito Santo, o Pastor Hesse faleceu aos 59
 anos, 3 meses e 14 dias, de intlamação no cérebro, após 23 anos dedicados a
Blumenau.
Blumenau estava atrelada política e religiosamente à Freguesia de Gaspar,
porém os desentendimentos entre o Doutor Blumenau e o Vigário de Gaspar
levaram o Doutor Blumenau a atender as reivindicações dos católicos de terem um
sacerdote para o atendimento exclusivo da Colônia. Em 1867, o Doutor Blumenau
estava na Alemanha, onde contratou os serviços do Padre Wilhelm Maria Roemer,
natural de Würtenberg, ordenado em Rotenburg, que assumiu as suas funções em
Blumenau no dia 11 de dezembro de 1869, sendo o primeiro sacerdote católico
residente na Colônia Blumenau. Para o Padre Roemer, o Doutor Blumenau garantiu
transporte gratuito até a Colônia, a pensão anual de 800$000 réis e mais 12$000 réis
mensais para pagar o aluguel da casa onde residia, até que a casa paroquial fosse
concluída. A capelinha católica estava em péssimo estado quando o Padre Roemer
chegou, pois além das goteiras da cobertura de folhas de palmito, o vento que
soprava pelas frestas das paredes apagava as velas. Esses fatos foram comunicados
ao Governo Provincial através do Doutor Blumenau, que solicitou permissão para
construir uma capela provisória até a inauguração do novo templo. Em 1870, a nova
capelinha de madeira que substituiu a primitiva de pau a pique, construída em 1864,
abrigou o compreensivo e zeloso padre, que por motivos de saúde, em 1872,
regressou para a Alemanha, não mais voltando, e Blumenau voltou à jurisdição
religiosa de São Pedro Apóstolo. Felizmente, o Padre Gattone já havia sido
transferido para Brusque, sendo substituído pelo Padre Anton Zielinski.
Com a criação da Freguesia de São Paulo Apóstolo pela Lei na 694 de 31 de
julho de 1873, do Governo Provincial, a Colônia Blumenau, sem padre residente,
passou a ser visitada novamente pelo Padre Car! Boegershausen de Joinville, bem
como pelo Jesuíta João Maria Cybeo de Nova Trento que também atendia a
Freguesia de São Pedro Apóstolo, visitando os colonos mais distantes, ministrando
inclusive a Crisma. Na época, os católicos ergueram cinco capelas: a da sede,
dedicada a São Paulo Apóstolo; Badenfurt, dedicada à Nossa Senhora Auxiliadora
dos Cristãos, construída em 1865, de pau a pique e substituída em 1875; Rio do
Testo, erigida em honra a São Ludgero, em 1871; Rio Morto, em honra a São
Francisco Xavier, em 1874 e Encano Baixo, erigida em 1874 em homenagem a São
Bonifácio. Essas capelas, passaram a ser visitadas pelo Vigário Padre Car!
Boegershausen por provisão do Arcebispo do Rio de Janeiro em 10 de junho de
1874.
Em 1875, a imigração de italianos e tiroleses aumentou muito a
Comunidade católica, e na medida em que se estabeleciam nas diversas linhas
coloniais, erigiam as suas capelas de acordo com suas devoções ou padroeiros das
localidades de origem. Toscas capelas e pequenos oratórios (capitéis) foram
construídos, geralmente à beira das estradas em Rodeio, Ascurra, Rio dos Cedros,
Pomeranos, Caminho dos Tiroleses, Guaricanas, Aquidabã, Estrada das Areias e
outras. Na capela provisória de São Paulo Apóstolo foram batizados pelo Padre
Car! Boegershausen os primeiros filhos de imigrantes italianos e tiroleses nascidos
no Brasil, e Teresa, filha de Antônio Beber, foi a primeira criança batizada no
Barracão dos Imigrantes na Barra do Itajaí.
O aumento da população católica fez com que o Doutor Blumenau
solicitasse ao Governo Provincial a contratação de um vigário, e em 16 de setembro
de 1876, tomou posse do cargo em Blumenau, o Padre José Maria Jacobs, natural
de Düren, Alemanha, ordenado sacerdote em Baltimore USA, que se rrofessou na
Congregação dos Padres Redentoristas, porém transferiu-se para o Sacerdócio
Secular. Em Blumenau serviu-lhe de casa e escola a capela de madeira. Coube ao
Padre Jacobs benzer o belo templo católico construído pelo arquiteto Heinrich
Krohberger, em 24 de dezembro de 1876. O Padre Jacobs não se limitou ao
sacerdócio, pois achava que sem o conhecimento das primeiras letras, ciências e
línguas, os jovens católicos poderiam desviar-se da religião e tratou de fundar uma
escola primária, à qual acrescentou no ano seguinte um curso secundário com
ensinamentos de latim, francês, inglês, alemão e também aulas teóricas e práticas
de piano e violino, sendo auxiliado por dois professores. Apesar do trabalho como
professor visitava regularmente as capelas e moradores nos mais distantes rincões
da Colônia Blumenau.
No dia 8 de fevereiro de 1878, a Freguesia de São Paulo Apóstolo, criada
pelo Governo Provincial foi erigida canonicamente por ato de Dom Pedro Maria de
Lacerda, Bispo do Rio de Janeiro, confirmando o Padre Jacobs como primeiro
Vigário. O teor da provisão episcopal é o seguinte: "Dom Pedro Maria de
Lacerda, por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica, Bispo de São Sebastião
do Rio de Janeiro, etc. Aos que a presente provisão virem, saúde e bênção em
Jesus Cristo, Nosso Senhor e nosso Deus. Fazemos saber que nos foi
apresentada cópia da Lei Provincial nO 694, de 31 de julho de 1873, pela
qual o Governo da Província de Santa Catarina, na parte que lhe é relativa,
sancionara o Decreto da Assembléia Provincial pela qual, precedendo
licença do Ordinário, ficará criada uma nova Freguesia sob o título de São
Paulo, no distrito da Colônia Blumenau, desmembrada da Freguesia de São
Pedro Apóstolo e tendo por limites os mesmos do Distrito Colonial. Ao mesmo
tempo
nos foi apresentada outra cópia da Lei nO 679, de 23 de maio de 1872. que
determinara os limites entre o Distrito da dita Colônia Blumenau e a
Freguesia de São Pedro Apóstolo. Além disso recebemos o ofício de 10 de
janeiro de 1876, que o exmo. sr. Presidente da //lesma Província nos
dirigiu, a fim de que déssemos instituição canônica à mencionada paróquia
que estava civilmente decretada. E como não há circunstância alguma em
contrário, antes pelo oposto achando nos razões mais de bastante
conveniência para a ereção de mais esta paróquia no populoso distrito
BlUlnenau resolvemos preencher a cláusula da di ta Lei Provincial nO 694,
de 31 de julho de 1873, isto é, aprovar quanto é da nossa parte e nos é
relativa à criação desta nova paróquia com o que melhor poderão ser
atendidas e remetidas as necessidades espirituais cada vez mais crescentes
dos fiéis de BlUlnenau entregues à nossa solicitude pastoral, o que desde
muito houveramos feito, se tivéssemos informações e cartas topográficas,
como agora temos, embora ainda bem deficientes. Portanto, invocand~ o
nome de Deus e para honra e louvor do bem aventurado Apóstolo e Doutor
das Gentes São Paulo, nós tanto quanto podemos e é da nossa parte, por
nossa autoridade ordinária e delegada pelo sagrado Concilio Tridentino,
no capitulo IV da Seção XXI, havemos por bem, por esta nossa Provisão, de
canonicamente separar, dividir e desmembrar da Freguesia de São Paulo
Apóstolo e de quaisquer outras freguesias e curatos desta nossa Diocese, a
povoação de Blumenau com sua capela de São Paulo e todos os moradores
e mais capelas e oratórios e quaisquer estabelecimentos situados dentro dos
limites acima apontados e que, abaixo vão por extenso declarados, e por
esta mesma nossa Provisão e Autoridade já declarada canonicamente e
para todos os efeitos eclesiásticos cOI!finnamos, erigimos e instituímos em
nova paróquia, na forma, quanto é possível guardar, d~ Sagrado Concflio
Tridentino, a sobredita povoação de Blumenau e todo o mencionado
território, e outrossim erigimos e constitufmos em Igreja Matriz ou
Paroquial a sobredita capela de São Paulo, sita na mencionada povoação
de Blumenau. Ao mesmo tempo concedemos à dita Paróquia de São Paulo
Apóstolo de Blumenau, agora canonicamente dividida, desmembrada e
ereta pleno direito e jàculdade para sem interrupção de tempo, ter sacrário
em que se conserve o Augustfssimo Sacramento da Eucaristia, com o devido
ornato e decência e a lâmpada acesa dia e noite, como também para ter Pia
Batismal, cemitério para sepultura dos fiéis defuntos, campanários, sinos e
todos mais direitos, privilégios, honras, insígnias e distinções de uma Igreja
Paroquial. O Rev. Pároco respectivo haverá a côngrua anual em confor-
midade das leis em vigor, como também os guisamentos da Paróquia e o
que for aplicado à sua Fábrica para dar-lhes Q devido destino e participará
das oblações matrimoniais e dos batismos e dos ofícios e enterramentos dos
finados e de todos os mais direitos de estola e quaisquer benesses que
legitimamente estiverem estabelecidos nas mais Paróquias desta nossa
Diocese. E fique, outrossim entendido que a nova paróquia pertencerá à
Câmara Eclesiástica de São Francisco. Esta nossa Provisão será publicada
na novamente ereta Matriz em um domingo ou Dia Santo, à estação da
Missa para que chegue à notícia de todos, do que se passará certidão no
verso deste. E para todo o tempo constar, será esta nossa Provisão copiada
e registrada em nossa Câmara Eclesiástica e no Livro de Tombo, que além
dos mais livros paroquiais deverá haver nesta nova Freguesia e será
transcrita nas mais partes, onde convier. Mandamos ao Rev. Pároco que
for nomeado, que envie cópia desta nossa Provisão a todos os reverend~s
Vigários e Curas das Freguesias e Curados vizinhos da Comarca e
Arcipreste da Província. Dada e passada nesta corte do Rio de Janeiro sob
nosso sinal e selo da nossa chancelaria aos oito de fevereiro de mil
oitocentos e setenta e oito. Eu, Cônego Dr. Pedro de Alvim Li/na, secretário
interino a subscrevi. (Ass.) Pedro. Bispo de S. Sebastião do Rio de Janeiro
". Na ocasião foi delimitada a jurisdição da nova Paróquia. A Freguesia foi
instalada com a presença de autoridades locais no dia 2 de junho de 1878,
sendo lavrada a seguinte ata:
"Auto da instalação da Freguesia de São Paulo Apóstolo de Blu-
menau. Aos d~is dias do mês de junho do ano do nascimento de Nosso
Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e setenta e oito, nesta Colônia Blu-
menau da Província de Santa Catarina. Termo e Comarca de Itajaí e na
Igreja Matriz da Freguesia de São Paulo de Blumenau, presentes o reve-
rendo Vigário Padre José Maria Jacobs, o Juiz de Paz em exercício o ci-
dadão Dr. Friedrich Mueller, o sub-delegado de Polícia, o cidadão Julius
Bawngarten, o diretor da mesma Colônia, Dr. Hermann Blumenau, os
empregados da Diretoria da Colônia, Hennann Wendeburg, Theodor
Kleine, Henrique Avé-Lallement, Heinrich Krohberger e mais cidadãos e
habitantes grados da Freguesia abaixo-assinados, procedeu o reverendo
Vigário à leitura da Provisão do Excelentíssimo e Reverendíssimo Bispo
Diocesano canonizando esta Freguesia, seguindo depois a leitura da
Provisão que encomendava o dito Padre José Maria Jacobs, Vigário desta
mesma Freguesia e findas estas foi declarado pelo Juiz de Paz, Vigário e
Sub-delegado e mais as outras autoridades presentes, que desta data em
diante se achava instalada a Freguesia, empossado o seu Vigário e que
passava ela a gozar de todas as funções civis e religiosas prescritas pela
Constituição e ,nais Leis do Império e pelos sagrados Câ-
nones. Do que, para constar se lavrou este auto por mim August Gloeden
Júnior, Escrivão do Ju{zo de Paz em que todos assinam neste livro de
Tombo desta Igreja Matriz, para dele se extra{rem certidões, a fim de
serem remetidas à Câmara Municipal deste termo, ao Exmo. Bispo Dio-
cesano, ao Excelentfssimo Presidente da Prov{ncia e à Diretoria da Co-
lônia Blumenau. Eu, August Gloeden Júnior, Escrivão do Juiz de Paz, o
escrevi e assino. (Assinados) José Maria Jacobs, Vigário; Friedrich
Mueller, Doutor em Filosofia, Medicina e Ciências Naturais pelas Uni-
versidades de Berlin, Bonn e Tuebingen, Juiz de Paz em exerdcio; Julius
Baumgarten, Juiz de Paz mais votado e Sub-delegado de PoUcia; Dr.
Hermann Blumenau, Diretor; H. Wendeburg, Guarda-livros; Theodor
Kleine, Escrevente; Heinrich Krohberger, Arquiteto; Henrique Avé-Lal-
lement, Escrevente; Victor Gaertner, Cônsul Imperial da Alemanha;
Francisco Volloton, Dr. Médico; Otto Stutzer, Fiscal; Karl Wilhelm
Friedenreich, Juiz de Paz; Karl Friedenreich, Suplente de Pol{cia; Apo-
lônia von Buettner Scheeifer, Professora Pública; João Maria de Almei;da
Portugal, chefe da Comissão de Engenheiros; Johann Breithaupt,
Agrimensor; Karl Külps, Inspetor de Quarteirão; Franz Faust, Inspetor de
Quarteirão; A. Keunecke; Xavier Buggmann; August Sutter; Johann
Wloch; Sebastian Treis; August Heppmann; Paul Zoz; Jacob Theis e Au-
gust Gloeden Junior. " Com essas solenidades a situação jurídica e religiosa
da Freguesia foi regularizada e o Vigário passou a gozar de todos os
privilégios das Leis do Império e Cânones Eclesiásticos. Antes da ins-
talação da Freguesia de São Paulo Apóstolo, os eleitores blumenauenses
votavam na Freguesia de São Pedro Apóstolo (Gaspar), porém em julho de
1882, foi realizada na Igreja Matriz a primeira eleição para a Câmara
Municipal. Durante a votação, o Vigário de Blumenau retirou do templo as
sagradas espécies para evitar atos de vandalismo por parte de incrédulos,
medidas essas adotadas em grande parte das paróquias brasileiras.
No período que antecedeu à Proclamação da República, o Padre J acobs
foi incansável. Novas capelas foram construídas, paróquias e associações
entraram em funcionamento e as relações entre o Vigário e autoridades
municipais foram normais. Na grande enchente de 1880, com o nível das águas
do rio Itajaí-Açu acima de 16 metros, a Igreja Matriz abrigou os flagelados que
foram alimentados pelo Padre Jacobs durante vários dias. Com a República, em
1889, o Padre Jacobs entrou em desentendimentos com as autoridades
constituídas. O Padre Jacobs era amigo absoluto de D. Pedro 11 e apesar de
saber que a Família Imperial já estava a bordo do vapor "Ceará" para levá-Ia ao
exílio, teve a coragem de expedir um manifesto de repulsa ao regime
republicano.
Enquanto a Câmara Municipal de Blumenau decretou e aderiu ao novo regime
político em 25 de novembro, o Padre Jacobs recebeu do Governo Republicano
da Província de Santa Catarina duas cartas, sendo a primeira datada de 17 de
novembro de 1889, que comunicava a implantação do novo regime com o
seguinte teor: "Governo Provisório do Estado Republicano Catharinense, em
17 de novembro de 1889. Comunicamo-vos que, hoje, assumimos o Governo
Provisorio do Estado Republicano Catharinense, por aclamação da Força
Militar de terra e mar, Club Republicano e povo. Saudamo-vos fraternalmente,
(ass) Cel. João Baptista do Rego Barros Cavalcanti d'Albuquerque - Dr.
Alexandre Marcellino Bayma - Raulino Julio Adolpho Horn. Ao cidadão
Vigario da Paro chia de Blumenau. " A segunda carta, versa sobre a adesão do
Padre Jacobs ao regime republicano com o seguinte teor: "Governo Provisorio
do Estado Federal de Santa Catharina, 22 de novembro de 1889. Adheriram já
à Republica dos Estados Unidos do Brasil, as Provincias do Pará, Ceará,
Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Esp{rito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo, Minas Geraes, Paraná e Rio Grande do Sul. Reina a
paz em toda a Republica, ha perfeita confiança em suas novas instituições, o
crédito está firmado e a moeda nacional especialmente garantida. Este
Governo confia no vosso patriotismo e esforços que firmem a confiança do
Governo da Nação e d' este Estado junto à população. Saude e
Fraternidade. (ass) Cel. João Baptista do Rego Barros Cavalcanti
d'Albuquerque - Dr. Alexandre Marcellino Bayma - Raulino Julio Adolpho
Horn. Ao cidadão Vigário da Parochia de Blumenau". Em resposta o Padre
Jacobs publicou um MANIFESTO que leu e comentou do púlpito,
afixando-o na porta de todas as capelas católicas do Município:
"MANIFESTO - A Igreja catholica apostolica Romana, pode existir e bem
existe debaixo de qualquer forma de Governo, quer seja Imperial, Real ou
Republica, etc".
A mesma Igreja ensina que se deve obedecer em todos os pontos e toda e
qualquer lei civil e justa, decretada por auctoridades legaes de qualquer forma
legal de Governo.
Qualquer nação tem o direito de mudar a forma de Governo; não está
obrigada a obedecer ao Governo ACTUAL EXISTENTE.
Revoltar-se contra um Governo actual e em vigor, é ilegal, pecaminoso
e contra as leis da Igreja.
Um novo Governo proveniente d 'uma revolução accidental, estando
estabelecido, organizado e reconhecido pela NAÇÃO INTEIRA, tem direito
legal e merece submissão tambem das auctoridades ecclesiasticas.
O Governo provisorio actual do Brazil não existe nem "de facto",
nem "de jure".
Não existe "de jure", porque nós cidadãos temos jurado fidelidade ao
Imperador e à constituição do Imperio. Não "de facto", porque não temos ainda
plebiscito ou votação geral; o que por ora temos são telegramas incertos d'um
partido só, o qual communica ao publico o que lhes convem, sendo todas as
informações contrárias imposs ibilitadas .
Portanto, eu, Vigario da Freguesia de São Paulo e como tal - Empregado do
Estado Imperial, fiel ao meu juramento, ficarei sujeito à auctoridade Imperial até
que a Republica seja, não somente publicada, como també!n estabelecida, ao menos
de facto organizada e reconhecida pela NAÇAO INTEIRA.
Depois, conforme as leis da S. Igreja, eu serei o mais obediente sujeito da
mesma. (ass) Pe. José M. Jacobs. "(2)
As mudanças que vieram com a Republica, principalmente a supressão de
certas regalias de que gozava o clero, levaram o Padre Jacobs dar todo o seu apoio
ao Partido Católico para dar combate aos partidários do Partido Republicano, que
para silenciá-Io moveram contra ele três processos que o condenaram a três meses
de prisão O Padre Jacobs foi para Ascurra onde os colonos se armaram para
defendê-lo.
O Padre Jacobs, desde o início do regime republicano se desentendeu com
as autoridades municipais, principalmente com o Superintendente Dr. José
Bonifácio da Cunha que lhe declarou abertamente a sua inimizade, principalmente
por ter o Padre Jacobs, registrado por ocasião do batizado de uma criança, que a
mesma era filha natural do Dr. Bonifácio. Arbitrariamente o Dr. Bonifácio mandou
derrubar umas cercas e abrir um caminho público dentro da propriedade da
paróquia, agravando a animosidade entre os dois. O Padre Jacobs utilizou o púlpito
para acusar o procedimento do Dr. Bonifácio que o processou por injúrias. A ce-
lebração de casamentos religiosos antes do ato civil levaram o Dr. Bonifácio a
processar novamente o Padre Jacobs que foi pronunciado depois de aberto inquérito
e do sumário de culpa, porém o Padre Jacobs já se encontrava em Ascurra, enquanto
que em Blumenau foi organizada uma escolta para prendê-Io. Jacob Tarnowski,
residente em Sandstrasse, testemunhou os acontecimentos e contou, na época, a
Frei Stanislau Schaette, alguns fatos ligados à prisão do Padre Jacobs.
"No domingo da Quinquagésima, 28 de fevereiro de 1892, compa-
receram 24 russos-polacos, residentes em Braço do Warnow, em casa de José
Tarnowski, no Steinbach, perto do Indaial. Tinha-se espalhado o
boato da prisão iminente do Padre Jacobs que, naqueles dias, se encontrava
em cas~ dos Buzzi, em Ascurra. Os russos-polacos eram imigrantes que havlam
fixado domicflio no Ribeirão do Warnow há pouco tempo. O. chefe deles e~a un:
certo Stronkowski, intitulado "capitão ", homem de força extraordmána e de
igual coragem, sabendo bem manejar as ar~nas e comandar. a sua pequena,
mas intrépida "companhia". Rikalskl era o tenente e Grzybowski o sargento.
Quase todos os membros desse "batalhão" conheciam a arte militar porque
tinham passado de 3 a 12 anos nos quartéis de sua antiga pátria. Achavam-se
com a intenção d~ at~car a polícia e seus ajudantes que viriam de Blumenau
prender o Vlgáno. O l~gar do assalto à escolta policial seria pertinho de
Indaial, onde o cammho conduz à balsa dos Carijós. José Tarnowski não lhes
pode dar uma informação segura, nem seu irmão Jacob Tarnowski, que morava
na Sandstrasse (Estrada da Areia) e que era íntimo amigo do Padre ameaçado.
Contava-se que as autoridades de Blumenau tinham intenção de ir a Itajaí, onde
julgavam estivesse homiziado o Vigário. O pequeno grupo desses valentões
passou a ,naior parte do dia na Sandstrasse divertindo-se a valer. Um deles
fazia exercfcios de ginástica andando. sobre as mãos e com as pernas para o ar,
provocando geral alegna. Outros deram provas das suas habilidades em atirar
ao alvo. O capitão pegou, num gesto só, dois homens fortes e os deitou por terra,
des~fiando outros para que chegassem em três e quatro que ele os derrubana
com um só golpe. Ao cair do sol, os "heróis" voltaram para casa. No dia
seguinte, verificou-se a "marcha triunfal" da polícia e dos inimigos do Padr~
que se dirigiram para Ascurra a cata do Padre que, realmente, lá f01 preso. Os
russos-polacos souberam do acontecido somente pela tarde de terça-feira de
carnaval e logo puseram-se de novo em marcha para libertar o Padre da
cadeia. Chegaram somente até Indaial pois ali souberan:, por testemunhas
fidedignas, que o Padre Jacobs já s~ encontrava em .!lberdade na sua
canânica". O Dr. Hercílio Luz prestou a fiança para lIbertar o Padre Jacobs. Depois
desses acontecimentos, o Padre Jacobs, abalado pelos sofrimentos fisicos e morais
resolveu voltar para a Alemanha, antes porém, entrou em contato com os frades
franciscanos alemães em Teresópolis, que lá pretendiam fundar um convento, para
assumirem a paróquia de Blumenau, o que ocorreu no dia 13 de março de 1892, com
a chegada de Frei Amando Bahlmallll, Frei Zeno Wallbroehl e Frei Lucinius Korte.
Em maio, o Padre Jacobs passou os encargos de Vigário com as 13 capelas da
jurisdição para Frei Zeno Wallbroehl, deixando Blumenau no dia 16 de junho de
1892. O Padre Jacobs não reviu a sua terra natal, pois no Rio de Janeiro contraiu
febre
amarela, falecendo no Hospital da Gamboa no dia 10 de agosto de 1892. As
suas cinzas foram trazidas para Blumenau por iniciativa de Frei Stanislau
Schaette, onde repousam sob uma lápide em nicho na fachada da Igreja
Matriz de São Paulo Apóstolo.
Enquanto as divergências da Comunidade Católica com os poderes
constituídos começaram com o regime republicano, os da Comunidade
Evangélica sempre existiram, porém amenizados pela sábia e sólida for-
mação do Pastor Hesse, Doutor Blumenau e seus auxiliares.
Com a criação do município pela Lei Provincial de nO 860 de 4 de
fevereiro de 1880, e sua instalação no dia 10 de janeiro de 1883, o Pastor
Evangélico perdeu o auxílio do contrato com o Governo e a Diretoria da
Comunidade concluiu que o Pastor poderia manter-se com as taxas
oriundas dos serviços eclesiásticos.
Atendia a Comunidade Evangélica de Blumenau desde a morte do
Pastor Hesse, o Pastor Heinrich Sandreczki, enviado pela missão de Ba-
siléia, que ainda tinha compromissos com a Comunidade Evangélica ~e
Brusque à qual servia. O Pastor Sandreczki sugeriu 'a Diretoria da Co-
munidade Evangélica de Blumenau a vinda de mais um Pastor, em face do
desenvolvimento da Colônia. Os desejos de autonomia, os desentendi-
mentos entre os diversos grupos da Comunidade e os que divergiam do
Pastor, culminaram com o desmembramento da Comunidade. A Comu-
nidade de Badenfurt (1883), foi a primeira a separar-se de Blumenau,
porém continuou a ser atendida pelo Pastor Sandreczki até a chegada em
1884, do Pastor Heinrich Runte, da Sociedade das Missões de Bannen da
Alemanha, que passou também a atender os distritos miados a Badenfurto
Pertenciam a Comunidade de Badenfurt; Pomerode, Alto Rio do Testo,
Carijós e Itoupavazinha.
O dia 6 de julho de 1883, foi de euforia para a Comunidade Evan-
gélica de Blumenau. Chegou pelo vapor "Progresso" o novo harmônio
encomendado por intermédio da firma Ernst Vah1 & Cia. da cidade de
Desterro. O hannônio custou na Alemanha 1.500 marcos e foi inaugurado
no dia 29 de julho do mesmo ano. O coro cantou acompanhado pelo
harmônio tocado pelo professor Carl Hertel. O Pastor Sandreczki fez a
prédica com a Igreja lotada até o último lugar. O harmônio, segundo co-
mentários dos fiéis, tinha um som pleno idêntico ao do órgão e o volume
sonoro correspondia às necessidades do âmbito interno da Igreja.
Em 1884, a Comunidade Evangélica elaborou novos Estatutos para
tornar-se pessoa jurídica, e Hackradt, em 10 de janeiro de 1885, comunicou
à Comunidade Evangélica que os Estatutos foram apresentados ao Ministro
da Justiça no Rio de Janeiro em abril de 1884, e que Avé-
Lal1emellt foi encarregado de escrever ao Deputado Dr. Alfredo Escrag-
noIle Taunay para solicitar a devolução dos Estatutos. Com a ratificação
dos Estatutos em Assembléia Geral de 25 de agosto de 1888, a Comunidade
Evangélica tornou-se pessoa jurídica reconhecida pelo Governo, com
direito, segundo seu ritual, a celebrar casamentos com validade legal, após
registrados.
Em 1 ° de novembro de 1885, foi inaugurada pelo Pastor Sandreczki
a Igreja Evangélica de Pomerode, distrito miado à Comunidade de
Blumenau.
Em maio de 1886, a Comunidade Evangélica de Blumenau, pro-
moveu uma campanha para angariar donativos em dinheiro para adquirir
um relógio a ser colocado no frontal da Igreja Evangélica. A coleta al-
cançou no primeiro mês quase quinhentos mil réis e quatro anos após a
inauguração do órgão, ou seja, no dia 27 de julho de 1887, chegaram com o
vapor "Progresso", quatro caixas contendo o relógio para a torre da Igreja
Evangélica.
No dia 12 de dezembro de 1886, a Comunidade Evangélica de
Blumenau, resolveu firmar contrato com o Pastor Sandreczki com o or-
denado anual de dois contos e duzentos mil réis, cabendo à Comunidade de
Blumenau contribuir com um conto e duzentos mil réis e o distrito de
Indaial com um conto de réis. O contrato foi renovado no dia 28 de março
de 1887, por mais um ano, a partir de 10 de junho de 1887. De acordo com o
contrato, o Pastor Sandreczki receberia de cada família, mil e quinhentos
réis por ano, devendo celebrar cultos de 14 em 14 dias em Blumenau; em
Itoupava, 6 vezes por ano; em Itoupava Rega, 2 vezes por ano; Fundos da
Velha, 2 vezes por ano; em Brusque, 6 vezes por ano e em Itajaí, 2 vezes por
ano. Em reunião de 27 de tevereiro de 1889, quando foi eleita a nova
Diretoria da ComUlúdade Evangélica de Blumenau, o Pastor Sandreczki
foi encarregado de dar corda no relógio da Igreja que já estava colocado e
em funcionamento, recebendo o Pastor dois mil réis por mês. Cabe ao
Pastor Sandreczki a elabOração do Livro de Registro de Nascimentos e
Batismos da Comunidade Evangélica de Blumenau inclusive os realizados
pelo Pastor Hesse, em ordem cronológica (1857 a 1870), de acordo com o
Registro Diário. Pelo trabalho, o Pastor Sandreczki solicitou à Comunidade,
pagamento, e não sendo atendido vendeu o Livro de Registro para a
ComUlúdade Evangélica de Badenfurt por Rs. 400$000. A ComUlúdade
Evangélica de Badenfurt está de posse do primeiro Livro de Registro de
Nascimentos e Batismos da Igreja Evangélica de Blumenau desde 1889. A
Comunidade Evangélica de Blumenau possui cópia fiel do livro. O Pastor
Sandreczki serviu a Co-
munidade Evangélica de Blumenau até 23 de junho de 1889, e apesar da
proposta de renovação de contrato, o Pastor Sandreczki, cansado e com a
esposa necessitada de submeter-se a uma intervenção cirúrgica, resolveu voltar
para a Alemanha. Depois de um ano na Alemanha, o Pastor Sandreczki foi para
os Estados Unidos, onde foi eleito Pastor da Comunidade de Bemúngton. O
0
Pastor Sandreczki deixou Blumenau no dia 1 de agosto de 1889, e Faust
ofereceu-se para dar corda no relógio da Igreja.
Com a saída do Pastor Sandreczki, a Comunidade Evangélica de
Blumenau solicitou ao Conselho Superior da Igreja Evangélica de Berlin um
novo Pastor, obrigando-se a Comunidade a contribuir com 1.400 marcos para
as despesas de viagem. Quando o Pastor Faulhaber, enviado pelo Conselho
Superior da Igreja Evangélica de Berlin assumiu o cargo em Blumenau no dia
10 de dezembro de 1889, encontrou as capelas de Warnow, Indaial, IIse-Neisse,
Timbó, Rio dos Cedros, Benedito Novo e Rio Ada, emancipadas de Blumenau,
tendo por sede Inclaial onde o Pastor Ehrlich, enviado pela Missão de Basiléia
(Suíça), assu111Íu em 8.de junho de 1890, como primeiro Pastor que em 1891,
filiou as comunidades ao Superior Conselho Eclesiástico. Depois de 6 anos, o
Pastor Ehrlich foi substituído pelo Pastor Haegeholz, enviado pela Missão de
Barmen que chegou a Indaial em junho de 1897. O Pastor Haegeholz ha-
bilmente conseguiu dividir a paróquia em duas, fixando residência em Timbó,
solicitando um outro Pastor para Indaial, abrangendo as localidades de Warnow
e IIse-Neisse. Como Pastor da Comunidade Evangélica de Blumenau, o Pastor
Faulhaber, além de assumir a Comunidade de Blumenau realizava anualmente
6 cultos na capela de Itoupava Central, local onde realizava uma confinnação
anual e o preparo para a mesma; 3 cultos em Itoupava Norte; 4 cultos na Velha
e os demais em Blumenau. No contrato entre o Pastor Faulhaber e a Diretoria
da Comunidade, realizado no dia 12 de janeiro de 1890, ficou estipulado que o
Pastor receberia de cada família a contribuição anual de dois mil réis. Em 1891,
Masssaranduba participa da Comunidade Evangélica de Blumenau com 4
cultos anuais e Luiz Alves com um culto, sendo a côngrua do Pastor Faulhaber
fixada em dois contos de réis anuais.
O Pastor HermarUl Faulhaber, intelectual de grandes méritos, es-
critor e educador, marcou Blumenau não só como Pastor, pois suas ativi-
dades estenderam-se à instrução primária, jornalismo e à vida social, sendo
também, segundo o "Blumenauer Zeitung" de 14 de março de 1903, por
proposta de Dr. Egos MOllÍZ Barreto, nomeado sócio correspondente do
Instituto Histórico da Bahia, o mais antigo Instituto neste gênero no Brasil.
O Pastor Faulhaber veio solteiro, casando-se em Blu-
menau com Alice, filha de Julius Baumgarten, ligou-se à família de Pedro
Wagner o mais antigo dos imigrantes alemães do Vale do Itajaí. Na confirmação
realizada pelo Pastor Faulhaber no dia 17 de maio de 1891, festa do Espírito
Santo, Pedro Wagner teve oportunidade de assistir confinnação de mn grupo de
adolescentes da qual participaram duas netas e uma bisneta. O acontecimento
foi o primeiro em Blumenau e raro no mundo já que a confirmação é conferida a
adolescentes maiores de 12 anos. O Pastor fundou a Sociedade "Gustav Adolf",
sociedade orgallÍZada na Alemanha em homenagem à memória da "Ação
Libertadora" do grande rei sueco. Essa sociedade se destinava a amparar em
todo o mundo as Comunidades Evangélicas necessitadas. Um sínodo
convocado pelo Pastor Faulhaber fez com que Comunidades Evangélicas de
outros municípios também aderissem prestigiando o evento. O Pastor Faulhaber
exerceu grande influência na educação, inclusive na construção do novo prédio
de dois pavimentos da Escola Nova, na antiga Rua das Palmeiras, e quando o
prédio foi demolido foi encontrada a ata de lançamento da pedra fundarnental,
que ocorreu no dia 27 de junho de 1892, e o discurso (manuscrito) do Pastor
Faulhaber referente à solenidade dentro de um invólucro de cobre. O Pastor
Faulhaber foi diretor da Escola Nova, elevando o ensino a lúvel secundário e
normal. A União dos Professores e da Sociedade das Comunidades Escolares
funcionaram por iniciativa do Pastor Faulhaber e só foram dissolvidas durante a
Segunda Guerra Mundial. O Pastor Faulhaber providenciou durante a sua gestão
a substituição dos bancos da Igreja, a construção da escadaria defronte a Igreja,
a compra do terreno, pela Comunidade de Blumenau, perto da foz do ribeirão
Treze de Maio para construir a Igreja, escola e cemitério. Também foram
introduzidas várias reformas, entre elas o acréscimo de dois anos de doutrina aos
adolescentes continnandos. Blumenau cresceu e a Colônia desenvolveu-se, e o
excesso de serviço fez com que por resolução da Assembléia de 13 de janeiro de
1901, a Comunidade Evangélica de Blumenau fosse dividida em Blumenau e
Itoupava Central, fazendo parte de Itoupava Central, Itoupava Rega,
Massaranduba e Luiz Alves. A Comunidade Evangélica de Blumenau que já
custeara a Igreja também ajudou a custear a construção da casa do pastor de
Itoupava Central. A divisão do distrito de Itoupava Central deveria ter sido
realizada em 1902, entretanto em 1905, com os rituais introduzidos pelo Pastor
Roesel da Igreja Lutherana com os quais a maioria da Comunidade não
concordava, pois estava tiliada à Igreja Evangélica Unida, fez com que
solicitassem à Diretoria da Comunidade Evangélica de Blumenau autorizar o
Pastor Faulhaber a atender a Comunidade de Itoupava Central. Também Massa-
randuba, em 1906, solicitou os oficios do Pastor Faulhaber, que os atendeu até
a vinda de um Pastor da Igreja Evangélica Unida.
Em 1905, houve necessidade de fazer reparos na Igreja e residência do
Pastor. Para angariar fundos a Comunidade Evangélica resolveu organizar uma
grande festa popular na Sociedade de Atiradores no dia 5 de fevereiro do
mesmo ano. O programa constou de concurso de tiro e boIão com prêmios aos
vencedores. À tarde, reunião das crianças em frente ao Teatro "Frohsinn" e
marcha com bandeiras até a Sociedade de Atiradores, onde havia diversões para
as crianças e disputa de boIão para senhoras, com prêmios. As festividades para
as crianças foram encerradas com uma domingueira e a dos adultos com um
baile. Os ingressos podiam ser adquiridos com Heimich Sachtleben e Paul
Husadel.
Pouco antes de regressar para Berlin, o Pastor Faulhaber externou a sua
grande simpatia pelo Brasil ao realizar no dia 28 de janeiro de 1906, com a
Igreja repleta, um culto em memória dos que perderam a vida no afundamento
do navio de guerra" Aquidabã" . No dia 25 de junho de 1906, o Pastor
Faulhaber comunicou à Diretoria da Comunidade Evangélica de Blumenau que
o Conselho Superior Eclesiástico de Berlin ordenara o seu regresso imediato
para a Alemanha, fato que a Comunidade lamentou profundamente,
considerando a sua atuação nos mais diversos setores setores da Comunidade.
Na Alemanha, o Pastor Faulhaber passou a oficiar na Comunidade de Trebin.
Faleceu na Alemanha no dia
9 de fevereiro de 1920.
O pastor Walter Mummelthey sucedeu ao Pastor Faulhaber e
como o antecessor dedicou-se às comunidades filiadas, nas quais construiu
Igrejas, capelas e escolas, entre elas Belchior, Gaspar e Rússia.
Apesar do reduzido número de famílias protestantes (24), residentes em Gaspar,
em 1908, o Pastor Mummelthey resolveu dotar Gaspar de uma Igreja,
considerando que os moradores de Gaspar se deslocavam até Blumenau para
assistirem aos cultos, batizar e contlrmar seus ftlhos. Quando o Pastor
Mummelthey desejou realizar um culto em Gaspar, os protestantes ficaram
preocupados, pois temiam um fracasso, porém no dia 5 de janeiro de 1908,
quando o Pastor Mummelthey reuniu cerca de 80 pessoas na casa da viúva
Brandes e realizou cinco batismos, resolveu continuar a dar cultos em Gaspar,
ficando convencionado que duas palmeiras defronte a casa da viúva Brandes
significavam culto no dia seguinte. A construção da Igreja foi iniciada ainda em
1908, na colina, em terreno que o Dr. Blumenau já havia reservado e doado para
a Comunidade Evangélica de Gaspar. Todos os evangélicos de Gaspar
auxiliaram na construção, muitos transportando material com suas carroças e
outros
com dias de serviço na construção. A Igreja foi inaugurada no dia 7 de agosto
de 1910, e recebeu o nome de Igreja de Jesus Christo. Na época, visitava as
Comunidades de Santa Catarina, o Prelado Braunschweig, que representava o
Conselho Superior Eclesiástico Evangélico, e que visitou a obra ainda em
construção, acompanhado do Pastor Mummelthey. Alvo de festiva recepção, o
Prelado Braunschweig sensibilizado com as manifestações interpelou os
gasparenses do seu desejo especial que consolidou-se sob a forma de um sino
que chegou a Gaspar seis meses antes da inauguração. Posteriormente, a
igrejinha foi substituída pela atual que teve sua pedra fundamentallançada no
dia 30 de janeiro de 1954, e inaugurada no dia 5 de junho de 1955.
Compareceram à inauguração da Igreja de Gaspar como convidados especiais o
Pastor Hans Metlmer, ex-Pastor de Blumenau e o Pastor Stoer, Presidente do
Sínodo Evangélico de Santa Catarina e Paraná.
Quando foi demolida a Igreja de Gaspar, em 1953, ficou constatado que
o terreno doado pelo Doutor Blumenau não tinha escritura, fazendo com que o
Presidente do Conselho Deliberativo da Comunidade legalizasse a situação
através de documentação conseguida no Arquivo Histórico de Blumenau com
os dados sobre a localização e tamanho do terreno. Com esses dados a
Comunidade Evangélica de Gaspar conseguiu o título de propriedade por
intermédio da Diretoria de Terras e Colonização em Florianópolis em 9 de
agosto e 1953, em nome da Comunidade Evangélica de Blumenau, com a área
2
de 36.300 m •
Com a participação do Pastor Mummelthey, o Presidente do Conselho
Deliberativo de Gaspar propôs em 26 de fevereiro de 1952, a criação de uma
Escola Primária para complementar o Jardim de Infância. Aprovada a
proposta, a escola foi inaugurada no dia 4 de março de 1953, com o auxílio de
famílias evangélicas, entre elas Julius Gaertner, Wilhelm Bieging, Johalm
Wolfram, Adolf Altenburg e muitas outras, funcionando como primeiro
professor RodoU' Guenther.
Além das muitas atividades do Pastor Mummelthey, como o de
fundador do Sínodo Evangélico de Santa Catarina e Paraná, ele reuniu também
em 1911, em Blumenau, representantes de 11 Comunidades Evangélicas,
instituindo a Conferência Pastoral, cujo Pastor Evangélico foi eleito "Praeses"
da Associação e Prior de seus pastores, desenvolvendo grande atividade no
setor de assistência social. O Pastor Mummelthey e esposa fundaram a
Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau cujo objetivo principal era a
assistência aos doentes e parturientes. A necessidade de um hospital próprio
recebeu o apoio da Comunidade e com o Pastor Mummelthey, mentor da idéia,
em fevereiro de 1916, foi lança-
 Ia a pedra fundamental do atual Hospital Santa Catarina.
Com o Pastor Mmmnelthey, a Comunidade Evangélica de Blumelau
festejou no dia 9 de agosto de 1907, o seu cinqüentenário, do qual )articiparam
além do Pastor Mmmnelthey que fez a prédica, o Pastor ~ange de Brusque que
celebrou a liturgia. O Pastor licenciado Brauns:hweig, representante da Igreja
Evangélica da Alemanha e do Concílio )uperior de Berlin, saudou a
Comunidade em nome da Igreja Alemã, e o Dastor Runte de Badenfurt em
nome da Conferência Pastoral de Santa :atarina
A Igreja festivamente ornamentada não comportou o número de fiéis
que afluíram em grande massa para assistir às solenidades, que foram
abrilhantadas pela banda de música Werner que executou algumas músicas
religiosas enquanto o coral entoou várias canções.
Após o culto os presentes depositaram flores e coroas no túmulo do
Pastor Hesse, onde o Pastor Rudolph de Timbó proferiu solene oração. Pelas
14 horas, convidados de honra e elevado número de membros da Comunidade
participaram de um banquete na Casa dos Atiradores. Com o cântico "Castelo
forte é Nosso Senhor", teve início à noite, na Casa dos Atiradores, uma reunião
familiar dos membros da Comunidade, tendo o Pastor MUlmnelthey, após
cumprimentar os presentes, levantado Uln brinde ao "Kaiser" como protetor
das Igrejas Evangélicas no exterior. O Pastor Braunschweig tàlou longamente
sobre a vida e atuação da Igreja Evangélica na Alemanha e as providências
dispensadas às mesmas no exterior. Em nome da municipalidade, os presentes
foram cumprimentados pelo Senhor Fouquet. O Pastor Lange transmitiu as
saudações da Comunidade brusquense, e o Pastor Rudolph discorreu sobre a
vida familiar cristã e o papel da mesma na formação espiritual e moral da
juventude brasileira.
N os intervalos, o coral entoou canções e os alunos da Escola Nova
declamaram poesias e executaram canções que foram muito aplaudidas.
Na ocasião, Wilhelm Scheeffer ergueu um brinde de honra ao
Presidente da República do Brasil.
Estavam presentes aos festejos Otto Stutzer e Franz Faust que as-
sistiram ao primeiro culto em 9 de agosto de 1857.
O comércio de Blumenau em homenagem ao cinqüentenário da
Comunidade Evangélica de BIUlnenau, não abriu as portas.
O Pastor Mmmnelthey foi substituído pelo Pastor Arthur Voigt, que
servira em Concepcion-Chile, pennanecendo em Blumenau de maio de 1916
até setembro e 1917, sendo substituído interinamente pelo Pastor Felix Gabler
que também servia a Comunidade de Itoupava Central. O
Pastor Gabler serviu a Comunidade Evangélica de Blwnenau de setembro de
1917 até maio de 1920, data em que o Pastor Eberhard NeUlnalm assumiu o
cargo em Blumenau, pois já terminara o seu contrato com a Comunidade
Evangélica de Brusque. Na gestão do Pastor Neumanl1, o coral misto sob a
regência do professor Kurt Boettner com a participação do Club Musical
apresentou no dia 18 de agosto e 1920, na Igreja Evangélica, um concerto com
peças musicais de Gluck, Beethoven e Haendel. O lucro foi em beneficio das
crianças mineiras alemãs. Em 1921, sob a orientação do Pastor Neumann, foi
fundada no Garcia a Sociedade Evangélica de Senhoras do Garcia, filiada a de
Blumenau, ambas com os mesmos Estatutos. O Pastor Neumann serviu em
Blumenau até junho de 1924. Com o Pastor Newnam1 foi construído o prédio
da maternidade " J ohannastift" .
O Pastor Johatmes Noack, que substituiu o Pastor Neumam1 per-
maneceu em Blumenau somente de junho de 1924 até agosto de 1925.
O Pastor licenciado Ewald Schroeder, que servira no Rio Grande do Sul, chegou
a Blumenau em novembro de 1925. Durante sua gestão foi criado, sob a
regência do Maestro Heinz Geyer, o coral da Igreja, que em quatro vozes dava
aos cultos Ulna nota de solenidade festiva. Com o Pastor Schroeder vários
melhoramentos foram realizados na Igreja, entre eles, a colocação de vitrais
artísticos nas janelas dos fundos, adquiridos através de uma coleta feita entre os
comunitários e comprados na Alemanha pelos Hering. Também foi renovado o
altar e o púlpito e iniciada a construção da Igreja de Itoupava Seca. Na gestão do
Pastor Schroeder foi apresentada no Teatro "Frohsüm", no dia 18 de setembro
de 1926, às 8 horas, a peça em três atos "Zur rechten Zeit" (Bauernstuck) em
beneficio da Igreja Evangélica, sendo o ingresso cobrado a 1$500 Rs. A
apresentação foi encerrada com um baile. Em 1927, a Comunidade Evangélica
homenageou os seus setenta anos no Teatro "Frohsinn". No dia 24 de setembro
com a apresentação da peça teatral em quatro atos de Cada Sernes, "Dorothéa"
(tema da época do cristianismo), e no dia 25, dando continuidade aos festeJos, o
Club Musical apresentou um concerto. Devido ao estado de sa~de de sua
esposa, o Pastor Schroeder voltou para a Alemanha em 1928, sendo substituído
pelo Pastor Duerre transferido de Timbó e que serviu Blwnenau até 1930.
Durante a gestão do Pastor Duerre, foi inaugurada a Igreja da Cruz em
Itoupava Seca, construída com a colaboração da comunidade, principalmente
de Wilhelm Ditter, Gustav Persuhn e Luis Probst. Os Sinos foram fundidos na
Empresa Industrial Garcia. Com a volta do Pastor Duerre para a Alemanha, em
1930, o Pastor Wilhelm Scheerer, da Co-
munidade de São João de Montenegro, no Rio Grande do Sul, assumiu a
Comunidade Evangélica de Blumenau.
Na gestão do Pastor Scheerer foi construída a casa das irmãs no Garcia e
a Igreja Martin Luther no Garcia Alto.
Em março de 1938, o Pastor Hans Metlmer de São Paulo substituiu o
Pastor Scheerer, que por motivo de saúde voltou para a Alemanha. O Pastor
Methner enfrentou os períodos mais dificeis de toda a Comunidade
blumenauense - "a nacionalização", oriundas da participação do Brasil na
Segunda Guerra Mundial. De conduta correta, nada conseguiram provar contra
o Pastor Metlmer, apesar das calúnias que lhe eram imputadas. Criou centros
de estudos bíblicos para discutir e explicar trechos da Bíblia, segundo
orientação deixada pelo Pastor Scheerer. Em julho de 1940, o Pastor Methner
inaugurou a Igreja de Belchior e instalou o Centro Evangélico em Gaspar Alto.
Terminada a guerra, Blumenau voltou à normalidade e como os serviços
aumentassem a Diretoria resolveu em sessão de junho de 1947, pedir a volta do
Pastor Scheerer, que chegou em ílns de 1948. O serviço abrangeu na primeira
zona, a sede e as Comunidades do Ribeirão Garcia, Gaspar Alto, Gaspar e
Nova Rússia; a segunda zona abrangeu os distritos de Itoupava Seca, Itoupava
Norte, Ribeirão da Velha, Belchior e Baú.
A Igreja da Cruz, inaugurada em 15 de setembro de 1929, pequena e
situada em local inadequado, pois funcionava nas imediações da Eletro-Aço,
não atendia a contento a Comunidade de Itoupava Seca que resolveu adquirir
em dezembro de 1949, a morada dos herdeiros de Peter Christian Feddersen. A
morada foi restaurada e além de servir de morada-para o Pastor Scheerer,
serviu também.para instalar o Jardim de Infância "Princesa Isabel" , a cargo da
Sociedade Evangélica de Senhoras de Itoupava Seca, que também tinha sua
sede no mesmo prédio. O Pastor Methner, convidado para trabalhar em
Campinas-SP, em setembro de 1951, deixou Blumenau, que foi atendida pelo
Pastor Rolf Duebbers que estava servindo em Ibirama e que mudou-se para
Blumenau em maio de 1952. Em novembro de 1952, o Pastor Scheerer, devido
ao seu estado de saúde resolveu voltar para a Alemanha, deixando a
Comunidade Evangélica de Blumenau em março de 1953, que passou a ser
atendida pelo Pastor Richard Laun que vivia no Brasil desde 1933, a mando da
ordem "E.O.K. Altgr. Union".
O Pastor Laun trabalhou em Trombudo Central com seis Comunidades,
inclusive Lages. O Sínodo Evangélico de Santa Catarina e Paraná, conílaram
ao Pastor Laun em 1941, a assistência aos velhos, motivo que o levou com a
ajuda de toda a Comunidade a construir em Trombu-
do Central o Asilo dos Velhos, que administrou e orientou. Como substituto do
Pastor Scheerer, o Pastor Laun ainda dirigia o Asilo dos Velhos, pois fora
encarregado como diretor vitalício.
Com o Pastor Rold Duebbers, em 1957, a Comunidade Evangélica de
Blumenau comemorou seu Centenário e vários projetos foram realizados para
complementar a festiva data. A primeira obra foi a construção da nova Igreja e a
casa pastoral anexa em Itoupava Seca, sendo a antiga Igreja da Cruz
(1955-1956) transferida de Itoupava Seca para a Velha. Apesar dos esforços da
Comunidade de Itoupava Seca o templo não ílcou concluído até o Centenário
da Comunidade, entretanto o da Velha, erigido em terras doadas por Mathias
Bittelbrun, Alidor de Zutter, Frederico Gielow, Ralf Herbert Lohse e Cia.
Hering, foi inaugurado. Com vistas ao Centenário, foram realizadas obras na
Igreja Matriz e Casa Pastoral de BJumenau. Também foi retiílcado o caminho
de acesso à Igreja e cemitério, obras que custaram aos cofres da Comunidade
cerca de um milhão de cruzeiros.
Em 1968, o Pastor Rold Duebbers foi substituído pelo Pastor Meinrad
Piske que atuou na Comunidae Evangélica de Blumenau até 1980, quando foi
substituído pelo Pastor Bruno Herbert Gottwald.
Anos se passaram e a Comunidade Evangélica de Blumenau antes
atendida por um só Pastor que se deslocava numa montaria aos mais distantes
rincões, expandiu-se. Paróquias foram criadas, outras emancipadas e a periferia
tem seus templos, entretanto até 1947, todas as atividades ainda se
concentravam na Paróquia do centro com um só Pastor e mais dois ou três
auxiliares. Em 1975, foi criado o segundo pastorado da Paróquia
Blumenau-Centro, com um Pastor responsável e um auxiliar
Em 1947, a Diretoria da Comunidade Evangélica de Blumenau, decidiu em
reunião, solicitar a volta do Pastor Scheerer que assumiu em 1948, a Paróquia
Blumenau-Itoupava Seca (2a Paróquia), permanecendo como primeiro Pastor
da mesma até 1953. Substituiu o Pastor Scheerer, o Pastor Laun. Com o Pastor
Laun que atuou até 1960, foi lançada no dia 10 de outubro de 1954, a pedra
fundamental da Igreja Martin Luther, cujo culto de dedicação foi realizado no
dia 26 de agosto de 1973. No período de 1960 até 1962, atuaram na Paróquia
Blumenau-Itoupava Seca os Pastores Heinz Ehlert durante sete meses e Walter
Hoeppner, 11 me ses. Com o Pastor Diether Prinz que assumiu a Paróquia
Blumenau-Itoupava Seca em 1962, foi criado em 1987, o segundo pastorado,
atendido pelo Pastor Elmo Rasweiler.
Em 17 de julho de 1955, a Comunidade Evangélica da Velha, fes-
tejou o lançamento da pedra fundamental da Igreja da Paz, que foi inaugurada
no dia 16 qe julho de 1958. Em 13 de julho de 1964, foi criada a Paróquia
Blumenau Velha (3 a Paróquia), atuando como primeiro Pastor até 25 de maio
de 1981, Alfred Martin Creutzberg. A Paróquia ticou vaga de maio a outubro de
0
1981, quando em 1 de novembro do mesmo ano assumiu o Pastor Nelso
Weingartner.
Em 1968, foi criada a Paróquia Blumenau-Garcia (4a Paróquia).
O primeiro Pastor, Leonhard Creuzberg atuou até 1976. A Comunidade
Evangélica do Garcia, fundada em 1964, teve sua Igreja inaugurada no dia 23
de novembro de 1986. Sucederam o Pastor Creutzberg, Paulo Rueckert e Claus
Volkmann. O Pastor da Paróquia do Garcia atende o Garcia, Garcia Alto, Nova
Rússia e Jordão.
Em junho de 1973, foi criada a Paróquia Blumenau-Fortaleza (5a
Paróquia), sendo o primeiro Pastor Hans HermalID Ziel que atendeu Fortaleza
até julho de 1983. Em 1 o de agosto de 1983, assumiu a Paróquia o Pastor
Egberto Schwanz. A Comunidade Evangélica de Fortaleza, fupdada em 1886,
era atendida pelo Pastor de Badenfurt até fazer parte da Paróquia de Itoupava
Central. Em 1966, passou para a Comunidade Evangélica Blumenau-Centro
sendo atendida pelo Pastor Diether Prinz de Itoupava Seca. A Paróquia abrange
Fortaleza Alta com a Igreja inaugurada em 1956, pelo Pastor Theodor Fenske
(a Paróquia dispõe também de casa para o Pastor), Fortaleza Baixa (centro de
pregação) e Alto Baú, fundada em 1921, atendida inicialmente pela
Comunidade Evangélica Blumenau-Centro e depois Itoupava Seca.
0
No dia 1 de julho de 1986, foi criada a Paróquia Blumenau-Velha
a
Central (6 Paróquia), tendo a frente o Pastor Rolf Roedel. O atendimento
pastoral de Velha Central remonta aos anos de 1885, quando eram atendidas as
Comunidades de Caminho da Velha, Velha Fundos e Salto. As áreas de terras
onde se localizam as Comunidades Evangélica e Católica, foram doadas pelo
Doutor Blumenau. Para construir a Escola Básica "Hercílio Deeke" , as duas
Comunidades cederam parte de suas terras. Ao lado da velha Igreja no dia 23 de
agosto de 1964, foi lançada a pedra fundamental da nova Igreja que foi
inaugurada no dia 19 de setembro de 1971.
Com o Pastor Werno Stiegemeier, a Paróquia Blumenau-Gaspar (7a
Paróquia), criada em 1986 e que funcionava desde janeiro de 1987, como
autônoma, oficializou sua emancipação em 18 de maio de 1987. Atende, além
da sede a localidade de Gaspar Alto. A atual Igreja foi inaugurada no dia 5 de
junho de 1955.
Na Paróquia da rua São Bento, funciona a Secretaria Regional da
Juventude Evangélica da Região 11, atendida pelo Pastor Günter Boebel.
Blumenau conta ainda com as Paróquias Evangélicas de Badenfurt e
Itoupava Central, independentes da Paróquia-Centro.
A Comunidade de Badenfurt, formada nos primórdios da colonização
(1860), era atendida pelo Pastor Hesse que celebrava a liturgia nwna pequena
capela de palmitos até 1872, quando foi construída a Igreja de madeira. Em
1883, Badenfurt emancipou-se de Blumenau, porém continuou a ser atendida
pelo Pastor Sandreczki de Blumenau até a chegada do Pastor Heinrich Runte
em 1884. O Pastor Runte foi o primeiro Pároco de Badenfurt e atendia além de
Badenfurt, Encano, Salto Weissbach, Pomerode, Encano do Norte, Encano
Alto, Alto Rio do Testo e Mulda. Construiu escolas e interessou-se pela
formação de professores capazes de atender as necessidades da Paróquia,
inclusive em casos de emergência. Sob sua gestão foram construídas em 1885,
as Igrejas de Pomerode, Carijós e Alto Rio do Testo. Em 1891, foi construída a
Igreja de Itoupavazinha e a atual Igreja de Badenfurt, em alvenaria, sendo a
torre construída em 1934. Com o Pastor Runte, Badenfurt tornou-se a maior
Paróquia Evangélica da América Latina. Sucedeu ao Pastor Runte, o Pastor
Radlach que atendeu a Comunidade de Badenfurt até 1894, seguindo-se no
espaço de dez anos, os pastores Kessel, Goosmalm, Enders, Freier e Schmidt.
Em 1904, assumiu a Paróquia, o Pastor Werner Andresen, que se dedicou
durante quarenta anos à Comunidade de Badenfurt. Na sua gestão foi
construída a Igreja de Encano do Norte, ampliadas as de Itoupavazinha e Testo
Central e construída a Casa da Comunidade de Testo Salto. A OASE de
Badenfurt também foi iniciativa do Pastor Andresen. Na época, os cultos eram
abrilhantados pelo som do hannônio tocado por Noering. O Pastor Andresen
foi substituído pelo Pastor Siegmund Wanke que elaborou os atuais Estatutos
da Paróquia e organizou os livros. Seguiu-se o Pastor Arnold Wruk que
construiu o Jardim de Infância de Badenfurt e Itoupavazinha, organizando
também novos grupos de OASE. Criou as Comunidades do Vale do Selke e
Testo Salto, e o segundo pastorado da Paróquia.
A partir de 1980, a Paróquia conta com os pastores Helmuth Koller que
atende Badenfurt, Salto Weissbach e Encano do Norte; Gustavo Krieger que
atende Testo Central, Testo Salto, Itoupavazinha e Vale do Selke.
Nessas Comunidades funcionam escolas dominicais e cultos para as
crianças. Em 1983, o Dia da Criança reuniu em Testo Central mais de
quinhentas crianças provelúentes de escolas dominicais da Paróquia.
A Comunidade de Badenfurt conta com um grupo instrwnental,
 coros infanto-juveJús e três corais mistos: Badenfurt, regido pelo Pastor
Koller, Testo Central pelo Pastor Krieger e Testo Salto por Manfredo
Bubeck. Funcionam ainda: grupos de Juventude Evangélica, Encontros de
Noivos, Palestras de Batismo e assistência em casas particulares através de
Estudos Bíblicos.
N o dia 3 de setembro de 1883, foi fundada a Comunidade Evan-
gélica de Itoupava Central. O Ato Constitutivo de Fundação diz o seguinte:
- "Aos três de setembro de 1883, foi fundada no distrito de Itoupava uma
Comunidade Evangélica, a qual será regida e resguardará os seus direitos
por Estatutos elaborados. Foi decidido ainda que cada membro contribuirá
para a Caixa da comunidade com a mensalidade de oitenta réis, pagáveis
semestralmente. Por votação foi formada uma diretoria de três membros
integrada por Wilhelm Denker - Presidente; Professor Schümman -
Secretário e E. Liesenberg - Tesoureiro". O templo foi construído mais
tarde sobre uma elevação, que domina todo o Vale de Itoupava. Com o
crescimento da Colônia, em Assembléia de 13 de janeiro de 1901, a
Comunidade Evangélica de Itoupava Central, atendida pelo Pastor Roesel
(1900-1906), emancipou-se de Blumenau. Sucedeu ao Pastor Rosel, o
Pastor Langbein até 1910, quando foi substituído pelo Pastor Gabler que
atuou durante dez anos. Seguiram-se os Pastores Neumann e Radsch nos
anos de 1920-1921, Oksas até 1926, Von Pritzbuer até 1927, Roth até 1933
e Wiemer até 1939, tendo o Pastor Andresen atuado como substituto por
duas semanas até a chegada do Pastor Stellenbug que atendeu Itoupava
Central durante treze anos, sendo substituído pelo Pastor Blümel de junho a
dezembro de 1952. O Pastor Weingaertner atendeu Itoupava Central de
1953 a 1956, enquanto o Pastor Venske atuou por onze anos. O Pastor
Dubbers de julho a agosto de 1967 e o Pastor Rinz até 1974, quando foi
substituído pelo Pastor Rasweiler até 1985.
Atualmente a Comunidade Evangélica de Itoupava Central é aten-
dida pelo Pastor Orlando Stelter que atende também a localidade de Rio
Bonito, enquanto Fidélis, Serafim e Itoupava Baixa é atendida parcial-
mente pelo Pastor Frank Graf.
A Comunidade Evangélica de Vila Itoupava criada em 1937, fes-
tejou o seu jubileu de prata em 1962. Emancipada em 28 de fevereiro de
1960, teve como primeiro Pastor residente Roberto Kinas que atendeu os
paroquianos de março de 1960 até junho de 1984 (antes de emancipada era
atendida por Pastor de Itoupava Central). De junho de 1984 até novembro
de 1986, a Paróquia foi atendida pelo Pastor Friedrich Gieros, ficando sem
Pastor até 10 de junho de 1987, quando assumiu o Pastor
Leonard Hermann Mühlhãuser.
Enquanto Vila Itoupava iniciou a construção da sua Igreja em 1967 e
a inaugurou em 18 de novembro e 1973, Itoupava Rega em 15 de julho de
1913 inaugurava pelo Pastor Gabler, com uma grande festa, o sino da
Igreja. Fundido em Bochum, a Igreja de Itoupava Rega foi a quinta de toda
a Comunidade Evangélica do Vale do Itajaí a receber um sino. Na ocasião,
também foram comemorados os vinte e cinco anos do governo imperial
alemão.
Vila Itoupava abrange Itoupava Rega I, Itoupava Rega lI, Braço do
Sul, 13 de Maio, Luiz Alves e Massaranduba.
É comum às Paróquias Evangélicas, o funcionamento de escolas
dominicais, cultos para crianças, coros, Jardins de Infância, OASE e outras
atividades.
Enquanto o Pastor Faulhaber permaneceu à testa da Comunidade
Evangélica (1889-1906), no mesmo período de tempo a Paróquia de São
Paulo Apóstolo foi atendida por cinco vigários franciscanos: Zeno Wall-
broehl, Herculano Limpinsel, Wendelino Winkens, Crisólogo Kampmann
e Marcelo Baumeister, que levaram religião aos mais distantes rincões do
município, porém de Indaial para cima, alguns anos mais tarde, quem
atendida era o Vigário de Rodeio.
A história da Comunidade Católica do Vale do Itajaí é marcada
pelas mudanças implantadas pelo regime republicano, principalmente
quanto à prioridade do casamento civ_il que revoltaram o clero, levando
alguns sacerdotes a se excederem em suás críticas. O Padre Dewitz da
capela de Pomeranos, que em março de 1890, criticou o casamento civil
usando inclusive palavras de baixo calão, declarando que o mesmo era
"casamento de cachorro", teve que fugir apressadamente, pois alguns ita-
lianos que se sentiram ofendidos queriam dar uma tremenda surra no Padre.
Os franciscanos instalaram novas capelas pelo município, e a pri-
meira Igreja Católica totalmente construída às expensas dos católicos ale-
mães de Blumenau foi a antiga capela de São Bonifácio, em Encano, que
foi inaugurada em 15 de janeiro de 1875, com missa festiva celebrada pelo
Vigário de Joinville, Padre Carlos Boegershausen.
Os Padres franciscanos atuaram em Jaraguá (1894) e Gaspar (1895),
benzeram a Igreja de Indaial em 1896, dedicada a Santa Inês e se
encarregaram da região de Luiz Alves, que mais tarde criou sua Paróquia.
Em 1901, foi inaugurada a capela dos franciscanos de Blumenau,
que também foi aberta aos paroquianos.
 Um fato a lamentar ocorreu durante o vicariato de Frei Daniel Hostin,
pois foi seu coadjutor, Frei Gabriel Zimmer, que deturpou a belíssima
arquitetura gótica do templo católico, edificado em 1876, pelo arquiteto
Krohberger. Apesar do aumento das duas naves laterais, dando-lhe a forma de
cruz, nova sacristia e a modificação da torre para comportar os pesados sinos
sincronizados que foram inaugurados em 18 de junho de 1928, e também a
instalação de um relógio elétrico, a alteração não tem justificativa, pois o
crescimento da população, com a imigração de elementos nacionais à procura
de trabalho, não resolveram o problema do espaço no templo.
Em 1926, durante a festa da Assunção, com a presença do bispo de
Florianópolis, as obras da matriz foram novamente consagradas e em 1927, foi
dotada de um grande órgão.
Na época, houve um diálogo interessante entre Frei Gabriel Zimmer e o
industrial João Karsten. Frei Gabriel Zimmer foi pedir auxílio para a
construção da capela de Testo Salto e João Karsten, que era evapgé1ico, disse a
Frei Gabrie1 já estar comprometido com a construção da Igreja Evangélica.
Frei Gabriel Zimmer era alegre e muito querido por todos tanto evangélicos
como católicos e ante a dificuldade em convencer João Karsten disse sorrindo:
"Olha aqui, Senhor Karsten, o Senhor sempre foi meu grande amigo e a única
coisa que lhe posso oferecer em troca de sua contribuição é uma cadeira no
céu", e João Karsten respondeu: "Se for para obter uma cadeira no céu, não
posso deixar de lhe ajudar ". (3)
No dia 4 de junho de 1922, no vicariato de Frei Daniel Hostin, foi
realizada no pátio da Igreja Matriz, grande "quermesse" de Espírito Santo, com
a primeira apresentação em Blumenau dos músicos da cidade de Bremen e o
Urso Dançador, sendo a entrada franqueada ao público. E no mesmo ano, na
Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil, realizada
no Rio de Janeiro, em setembro, os padres franciscanos de Blumenau foram
premiados pela qualidade do mel, dos favos artificiais e das velas de cera
expostas.
No dia 29 de setembro de 1929, na matriz de Blumenau, com a presença
dos bispos de Joinville e Barra do Piraí, Dom Joaquim Domingues de Oliveira,
arcebispo de Florianópolis, sagra Frei Daniel Hostin, que é eleito bispo da
recém-criada diocese de Lages. Na mesma época, foram construídas as capelas
de Testo Salto, Itoupava Central e Glória, e Frei Beda Koch, além de inaugurar
uma escola paroquial no Garcia, tra-
balhava também na criação da paróquia do Garcia para desmembrá-la de
Blumenau.
Na década de trinta, Frei Modestino Oechtering, além de realizar em
Blum~nau com a ~art~cip~Ção de sacerdotes de vários pontos do país, do
arcebISpo de Flonanopohs e dos bispos de Joinville e Lages, um gra?de.
Congres~o Católico, no dia 30 de julho de 1933, na Igreja, sob a regenCIa do
professor Schwartz, o coral da Igreja apresentou hinos e motetos, e sob a
regência do professor Harre, foram apresentadas músicas antigas .e n:odernas, e
também realizada no dia 27 de janeiro de 1935, pela pnmeIra vez, a festa
popular em honra ao Padroeiro São Paulo Após~olo no pát!o ~a Igreja Ma~riz.
Além desses eventos, desde os primórdIOs da paroqUIa, eram multo comuns as
recepções principalmente aos prelados ilustres.
A Freguesia de São Paulo Apóstolo de Blumenau, desde 1873 esteve sob a
jurisdição do bispado do Rio de Janeiro. Em 27 de abril de 1892, foi criada a
diocese de Curitiba sendo seu primeiro bispo Dom José de Camargo Barros, que
foi o primeiro bispo a fazer uma visita pastoral a Blumenau. Chegando no dia 31
de agosto de 1895, foi recepciona~o com gra.nde .festa, duas bandas de música,
iluminação de magIúfico efeIto com seIS mIl lanternas de papel colorido e
várias inscrições latinas c~lori?as. Dom José de Camargo Barros permaneceu
em Blumenau por tres diaS retomando em 1902, de 5 a 23 de setembro.
Substituiu a Dom José ~e.Camargo Barros, na diocese de Curitiba, Dom Duarte
Leopoldo, que VISItOU Blumenau no período de 31 de agosto até 14 de
setembro de 1905. Em I~arço de 1908, foi criada a diocese de Florianópolis a
qual Blumenau fICOU subordinada. O primeiro bispo catarinense Dom João
Becker, visitou Blumenau de 13 a 17 de maio de 1909. Bl~enau ficou sob
a)urisdição de Florianópolis até a criação da arquidiocese de Santa CatarIna.
Com a criação da diocese de Joinville, em 1927, Blumenau pa~so~ a fazer p~rte
d.a mesma, sendo .visitada pelo primeiro bispo de JOlllv111e, Dom PIO
Freltas, natural de MInas Gerais, em 1929.
" Também na década de trinta as Irmãs Franciscanas passaram a di-
ngIr o Hospital Municipal Santo Antônio, a Escola Agrícola Municipal "José
Ferreira da Silva" com a capelinha S. José, benta no dia 24 de abri~ ?e 1940, e
outras obras sociais. Na mesma época, a Comunidade Catohca de Blumenau
contou com as capelas de Nossa Senhora da Glória e Cristo-Rei da Velha. Em
1950, funcionavam as paróquias de Blumenau (centro), Velha, Garcia, Vila
Nova, Escola Agrícola e Itoupava Norte; e as capelas de Beco Chapecó, Santa
Cruz, Badenfurt, Testo Salto, Itoupava Central e Vila Itoupava.
Atualmente, a Comunidade Católica de B1umenau conta com oito paróquias:
São Paulo Apóstolo (centro) que atende as capelas de São Francisco de Assis,
localizada no bairro de Boa Vista; Nossa Senhora de Fátima, na Rua República
Argentina; São José, na Toca da Onça; Santíssimo Sacramento, na Rua São
Bento; Bom Jesus, na Rua Pedro Krauss e Santa Luzia na Rua Araranguá.
Paróquia Cristo-Rei, )ocalizada no bairro da Velha, que atende as capelas de
Santa Cruz, na Velha Central, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Água
Verde e São Pedro na Velha Grande. Nossa Senhora da Glória, na Rua da
Glória, que atende as capelas de Gaspar Alto e Gaspar Central. Santa Isabel, na
Rua Progresso, que atende as capelas de São Cristóvão, na Rua Rui Barbosa;
São José Operário, no Encano, e São João Batista em Nova Rússia. Santo
Antônio, na Rua Amazonas, que atende também a capela de Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro, na Rua Engenheiro Odebrecht e capela de Vila Iná. Santa
Teresinha, na Rua Benjamim Constant, Escola Agrícola, que atende as capelas
de Santo Estevão, no Salto do Norte; Santo Antônio, na Água Verde; São João
Batista, de Badenfurt; São Cristóvão, de Salto Weissbach; Nossa Senhora
Aparecida, na Rua Coripós e São José, na Casa São Simeão da Escola Agrícola.
Nossa Senhora da Imaculada Conceição, na Vila Nova, que atende a capela de
São Lourenço na Água Verde. Nossa Senhora Aparecida, de Itoupava Norte,
que atende as capelas de São Mi.bTUel Arcanjo e São José Operário em
Itoupava Central; São Domingos Sávio, na Rua Franz Volles, em Itoupava
Central; Capela da Cohab, em Ribeirão Fidelis; São João Maria ViaImey, em
Itoupava Norte; São João Batista, na Rua São João, em Itoupava Norte; São
Francisco de Assis, na Fortaleza e São Luiz Gonzaga, e Tribess.
A capela de São João Batista de Vila Itoupava está subordinada à
paróquia de Nossa Senhora Aparecida de Itoupava Norte. É atendida pelo Frei
Ervino Bentler, que também celebra missas em idioma alemão nas capelas de
Ribeirão Branco na Velha, Encano Baixo, Encano Alto e às oito horas da
manhã, aos domingos, na capela de São Paulo Apóstolo no centro. Frei Ervino
Bentler, dirige as ComUlúdades Alemãs Católicas do Vale do Itajaí. O
programa "Saudação Dominical" na Rádio Clube de Blumenau, aos sábados,
no horário das 13 às 13:30 horas, é apresentado por Gerda Hofschulte da
Comunidade Alemã do Vale do Itajaí.
Com Frei Joaquim Orth, foi realizado em Blumenau, no dia 16 de julho
de 1950, o Congresso Mariano Regional, ocasião em que pela primeira vez, foi
irradiada a missa. A segunda irradiação ocorreu no dia 2 de setembro de 1950,
pelos festejos do Centenário de B1umenau, quando a missa campal foi
celebrada na Praça Governador "Hercílio Luz". As
irradiações regulares das missas pela PRC-4, Rádio Clube de Blumenau,
0
tiveram início no dia 1 de outubro de 1950, e foram patrocinadas, na época,
pela firma "Móveis Ideal Ltda." atuando como locutor sacro Frei Waldemar do
Amaral.
No vicariato de Frei Brás Rueter, no dia 26 de outubro de 1952, foi
constituída uma comissão integrada por André Sada, Acary Guimarães, João
Durval Mueller, Adolfo Wollstein, Rômulo Silva, João Mosimann e
posteriormente Rodolfo Radtke, presidida por Frei Brás Reuter, para
deliberarem sobre a construção de uma nova matriz. Uma das deliberações para
financiar a obra foi solicitar uma contribuição mensal das famílias (02/01/53).
Plantas foram elaboradas, e apesar da planta apresentada pelo arquiteto Simão
GraInlich ter sido aprovada pela maioria dos católicos, o custo elevadíssimo e o
longo tempo para a conclusão das obras fez com que a comissão optasse pelo
projeto dos arquitetos alemães, Gottfried Boehm e DomÍlúkus Boehm, filho e
pai respectivamente, sendo o pai conhecido como um dos maiores construtores
de Igrejas da época. Antes de elaborar a planta. Gottfried Boehm em 19 de
janeiro de 1953, esteve em Blumenau para estudar o local da construção.
Concluído o projeto, este foi aprovado pelo bispo de Joinville, Dom Pio de
Freitas, pelo Padre Provincial Frei Heliodoro Mueller e pela comissão de
construção (05/02/53). Para esclarecer divergências quanto à forma e cons-
trução do templo, Frei Brás Reuter apresentou aos paroquianos no dia 12 de
abril de 1953, uma mensagem com os esclarecimentos necessários, e no dia 22
do mesmo mês, após Frei Brás Reuter benzer o terreno e cavar a primeira pá de
terra, a responsabilidade da obra ficou a cargo do engenheiro Franz Hrozek e a
direção da construção a Augusto Koester.
O evento que marcou a Comunidade Católica de Blumenau em 1953,
foi o lançaInento da Pedra Fundamental da Nova Matriz no dia 24 de maio,
data em que se festejava Pentecostes e também, antecipadamente, o 750
aniversário de fundação da paróquia.
O bispo diocesano de Joinville, Dom Pio de Freitas, não oficiou nas
cerimôlúas por motivos de saúde, sendo as mesmas oficiadas por Dom Joaquim
Domingues de Oliveira, Arcebispo Metropolitano de FIorianópolis, que
convidado chegou a Blumenau no dia 23, à tarde, sendo recepcionado pelos
festeiros e grande número de paroquianos. No dia 24, Pentecostes, foi
celebrada missa solene num altar improvisado no campo do Colégio Santo
Antôlúo, atrás da atual Igreja Matriz. A missa foi assistida, do trono, por Dom
Joaquim Domingues de Oliveira, paramentado para a solenidade. O canto foi
executado pelos corais mistos da Matriz e da Igreja de Nossa Senhora da
Glória. Após a missa, Dom Joa-
quim Domingues de Oliveira rezou e abençoou solenemente a pedra hm-
damental que é um bloco de granito trabalhado com os dizeres: "Anno Domini
1953". Depois de benta, a pedra foi transportada solenemente pelos membros
da Comissão de Obras até ao local definitivo. Na ocasião, uma criança recitou
uma poesia e o Dr. Rômulo Silva, discursou em nome da comissão. Em seguida
Dom Joaquim Domingues de Oliveira subiu na pedra fundamental proferindo
belo sennão. Dando prosseguimento às solenidades, Dom Joaquim Domingues
de Oliveira, com uma colher de pedreiro cheia de cimento colocou
simbolicamente a pedra hll1damental que foi colocada na posição correta pelo
construtor Augusto Koester e o contramestre José H. dos Reis. Participaram das
solenidades Irineu Bornhausen, Governador do Estado, Hercílio Deeke,
Prefeito Municipal, outras autoridades e pessoas de destaque especialmente
convidadas para o evento, que deram as tradicionais marteladas com martelos
de ouro, prata e ferro. A ata elaborada sobre o evento, foi lida, assinada,
encerrada num cilindro de cobre e posterionnente colocada ao lado da pedra
fundamental. Os festejos populares continuaram durante todo o dia e
culminaram com um grande espetáculo pirotécnico proveniente dos fundos da
Igreja Matriz, do outro lado da rua 7 de Setembro, encerrando as festividades
do 750 aniversário de fundação da paróquia e lançamento da "Pedra
Fundamental".
A nova Matriz, que tem 75 metros de comprimento incluindo o "hall",
24 metros de largura e 15 metros de altura, é toda em granito cor de rosa, com
duas tileiras de janelas colocadas de ambos os lados. O interior do templo é
belíssimo com as três naves separadas por esbeltas e altas colunas e pelas
abóbadas, sendo a do meio em fonna de cruz e as laterais em fonna de meio
tonel. O batistério localizado no "hall" com 8 metros de altura 5 ,60 metros de
diâmetro, com majestosa colunata, trabalhado em granito, mármore e concreto,
com os vitrais quadriculados em amarelo, verde cinza e incolor, é de grande
beleza arquitetônica e valor artístico. A pia batismal, localizada no centro é de
mármore, coberta por wna peça de vidro e metal que se ergue e baixa
suavemente, sob contrapeso pendente de uma corrente presa à cúpula cônica e
metálica do batistério. O piso do batistério é de mármore e desce em nível
inferior de três degraus. Foi inaugurado no dia 5 de abril de 1958, com o
batismo urgente de um pretinho que faleceu logo depois, sem ser registrado. A
fachada da Matriz, ladeada por enonnes vitrais do chão até o teto, abrese em
duas folhas de madeira maciça, toda trabalhada, o grande portal central com as
maçanetas em fonna de peixe. Na arcada, sobre o grande portal estão as
imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São João. A
três metros de altura, nas paredes laterais foram colocadas 16 rosáceas Je 1,80
metro de diâmetro cada uma, representando as 14 estações da Via Sacra e
ainda, uma representando a Ressurreição e outra a vinda do Espírito Santo. A
bênção da Via Sacra, nas rosáceas laterais, ocorreu no dia 19 de fevereiro de
1958. No fundo do presbitério, sobre a parede acima do altar, encimado pela
grande e belíssima rosácea de vitrais coloridos, com 8 metros de diâmetro,
rodeada de 20 rosáceas menores de 60 centímetros de diâmetro cada uma, está
um grande crucifixo. Nos vitrais da rosácea está reproduzida a coroa de
espinhos de Jesus Cristó.
Os vitrais utilizados, segundo sugestão do arquiteto, deveriam ser do
tipo "Antique", sem similar no Brasil. Para conseguir licença para importá-los,
Frei Brás Reuter conseguiu uma audiência, em 24 de janeiro de 1956, com o
Presidente da República, Dr. Nereu Ramos, obtendo apoio para a licença de
importação no dia 15 de abril do mesmo ano. Através dos esforços de Frei
0
Severino, no Rio de Janeiro, em 1 de janeiro de 1957, chegou a licença para a
importação dos vitrais que foram pagos com o resultado de uma campanha dos
patrocinadores iniciada em 4 de novembro de 1956.
Na entrada da Matriz, depara-se com as duas pias de água benta que constam de
uma laje circular de granito com 30 centímetros de espessura e 1,40 metro de
diâmetro, escavada em concha, sustentadas por oito colunas cada uma. A mesa
da Comunhão, de mánnore branco, extende-se dos dois lados do corredor
central. A passagem para o presbitério é feita por wna ampla escadaria com seis
degraus de mármore, porém com os espelhos em granito rosa. Os blocos de
mármore util izados na escadaria medem 1,20 m x 0,30 m com 0,15 m de
espessura. O altar, todo de mármore branco, está nwn plano elevado, rodeado de
três degraus em suas quatro faces. O altar encerra as relíquias dos mártires
Claro, Felicíssimo e São Pedra de Alcântara. A mesa do altar tem 3 metros de
comprimento, 1,50 metro de largura e 0,15 centímetros de espessura, apoiada
sobre oito colunas oitavadas. O tabernáculo com 0,70 centímetros de largura,
0,60 centímetros de altura e 0,60 centímetros de profundidade, é wn belíssimo
trabalho de entalhe com aplicações de imbuia, marfim, ouro e prata,
representando anjos adoradores nas folhas externas e internamente peixes e
salvas com pão, sÚllbolos do cristianismo. O tabernáculo tem portas de ambos
os lados e encerra o cofre feito de aço e latão. O altar e tabernáculo permitem
oficiar de ambos os lados. É iluminado pela luz que se infiltra pelos grandes
vitrais do lado esquerdo do presbitério, enquanto que no lado direito se
localizam, na parte inferior, a capela das crianças, e no nível superior o coro e o
antigo órgão
que foi adaptado na sua parte externa para o local. A localização do coro
facilita o entrosamento entre cantores e celebrantes, principalmente nas
missas solenes. Também no lado esquerdo do presbitério encontra-se o
púlpito, em lÚvel elevado e forma alongada para o centro com dois metros de
comprimento, 0,90 centímetros de largura e 0,30 centímetros de espessura
rodeado por um gradil de ferro e encimado por um dos seI de madeira de
forma circular e plano. A parede granítica dos fundos é adornada por dez
enormes castiçais de 2,30 metros de altura fundidos em bronze maciço. O
conjunto da lâmpada do Santíssimo é um trabalho artesana! artístico em
mármore e bronze com vaso de cristal vermelho para o azeite. O conjunto
pende da parede dos fundos por uma corrente de ferro niquelado adornada de
espaço em espaço com bolotas trabalhadas em bronze. Os três assentos dos
oficiantes, talhados em mármore, são simples, sobressaindo-se o do meio.
Estão localizados ao lado direito do altar de quem entra na Igreja.
Destacam-se ainda nas naves laterais os quatro confessionários de mármore
branco construídos no mesmo estilo do templo. As cortinas dos
confessionários foram confeccionadas em veludo azul e os assentos são de
madeira. Os bancos maiores em número de cem e os menores, oitenta, são de
carvalho e podem acomodar três mil pessoas. Udo Schadrack, apesar de
evangélico, em 10 de dezembro de 1956, doou uma parte da madeira de
carvalho para confeccionar os bancos da Igreja. A capacidade da nave da
Igreja é de seis mil pessoas incluindo as que ficam de pé. No templo
encontram-se quatro imagens, a de São Paulo Apóstolo, Padroeiro,
encimando o portal de entrada, Sagrado Coração de Jesus, imagem modelada
em gesso, em nicho encavado no granito da parede lateral direita e Nossa
Senhora, no presbitério à esquerda do altar em rico estilo barroco. As doze
cruzes da consagração da Igreja, encimadas por suportes de bronze
encravados no granito sobre os quais se encontram os doze círios (quatro na
parede de entrada e oito nos fundos), simbolizam os apóstolos. A Matriz tem
ainda duas portas laterais e uma nos fundos pela capela das crianças. O piso da
Igreja, do átrio, sacristia e capela das crianças é revestido de retângulos de
mármore rajado de cinza e branco. A construção tem ainda um anexo de 180
metros quadrados de quatro pavimentos onde funcionam a sacristia com 150
metros quadrados, salas para reuniões, conferências e local para moradia do
sacristão e família. Um esbelto torreão de 11 metros de altura com estrutura
de madeira e revestimento de cobre, está sobre o corpo da Igreja. No topo, há
uma pequena cruz de bronze tendo engastadas duas peças de cristal para o
reflexo da luz. É simples e imponente.
Os trabalhos de construção da nova Matriz, foram supervisionados
pelo arquiteto Gottfried Boehm, que no dia 10 de novembro de 1956,
chegou a Blumenau acompanhado da esposa. Gottfried Boehm voltou a
Blumenau no dia 6 de janeiro de 1958, para tomar parte nas solenidades de
consagração da Matriz por ele idealizada.
Para concretizar a obra foram realizadas festas com a colaboração
do comércio, indústria e toda a Comunidade. Também foram realizadas
campanhas, apresentada a maquete da obra em 6 de junho 'de 1954, e feita a
campanha pró-telha em 6 de março de 1955.
Na festa de Pentecostes do dia 20 de maio de 1956, em benefício da
construção do templo foi realizado no grande vão, em construção, um
almoço de quinhentos talheres com a presença do Governador do Estado,
Jorge Lacerda. Comerciantes locais e particulares doaram todo o neces-
sário para o almoço, sendo os trabalhos de cozinha realizados por senhoras,
orientadas pelos ecônomos Ulrich Koenig (Clube Náutico América),
Arthur Jaehrig (Olímpico) e Fedor Enderes (S.D.M. "Carlos Gomes"). O
almoço foi servido por senhoritas da sociedade local. A banda musical do
Abrigo de Menore.s de Florianópolis, abrilhantou o evento.
Quando parte da nova Matriz estava construída, foi possível demolir
a antiga, e o bispo diocesano Dom Inácio Krause, pennitiu que a mesma
fosse inaugurada com uma bênção simples que foi presidida pelo Padre
Provincial Frei Heliodoro Mueller, no dia 17 de outubro de 1956, data em
que também foi realizada a 1 a Comunhão das crianças na nova Matriz.
Na festa do Espírito Santo do dia 9 de junho de 1957, em benefício
da construção da Matriz, foi organizada, pela primeira vez, uma tômbola,
tendo como prêmio um Chevrolet "Bel-Air", que só saiu no terceiro
sorteio, pois nos dois anteriores o número sorteado não foi vendido. Foi
pregador na festa, Frei Mateus Hoepers. Também no ano de 1957, Frei
Comado Rosbach, no dia 29 de dezembro, rezou sua primeira missa na
nova Matriz.
O ano de 1958 marcou a Comunidade Católica com a consagração
da nova Matriz no dia 25 de janeiro, dia em que se comemora a Conversão
de São Paulo Apóstolo. Os festejos se realizaram nos dias 24, 25 e 26 de
janeiro e contaram com a presença de Dom Jaime de Barros Câmara,
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, que veio acompanhado do Arcebispo
Metropolitano de Florianópolis, Dom Joaquim Domingues de Oliveira, de
seu auxiliar Dom Felício da Cunha Vasconcelos, Dom Gregório
Warmeling, bispo de Joinville e Dom Wilson Laus Schmitt, bispo de
Chapecó. Em frente à Prefeitura Municipal, às 19,30 horas, autoridades e
expressivo número de pessoas aclamaram os prelados que foram
saudados pelo Juiz de Direito Dr. Marcílio Medeiros, com vibrante discurso. Os
prelados foram até a Igreja Matriz acompanhados de uma marcha
"aux-tlambeaux", que foi muito aplaudida por toda a Rua 15 de Novembro.
João Durval Mueller saudou os visitantes em nome dos paroquianos. No dia 25,
às 6,30 horas da manhã, foram iniciadas as cerimônias da consagração da nova
Matriz pelo Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara. Apesar de demorada, a
cerimônia, que exige muitos atos, tinha a nave lotada de fiéis que assistiram
atentos ao grandioso espetáculo religioso. Tenninada a consagração, Dom
Wilson Laus Schmitt, rezou a primeira missa no altar recém-consagrado,
abrilhantada pelo coro "Santa Cecília" que executou músicas de compositores
sacros de renome. As cerimôlúas também tiveram a participação dos estudantes
de Filosofia da Faculdade Franciscana de Curitiba. Com grande assistência, às
19 horas, Dom Joaquim Domingues de Oliveira, arcebispo de Florianópolis,
oficiou o "Te Deum" e às 20,30 horas no Teatro "Carlos Gomes", lotado, sob a
regência de Heinz Geyer, foi apresentado um grande concerto <tue foi
vivamente aplaudido pelo Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara e arcebispos
visitantes. Na ocasião, os visitantes foram saudados pelo Deputado Estadual
Dr. Pedro Zimmermallli, que foi longamente aplaudido. No dia seguinte, às 8
horas da manhã, foi celebrado o primeiro pontifical na nova Matriz por Dom
Gregário Warmeling, sendo o sermão festivo ao Evangelho, proferido por Dom
Felício da Cunha Vasconcelos, que discorreu brilhantemente sobre as linhas
arquitetônicas e motivos litúrgicos que tanto se afastam do comum dos templos
católicos. Terminados os atos religiosos, tiveram início os festejos populares,
dos quais participaram toda a Comunidade blumenauense sem distinção de
credo religioso. Bandas de música, foguetes, risos, alegria, inclusive as
melodias dos canarinhos de Frei Marcílio, que tanto contribuíram para as obras
do novo templo.
Após a consagração do majestoso templo, começou a preparação do
terreno para dar prosseguimento nas obras de construção da torre, separada do
corpo da Igreja, trabalhos que se prolongaram até meados de 1959. Ainda em
1958, tendo como pregador o Padre Aquino Scheidt e o prêmio da grande
tômbola, um Chevrolet "Bel-Air", foi realizada no dia 25 de maio, a festa de
Pentecostes que se repetiu em 17 de maio de 1959. Em 1960, a festa de
Pentecostes realizada no dia 5 de junho, foi em benefício da construção da torre
cujos trabalhos tiveram início no dia 12 de setembro do mesmo ano.
A pedra fundamental foi lançada, com bênção litúrgica, no dia 15 de
novembro de 1960, e André Sada foi o orador oficial, sendo respon-
sável pelas obras o engenheiro Dr. Humberto Faria de Almeida.
Em granito rosa, com 45 metros de altura e 49,50 metros de base, a torre
acompanha as linhas arquitetônicas do templo, com seu pórtico gitantesco
fonnado pela arcada da própria torre. Acima da arcada, o campanário com seus
três sinos, localizados nas três aberturas circulares, acionados eletricamente, são
os mesmos da antiga Matriz. O cimo da torre toma a forma abaulada,
hannonizando-se com a arcada e aberturas circulares do campanário. Nas faces
da torre é visível para todos os recantos da cidade o relógio com os mostradores
de bronte, medindo o ponteiro maior 1,20 metro de comprimento. No topo, está a
cruz de granito enquadrada na arquitetura da torre. O acesso ao templo é feito
pela ampla escadaria de seis metros de largura em granito maciço, através dos 44
degraus em 11 lances de 4 degraus, passando pelo gigantesco pórtico formado
pela arcada da própria torre. À esquerda de quem sobe as escadarias, em nicho
encavado no granito, foi colocada a imagem de São Paulo Apóstolo, Patrono da
Matriz e da Paróquia, com 1,80 metro de altura, esculpida em cimento. A
construção da escadaria da torre que teve início no dia 28 de março de 1961, foi
inaugurada no dia 20 de maio do mesmo ano, véspera de Pentecostes por Dom
Quirino Schmitz, natural do município de Gaspar e bispo de Teófilo Otoni. A
fiÚl simbólica foi cortada pelo Prefeito MUlúcipal Hercílio Deeke. Na festa de
Pentecostes de 10 de junho de 1962, foi pregador o Padre Francisco Sales
Bianchini.
Após colocada a última pedra na torre (6/1/1963) e a cruz no topo (14/2/1963),
no dia 31 de maio de 1963, começaram os festejos de inauguração da torre, que
continuaram no dia seguinte, 10 de junho, com cerimônia litúrgica oficiada por
Dom Gregório Wanneling, bispo diocesano e com a presença do Dr. Evandro
Lins e Silva, representando o Dr. João GouJart, Presidente da República, Celso
Ramos, Governador do Estado e outras autoridades. Abrilhantaram as
testividades, o famoso coral dos Canarinhos de Petrópolis. No dia 2 de junho
de 1963, com a continuação dos festejos de Pentecostes, as obras do majestoso
templo católico foram dadas como concluídas.
Com Frei Gabriel Zimmer, coadjutor da paróquia, que conseguiu
através de campanhas dotar a Igreja Matriz do atual órgão, também conseguiu
dotá-Ia de novos sinos. Para alcançar seus objetivos lançou mão de campanhas
envolvendo listas de donativos, festas populares e outros meios. A campanha
que obteve êxito, contou com a colaboração de toda a ComUIúdade sem
distinção de credo. Em março de 1928, os novos sinos chegaram a Blumenau,
pois os dois velhos e pequenos sinos que acompanharam os blumenauenses por
mais de meio século, em 1927,
apresentavam rachaduras e tinham que ser substituídos. Os sinos, fabricados
em Bochum-Alemanha, afamado centro siderúrgico da Westphalia na região
do RuIu, foram fundidos em aço de primeira qualidade pela "Bochumer
Gusstahl Fabrik", com as seguintes características: o maior mede 1,10 metro de
altura e 510 quilos de peso; o médio, 98 centímetros e 350 quilos; o menor, 82
centímetros e 200 quilos; e a armação de ferro para sustentá-I os 1.928 quilos.
Custaram na tãbrica, Rs. 6.494$200. O transporte entre Hamburgo
(Alemanha)-Santos e Itajaí-Blumenau, foi gratuito, entretanto, as taxas de
importação de Rs. 2.844$300 acrescidas do transporte entre Santos e Itajaí, no
valor de Rs. 152$000, elevaram o custo total dos sinos para Rs. 9.490$000.
Apesar de Frei Felippe Niggemeier, Vigário da Paróquia, pretender
inaugurar os sinos pela Páscoa em 8 de abril de 1928, os mesmos só foram
consagrados no dia 17 de junho de 1928, pois a Igreja Católica instituiu desde a
Idade Média, cerimônias especiais para o "batismo dos sinos", cerimônia que
somente os bispos podem oficiar. A cerimônia. de "batismo" dos sinos
adquiridos para a Matriz de Blumenau foi otíciada por Dom Joaquim
Domingues de Oliveira, Arcebispo de Florianópolis, que chegou a Blumenau
no dia 16 de junho de 1928, às 17 horas, sendo recepcionado defronte à Câmara
Municipal. No domingo, às 9 horas, o Arcebispo Dom Joaquim Domingues de
Oliveira adentrou na Matriz, tendo ilúcio, após a missa pontificial, solenidade
que tenninou por volta das 11 horas. Pregou o Evangelho, Frei Stanislau
Schaette, que discorreu sobre a consagração dos sinos em idioma português e
depois em alemão. Após a missa, os sinos foram consagrados pelo Arcebispo,
cerimônia a que também assistiram vários padres e que consistiu no ben-
zimento da água com sal, e enquanto se entoavam cânticos alusivos à so-
lenidade, os sinos foram lavados com água benta para paurificá-los, em seguida
cada sino foi ungido sete vezes por fora com o óleo santo dos enfermos e quatro
vezes por dentro com o santo crisma. As unções se referem às graças do
Espírito Santo que os fiéis buscarão na Igreja, quando chamados pelos sinos. O
Arcebispo, após benzer o incenso, colocou debaixo de cada sino o turíbulo para
que a fumaça odorífera impregnasse o material bento com a santidade. Após
pedir a Deus que dotasse os sinos do poder de comunicar a etícácia de "Sua"
voz, tocou os sinos três vezes, sendo imitado pelos padrinhos. Os sinos
consagrados receberam os nomes de Jesus (maior), Maria (médio) e José
(menor). Foram padrinhos dos sinos Jesus e Maria: Dr. Amadeu Felipe da Luz e
esposa; Curt Hering (na época, Superintendente Municipal); Dr. Luiz de Freitas
Melro e esposa; João José de Souza Medeiros e esposa; Dr. Ottomar Mayer De-
gen e esposa e Maria Cândida Hoeschl, grande benfeitora da paróquia. O sino
menor, José, foi paraninfado e doado pelo casal Abelardo e Amélia Bezerra,
que em 1926, já haviam doado e servido de padrinhos da unagem de S. José,
exposta na antiga Matriz. Abelardo Bezerra, gerente do Banco do Brasil, era
violinista, participando dos concertos no Teatro "Frohsinn", geralmente como
solista, confonne programa executado no dia 13 de maio de 1926, sob a batuta
de Heinz Geyer, em beneficio da Igreja Matriz, quando executou o solo da peça
musical "Air Varie Par" de Henri Vieuxtemps.
Tenninada a cerimônia da consagração dos sinos, o Arcebispo, devido à
enchente, ficou retido em Blumenau até o dia 21, quinta-feira, quando
regressou a Florianópolis.
Os festejos populares programados para depois das cerunônias na Praça
da Matriz, em virtude das fortes chuvas, foram transferidos para o dia 24 de
junho. O programa incluía além de leilões, rifas, comidas e bebidas, uma sessão
de cinema ao ar livre. Para prestigiar os festejos a Estrada de Ferro Santa
Catarina, anunciou que um trem especial sairia de Hansa (Ibirama) às 6 horas
da manhã, com chegada a Blumenau às 9 horas e regresso às 18 horas, porém o
mais unportante da nota foi o abatimento de 50 % nas passagens.
Apesar de consagrados os sinos foram instalados no pátio da atriz numa
annação de madeira, pois a belíssima torre em estilo gótico da antiga Matriz
não comportava os pesados sinos, e Frei Gabriel ZiInmer, lamentavelmente,
resolveu adulterar a torre para comportar os SUlOS, dotando-a também de um
relógio.
O relógio, adquirido na Alemanha por 4.352 marcos, pesando 484
quilos, dotado de quatro pesos, veio pelo vapor "Bagé", que partiu de
Hamburgo (Alemanha) em 20 de novembro de 1929, chegando a Blumenau em
fins de janeiro de 1930, com frete totalmente liberado até Itajaí, pelo então
Ministro da Viação Viktor Konder.
Reformada a torre, nela foram instalados os sinos e o relógio, com
grandes festejos e solenidades especiais no dia 16 de fevereiro de 1930. Após a
missa das nove horas o relógio foi posto em funcionamento. Na época,
Adolpho Konder, Governador do Estado, foi o padrinho da cerunônia e o
advogado Dr. Edgar Barreto, o orador. Na atual torre, o relógio mudou de face
e os ponteiros foram substituídos, porém a máquina é a mesma. A montagem
do relógio e dos sinos na nova torre foi confiada a Peter Silberberger, Siegfried
Hindlmayer e Vdo Stribel.
A monumental obra da Matriz contou com promoções, festejos, doações
e serviços prestados graciosamente, ticando ainda na época, o
custo da Igreja em Cr$ 17.527.378,50 e a torre em Cr$ 6.521.947,80,
perfazendo o total de Cr$ 24.049.326,30.
Apesar do esforço e apoio da Comunidade em dotar Blumenau do
magnífico templo de oração, o espírito de toda a obra cabe ao Vigário Frei
Brás Reuter, natural de Castrop-Rauxel, Westphalia (Alemanha), nascido
no dia 24 de junho de 1909. Fez seus primeiros estudos em
Garnstock-Eupen (Bélgica), completando-os em Rio Negro-PR. No dia 19
de dezembro e 1932, Frei Brás entrou para o noviciado de RodeioSC, onde
iniciou seus estudos de Filosofia completando-os em CuritibaPR. Após
professar em 20 de dezembro de 1936, foi para Petrópolis-RJ cursar os
últimos anos de Teologia. Ordenou-se no dia 27 de novembro de 1938,
sendo designado coadjutor em Rio Negro-PR em 1940. Em 1943 foi
nomeado Superior dos Padres Franciscanos da paróquia do Senhor Bom
Jesus em Rio Negro, sendo transferido para Blumenau no dia 21 de
fevereiro de 1952, como Guardião do Convento Santo Antônio e vigário da
paróquia de São Paulo Apóstolo. Foi também eleito Detinidor da Província
Franciscana da Imaculada Conceição para o período de 1959-1962. Foi
Vigário de B1umenau de 1952 até 1965.
Ao longo dos anos, a Comunidade Católica conta com associações
religiosas e sócio-culturais artísticas que atuam em todos os setores onde
são solicitadas.
O Coro "Santa Cecília", que abrilhanta os festejos religiosos desde a
antiga Matriz, remonta ao ano de 1932, por iniciativa do professor Heinrich
Harre, do Colégio Santo Antônio. Apesar de alguns períodos de paralisação,
o coro funciona quando solicitado. O coro funcionou com brilhantismo na
sagração episcopal do Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, na Catedral
de Florianópolis em 1934; no primeiro pontifical de Dom Felício como
Arcebispo coadjutor da Arquidiocese de Santa Catarina; em várias
ordenações sacerdotais; solenidades de Corpus Christi e outras. Além das
cerimônias religiosas, o Coro "Santa Cecília" destacouse também em
concertos públicos, principalmente quando foi apresentado o oratório "Vida
de Santa Cecília" de Frei Pedro Sinzig. Participaram da apresentação: no
hannônio a Senhora Colin; como Santa Cecília, Ame1y Becker e como o
noivo desiludido, o professor Heriberto Mueller. O coro executou também,
em 1934, no salão do Colégio Santo Antônio, com notável desempenho,
trechos célebres como os versos de Schiller - "Die G10cke". O coro, com
Frei Gaudêncio ao órgão e o professor Luiz Schwarz na regência,
apresentou na Matriz concertos populares com música sacra e de câmara de
autores conceituados. O coro teve ainda entre seus dirigentes, Frei Raul,
Frei Brás e com destacada atua-
ção, a soprano Rita Schwabe.
Antes da formação do Coro "Santa Cecília", os fiéis fonnavam grupo
que abrilhantava as solenidades religiosas, sempre dependentes do gosto e
capacidade dos vigários e coadjutores. Frei Gabriel ZÍImner, quando
coadjutor da paróquia dirigia o coro que contava com Frei Tito, dono de
belíssÍIna voz, que ÍInprÍInia efeitos maravilhosos nas músicas que
interpretava, principalmente as sacras. O Coro "Santa Cecília" teve entre
seus prÍIneiros participantes, José Flesch e esposa Sofia, Franz Pult,
Leonhard Falaster, Franz Brack, Anna e Maria Wesely, senhoritas Ana
Maria, Elisabeth Maria, Eva Maria e Renata Maria Hesch e outros.
A Ação Social da Paróquia de São Paulo Apóstolo de Blumenau
(ASP) , funciona em Blumenau desde 24 de março de 1962, por ordem de
Dom Gregório Wanneling, bispo de Joinville. Indicado pelo Assistente
Eclesiástico e nomeado pelo bispo Dom Gregório Wanneling, Frei Brás
Reuter constituiu a primeira diretoria, nomeando em seguida seu substituto
Frei Efrem Mrosek e como presidente da "ASP", Genésio Caminha. Os
demais integrantes da primeira diretoria foram, Gennano Romer,
vice-presidente; Vanda Werner, 2° vice-presidente; Ivone Schneider,
secretária; Reinaldo Werner e Erich Schaeffer, tesoureiros; João
MosimalUl, João D. Mueller e Fernalldo Beduschi, conselheiros e como
assistente social Mama Marquetti. A atuação dá "ASP" se faz presente em
todos os setores carentes da Comunidade.
A Ordem Terceira de São Francisco de Assis veio com os primeiros
frades, quando foi fundada a Fraternidade da Ordem Terceira denominada
São Francisco das Chagas. A ereção canônica foi no dia 4 de outubro de
1894, por Frei Rogério que foi seu prÍIneiro diretor. Durante a guerra, a
fraternidade esmoreceu, porém ao assumir a direção Frei Brás Reuter, a
ordem foi reativada, despertando interesse entre jovens e casais, sendo
também fundada em 1961, a Confraria dos Cordígeros, para preparar
meninos e meninas para a Ordem Terceira. O objetivo da Ordem é a
assistência social a enfermos, presidiários e outros.
Apesar da Congregação Mariana da Imaculada Conceição e São
Paulo Apóstolo, destinada a reunir moços e moças, sob a orientação de Frei
Atanásio Furlani, ter sido fundada em Blumenau no dia 1 ° de maio de
1938, em 8 de dezembro de 1904, dia do 50° aniversário da declaração do
Dogma da Imaculada Conceição, noventa moças blumenauenses
reuniram-se para homenagear a Virgem SantíssÍIna, ato que culminou com
a fundação da "Pia União das Filhas de Maria". Esta associação promovia
festivais de arte que incluíam na programação, dramas, comédias e
apresentações de ginástica, geralmente no Teatro "Frohsi1Ul"
(611011923). As associadas empenhavam-se em trabalhos apostólicos pelo
exemplo e pela palavra, havendo sessões em português e alemão. Os primeiros
diretores espirituais foram Frei Beda Koch e Frei Justo Scheidgen. Em 13 de
julho de 1950, ano do Centenário de Blumenau, foi realizado o Congresso
Mariano Regional que reuniu cerca de 3.500 congregados de vários pontos do
Brasil. No dia 8 de dezembro de 1954, na gestão de Frei Lúcio Hogefeld, a
congregação festejou seu 50° aniversário de fundação. A partir de 1 ° de maio
de 1962, a "Pia União das Filhas de Maria" e a Congregacão Masculina
concretizaram o desejo do bispo Dom Gregório Warmeling, formando uma só
família mariana.
Sob a orientação de Frei Gilberto Hillebrand, reuniram-se no dia 5 de
outubro de 1960, um grupo de cerca de dez catequistas, de diversas classes
sociais, que resultaram na fundação do Centro Catequético da paróquia de
São Paulo Apóstolo. Na ocasião, foi feita prece à Rainha dos Apóstolos, sob a
invocação de "Sede da Sabedoria, Rogai por nós". Também foram registrados
e distribuídos "Centros" filiais e seus patro"' nos. As aulas de catecismo são
ministradas com parte recreativa, na qual os catequistas tomam parte ativa.
O Centro da Juventude "Porta Aberta" funciona com Estatutos re-
gistrados desde 1971.
Mais de um século nos separa dos festejos de lançamento das pedras
fundamentais das Igrejas Evangélica e Católica. O templo Evangélico,
verdadeira obra de arte, mantém suas características originais através do
tempo, enquanto o Católico, em estilo gótico belíssimo, não mais existe, e o
atual, apesar da sua imponência não possui a história do belo templo demolido.
A religião adventista difundiu-se no Brasil, quando através do porto de
Itajaí chegaram da Alemanha exemplares de folhetos sobre a religião e um
comerciante de Brusque os pegou e distribuiu com embrulhos a fregueses de
Brusque, Guabiruba, Lajeado Baixo, Gapar e principalmente Gaspar Alto,
onde foi construída a primeira IGREJA ADVENTISTA DO VII DIA no
Brasil.
Em 1915, chegaram a Blumenau, provenientes de Gaspar Alto,
Reinoldo Belz e Franz Krepsky, sendo as primeiras reuniões realizadas na
residência do pioneiro Reinoldo Belz e em seguida em várias casas particulares
onde grupos se reuniam até construírem em 1938, a sua primeira Igreja na rua
Amazonas no Garcia, sendo os trabalhos liderados pelo ancião Reinoldo Belz
juntamente com o Pastor Amoldo Rutz de Curitiba. Antes de construírem a
Igreja um Pastor vinha de vez em quando realizar os rituais de batismo, ceia,
casamento, porém nos funerais, em
falta de um Pastor, um ancião celebrava o ritual. Em 1936 foi realizado o
primeiro batismo pelo Pastor Ritter.
Com o aumento de fiéis, a Igreja do Garcia tornou-se obsoleta fazendo
com que optassem por uma nova construção na rua A1win Schrader, que foi
inaugurada no dia 20 de fevereiro de 1960 com a presença de autoridades
locais, líderes adventistas da administração superior do Brasil e do exterior. O
templo, além do local especial para os cultos religiosos e assistência social,
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possui acomodações para uma boa escola de 1 ° grau (13 à 8 série), que
frequentada inicialmente por filhos de famílias adventistas, atualmente está
aberta à Comunidade e funcionando com salas especiais para as diversas faixas
etárias com atividades específicas. Aos sábados, pela manhã, são realizados
cultos para crianças. Mantém coro infantil, masculino e misto. Angariam
prendas, fazem trabalhos manuais, roupas, etc. para atender família carentes.
O centro irradiador para o mundo, da IGREJA EVANGÉLICA
ASSEMBLÉIA DE DEUS, foi Azuza Street em Los Angeles (USA), após
uma série de movimentos, dos quais formou-se a Convenção das Assembléias
que se difundiram pelo mundo por volta de 1900, chamado de Avivamento
Pentecostal.
N o Brasil a Igreja teve início com os missionários Gunnar Vingren e
Daniel Berg, que com mais dezoito pessoas fundaram a entidade no dia 18 de
julho de 1911 em Belém do Pará. Em Blumenau teve início em 1931 com o
pioneiro Wilhelm Dreffurt, tendo Ananias Castellain como primeiro
congregado que passou a liderar. As primeiras reuniões foram realizadas na
Velha como congregação familiar passando posterionnente para a rua São
Paulo, inicialmente numa Igreja de madeira que foi substituída por uma de
alvenaria com todas as acomodações, tendo a sala do culto espaço para duas mil
pessoas. Em Blumenau, na periferia da cidade, possui vinte templos de
alvenaria para uma Comunidade com mais de dois mil membros no total. Dos
seus rituais constam além da ceia do Senhor ministrada mensalmente,
casamentos e cerimônias fúnebres, o batismo nas águas em qualquer rio ou
tanques batismais por imersão. As crianças participam da cerimônia de
dedicação ao Senhor.
Na assistência social funciona a Associação Beneficente "Bom Sa-
maritano" que além de atender fauúlias carentes com uma cesta básica mensal,
doa roupas que são confeccionadas na sala de costura da associação. A
Associação Assistencial da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, mantém o
"Lar Betânia", inaugurado em 9 de abril de 1979, que atende uma média de
trezentas crianças de O a 14 anos. Um micro-ônibus atende as crianças que
permanecem no "Lar Betânia" das 7:30 horas
da manhã às 17 horas, onde ainda têm assistência médica e odontológica.
Mantém cursos profissionalizantes inclusive panificação e sapataria que
funcionam no pátio da creche em prédio à parte. O "Lar Betânia" tem excelente
infra-estrutura, sendo considerado pelos órgãos governamentais, o melhor do
Estado, pois sua proposta visa o desenvolvimento total da criança; - "afim de que
o amanhã lhes reserve, como hoje, a merecida felicidade!"
Os anabatistas têm sua origem na época da "Refonna" (Suíça,
Alemanha e Países Baixos) e seu maior líder foi Meno Simon, donde provém o
nome do movimento sócio-religioso - MENONITAS, que somente atendiam
ao "Seguir o Christo" sem os atos formais ou sacramentos que caracterizam
algumas religiões.
Perseguidos, alguns menonitas emigraram da Holanda para Dantzig,
onde se fixaram por cerca de dois séculos, quando emigraram para a Rússia
vivendo em colônias fechadas com os privilégios do decreto do Czar Paulo I.
Originários da Holanda, adotaram a religião e a cultura gennânica, inclusive o
dialeto alemão da região prussiana (PlattDeutsch). Os menonitas que chegaram
em Santa Catarina e se fixaram em Hammonia (Ibirama) no Vale do Rio Krauel
e seus afluentes em fevereiro de 1930, formando os povoados de Wittmarsum,
Waldheim e Gnadental eram refugiados que emigraram da Rússia com o
auxílio do governo alemão e financiamento de instituições filantrópicas
principalmente da Cruz Vennelha Germâlúca. Descontentes com a localização,
pois estavam habituados às plalúcies, reimigraram para o Paraná, entretanto
muitos jovens se fixaram em Blumenau, principalmente no bairro da Velha,
onde à rua Ituporanga possuem uma Igreja. Ministram a Santa Ceia e o batismo
é conferido aos adultos.
Em 30 de março de 1966, registraram em cartório o Ato Constitutivo
dos Irmãos Menonitas de Blumenau e em 20 de setembro de 1984, a Sociedade
Educativa Cristã das Igrejas Evangélicas Irmãos Menonitas de Santa Catarina
(Livro A-8, fls. 182 do Cartório Getúlio Vieira Braga, de Blumenau).
O espiritismo tem sua origem com Alan Kardec na França. Em
Blumenau, o Centro Espírita "FÉ, AMOR E CARIDADE" teve início com um
pequeno grupo de espíritas que se reunia na casa de Etelvina Luz Mohr, sob a
qual se iniciaram as sessões mediúnicas com a presença de Pedro Martins,
Pedro Zimmendorf, Hercílio Zimmermann, tenente Paulo Lopes e Maria Alzira
Leal, grupo que também assinou a ata de fundação oficial do centro. Com o
aumento de adeptos, as reuniões passaram a ser realizadas em duas salas
alugadas na casa de Pedro Martins, à
rua São Paulo, esquina com a praça "DI. Fritz Mueller". No dia 2 de junho de
1934, com a presença de Oswaldo Ferreira de Meio, presidente do Centro
Espírita "Amor e Humildade do Apóstolo" de Florianópolis e numerosa
assistência foi inaugurado o Centro Espírita "FÉ, AMOR E CARIDADE" de
Blumenau, que em 15 de fevereiro de 1942, filiou-se à Federação Espírita
Brasileira, e em 3 de outubro de 1949 à Federação Espírita Catarinense,
fundada por Oswaldo Ferreira de MeIo em 1945. Em 1951, a demolição da casa
onde estava instalado o Centro Espírita, fez com que seus dirigentes Edmundo
Poses, Pedro Martins, Frederico Sanches e Ewaldo Mund adquirissem o
terreno à rua- Joaçaba para construir o Centro, cujas obras se prolongaram
fazendo com que somente as sessões mediúnicas fossem realizadas, e na casa
de Ewaldo Mund, à rua Paulo Zirnmennann. No dia 12 de agosto de 1952, com
a presença de Oswaldo Ferreira de MeIo, presidente da Federação Espírita
Catarinense e demais presentes foi inaugurada a sede do Centro, que em 1976
foi ampliada para melhor atender os trabalhos e Assistência Social, itúciados
em maio de 1958, com assistência a gestantes e bebês pobres. Em 1980, o
prédio foi ampliado para possibilitar o funcionamento da escola de
evangelização da Infância e Juventude.
As enchentes de 1983 e 1984, danificaram as instalações do Centro que
apesar de restaurado levou a diretoria a adquirir mn itnóvel livre de enchentes e
que foram empenhado à Caixa Econômica Federal, porém antes que o mesmo
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fosse restaurado, nova área foi adquirida para futuro estacionamento. Em 1 de
julho de 1985, o Centro passou a funcionar em nova sede à rua Maranguape,
sendo inaugurado com a presença de José Antôlúo de Oliveira São Thiago e
Ari Kardec de MeIo, presidente e vice-presidente respectivamente, da
Federação Espírita Catarinense.
Os serviços religiosos constam de sessões de desobsessão; atendimento
aos desencarnados, aos doentes tlsicos e espirituais; palestras doutrinárias;
cursos de desenvolvimento mediúlúcO, estudo do espiritualismo e
desobsessão; classes de evangelização da infância e estudos espíritas para a
juventude.
Os serviços assistenciais englobam: cursos para gestantes; distribuição
de enxovais para bebês, roupas, gêneros alitnentícios, lanches para as gestantes
(às sextas-feiras), distribuição de sopa (aos sábados); atenditnento médico
regular, ambulatório e Pronto S ocorro permanente.
Com as obras de ampliação do prédio serão implantados cursos de
cozinha, costura, bordado, pintura e economia doméstica com expansão dos
cursos já implantados.
 Registrou seus primeiros Estatutos no dia 17 de outubro de 1949 e seu
lema é "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".
Preside o Centro Espírita "Fé, Amor e Caridfade", desde março de 1980,
Branca Flor de São Thiago MeIo (1921). Kardecista, em maio de 1958 iniciou o
serviço de Assistência Social aos pobres.
Branca, como é cnhecida, lecionou durante onze anos, passando para o
serviço municipal como primeira funcionária efetiva da Câmara Municipal de
Blumenau, exercendo o cargo de Diretora da Secretaria por mais de vinte e um
anos (10/04/1953-09/07/74), quando conseguiu sua aposentadoria.
Foi sócia fundadora e presidente do Clube Soroptimista de blumenau e
da Associação Cristã Feminina. É sócia fundadora e voluntária da Rede
Feminina de Combate ao Câncer e sócia fundadora e secretária da Campanha de
Solidariedade Humana.
A IGREJA PRESBITERIANA é originária da França e veio com os
franceses que aportaram no Brasil, erroneamente chamados de invasores
quando na realidade eram fugitivos em busca de liberdade religiosa.
O primeiro culto Evangélico Presbiteriano foi celebrado no Brasil pelo
Pastor Pedro Richier no dia 10 de março de 1557. O segundo pastor que veio
para o Brasil foi o lingüista Jean Jacques Le BaIleur que preso em Salvador
(BA) em 1559, após oito anos foi enforcado no Rio de Janeiro como herege,
durante a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro. A morte de Le BaIleur foi o
primeiro testemunho no Brasil em - ''favor da liberdade de consciência ".
A Igreja Presbiteriana instalou-se no Brasil através de D. Pedro 11, que
passou a se interessar pela Bíblia, principalmente através da amizade que
mantinha com o médico escocês Rev. KaIley, chegado ao Brasil em 1855.
A magnanimidade de D. Pedro 11 para com as religiões, culminou com a
chegada ao Brasil em 12 de agosto de 1859 do missionário-estadista Rev.
Ashbel G. Simonton da Igreja de Baltimore-Maryland, que fundou a 1 a Igreja
Presbiteriana no Rio de Janeiro; o 10 jornal "A Imprensa Evangélica" e o 1 o
Concílio Brasileiro da Igreja Presbiteriana (faleceu em 1867 de febre amarela).
O sistema democrático de governo da Igreja Presbiteriana serviu de
modelo para constituições de países do mundo, inclusive o Brasil. A Igreja
Presbiteriana é autônoma em cada país, estado ou município, tendo um só chefe
- "Jesus Cristo". Não há superiores eclesiásticos, sendo
cada Igreja dirigida por presbíteros e diáconos eleitos pela Comunidade, e
representam a Igreja local no Concílio Regional chamado Presbitério, que se
compõe de diversas Igrejas locais no Sínodo, que é formado por um grupo de
Presbitérios, sendo o órgão central da Igreja no país chamado Supremo
Concílio.
A Igreja Presbiteriana do Brasil mantém escolas primárias, ensino
médio e superior, orfanatos, hospitais, etc. em diversos estados do Brasil.
Mantém ainda 4 seminários teológicos de ensino superior em São Paulo,
Campinas, Recife e Vitória do Espírito Santo. Nesses estabelecimentos se
fonnam, não só pastores presbiterianos-e sim pessoas de outras convicções
evangélicas.
A implantação da Igreja Presbiteriana em Blumenau foi realizada pela
Missão Central do Brasil sediada em São Paulo que tinha convênio com a
Igreja Brasileira apesar de integrada por missionários norte-americanos. Este
fato dficultou a implantação (1944-1946) culminando com a indicação do
Pastor brasileiro Agenor Mafra que ficou em Blumenau até 1948, realizando
cultos e estudos bíblicos num prédio da Rua São Paulo, nas mediações da
Funerária Haas. Em 1949, o Pastor Agenor Mafra foi substituído por Floyd
Bradley Sovereign que coordenou um grupo chamado de Liga Evangélica
Presbiteriana que registrou seus Estatutos em 5 de março de 1952, no Cartório
de Getúlio Vieira Braga para poder adquirir os bens imóveis da Rua República
Argentina nO 431, onde se localiza a atual Igreja. Em 1958, o trabalho da
Missão foi transferido para o Presbitério de Florianópolis que no mesmo ano
enviou para Blumenau o Pastor Pedra Duarte que em 15 de março de -1959,
organizou (eclesiasticamente) a atual Igreja Presbiteriana de Blumenau,
desaparecendo o nome de Liga Evangélica Presbiteriana. Posteriormente
fonnou-se uma congregação no bairro da Velha com o nome de Congregação
Filadélfia, atualmente Igreja Presbiteriana Filadélfia, localizada na Rua dos
Caçadores.
"São princípios fundamentais da Igreja Presbiteriana: 1 - A sobe-
rania absoluta de Deus; 2 - O poder transformador do Espírito Santo; 3 - A
justificação do pecador pela graça de Jesus Cristo, mediante a fé; 4
- A Bíblia é a única regra infalível de fé e prática; 5 - O sacerdócio uni-
versal de todos os crentes, sem casta; 6 - A simplicidade do culto apostólico,
sem as inovações posterionnente introduzirias no cristianismo.
São sacramentos, o Batismo por aspersão com água, simbolizando a
lavagem do pecado e a Comunhão ou Santa Ceia com pão e vinho,
simbolizando o corpo e o sangue de Jesus Cristo, penhor firmado na cruz do
calvário para resgate dos pecadores.
 Realiza culto simples somente ao Deus Triuno, constando de ora-
ções, cânticos sacros, leitura e exposição da Bíblia Sagrada.
O casamento é de caráter iJldissolúvel, conforme o Evangelho de
Mateus 19:1 a 12, sendo a bênção matrimonial só impetrada pelo pastor,
ministro do Evangelho, se os nubentes já tiverem finnado o compromisso
com as leis do país. A cerimônia religiosa é tradicional e semelhante à de
todas as Igrejas Evangélicas.
A ação social se estende a qualquer pessoa indiscriminadamente
sem conotação de esmola ou promoção.
A formação do Pastor Presbiteriano consta de vestibular após o 2 o
grau, curso superior de cinco anos, sendo aceito para um ano de li-
cenciatura após ter apresentado uma tese e exegese de um assunto teoló-
gico, prestando novos exames perante o Presbitério para a ordenação. "(4)
As TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - "Crêem que a Bíblia é a palvra
de Deus", portanto, a sua crença remonta aos primórdios da :E!íblia.
Entretanto a história moderna das Testemunhas de Jeová fonnou-se no
início da década de 1870 nos Estados Unidos, sendo Charles Taze Russell o
promotor do grupo. Em 1879 apareceu o primeiro número da revista "Torre
de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo", conhecida como "A
Sentinela". A partir do pequeno estudo bíblico, até 1880 já se haviam
formado dezenas de congregações que sob a presidência de Russell
fonnaram em 1881 nos Estados Unidos a Sociedade de Tratados da Torre de
Vigia de Sião, posterionnente mudada para SoCiedade Torre de Vigia de
Bíblias e Tratados. A partir de então as Testemunhas de Jeová visitam as
casas dando o seu testemunho e oferecendo publicações bíblicas, inclusive
da revista "Idade de Ouro", atualmente chamada de "Despertai". A fonna de
propagação da Bíblia feita pelas Testemunha de Jeová resultou em prisões e
vitórias nos tribunais, tendo as testemunhas prestado notável serviço às
liberdades civis, pois na sua luta conseguiram assegurar esses direitos a
grupos minoritários da América.
Em 1893, realizou-se o 1 o Grande Congresso em Chicago - Ilinois, nos
Estados Unidos. No Brasil, a 1 a Grande Assembléia realizouse no Pacaembu
em 1945. Em Blumenau foi instalada através da família Genner residente no
bairro do Garcia.
O 10 Salão do Reino das Testemunhas de Jeová, funcionou durante
alguns anos na Rua XV de Novembro, atualmente possui um templo na rua
Sete de Setembro.
O Batismo é realizado por imersão completa e simboliza a dedicação.
Também faz parte dos sacramentos a Refeição Noturna do Senhor, onde é
relembrada a morte de Jesus Cristo na última Páscoa. O mais importante nas
Testemunhas de Jeová é a Filosotia de Vida - baseada no respeito aos
mandamentos. As Testemunhas de Jeová restituíram o nome divino do Senhor
ao seu devido lugar.
A IGREJA BATISTA surgiu ao norte da Inglaterra e tem suas raízes
na época da Reforma, por volta do século XVI, quando moradores se reuniram
para estudar o novo e o antigo tesfamento. Chamados de Batistas não há
destaque para fundador, pois baseia-se nos princípios do Novo Testamento.
Apareceu no Brasil por volta de 1888. Em Blwnenau registrou seus Estatutos
como 1 a Igreja Batista de Blumenau no dia 12 de dezembro de 1973.
Destacam-se entre seus rituais religiosos o Batismo por imersão como meio de
salvação e perdão dos pecados e a Santa Ceia para quem crê e é batizado. Crê
somente na Bíblia que é a única regra de fé e prática. Em Blumenau possui
templos na rua Chile na Ponta Aguda e no bairro da Fortaleza.
A IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASlL está
representada em Blwnenau pela Comunidade Evangélica Luterana Bom Pastor
de Itoupava Norte, fundada em 18 de agosto de 1963, tendo como primeiro
Pastor, Edmund Neumam1. A partir de 1966, passou a ser atendida pelo Pastor
Adriano Littig que se deslocava de Indaial para Itoupava Norte. Em 1982, a
Comunidade Evangélica Luterana Bom Pastor emancipou-se de Indaial
passando a ser atendiJa pelo Pastor Reldo Bredow que é o guia espiritual da
Comunidade. A Comunidade Evangélica Luterana Bom Pastor de Itoupava
Norte, Cristo de Vila Itoupava e São Paulo de Itoupava Rega formam a
Paróquia Evangélica Luterana de Blumenau.
Um fato marcante que envolveu a Igreja Evangélica Luterana do Brasil
e a Comunidade Evangélica de Carijós, teve um desfecho dramático. A
Comunidade Evangélica de Carijós construiu sua Igreja em 1885 na gestão do
Pastor Runte da Comunidade Evangélica de Badenfurt. Tomada por
representantes da Comunidade de Missouri, adeptos da Igreja Evangélica
Luterana do Brasil, com rituais religisos e exigências financeiras com as quais
a maioria da Comunidade Evangélica de Carijós não concordou resolveram
construir a sua Igreja em Mulde.
Além das Paróquias citadas, outras crenças ou tilosotias instalaram-se
em Blumenau e registraram Estatutos: Associação Religiosa "Neuselmes"
Bund (1930); Sociedade Ciência Christã (1934); Sociedade Civil Religiosa
União Cristã, fundada como "Marausverein" para propagar o Evangelho de
Jesus Cristo dentro da legislação pennitida no país
(1936); Centro Espírita Jesus Luz do Mundo (1942); Centro Espírita Fé Cristã e
Caridade (1949); Centro Espírita São Bom Jesus (1950); Sociedae Evangélica
Luterana São João (1952); Centro Espírita São Judas Tadeu (1956); Centro
Espírita São Sebastião (1959); Sociedade Tenda Espírita de Ubanda Tuema
(1959); Centro Espírita Padre Antônio (1964); Congregação Cristã do Brasil
(1965); Igreja Universal Apóstolo do Senhor (1966); Centro Espírita Nossa
Senhora Aparecida (1976); Centro Espírita Oxossi da Mata (1977); Centro
Espírita Ubirajara e Pai Joaquim de Angola (1977); Assembléia Espiritual dos
Baha'is (1978); Obra de Evangelismo Mundial Prodígios da Fé (1979); Missão
Evangélica União Cristã (1980) e outras.
Rudolph Oswald Hesse, filho de tradicional e culta família prussiana,
nasceu no dia 11 de agosto de 1820 em Reinswalde, Serau, Nieder-Lausitz,
Prússia, onde seu pai Friedrich August Hess era professor. Seus cinco irmãos
ocupavam cargos de prestígio na Alemanha, vejamos:
Friedrich Hennarnl Hesse era lente catedrático e predicador da Universidade de
Giessen; Gustav Theodor Hesse era cirurgião-mor na corte; Bernhard Hesse
era capelão-mor da corte e conselheiro eclesiástico d'el rei em Weimar;
Heinrich Ferdinand Hesse era diretor da Escola Comunal de Serau, onde
Eduard Otto Hesse, seu irmão, era professor.
Laureado no Ginásio de Serau (1835-1840), dedicou-se depois ao
estudo da Teologia na Universidade de Breslau. Ordenado Pastor em 24 de
dezembro de 1850, no mesmo ano foi ser Vigário da Comunidade de Wrescher
no Grão-Ducado de Posen. Em Wrescher, casou-se com Wanda Pupke e onde
também nasceram seus tIlhos Jorge e Maria.
Em outubro de 1856 assinou contrato para servir de Pastor na Colônia
Blumenau. Embarcou em Hamburgo no navio "Karoline" chegando a
Blumenau no dia 23 de julho de 1857, com a esposa Wanda e os filhos Jorge de
quatro anos e Maria de três anos. Durante a viagem o Pastor Hesse batizou o
menino Peter Karl Waldemar Bruno Wehmuth, filho de Louis Wehmuth e de
Henriete Welunuth, nata Bensch, nascido no dia 31 de maio de 1857, batizado
no dia 14 de junho, sendo padrinhos Peter Koelle, comandante do "Karoline",
Wanda Hesse, esposa do Pastor Hesse e o comerciante Bruno Kost. O casal
Welunuth eram colonos que se destinavam a Blumenau
Assumiu o cargo de Pastor em Blumenau no dia 10 de agosto de 1857, e
no dia 9 de agosto do mesmo ano, presidiu ao primeiro ofício religioso no
Barracão dos Imigrantes.
Fundou, no dia 3 de agosto de 1863, a primeira Sociedade de Cantores
da Colônia de Blumenau, que em 10 de agosto de 1865 passou a chamar-se
Sociedade de Canto "Germânia".
O Pastor Hesse foi o primeiro cronista, crítico social e artístico de
Blumenau. Na época em que Blumenau não possuía jornal próprio, o que
ocorreu somente em 10 de janeiro de 1881 com o "Blumen~uer Zeitung", o
Pastor Hesse, assinando "ROH", mandava seus artIgos para o "Kolonie
Zeitung" de Joinville, que circulava com o subtítulo:
Anunciante para Dona Francisca e Colônia Blumenau". O "Kolonie Zeitung"
começou a circular no dia 20 de dezembro de 1862, sendo seu fundador o Dr.
Ottokar DoeríIel. Em Notícias Locais do "Kolonie Zeitung", de 26 de setembro
de 1863, o Pastor Hesse comenta as palavras de Karl Wilhelm Friedenreich
sobre a necessidade de ressuscitar as sociedades de canto, referindo-se à vida
social e artística da Colônia Blumenau.
N o dia 17 de novembro de 1865, quando foi dada a primeira enxadada
para aplainar a colina onde seria construída a Igreja, o Pastor Hesse pediu a Deus
para abençoar a obra das mãos, dizendo ainda: "que esta Igreja na verdade se
torne uma cabana de Deus entre os homens .. Amém".
No dia 23 de setembro de 1868, data do lançamento da pedra
fundamental da Igreja, após a Associação Coral de Blumenau cantar "Nosso
Senhor é uma sólida fortaleza", o Pastor Hesse mostra a essência da sua
personalidade: "Pai Nosso que estás nos céus, que enches todos os lugares,
todas as alturas, todas as profundidades com Tua presença, tu estás aqui
em nosso meio. Santificado seja o Teu nome, a fim de que aqui seja
condignamente feita a Tua adoração. Venha para nós o Teu reino, para que
sempre receba maior extensão, e ache mais membros, mais sócios o Teu
santo reino da verdade e da virtude". Este Pai Nosso foi rezado numa fonna
extensa e explicativa, que descreve o Pastor Hesse como adepto do seu
tempo, tempo bem distante para nós.
O Pastor Hesse marcou profundamente a vida espiritual, intelectual
social e artística dos colonizadores nos primórdios de Blumenau.
, Faleceu no dia 25 de novembro de 1879, de inflamação no cérebro, depois
de 23 anos de vida dedicados à Colônia Blumenau. A notícia do falecimento do
Pastor Hesse foi publicada no "Kolonie Zeitung" nO 3
de 17 de janeiro de 1880.
No cinqüentenário da Comunidade Evangélica de Blumenau, foi
prestada significativa homenagem ao Pastor Hesse. No dia 25 de novembro de
1979, centenário do falecimento do Pastor Hesse, o túmulo foi visitado por
personalidades importantes da Comunidade Evangélica de Blumenau. O Pastor
Hesse recebeu também a homenagem do Prefeito Renato de Mello Vianna que
depositou uma coroa de flores no túmulo, exaltando ainda a personalidade do
Pastor.
Segundo o Deutscher Familienkalender de 1882 (Ed. Baumgarten), o
Pastor Hesse celebrou 910 casamentos, 3.794 batizados e 1. 995 confirmações.
Faleceram 861 pessoas da Comunidade.
Em 1876, o Dr. Blumenau recebeu uma carta datada de 13 de setembro de 1876,
proveniente de Joinville, escrita pelo Padre Carlos Boegershausen, Vigário de
Joinville, apresentando o Padre Jacobs cujo teor é o seguinte: - "Prezado
Senhor Diretor, - Finalmente as nossas aspirações foram atendidas -
conseguimos um Pastor próprio para os católicos de sua Colónia. O reverendo
Padre Jacobs o qual eu tenho a honra de vos apresentar por meio desta - e que
eu pessoalmente aprecio muito, conseguirá - assim eu creio.- ganhar em pouco
tempo a sua confiança, contribuindo para que a sua Colónia cada vez mais
mereça o seu lindo nome de "Blumen-Au" . Como o Senhor ouvirá pelas
próprias palavras do Senhor Padre Jacobs, e Reverend{ssimo Senhor Bispo
confirmou, já ter em suas mãos todo o necessário para a sanção canónica,
prometendo esta o mais breve poss{vel, remetendo a mim em seguida o referido
documento. O Senhor não deverá estranhar de maneira nenhuma, se até as
próximas eleições tudo, mas efetivamente tudo, esteja em ordem. Bem de leve
passou nestes dias na minha mente, que eu talvez pudesse ter ainda o direito a
uma "gratificação e cavalgadura para Blumenau", a mim autorizado do 1 ° de
julho do ano corrente até o dia em que o meu sucessor entrasse em seus
direitos. Mesmo não tendo visitado Blumenau nesta época, tenho trabalhado
muito por essa Colónia. Tenha a bondade de solucionar para mim, em poucas
palavras, este "casus conscientiae"! Agradeçolhe de todo o coração, prezado
Senhor Doutor, pelas múltiplas provas
de confiança e benevolência para comigo. Com verdadeiro prazer estarei
sempre a sua disposição para prestar-lhe qualquer favor. Peço-lhe de
transmitir à sua disinta esposa as minhas respeitosas saudações, subs-
crevendo-me como seu admirador muito grato Carlos Boegershausen -
Vigário". (5) •
O Padre José Maria Jacobs, na~ceu em Düren, Alemanha, no dIa 16 de
maio de 1832. Apesar de ter ingressado na Ordem dos Redentoristas, fundada
em Nápoles por Santo Afonso Maria de Liguori, transferiuse para Baltimore -
USA, em cuja catedral, ?-O dia ~3 de .dezembro de 1856, foi orenado sacerdote,
afotando na ocaSlao, a cldadama norte-ame-
ricana.
Na época, de acordo com a Constituição do Império, o Padre Jacobs,
para naturalizar-se brasileiro deveria apresentar-se ao Presidente da Câmara
Municipal de Itajaí e prestar juramento. No Livro de Naturalizações de Itajaí
consta o Termo de Naturalização do Padre José Maria Jacobs cujo teor é o
seguinte: - "Aos quatro dias do mês de dezembro dfJ ano do Nascimento de
Nosso Senhor Jesus Cristo, e de mil oitocentos e oitenta e dois, sexagésimo
primeiro da Independência e do Império, nesta cidade de Itaja{, da Prov{ncia
de Santa Catarina e fIO Paço da Câmara Municipal, onde se achava o
Presidente dela, o Cidadão Gulhenne Asseburg, comigo Secretário da
mesma Câmara, a{ compareceu o Padre José Maria Jacobs, Vigário da
Freguesia de S~o Paulo, de Blumenau, filho legftimo de Reiner Jacobs e de
Arl/la Mana Constância Jacobs, nata Mueller, nascidfJ em 16 de maio de
1832 em Düren, Prov{ncia do reno, do Reino da Prússia, de Religião
Católica Apostólica Romana e pelo mesmo foi declarado que de sua livre e
espontânea vontade queria se naturalizar Cidadão B,:asileir? nos termos
da Lei que confere essa faculdade, pelo que lhe foz recebl~a a sua .de-
claração, e pelo Presidente deferido o juramento de que fOi naturaltzado e
de livre vontade e sem constrangimento algum, depOiS de prestado o dito
juramento sobre um livro dos Santos Evangelhos, em seguida, prestou no
mesmo livro o juramento de obediência ao Imperador, a Constituição e
mais leis do Império; feridiJ o que e para constar, rnandou o Presidente
lavrar este termo que assina com o declarante. Eu, Francisco Victorino da
Silva, Secretário, o escrevi. (ass.) Guilherme Asseburg; Pe. José Maria
Jacobs. VigO". Após o juramento o Padre Jacobs recebeu o seguinte
Atestado: (grafia original).
"A CAMARA MUNICIPAL DA CIDADE DE ITAJAHY ATTESTA
k)
de Blumenau deste Municipio, prestou nesta Camara declaração e Mit der Zukunft
juramento de Cidadão Brazileiro naturalizado bem como o juramento de Hoffnungsglanz, Erntet
obediência a Constituição e mais leis do Imperio. Por ser verdade mandou Deines Schweisses Segen
passar o presente, que vai assinado pelo seu Presidente e por mim em 5 de Noch in allerfernster Zei.
dezembro de 1882. Eu, Francisco Victorino da Silva, Secretário que o
Auch wen Undank, Neid sich regen,
escrevi. O Presidente da Camara (ass.) Guilherme Asseburg. O Secretario
(ass.) Francisco Victorino da Silva". Uebt Erfolg, Gerechtigkeit.
l) Blumenau,
Numa época em que os valores religiosos e morais estavam acima de
questões políticas, a atuação do Padre Jacobs foi enérgica e eficiente, não se Gott vertrau!
deixando intimidar por politiqueiros prepotentes, embora ciente do que lhe Lebe wohI und lebe lange!
poderia acontecer fez publicar na "Seção Livre" do jornal "Immigrant", no dia 4
Ernst ist dieser Scheidegruss;
de abril de 1883, uma carta, agradecendo a oportunidade de poder defender-se
dos ataques do "Blumenauer Zeitung", citando que, quando tentou responder às Bis Dir winkt im jubelk1ange Einst
c-alúnias daquele jornal contra a Igreja Católica e seus ministros, em vez de des Himmels Hochgenuss. Wenn
que o publicarem a defesa, o "Blumenauer Zeitung" disse simplesmente que - "O auch Stürme um Dich loben Ohne
Reveren artigo do Padre Jacobs não seria publicado para não perturbar a paz religiosa Raft von Ort zu Ort,
do ". Heb den Blick nur stets nach oben!
Padre Os ânimos recrudesceram com o julgamento do polonês Wolek que
Jose Lebe wohl und komm zum Port!
tentou incendiar uma capela de Indaial, e quando o "Blumenauer Zeitung" Blumenau,
Maria publicou que a polêmica em torno do incêndio era ridícula, o Padre Jacobs
Jacobs, Gott vertrau!
afirmou ser falta de tato do editor, porém quando o "Blumenauer Zeitung"
Vigario publicou que a capela fora construída inicialmente para escola por católicos e O acróstico foi declamado e entregue ao Doutor Blumenau no dia 14 de
da protestantes e que mais tarde foi transformada em templo católico, o Padre agosto de 1884, data em que os amigos se reuniram no Hotel Schreepp (Rua das
Freguez Jacobs reagiu, pois a construção da escola foi orientada pelo Vigário que Palmeiras) para se despedirem do Doutor Blumenau. O Padre Jacobs foi o
ia de tambéni a dotou de paramentos e utensílios necessários para funcionar como promotor da homenagem, o que foi muito gratificante para todos, pois vivia às
São capela, portanto eram inverdades. As notas publicadas nos jornais provocaram turras com o fundador da cidade, denunciando-o sem motivos às autoridades
Paulo acaloradas discussões que envolveram Baumgarten, Fritz Mueller, superiores. As freqüentes denúncias fizeram com que o Doutor Blumenau
Friedenreich, Scheidemantel, Scheeffer e outros. A carta publicada no escrevesse umas verdades ao Padre Jacobs, abordando a questão Freygang,
"Immigrant" não ficou sem resposta. Os ataques contra o sacerdote Casa de hospedagem, concubinato e outros assuntos.
continuaram, ataques a que o Padre J acobs também respondia. O pior que poderia ter acontecido ao Padre Jacobs, foi a implantação do
Numa Comunidade de cont'íssões religiosas diferentes, o Padre Jacobs regime republicano, que além de outras inovações, divorciou a Igreja do
reconhecia os méritos dos que o cercavam e, apesar de senões, no acróstico a Estado. O Padre Jacobs inconformado fundou o Partido Católico, fazendo
seguir, e que compôs para o Doutor Blumenau, colocou todo o seu carinho e campanha acirrada contra os republicanos, sendo processado e condenado a
admiração que sentia pelo fundador da cidade. três meses de prisão. A vida do Padre Jacobs e dos que atuavam, principalmente
B1umen, die Du hier gepfleget no Colégio, foi vasculhada, dando margem a artigos desairosos como o
Leben fort, - Dein Ehrenkranz; intitulado - "O lobo perde a pele, mas não o vício" (Blumenau Zeitung de 16 de
Und die Au, die Du geheget agosto de 1890). Outro artigo conti-
nha diversas frases, entre elas - "Não há nada pior que um Padre raivoso"
(Blumenauer Zeitung de 6 de setembro de 1890), que tecia comentários pouco
recomendáveis, na época, para sacerdotes e, elogiando a atitude do Governo
Provisório em suspender o ensino da religião nas escolas públicas.
O Padre Jacobs, que ao naturalizar-se brasileiro jurara - "obediência ao
Imperador, a COllStituição e mais leis do Império" - no seu tempo, quando a
probidade, e não o dinheiro, marcavam as pessoas de bem, jamais poderia
concordar com o advento da República e com sua sórdida politicagem. Multado
várias vezes, seu especial amigo Wilhelm Engelke, interferiu, relevando uma
das multas, o que não ocorreu com outras e um documento datado de 21 de
outubro de 1891, comprova que o Padre Jacobs foi multado com 30$000 Rs por
infração do Art. 63 e 94 do Código de Posturas, pagáveis dentro de oito dias, sob
pena de ser processado. Entre os processos que o envolveram, como a retirada
arbitrária pelo DI. José Bonifácio da Cunha de uma cerca defronte a Igreja'
Católica, resultou o processo nO 158, movido pelo Promotor Francisco Antonio
Margarida em 19 de outubro de 1891, quando foram arroladas as testemunhas,
Hennann Baumgarten, Wilhelm Murphy, Gustav Bawngart, Friedrich Raabe,
Heinrich e Joharm Steinert, somente Hennann Baumgarten depôs contra o
Padre. No dia 29 de outubro, o Promotor Público declarou que de acordo com as
testemunhas, nada ficou provado contra o Padre, pois o mesmo, no dia 23,
apresentara um requerimento ao qual juntara uma certidão fornecida pelo
Coletor na qual constava que a totalidade do lote nO 53, pertencia a Igreja
Católica. No dia 28 de outubro foram ouvidos Wilhelm Engelke, Emil
Odebrecht, Heinrich Krohberger, Heinrich Reuter e mais onze testemunhas, e
no dia 30 de outubro o Juiz deu a sentença inocentando o Padre Jacobs, porém
este, teve que pagar as custas da justificação no valor de 118$000 Rs.
Todos esses tàtos, e o processo por ter celebrado o casamento religioso
antes do civil de Heinrich Baader e Dorotheia Alpen, em 23 de novembro de
1891 (registro nO 65 na Paróquia de Blwnenau), contribuíram para abalar ainda
mais a saúde do Padre Jacobs, que no dia 22 de maio de 1892, celebrou sua
missa de despedida e no dia 16 de junho, dia de Corpus Christi, os católicos
reUIúdos o acompanharam até o vapor que o levaria, acompanhado do seu
médico e amigo DI. Leopold Engelke (irmão de Wilhe1m Engelke), ao Rio de
Janeiro, onde faleceu de febre amarela, no dia 1 ° de agosto de 1892, no Hospital
da Gamboa.
NOSOCÔMIOS E SAÚDE PÚBLICA
A saúde, nos primórdios da colonização de Blumenau, tinha que ser
preservada como fator fundamental para o desenvolvimento da Colônia, fato
que levou wn grupo de imigrantes a fundar em 1865, a "Kranken
Unterstuetzungsverein" (Sociedade de Assistência Mútua em Enfermidades),
sociedade em que os associados pagavarn uma mensalidade de 500 Rs., tendo
direito a tratamento médico e a remédios com abatimento.
Em 1858, veio para Blumenau o 'DI. Bernhard von Knoblauch formado
em Jena (Alemanha), que em ato ministerial assinado em 16 d~ janeiro de
1863, ocupou oficialmente o cargo de primeiro médico da Colônia. O DI.
Knoblauch beneticiava os associados da "Kranken Unterstuetzungsverein" com
o abatimento de um terço nos preços das consultas e tratamento. Em 1872, o DI.
Knoblauch faleceu, sendo substituído por Karl Wilhelm Friedenreich até a
chegada do DI. Carlos Tobias Rechsteiner, suíço, há vinte e cinco anos no
Brasil e que faleceu em 1873, sendo substituído pelo DI. Cláudio Frederico
Jebe, que faleceu em 1874, abalando a população, sendo os enfermos mais uma
vez atendidos por Karl Wilhelm Friedenreich.
O funcionarnento do hospital, no barracão localizado no "Vorstadt",
motivou por muito tempo que a atual rua Itajaí fosse chamada de Rua do
Hospital. No dia 22 de fevereiro de 1874, durante um forte temporal, o
barracão, onde funcionava~ hóspitaJ, desabou, fato que fez com que o Governo
Provincial atendesse aos pedidos insistentes do Doutor Blumenau e construísse
um novo prédio para atender as necessidades locais. A autorização já havia
sido concedida pelo Ministério da Agricultura no dia 27 de abril de 1873 e o
novo hospital todo de madeira com frontal de tijolos, coberto de telhas e com
muro na frente ficou concluído em 1876. Na ocasião, também, foi construído
wn pequeno necrotério, além de quartos individuais e enfermaria.
Anexo e defronte ao hospital, em 1874, foi construída pelo Doutor
Blumenau uma casa para abrigar doentes mentais, que por falta de vagas não
podiam ser internados no manicômio de Florianópolis. Posteriormente, essa
casa foi reformada e serviu de asilo aos velhinhos. Com o Pastor Mwnmelthey
foi adquirido em hasta pública pela comunidade Evangélica, em 1914, o
terreno onde funcionava a escola pública mascu-
lina e que foi extinta com a inauguração do Grupo Escolar "Luiz Deltino", em
1913. Entretanto, em 1915, o Sínodo Evangélico de Santa Catarina comprou da
Comunidade Evangélica o terreno para construir o hospital evangél ico, asilo
de velhos e acomodações para os enfermeiros, porém, por falta de recursos
somente o hospital foi construído.
O hospital, "modesto em suas proporções, deficiente nas suas illStalações,
carente praticamente de tudo quanto se requeria num bom hospital", prestou
relevantes serviços à Comunidade blumenauense. Atendia o hospital o médico
oficial da Colônia, Dr. Francisco Volloton e o farmacêutico Dr. Wilhelm
Eberhardt. A Sociedade Assistencial que assumiu a direção do hospital em
1874, permaneceu na direção do mesmo até 1924.
O Doutor Blumenau sempre se preocupou pelo bem-estar dos imi-
grantes e seus descendentes e o ofício enviado em 1879 ao Presidente da
Província referindo-se ao hospital o demonstra: "Tendo-se, pelo longo uso, gasto
uma porção de objetos do selViço do hospital e tornando-se indispensável'renová-Ios,
solicito autorização para comprar:
31 lenç6is de pano americano a 2$200 . . . . . . .. 68$200
8 camisas para homem a 2$000 .................................... 16$000
6 ditas para adolescentes a 1$500 . . . . . . . . . . . . 9$000
93$200
0 artísticas e sociais, entre elas o grande concerto e baile realizado no dia 4 de
Permito-me acrescentar que, tendo-se desde 1 de julho até agora,
realizado no hospital o atendimento de enfermos que tiveram de pagar seu
tratamento, a quantia de Rs. 113$ 600, que hoje foi recolhida ao cofre da
Diretoria e tendo de entrar no do Estado, a despesa supra e urgente fica mais
que coberta. "
Dentro de suas possibilidades, o Doutor Blumenau procurava melhorar
o hospital e auxiliar a "Kranken Unterstuetzungsverein", fato comprovado
quando em 31 de setembro de 1882, o Presidente da Província aprovou a
proposta do Doutor Blumenau de adquirir com o saldo existente em caixa
(pouco mais de dois contos de réis) da direção da Colônia, duas apólices
federais para presenteá-Ias ao hospital e à Sociedade que o administra.
Em reunião realizada o dia 20 de janeiro de 1889, os associados do
"Kranken Unterstuetzungsverein" constataram contar com 110 associados e
possuir em caixa cinco contos de réis na maioria em papéis do Estado.
Em dezembro de 1901, iniciaram-se os trabalhos para o encanamento de
água de uma fonte ao pé do Morro do Aipim para o consumo
do hospital, inclusive o banheiro.
Os Estatutos da "Sociedade Mútua de Assistência nas Enfennidades"
(Kranken Unterstuetzungsverein) estão registrados no Cartório Getúlio Vieira
Braga no Livro I, tls. 6 de 12 de novembro de 1913.
Até 1916, o hospital era chamado de Hospital de Caridade e em 1924,
quando foi entregue à Prefeitura, passou a chamar-se Hospital Municipal.
Em 1931, quando o jovem médico Dr. Afonso Rabe resolveu clinicar
em Blwnenau, foi o Hospital Municipal o único que lhe abriu as portas, pois o
Santa Isabel e o Santa Catarina, hospitais particulares, tinham seu
médico-cirurgião contratado e formado na Alemanha. No Hospital Municipal,
o Dr. Rabe substituía o idoso e adoentado médico Dr. Kübel e com o
falecimento do colega, foi indicado para ocupar o cargo. Num hospital com 15
a 20 leitos, o Dr. Rabe passava diariamente duas a três horas pela manhã,
atendendo gratuitamente os indigentes no ambulatório e ainda os internados.
Eram atendidos somente os casos clínicos, os cirúrgicos a Prefeitura
encaminhava aos hospitais Santa Catarina e Santa Isabel (geralmente o Santa
Isabel).
Em 1933, com o Prefeito Jacob Alexandre Schmidt, o Dr. Rabe
começou a receber remuneração mensal para atender os indigentes, atividade
que exerceu até 1941, quando ele próprio foi nomeado Prefeito Municipal.
Para auxiliar na manutenção do hospital eram freqüentes as promoções
agosto de 1933, promovido pela S. D. M. "Frohsinn" e Sociedade de Canto
Concórdia com a seguinte programação:
1 - G. Bizet, abertura da ópera "Carmen"; 2 - Gounod-Artok, fantasia de
"Fausto" (1 a parte) pelo club Musical; 3 - R. Schumaml, "Desejo" pelo
barítono (solo) Franz Brack; 4 - a) M,. Clarus "Durch Junges Grune" - b)
Pommer - "Steirischer WuIlaza" pela S.C. Concórdia; 5 - Declamação por
Marília Oliveira e Silva; 6 - A. Napoleon, "Romanza" para solo de cello por G.
de Ochoa; 7 - M. Kyper, "O grande momento", declamação por Madame
Ochoa; 8 - M. Schmeling, "uma noite em Toledo" com Serenata e Dança
Espanhola; 9- J. Fucik, abertura "Marinarella" pelo Club Musical.
Na época, o velho Hospital Municipal estava em estado lamentável
motivado pela idade do prédio e, principalmente, pela tàlta de conservação,
pois em fortes dias de chuva, o telhado, tanto o de zinco como o de telhas,
apresentava tantas goteiras que obrigava as Irmãs Franciscanas que
administravam o hospital desde 1936, a distribuir guarda-chuvas
para que os doentes não ficassem molhados no leito. Além do telhado todo o
prédio necessitava de socorros urgentes, fazendo com que o Dr. Rabe
solicitasse providências urgentes aos Prefeitos, pedidos que não encontraram
guarida.
Em 1937, foram extintos o Congresso Nacional, as Assembléias
Legislativas Estaduais e as Câmaras Municipais, bem como destituídos todos
os Governadores e todos os Prefeitos Municipais do país, criandose então o
chamado "Estado Novo" que centralizava na Presidência da República toda a
legislação essencial com reduzida autonomia aos Governos Estaduais e
nenhuma aos Municípios.
Apesar de não ser político, em 1941, o Dr. Rabe foi convidado, através
do emissário do Governo, Juiz de Direito de Indaial, Dr. Alves Pedrosa, para
ocupar o cargo de Prefeito de Blumenau. Apesar da negativa inicial, o Dr. Rabe
se apresentou, em Florianópolis, ao Dr. Nereu Ramos, Interventor Federal em
Santa Catarina, condicionando a sua nomeação ao Hospital Municipal tendo o
Dr. Nereu Ramos autorizado o. Dr. Rabe a realizar seus planos e, ainda,
prometido construir pelo Estado, o Centro de Saúde em Blumenau. Após a posse
em 29 de junho de 1941, o Dr. Rabe mandou transíerir os doentes do Hospital
Municipal, e que havia deixado aos cuidados do Dr. Oswaldo N. Espíndula, para
um velho casarão ao lado e que servira em tempos idos de salão de bailes
públicos. Esse imóvel foi adquirido pela municipalidade para ampliar o espaço
do hospital. Com respaldo dos engenheiros Celso L. Salles, Antônio V. d' Avila
e Gil Fausto de Souza, o velho hospital foi demolido. Entretanto, a burocracia
causou de ilúcio sérios entraves, pois até à planta do novo hospital, que não pôde
ser íeita em Blumenau, somou-se a dificuldade na obtenção dos recursos para a
obra. A morosidade na concretização da obra se limitava a decisões do
"Departamento das Municipalidades" e "Departamento Administrativo",
dependendo de exames, correções e às vezes nova redação das pretensões,
percorrendo departamentos federais e ministérios para culminar com a
aprovação ou não do Presidente da República. O Dr. Rabe que estava em seis
meses solucionar o problema do hospital, aguardou dois anos e meio pela con-
cretização do seu ideal. A pedra fundamental do novo hospital foi lançada no dia
25 de novembro de 1943, com grandes festividades e presença do Interventor
Federal Dr. Nereu Ramos e numerosa comitiva, que foi recepcionada no Hotel
Elite às 15,30 horas, sendo o Interventor homenageado, às 20 horas, com um
banquete no Teatro "CarIos Gomes". No mesmo dia o Interventor também
inaugurou o "Serviço de Abastecimento de Água de Blumenau" .
O mérito das obras do Serviço de Abastecimento de Água de
Blumenau, apesar de executado na gestão do Dr. Rabe, cabe ao Professor José
Ferreira da Silva, seu antecessor, que não conseguiu iniciar a obra, pois a
tramitação da documentação se estendeu por três anos. José Ferreira da Silva
era amigo pessoal do Dr. Nereu Ramos, que se empenhou junto ao Governo
Federal e diretamente com o Presidente da República para a obtenção do
empréstimo pela Caixa Econômica Federal, providenciando a contratação do
engenheiro especializado, Dr. Isaias de MeIo de São Paulo, e os contratos para
a maquinaria e material para o lançamento da rede de distribuição da água As
obras do "Serviço de Abastecimento de Água" foram iniciadas em 24 de
setembro de 1941.
Em 11 de janeiro de 1944, o Dr. Rabe, a pedido, obteve do Dr.
Nereu Ramos a exoneração do cargo de Prefeito Municipal, sendo nomeado
médico interino do Departamento de Saúde do Estado.
Com a divisão do Estado em Distritos Sanitários, o 3 o, com sede em
Blumenau, teve como cheíe o competente e abnegado médico, Dr. Rabe, que,
no período de janeiro de 1944 a janeiro de 1945, fez na Faculdade de Higiene
da USP, o curso de médico sanitarista.
O Centro de Saúde de Blumenau foi solenemente inaugurado com a
presença do Dr. Nereu Ramos, Interventor Federal de Santa Catarina, no dia 3
de maio de 1945, às 10:30 horas, sendo recepcionado defronte ao Centro de
Saúde; às 12 horas, foi oferecido ao Interventor por todas as classes sociais do
município wn almoço; às 16:30 horas, apresentação de um programa
lítero-musical no Grupo Escolar "Luiz DeItino" com representantes de todos os
estabelecimentos de ensino; às 20:30 horas, concerto na S. D. M. "CarIos
Gomes".
O funcionamento do Centro de Saúde, inicialmente, foi precário, por
falta de móveis e preenchimento dos cargos por funcionários especializados.
As diferentes secções foram preenchidas gradativamente pelos médicos Dr.
Affonso Balsini - Higiene Infantil, Cozinha Dietética e inicialmente a Secção
Pré-Natal; Dr. TeImo Duarte Pereira - Pré-Escolar e Escolar; Dr. Diogo
Vergara - Sífilis e Doenças Sociais; Dr. Armínio Tavares -
Oftalmo-otorrino-Iaringologia; Frederico Baus - Serviço Dentário. A secção de
tuberculose não entrou em funcionamento no mesmo ano por falta de
aparelhagem e médico interessado. Em 1946, um atendente fez um curso
prático em Curitiba a fim de manipular o aparelho de abreugrafias e também
aprender as técnicas para revelar às filmes, entretanto até 1948, nenhum médico
interessou-se pelo serviço. Ainda em 1948, o Dr. Abelardo Vianna,
por sugestão do DI. Rabe, fez o curso de médico-sanitarista sendo nomeado seu Dr. Ajfonso Balsilli, idealizador deste pavilhão, pelo carinho dedicação e
assistente. Com o pedido de transferência de médico-sanitarista para i/lfatigabilidade com que dirigiu os trabalhos de sua COtlstnt~ ção, o profundo
agradecimento do Governo e do povo de Blumenau. 9/10/1979".
tisiologista, o DI. Rabe em princípio de 1949, fez um estágio no Departamento
Em 1972, foi criada a Fundação Hospitalar de Blumenau abrangendo o
de Combate à Tuberculose de Curitiba, sendo transferido para o Serviço de
Hospital Santo Antônio, Hospital Infantil e a Escola de Auxiliar de
Tisiologia em 8 de abril de 1949, permanecendo no cargo até maio de 1960
Enfermagem. Os Estatutos foram registrados no dia 9 de setembro de 1972, no
quando foi aposentado, sendo substituído pelo DI. Odilon de Caetano, com
Livro A-7, folhas 202, no Cartório de Registro de Títulos e Documentos de
curso de especialização no Rio de Janeiro.
Getúlio Vieira Braga.
Como médico sanitarista o DI. Rabe foi convidado a lecionar na Escola
.Em 1974, foi criado o Conselho Curador da Fundação Hospitalar com
Normal "Pedra lI" e após concurso foi nomeado "professor catedrático" de
.c~nco membros, sendo um representante da Associação Regional de
Higiene, Educação Sanitária e Puericultura em 8 de abril de 1948. Do seu
MedlcllJa, um da Associação Comercial e Industrial de Blumenau um da
trabalho como professor, em 1968, lançou um livro sobre a matéria, que foi
Fundação Universidade Regional de Blumenau e um do Legislativo e
impresso pela Imprensa da UFSC (2.500 exemplares).
Executivo Municipal.
Quanto às obras do Hospital Municipal, iniciadas com o DI.
Em 1976, a Fundação Hospitalar de Blumenau, mandou colocar uma
Rabe, tiveram continuidade com Alfredo Campos (Prefeito), cabendo a
placa comemorativa do centenário da fundação do Hospital Santo
supervisão das mesmas ao Dr. Affonso Balsini.
Antônio (22/8/1865). .
Em 1948, através de Lei Municipal, o Hospital Municipal passou a
As enchentes de 1983 e 1984, causaram sérios danos ao tradicional
chamar-se "Hospital Santo Antônio".
nosocômio.
Na gestão do DI. Rabe como Prefeito Municipal, houve possibilidade
O desmoronamento do terreno nos fundos do hospital abalou as
de construir o Hospital Municipal onde hoje se localiza o SENAI, na Rua São
estruturas do prédio, afetando também a instalação elétrica e hidráulica fato
Paulo, pois o preço do terreno era acessível aos cofres municipais, porém
que levou o Prefeito Dalto dos Reis a cogitar da construção de u~ novo hospital
argumentaram que "deveria ficar no mesmo lugar, na Rua Itajaí, porque nessa
na Escola Agrícola, implantando no atual o Pronto Socorro Municipal. Após a
mesma rua, um pouco mais adiante, se iria construir o Centro de Saúde. "
enchente o Hospital Santo Antôlúo passou a funcionar na al~ nova (hospital
No dia 12 de setembro de 1953, com o nome de Pavilhão da Ma-
infantil), reduzindo o número de leitos. Até 1977, o HospItal Santo Antôlúo
ternidade e Infância "Maria Konder Bornhausen", foi inaugurada a ala
funcionava com 180 leitos (maternidade, ala infantil e clÍlúca geral).
construída para melhor atender a maternidade e a infância.
Atualmente, funciona com 88 leitos, 31 quartos, apartamentos e enfermarias,
Em 11 de outubro de 1958, transcorreu a data onomástica da Irmã
havendo projetos de recuperar e ampliar o hospital (30 leitos).
Eduarda. Para homenageá-Ia, enfermeiras e funcionários do Hospital Santo
O Hospital Santo Antôlúo funciona com um corpo médico de 45
Antônio apresentaram no salão de conferências médicas uma peça teatral de
especialistas que atende mais a população carente de Blmnenau em ho-
cunho religioso e moral assistida por numeroso público. rários e plantões estabelecidos, geralmente grátis. '
Na segunda gestão do Prefeito Hercílio Deeke, o Hospital Santo
Antônio foi ampliado e construída a capela e o necrotério.
No dia 28 de dezembro de 1968, pela Lei nO 1.557, o Hospital Santo
Antônio passou a ser administrado pela fundação Universidade Regional de
Blumenau como Hospital Universitário.
Um marco importante na História do Hospital Santo Antônio foi a
Na época, o DI. Affonso Balsini, médico pediatra, cônscio da ne-
criação da Escola de Auxiliar de Enfermagem que começou a ful~cionar de
cessidade de um hospital infantil, idealizou e se empenhou na construção do
acordo com a Lei Federal nO 773, que regula o ensino de enfer-
mesmo, e em 1970, concluída a obra, uma placa homenageia os es-
forç?s do abnegado médico com os seguintes dizeres: "Ao benemérito médiCO
magem no Brasil. Em março de 1953, em Relatório apresentado à Câmara
Municipal, a Comissão de Construção do Hospital Santo Antônio, presidida
pelo médico Dr. Affonso Balsini, incluiu no plano de obras, instalações para
uma futura Escola de Auxiliar de Enfermagem, incluindo anfiteatro, secretaria,
biblioteca e sala de demonstrações técnicas. Na época, enquanto se constituíam
as instalações, a Madre Provincial Maria Chantal das Irmãs Franciscanas de S.
José, sediadas em Angelina, enviou pa~a São Paulo e Curitiba, algumas Innãs,
para se especializarem em enfermagem de alto padrão para trabalharem como
professoras na es-
cola.
Pela Lei Municipal nO 763 de 1956, foi criada a Escola de Auxi-
liar de Enfennagem, anexa ao Hospital Santo Antônio, e que preenchidas as
exigências do Ministério da Saúde, foi reconhecida pela Portaria nO 124 de 13
de abril de 1959. Funcionando em regime de externato e com a duração de
dezoito meses, fornece um Certificado Federal que é válido para todo o Brasil.
O ensino era gratuito, posteriormente cada aluno eagava a importância de Cr$ 30.000 (trinta
mil cruzeiros) mensais. Funciona em dois períodos e para admissão ao curso exige-se a idade mínima de 18 anos,
primeiro grau completo e aptidões para enfennagem. A escola ministrava aulas específicas de enfermagem, até
ser implantada a Lei de Diretrizes e Bases, quando foi enquadrada no Curso Médio, obrigando-se a ministrar
além das disciplinas específicas do curso, disciplinas essenciais às primeiras séries do Curso Ginasial.
Atualmente são ministradas aulas sobre técnicas assépticas, noções para atuar em unidade de terapia intensiva,
primeiros socorros, enfermagem médico-cirúrgica, enfermagem materno-infantil, fundamentos de enfermagem
incluindo história, economia e técnicas hospitalares, microbiologia e parasitologia, anatomia e fisiologia, ética e
psicologia, saúde pública e estudos regionais sobre nutrição, perfazendo um total de 1.300 horas aula. O curso
que funcionava a nível de primeiro grau, passou a profissionalizante, porém sem acesso à Faculdade. A primeira
diretora da escola foi a Irmã Ligória (Edite Prim), auxiliada pelas Irmãs Maria José e Maria Benedita, todas com
diploma de enfenneira de alto padrão. Ruth Câmara, esposa do médico Renato Câmara, foi por muitos anos
secretária da escola. A escola também foi dirigida pela Irmã Fidelis e até 1972 teve o conceituado médico Dr.
Lourival Saade como palestrante. Atualmente, a escola conta com quatro enfermeiras especializadas em Ensino e
Administração Hospitalar, Saúde Pública, Ciências Sociais e Téclúcas de Enfermagem. Os alunos da Escola de
Auxiliar de Enfennagem estagiam nos hospitais Santo Antônio, Santa Isabel e Santa Catarina, e ainda no Centro
de Saú-
de, INAMPS e Centros Sociais da Prefeitura. A inauguração da escola ocorreu
no dia 1 ° de agosto de 1959 e coube ao Prefeito Frederico G. Busch Jr. o mérito
de inaugurar a primeira Escola de Auxiliar de Enfermagem de Santa Catarina.
As aulas tiveram início no dia 3 de agosto de 1959 e a primeira fonnatura ocorreu
no dia 8 de setembro de 1962 reunindo quatro tunnas num total de trinta e oito
alunos. A escola foi 'reconhecida oficialmente pelo Decreto Federal nO 651 de
8 de março de 1962, publicado no Diário Oficial da União de 25 de março de
1962.
Da primeira turma faziam parte Annegret Karin von Knoblauch, Maria
da Glória Machado e Rita Bernhardt de Blumenau; Auremi Terezinha
Monteiro de Itajaí; Antôlúo Darolt de Ibirama; Inês Maria da Silva de
Florianópolis; Julieta Petters de Indaial; Marlene Darcy Beduschi de Gaspar;
Odete de Souza de I1hota e as Irmãs Franciscanas de S. José, Geraldina,
Caritas e Calista.
A escola ocupa uma área de 149,02 metros quadrados e é wn dos
estabelecimentos de ensino mais importantes do Vale do Itajaí, pois é
responsável pela fonnação de centenas de auxiliares de entennagem que atuam
em nossos nosocômios. A escola é mantida pela Preteitura Municipal de
Blumenau, que paga o pessoal, e através das mensalidades dos alunos. A atual
diretora é a enfenneira Eva I. B. KJitzke.
A escola está registrada no Conselho Nacional de Serviço Social sob
nO 259.
Em 1895, chegaram ao Brasil as Innãs Ana, Rufina e Paula da
Congregação da Divina Providência que paralelamente às atividades edu-
cacionais se dedicaram à enfermagem ambulante, surgindo a idéia de um
hospital, que teve iIúcio na modesta casa das Innãs, nwn quarto com dois leitos.
N o dia 4 de outubro de 1909, foi inaugurado um pequeno prédio
contíguo ao convento com capacidade para 15 a 20 leitos, tendo como
médico-diretor o Dr. Ernst Sappelt. No mesmo ano houve um surto de varíola
em Itajaí, cabendo ao Dr. Sappelt tomar as necessárias providências em
Blumenau, procurando uma casa apropriada para servir de hospital. A
dificuldade em obter a vacina da capital do Estado e do Rio de Janeiro levaram
o Dr. Sappelt a vacinar um bezerro novo para obter a necessária vacina para
imUlúzar a população.
Em menos de sete anos, houve necessidade de ampliar o hospital,
 a construir nova ala que foi inaugurada no dia 15 de outubro de 1916. Os
festejos de inauguração foram abrilhantados por um concerto musical a cargo
dos alunos do Colégio Santo Antônio. O ato religioso e a bênção aconteceram
às 9:30 horas da manhã e a inauguração solene às 14:00 horas.
m) De 1917, em diante, as Irmãs do hospital passaram a fonnar uma
Comunidade independente da que cuida do Colégio Sagrada Fanúlia.
No dia 8 de outubro de 1919, faleceu o Dr. Sappelt sendo substituído pelo Dr.
Johnson até 1920, quando assumiu a direção o Dr. Jungbluth que atuou até 1926.
Em companhia do Dr. Jungbluth, veio para o Brasil, em 1920, a Irmã Aluysianis,
n) diplomada em enfennagem, em 1914, e que trabalhara em Berlin com os
médicos professores Sauerbruch e Bier. Durante a primeira guerra Mundial
prestou serviços no "front" russo, nos hospitais militares, ocasião em que feriu a
palma da mão esquerda obrigando-a, anos mais tarde, para salvar a vida, a
sacrificar o seu antebraço. Tenninada a guerra, ingressou em 1919, na
congregação das Innãs da Divina Providencia e veio para o Brasil, a fim de
prestar serviços no Hospital Santa Isabel. Com a Innã Aluysianis o Dr.
Jungbluth instalou no Hospital Santa Isabel o primeiro aparelho de Raios X do
Estado, o mais moderno na época e que ela mesma operava, pois havia feito um
curso de especialização na Alemanha. Na época, o hospital já contava com
moderníssimos àparelhos de diatermia, ultravioleta e outros. De 1928 até 1933,
Innã Aluysianis foi diretora do hospital e superiora das demais Innãs. Em sua
gestão, foi convidado para dirigir o Hospital Santa Isabel, o Dr. Alfred Hoess, a
quem coube em 1948, a pedido da Innã, a cirurgia do antebraço esquerdo depois
do prognóstico que lhe foi dado em Porto Alegre de que pretendiam amputar-lhe
não só a mão esquerda, mas todo o braço e uma parte da clavícula. O Dr. Hoess
foi teliz na intervenção cirúrgica, pois além de salvar a vida da Irmã, reduziu a
cirurgia ao mínimo, ou seja metade do antebraço esquerdo. Pelos inestimáveis
serviços prestados ao hospital e à Comunidade, Innã Aluysianis recebeu o
diploma de "Cidadã Blumenauense" pela Câmara Municipal de B1umenau e,
em 1988, o 5° andar da nova ala do hospital recebeu o nome de "Innã
Aluysianis", enquanto o 4° andar da ala foi denominado de "Dr. Alfredo Hoess".
Irmã Aluysiarús faleceu no dia 29 de abril de 1974.
Em 1919, foi admitido o enfermeiro João Doeheli, falecido em 1955,
que prestou grandes serviços à Comunidade.
No dia 19 de fevereiro de 1933, foi inaugurado um novo aumento no
hospital e, em 1937, foi construído o pavilhão de isolamento para portadores de
doenças contagiosas.
levan O jubileu de ouro do Hospital Santa Isabel foi comemorado no dia
do as
Irmãs
15 de outubro de 1959. Em homenagem ao evento, no dia 25 de agosto de
1959, por indicação do Vereador Dr. Wilson Gomes Santhiago, oftalmologista
do Hospital Santa Isabel, foi aprovado na Câmara Municipal um auxílio de
cinqüenta mil cruzeiros para a nova ala em construção.
O Hospital Santa Isabel cresceu com Blmnenau e, atualmente, é um dos
maiores e melhor aparelhado do Estado e isto se deve ao trabalho incansável
das Innãs a quem o Vale do Itajaí muito deve. Com o apoio da direção das
Innãs da Divina Providência foi fundado o Centro de Estudos do Hospital
Santa Isabel, que alcançou pleno êxito, e foi o embrião de outros Centros que
surgiram na região.
O Centro de Estudos do Hospital Santa Isabel foi fundado no dia 25 de
maio de 1965, com a finalidade de congregar os médicos do hospital e que
funcionasse como fOfllin de debates dos problemas médicos, científicos e
comunitários da região. A idéia de fundar o Centro de Estudos partiu do Dr.
Walmor E. Belz, que em dezembro de 1951, começou a clinicar no Hospital
Santa Isabel. Com a chegada do Dr. Enio Cesar Pereira e com o apoio do Dr.
Paulo P. Mayerle foram elaborados os Estatutos.
O Ato Constitutivo do Centro de Estudos do Hospital Santa Isabel foi
registrado no dia 11 de outubro de 1967, no livro A-7, tIs. 110, no Cartório de
Getúlio V. Braga.
Foram fundadores do Centro de Estudos os médicos; Paulo P.
Mayerle, Enio Cesar Pereira, Gelásio de Souza Freitas, Leopoldo Cruz de
Carvalho, Edemar Eduardo Winkler, Nelson Luiz Margarida, Joarez Luiz
Nogara, Sylvio Aurélio Sclunitt, Reginaldo Fusaro Simões, Eduardo Vitoldo
Ferencz, Carlos Nicolau Goffergé, Diogo Vergara, Roberto Buechele e
Walmor Erwin Belz. Nessa mesma reunião foi eleita e empóssada a primeira
diretoria integrada pelos médicos: Paulo P. Mayerle - presidente; Walmor E.
Belz - secretário; Sylvio A. Sclunitt - tesoureiro e Nelson L. Margarida -
bibliotecário. De todas as rem1Íões foram elaboradas atas e, na primeira,
datada de 26 de agosto de 1965, consta o seguinte: Anticoagulantes - Síndrome
Reiter - apresentador: Dr. Walmor Erwin Belz.
Segundo os Estatutos, de dois em dois anos é eleita nova Diretoria que
até a presente contou com os seguintes médicos na presidência: Gelásio de
Souza Freitas, Carlos Nicolau Goffergé, Wilson Gomes Santhiago, Diogo
Vergara, Lorival Hari Hubner Saade, Roberto Buechele, Edson Pereira da
Silva, Hmnberto Rebello Narciso, Luis Renato Mello, Romualdo Izon Heil.
Na gestão do médico Edson Pedro da Silva, em face do awnento do
Corpo CIÍJ1Íco, os Estatutos foram revisados e atualizados.
o)
As reuniões realizavam-se todas as quintas-feiras, às 20 horas, na sala
que abriga a fábrica de sabão; entretanto, a fundação do Centro de Medicina
Experimental que foi incorporada ao Centro de Estudos teve para o seu
funcionamento um pavimento anexo especialmente preparado e que contou
com o apoio do então Governador do Estado Jorge Konder Bornhausen.
A divulgação das atividades do Centro careou para as reuniões, além
dos médicos do hospital, os médicos Frederico Strassburger de Vila Itoupava,
Carlos Moritz, Emílio Niebuhr, Márcio Schaefer e Germano HoffmaIll de
Brusque, Luiz Carlos Lins e Teimo Bastos de Rio dos Cedros, Nilo de Freitas
de Indaial, Armando Loureiro e Mauro Ludwig de Presidente Getúlio, Odilon
de Caetano e outros médicos da cidade.
As mensalidades cobradas dos associados são empregadas na aquisição
de revistas estrangeiras e nacionais para as diversas especialidades, livros para
a biblioteca, material fotográfico, projetores, telas, etc., para melhorar as
atividades cientíticas. O Centro de Estudos patrocina a vinda de médicos e
professores de outros Estados e Universidades para ministrar cursos e proíerir
palestras, além do intercâmbio cultural-científico com outros Centros Médicos.
Também são convidados mestres, em todas as áreas sociais, para através de
palestras transmitirem seus conhecimentos. O Centro de Estudos é responsável
por wna série de modificações que melhoraram as atividades médicas em
beneficio dos pacientes. Muitas idéias que nasceram no Centro de Estudos se
tornaram realidade como a necessidade de médico-Iegista, verificação de
óbitos no hospital, comissão de infecção hospitalar, autópsias, etc. A
verificação de óbitos foi desativada e o material (câmara fria para três corpos)
doado ao Serviço de Medicina Legal da 1 a' D. P. de Blumenau.
Em todos os acontecimentos médico-científicos ocorridos na região o
Centro de Estudos se fez presente Gomadas de Urologia, Angiologia,
Endoscopia Digestiva, Pediatria, no Congresso da A.C.M. e outros). O Centro
denomina-se Centro de Estudos "Dr. Paulo Mayerle" do Hospital Santa Isabel,
em homenagem aos anos de serviços do emérito médico, dedicados ao hospital e
à Comunidade.
Em junho de 1968, o Centro foi reconhecido de Utilidade Pública pela
Lei Municipal nO 1.502 e, em 13 de outubro de 1970, pela Lei Estadual nO
4.527, através do Vereador Dr. Wilson Gomes Santhiago (oftalmologista do
hospital) e do Deputado Estadual Atdo Pereira de Andrade.
No dia 14 de dezembro de 1987, o Dr. Paulo P. Mayerle festejou seu
jubileu de ouro como médico, dos quais 48 anos dedicados ao Hospital Santa
Isabel. Na ocasião, a data foi comemorada com um jantar no
qual foi lançada oficialmente a "Fundação Dr. Paulo Mayerle". Na Ata de
Instituição consta que a fundação tem como principais objetivos o de-
senvo~vimento ~ aprim.oramento das necessidades médicas da região, ela-
boraçao de projetos e Implantação do Instituto do Coração, que será nos
moldes do INCOR de São Paulo, com um prazo de cinco anos para sua
implantação.
A manutenção da fundação será pela iniciativa privada, associações
comerciais e industriais da região. A diretoria foi eleita no dia 16' de dezembro
de 1987.
Na solel~idade, o médico Paulo P. Mayerle recebeu elogios e placas
comemoratIvas de diversas instituições.
Da pequena e. modesta casa com apenas dois leitos, ergue-se hoje o
monumental H~s~ltal Santa Isabel com 335 leitos, 96 médicos em quase todas
as especIahdades, enfenneiras, enfermeiros, técnicos em enfermagem,
auxiliares, manutenção, limpeza, e outros. Dispõe de moderno laboratório de
análises clínicas e de aparelhamento necessário ao funcionamento de um
hospital de primeira categoria, contando inclusive com dois ap~relhos de
tomografia computadorizada (cabeça e corpo inteiro). O HospItal Santa
Isabelatende como hospital regional, atendendo pacien-
tes conveniados com o INAMPS. .
Funciona no Hospital Santa Isabel a Rede Feminina de Combate ao
Câncer.
A Organização Soroptmista Internacional é uma associação de Fe-
derações Soroptimistas fomladas por Clubes de Serviços Classiíicados para
mulheres.
Obje nter padrões de alta ética nos negócios, profissões e outros aspectos da d) estimular O espírito de serviço e compreensão humana;
tivos vida; e) contribuir para a compreensão internacional e compreensão humana.
: b) lutar pelos Direitos Humanos para todas as pessoas e, em particular, para O Clube Soroptmista, em Blumenau, foi instalado no dia 15 de março
melhorar a situação da mulher; de 1961, tendo como local a Escola Barão do Rio Branco. A di-
a) m
a c) desenvolver o espírito da amizade e união entre as soroptimistas de todos
os países;
plomação aconteceu no dia 11 de junho de 1961 no Teatro "Carlos Gomes". O
Clube Soroptmista de Blumenau contou com 25 sócias fundadoras, das quais 4
continuam na ativa. Atualmente conta com 35 sócias. A associação a um Clube
Soroptimista é realizada através de convite, que passa pela votação e aprovação
do Plenário, levando-se em conta a atividade profissional da futura associada.
Os objetivos do Soroptimismo são abrangentes. O Clube Soroptmista
de Blumenau atua no setor da saúde auxiliando doentes e inválidos, mantendo
ainda uma el1fennaria infantil no Hospital Santo Antônio (1967); na educação
dá bolsas de estudos e auxilia na merenda escolar; promove cursos e palestras
na área cultural, e na área de assistência social, os auxílios são os mais
variados.
No ano de fundação do Clube Soroptimista, a pedido da então
goyernadora Ina Moellmann, no dia 25 de julho de 1961, foi organizada a
Campanha "Luta contra o Câncer" sob a presidência da Soroptmista Charlotte
Rabe. Participou da reunião a Irmã Aluysianis, então Diretora do Hospital
Santa Isabel, que ofereceu orientação e as dependências do Hospital para a
execução da Campanha. Quando a Rede Feminina de Combate ao Câncer foi
criada no Brasil, em Blumenau já funcionava uma célula em plena atividade e
sua transformação jurídica foi fácil.
Em 1984, para valorizar o trabalho feminino, foi instituído o prêmio
"Mulher Destaque" para mulheres que atuam em vários setores da
Comunidade: Assistência Social, Empresarial, Educação, Economia, Saúde,
Turismo, Meio Ambiente, Clubes de Serviço, Artes, Esporte, Proteção à
Mulher e Mulheres ajud.ando Mulheres.
Além dos prêmios outorgados à mulheres, a "Casa da Esperança", que
funciona junto à Igreja da Paróquia Nossa Senhora da Glória no Garcia e que
assiste meninas carentes, recebeu o prêmio.
A Comunidade Evangélica de Blumenau foi a pioneira na fundação da
Associação de Comunidades Evangélicas do Estado de Santa Catarina. A idéia
que partiu do Pastor Faulhaber em 1890, só veio a concretizar-se com o Pastor
Mumme1they no dia 6 de agosto de 1911. Estendendo sua jurisdição em 1916,
ao Estado do Paraná, passou a chamar-se Sínodo Evangélico de Santa Catarina
e Paraná. Este Sínodo, nos
dias 26 e 27 de julho de 1957, em Assembléia Geral realizada na cidade de
Brusque, por unanimidade, resolveu transferir como donativo o Hospital Santa
Catarina para a Comunidade Evangélica de Blumenau em homenagem ao
centenário de sua fundação.
Apesar de iniciado por resolução do Sinodo Evangélico de Santa
Catarina e Paraná, a construção e instalação do Hospital Santa Catarina coube
ao Pastor e Diretoria da Comunidade Evangélica.
Em 1914, a Comunidade Evangélica adquiriu em hasta pública o local
onde funcionava a escola masculina para construir um asilo de velhos,
entretanto em 1915, durante uma reunião do Sinodo Evangélico de Santa
Catarina e Paraná, o Pastor Mumme1they propôs a construção de um hospital
Evangélico com dependências para abrigar um asilo de velhos e moradia para
as diaconisas a serviço do hospital. A Comunidade Evangélica de Blumenau
cedeu ao Sínodo o terreno adquirido em hasta pública, que se localiza ao lado
da Igreja Matriz. Em fevereiro de 1916, foi lançada a pedra fundamental do
hospital, segundo projeto do arquiteto Weitnauer. Para concretizar a obra e
angariar os fundos necessários foi eleita uma Comissão de Construção
integrada por Alwin Schrader, Max Hering, José Deeke, Otto Rohkohl, G.
Arthur Koehler e o Pastor da Comunidade de Blumenau. A partir de 1917,
Primeira Guerra Mundial, a construção foi desacelerada, parando
temporariamente em 1918, com a morte de WeitnaueI. Apesar da vinda das
diaconisas (1918), as obras quase foram paralisadas, cogitando a curadoria em
retardar as obras do hospital e utilizar o prédio para outra tínalidade, porém, a
Comissão resolveu terminar a obra, trabalhando para conseguir verba para
conclusão e instalação interna do hospital que foi inaugurado em junho de
1920. Com duas alas (masculina e feminina) e capacidade para 50 leitos, com
quartos de 1 a e 2a classe. Após a inauguração a Comissão de Construção foi
dissolvida, sendo eleito um Conselho Diretor que na ocasião foi integrado por
Max Hering - presidente, Alwin Schrader - tesoureiro e Victor Gaertner, José
Deeke e o Pastor Neuman vogais. É evidente que no decorrer de todos esses
anos, o Conselho Diretor do hospital foi constantemente renovado.
O primeiro médico-chefe do hospital foi o DI. Christian Jolmsen que
permaneceu no cargo até 1923, quando foi substituído pelo DI. Dõnitz que
trabalhou até 1927. Em 1932, a direção do hospital passou ao DI. Georg
RichteI. A administração interna e enfermagem do hospital ficou a cargo da
Innã Gertrud Vogt que, após 18 anos em Blumenau, voltou para a Alemanha,
sendo substituída pela Irma Sofia Zink que, sendo transferida para o Rio
Grande do Sul, deixou o seu cargo para a Irmã
p)
om a saída do DI. Georg Richter em 1936, as Irmãs pertencentes à matriz de
Kaiservert - Wittenberg foram substituídas pelas Innãs de Witten.
Com o DI. Antonio Hafner, a direção interna, administração e en-
fennagem ficou a cargo da Irmã Lina Wecker. Os pacientes do hospital foram
atendidos por práticos em enfermagem até 1967, quando Elisabeth Duebbers,
tllha do Pastor Duebbers, primeira enfermeira alto-padrão, começou a atender
no hospital.
Em 1934, foi iniciada a construção do pavilhão de isolamento com 22
leitos, uma cozinha e instalações para o pessoal de enfermagem, acréscimo que
ficou concluído em 1935.
No período de 1937/1945, com o advento do Estado Novo, Santa
Catarina era governada pelo Interventor Federal DI. Nereu Ramos. Nessa
época, o Comandante aquartelado em Blumenau quis integrar o Hospital Santa
Catarina ao exército como Hospital do Exército de Santa' Catarina, exigindo de
Hercílio Deeke, presidente do Conselho Diretor do hospital a transferência de
todo o patrimônio para o exército. Hercílio Deeke, apesar das pressões, disse ao
q) Coronel que só o atenderia se a ordem viesse de instâncias superiores do
governo e que o Coronel encaminhasse suas exigências por tramitação legal, O
Coronel foi a Florianópolis, acompanhado do então Prefeito Municipal de
Blumenau, solicitar a interferência do Interventor, porém, este negou-se a
atender ao pedido do Coronel, pois não queria conflitos com entidades
religiosas.
Em 1959, houve necessidade de ampliar o hospital e para construir a
nova ala, a Diretoria resolveu promover uma festa, que se revestiu de grande
Mag brilhantismo, pois rendeu para os promotores a importância de Cr$
dalen 1.319.932,70. A promoção foi realizada no dia 19 de abril de 1959, nas
a dependências da S.D.M. "Carlos Gomes" com barraquinhas de churrasco,
Schr bingo, rifas, roda da fortuna, etc. e três grandes tômbolas com prêmios
eiber. variados, incluindo geladeiras e um automóvel.
C Na década de setenta, o Hospital Santa Catarina mantinha wn convênio
assinado com a Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau Maternidade e
Hospital "Elsbeth Koehler" , para administrar a maternidade e introduzir os
melhoramentos necessários. Porém em 1976, a nova diretoria da Sociedade
Evangélica de Senhoras solicitou a devolução do prédio, para nele instalar um
lar para pessoas idosas, passando a maternidade e a pediatria que funcionavam
na Maternidade Elsbeth Koehler a serem atendidas no Hospital Santa Catarina.
A Sociedade Evangélica de Senhoras doou todo o equipamento e utensílios da
maternidade para o
hospital, desligando-se do mesmo em 2 de junho de 1981.
O Hospital Santa Catarina cresceu com Blwnenau e no dia 10 de agosto
de 1974, inaugurou o setor de pediatria. Na últinia ala construída foi instalado o
setor de fisioterapia e consultórios médicos.
O setor de fisioterapia dispõe de aparelhos moderníssimos inclusive
raios "laser".
O hospital dispõe de todo o aparelhamento necessário para o fun-
cionamento de um hospital de primeira categoria. Foi o primeiro hospital no
Estado a instalar um aparelho de tomogratla computadorizada de corpo inteiro.
Os pacientes são atendidos por uma equipe médica especializada que atende
em quase todas as áreas da medicina. Além dos 77 médicos e especialistas
conta com enfenneiras alto-padrão, técnicos em enfermagem, auxiliares,
manutenção e limpeza, totalizando uma média de 260 pessoas.
O hospital conta com 122 leitos e 87 quartos.
Funciona no hospital uma Unidade Psiquiátrica, única em Blumenau a
funcionar em hospital geral.
INSTITUTO TERAPÊUTICO POR
MÉTODO NATURALISTA "SALTO"
Um fato digno de registro foi a inauguração em 11 de abril de 1896, em
Salto Weissbach, do Instituto Terapêutico por Método Naturalista "Salto", sob
a gerência de Richard Hinsch, que anunciou através do "Blumenauer Zeitung" -
"Localidade sadia, em situação calma e de ar puro. Métod{) de cura:
tratamento com banhos frios e quentes. Sauna. Banhos de luz, de ar e de sol.
Regime dietético. Massagens. À disposição, leitura especializada ".
SOCIEDADE EVANGÉLICA DE
SENHORAS
Cabe ao Pastor Mmmnelthey e esposa Mildred (ex-enfenneira da Cruz
Vermelha Inglesa), a iniciativa de fundar uma das mais importantes
associações de Blumenau - a Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau.
A meritória obra assistencial, fundada no dia 2 de setembro de
 1907 contou no ato da fundação com a participação das senhoras Caroline P~obst,
Nanny Kegel, Johanna Hering, Maria Haertel Elise Stei~bach, Charlotte Hering,
Auguste Schrader, Wanda Blohm, Hedwig Rischbieter, Appolonia Scheeffer,
Hedwig Kuenzer, .Agnes Sa~htlebe~ e Elsbeth Koehler. Para comporem a primeira
diretona da Sociedade foram eleitos o Pastor Mumme1they, Elsbeth Koehler,
Nmmy Kegel, Wanda Blohm e Hedwig Kuenzer. No ano de 1907, inscreveram-se
ainda Gertrud Gross, Hedwig Hering, Margarete Hering Müller, Helene ~tenburg,
Berta Odebrecht e Berta Brandes. D~ssas senhoras, onze ~articiparam em 1932,
dos festejos dos vinte e crnco anos de funda?ao da Sociedade. Estavam presentes as
senhoras Nanny (Kegel) Poethig, J?hamm Hering, Clara Hering, Auguste
Schrader, Wanda Blohm, H.edwig Rischbieter, Agnes Sachtleben e Elsbeth
Koehler. Em 1908, a Sociedade
já contava com sessenta e sete associadas. . . Sociedade, sem juros, conforme ata de 22 de março de 1922, presumivelmente, a
Em Assembléia Geral realizada no dia 28 de feverelfo de 1909, a diretoria
comunicou que entrara em contato com a "Zehlenâ.orfer Diak'Ünievereins"
(Ordem das Diaconisas de Zehlendor!-Alemanha) par~ e~viar duas diaconisas. Em
outubro de 1909, Vieram as duas mnas solicitadas que imprimiram o caráter
assistencial à Sociedad~. Com~çaram a trabalhar no Hospital "Vorstadt" (atual
Santo Antômo), porem,
não eram parteiras. ..
Em 1912 através de negociações, a SOCiedade conseguiU da "Frauenhilfe
für~ Ausland" de Wittenberg-Alemanha, as Irmãs Lina Jaguschke e Gertrud Vogt,
r)
que chegaram a Blumenau em 1913, sendo a Irmã Lina pouco tempo depois
substituí?a po~ J ohamla ~':leller. Gertrud Vogt atuou muitos anos em Blumenau,
rncluslV.e como dm~ente do~ serviços de enfermagem no Hospital Santa
Catarllla. As. Innas de Wittenberg se instalaram em modesta casa da A.lam~da
RiO Branc~ ~ ~ue, muitas vezes, abrigava parturientes, de locais distantes,. nos
dOis. u.mcos quartos da pequena casa. Para minorar o trabalho d~s mnãs, "suJeitas
a longas caminhadas para atender aos que delas necessitassem, em 1914, a
Sociedade através de uma coleta comprou um cavalo e uma sela para
senhoras. O cavalo ficou conhecido como o cavalo da irmã". ..
No dia 29 de maio de 1915, a Sociedade registrou seus pnmeiros
s) Estatutos. . associadas, que se esmeravam nos trabalhos manuais e nas promo-
Com o correr dos anos, a pequena casa não comportava maiS o número de
pacientes e a Diretoria resolveu construir um prédio para abrigar Irmãs e pacientes.
O terreno sob o qual foi colocada a pedra fundamentalno dia 7 de setembro de
1922, foi adquirido de Elsbeth Holetz por Johallila Hering, em 1920, que o doou
para a Sociedade. Elsbetll Ho-
letz, além das terras vendidas para Johanna Hering, no decorrer dos anos, doou para
a Sociedade em 1923, uma faixa de terras de 450 metros quadrados e vendeu para o
aumento do prédio em 1928, uma área de 15 por 62 metros de extensão e em 1930
mais uma faixa de 4 por 40 metros de fundos. Na ocasião em que Johamm Hering
doou o terreno para a Sociedade, Gertrud Gross doou a quantia de duzentos mil réis,
soma vultosa na época, e que foi depositada como fundo para construir a
maternidade.
Em 10 de março de 1922, foi constituída a Comissão de Construção,
integrada por Leopold Hoeschl, Max Hering e Elsbeth Koehler. Em reunião de 27
de abril de 1922, foi aprovado o projeto de autoria de Wilhelm Kaulich, ficando
acertado que a sede deveria estar concluída para ser inaugurada no dia 30 de
setembro de 1923, com o nome de "JohalUm Stift" .
O custo total da obra, apresentado na Assembléia Geral de abril de 1924,
importou em 65.712$750. Segundo Hertha Hildebrand, em seu trabalho sobre os
oitenta anos de fundação da Sociedade, Johanna Hering emprestou para a
importância de 20.500$000. A dívida foi paga sucessivamente em parcelas com as
doações recebidas.
Para aumentar os fundos para a construção e fazer face às despesas com
equipamentos em geral, a Sociedade promovia reuniões semanais de trabalhos
manuais regulannente na primeira e segunda feira de cada mês. A esse fundo
também eram somados os três, cim;o e até dez mil réis provenientes do preço de
doces que eram feitos a menos em festas de aniversário. Quanto a auxílios
govenmmentais, a Sociedade declinou dos mesmos, a fun de deliberar sobre suas
ações sem interferência de terceiros. Entretanto, uma das mais importantes
colaborações provinha das noites de entretenimento que incluía bazar com venda e
s011eio dos trabalhos manuais e às vezes, baile. No decorrer dos anos muitas noites
de entretenimento foram realizadas, entre elas a apresentada no dia 4 de dezembro
de 1921 com um programa em três partes. Na primeira parte foi apresentada a peça
teatral em um ato "Othelos Erfolg" de E. A. Lautner. Da segunda parte constavam:
t) coral misto que apresentou "Hoffe das Beste" de Fr. Silcher;
u) alocução aos festejos com canções;
v) apresentação de ginástica. Na terceira parte foram apresentados números de
violino, piano, ginástica e coral misto.
As noites de entretenimento eram aguardadas com interesse não só pelas
 artísticas e sim por toda a Comunidade. A noite de 2 de dezembro de 1923,
apresentada no Teatro "Frohsinn" foi pública e da programação em três partes
x)
w) constaram as seguintes atrações:
a) Comentário sobre a promoção e apresentações musicais. Na segunda parte,
além da apresentação da peça teatral em um ato de Theodor Korner, "Die
gouvernante", foram apresentados números musicais. Na terceira parte,
foram apresentados números de ginástica, a peça cômica com canto "Max
und Moritz" e "Mannorbilder" (figuras de mármore). Em 14 de dezembro
de 1924, a programação foi divulgada como "Noite Colorida" no Teatro
"Frohsitm", em três partes. Da primeira parte constaram além da
y)
apresentação de um prólogo, números de violino e piano, a valsa da
primavera e apresentação de canto e piano. Na segunda parte, o Pastor
Noack falou sobre o tema "Mulheres decididas", sendo ainda apresentados
números de canto com acompanhamento ao piano, bem como violino e
piano. A terceira parte iniciou com wna dança de roda "As meninas das
tulipas ç1e Haarlen" e ainda apresentações de canto, violino, piano e a
apresentação de "A música dos pobres". No final, baile. Em 1925, a "Noite
Colorida" foi realizada no dia 6 de dezembro no Teatro "Frohsinn" com a
seguinte programação:
b) Discurso do Pastor Schroeder e apresentação da peça teatral "Madame
Breitkopf" de Ernst J. Groth (quadros rococó da época, Leipzig em 1767).
c) Apresentação de violino, piano, ginástica rítmica, sendo apresentado
também o "Minueto de Mozart" em D-dur. Na noite de entretenimento de 5
ções
de dezembro de 1926, o Pastor Schroeder fez a alocução, em seguida o
coral da Igreja apreseJJ.tou a canção de Schubert "A canção noturna do
peregrino"; e a peça teatral "A velha canção" , uma comédia Biedenneier de
Helene e Erich Fischer com música de W. A. Mozart. Foram apresentadas
músicas com piano e violino e a canção de Schubert "O peregrino". Foi
apresentada também "O carnaval de Benedix" de J. Daubé e danças
populares. No dia 9 de novembro de 1927, a noite de entretenimento, aberto
ao público, além das palavras do Pastor Schroeder foram apresentados
números de canto, ginástica e música e depois do intervalo foi apresentada
a peça teatral "Frau Ursula", texto dramático com quadro referente à época
da reforma em Leipzig-1523, de autoria de Ernst J ohann Groth. Depois foi
realizado baile com a banda Seelbach. Na "Noite Colorida" apresentada no
dia 1 o de dezembro de 1928, além da prédica do Pastor Dürre, foi
apresentada a peça teatral "Mãe", ba-
seada no conto de fadas de Andersen. Na segunda parte foram apresentados
números de ginástica e o quadro falado sobre a "Árvore de Natal". Na
terceira parte, apresentações de canto, violino e dança "Der Rosenelfen" .
No dia 5 de maio de 1929, a sociedade promoveu uma. f~sta com. a
Sociedade Musical Lyra, sob a regência de Geyer. PartiCIparam a1l1da a
banda Wollinger, Orquestra de Cordas da banda Boa Vista e banda de
Músicas Ciganas em benefício do fundo para o órgão da Igreja Evangélica.
No dia 17 de setembro e 1930, o Pastor Stoch apresentou "slides" s?bre
a sede .das diaconisas em Wittenberg. O tema versou sobre o signifIcado da
entIdade no exterior, no presente e no futuro.
A "Noite Colorida" de 6 de dezembro de 1930, teve a apresentaç~o .do
Past~r Scheerer. Em seguida foi apresentado o concerto para dois vlOl1l10S e
plano de Moret, "A última rosa de verão". Foram apresentados ainda números
de ginástica, a música "Souvenir" e canções ciganas. Na segunda parte foi
apresentada a "Barcarola" para dois violinos e piano. Na terceira parte, foi
apresentada a peça teatral "Natal da Gata Borralheira" em três cenas de A.
Lambeck-Adomeit; Fantasia da música "Amoretten" dançado por seis alunas.
Em julho e 1931, a sociedade resolveu ampliar a maternidade ~end? ~
projeto ela~orado pelo arquiteto Franz von Knoblauch que lh~ llllpnmm o
atual estIlo (no local funciona o Restaurante Cavalinho Branco).
Na I;J.oite de entretenimento de 5 de dezembro de 1931, após as pa-
lavras do Pastor Scheerer, apresentaram-se os cantores do Club Germânia. Da
programação constaram ainda de H. Wieniawski, Op. N° 22 e de A. Napoleon
Op. N° 71, Romanzas com solos de violino e acompanhamento de piano; coral
misto, apresentação de baladas e duas canções tirolesas (in Tracht). Na terceira
parte, após a apresentação do Club Germân~a com número de canto, foram
apresentados solos e canto da peça mUSIcal de ScWottmaIm "Bela Rohtraut".
De Mendelssohn-Bartholdi foi apresentado "Domingo de Manhã", dueto.
Também se apresentaram ginastas com exercícios em barras.
No dia 13 de março e 1932, às 14,30 horas foram inauguradas as obras
de ampliação da "Jollalmastift" com discurso em português pelo Dr. Geysa
Bôscoli e em alemão pelo Pastor Scheerer. Na ocasião, para homenagear
Elsbeth Koehler (esposa do jornalista G. A. Koehler), que presidiu a sociedade
por mais de quarenta anos, a "Johamlastift" passou a chamar-se "Elsbeth
KoeWer".
No dia 1 ° de maio de 1932, foi realizada grande festa popular em
z)
aa)
benefício da "Johannastift" na Sociedade de Atiradores. No dia 3 de dezembro do
mesmo ano, foi realizada uma noite de entretenimento com apresentação do Pastor
Blümel. Em seguida foram apresentados "O fàbricante de violinos de
Cremona" com violino e acompanhamento de piano (Jeno Hubay); dança
rítmica "Loin du bal". Foram também apresentados dois contos de üldas sobre
animais de Ryber; "Baladas" de Agnes Miegel; "As mulheres" de Ridden;
Herzog-Sarno; "Griseldis"; "Ay, ay, ay", serenata espanhola; "Melodia" de
Anton Rubinstein; "A Wallfahrt para Revlaar", balada de Heinrich Heine;
"Cavaradoni"; "E cintilam as estrelas", ária de Tosca; canções e a comédia em
um ato de Alexander Wilhelm, "Um precisa casar" .
Em 1933, foi realizado em Blumenau no período de 7 a 10 de julho, um
grande encontro de senhoras. O programa abran&ia: dia 7, alojamento e
recepção na Estrada de Ferro e Hotel Seifert. As oito horas da noite,
encaminhamento das visitantes ao "Johannastift". Dia 8, às 8,30 horas, culto
pelo Pastor Raspe na "Johannastift" e apresentação da pale~tra "A mulher na
familia" e pelo Pastor Blümel, perguntas sobre a "Educação". Dia 9, às 9,30
horas, culto festivo pelo Pastor Scheerer; à tarde cafe, doces, nas dependências
da Comunidade Evangélica do Garcia; às 8 horas da noite na "Johannastift"
pelo Pastor Raspe a palestra "A mulher na Igreja" e ligação da Sociedade
Evangélica de Senhoras de Blwnenau à Associação de Auxílio de Senhoras do
Paraná. Visita à Empresa Garcia e Companhia Hering. Dia 10, à noite, no
Teatro "Frohsinn", em benefício da Associação de Auxílio de Senhoras do
Paraná e Santa Catarina foi realizada a "Noite da Comunidade" com a
apresentação do tema "A mulher no povo"; pelo Pastor Raspe. Em seguida
foram apresentados pelo Club Musical:
a) abertura da "Cannen" de Bizet;
b) potpourri da opere ta "Condessa Marisa" de E. Kalmann;
c) abertura da ópera "A muda de Portici" de Auber. Na segunda parte foram
apresentadas duas danças populares com ginastas de Blumenau (moças e
rapazes); foi recitada uma poesia de Johalma Wolff pela senhorita Isebarn;
pela Escola Evangélica Feminina foram apresentados:
d) "Minueto" em velho estilo de Willy Bunnester e "Rosas do Sul", valsa de J.
Strauss. O encerramento foi feito pelo Pastor Scheerer. No mesmo
ano, a sociedade apresentou no Teatro "Frohsinn", no dia 2 de
dezembro, uma noite de entretenimento com a abertura pelo Pastor
Wilms e a peça teatral em três quadros de Gustav Bremer, "O mais
forte". E no dia 16 de dezembro, festa de Natal em benefício da
"Jo-
hannastift" , no Teatro "Frohsinn".
Em 1934, no Teatro "Frohsinn", foi realizada a "Noite do Ano" com
conferência do Pastor Scheerer sobre o tema: "A Igreja Evangélica e sua
reorganização". Foram apresentadas músicas de piano, quarteto de danças.
Também foi apresentada a peça "Flor de Maçã", baseada numa lenda chinesa e
poemas de origem chinesa (Rache) de Klabund.
Na festa de final de ano, realizada no dia 30 de novembro de 1935, o
Pastor Scheerer falou sobre Schütz, Bach e Haendel, três mestres da música
religiosa. Foram apresentadas músicas com orquestra de salão; coral com
alunas da Escola Evangélica Feminina que apresentaram as canções: "Rápido,
para a dança", "Tenho o sol no coração" e "Dorme, donne gracioso e doce
rapaz"; rodas de dança e o conto de fadas em três atos de Theodor Storm, "Die
Regentrude".
No dia 28 de novembro de 1936, no Teatro "Frohsinn" foram
apresentados filmes, concerto de piano com as músicas: "Mindeto" de Mozart,
"A festa das rosas" de E. Thuillier e a abertura de "Rosamunde de Schubert. Foi
apresentada a canção "Trost im Leiden" (Consolo na dor) de Stolberg e a peça
teatral "Auf dem Felde" (No campo).
Anualmente, a sociedade programava a sua grande festa. As associadas
se dedicavam ao bordado, crochê, costura e outros trabalhos que ~ram
vendidos ou rifados nos intervalos das promoções artísticas e que, Juntamente
com a renda auferida das apresentações careavam verbas para a instituição,
cuja finalidade era auxiliar os carentes. Tratando-se de espetá~ulos de
amadores, o conteúdo dos programas foi transcrito para avalIação do lúvel
cultural e artístico da Comunidade. A partir de 1937, as promoções artísticas
cessaram, limitando-se a festas populares café beneficentes, bailes e às vezes,
palestras, considerando que em 1940, o Pastor Raspe proferiu uma palestra no
dia 22 de julho, sobre o tema "O trabalho da mulher no Brasil" .
Além das promoções artísticas cessarem com a Segunda Guerra
Mundial porque eram apresentadas em idioma alemão, também as atividades
assistenciais se limitaram aos serviços na maternidade. A pressão sobre a
Sociedade se manifestou quando um médico entendeu utilizar a grande sala do
andar térreo (sala de reuniões) para instalar o seu consultório. O fato não se
concretizou porque Elsbeth Koehler providenciou para que a sala (em três dias)
fosse transfonnada em três pequenos apartamentos, frustrando as intenções do
médico.
Com o término da guerra, foi proposta a construção de uma ma-
ternidade moderna em local calmo e livre de enchentes. O local sugerido
bb)
foi o terreno pertencente a Hacklaender que fazia parte do loteamento da finna Barok
de São Paulo. Sendo o presidente da finna um blumenauense aventou-se consultar a
Diretoria para propiciar a venda da área a preço' baixo para a construção da nova
maternidade. A t~nna, além ~e transferir por preço simbólico a área de terras para a
Sociedade Evang~lica de Senhoras, colaborou também com a terraplenagem e
el~b~raçao do projeto segundo prescrições vigentes em São Paulo para predlOs de
maternidade.
Em 1947, com a renúncia da antiga Diretoria, a fim de e~ltar um.a
nova reeleição foram eleitas, para presidente Inngard Hafner; ~Ice-presldente Eva
Schelling; 1 a tesoureira Vera Stodieck; 2 a tesoureira Hertha Neubarth; secretária,
Johanna Kaestner; e vogal, Emma Fey. Elsbet~ Koehler que presidiu por quarenta
anos a Socie~ade, foi aclamada PresIdente de Honra, por unanimidade. Com o
falecl1~ento de Els?eYl ~oehler, Inngard Hafner renunciou ao cargo, assummdo a
presldencla em
março de 1949, Hertha Hildebrand, filha de Elsbeth Koehler.
Em junho de 1949, foi lançada a pedra fundal~ental da nova maternidade que foi
construída de acordo com o projeto elaborado pela imobiliária de São Paulo. Para fazer
face às .despesas da cons~rução, a Sociedade obteve, através de Ernesto Stod~ec~, um
empr~stl,mo da Caixa Econômica Federal no valor de um Imlhao de cruzeiros, a juros
módicos, comprometendo-se a Sociedade, segundo o contrato com a Caixa Econômica
Federal, de pagar mensalmente, durante 15 anos, a importância de Cr$ 10.142,70. Além
de seyreocupar com a aquisição de numerário, pagamentos, etc., Hertha HJ1debr~nd
seyreocupava de modo especial com. o andamento, ?as . obras nao heSitando em pegar
um lápis e alterar as -janelas do refeltóno para que. o mes~n.o apresentasse aspecto
agradável e não como const~va no p.rojeto onglnal onde as janelas basculantes
figuravam a partir de dOIS metros ~e alt~ra. Apesar de ser criticada na reunião da
Comissão de Construçao de que - "mãos inexperientes haviam estragad~ a planta da
c?nst~ução ", Hertha Hildebrand não se preocupou., pOl.S a~ualmente nmguem mais
comenta que o estilo arquitetônico 1'01 prejudicado. No controle das obras, foi marcante
a atuação da diaconisa Auguste Schloesser.
O prédio foi inaugurado no dia 16 de setembro de 1951, com o nome de
Maternidade "Elsbeth Koehler".
A nova e moderna maternidade afugentou parturientes que a acha-
vam muito fina, conceito este que o tempo mudou.
Em 1957 a Sociedade completou cinqüenta anos, ocaslao em
que foi anexada' a ala para internar bebês doentes. Em 1967, foi cons-
truída mais uma dependência, onde foram instalados armários esterilizadores e
um recinto com chuveiros e pias para os médicos. Também um terraço foi
ampliado e coberto de telhas. A sala de operações com uma moderna mesa
operatória, com lâmpada especial e demais materiais, inclusive utensílios
domésticos, foram adquiridos através de uma doação da" Ajuda alemã para o
desenvolvimento". Em 1968, na ala de parto, foram anexadas mais duas salas
de parto, equipadas modernamente, incluindo dois apartamentos, sendo um
para a parteira e outro com duas camas especiais. A maternidade possuía 29
leitos, 18 berços, 10 camas para crianças e 4 incubadeiras. Em 1969, um forte
temporal danificou a maternidade, exigindo reparos. Em 1970/71, foram
construídas em concreto para dentro do morro, duas garagens e a capela
.
mortuária, esta atendendo a exigências governamentais (a capela era invisível
externamente). Como as exigências governamentais exigiam sempre elevados
investimentos, enquanto os preços fixados pelo INPS eram irrisórios, além de
serem pagos com muito atraso, a Diretoria resolveu assinar um convênio com o
Hospital Santa Catarina para administrar a maternidade e introduzir os
melhoramentos que fossem necessários. Entretanto, a nova Diretoria eleita em
1976, solicitou o prédio de volta para nele instalar um lar para pessoas idosas,
passando a maternidade e a pediatria a ser atendida no Hospital Santa Catarina.
.
A Sociedade Evangélica de Senhoras doou todo o equipamento e utensílios da
maternidade para o hospital, desligando-se do mesmo emjunho de 1981.
O prédio, após refonnado para a nova finalidade, passou a dispor de
nove apartamentos com ante-sala e quarto acarpetados e com banheiro
privativo; vinte e dois quartos com banheiro e outros mais simples com
banheiros coletivos. Dispõe de reteitório, sala de estar e reuniões, biblioteca e
demais dependências indispensáveis ao conforto dos internados.
No dia 27 de abril de 1982, foram inauguradas as novas instalações e o
local recebeu o nome de "LAR ELSBETH KOEHLER", A Sociedade, além de
administrar o "Lar Elsbeth Koehler", presta auxílio e assistência a pessoas e
famílias carentes e em dificuldades.
A Sociedade Evangélica de Senhoras de Blwnenau publicou, no dia 13
de setembro de 1938, a refonna dos Estatutos aprovados em Assembléia Geral
de 5 de setembro de 1938, assinados por Elsbeth Koehler, Nanny Poethig,
Berta Brandes, Helena Kubitzky, Marie Hiendlmayer, Emma Deeke, Ida
Deschner, Alice Werner e Else Abry Eberhardt, e registrados no Tabelionato
Abry em 10 de setembro de 1938. Em 25 de janeiro de 1971, os Estatutos
foram alterados e registrados como" Sociedade Evangélica de Senhoras de
Blumenau, Maternida-
._
cc)
vez os Estatutos foram alterados e registrados como Sociedade Evangélica de quando Gilsa retomou por motivo de saúde. O Doutor Eberhard regia a escola
Senhoras de Blumenau. de Itoupava Seca desde 1863, sendo substituído pelo Professor Heinrich Heuer
que dirigiu a escola por longos anos.
Ostermann foi casado com Emma Thomsen, filha de Friedrich
Thomsen que emigrou para o Brasil em 1856. Após a morte do marido, Emma
que se casara aos 17 anos, tornou a casar-se no dia 24 de maio de 1861, com
As crianças que vieram da velha Pátria e os blumenauenses que iam nascendo, Hermann Hugo Max Goeldner, proprietário de uma fábrica de guarda-chuvas
eram uma preocupação constante do Doutor Blumenau que envidou todos os em Desterro, hoje Florianópolis.
esforços para que as mesmas recebessem uma ~ducação adequada. A chegada Enquanto a escola dos meninos funcionava desde 1854, as meninas em
de Ferdinand Ostermann de 26 anos de Idade, no dia 3 de junho de 1852, 1863, ainda não tinham uma escola pública. Freqüentavam a escola do Pastor
professor formando e nomeado pelo presidente da Província João José Hesse desde 1862, que ministrava aulas de Latim Português, Alemão, Francês,
Coutinho, no dia 13 de junho ~e 1854, amenizaram as preocupações do Doutor elementos de Matemática, Geografia ~ História ou tinham aulas com
Blumenau que se refenu a Ostermann no relatório de 4 de janeiro de 1853: "0 professores particulares. Como o número de meninas excedia a 45, o Doutor
dito professor, ocupando-se já há tempos com o estudo da língua nacional, todavia Blumenau dirigiu ao Presidente da Província, Dr. Pedro Leitão da Cunha, em
não achava lugar apropriado para aprender a mesma na sua pureza e não a lingua- 16 de outubro de 1863, um oficio solicitando verba para construir a escola,
gem corrompida dos itajaianos; como agora, porém, se procurava t~l lugar, e já apresentando a planta e orçamento. O Doutor Blumenau solicitou, também,
entende bastante a língua, espero que em poucos anos esteja no caso de poder fazer o autorização para contribuir por conta do Governo, com um conto de réis para a
exame competente e então servir na Col6nia como professor". Já no relatório de construção das escolas dos então distritos do Garcia, Itoupava e Rio do Testo.
1856 o Doutor Blumenau informava: "1 freqüência da escola de primeiras letras, Em 1863, começaram a funcionar: a escola do Garcia sob a regência de
dd) cujo professor,c~lono naturallzado e pago pela Província, ensina em ambas as Hermann Westendorff, a escola de Itoupava Norte tendo como professor
línguas slmultaneamente, como é necessário, teve regular andamento e progride. O Heinrich Rischbieter e a escola de Badenfurt regi da pelo Professor Bruno
professor é ativo e dá, além das aulas cotidianas no centro da Col6nia, em cada se- Scharn. O crescimento da Colônia exigia mais escolas e, na falta de escolas
mana, em duas tardes, lições no lugar da povoação na beira dp rio". oficiais, formaram-se as "Schulgemeinde"(Comunidades Escolares) que
No orçamento da Província de 1856, os professores de primeiras letras construíam suas escolas e pagavam os seus professores. Para evitar
de e inclusive OstermalUl percebiam a gratificação anual de 350$000 Rs. Na época arbitrariedades por parte dos professores e também dos comunitários o Doutor
Hospi o Governo era exigente quanto à contratação de professores e o art. 4° da Lei Blumenau elaborou Estatutos para orientar as Comunidades Escolares.
tal nO 447 de 29 de março de 1858, determinava:
Elsbet "Para professor de primeiras letras das co16nias Dona Francisca e Blu- "Estatutos das escolas particulares na Col6nüi Blumenau.
0
h menau, exige-se que o candidato seja cidadão brasileiro, maior de vinte e um § 1 - Os moradores na Col6nia Blumenau, em distritos distantes mais
Koehl anos, de bons costwnes e saúde e que, além das matérias próprias do ensino, de uma légua da escola pública de primeiras letras, ajuntam-se para, nos
er". saiba a língua alemã". distritos respectivos, organizar escolas particulares de instrução primária
Em Ostermann faleceu no dia 14 de novembro de 1857, vítima da para seus filhos nas matérias pela lei ordenadas.
0
doença que o levou a emigrar. Seu sepultamento foi o primeiro ato fúnebre do §. 2 - Membros das respectivas sociedades são todos os proprietários,
29 de
Pastor Hesse em Blumenau, que também o substituiu na escola até que o sejam homens ou viúvas, que pela subscrição destes estatutos declararão
março
Capitão Viktor von Gilsa, natural da Alemanha, e que. veio contratado pelo aceitá-los, sendo depois obrigados a sujeitar-se a todas as conseqüências
de Governo Imperial do Brasil em 1851 para se~vIr na Campanha do Uruguai, legais de violação de contrato.
1982, assumisse a escola em 1858. Em 1859, Gl1sa na-
mais turalizou-se brasileiro e em 1864, como Voluntário da Pátria, serviu na guerra
uma contra o Paraguai, sendo substituído pelo Doutor Wilhelm Eberhard até 1865,
§ ]0 _ A obrigação de cada membro de qualquer destas sociedades é
pelo menos, por IIIn ano; os que elltram numa das sociedade no decurso do
ano escolar, obrigam-se não só para o ano correllte, mas também para o
seguinte, mesmo se os filhos nãofreqiientarem a escola.
§ 4° - Para o estabelecimento, a organização e conservação das
escolas particulares precisa-se, em primeiro lugar, de meios pecuniários para
a constmção de casas sólidas que contenham, além de uma sala, que deve
servir para o e/lSino, alojamellto conveniente para o professor e mais o
pagamento para o professor, para a compra dos utensílios e livros mais
necessários. Estes meios pecuniários devem ser adquiridfJs uma vez por jóias
da entrada e outra vez por colltribuições mensais, fixadas segundo as
necessidades.
§ 5° - A sociedade fica representada por um diretório de três membros
eleitos por maioria absoluta dm sócios, na assembléia geral e pelo tempo de
um ano. Elegíveis são todos os sócios que têm idade de pelo menos trinta anos
e boa reputação. O diretório deve cuidar, qIlanto for possível, de todos os
interesses da sociedade, convocar assembléias gerais e entender-se com o
professor em tudo que toca ao seu magistério; por isso, deverão todos os sócios
com desejos ou queixas recorrer ao diretório e não ao professor. No fim de
cada ano escolar, deve o diretório convocar uma assembléia geral e tem o
direito de fazê-lo logo que julgar necessário; .fica, porém, obrigado a
convocar uma (lSsembléia geral ordinária, logo que for requerida numa
petição subscrita por, pelo menos dois terços dos membros da sociedade. Cada
assembléia geral deve ser publicada ou por editais afixados em lugares mais
públicos, por circular e pelo menos quinze dias antes da assembléia aprazada.
§ 6° - A Sociedade nomeia, por maioria absoluta, um dos sócios de sua
confiança para servir de coletar de jóias da entrada e mensalidades e este tem
de pagar ao professor o ordenado que lhe foi concedido. O coletor será
também obrigado a denunciar ao diret6rio os restantes das contribuições
estabelecidas a .fim de poder proceder judicialmente contra eles.
§ 7° - As contribuições mencionadas devem ser pagas ao coletor de
antemão; o professor porém deve receber seu salário no fim de cada mês.
§ 8° - O coletor deve servir pelo tempo de um ano e receber uma
gratificação corre:spondente às despesas e empenhos havidos. Caso for
demitido, há de prestar contas ao diretório, e o mesmo durante o seu exercício
quinze dias depois de avisado.
§ 9° - Para ser professor numa das escolas particulares deverá o
pretendente mostrar qlle é maior de vinte e um anos, de bons costumes e que
sabe ensinar nas matérias prescritas pela lei. Quanto à i IIStrução na
religião, o professor deverá restringir-se aos princípios fundamentais e
doutrinas do Cristianismo que srlo comullS para todos os credos e con-
gregações, de maneira que fique excluído o que é exclusivamente privativo de
um outro credo ou congregação.
§ 10° - O pretendente para o ofício de professor particular ficará por
tal, por maioria absoluta dos membros da sociedade.
§ 11 ° - Fica reservado às assembléias gerais dos sócios de mudar ou
aumentar os presentes estatutos, caso assim se tornar necessário, mas sempre
com consentimento da diretoria desta Colônia. "
Enquanto os alemães fonnavam as Comunidades Escolares, os lusos
preferiam esperar pelo Governo e ver os filhos crescerem analfabetos já que não era
possível freqüentarem as escolas comunitárias pois o ensino nas mesmas era em
sua maior parte ministrado em alemão
A primeira professora pública para as meninas de Blwnenau foi Apolonia
von Buettner que veio para o Brasil com 13 anos de idade e aos 16, resolveu ser
professora para auxiliar a mãe, condessa Constância, a tia condessa Maria Poninska
e o irmão Eduardo de 11 anos de idade. A tia, frustrada em ser fazendeira de café
em São Paulo, pois fora lograda pelo carpinteiro que trouxera, mudou-se para a
Colônia Dona Francisca (Joinville), onde aplicou grande parte da sua fortuna na
fábrica de cigarrilhos do barão von Prausen. Após vetarem as pretensões do barão
de casar-se com Apolonia, resolveram mudar-se para o Desterro (Florianópolis)
onde novos negócios arruinaram a família. Apolonia, apesar dos seus 16 anos, foi
nomeada em 1861, interinamente, para a escola de São Pedro de Alcântara,
localidade onde faleceu em 1864 sua tia Maria aos 45 anos de idade. Com a criação
da escola para meninas em Blumenau, Apolonia foi transferida para a mesma por
resolução Provincial de 30 de agosto de 1865.
Em Blumenau residiram na casa de enxaimel onde funcionava a escola,
com dependências para a família da professora, na "Kaiserstrasse" (Rua do
Imperador) hoje Alameda Rio Branco, no local onde atualmente funciona o Banco
de Crédito Nacional S.A. (no local também funcionou por muitos anos a Agência
dos Correios e Telégrafos).
Casou-se com Wilhelm Scheeffer, viúvo de Clara Friedenreich com quatro
filhos e elemento de destaque na vida política e social de Blumenau. Após o
casamento, contiou à Margarida Freygang, Else Gaertner e DIga Schwartzer ()
ensino diário, ficando na direção impondo o seu sistema educacional. Prendada,
residia em antigo sobrado na Rua
15 de Novembro (onde se localizava a Loja de Calçados Lorgus). Pre-
servando hábitos de aristocrata conquistou antipatias. Gostava de reunir a
família do marido em lautos jantares onde alguém deveria discursar, sendo
sua, a palavra fInal.
Aposentou-se em 1894, e após a morte do marido mudou-se para
Brusque onde morava seu irmão Eduardo cujos negócios prosperaram.
Faleceu aos 86 anos de idade no dia 24 de fevereiro de 1929, deixando em
testamento, parte dos seus bens para o Hospital de Azambuja em Brusque.
Em 1866, quarenta e cinco colonos de Badenfurt fundaram uma
sociedade escolar construindo a primeira escola da localidade que foi
inaugurada a 6 de fevereiro de 1867, sendo Reynhold Freygang o primeiro
professor.
Em 1867, havia na Colônia uma população total de 3.391, sendo 127
meninos e 136 meninas ou seja 263 crianças freqüentavam as doze escolas
existentes. Nos locais mais distantes, entretanto, ainda fllltavam escolas e
em algumas a freqüência chegava a 0% por culpa dos pais que necessitavam
dos fIlhos na lavoura. Existiam na época cinco prédios, dois construídos
pelo Governo que também contribuiu para a construção dos outros três. A
direção da Colônia reivindicou ainda auxílio para mais dois prédios
escolares, sendo um no Encano e outro em Alto Rio do Testo, de 600$000
Rs. para cada prédio.
Em 1868, Julius Scheidemantel assumiu a escola de Itoupava. Em
1870, foi construída a Escola de Itoupava Central, regida por C. Külme,
com 70 alunos. Em 1874, faleceu Viktor von Gilsa, assumindo a escola para
meninos o Professor Anton Hartwig von Hartentahl. E assim, de dez em dez
quilômetros, no espaço destinado pelo Doutor Blumenau, era implantada a
escola, onde também havia espaço destinado para a Igreja, cemitério e a
casa comercial, com amplo salão para as festividades, principalmente para a
festa dos Atiradores. Apesar dos constantes e insistentes pedidos do Doutor
Blumenau aos poderes governamentais para criar escolas públicas, a
Colônia, até 1883, quando foi instalado o município, possuía as mesmas
duas escolas públicas na sede e uma em Gaspar que apesar de criada em 9
de julho de 1862 e nomeado o Professor JerôllÍmo Durschi, continuava
vaga, enquanto as escolas particulares ultrapassavam a noventa, sendo
cinco na sede.
O ensino primário em Santa Catarina era obrigatório pela Lei 776 de
21 de maio de 1875, para crianças maiores de sete anos e menores de
quatorze, compreendendo a obrigatoriedade um raio de dois quilômetros, a
contar da sede da povoação ou escola. Uma Lei de 1874 já obrigava to-
dos que tivessem em sua companhia maiores de sete anos e menores de dez
anos, fosse pai ou tutor, dar-lhes instrução primária sob pena de multa de
4$000 Rs. que poderia ser repetida nas reincidências até 20$000 Rs. Apesar
das Leis e sanções que regiam o ensino em Santa Catarina, a alfabetização
era precária, mormente no interior e, se não fossem as escolas comunitárias,
a alfabetização seria praticamente nula.
Em 1877, o Padre José Maria Jacobs, fundou o Colégio Central de
São Paulo. Os pais estavam satisfeitos com a formação sólida do Colégio,
porém, a intolerância de credos gerava sérios incidentes entre alunos, pais e
a direção do Colégio. O problema foi resolvido com a fundação da "Neue
Deutsche Schule" (Escola Nova Alemã) que começou a funcionar no dia 1 o
de maio de 1889. O "Blumenauer Zeitung" de 1 o de julho de 1891, em
"Notícias Locais" publicou a seguinte nota: "Recebemos a comunicação de
que o Doutor Blumenau concorda com a troca do terreno para construção da
"Neue Deutsche Schule" porém impõe uma condição - "a escola deverá
para sempre, ser uma escola livre de qualquer elo religioso, do contrário
passará a pertencer à Câmara Municipal". O jornal dizia ainda: "O plano
do atual Inspetor Escolar, que queria fazer dela uma escola evangélica,
ruiu. A população será eternamente grata ao Doutor Blumenau. Para as
aulas de religião evangélica foi escolhida a própria Igreja a partir de
agora". A intenção do Pastor Faulhaber, que era Inspetor Escolar, em fazer
da "Neue Deutsche Schule" uma escola evangélica, provocou a Assembléia
Geral publicada no "Blumenauer Zeitung" de 29 de julho de 1891.
"Assembléia Geral da
"Neue Schule". Decidiram nesta reunião: .
"1 ° - Transformar o atual 1 ° ano primário, para um 2° ano mais
elevado;
2 ° - Aulas de religião fora do estabelecimento;
3° -Nenhum religioso como diretor;
4° -Demitir o Pastor Faulhaber como Inspetor Escolar;
5° - Ordenado m(nimo de 50$000 Rs. para contratação de um
professor de português;
6° - A mensalidade dos anos superiores é de 2$000 Rs., a máxima de
4$000 Rs. para os sócios;
7° - Aulas gratuitas para iniciantes do primário, para as crianças
cujos pais o exigem".
Na época, os exames nas escolas era público e a "Neue Deutsche
Schule" comunicou que seriam realizados no dia 19 de dezembro para todas
as séries, de manhã a partir das 9 horas e à tarde a partir das 14 horas (1891).
 A Comunidade também foi informada de que, em 1892, funcionaria
anexa a "Neue Deutsche Schule" o internato e semi-internato, e que maiores
informações poderiam ser obtidas com J. Wagner.
Apesar das dificuldades em fazer funcionar a escola pública de Gaspar,
no dia 13 de março de 1882, Clara Breithaupt foi nomeada provisoriamente
0 escola. As acusações do Cônsul, apes~r de contestadas em 2 de julho de 1902,
professora da escola feminina de Gaspar. No dia 1 de outubro de 1884,
Margarida Freygang abriu uma escola primária em Blumenau, escola que, a
partir do dia 7 de janeiro de 1891, passou a funcionar como escola pública mista
tendo à frente as professoras Margarida e Margarethe Freygang.
No dia 9 de julho de 1887, Karl Wetzel fundou a "Deutsche Privat
Schule" (Escola Particular Alemã), que funcionava em casa da viúva de Johann
Schreepp (Hotel Schreepp). Lecionava Alemão, Matemática, Geografia,
História do Brasil, Alemanha e Universal, Física Elementar, História Natural e
Religião. A mensalidade era de 1$500 Rs.
A partir de 1891, além da fundação de escolas, o que mais preocupava
os blumenauenses era a contratação de professores, e o "Blumenauer Zeitung"
publicou vários anúncios procurando professores para as escolas: Encano e
Indaial (português - 31/0111891), Itoupava Rega (08/07/1891), Itoupava Norte
(07/1111891), Fidelis (23112/1891). Enquanto algumas escolas procuravam
professores, Errúlie Ziehlsdorf oferecia, em Blumenau, aulas particulares
(23/05/1891), e o "Blumenauer Zeitung" de 26 de setembro de 1891, anunciava
a abertura da "Brasilianische- Deutsche Schule" zu Blumenau (Escola Teuto-
0 junho de 1910, recomendou aos franciscanos de Rodeio, prudência para
Brasileira de Blumenau), infonnando que a abertura desta escola seria no dia 1
de outubro e as pessoas que quisessem enviar seus filhos para esta escola, ou
associar-se à mesma, deveriam procurar Paul Hering.
Enquanto os alemães se preocupavam com a escolarização dos filhos, os
italianos vindos em 1875 até 1892 não haviam tomado iniciativa que visava à
instrução dos filhos. Analfabetos, o que lhes interessava era a religião e um
pedaço de terra. Foi com o Padre José Maria Jacobs que começaram a funcionar
as sete primeiras escolas paroquiais nas rústicas capelinhas, onde além do culto
eram ministradas as primeiras letras: Rodeio (na sede), Rodeio (S. Virgílio),
Pomeranos (Santo Antônio), Rio dos Cedros, Ascurra, S. Paulo (S. Família) e
Aquidabã, hoje Apiúna. O Padre Jacobs orientou as escolas até 1892 e depois
os padres franciscanos. Além do funcionamento irregular, a freqüência às aulas
era diminuta e o ensino deficiente devido à tà1ta de professores aptos.
As capelas de colonização italiana eram coordenadas por Frei Lucínius
Korte que decidiu organizar, em Rodeio, uma Sociedade Escolar,
com trinta e oito sócios fundadores que mantinham a escola com 5$000 Rs.
anuais. Frei Lucínius Korte elaborou os Estatutos que foram aprovados e
0
assinados em 1 de abril de 1899, auto-elegendo-se Inspetor da Escola. Na
época, os padres franciscanos de Rodeio e os jesuítas de Nova Trento não eram
muito bem relacionados com o Cônsul italiano em Florianópolis, Príncipe Pio
de Savoia, tumultuando bastante a vida dos italianos, prejudicando a religião e a
por Frei Lucínius Korte, culmmaram com a fundação da Sociedade Escolar -
"Societá Dante Alighieri", pelo Dr. GiovamlÍ Rossi, diretor da Escola
Agronômica Estadual de Rio dos Cedros, que reuniu diversos elementos de
idéias liberais, elegendo Ennembergo Pellizetti para presidente da Sociedade
Escolar. Pellizetti, amigo do Príncipe Pio de Savoia, conseguiu auxílio do
governo italiano não só para novas escolas e sim também para as existentes.
Como Inspetor Escolar, Pellizetti era responsável pelo destino dos subsídios, do
material escolar e da contratação de professores de acordo com as exigências do
Consulado italiano.
O Superintendente de Blumenau, Dr. Bonifácio da Cunha, dava do seu
salário subsídios para algumas escolas italianas, alemãs e polonesas, sendo que
para as italianas eram destinadas Rs. 110$000 mensais, quantia muito pequena
para manter as sete escolas italianas.
Frei Lucínius Korte, perdendo sua autoridade como Inspetor Escolar,
reagiu, dirigindo-se ao Ministro da Educação da Itália e ao Cônsul de
Florianópolis, não sendo atendido. D. João Becker, em oficio datado de 13 de
contornar a situação. Frei LucíllÍUS Korte, com acusações, tentou
desestabilizar a Sociedade Escolar dirigida por Pellizetti, porém, não o
conseguiu em virtude da fonnação religiosa e moral de Pellizetti, que cursara na
Itália a Escola Superior de Mântua. Contra a Comissão Escolar integrada por
Antônio Buriero, Pietro Trentini, Pietro Moretto, Alexandro Lenzi e Luiz
IsolatlÍ, que mais tarde foram eleitos Conselheiros do Município de Blumenau,
Frei Lucínius Korte também nada conseguiu.
Em 1913, Ermembergo Pellizetti, assumiu o cargo de Escrivão de Paz e
Tabelião em Rio do Sul, sendo substituído pelo Padre João Canônico, primeiro
vigário de Ascurra. Com a transferência do Padre João Canônico para a Itália, o
Padre Ângelo Alberti foi o primeiro vigário Salesiano de Ascurra,
permanecendo no cargo até 1917, ano em que a declaração de guerra entre o
Brasil e a Alemanha teve como conseqüência o fechamento de todas as escolas
particulares, cessando a participação do
Consulado Italiano nas escolas de Blumenau
Em 1895 foi fundado o Colégio das Irmãs da Divina Providência. Como o
número de escolas particulares já ultrapassasse a cem, aventurou-se a idéia
de fundar a Associação das Escolas de Professores de BJumenau. Esta
associação foi fundada em abril de 1900, e reunia os professores e
comunidades do Vale do Itajaí. A associação visava orientar os professores
nos métodos de ensino, aquisição de material escolar, promoção de
apresentações teatrais para as crianças das escolas, assistência aos
professores principalmente em casos de doenças e velhice. Depois de
quatro anos, esta associação ampliou-se por todo o Estado,
transformando-se em "Sociedade das Escolas Alemãs para Santa Catarina".
Apesar dos ataques e controvérsias esta associação prestou grandes
serviços à instrução primária em nosso Estado. A associação fundou em
janeiro de 1906 um mensário de 0,23 X 0,33 de quatro a seis páginas que
orientou pedagogicamente os professores do interior, principalmente
quando o mensário estava sob a direção do Reitor Strohtmann e· de Georg
August Buechler. Colaboravam com o mensário, Rudolph Damm, Rudolph
Hollenweger e outros professores particulares. Funcionou até 1918, quando
saiu de circulação devido a Primeira Guerra Mundial.
Na época, as aulas iIúciavam no verão, às 7 horas e no inverno às
7,30. Tinham a duração de quatro horas e o primeiro ano saía um pouco
mais cedo. Os dias letivos atingiam a 250. Em classes mistas, às vezes com
mais de oitenta alunos numa só sala, funcionando juntas as três primeiras
séries e a primeira série geralmente subdividida em a, b, e c, lecionavam:
ler, escrever, matemática, educação moral e cívica, canto, doutrina, ditado,
geografIa, ciências naturais, história mundial, português, bordado para as
meninas, desenho, história do Brasil, etc.
Em dezembro de 1901, saiu do prelo o livro de autoria do professor
Rudolph Damm para o ensino da língua portuguesa. Com 180 páginas,
editado pela Editora H. Probst e Filho, foi vendido por 2$ 600 Rs. e muito
auxiliou os professores.
Em 1903, no governo de Alwin Schrader, ainda persistia a falta de
escolas públicas e ele, não podendo criar escolas públicas administradas
pelo município dizia: "se em matéria de tanta importância, o poder público
se punha de lado, deixando tão grave problema a cargo da iniciativa
particular e prejudicando assim, grandemente, o ensino da lfngua materna,
é deveras de se lamentar". Das 112 escolas existentes no município,
somente nas quatro escolas públicas o ensino era llÚnistrado em português;
cinco ministravam o ensino em português e alemão; quatro em alemão e
polonês; uma em italiano e alemão e, oitenta e uma, só em
alemão. Alwin Schrader solicitou autorização da Câmara Municipal para
contratar a edição de um livro prático, em vez de gramática da língua
portuguesa, para distribuir nas escolas do município. Também foi distri-
buído nas escolas do município um mapa de Blumenau, elaborado por José
Deeke, impresso na Alemanha.
A escolarização das crianças era tão importante que, após a grande
enchente que assolou Blumenau em outubro de 1911, fez com que a
Sociedade de Escolarização para Santa Catarina dirigisse aos blume-
nauenses e regiões vizinhas a mensagem: "Em perigos e infortúnios, um
povo mostra sua verdadeira autenticidade". Segundo a nota, os
blumenauenses após a grande enchente tentavam economizar o máximo,
porém o sonegamento às aulas seria uma economia falsa que mais tarde se
refletiria na formação dos futuros adultos. A Sociedade de Escolarização
incentivava os pais que apesar das dificuldades, repetissem sempre para si:
não economizar no pagamento escolar. A Sociedade de Escolarização
comunicava que se as crianças continuassem a freqüentar a escola
continuariam a receber, como sempre, o material escolar, pois a escola é o
mais importante para a criança. A nota comentava ainda que há cem anos
passados, quando Napoleão espalhou a dor e humilhação na Alemanha, e as
chuvas devastaram as colheitas, o povo alemão não fechou escolas e sim
construiu novas. Se o exemplo não for seguido a força de viver se apagará e
as palavras do poeta Schiller - "Ainda na sepultura ele planta a esperança" -
não terão sentido.
O livro de história representa para a criança o que o jornal representa
para o adulto. A escola é o alimento diário do espírito para o homem que é
dotado de inteligência.
No governo de Vidal Ramos, foi decretada a reforma do ensino
(1910/1914). Em 1911 foram criados grupos escolares nas priIlcipais ci-
dades do Estado, aumentando o número de escolas públicas. Para a reforma
do ensino foram contratados técnicos paulistas, entre eles o professor
Orestes Guimarães, nomeado no dia 8 de junho de 1911, e que, como
Inspetor Geral das Escolas Subvencionadas pelo Governo Federal,
estabeleceu sua sede em Blumenau, empenhando-se em resolver os
problemas das escolas particulares com prudência, encetando a campanha
de nacionalização. Em 30 de dezembro de 1913, foi inaugurado o Grupo
Escolar "Luiz Delfino", e Orestes Guimarães pennitiu que o convite aos
pais dos alunos fosse redigido em português e alemão e que os professores
que falavam o alemão dessem explicações às crianças que ignoravam o
português.
Contribuição valiosa nessa época, os blumenauenses obtiveram
com o professor Carl Techentin que veio em visita ao Brasil em 1886. Voltando
em 1908, aprendeu com rapidez o idioma português e, em 1913, era nomeado
professor do Grupo Escolar "Luiz Delfino", sendo nomeado diretor do mesmo
estabelecimento, em 1916, após ter colado grau de normalista (faleceu em
2/6/1947)
Em 1917, chegou a Blumenau o Professor Dr. Herbert Koch, doutor em
Filosofia e dois anos de pós-graduação (Jena-Turingia), que solicitou ao
Ministério dos Negócios Exteriores do hnpério para lecionar em escolas alemãs
no exterior. Com a ida do Professor Georg Buech1er para São Paulo, o Dr.
Koch assumiu a direção da Escola Nova em Blumenau, bem como a
responsabilidade das escolas distribuídas nos cinco quilômetros quadrados de
Blumenau. Geralmente para exercer o cargo de professor era escolhido um
homem idoso que não mais podia trabalhar no pesado na lavoura e que
soubesse ler e escrever e, também, respeitado, fazendo uso da palmatória em
último caso. O mesmo permanecia no cargo, às vezes, até sua morte. Como o
ordenado não correspondesse ao trabalho dos professores e os colonos não
tivessem condições de mantê-lo foi constituída a "Deutscher Schulverein" para
auxiliar os professores que além disso recebiam subsídios da "Berliner
Reichskasse". Sobre o subsídio recebido, a embaixada alemã exigia um
relatório que só podia ser fornecido pela" Schulverein", baseado nas visitas de
inspeção, que deveriam ser realizadas uma vez por ano. Apesar da
"Schulverein" pôr à disposição uma montaria, somente as escolas mais
próximas podiam ser visitadas (20 a 25 km da cidade). Para atender as escolas
mais distantes, o Dr. Koch pernoitava dois ou mais dias fora de casa e da escola
de Blumenau.
Com a declaração de guerra, foram fechadas as escolas alemãs em todo
o Brasil, porém, Blumenau foi o município que mais sofreu as conseqüências e
como, em todo o município, só existiam cinco escolas estaduais, mais de cinco
mil crianças foram forçadas a entrar em férias. O problema foi resolvido pelo
diretor da escola pública Carl Techentin, com a organização de cursos pagos
pelo Governo para que os professores que perderam a sua escola pudessem
aprender o vernáculo. Toda semana eram examinados e aprovados em média
dez professores que mostrassem conhecimento da língua portuguesa e, em
pouco tempo, lecionavam em vernáculo nas escolas alemãs, satisfazendó assim
exigências governamentais.
As atividades da "Sociedade das Escolas Alemãs para Santa Catarina"
foram suspensas e o mensário da associação deixou de ser publicado. A Lei nO
1.187, de 5/1011917, entre outras disposições, obrigava as
escolas particulares a ministrar aulas em português. Em novembro foi
publicado? decreto. 1.063, que entre outras di.sposições determinava' que para
o ensmo da leItura so fossem adotados lIvros de autores nacionais. O decreto
proibia ainda aos governos municipais de subvencionarem escolas que não
ensinassem o vernáculo. Das escolas particulares só foram reabertas aquelas,
cujo professor falasse correntemente o português. A adaptação dos professores
às novas determinações fizeram com que as escolas fossem reabertas, porém, as
novas medidas desnortearam os responsáveis pelo ensino particular, que
tiveram o apoio de Frei Stanislau Schaette, professor do Colégio Franciscano
Santo Antônio que, sem olhar credo religioso e sem interesse coordenou o
movimento dos professores, para que defendessem seus direitos e se
adaptassem às novas leis. Com Frei Stanislau Schaette trabalhou na
organização do projeto o diretor da Escola Nova, Dr. Herbert Koch (mais tarde
lente na Universidade de Jena). Pelos esforços de Frei Stanislau Schaette, em 10
de janeiro de 1926, foi fundada a "Sociedade dos Professores Particulares
Teuto-Brasileir~s de Santa Catarina", sendo Luiz Freytag de Joinville, o
primeiro preSIdente. A partir de 1918, as escolas particulares alcançaram
grande desenvolvimento.
Em Ascurra foi fundado o Colégio São Paulo pelos padres Sale~ianos;
no Garcia, Frei Beda Koch fundou a Escola São José, hoje ConJunto
Educacional Celso Ramos; em Rio do Sul foi fundado o Colégio Dom Bosco, e
o Colégio Franciscano Santo Antônio sob a direção de Frei Ernesto
Emmendoerfer abriu novos cursos que foram oficializados.
Os teuto-brasileiros sofreram resignados as imposições dos "na-
cionalizadores" nem sempre justas, como foi o caso de fechamento de escolas
particulares, como a de Itoupava Seca que funcionava desde 1906 e foi fechada
em 1920, provocando reação violenta da sociedade escolar que na edição do dia
23 de abril de 1920 do jornal "Cidade de Blumenau" registrou o seu protesto
contra este ato do Governo: "A Sociedade Escolar de Itoupava Seca protesta
publicamente contra o fechamento da sua escola particular, feito no dia 13 do
corrente, e reclama para si o direito de recorrer às autoridades, as quais foram
falsamente informadas pois: 10 - a escola nunca foi subvencionada; 20 - os
professores nunca foram rebeldes; 30 - nunca se negaram a ensinar o idioma do
País; 40 nunca tiveram a intenção de defraudar a lei". As pressões na década de
vinte culminaram com as leis específicas sobre a nacionalização do ensino no
governo de Getúlio V argas.
A infiltração do nazismo em Blumenau forçou o governo a tomar
medidas enérgicas de "nacionalização". A subdivisão do município de
1)
ndo Blumenau com três distritos: sede, Rio do Testo e Massaranduba, deu
origem ao movimento "POR BLUMENAU UN~DO". A ditadura e 1937 fez
com que as forças armadas tomassem as redeas da nacionalização que
dif1cultaram cada vez mais o funcionamento das escolas particulares. A Escola
Nova passou a chamar-se Pedr~ 11 .. A direção e classes foram entregues a
professores de. confiança do~ naclOnalizadores". Em 1936, o número de
escolas públlcas era supenor ao de escolas particulares e, em 1 ° de setembro do
~esmo ano, o Inspetor E~colar Celso Rila comunicou que o Governo cnara um
2)
curso de alfabetIzação de adultos em Blumenau que funcionaria das 19 às 21
horas, sob a direção do Professor Gerlach.
No dia 18 de janeiro de 1938, em Notícia~ Loc~is, o "Blumenau~r
Zeitung" publicou que o Dr. Nereu Ramos haVIa baixado decreto prOIbindo
Blu
escolas e nomes de Colônias em idioma alemão. Através do "Der Urwaldsbote",
men
au a Inspetoria Escolar publicou aviso de que o dia 15 de. março de 1938, no Grupo
Escolar "Luiz Delfmo", haveria exames para os professores provisórios,
com
conforme o Decreto nO 1.300, de 14 de feve-
a 20 de março de 1972; o Curso de Administração em 12/02176, sob nO 77.137;
cria reiro de 1919.
O "Blumenauer Zeitung" de 2 de agosto de 1938, tece comentá-
ção
rios sobre o Decreto Lei nO 88 de 31 de março de 1938, proibindo o idioma
dos
alemão, discursos, etc. enquadrando escolas, sociedades, etc. que
mun
tinham que refonnular seus Estatutos. .. .
icípi O governo municipal em 1939, criou quinze escolas mumcIpaIs e
os o Grupo Escolar "Machado de A~sis". T~n~~m foi cri~da a Escola Agrícola
de Municipal "Prof. José Ferreira da SIlva para memnos carentes.
Rio A "Escola Brasileira", fundada em 1931, anunciou pelo "Der Ur-
do waldsbote" de 15 de dezembro de 1939, aulas diurnas e noturnas para
Sul, analfabetos, preparação ao ginásio, seminário, prof~ssores ou Curso Normal
Ibira curso comercial, datilografia e correspondência sob a responsabilidade' dos
ma, professores Mário Rey Gil (diretor), 1. Pereira Gil (profes-
Gas sora), Ricardo Bugmann (curso comercial)."
par O Governo do Estado criou o Grupo Escolar Santos Dumont no
e Garcia e o Grupo Escolar "José Bonifácio" em Rio do Testo.
Inda No dia 3 de março de 1953, a Comunidade Evangélica de Blume-
ial, nau fundou a Escola Primária "Barão do Rio Branco".
fica Em 1961, publicaram seu horário de matrícula a Escol~ ParoqUIal que
funcionava anexa ao Colégio San~o Antônio, só para ~emn?s, sob a regência
da professora aposentada Júha Strz~lkowska, e o, .JardIm de Infância Doutor
Blumenau" mantido pela socIedade Evangehca de Senho-
ras do Garcia.
Escolas foram criadas, onde havia necessidade e, no final de 1986,
Blumenau contava, na rede estadual de ensino, com cinco Conjuntos
Educacionais (1 ° e 2° graus); um Centro Interescolar de 1 ° grau (CIP); um
Centro Interescolar de 2° grau (CIS); 14 Escolas Básicas e 21 Jardins de
Infância.
A rede municipal contava com 19 Escolas Básicas (13 à 83 séries); 9
Escolas Reunidas (13 à 43 séries); 9 Escolas Isoladas (l3 à 43 séries) e 50 Jardins
de Infância que funcionam nos Centros Sociais.
A rede particular de ensino contava com 7 Colégios Particulares; 2
Escolas Básicas e 27 Jardins de Infância.
Pela Lei nO 1.223, de 5 de março de 1964, foi criada a Faculdade de
Ciências Econômicas, a primeira no interior de Santa Catarina. Em 20
de-dezembro de 1967, foi instalada a Fundação Universidade Regional de
Blumenau, resultado dos esforços e união do povo do Vale do Itajaí
A Faculdade de Economia foi reconhecida pelo Decreto nO 70.302 de
Ciências Contábeis em 31112176, sob nO 79.070 e o de Processamento de
Dados no dia 10/10177, sob nO 80.529.
A Faculdade de Direito foi reconhecida pelo Decreto nO 70.242, de 7 de
março de 1972, com as áreas de concentração: Ciências Criminais e Direito
Empresarial.
A área de Pedagogia com as habilitações: Administração Escolar para
exercício nas escolas de 1 ° grau; Administracão Escolar para exercício nas
escolas de 1 ° e 2° graus; Ensino das disciplinas e atividades práticas nos
Cursos Normais, reconhecidas pelo Decreto nO 71.361 de 13/1111972, e
Orientação Educacional reconhecida pelo Decreto 81.724 de 24/5178.
A Licenciatura Plena em Letras foi reconhecida pelo Decreto 71.361 de
13/11172 com os cursos de Português; Português e Alemão; Português e
" Francês; Português e Inglês.
A Licenciatura Plena em Ciências com as habilitações em Matemática,
Biologia, Licenciatura e Bacharelado em Química, e Licenciatura de 1 ° grau
foram reconhecidas pelo Decreto 83.216 de 28/2179.
. A Educação Artística, Licenciatura Curta, foi reconhecida pelo Decreto
79.738 de 26/5/77.
Educação Física Masculino, Educação Física Feminino e Licenciatura
em Técnica de Desportos foram reconhecidas pelo Decreto 81.665 de 16/5178.
 Engenharia Civil e Engenharia Química, reconhecidas pelo Decreto
81.676 de 17/5/78.
Ciências Sociais funciona pelo parecer nO 144 de 16/10/86
CEPE/FURB. Pela Portaria Ministerial nO 117 de 13/2/1986 - DOU de
14/2/86
A FURB, fundada em 2 de maio de 1964 com a Faculdade de Ciências
Econômicas, iniciou com 35 alunos. O movimento para implantar o ensino
superior em Blumenau teve iIÚcio em 1953, quando foram promovidos
debates com a participação dos setores econômicos, culturais, Câmara de
Vereadores, União Blumenauense de Estudantes e imprensa, porém, somente
em 1964 o objetivo se concretizou. Na época, dos 79 candidatos inscritos,
passaram no vestibular 35.
A primeira sede do ensino superior em Blumenau foi a Escola Barão
do Rio Branco, passando em 1965 para a Escola Básica Júlia Lopes de
Almeida. Em 1968, após uma reunião em Ibirama entre prefeitos, vereadores
e professores dos municípios do Vale do Itajaí, foi lançada a "Carta de
Ibirama" que deu liúcio à campanha para a construção da sede própria. No
mesmo ano, a fundação foi transformada em Fundação Universidade da
Região de Blumenau - FURE, passando para Fundação Educacional da
Região de Blumenau
Os três primeiros blocos foram concluídos em 1969, financiados com
uma tômbola de cinco automóveis. Numa área de 1.300 metros quadrados
foram implantados nas antigas oficinas da Rede Ferroviária Federalos
laboratórios de Engenharia Civil, Química e Instituto de Pesquisas
Tecnológicas. A Escola Técnica de Agropecuária em Gaspar, em área de
86.100 metros quadrados teve iJúcio em 1979.
Em 1974, na gestão do Reitor Ignácio Ricken foi encaminhado ao
Conselho Federal de Educação o primeiro processo pleiteando a transfor-
mação da FURB em Universidade. Posteriormente foi encaminhado novo
pedido pelo Reitor José Tafner, porém, foi com o Reitor Arlindo Bernart que
enviou nova documentação em forma de carta-consulta, que em 6 de
novembro de 1985 a FURB foi reconhecida como universidade.
A instalação ofIcial ocorreu no dia 7 de fevereiro de 1986, pelo então
Ministro da Educação Marco Maciel.
A FURB conta com cinco Centros de Estudos, 21 cursos de graduação,
23 cursos de pós-graduação, uma excelente biblioteca instalada em moderno
prédio, além de bem estruturados laboratórios de pesquisas.
A primeira aula da FURB foi ministrada na Faculdade de Ciências
Econômicas pelo Professor Alcides Abreu da Universidade Federal de Santa
Catarina.
A FURB é o centro intelectual do grande Vale do Itajaí Com a
implantação do Curso de Educação Artística, anualmente a FURE promove a
Noite de Arte, quando são expostos os trabalhos de artes plásticas e artesanato e
apresentados números musicais, canto e teatro pelos formandos. Através do
Departamento de Cultura são realizadas exposições de artes plásticas e
artesanato de artistas das mais diversas correntes e procedências. Funciona o
Grupo Teatral "Phoenix", fundado em 6 de março de 1974, com estudantes
universitários sob a orientação da professora de Artes Cênicas Edith Konnann.
Em 1975 foi realizado o Primeiro Festival Universitário da Canção, que reúne
estudantes universitários dos mais distantes pontos do país, e em 1981 fundado
o Coral Universitário com a participação de cantores da Comunidade sob a
regência do Pastor Graf. Em 1985, o coral incorporou o "Ars Sacra" com
experiência nacional e internacional. O coral gravou três discos.
A FURB promove cursos de extensão nas mais variadas áreas do
conhecimento humano, concursos literários, impressão de livros, revistas,
boletins, etc.
Criada em 1964, a FURB teve como primeiro Reitor, o DI. Martinho
Cardoso da Veiga (31/12/1968 a 17/03/1970). Seguiram-se: DI. Pe. Orlando
Maria Murphy (18/03/1970 a 15/03/1974); Prof. Ignácio Ricken (16/03/1974 a
15/03/1978); Prof. José Tafner (16/03/1978 a 15/03/1982); DI. ArJindo Bernart
(16/03/1982 a 23/10/1986); Prof. José Tafner (24/10/1986 a 24/10/1990).
"COLÉGIO FRANCISCANO SANTO ANTÔNIO"
O Padre José Maria Jacobs, veio para Blumenau em 1876, contratado
como Vigário para a Colônia Blumenau, e seis meses depois, no dia 16 de
janeiro de 1877, fundou o Colégio São Paulo, atual Colégio Franciscano Santo
Antônio. Para dar continuidade a sua obra, fundou em 11 de junho de 1877,
uma Comunidade Escolar emitindo na ocasião a seguinte circular: - "A Escola
São Paulo de Blumenau, que até aqui ministrou o ensino primário e catecismo,
procurará, doravante, dar instrução superior aos jovens de ambos os sexos. O
programa deste curso abrangerá:
3) Curso Superior de Religião
4) Literatura e Língua Alemã
5) Literatura e Língua Portuguesa
6) Geografia
 5) História Universal
6) História do Brasil
7) História Natural
8) Desenho
9) Matemática
10) Aritmética
11) Escrituração Mercantil (Partidas simples e dobres)
12) Canto
13) Ensino de Costura e Trabalhos Manuais (para meninas)
A pedido dos senhores pais e pagamento extra se lecionará:
14) Piano
15) Violino
16) Inglês
17) Francês
18) Latim
19) Grego
20) Bordados e outros trabalhos finos (secção fem.)
E como os professores pretendem auxiliar quanto possível os mais
pobres, está o Diretor resolvido a fazer o preço para pensão (inclusive, lavação
de roupa) e ensino a 80$000 anuais para os pobres e 150$000 para os mais
abastados, sendo o primeiro trimestre pago adiantadamente. NB. Os primeiros
receberão alimentação forte, como nas colônias, dia-
riamente carne, e os segundos comerão à mesa do Diretor. Para poder-se
continuar o caridoso costume de dar agasalho e instrução inteiramente
grátis às crianças realmente pobres, pedem os abaixo assinados, às almas
caridosas, algum óbulo para que os pobres e órfãos da Colônia possam
cursar as aulas. A inauguração do Colégio dar-se-á pelos fins deste ano
em data que será previamente publicada. Pede-se aos que desejam
matricular seus filhos, fazê-lo o mais breve possível. Blumenau, 10 de
junho de 1877. Padre J. Maria Jacobs, Diretor do Colégio. August Sutter,
presidente da Comunidade Escolar. H. Zimmermann, secretário. Xavier
Bugmann, tesoureiro.
Para o Colégio funcionar, o Padre Jacobs gastou 2:000$000 Rs. para
construir os edifícios adequados, além da mobília e material escolar. Pagava a
três professores auxiliares para ministrar aulas, porém, dirigia graciosamente o
estabelecimento. Apesar dos problemas de distância enfrentados pelos colonos
católicos, em 1879 o Colégio São Paulo contava com 60 alunos, levando o
Padre Jacobs a pensar na construção de uma nova casa. Nesse mesmo ano o
Padre Jacobs recebeu a colaboração do Professor João Baptista Pies, natural de
Trier (Alema-
nha) e que muito contribuiu para o progresso do Colégio.
Em 30 de março ~~ 1879, a situação precária do Colégio fez com que. o
Padre Jacobs soh~1tasse a D. Pedro n, seu amigo, a subvenção a~lUal de .ru;n.
conto de réIs, que lhe foi concedida pelo Governo ProvinCIal. No ll1lClO, a
escola ~estinava-se ao ensino da religião e das primei:as ~etras, porém a
ansIedade de instruir os filhos dos colonos do mtenor, onde não havia nem
escolas nem estradas, levaram o Padre Jacobs a ~o~eçar um internato com 16
crianças. As aulas eram ministradas n~ predlO ac~nhado ondem mal cabiam os
primeiros alunos. Para concretlzar o seu Ideal, o Padre Jacobs investiu nas obras
do Colégio São Paulo todas as economias, das quais 4:500$000 eram bens
particulares que trouxera. da Alemanha. Em 1880, o Padre Jacobs obteve do
Governo ~penal o auxílio de 1: 000$000 anuais, subvenção que em 1884 fOI
elevada para 1 :200$000. Na ocasião, o número de alunos elevou-se para 121.
Em 1883, a Comunidade orientada pelo Padre Jacobs era distribuída por
24 loc~is distantes com 5.500 almas que mal podiam dispender ?om. roupa e
mUlto menos com a Igreja e escola. De janeiro de 1877 até JaneIro de 1878, o
Colégio contava com 87 alunos, e até o início de 1879 com 107 a .117,
chega~do a 130 em 1883. Na época, ficou estipulado que cada, cnança pagana
120 réis po~. dia. (moradia, comida e escola), por~m, so a me!ade pagava os
120 reIS dIários. O Padre Jacobs ainda vestIa cerca de vmte crianças
graciosamente.
Quais os motivos que levaram o primeiro Vigário de Blumenau a fundar
o Çolégio?
. . No Rel~tório datado de 23 de fevereiro de 1883 ao Reitor do Se-
m~áno no Rio de Janeiro, Padre José Helm, o Padre Jacobs diz o segumte: -
"Eufundei há mais de seis anos o atual Colégio São Paulo:
. . 1 o - p'ara salvar a juventude católica por uma educação sadia e
rellglOsa e cnar uma geração cristã.
2 o - Preparar jovens talentosos para o Seminário e assim cooperar
para desenvolver nesta Diocese um bom clero".
O Padre Jacobs tinha o apoio da Família Imperial e quando o Conde
D'Eu visitou Blumenau, em 15 de dezembro de 1884 visitou também a
grandiosa obra realizada pelo emérito Sacerdote inciuindo-o na "Associação
Protetora da Infância Desamparada", conte~plando ainda o Colégio com
330$000.
Com a edificação do novo prédio, foram realizadas reformas no
programa de ensino e no Internato, acatando determinações da Assembléia
Provincial.
7)
o ensino era ministrado em três ruveis: elementar,
secundário e particular. O elementar abrangia três
classes de duas turmas cada; no secundário era
ministrado o Português, Alemão, História, Geografia,
Matemática, Declamação, Física, HiStória Natural,
Escrituração Mercantil, Desenho e Canto; o particular
era um curso de extensão no qual eram ministradas
aulas de Latim, Grego, Francês, Inglês, Italiano e
Música. Os alunos eram submetidos a provas de
capacidade e aproveitamento.
No dia 22 de fevereiro de 1885, foi lançada a pedra fundamental do
edifício destinado ao pensionato do Colégio São Paulo e no memorandum
encerrado na pedra constava o seguinte: - "Aos 22 de fevereiro de 1885,
depois de Cristo, reinando S. M. Dom Pedro Il, sendo presidente do
Conselho Ministerial o Conselheiro Manoel Pinto de Souza Dantas, sob o
governo do presidente da nossa província, S. Excia. o Dr. José Lustoza da
Cunha Paranaguá, dirigindo a diocese o Exm o Sr. Bispo Dom Pedro Maria
de Lacerda, foi, solenemente, às três horas da tarde, lançada a pedra
fundamental do Pensionato Central para Ensino Elementar e Superior, do
qual foi fundador o vigário desta vila, o Revdo. Padre José Maria Jacobs e
seus auxiliares os professores Srs. João Pies,
Hugo José von Garnfeld, Germano von Koppy e Francisco Demmer. De-
pois da bênção da pedra fundamental, à qual assistiram grande número de
famílias aqui residentes, de todas as nacionalidades: brasileiros, alemães,
italianos, polacos, ingleses e franceses, foi a mesma pedra colocada no
fundamento. Nesta pedra foram postos, juntamente com o presente
documento, os seguintes objetos: matrícula atual da escola que conta 126
alunos; um exemplar do "Der Immigrant ", jornal local; um exemplar do
"Blumenauer Zeitung ", também local; um exemplar da "A Regeneração",
de Desterro; um exemplar do "Germânia", de Berlin; um exemplar do
"Schwarze Blaetter; um exemplar do "O Apóstolo", do Rio de Janeiro; um
exemplar do "Baltimore Volkszeitung" , dos Estados Unidos; urna moeda
de cobre de 20 réis (cunhagem nova); wna moeda de cobre de 20 réis
(cunhagem antiga); uma moeda de cobre de 40 réis (cunhagem novà); um
moeda de cobre de 40 réis (cunhagem antiga); uma moeda de níquel de 100
réis; uma moeda de prata de 200 réis; uma moeda de prata de 500 réis. E
para honra da santa religião católica, apostólica, romana e bem da
mocidade, para que este estabelecimento foi levantado e para
conhecimento das gerações futuras, fez-se este documento que vai assinado
pelo diretor, professores e pessoas que, convidadas, testemunharam o ato
".
Em setembro de 1886, foi suspensa a subvenção que fora atribuída
ao Colégio São Paulo, obrigando o Padre Jacobs a recorrer ao Presidente da
Província Dr. Francisco José da Rocha em carta datada de 8 de fevereiro de
1887, e também a Sua Majestade Imperial Dom Pedro 11. Nas cartas, o
Padre Jacobs expõe as dificuldades em que se encontrava o Colégio que há
oito meses não recebia subvenção. O Padre Jacobs empregava todos os seus
vencimentos de capelão na sua obra. Pelo contrato assinado com o
Ministério da Agricultura na data de 28 de agosto de 1876, deveria receber
800$000 Rs. anuais de gratificação e 360$000 Rs. de cavalgadura; mais
tarde a sua côngrua, gratificação mensal de 60$000 Rs. e todos os direitos
de estola. Como estava há oito meses sem receber, solicitou informações,
tendo a Tesouraria da Fazenda da Província declarado ao Diretor da
Colônia que com a instalação da freguesia de São Paulo de Blumenau e
como Vigário encarregado a mesma receberia somente a côngrua de
300$000 Rs. anuais, porém nem essa quantia lhe foi paga. Com a falta dos
pagamentos, o Padre Jacobs endividado se viu na iminência de fechar o
Pensionato Central, o que seria lamentável, pois o mesmo abrigava alunos
de Gaspar, Itajaí, Camboriú, Desterro, São Pedro de Alcântara, Brusque,
Biguaçu, e outras localidades. A suspensão provocou grande repercussão
na Assembléia Provincial no dia 3
de setembro de 1886 (discussão do projeto nO 54), quando o Padre Jacobs foi
defendido pelo Deputado Provincial, Cristóvão Nunes Pires. A ata da sessão da
Assembléia foi publicada no nO 220, do "Jornal do Comércio" do Rio de
Janeiro. As pesquisas revelam que a suspensão do auxílio ao Colégio foi
causada pela intransigência e rispidez do Padre Jacobs e por denúncias dos
adversários, que eram muitos. As despesas se avolumaram e o Padre Jacobs
solicitou ao Reitor do Seminário do Rio de Janeiro para interceder junto ao
Bispo, a fIm de possibilitar a sua ida ao Rio de Janeiro para solicitar auxílio
para o seu Colégio. De Suas Majestades Imperiais e outras pessoas ligadas à
Côrte, o Padre Jacobs recebeu mais de doze contos de réis, podendo assim
construir uma ala nova e mais ampla.
A proclamação da República careou, interinamente, para o Governo do
Estado o Engenheiro DI. Lauro Mueller que em 7 de janeiro de 1891, dissolveu
as Câmaras Municipais do Estado, criando as Intendências Municipais. Em
Blumenau foi distinguido para o cargo de Inte~dente o DI. José Bonifácio da
Cunha, grande propagandista dos ideais republicanos, regime este, não aceito
pelo Padre Jacobs, pois provocou a separação da Igreja do Estado, privando o
clero católico de diversas regalias. O Padre Jacobs passou a combater o regime
e principalmente os candidatos à Assembléia Constituinte Estadual que
deveriam elaborar a nova Constituição Estadual, que foi promulgada no dia 11
de junho do mesmo ano. É evidente que os republicanos, por todos os meios,
resolveram silenciá-lo e o DI. José Bonifácio da Cunha, candidato, e que além
de Intendente, ocupava o cargo de Delegado Literário, que tinha a finalidade
de inspecionar as escolas subvencionadas pelo Estado, denunciou o Padre
Jacobs, por ter o Colégio São Paulo funcionado no dia 21 de abril (Tiradentes)
e também no dia 14 de julho (Queda da Bastilha). O tàto levou o DI. José
Bonifácio da Cunha a escrever ao DI. Luiz A. Crespo, Diretor Geral da
Instrução Pública do Estado Federal de Santa Catarina. Na sua missiva o DI.
José Bonifacio da Cunha cita, além das irregularidades, ou seja a ministração
de aulas em dias feriados, o fato do Padre Jacobs não recebê-lo, deixando-o
esperar por três horas, impedindo-o de visitar o Colégio. Denunciou ainda o
excesso de ensino religioso, contra as leis do país, pois obrigava as crianças
mal alimentadas a rezarem três horas por dia, jejuar durante a semana santa,
respeitar os feriados religiosos e assistir às missas. Denunciou, também, a
pregação do Padre Jacobs contra as leis governamentais sobre o casamento
civil e o culto livre. As denúncias resultaram na proibição do ensino religioso
nas escolas subvencionadas pelo Governo do Estado e, também, medidas
enérgicas prejudiciais à receita do Colégio.
O excesso de trabalho, desgostos e as preocupações abalaram a saúde
do Padre Jacobs que no dia 13 de março de 1892, entregou a Paróquia e Colégio
aos franciscanos, Frei Zeno Wallbroehl, designado diretor e vigário; Frei
Lucinius Korte, mais tarde Ministro Provincial e Frei Amando Bahlmann, mais
tarde Bispo de Santarém.
Sem a rispidez e intransigência, características do Padre Jacobs,
Blumenau não teria hoje o monumental Colégio Franciscano Santo Antônio. O
Padre Jacobs pretendia voltar para a Alemanha, deixando Blumenau no dia 16
de junho de 1892, porém, faleceu no Rio de Janeiro de febre amarela no dia 1 °
de agosto de 1892.
O legado que o Padre Jacobs deixou não era nada fácil e Frei Lucinius e
Zeno empenharam-se de corpo e alma na continuação da obra. No início, ainda
atuava ao lado dos frades, Franz Frankenberger, até que em 1893, o Padre
Comissário Irineus conseguiu para o Colégio os professores Frei Solanus
Sclunidt e os professores com preparo acadêmico, Frei Caesar Elpel e Berthold
Bigge. O Colégio teve um grande impulso, sendo reconhecido até pelos
protestantes da região de Blumenau. Frei Zeno empenhou-se então para trazer
irmãs para o ensino das meninas e, ao ser informado de que viriam três irmãs da
Ordem da Divina Providência, solicitou ao Padre Eiping, da Alemanha, que as
encaminhasse para a Paróquia de Blumenau.
O Colégio de São Paulo tornou-se o maior do município com a
ampliação do ensino, conforme o anúncio a seguir, publicado em 1893, no
"Blumenauer Zeitung":
COLLEGIO DE S. PAULO
em Blumenau - Estado de Santa Catharina
INTERNATO ALLEMÃO-BRAZILEIRO DO
SEXO MASCULINO
"Este collegio, dirigido pelos Padres Franciscanos, favorecido pela
situação de seus edifícios n 'um logar saluberrimo e facilmente accessivel
por navegação a vapor, abrirá, em 10 de Fevereiro de 1894, além de sua
Escola do ensino primário, também um curso de ensino secundário,
juntamente com uma Secção cornmercial e industrial.
O ensino primário ou elementar abrange: Doutrina, Lingua allemã e
portugueza, Geographia, Historia do Brazil, Arithmetica, Physica, Historia
Natural.
O ensino secundario ou gymnasial, que servirá de preparatorio
para estudos acadêmicos, quer no Brazil, quer na Allemanha, inclue:
Historia Sagrada, Lingua portugueza, allemã, latina e franceza (à vontade
tambem: grega, italiana e ingleza), Arithmetica, Algebra, Historia
Universal e Patria, Geographia, Physica e Chimica, História Natural,
Desenho.
Alem disso offerece-se aos alwnnos occasião de apprender a lingua
internacional, o Volapuk, bem como Stenographia, hoje cada vez mais
apreciada pela sociedade civilizada.
Na secção commercial e industrial ensinam-se: Geographia e Histo
ria, em relação especial ao commercio e industria, Direito de Adminis-
tração e Commercio, Economia polftica popular, Estatistica, Rendas
Publicas, Escrituração Mercantil, Calligraphia.
O ensino de Canto e Gymnastica: comum para todos os alumnos.
Ensino particular: Musica instrumental, Photographia.
Como lentes estão servindo Frades, cuja habilidade, na Allemanha,
legalmente foi documentada e, alli mesmo, provada por uma pratica de
alguns arlflOS. Os mesmos constantemente rnanteem a necessaria
vigilancia sobre cada um dos alumnos.
Os alwnnos teem quatro refeições por dia, sendo a comida boa,
variada, nutritiva e suficiente.
Os serviços domesticos são feitos por Irmão da Ordem
A simples pensão annual - 360$000, a adiantarem-se em duas
prestações.
Os avisos de entrada devem ser feitos antes de 10 de janeiro.
Esclarecimentos mais minuciosos dará
O Diretor
Pe. Zeno Wallbroehl - o. S.F. /I
Em 1895, chegaram ao Colégio, vindos da Bahia, mais dois padres
auxiliares, Frei Cletus Espey e Meinholph Gutberlet. O Colégio cresceu e às
matérias elementares foram acrescentadas o francês e o inglês como
obrigatórias e o latim e o grego como facultativas. O Colégio tornou-se famoso,
recebendo alunos do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Apesar da ordem em Blumenau viver em condições precárias, foi
consultada se podia abrigar o Collegio Seraphico, com 30 alunos e professores,
vindos de Olinda (pernambuco), e mesmo sem a estrutura necessária, o Colégio
São Paulo respondeu imediatamente que sim.
Os 30 alunos e professores haviam chegado a Recife com o Comissário
Padre Irinaeus em 1894, dirigindo-se para Olinda, onde havia um Convento,
porém o calor fez mal aos jovens habituados ao clima
frio. Posteriormente a doença que abalou a todos, e sem médico no local, pois a
quinina era ministrada por um velho que aparecia de vez em quando, fizeram
com que os doentes fossem transferidos para o hospital de Recife sob
determinação do Comissário Padre Amandus. O clima e a falta de assistência
fIzeram com que os estudantes e seus professores Cyriacos e Paschalis
embarcassem no navio costeiro "Santelmo" com destino a Blumenau. A
viagem, bastante tumultuada, primeiro pela falta de alimentos depois por uma
tempestade violenta que os obrigou a desembarcar em Paranaguá. Em terra, o
Padre Cyriacos procurou alimento explicando também a situação de todos,
quando o telegrafIsta local colocou à disposição dos 30 homens a sala da
agência, conseguindo ainda alguns colchões de palha onde todos descansaram e
na manhã seguinte, novamente a bordo, seguiram para Itajaí, onde embarcaram
no vapor "Progresso" com destino a Blumenau. O Colégio Seraphico funcionou
no Colégio São Paulo de 1896 a 1922, quando foi transferido para Rio Negro.
Em 1896, o Colégio passou a chamar-se Santo Antônio, servindo
exclusivamente de Seminário, enquanto o Colégio ficou sob a direção das
Irmãs da Divina Providência até 1904, quando os Franciscanos retomaram a
direção. A matrÍCula que em 1885 era de 126 alunos, por questões políticas,
diminuiu, porém a partir de 1896, o Colégio que contava com 90 alunos,
aumentou de formas que em 1904 contava com 168 alunos, em 1910 com 226 e
em 1917 com 324 alunos.
Em 1911, a pedido do então Bispo Diocesano, Dom João Becker, o
Colégio abriu um curso de formação de professores (Lehrer Seminar), para
atender ao grande número de escolas paroquiais da região. Esse curso formou
dezenas de professores até o ano de 1930, quando foi encerrado. Para
reestruturar o programa de ensino a ser apresentado na Conferência de Bispos
do Sul do Brasil, Dom João Becker convidou Frei Stanis1au Schaette, prático e
competente que desempenhou satisfatoriamente sua missão. Nessa época
dirigia o Colégio, Frei Gabriel Zimmer que em 1912 foi transferido para Lages,
sendo substituído por Frei Stanislau Schaette que o administrou até 1921
quando assumiu Frei Ernesto Emmendoerfer.
A demanda de pessoal gabaritado para atuar na indústria e comércio
levou o Colégio Santo Antônio a ampliar seus cursos que a partir de 1915
passaram a funcionar em quatro grupos ou classes subdivididas em secções: a
3 3
1 em língua portuguesa de 4 anos; a 2 ou curso complementar de 2 anos; a 33
ou escola teuto-brasileira de 6 anos e a 43 ou curso complementar da escola
teuto-brasileira que ministrava Português, Histó-
ria Geral e do Brasil, Correspondência Mercantil, Matemática, Caligrafia e
Desenho.
Em 1913, com Frei Stanislau Schaette, as atividades culturais do Colégio
passaram a ser publicadas no "Blumenauer Zeitung". No dia 26 de dezembro de
1913, a Comunidade foi convidada para assistir na Casa São José, em benefício do
Colégio, "Kerkermeister" (O Carcereiro) de Kuhnfels e dia 27, o drama "O Filho
Pródigo". Em 1914, o Colégio realizou várias promoções em benefício da Cruz
Vermelha; no dia 20 de setembro uma noite de arte na Casa São José, constando do
programa além de números de poesia, piano, violino, canto coral a quatro vozes,
canções e harmônío, a apresentação da peça "Der Freischütz" (O Franco Atirador)
de Carl Maria von Weber, adaptada por P. Brille, em três atos com coral e sopros (o
espetáculo é uma página dos acontecimentos na floresta de Boehmer no final da
Guerra dos Trinta Anos) e foi o ponto alto das apresentações. No dia 29 de
novembro mais um espetáculo de alto nível em duas partes: na primeira, se
apresentaram os instrumeIltos de sopro com a peça musical "Pelos Campos Afora";
a poesia "Os Abnegados Enfermeiros da Cruz Vermelha"; com coral misto "O
Trompetista no Arroio do Gato" de Muehrig; com piano e harmônio "Crepúsculo
dos Deuses" de Richard Wagner; com coral a quatro vozes "Manhã Rubra" de
Hauff; dueto "No meu Barquinho" de Neukomm; com coral a cinco vozes
"Saudades do Reno"; solo-canção "Para a Pátria" de Baumgartner e outros. Da
segunda parte constavam além do Prólogo "A Canção de Ninar" de Mozart, "A
Marcha do Reservista" e o "Franco Atirador", ópera de Carl Maria von Weber. As
apresentações beneficentes continuaram, e em 1915, na Casa São José, a
apresentação do dia 26 de dezembro foi em benefício do Hospital. Na ocasião,
foram apresentados entre outros números "O Moinho da Floresta Negra" de
Eilenberg com piano; "Tristeza" de Chopin com piano, violino e harmônio; "Ave
Maria" de Abt com coral a cinco vozes; "Saudação da Primavera" de Schumann
com coral a quatro vozes; "A Última Reserva" de Posemuckel; "Quadros
Humorísticos da Guerra" de Kion. O Hospital Santa Isabel, fundado em 1909,
carecia de recursos, e no dia 10 de dezembro de 1916, no Teatro "Frohsinn", mais
uma vez a noite musical foi em benefício do Hospital e a cargo do Professor Max
Humpl. Foram apresentados trechos das óperas: abertura da "Morte de Kunehilde"
de Cyrill Kiotler com piano e cordas; o recitativo do oratório "A Criação" de J.
Haydn (solo); abertura da ópera "Tannhãuser" de Richard Wagner; "Majestée" de
Franconier da ópera Kalypso com piano e cordas. Da programação constavam
ainda, "Fundação da Primeira Sociedade de Cantores de Ka-
merun", quarteto humorístico de Heinze; corais, solos, piano e cordas. Além das
apresentações em Blumenau, os alunos também se deslocavam para colaborar em
festas beneficentes em outros locais. Em Encano no dia 15 de agosto de 1917, no
salão Schroeder, em benet1cio da capela com "Uma Noite Musical" e no dia 26 de
janeiro de 1919, com as peças teatrais "Duque de Montgomery" drama histórico e a
farsa "O Abelhu-
do."
Com a Primeira Guerra Mundial o Colégio encerrou suas atividades em
novembro de 1917, voltando o início de 1918 com 198 alunos quando a gripe
"espanhola" prejudicou o segundo semestre. Em princípio de 1919, o Colégio
voltou a funcionar normalmente com uma matrícula de 213 alunos, sendo 35
internos.
Com a volta a normalidade o Colégio colocou em cena, na Casa São José,
no dia 10 de maio de 1919, as peças teatrais "Culpa e Perdão" e "Bé, Bé, Bé",
porém antes de maio, em Indaial, no salão Ebert ou seja em 18 de janeiro, foram
apresentadas as peças teatrais "Ricardo de Norfolk" e a farsa "O Lavrador de
Herodes": no dia seguinte apresentaram "O Duque de Montgomery" e a farsa "O
Abelhudo". Em 1920, foi realizada uma festa popular no salão Ebert (Indaial) e a
banda do Colégio fez sucesso. Também foram apresentadas as peças teatrais "Um
Erro de Imprensa", "O Castelo Encantado" e o "Duelo".
Com a reforma do ensino em 1920, houve falta de professores, e as
dificuldades foram sanadas com a chegada de Frei Laetus Hottger, como professor
e prefeito do Internato e que estabeleceu inovações e regulamentos. Sucedeu-o Frei
Joaquim Adams que foi prefeito até 1927. Em 1921, o Colégio iniciou o ano letivo
com 221 alunos, sendo 50 internos.
Em 1921, o eficiente ensino do Colégio permitia aos alunos que
concluíssem o curso a se matricularem sem exame prévio na Escola Politécnica de
Florianópolis por deferência do Dr. José Boiteux, então Secretário do Interior e
Justiça, após sua visita ao Colégio. Na ocasião, Frei Ernesto Emmendoerfer
estabeleceu um programa, que sem alterar o antigo, correspondesse às exigências
oficiais. O ensino primário com 4 classes e o complementar com 2, com curso de 3
anos. Continuaram, também, os cursos para formação de professores e aos que se
dedicavam ao comércio.
Com a transferência do Seminário para Rio Negro, em 1923 nas salas
desocupadas foram instalados os gabinetes de Física, Química e História Natural, e
a ala sul, onde funcionava a carpintaria, foi transformada em salas para estudos e
TEATRO.
 Desde 1922, funcionava no Colégio a E.J.M. nO 232, que forneceu por Em 1934, o Colégio homenageou o Dr. Victor Konder com a canta ta
muitos anos Carteiras de Reservista aos alunos que concluíram o curso. "A Santa Cecília", composição de P. Petrus Sinzing, com orquestra e cenas em
1922, Centenário da Independência do Brasil, festejos em todas as 5 quadros sob a direção do Professor Heinrich Harre. Também participaram, o
escolas, e os alunos do Colégio homenagearam a data, apresentando o coral da Igreja "Santa Cecília" e a orquestra "Amantes da Música de
espetáculo de alto nível, o drama nacional em 5 atos - "Cala bar", que foi Blumenau". Foram intérpretes: Amely Becker como Cecília; Heribert Mueller,
apresentado no Teatro "Frohsinn" no dia 10 de setembro, sendo os intervalos Valerian H. Goenemann, Almachius e Franz Brack dirigente do coral. No
musicados com a banda do Colégio. mesmo ano foi construído o novo salão de festas e reorganizado o Museu
Em 1925, a matrícula atingiu 337 alunos, sendo 104 internos contando o Escolar.
estabelecimento com 9 professores. Dos 337 alunos, 242 eram bltunenauenses Alguns programas transcritos evidenciam o elevado nível cultural-
sendo os demais de vários pontos do nosso Estado e também do Paraná e Rio artístico do Colégio que não sofreu solução de continuidade até os dias atuais,
Grande do Sul. entretanto a publicação dos programas nos jornais tornou-se restrita
Em 1926, foi instalada uma estação receptora de rádio-telefonia, cOl~iderando que o "Blumenauer Zeitung" encerrou suas publicações no dIa 2
melhoramento realizado com a colaboração dos blumenauenses, e em 1927, de dezembro de 1938 e o "Der Urwaldsbote" no dia 29 de agosto de 1941.
com a construção do segundo andar ampliaram-se as instalações do Internato. Os aumentos no prédio (1928/1934) possibilitaram em 1932 com
Com renome estadual e nacional pela eficiência, o Colégio festejou em inspeção prel iminar, o funcionamento do Curso Ginasial, reconl~ecido pelo
1927, o seu cinqüentenário com a presença de Dom Joaquim Domingues de Decreto nO 2.626 de 4 de maio de 1938.
Oliveira, Bispo Diocesano e do Dr. Adolpho Konder, Governador do Estado. Em 21 de agosto de 1934, tendo como diretor Alexandre Queiroz, aluno
Também prestigiaram o evento amigos ilustres e ex -alunos, entre eles, Marcos da 5a série ginasial, os alunos do Colégio publicaram o jornalzinho
Konder que à noite proferiu conferência reportando-se aos seus tempos de "Mocidade", órgão da Sociedade Recreativa dos alunos do Colégio Santo
estudante no Colégio. Na ocasião, foi publicada uma Poliantéia com Antônio, que aparecia mensalmente e era impresso na tipografia do "Correio de
depoimentos sugestivos de José Deeke e Thiago de Castro sobre a vida no Blumenau". O jornalzinho trazia, além do noticiário colegial, poesias e matéria
Colégio, e o Dr. Victor Konder, então Ministro da Viação, mandou variada. Além do título, o jornalzinho trazia de um lado o escudo do Colégio e
significativa radio-mensagem de congratulações. O cinqüentenário do Colégio do outro, o emblema da Ciência.
contou também com "a excelente orquestra do "Club Musical" regi da pelo Um acontecimento que tez os sinos da Igreja Católica dobrarem
Maestro Heinz Geyer". Os ingressos para os festejos realizados nos dias 13, 14 solicitando auxílio da população, foi o incêndio no Colégio no dia 26 d~
e 15 de agosto, implicavam na aquisição de uma medalha comemorativa pelo novembro de 1937. O vapor "Blumenau" apitou e os sinos da Igreja Evangélica
dobraram em sinal de solidariedade e, logo em'seguida, uma corrente humana
preço de 1$000 Rs.
passava baldes de mão em mão. Entraram em ação os extintores de incêndio
Para melhorias no Colégio, em beneficio do Ginásio, foi realizada no
"Minimax" fornecidos pela firma "Hoepcke" e "Empresa Industrial Garcia" e a
dia 13 de agosto de 1932, uma festa popular com a apresentação de um
tragédia foi evitada. No dia do incêndio, por volta das 11 horas e trinta minutos
concerto vocal-instrumental e o coral masculino "Liederkranz" sob a regência
da noite um Frei foi até a capela sentiu cheiro de queimado e nada encontrou,
do Maestro Heinz Geyer, com solos do barítono Hermann Goenemann e um
e;ltretanto pelas duas hora~ da manhã a sacristia estava em chamas. O altar
conjunto orquestral de músicos blumenauenses.
nada sofreu e a pintura do teto foi restaurada.
No dia 26 de fevereiro de 1933, com festa popular e condução com
Em 1938, em face da nacionalização o Colégio encerrou os seus cursos
ônibus da Auto Viação Catarinense (ex-Halm, Hass e Darius), foi inaugurada primários.
em Balneário Camboriú a Casa de praia do Colégio. No mesmo ano, em 12 de No dia 2 de setembro de 1940, pelo 90° aniversário de Blumenau, coube
agosto a Sociedade Juventude Siedlung Heimat, apresentou no Colégio a peça a banda do Colégio (fanfarra) tocar a alvorada às seis horas da
teatral da pátria de Scholle "Die Verstorbene
Gerechtigkeit" com canções populares e música.
manhã pelas principais ruas da cidade, e no dia 19 de novembro de 1943, a banda de
cornetas e tambores do Colégio, com o seu Diretor Frei Odorico Durieux,
participaram no 32 ° B. C. do incineramento das bandeiras que estavam em desacordo
com o Decreto Federal 4.545 de 31 de julho de 1943. A sessão cívica foi realizada no
Teatro "Carlos Gomes". A fanfarra foi desativada em 1982.
Frei Ernesto Emmendoerfer que assumira a direção do Colégio em 1921, em
1941 licenciou-se por motivos de saúde, transferindo-se para o Rio de Janeiro, sendo
substituído interinamente por Frei Odo Rosbach até a posse do novo Diretor, Frei
Odorico Durieux, em 1943. Em 1948 Frei Ernesto Emmendoerfer voltou do Rio de Em 16 de janeiro de 1972 foram comemorados com wn coquetel no Teatro
Janeiro reassumindo a dir~ção do Colégio. No decorrer de sua administração Frei "Carlos Gomes", pela Associação de Pais e Mestres, os 95 anos do Colégio.
Ernesto Emmendoerfer foi auxiliado por Frei Genesio Hausen, Frei Dionysio A 1977 - CENTENÁRIO DO COLÉGIO
Mebus, Frei Tarcisio Schreckenberg (prefeito do Internato e professor de canto) e FRANCISCANO SANTO ANTONIO.
os professores Pedro Weinand, Max Kreibich, José Venâncio Finger, Marcelino O Centenário do Colégio Santo Antônio foi solenemente comemora?o no
Bona e Alex Schmidt. Em 1961, Frei Ernesto .Emmendoerfer foi substituído por dia 13 de junho com uma celebração Litúrgica na Igreja Matriz, e as 12 horas, com
convite especial, foi realizado no Tabajara Tênis Clube um banquete.
Frei Odorico Durieux.
No ano de 1922, o Colégio celebrou contrato com o Instituto Comercial do Coube a Egon Belz desenhar o projeto do Marco Centenário e ao Poeta
Lindolf Bell, criar o Poema. O Hino do Centenário foi composto por FI. José Luiz
Rio de Janeiro para conferir diploma de Guarda-livros (até 1931), conforme a
Prim e a letra por Eduardo Mário Tavares.
legislação vigente. A partir de então o Colégio entrou em regime de Inspeção
O JS C, publicou no dia 16 de janeiro de 1977, wn Suplemento Especial fartamente
Federal (Refonna Francisco Campos), tendo como inspetor o Dr. Arão Rebelo,
ilustrado, abrangendo o resumo histórico do Colégio durante os cem anos de
ex-aluno do Colégio.
funcionamento, poemas e pensamentos carinhosos de pessoas e finnas, inclusive da
O progresso do Vale do Itajaí e do Estado, necessitava de pessoas
Mafisa, cujo teor transcrevemos: _ "Quem pode esquecer o cheiro do charuto do
gabaritadas para atender o mercado de trabalho e o Colégio fundou e instalou pela
gordo secretário Pult? Quem pode esquecer da tahoada cantada, "seis vezes
Portaria de 10 de outubro de 1944, o Curso Técnico de contabilidade, cujas três
oito quarenta e oito ", "sete vezes oito, cinqíienta e seis ", rkJ nome da
primeiras turmas funcionaram a nível superior (funciona até os dias atuais no
namorada, na carteira recém-pintada, do primeiro cigarro na privada, da
período noturno). Com a instalação do Curso Técnico de Contabilidade (1944) e do
academia Frei Francisco de Mont'Alverne, do ensaio dafar!farra para o dia 7.
SENAC (1947), o prédio do Colégio teve sua área acrescida (194911950) de quatro
das correrias do recreio, "uni-dwti-tê, salamê, minguê ", do Hino Nacional com
mil metros quadrados, que foram cedidos para a Exposição Industrial no
a mão no coração, da álgebra e dos teoremas, dos afluentes dD São Francisco,
Centenário de Blumenau. Em 1952, como prêmio pelos cursos do SENAC, o
das capitanias hereditárias, "quem não cola, não sai da escola ", do banho
Colégio foi presenteado com um escritório modelo, sendo a inauguração presti-
clandestino na piscina dos internos, rkJ cheiro da sala de química, do museu,
giada pelo Professor Gama Lima Filho.
rkJ avião de papel, de Fulgêncio, Gdo, Waldemar, Odorico, Wilson, Riva,
Com a Reforma Capanema que reestruturava os currículos de ensino
Coquinho, Marina, Frida, Mosimann, Schwartz, Mueller, Ervino, Zanella,
secundário, pelo Decreto 11.338, em 15 de janeiro de 1943, o Colégio recebeu
Medeiros? Quem esquece do Santo Antônio? Quem esquece? Esse Colégio
autorização para funcionar com os cursos Clássico e Científico. Até 1972, somente
Santo Antônio, que, centenário, fez IlIn pouco de cada um de nós. Quem
os cursos Científico e Contabilidade eram mistos, atualmente todos o são.
esquece?"
O Colégio é de Utilidade Pública pela Lei na 1004 de 10 de maio de 1961.
"Feliz da comunidade que pode incluir em sua história, a participação
Desde 1963, funcionava a Escola Paroquial com curso primário que em e o trabalho heróico de suas escolas". Esta foi a homenagem do SESI e SENAI
1973, de acordo com a Lei na 5692 funciona no Colégio Santo Antônio.
de Blumenau na passagem do Centenário do Colégio Santo Antônio, entre outras,
Funcionaram no Colégio até 1971, o Curso de Admissão e até 1968, o publicadas no Suplemento Especial do JSC.
Básico.
O Colégio que festejou seu Centenário com uma matrícula de
aproximadamente 1800 alunos, conta atualmente com mais de 2.600, e para atender
a demanda de vagas, várias refonnas foram realizadas, inclusive no 10 andar que
servira de dormitório para 150 internos e que foi transformado em salas de aula.
Com a reforma o estabelecimento foi acrescido de salas para Orientação
Pedagógica e Educacional, sala para Professores, Biblioteca, Cantina, Refeitório,
Pronto Socorro e salão para Educação Artística com 150 metros quadrados. No
grande complexo de 3 pavilhões funcionam o Salão Nobre, Auditório, Bibliotecas,
Museu Escolar, sala de Música, salas de Administração, Orientação Pedagógica e
Vocacional, Salas de aula e as especiais onde funcionam os Laboratórios de Física,
Biologia e Clube de Ciências. Em 1984, foram inaugurados o prédio do
Pré-Escolar, que foi ampliado e reformado, e o Pavilhão de Esportes.
No Colégio funcionam o Pré-escolar com 17 turmas em três períodos, o 10
Grau com 47 turmas e o 20 Grau com 11 turmas. O Curso Técnico de Contabilidade
funciona no período noturno. Os alunos· do turno matutino assistem aulas pela
manhã, e a tarde se dedicam ao estudo dirigido, explicações particulares, trabalhos
nos laboratórios, prática de Educação Física, etc. Os períodos vespertino e noturno
também são dedicados a atividades especiais como a participação da Academia
Mont'Alverne, fundada em 13 de junho de 1959, idealizada por Frei Odorico
Durieux para incentivar o desenvolvimento dos dotes oratórios. O Clube de
Ciências "Louis Pasteur" com equipes de Mineralogia, Geologia, Astronomia e
Meteorologia, que participam de Congressos da Sociedade Brasileira para o
Progresso das Ciências, através de Delegações. O Museu do Colégio é um dos mais
completos da região, principalmente em Mineralogia, Zoologia, Botânica e
História Humana da região. O acervo da Biblioteca do Colégio é de mais de 2.000
volumes.
Em canchas especialmente pavimentadas o esporte é praticado em todas as
suas modalidades, tendo careado vitórias para o Colégio, como o Grêmio
"Tamandaré Futebol Clube", que sagrou-se campeão catarinense de futebol e
bicampeão estadual de futebol de salão. Nos XIII Jogos Abertos de Santa Catarina
o Colégio projetou-se pelo excepcional desempenho dos seus alunos. O Colégio
também recebeu a taça "Sesquicentenário da Independência" oferta da Artex pelo
impecável desfile. Pelo Centenário ainda estava em uso à velha piscina para
natação, a mais antiga da cidade, inaugurada em 1915, atualmente desativada.
Com Frei Wilson Steiner e Frei Pascoal Fusinato, o teatro foi revitalizado.
Em 1974, o Colégio participou do VIII Festival de Teatro Amador de Santa
Catarina, realizado em Blumenau nas dependências do
Teatro "CarIos Carlos Gomes" com a peça de Alejandro Casona "Barco sem
Pescador". Em 1979, participou da Mostra de Teatro de Blumenau com as peças "J
oãozinho Peteleco" de Maria H. Kuehner e "A Dama da Madruga~a" de Alejandro
Casona, peças que também participaram do XIII Festlval de Teatro Amador de
Santa Catarina realizado em Lages. Também foram encenadas: de Dias Gomes, "O
Pagador de Promessas"; de Nelson Rodrigues, "Dorotéia" e "Vestido de Noiva"; de
Maria Clara Machado, "Pluft, o Fantasminha"; A Bruxinha que era Boa" e
"Cavali1;110 Azul"; de Sófocles (tradução de Geir Campos) "Edipo Rei"· de Agatha
Christie, "A Ratoeira"; de Pernambuco de Oliveira "A Re~oIta dos Brinquedos"; de
Antônio Buer Vallejo, "História de ~a Escada" e de Armando Maranhão, "O
Cântico dos Animais".
.t:d~eçã~ do Colégio é apoiada em suas realizações pelos professores,
funcIOnános e Associação de Pais e Professores.
Desde os primórdios, com o Padre Jacobs (1877-1892) que enfrentou com bravura ~s
maiores contratempos para iniciar a sua hoje monumental obra, e Frel Zeno
Wallbroehl que deu continuidade à mesma (189~-1904, primeiro Frade a assumir o
Colégio), os dirigentes que os segUiram, além das atribuições inerentes ao cargo,
dedicaram-se aos mais diversos afazeres em prol da Comunidade. À Frei Beda Koch
19041910), a Comunidade do Garcia deve a fundação da Escola São José atual
Conjunto Educacional Celso Ramos. Frei Gabriel Zimmer (191O~ 1911), alegre e
amigo de todos, foi coadjutor de D. Daniel Hostin na Ig~eja Matriz de São Paulo.
Frei Stanislau Schaette (1912-1932), o conceItuado educador, que ao lado do Dr.
Herbert Koch, da Escola Nova trabalhou com denodo no projeto de adaptação dos
professores particula~ res às novas leis e que culminou em 1926, com a fundação da
Sociedade dos Professores Particulares Teuto-Brasileiros de Santa Catarina. Como
historiador registrou fatos importantes sobre o Vale do Itajaí. É nome de rua en~
Blumenau. Após trabalhar 20 anos no Colégio foi para Petrópolis onde faleceu em
1960 aos 87 anos de idade como professor de Pastoral na Faculdade Franciscana de
Teologia de Petrópolis. Frei Ernesto Emmendoerfer (1921-1941 e 1948-1961),
dirigiu o Colégio por duas vezes. Na primeira vez oficializou os cursos do Colégio de
acordo com a Refor~~ Car:npos e na segunda, mandou construir o novo prédio
escolar que fOI cedIdo para sediar a Exposição Industrial no Centenário da Fundação
de Blumenau. Com a colaboração de diversas pessoas foi encarregado de org~nizar o
Livro do Centenário de Blumenau. Numa das viagens que fez a Alemanha deu uma
palestra no Congresso dos Católicos Alemães. Ao deixar o Colégio, fixou residência
na Alemanha. Frei Odo Rosbach
(ano de 1941), cidadão honorário de Blwnenau por atuar mais de 30 anos no
magistério e dedicar-se ao Distrito de Vila Itoupava. Foi ecônomo, secretário e
professor de Física. Auxiliou o Df. Boelun, que morava no Colégio, nos
problemas de construção da nova Igreja Matriz, angariando também donativos
para a mesma. Foi procurador dos Franciscanos da Santa Cruz (1963) na
tramitação dos documentos para aquisição da propriedade do Df. Hoess em Vila
Itoupava, atualmente Casa de Saúde São José, onde residiu (desde 1974) e foi
assistente espiritual até a sua morte. Com Frei Odorico Durieux (1942-1948 e
1961-1965) o ensino do Colégio foi adaptado à Refonna Capanema, instalada a
Escola de Comércio, criado o Centro de Instrução Pré-Militar, organizada a
primeira unidade dos cursos do SENAC em S. Catarina e aberto o Curso de
Madureza noturno. Frei Odorico Durieux também foi Capelão Militar do 23
0 "Neue Deutsche Schule"
R.I., principalmente no preparo da Páscoa dos Militares. Transferido para Lages
em 1948, voltou em 1956 como professor, fundando em 1959 a Academia
Mont'Alverne. Exerce as funções de vice-diretor durante' anos. Frei Apolônio
Weil (1965-1968) foi Diretor do Colégio Diocesano de Lages, Ginásio de Bastos
e Seminário Franciscano de Agudos ambos de São Paulo. No Colégio foi
professor de Português, Inglês, tendo artigos publicados em revistas culturais. É
organista e violinista. Frei Wilson Steiner (1968-1982) foi auxiliar de direção de
Frei Apolônio Weil. Ativou todos os setores do educandário. Instituiu a semana
letiva de 23 a 63 feira. Abriu o Pré-Escolar. Iniciou os Jogos Internos do Çolégio
Santo Antônio (JINCOSA), a Exposição Científica do Santo AntÔnio (ECISA),
alternada com a Semana da Cultura (com calendário fixo) e prestigiou os Jogos
Intercolegiais dos estabelec imentos franciscanos. Restaurou os velhos prédios
com vistas ao Centenário do Colégio. Proferiu conferências, fez palestras em
escolas e a grupos de escoteiros, deu assistência ao Movimento Familiar Cristão,
chegando a Assistente Estadual. Do Colégio passou a atuar no Convento de São
Francisco. Colega de turma de Frei Wilson Steiner, Frei Pascoal Fusinato (a
partir de 1983) foi seu Orientador Educacional. Formado em Pedagogia foi
regente da mesma cadeira na FURB. Foi professor de Português no 10 Grau e
Educação Religiosa no geral. Criou o Coral Santo Antônio dos Meninos
Cantores (1978), e é regente do Coral Santa Cecília da Igreja Matriz de São
Paulo. Reativou a Associação de Pais e Professores e com Frei Wilson Steiner
revitalizou o teatro. Além de Vigário conventual e definidor Provincial realiza
trabalhos de Movimentos Familiares. Na sua gestão foram inaugurados o prédio
ampliado e reformado do Pré-Escolar e o Pavilhão de Esportes
(26/5/1988) .
. . Até a ~écada de cinqüenta, o corpo docente do Colégio era na maIOrIa
constItuído de religiosos franciscanos, porém, atualmente está reduzido a
quatro sacerdotes, Frei Pascoal Fusinato, Diretor e Orientador Educacional;
Frei Odorico Durieux, Vice-Diretor; Frei João Alves Filho, formado em
Administração e Frei Juraci Teótimo Scoz, formado em Letras, ambos
orientadores pedagógicos. Esses sacerdotes também trabalham na Pastoral da
sua Comunidade e nas vizinhas, nas I~ais varia~ das associações ou segmentos
da Comunidade, quando solicitados.
CONJUNTO EDUCACIONAL PEDRO 11
(Escola Nova Alemã)
A formação traz ida da velha Pátria pelos colonizadores, exigia que seus
ti lhos fossem dotados de escolaridade que lhes pennitisse uma educação de
padrão mais elevado. Não foi fácil manter um estabelecimento de alto nível,
porém os problemas surgidos com alunos de confissão religiosa diferente que
freqüentavam o colégio fundado e dirigido pelo Padre José Maria Jacobs,
fizeram com que os colonizadores pleiteassem uma escola pública.
Em 1885, representantes do comércio de Hamburgo (Alemanha)
resolveram conhecer Blumenau, sendo procurados por pessoas da Comunidade
que estavam interessadas em conseguir uma escola pública. Com seu prestígio
os visitantes resolveram interceder junto a Côrte do Rio de Janeiro, porém nada
conseguiram. Para criar a escola, os representantes do comércio de Hamburgo
mandaram para BJwnenau o Protessor Theodor Draht, e em Hamburgo
organizaram uma pequena associação de amigos que remetia dinheiro para
Blumenau inclusive do "Kaiser" e do Parlamento Alemão (Reichstag). Para
tratar da fundação da Sociedade Escolar, pessoas se reuniram na Sociedade de
Atiradores no dia 10 de fevereiro de 1889, convocando uma reunião para o dia
17 do mesmo mês para decidirem sobre a mesma. Compareceram cinqüenta
pessoas entre evangélicos e católicos, sendo votada uma diretoria e designados
Heinrich Probst, Friedrich Blohm e Wilhelm Scheefer para elaborar os Esta-
tutos. No dia 17, a sociedade tícou defitútivamente fundada sob a denominação
de "Schulgemeinde de Vila Blumenau". Na ocasião, entre outras coisas, ficou
estipulado que o preço das lições seria de 1 $500 Rs. mensais para alunos da
primeira classe e de 1$000 Rs. para os da segun-
ee)
da. Entre as promoções em benefício da escola, um leilão rendeu mais de "Neue Schule zu Blumenau", no dia 12 de abril de 1890, a área de terras
quinhentos mil réis e a venda de doze espigas de milho, cento e treze mil e "se~ condição alguma", onde no dia 27 de junho de 1892, foi lançada
seiscentos réis. festIvamente a pedra fundamental da nova escola. Construção sólida e
A Sociedade Escolar elegia em Assembléia Geral, uma diretoria, adequada, com dois pavimentos, que permitia o funcionamento de seis
pelo prazo de três anos, e que prestava conta à Sociedade Escolar de todos classes simultaneamente e que funcionava onde hoje se localiza a Biblio-
os seus atos. Da primeira diretoria da sociedade participaram Max Merck, teca. "DI. Fritz Mueller", na Rua das Palmeiras. Quando o prédio foi de-
presidente; Heinrich Probst, vice-presidente; Hennann Hering, tesoureiro; molIdo para construir a biblioteca, no memorial encontrado nos alicerces,
Carl Hertel, secretário; Gustav Salinger, substituto; Friedrich Blohm e entre outras assinaturas constava a do aluno Marcos Konder.
Heinrich Froehner, fiscais. Inicialmente era considerada data de fundação Sucedeu a H. Russeler e C. Wetzel, o Pastor Hermann Faulhaber que no dia
da escola o dia 17 de fevereiro de 1889, porém nos Estatutos foi fixada a 25 de novembro de 1889, fora nomeado pela direção Ecle~ siástica Luterana
data de 10 de maio de 1889, início das aulas. Nesta data, a Sociedade da Alemanha para o cargo de Pastor em Blumenau cargo que assumiu no dia
Escolar já via 10 de dezembro do mesmo ano. No dia 19 d~ janeiro de 1890, após a
funcionando a sua assembléia geral da Sociedade Escolar, a direção d~ "Neue Deutsche
Schule" foi entregueEscola,
ao Pastor Faulhaber.
a "Neue O prestíg~o da escola nos anos de
1891 e 1892 estava Deutsche
em jogo, porém, a disposiçao para vencer e o
Schule"
com os professores H. esclarecimento de certas dúvidas fizeram com que a escola se desenvolvesse
Russeler e C. Wetzel, satisfatoriamente. Os esforços do Pastor Faulhaber e do eficiente corpo
numa grande casa de docente, pois contava entre os professores com o Dr: Fritz Mueller, que
lecionava Português e História Natural; DI. Victormo de Paula Ramos,
madeira, com duas
Física e Química e Philipp Doerck, primeiro ~rofessor de Educação Física.
classes, que foi posta à
O ano de 1893 foi de intranqüilidade política e as aulas foram iniciadas no'
'disposição da
prédio novo sem ato inaugural ou festas, e servÍ].I à "Neue Deutsche
Sociedade Escolar
Schule" durante trinta anos ou seja até 1923. A partir da "Neue Deutsche
pelo Doutor Blume-
Schule" a vida intelectual blumenauense voltou-se para ideais mais
nau. No primeiro dia elevados, deixando de lado as intrigas políticas. A "Neue Deutsche Schule"
de aula, Max Merck, sob a direção do Pastor Faulhaber marcou época e com o tempo conseguiu
presidente da Socie- equiparar os seus cursos aos da Escola Real da Alemanha de formas que,
dade Escolar, dirigiu quem completasse o curso na "Neue Deutsche Schule" ou Escola Nova,
uma alocução' aos estava apto a matricular-se nas Faculdades de Ensino Superior da
professores e alunos Alemanha.
da "N eue Deusche Um concerto em benefício da Escola Nova, realizado no dia 1 o de
Schule". No dia 7 de setembro de 1889, quatro meses depois de fundada, e o programa apre-
dezembro de 1890, as sentado, às seis horas da noite, na Sociedade de Atiradores, nos dá uma
duas classes foram visão do nível artístico da época. Da programação constaram entre outros
ampliadas. Posterior- números, "~oeta e Camponês" de Suppé (piano a quatro mãos), "O
mente, o Doutor Blu- estudante mendigo" de J. Otto pelo coral masculino, "Vida cigana" de
menau, já residente na Schumann pelo coral misto, "Se ainda tens uma mãe" de C. Neumann em
Alemanha, doou s?lo de pistão "Trigêmeos" de Genée, terceto cômico. Depois baile com
através do seu procu- mgressos a 1$000 para cavalheiros e 500 réis para damas.
rador, Heinrich Apesar das dificuldades com a constante mudança de professores,
A Escola Nova Probst, à Sociedade
 0
em 1 de ahril e 1900, a escola contava com 124 alunos. O dinheiro arrecadado cujo programa de literatura abrangia: Idade Antiga e Média; Epopéia do Povo
das mensalidades era insuficiente para manter a escola, pois os alunos pagavam (Nibelungen e Gudrum); Epopéia da Arte Universal (lendas do Graal, Arthur e
confonne as classes que freqüentavam 2, 3, 4 ou 5 mil réis. Esta dificuldade era Parsival; Wolfram von Eschenbach); A poesia lírica ("Milli1eSang"; Walter
suprida com o auxílio de mil marcos anuais enviados pelo governo Imperial von der Vogelweide); O ensino da poesia ("Freidanks Bescheidenheit"; "Das
Alemão e a subvenção de quatro mil e oitocentos mil réis do governo do Estado NarrenschitT'); Tiersage (Reinecke Fuchs; Neue Zeit); Martin Luther, sua
e Santa Catarina. Para receber a subvenção do Estado a escola se comprometia a importância para a literatura alemã; "Hans Sachs" ("Der Meistergesang"; Die
favorecer o ensino do português e ministrar 53 % de ensino gratuito. Não foi Entwicklung des Deutschen Dramas his Hans Sachs "); A canção popular;
difícil cumprir a primeira exigência do Estado, pois segundo Faulhaber, "é Influência estrangeira no ensino da língua e literatura; Documentos da Guerra
obrigação de toda conveniência que os alunos da Instituição se aperfeiçoem na dos Trinta Anos (Paul Flemm ing; Der SimpIíssimus"; J ohann Michael
língu(l pátria, tanto no falar como no escrever". O ensino gratuito, também, Moscherosch; Friedrich Logau); "Christian Fürchtegott Gellert"; "Friedrich
estava previsto, porém em percentuais menores. A Escola Nova funcionava Gottlieh Klopstok"; Gotthold Ephraim Lessing"; Lessing e o significado dos
com seis classes e com estas, o diretor pretendia alcançar o nível ginasial das seus dramas - "Minna von Barnhelm"; "Nathan der Weise"; Johann Gottfried
escolas alemãs, evitando assim que jovens deixassem o Brasil para estudar, Herder" e muitos outros, importantes na literatura alemã e mundial. Também
desaprendendo o português. Na época o ensino em geral era ministrado em era ensinada toda a técnica e tipos de correspondência.
idioma alemão, porém nas classes superiores o Português era ministrado No cinqüentenário da Comunidade Evangélica de Blumenau, no dia 14
oralmente nas aulas de leitura e escrita. Também fazia parte do programa o de agosto de 1907, os alunos participaram declamando poesias.
ensino do Francês, Inglês, Latim e História do Brasil. Em 1900, faziam parte da
diretoria da Sociedade Escolar Escola Nova, Heinrich Probst, Friedrich Blolun,
Gustav Salinger, Peter Christiall Feddersen, Hermaml Faulhaber e Alwin
Schrader. Eram professores Rudolph Damm, Georg August Buechler e Carl
Juergens, que elaboraram livros de história natural, aritmética, gramática, da
língua portuguesa e história do Brasil em idioma alemão para que as crianças
entendessem melhor a nossa história. No "Der Urwaldsbote" de 14 de janeiro de
1905, a direção da Escola Nova comunica que para o ano de 1905, além dos
professores, diretor Pastor Hennaml Faulhaber e Rudolph Damm, participarão
do corpo docente os protessores Emil Doering, Georg August Buechler e
Friedrich Siegel, enviados pela Associação Escolar da Alemanha para lecionar
no Brasil.
No dia 7 de tevereiro de 1907, assumiu a direção da "Neue Deutsche
Schule" o Reitor Friedrich Strohtmallli. Com Strohtmatm ampliou-se a
"Volkschule" (Escola pública), criou-se a "Selecta" para alunos que desejassem
cursar a Universidade (Praparende - escola de preparação) ou
profissionalizar-se (cursos técnicos, magistério, funcionário público e outros).
Aprovou-se o plano escolar, organizou-se o pensionato para atender os alunos
que não residiam na cidade (o pensionato funcionou ao lado da fábrica de
fósforos "Busch", onde hoje se localiza a Galeria "Busch" e Universal Veículos
na rua 15 de Novembro) e outras iniciativas como o canto coral, teatro, poesias
e festejos cívicos.
O gabarito da Escola Nova poderá ser avaliado pela classe "Selecta"
 No mesmo ano, a "Neue Deutsche Schule" organizou os festejos de sete
de setembro nas dependências do Teatro "Frohsinn"com a participação das
bandas "Werner" e "Freiheit" (liberdade).
Os alunos da "Neue Deutsche Schule" além do canto coral também se
apresentaram no dia 6 de dezembro de 1908, no Teatro "Frohsinn" com a peça
teatral "Wallenstein's Lager" (Acampamento dos Wallenstein). Nesta
apresentação, as crianças acompanhadas de adultos não pagaram ingresso. Ano
após ano, a "Neue Deutsche Schule" apresentava seus bem elaborados
programas, e no dia 17 de dezembro de 1911, apresentou na Sociedade de
Atiradores, com entrada franqueada ao público, uma "Noite de Canto". Do
programa em cinco partes constava:
a - O Pátria formosa - coral a quatro vozes b -
Da liberdade - coral a três vozes
c - Canção do cavaleiro - coral misto
d - Na floresta - coral misto
e - O viajante no engenho de serra - coral a quatro vozes
f - Canção para dançar - coral a três vozes g -
Marcha cigana - coral misto
h - Canção do viajante à noite - coral a três vozes i - A
noite - coral a três vozes
j - Suse, pequena Suse - coral a duas vozes
k - Noite feliz - coro a quatro vozes I -
Floresceu uma rosa
Uma característica do programa foi a sua impressão com parte em
português e parte em alemão.
De 19 de novembro de 1910 até fins de março de 1911, Strohtmallli
esteve na Alemanha, sendo substituído por Georg August Buechler, que
elaborou o Relatório de 1910 em português, denominando a Sociedade Escolar
de "Comunidade Escolar Escola Nova" e que contava na ocasião com trinta e
três associados. O corpo docente da Escola Nova contava na ocasião com os
professores G. A. Buechler, O. Werner, E. Zimmennann e P. Doligkeit que se
revezavam no ensino do Português, Alemão, Inglês, Francês, Aritmética, Física
e Química, História Natural, Geografia, História do Brasil, Escrituração
Mercantil, Desenho, Caligrafia, Canto, Ginástica e Religião. Os trabalhos de
agulha eram ensinados por Lilly Baumgarten. A Escola Nova funcionava com
quatro classes e a "Selecta". Da quarta classe faziam parte os alunos mais novos
(7 anos), enquanto que a "Selecta" atendia os maiores (16 anos). Com
Strohtmann, os alunos da Escola Nova ingressavam nas Faculdades de S. Paulo
e Alemanha. Em meados de 1911, foi criada uma Biblioteca Escolar com mais
ou menos 300 volwnes de leitura diversificada. Para os pequenos, livros com
gravuras, fábulas, contos de fadas e lendas; para as classes médias, contos
interessantes, descrições, etc.; para os maiores, as mais conhecidas obras
literárias e profissionalizantes. Em 1913, a biblioteca já contava com 580
volumes. Em 1912, os cursos da Escola Nova funcionavam a lúvel de segundo
grau, ministrados em sete anos com cinco classes. Nos três anos do curso
complementar os alunos podiam escolher as matérias. O internato, em 1912
passou a funcionar no prédio Lenzi da "Gespensterstrasse" (Rua dos
Fantasmas), hoje Ângelo Dias. Antes de ser ocupado pelo internato, que
0
funcionou até 1916, o prédio serviu por algum tempo de quartel ao 55 B.C.
0
A programação artístico-cultural incluiu no dia 1 de setembro de 1912,
no salão dos Atiradores, além de números de canto coral, ginástica e jogos. A
Comunidade Evangélica de Blumenau realizou no dia 13 de outubro de 1912,
uma grande festa escolar, constando da programação além de números musicais
executados pelos próprios alunos, recitativos e a apresentação da peça teatral
"Aschenbroedel" (A gata borralheira) do Doutor Spenzios, em quatro atos.
Foram também apresentadas as cenas humorísticas, "Os gêmeos tolos" e "O
trompete maravilhoso", o terceiro número ficou a cargo dos liliputianos Gustav
Hansel e sua esposa Kunigunde, o quarto número foi "Uma fauúlia musical".
Depois das apresentações houve baile. A parte artística esteve a cargo do
Professor Meinecke. O teatro infantil era tão importante, que na apresentação
da peça "Goetz von Berlichinger", os alunos da Escola Nova foram tão
aplaudidos que saíram em foto e manchete na primeira página do "Blu-
ff)
dos seus próprios concertos e apresentações teatrais, assistiam também aos soldados e outros. Em 1914, alunos da Escola Nova chefiados pelo Professor
espetáculos que se apresentavam em Blumenau. No dia 17 de maio de 1913, os Kurt Boettner, fizeram uma excursão a pé de Blumenau a F10rianópolis, em
alunos da Escola Nova tiveram a oportunidade de assistir ao espetáculo "Das três dias. No 1 ° dia foram até Brusque, no 2° até Porto do Moura em Tijucas,
Zauh.ergWckchen" (A si neta enc<mtada) apresentada por artistas do no 3° até Biguaçu e no 4° dia para manhã chegaran a Florianópo1is. Os alunos
"Deutsches Tlleater in Süd America". Para esta apresentação, de todo o distrito faziam parte do Grupo de Escoteiros que Kurt Boettner fundou em 1912. No
compareceram professores e alunos, ou seja, cerca de setenta protessores e dia 21 de março de 1915, a Escola Nova mais uma vez preparou um espetáculo
seiscentos e cinqüenta alunos. Os alunos que vieram pela E.F.S.C. marcharam para auxiliar os flagelados de guerra da Alemanha, apresentando no Teatro
ao som da handa musical Werner desde a estação terroviária até a Sociedade de "FrohsilUl" entre outros números, "O timpanista de S. Quentim", "Dança dos
Atiradores, onde foi servido um lanche para a criançada. Depois rumaram para anões" e "Nós e o mundo". Pelo Natal do mesmo ano as crianças apresentaram
me o teatro onde estava sendo apresentado o espetáculo que prendeu a atenção das além de números de canto, o conto de fadas com música e dança, "A viagem à
nau crianças até o final. Domingo, dia 20, o espetáculo "Flachsmann como terra Sch1araffen" .
er educador" comédia de Otto Ernst, foi tamhém apresentada para os alunos da Com o aumento da matrícula a falta de espaço fez com que a diretoria da
Zeit Escola Nova, que não prestigiaram o espetáculo como deviam, considerando a Sociedade Escolar Escola Nova adquirisse a grande área de terras onde hoje se
ung excelência do mesmo. Anualmente a Escola Nova programava a sua festa de localiza o Conjunto Educacional Pedro 11.
" de Natal com números de canto coral com duas, três e até quatro vozes, duetos Em 1915, a Sociedade Escolar Escola Nova representada pelo seu
25 com acompanhamento de piano, declamações, poesias, encenação de peças presidente Frederico Blohm(l>, adquiriu de Luiz Altenburg e sua esposa
de teatrais, coral misto, danças e jogos testivos. Na programação de 20 de Maria, através do procurador Dr. Victor Konder, a área de terras com frente
jan dezembro de 1913, entre os números foi apresentado "Innã Zion", coral misto para a Rua 7 de Janeiro e fundos com terras de Ricardo Holetz, extremando
eiro da peça musical "Judas Maccabeus" de Ft. Haendel e "Natal na Ennida da com terras de Francisco Bader e Ricardo Meyer, e do outro lado com terras dos
de Floresta", jogo festivo de Paul MassdOlt'. herdeiros de Frederico Schmidt, com uma casa de morada de alvenaria,
191 StrohtmalUl dirigiu a Escola Nova até o dia 13 de setembro de 1913. No assobradada, e demais benfeitor ias pelo preço de quinze contos de réis, pagos
3. dia 20, do mesmo mês e ano, deixou Blumenau para assumir no dia 1 ° de no ato. O terreno estava hipotecado em favor de Luiz Altenburg que com a
Os outubro de 1913, suas funções no recém-fundado Seminário de Santa Cruz do compra pela Sociedade Escolar Escola Nova foi liberado conforme registro a
alu Sul - RS. Strohtmann foi homenageado pelos colegas, alunos e membros da tIs. 6, livro nO 85 de 12 de agosto de 1915, no Cartório Margarida (ex-Fides
nos Sociedade Escolar que lhe desejaram felicidades em sua nova função. Se a Deeke) e Registro de Imóveis 1 ° Ofício Roberto Baier, Comarca de Blumenau,
da Escola Nova ocupou lugar de destaque na vida escolar de Santa Catarina, o livro nO 3-A, tls. 95 sob nO 8.137. A Sociedade Escolar Escola Nova recorreu
Esc mérito coube ao Reitor Friedrich Strohtmanll. de hipoteca em favor da Caixa Agrícola Cooperativa de Responsabilidade
ola Sucedeu a Strohtmann, o Professor R. Mangelsdorf, que contou na sua Limitada dos Agricultores do Município de Blumenau, da qual Bruno Hering
No gestão com os protessores G. A. Buechler, E. Zimmennann, K. Boettner, W. era o presidente. O empréstimo foi de quinze contos de réis em prestações
va, Haack, Alice Schwarzer e Lilly Baumgarten que miJústravam 19 disciplinas mensais de 5 % pagáveis no dia 13 de agosto de cada ano. O capital seria
alé para 260 alunos em seis classes. amortizado semestralmente em 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano. A
m 1914, Primeira Guerra Mundial, e como não podia deixar de ser, outorgada credora com um aviso prévio de seis meses poderia exigir o
também a Escola Nova colaborou para minorar o sofrimento dos soldados pagamento integral da dívida, e para garantia desta dívida hipotecou o terreno
alemães, durante a guerra, organizando para o dia 5 de setembro no salão adquirido.
teatral, apresentações de canto, música, coral misto e ginástica. Entre os No dia 4 de setembro de 1916, sob nO 100, livro I, fls. 8, foram
números foram apresentados "O servo da Pátria", "Dança das Bandeiras", registrados os Estatutos da Sociedade Escolar Escola Nova, que foram
"Tambor da Alvorada", "Despedida", duas canções para
reformulados no dia 5 de novembro de 1938, livro nO 4, tls. 95V, como
Sociedade Escolar Pedro 11.
Em 1917, Georg August Buechler mudou-se para São Paulo e o Dr.
Herbert Koch, que se fonnara em Jena - Turíngia, doutor em filosofia e dois
anos de pós-graduação, solicitou ao Ministério de Negócios Exteriores do
Império para lecionar em escolas do exterior, chegando a Blumenau em 1917,
quando assumiu a direção da Escola Nova. O Doutor Herbert Koch foi
cumprimentado por Friedrich Blohm, Alwin Schrader e G. A. Koehler e outros
membros da diretoria e também pelos professores Boettner, Drawin e
ZimmenmuUl. No período de 1916 a 1919, não foram publ icados programas
de festividades pela imprensa, entretanto, as festas internas e coletas
continuavam, principalmente, para arrecadar fundos para os tlagelados de
guerra. O Dr. Herbert Koch permaneceu em Blumenau o período de 1917 a
1919.
Nos últimos anos foram alugaelas duas salas em casas particulares para
atender as necessidades da escola, sendo também providenciado um grande
espaço coberto com folhas de zinco, que atendia também a Associação
Ginástica Blumenau.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Escola Nova, que tinha cinco
classes, techou suas portas no dia 30 de novembro de 1917, reabrindo no dia 18
de tevereiro de 1920 com quatro classes. No dia 5 de setembro do mesmo ano,
os alunos da Escola Nova apresentaram as cenas hwnorísticas "A Gazeta",
"Valentão como há muitos", "A partilha da terra", "O segredo" e "A visita".
Pelo Natal, com a participação do coral misto, no salão do teatro, os alunos da
Escola Nova apresentaram em três partes "Um jogo do presépio alemão",
baseado em velhas canções e jogos populares de autoria do Doutor Hans
Stuebler; a primeira parte foi o prólogo, a segunela, o jogo dos pastores e a
terceira os três reis. Em 1921, o programa da noite de entretenimento, no dia 20
de maio, apresentou entre outros números do programa dividido em três partes,
o quadro da época "Escolas Populares" de Otto Arendt. Entre as apresentações,
as mais bonitas e que mais sensibilizavam a platéia, pela programação
apresentada, certamente eram as testas de Natal. A peça teatral em três atos de
Therese Haupt "Como a pequenina Else foi procurar () menino Jesus", conto de
faelas de Natal, apresentado no dia 18 de dezembro de 1921, foi wn sucesso.
A tàlta de espaço na Escola Nova levou os associados a uma assembléia
geral, no dia 4 de fevereiro de 1923, para decidirem sobre a construção do novo
préd io que em 1924 passou a atender as necessidades da juventude
blumenauense. A escola, sej,'lJndo relatório da época, foi
construída em "ótimo local, sem barulho e sem pó" e com uma vista ma-
ravilhosa da simpática cidadezinha, cercada de verde, onde viviam animais". O
Natal de 1924, foi marcado pela apresentação da peça teatral de autoria de
Dethloff Schulz, "A flauta de S. Nicolau", no dia 20 de dezembro. Também
marcaram as festas de Natal as peças teatrais: "Milhares de mãozinhas", em 6
quadros de M. Moeller (19/12/1925). "Janelinha de sol e o Rei da terra de
Glitzer", em 5 atos de M. Moeller. Esta peça teve a participação do Maestro
Heinz Geyer na parte musical (18/12/1926). O conto de faelas de Natal
"Rotkopf Joerge" de Otto Roth, apresentada no Teatro "FrohsiIUl", teve a
colaboração do Club Musical sob a regência do Maestro Heinz Geyer e a
direção a cargo do diretor Kurt Boettner. Foi um grande sucesso (15/12/1928).
Em 1927, foi fundado o Jardim de Infância, que em 1930 passou a ser
orientado pela Professora Bertha Girrulat, ela Escola Nova, especializada em
orientar os pequeninos. Na mesma época foi feito wn acordo com a Associação
Ginástica Blwnenau para a utilização das dependências, sem ônus. Neste ano
também começou a funcionar a "Haushaltungschule" (escola feminina).
O ano de 1929, marcou a Escola Nova com dois grandes espetáculos
artísticos realizados no Teatro "Frohsinn", sendo o primeiro em benetlcio da
Escola Nova no dia 1 ° de maio, à noite, com a apresentação de "Hackelberg
dos fundos da banana e a teoria ela relatividade"; o segundo no dia 27 de
outubro, pela manhã, com a seguinte programação:
1) Canto em conjunto - "Louva e honra o Senhor o poderoso rei";
2) Com o Club Musical:
a) "Largo de Haendel";
b) "Egmont com ouverture de Beethoven;
3) Apresentação dos alunos:
a) "A árvore das pequenas almas" de Avenárius;
b) "A morte dourada" de Avenárius;
c) "A Pátria" de F. VialUla;
d) "A liberelade das aves" de O. L. Brisola;
4) Canto coral:
a) "Eu imaginei uma pequena canção";
b) "As tI orzinhas, e Ias dormem";
c) "Boa noite, boa noite";
5) Alocução
6) Hino Nacional por todos
7) Apresentação dos alunos:
3)
a) "O rio e o regato" de F. V. Barbosa;
b) "O colono alemão" de O. Meyer;
c) "Ludovico o badense", wna cena de L. Uhland;
8) Canto coral:
a) "Suave chega ao meu coração";
b) "Do alto céu seu anjo vIrá";
c) "Do tempo da juventude".
9) Com o Club Musical - abertura de "As alegres comadres de Windsor" de
Nicolai;
10) Canto conjunto - "Até aqui Deus me conduziu"
A Comunidade, além de participar de promoções artísticas e culturais em
benetlcio da Caixa Escolar, também doava material como cademos, bolas, esteiras,
bastões, cordas para pular, caixas para ferramentas e outros materiais.
A Escola Nova adotava em suas aulas métodos modernos .. e a partir da
Primeira Guerra Mundial, as aulas de Geografia, História do Brasil, Educação
Moral e Cívica (Staatsbürgerkunde), e Canto eram ministradas em português. Aos
alunos que quisessem cursar a "Oberrealschule" em S. Paulo, eram ministrados
cursos em Inglês, à tarde.
O ensino do Português era fundamentado na conversação, leitura e
interpretação. Partindo do concreto, o objetivo de todo o ensino era evitar qlle o
aluno decorasse sem a devida compreensão, e para capacitar o aluno a se expressar
corretamente sobre qualquer tema, os professores ministravam aulas
interpretativas. O Português ministrado era o adotado nos Grupos Escolares e
Cursos Complementares (Decreto nO 3318, de 24-10-1928). O ensino da
Aritmética era ministrado abordando temas da vida real, para que os alunos
achassem a solução com segurança, resolvendo os problemas analiticamente. O
Desenho e a Pintura eram baseados em observações da natureza como t10res,
frutas, fazendas, jardins, natureza-morta, etc. Também faziam desenhos planos,
figuras geométricas, etc. Em História Natural (antropologia, zoologia, botânica,
mineralogia e geologia) tàziam excursões, visitas a fábricas, ministrando as aulas da
forma mais real possível. A Escola Nova adotava o lema do grande pintor da alma
alemã, Hans Thoma - "Só abra os olhos - e tudo é belo". Segundo os professores,
"as crianças deviam ser encaminhadas para as belezas do mundo ".
Em 1930, a Escola Nova contava com Hans Sattler na direção e os
professores, Cecílie Blohm, Bertha Girrulat, Emmi Isebarn, Arnaldo Jardim, Gentil
Lázaro, Martha Sãttler, Alice Thiele, Roberth Werdt,
promovia exposições de desenhos, trabalhos manuais e projeção de "slieles" e
filmes, porém desinteressou-se pelas manifestações artísticas (música, teatro e
Eduard Wenzel e Edith Stoeterau. Com S~ittler, no dia 13 de dezembro de 1930, a
Escola Nova e o Club Musical programaram no Teatro "Frobsilm" uma noite
musical com músicas e canções e também uma exposição dos trabalhos manuais.
Segundo a crítica, poucos compareceram ao Teatro "Frohsilm", não imaginando o
trabalho produtivo do Diretor e Professor Sattler, que em poucas palavras falou
sobre os quarenta anos de funcionamento da escola, dizendo ainda que "as crianças
devem ser educa das com os olhos abertos para enfrentar a realidade da vida".
Foram apresentadas pérolas dos mestres alemães como Loewe, Schubert e Robert
Franz. O coral esteve ótimo bem como os solos acompanhados ao piano. Também a
orquestra do Club Musical trouxe as necessárias variações na programação. Na
exposição apareceram ótimos trabalhos mallUais, pequenos trabalhos de artes
plásticas, quadros, etc. A exposição dos trabalhos foi uma idéia muito feliz do
diretor. O Diretor e Professor Hans Sattler dirigiu a Escola Nova até 1933, e sob sua
direção continuaram as exposições de trabalhos dos alunos. Sattler primou em
elevar o nível da escola sob sua direção promovendo a arte e a cultura, e assim, no
dia 10 de novembro de 1931, promoveu nas dependências da Escola Nova, o tema
"No país das faelas" que englobava:
1) "Huldigung no reino das fadas" um espetáculo dos pequenos
2) "As boelas ela primavera com a terra e a despedida elo verão";
3) Dança (roela) com canto coral "O caçador de ratos";
4) Kasperle Spiele (bonecos);
5) "Branca ele Neve" (cenas de fadas) de Theodor Storn;
6) Um conto de fadas em ielioma português;
7) "J oãozinho e Mariazinha", "O guardião dos porcos" (teatro de sombras) e "A
viagem ao interno" de Schneider (teatro de sombras com coral) ;
8) "Princesa Rio de Sol" - teatro (conto de fadas com música e dança); e ainda:
"No país da utopia", "Na casa elos ladrões dos músicos da cidade de Bremen",
"No palácio da rosinha silvestre", "No reino da rainha da neve", "Na casinha de
doce de menta da feiticeira". No dia 30 de junho de 1932, os alunos da Escola
Nova se apresentaram no Teatro "Frohsinn" em benetlcio da Escola Feminina
com a peça teatral de autoria de E. Pandenborgh "Noite Luar". As noites de
entretenimento, além de agradáveis, também eram realizadas para angariar
fundos, e no Teatro "Frohsinn", no dia 10 de dezembro, foi apresentado o
drama "Sonho da tloresta" com o coral da escola. Nessas promoções também
eram rifados trabalhos dos alunos e prendas doadas pela Comunidade.
Em 1933, era diretor da Escola Nova o Doutor Luelwig Sroka, que
canto) elos alunos que tantos louros carearam para a escola. No dia 18 de
março de 1933, com convite extensivo aos pais, os alunos assistiram no Teatro
"Frohsinn", "slides" sobre a "Noruega terra e povo". Com Sroka foram
projetados filmes sobre os mais diversos assuntos entre eles: I - "Com o Graf
Zeppelin no Ártico'; "O Bremen, rainha dos mares" e o tílme humorístico
"Artes de Tertiane" (31-71933). 1 - "O homem" (anatomia elo corpo lJwnano)
; 2 - "O que muitos não sabem" experiência sobre Física e Química; 3 - "Da
vida do solitário câncer"; 4 - "Mungo, o matador de cobras" (luta entre Mungo
e a cobra); 5 - "Pingüins, cães e leões marinhos"; 6 - "Culto religioso e
cremação de corpos em Bali"; 7 - "Com o Graf Zeppelin no Aretis"(29-
5-1934). No dia 30 de outubro de 1934, os alunos assistiram no Teatro
"Frohsinn" os filmes culturais: 1 - "O dia do reino" Nuerenber,g - 1933; 2 - "A
classe atlética Européia"; 3 - "O Rena Alemão"; 4 - "A África que ri", no dia
14 de maio de 1935 os alunos assistiram: I - "Os sete cidadãos de Sachsen";
2 - "No reino do carvão"; 3 - "O mar do Oeste"; 4 - "Hindenburg nas manobras
de outono de 1930"; 5 - "Viagens e migrações da juventude"; 6 - "Priembacke
e o peixe espada", e muitos outros filmes e "si ides" .
Em 1938, Sroka ainda era diretor da Escola Nova, e como fazia durante
os anos da sua gestão, anunciou a data da matrícula para o Jardim de Infância,
Escola Básica, Realschule e Escola Comercial (contabilidade, datilografia,
correspondência comercial em português e alemão, cálculos comerciais,
português para principiantes e adiantados e ainda aulas de Inglês). Anunciou
também a contratação de ma is três professores, contando a escola com nove
professores em quatro classes na Escola Profissional Noturna de Blumenau,
quinto ano letivo (União de Artífices).
Com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, as escolas
alemãs foram techadas, principalmente a Escola Nova, cujo Diretor Sroka,
desde 1934, era chete da Organização Nacional Socialista dos Professores das
Escolas Alemãs de Santa Catarina.
A Escola Nova desde sua criação era visitada por pessoas de destaque
que inquiriam os alunos deixando tennos de visita. Entre eles, o General
Freiherr von Gay, sobre História e Ginástica, e seu acompanhante Doutor
Wajemann do Chile, sobre História Natural e Desenho; Carlos de Araújo,
Doutor em Ciências Políticas e Sociais do Ministério
da Agricultura do Rio de Janeiro, examinou os alunos em Português e História
do Brasil, consignando louvores e augurando os melhores votos de
prosperidade; Doutor Paul Aldinger, elogiou os alunos em Cálculos e Português
prático; o Doutor Uhle, professor de Geografia de Rostock, examinou os alunos
em Geografia e Canto, e assim era avaliado, na época, o ensino da Escola Nova.
A escola também foi visitada pelo Governador Vidal Ramos, Governador
Hercílio Luz, Juiz de Direito de Blm~l~n~u, Doutor Pedra da Silva, General
Vespasiano de Albuquerque e oflcJalldade do 55° B.C., Cônsul Imperial
Alemão Doutor Grienke, integrantes do Teatro Alemão para a América do Sul e
outros visitantes ilustres. O corpo docente selecionado e as diretorias que
administranlln a Sociedade Escolar e que contaram com os presidentes Max
Merck (1889-1891), Heinrich Probst (1891-1906), Friedrich Blohm (1906-
1922), Rermam Mueller Hering (1922-1924) e Adolph Poethig de 1924 em
diante, muito contribuíram para que a Escola Nova fosse uma das mais
conceituadas não só em Blurnenau e sim em todo o nosso Estado.
Um fato pitoresco na história da Escola Nova eram as testas de Solstício
que se realizavam em junho com fogueira, declamação de poesias, rifas e troca
de presentes. Também eram constantes as excursões e o hábito de alojar alunos
visitantes em casas particulares. Em certa ocasião, os alunos da Escola Alemã
do Rio de Janeiro visitaram Blumenau, sendo recepcionados em Badenfurt.
Aos visitantes foram proporcionados jogos, ginástica, natação, excursão ao
Salto Dittrich, encerrando com churrascada na propriedade dos Hering. Antes
de regressarem ao Rio de Janeiro, os visitantes foram até Hansa.
A tllosotía da escola era "NOSSAS CRIANÇAS DEVERÃO SABER
PARA SE TORNAREM FUTURAMENTE PESSOAS FELIZES,
CIDADÃOS FIÉIS E CAPAZES NESSA ABENÇOADA TERRA DE SOL".
Em 5 de novembro de 1938, a Sociedade Escolar Escola Nova re-
formulou seus Estatutos como Sociedade Escolar Pedra Il, e no dia 14 de
fevereiro de 1939, às 17 horas, foi realizada a Assembléiq Geral Ordinária com
a seguinte ordem do dia: a) prestação de contas de acordo com os Estatutos
Sociais; b) nomeação dos tiscais de acordo com os Estatutos Sociais; c)
assuntos de interesse geral. A convocação para essa assembléia foi assinada por
José Ferreira da Silva - 1 ° secretário, e datada de 2 de fevereiro de 1939.
Também o aviso de matrícula para o ano de 1939, foi assinada pelo Diretor
Rudolfo Gerlach.
Inicialmente, a Escola Pedro II funcionou somente com a Es<.:ola
Básica, porém em Notícias Locais, o "Der Urwaldsbote" de 5 de maio
de 1939, refere-se ao Jardim de Infância com a seguinte nota: "Custeado pelos
oficiais e sargentos do 32 o B. C., vai ser aberto o Jardim de Infância anexo a
Escola Pedra II nesta cidade. As matrículas absolutamente gratuitas estão
abertas desde já. Os pais das crianças obterã? as .il/formações com o Capitão
Eduardo Augusto de Bastos no Club Glllástlca ou com o Diretor da Escola
Pedro 11". Logo em seguida, com o ato do Governo EstaduaL de 20 de juLho
de 1939, foi criado o Curso Complementar(2).
Em 1940, a Sociedade Escolar Pedro 11, publicou um aviso no "Der
Urwaldsbote", assinado pela diretoria, convocando para Assembléia Geral
Ordinária no dia 10 de março, às 9 horas da manhã, no salão da escola com
leitura do Relatório do Diretor, prestação de contas e assuntos de interesse geral.
Nos festejos de 7 de setembro do mesmo ano, o coral da Escola Pedro 11 cantou
a canção "S. João d' Aragão", e em 3 de setembro de 1941, durante a Semana da
Pátria, foram homenageados a indústria e o comércio, usando da palavra o
Promotor Doutor J.osé Ribeiro de Carvalho.
Em 1942, a Escola Pedro 11 era particular, funcionando o Jardim de
Infância Fundamental Comum e o Complementar Equiparado, sendo Rudolfo
Ge'rlach o diretor. Na Assembléia Geral, convocada para o dia 8 de abril do
mesmo ano, além da apresentação do Relatório do Diretor e prestação de contas
foi discutida a venda ou arrendamento do patrimônio da Sociedade Escolar
Pedra 11. Apesar da discussão nada foi resolvido, sendo convocada uma
Assembléia Geral Extraordinária para o dia 11 de maio de 1942, às 21 horas, na
sala de reuniões, para discutir e votar a proposta de cessão do patrimônio da
sociedade e dissolução da mesma. Entretanto, a Escola Pedro 11 só foi doada ao
governo por decisão da Assembléia Geral Extraordinária do dia 8 de junho de
1942. A resolução de doação, feita pela Sociedade Escolar Pedro 11, foi tomada
no dia 13 de junho de 1942 (Cidade de Blumenau de 17-6-1942). Na ocasião, o
Interventor Nereu Ramos, prometeu transformar o importante estabelecimento
de ensino em Grupo EscoLar e que continuaria a funcionar no mesmo prédio até
que fosse construído no ano seguinte um novo prédio, obedecendo às normas e
linhas modernas dos Grupos Escolares. A construção seria feita em terrenos que
pertenciam à Sociedade Escolar Pedro lI, fazendo frente com a Alameda Rio
Branco.
A Escola Nova foi integrada à rede pública EstaduaL através do De-
creto nO 2747 de 12 de agosto de 1942 com o nome de Grupo Escolar Mo-
delo Pedro n, e do Decreto nO 2748 com o nome de Curso Complementar Pedra
lI, tendo como primeiro diretor o Professor Rodolfo Gerlach.
No dia 30 de agosto de 1942, por iniciativa dos professores dos Grupos
Escolares "Santos Dumont", "Luiz Delfino" e "Pedro 11", foi realizada uma
Hora Cívica na PRC-4, às 18 horas, com canções patrióticas, usando da palavra
os professores Antônio Cordeiro e Atalá Branco (enaltecendo Getúlio Vargas e
contra o nazismo). Nos primeiros dias de fevereiro de 1943, o Professor
Abelardo Souza substituiu Rodolfo Gerlach na direção do Pedro 11 (Rodolfo
Gerlach foi indicado prefeito de Brusque).
O Grupo Escolar Modelo Pedro 11 encerrou o ano de 1944 com uma
programação em duas partes. Na primeira parte foram entregues os certificados
aos alunos do 4 ° ano e os diplomas aos alunos do Curso Complementar.
Discurso do paraninfo Tenente Coronel José de Mello Alvarenga e palestra do
Diretor. Na segunda parte foi apresentada a Rapsódia Brasileira em seis
quadros, focalizando cenas tradicionais do Brasil com músicas de Antônio
Almeida, Ari Barroso, Dorival Caymi, Custódio Mesquita, Spártaco Rossi e
Guilherme de Almeida. O espetáculo foi muito elogiado.
O Curso Complementar Pedro lI, foi por alguns anos, equiparado ao
Curso Normal, porém com o Decreto-Lei nO 316 de 4 de dezembro de 1946,0
Curso Normal passou a funcionar regularmente, cessando o Curso
Complementar.
Rodolfo Gerlach, foi o diretor de transição de Escola Nova para Escola
Pedro lI, de 1939 até 12 de agosto de 1942, quando a escola foi integrada à rede
estadual como Grupo Escolar Modelo Pedro 11. Seguiram a Rodolfo Gerlach,
Abelardo Souza (1943), Orlando Ferreira de Mello (1945) e Zuleika Mansani
(1946). Em 1947, Rodolfo Gerlach volta ao Pedro 11 como diretor da Escola N
onnal, dando também início ao funcionamento do ginásio, que somente foi
criado no dia 5 de janeiro de 1951, pelo Decreto nO 880. O primeiro corpo
docente da Escola Normal Pedro II contou com o Dr. Afonso Rabe (Higiene e
educação sanitária), Dr. Armínio Tavares (Anatomia e fisiologias humanas e
biologia educacional), Déspina Nicolau Spírides (Sociologia Geral), Dr. Diogo
Vergara (Física e química), Heinz Geyer (Música e canto orfeônico), Joaquim
Floriani (Matemática), Joaquim de Salles (Português e literatura), Ludwig
Emmerich (Desenho e artes aplicadas), Orlando Ferreira de Mello
(Metodologia geral e do ensino), Dr. Paulo de Carvalho (Psicologia geral),
Frieda Liesegang (Trabalhos Manuais) Libório da Silva e Renato Benito
(Educação Física).
 formou a primeira tunna de normalistas: Orla Kilian, Vrsel Vta Helma Kilian e
Wilson Alves Pessoa.
A nomeação do Maestro Heinz Geyer para lecionar Música e canto
orfeôníco, colocou a Escola Nonnal Pedro II em destaque. O coro orfeônico se
apresentava com freqüência em promoções artístico-culturais, entre elas a
homenagem ao centenário de nascimento de Rui Barbosa, no dia 5 de novembro
de 1949, no Teatro "Carlos Gomes", quando o coro apresentou, "Meu Brasil" e
"Apoteose". Geyer fez os arranjos para orquestra, coral e solos das peças
musicais, "Cantar para viver", "Casinha Pequenina", "Azulão", "Luar do
sertão", "Para ninar", "Pescador da barca bela", "Nhapopé", "São João" e "A
pombinha voou". Durante os festejos do Centenário de Blumenau (1950),
integrantes do Coro OrfeôIÚCO da Escola Normal Pedro 11, participaram da
"premiere" da ópera "Anita Garibaldi" em três atos de José Ferreira da Silva,
musicada por Heinz Geyer. O coro orfeônico sob a regência de Heinz Geyer e
colaboração de Iris Ramers, funcionou por muitos anos com sucesso.
Em 7 de janeiro de 1957, pelo Decreto 294 foi aprovado o Curso
Colegial e a Escola N onnal Pedro 11 com os cursos Clássico e Científico
passou a Colégio Normal Pedro lI. Rodolfo Gerlach dirigiu o Pedro II até 1958,
N e na sua gestão o Grupo Escolar Modelo Pedro 11 foi dirigido por Iris FadeI
o (1949), Jair Silva (1950), Alberto Cúrcio (1951), Leda Vaz Laux (1953), Lúcia
dia Lucchesi dos Santos (1955), Josefina Silveira (1956). Sucedeu a Rodolfo
15 Gerlach, Wigand Gelhardt (28/8/1959 até 26/3/1963). Com o crescimento da
de população escolar, a falta de espaço fez com que fosse adaptado para salas de
dez aulas, o salão da ex-Associação Ginástica Blumenau. Funcionaram na direção
em do Grupo Escolar Modelo Pedro 11, Josefina Silveira (1959) e Antônia Emília
bro Alves Barraca (1961). Joaquim Floriani sucedeu a Wigand Gelhardt (27/3/1963
de até 28/4/1974). Com Joaquim Floriani voltou a disciplina ao Pedro lI. Na época,
19 por falta de espaço, parte dos alunos do Pedro 11 assistiam suas aulas no Grupo
49, Escolar "Luiz Delfino". Com Joaquim Floriani foi iniciada a construção dos
a prédios para instalação dos laboratórios de Técnicas Industriais e, Comerciais.
Esc Na direção do Grupo Escolar Modelo Pedro II ou Escola de Aplicação Pedro 11,
ola atuaram Doris Sanseverino (1964), Amália Silva Anders (1966), Laura da Silva
No
Siqueira (1968) e Amaury Pacheco (1971). Na administração de Joaquim
rm
Floriani foram criadas pelo Professor Lothar Krieck as Feiras de Ciências
al
realizadas ,
Pe
com sucesso nas dependências do Pedro 11, e onde a Sociedade Brasileira para o
dro
Progresso das Ciências já sediou reunião anual. Além da tanfarra,
11, também teve .seu lugar de destaque, na administração Floriani, o coral e a
escola de pmtura. Com a saída de Joaquim Floriani, assumiu José Valdir
Floriani (28-4-74 até 30-7-1975), a quem coube aplicar a Lei nO 5692. A
primeira série do segundo grau começou a funcionar com a autoriz~ç~o nO 114
da SEE de 1974, e no término da gestão de José Valdir Flonam, o segundo grau
do Pedro 11 já se adaptara a Lei nO 5692, sendo aprovada pelo Conselho
Estadual de Educação. Com a saída de José Valdir Floriani, assumiu as funções
de Diretor Geral, Amaury Pacheco (1975-1978), que nomeado em 1978,
aposentou-se em 1981. Amaury Pacheco começou no Pedro 11 em 1949. Foi
secretário, professor de trabalhos manuais (1950), educação fisica (1954-1959),
assistente de direção (1962), substituto do diretor geral por diversas vezes.
Como diretor do prime~o ?rau (1971-19~5), foi assessorado por Laura da Silva
Siqueira nas pnmeIras quatro sénes. Como diretor geral teve ainda como auxi-
liares no primeiro grau Helga Ell1lnel Koch (1976) e Ivone M. Jensen (1977);
no segundo grau, Gelindio Busarello (1976 e 1977).
A adaptação à Lei nO 5692 dos cursos de magistério téCIÚCas redator
auxiliar e das primeiras quatro séries do primeiro gra~, foi ap~ovada pelo
Governo Estadual pelo Decreto nO 902 de 9 de setembro de 1975.
Pelo Decreto nO 749, de 25 de aio de 1976, foi criado o Conjunto
Educacional Pedro 11.
A Associação de Pais e Professores fundada em 1948 foi reativada
registrando seus Estatutos no Cartório de Getúlio Vieira Braga, no Livro A-8,
fls. 18, no dia 8 de agosto de 1977.
Os cursos de Habilitação Básica em Construção Civil e Oficial de
Farmácia começaram a funcionar em 1978, ano em que também foram
inaugurados os prédios destinados à Administração e à Cantina Escolar. Sob a
administração de Amaury Pacheco foi inaugurado (1981) o prédio para o
funcionamento de classes especiais (deficientes auditivos e cegos).
Em 1981, assumiu a direção geral do Conjunto Educacional Pedro 11,
Gelindio Busarello que dirigiu o estabelecimento até 25 de setembro de 1984.
No dia 19 de junho de 1984, com a participação de professores
funcionários, representantes da A.P.P. e C. C., foram realizadas eleiçõ~ es para
a direção geral do estabelecimento, sendo eleita a Professora Ivone J ensen que
não foi nomeada por interferência de terceiros. Para acalmar os âIÚInOS, no
dia 26 de setembro de 1984, assumiu a direção geral do estabelecimento o
Professor Victor Sasse, com o compromisso de realizar eleições assim que o
clima fosse propício. No dia 6 de julho de 1985, foram realizadas eleições, as
primeiras no Estado; concorreram
3)
2)
COLÉGIO DAS IRMÃS DA
DIVINA PROVIDÊNCIA (Colégio
Sagrada Famflia)
os professores Olivo Pedron e Leonir Alba. Foi ~leitor o ~ofessor Leonir Alba
Em 1895 a convite do Monsenhor Tombrock, então Vigário de
para diretor geral que tomou posse no dIa 12 de julho de 1985. Para diretores do
Florianópolis, a~ Innãs da Divina Providência iniciaram suas atividades no
10 e 20 grau foram indicados, com respaldo dos colegas e apoio da direção geral,
0 0 Brasil.
Oscar A. da Silva e Dinorá Gonçalves para o 2 e 1 grau, respectivamente.
No dia 27 de abril de 1895, chegaram a Blumenau as Irmãs Anna,
A Professora Ivone Jensen entrou em licença-prêmio no dia 5 de
Rufina e Paula procedentes da Alemanha e que passaram a residir na
fevereiro de 1985 e em seguida para tratamento de saúde. Demitida, reassumiu
"Gespensterstrasse"(Rua dos Fantasmas), dedicando-se ao ensino de atividades
suas funções como administradora escolar, no Conjunto Educacional Pedra lI,
domésticas, trabalhos manuais e costura. Em 1896 foi iniciada a constmção do
em fevereiro de 1986. Wilson Alves Pessoa, também candidato ao cargo de
Colégio em terreno adquirido de Gaspar Braun. No dia 20 de março de 1899,
diretor geral em 1984, antes de ser exonerado do cargo de diretor do 2 o grau e,
após uma Santa Missa celebrada pelo Pe. Daniel Hostin e bênção, a primeira
quando ainda estava em gozo de licença-
parte do prédio constmída foi ocupada, pois no mesmo ano as Irmãs se
prêmio, solicitou aposentadoria. "
encarregaram também da educação dos meninos (Curso Elementar) até que em
Os alunos do Conjunto Educacional Pedro II assIstem aulas, fazem
1904 os Padres Franciscanos os assumissem. As obras foram concluídas em
pesquisas e outras atividades nos prédios que integram o conjunto numa área
1900 e o Colégio abriu suas portas a grande número de crianças em sua maioria
aproximada de 31 mil metros quadrados confrontando com as ruas: Pandiá
pobres. A colaboração do povo blumenauense foi fundamental na manutenção
Calógeras, Alameda Rio Branco e Mal. Floriano Peixoto.
do Colégio, que proporcionava ainda o Ensino Elementar de música, trabalhos
O prédio mais antigo do conjunto foi construído em 1923, pela
manuais e pintura sob a orientação das Innãs Anna, Rufina e Paula.
Sociedade Escolar Escola Nova. Em 1917, a Associação Ginástica Blumenau
2 Paralelamente a essas atividades as Irmãs, também, se dedicavam à
adquiriu da Escola Nova um área de terras com 11. 383m , e. em 1924, mais
2 enfermagem ambulante, surgindo a idéia da construção do Hospital Santa
uma área de 840m onde foi construído e inaugurado no dia 3 de agosto de 1924
Isabel. O Colégi.o foi dirigido pela Irmã Paula até 1927. A Irmã Anna, após um
a sede da Ass~ciação Ginástica Blu~n~na~.e que at~almente é o sétimo prédio
ano de atividades adoeceu voltando para a Alemanha, e a Irmã Rufina faleceu
do conjunto. O segundo predlO fOI construldo em 1963' o terceiro e o sexto em
em 1916.
1969; o quarto e o quinto em 1978; o oitavo eI~ 1981; o nono em 1985; o
No dia 6 de dezembro de 1914, foi apresentado o primeiro programa de
décimo em 1982, onde funciona a 4a VCRE. Nesse local funcionou no tempo da
caráter beneticente realizado na Casa São José em benefIcio .da Cruz
Escola Nova, um prédio especialmente construído para abrigar o Jardim de
Vermelha. As alunas apresentaram: "Valsa" de Schramm com plano cítara
Infância e que foi mandado construir por Adolph Poethig, presidente da
violino e bandolim. De Mendelssohn foi apresentada a "March~" com 'piano e
Sociedade Escolar Escola Nova. Posteriormente o prédio abrigou o Serviço
violino. Também foi apresentada a comédia em Ul~ ~to "A Filha Adotiva" e
Nacional de Malária e as Escolas Reunidas "Irmã Bernwarda". Nos prédios
em cinco atos, às 6 horas da tarde, com a mUSlca "Frühlingserwachen"
funcionam: o 1 o e 2 o grau (matutino, vespertino e noturno), cursos de m~gisté-
(Despertar da Primavera) de Bach, com piano ~ c!tara, a peça "Vitória do Amor
rio e redator auxiliar (matutino, vespertino e noturno), oficIal de farmácia
Cristão". Em 1915, as alunas do ColeglO realizaram uma :festa escolar em
construção civil, núcleo comum, turma extra-escolar de preparação ao'
benefício do Hospital no salão da Casa São José. Entre os números foram
vestibulàr laboratório de física, química, biologia e ciências,
, •• A' • , • apresentadas pantomimas e as peças teatrais: "O Thaler Ganho" e "A Caça
sala de estudos sociais, desenhos e projetos arqUltetorucos, pmtura, musI- Selvagem", no dia 5 de dezembro. No mesmo ano, as Irmãs recebem sob sua
ca, fanfarra, educação física, classes especiais (Deficientes auditivos .e cegos),
tutela duas mulheres e 14
cantina escolar, supervisão escolar, departamento de pessoal, dI-
reção geral, diretores de curso, APP, arquivo. .
Atualmente, o Conjunto Educacional Pedro lI, um dos maIOres do
Estado, entra na Era da In:fonnática, e o deve à sólida fonnação dos seus
fundadores e ao apoio da Comunidade através dos anos.
4)
crianças indígenas que foram capturadas nas matas blumenauenses e que além,
da grande dificuldade em ambientar-se, tentaram várias vezes a fuga.
Durante a Primeira Guerra Mundial as aulas continuaram ininter-
ruptamente, porém, com mudanças no regime escolar.
No dia 18 de outubro de 1924, foi realizado um ato festivo pelas alunas
do Colégio no Teatro "Frohsinn" com números musicais de piano, canto e
teatro com início às 8,30 horas da noite. Os números apresentados foram os
seguintes: 1 - "Macha festiva" de PieI com piano; 2 "Oração da floresta" de Abt
com canto; 3 - "O sino dançador", fábula dramatizada em quatro atos; 4 -
"Quadros dos belos tempos" de P. Spindler com piano; 5 - "Dança dos
elefantes"; 6 - "O poder dos espíritos", peça em um ato; 7 - "A voz do coração"
de H. van Gael com piano; 8 "Um quarto mal assombrado", comédia em um
ato; 9 - "Marcha festiva" de M. Franck com piano.
Em, 1928, foi criado o Jardim de lilfância com trinta crianças.
. atualmente desativada. Em 1962, foi criado o Curso Nonnal e em 1963, as
Em 1931, o Colégio Sagrada Família lecionava pintura, música, línguas
estrangeiras, trabalhos manuais, corte e costura, bordado à máquina,
escrituração mercantil, datilografia e estenografia. Para adquirir diploma
oficial, as alunas prestavam exame final no Colégio Santo Antônio.
O Colégio, além de ampliar suas dependências em 1925 e 1930, com o
crescimento da cidade, por volta de 1937, ampliou o prédio para instalar o
Internato que contava com setenta internas, sendo desativado em 1966.
Em 1939, o Colégio que contava com 581 alunos distribuídos em sete
classes (Jardim de Infância, Primário e Fundamental Secundário) é equiparado
aos Institutos de Educação oficiais.
Em junho de 1939, sob a direção da alunas Mercedes de Azevedo
Trilha, Dilma Zeredo e Ione Pamplona, apareceu no Colégio o jornal "O
Bandeirante", órgão das alunas do Colégio.
Em 1941, é construído o Campo de Esportes. Em 1942, foi realizada a
campanha "Pró-Língua Nacional" e melhorada a Biblioteca do Colégio. No dia
14 de agosto de 1943, organizada pela Irmã Rosa, foi realizada no Colégio uma
Hora de Arte.
Em 1945,' ano do seu cinqüentenário, o Colégio que continuou
crescendo, funda o Ginásio Sagrada Família, e para festejar os cinqüenta anos
de sua fundação, publica no jornal a "Cidade de Blumenau", o seguinte convite:
"A Comissão Organizadora convida a todos os amigos do Colégio Sagrada
Famflia para assistirem os festejos comemorativos do seu cinqüentenário de
fundação, constantes de uma missa campal de manhã e de uma sessão solene à
noite. A missa campal será às oito horas da manhã do dia 27 de abril no pátio
do Colégio Sagrada Famflia e às sete e trinta, sessão solene, no salão do
mesmo Colégio ".
Em homenagem ao cinqüentenário do Colégio Sagrada Família, o
Colégio Santo Antônio apresentou nos dias 19 e 20 de maio, o fIlme "O milagre
das rosas" .
Em dezembro de 1948, apareceu a publicação anual em forma de revista
ilustrada "Gorgeios", órgão do Ginásio do Colégio Sagrada Família. Impresso
na Livraria e Tipografia Blumenauense, continha desenhos, composições,
contos, poesias e notícias variadas. Circulou até 1955.
Pelo Centenário de Blumenau, em 1950, o Colégio colaborou acolhendo
caravanas de cidades vizinhas. Em 1952, o Colégio melhora todo o seu
equipamento e em 1959 é criada a Escola de Economia Doméstica,
alunas do Colégio publicam "Elo", um jornalzinho mensal sob a direção de
Lilia L. Luciano. A direção do mesmo era substituída de acordo com as
eleições do Grêmio Estudantil fundado em 14 de agosto de 1963. Circulou até
setembro de 1966.
N o dia 28 de junho de 1967, foram inauguradas as dependências do
atual Jardim de Infância.
5)
Em 1970, o Colégio festejou os seus setenta e cinco anos com a
seguinte programação:
Dia 26 de abril às 9 horas, Missa em ação de graças na Igreja Matriz São
Paulo Apóstolo e às 12 horas, no Colégio, churrascada.
Dia 30, às 20 horas na S. D. M. "Carlos Gomes", foi apresentada a Hora
Artística com o seguinte programa:
1) Hino do Estado de Santa Catarina pelo coro e orquestra da S.D. M.
"Carlos Gomes"
6) Oração proferida pelo professor Almerindo Brancher
7) Hino do Colégio, cantado por alunas do Curso Nom1al e repre-
sentantes do Curso Ginasial
4) Saudação pelos alunos do Jardim de Infância
5) Saudação por alunos do Curso Primário
6) Nunca se apague - poesia de P. Tarcísio Marchiori pela aluna Leila Elias
Cabral
7) Aclamação ao Colégio Sagrada Família de autoria de José Acácio Santana
pelas nonnalistas
8) Homenagem às ex-alunas
9) Aclamação
10) Protofonia "O Guarani" de Carlos Gomes pela Orquestra da S.D.M.
"Carlos Gomes"
11) Sonza tetto sonza cuna ... trecho da ópera "Guarani" de Carlos Gomes,
tendo como solista Franz Brack
12) Os céus cantam ... de L. wan Beethovem, coro e orquestra da S.D.
M. "Carlos Gomes"
13) Aleluia do oratório "Messias" de Haendel, coro e orquestra da S .D.
M. "Carlos Gomes"
O Colégio recebeu inúmeras congratulações, entre elas, do Secretário
da Educação e Cultura, Jaldyr Bhering Faustino da Silva; Dom Gregório
Warmeling, Bispo Diocesano; Evelásio Vieira, Prefeito MUlúcipal de
Blwnenau, autoridades e outros. Também foi confeccionado um bonito crachá
em fazendo com os dizeres: "Colégio Normal Sagrada Família. CNSF. 27 de
abril. 1895 - 1970. 75 anos. Blumenau - SC".
Em 1972, o Colégio Sagrada Família é o primeiro estabelecimento de
ensino em Blwnenau a implantar cursos profissionalizantes de 2 ° grau (Lei nO
5692, de 11 de agosto de 1971). Funcionavam na época os cursos:
Materno-Infantil, Primeiro e Segundo Graus e os Cursos Profissionalizantes
com opções para auxiliar de enfermagem, secretariado, auxiliar de escritório e
magistério; curso de inglês, educação artística e artes femininas, incluindo
atividades relacionadas com teatro, bordados,
piano, violão, tricô, crochê, pintura em tecido e em gesso, trabalho com argila,
couro e madeira, xilogavura e curso de datilografia. Funcionavam também,
salas cedidas para a Escolinha de Artes, Centro Cívico e a Academia "Carlos
Drwmnond de Andrade" .
Em abril de 1975, o Colégio festejou seus oitenta anos com wna
extensa programação:
Dia 22:
08:00 horas, missa Jovem na Igreja Matriz
09,30 horas, abertura da Ginca oi. .. tenta!
10:00 horas, sessão acadêmica no salão nobre do Colégio
13: 15 horas, início dos Jogos com a apresentação da primeira tarefa da
Ginca oi. .. tenta!
19:00 horas, abertura da Exposição Infanto-Juvenil na Casa do Artista.
Nos dias 23, 24 e 25, além da gincana, houve competições esportivas, e
no dia 26, sábado, às 9,30, foi encerrada a Ginca oi ... tenta!, entrega dos
prêmios e às 10 horas foi servido um coquetel. No dia 27, às 8 horas, foi aberta
a exposição de artes com trabalhos realizados durante o ano de 1975 por alunos
do 1 ° e 2° graus. Criatividade emyintura, tapeçaria, desenho, modelagem e
outras atividades artísticas. As 9 horas foi realizada a inauguração da Quadra
Esportiva com o descerramento da placa em homenagem à Irmã Maria Clotilde
Peters, que durante 26 anos dirigiu o Colégio. Às 10 horas foi Ílúciada a
competição de ."~andball'> num quadrangular entre os Colégios S. Luiz de
Brusque, Dlvll1a P:OVIdência de Jaraguá do Sul, Santos Anjos de Joinville e
Sagrada Família de Blumenau. Ao meio-dia houve uma churrascada de
confraternização entre pais e alunos.
À tarde, competição de voleibol entre os Colégios citados e entre-
ga de medalhas aos vencedores de "Volleyball" ~ ."Handball". ._
O Colégio possui dezenas de taças adqulfl~s em c~mp.etlÇo~s as mais
diversas inclusive nos jogos pré-olímpicos, feIra de CIenClas, bwlogia, etc.
Nas 32 salas de aula do Colégio funcionam atualmente o 1 ° Grau com
26 turmas (946 alunos) e O 2° Grau com 6 turmas (159 alunos).
O Jardim de Infância funciona com 13 tunnas (260 alunos) e a Creche,
para atender crianças de O a 2 anos, c~m prioridade ~ara professores e
funcionários e que foi inaugurada no dia 20 de fevereIro de 1984 com 10
crianças, conta, atualmente, com duas turmas nwn total de 35
crianças. /.
No primeiro grau são ministradas aulas de Português, Matematl-
8)
e a partir de 1979, Maria Bracht. Das Irmãs que atuam no Colégio têm
fonnação especial, Clotilda (Orientação Educaciona\), Maria Dalila Becker e
Lourdes Zibetti (Pedagogia).
"Desde a sua fundação até os dias atuais, o Colégio vem atendendo
a estudantes de todos os níveis sociais, dando atenção especial aos mais
ca, História, Geografia, Ciências, Ensino Religioso, Educação Artística, carentes. A escola é mista em todos os graus de ensino e tem como
Educação Física, Música, E.M.C., O.S.P.B., Inglês e Técnicas Comerciais. Filosofia promover a realização do ser humano, através de uma educação
No segundo grau são ministradas aulas de' Português e Literatura, evangelizadora e criadora para que o educando seja o sujeito de seu
Matemática, História, Geografia, Biologia, Física, Química, Geometria, próprio desenvolvimento e criador de um novo tipo de sociedade, onde o
Ensino Religioso, Educação Física, E.M. C., Educação Artística, O.S.P.B., respeito à dignidade humana e a promoção do sentido comunitário sejam
Didática e Prática de Ensino, Psicologia, Filosotia, Sociologia, Estrutura e os mais importantes para a vida ".
0
Funcionamento do EllSÍl10 de 1 grau.
O Colégio possui salas especiais para Música, Física e Química, O Colégio Sagrada Família sempre foi mantido e dirigido apenas pelas
Biologia e Educação Artística, além de duas salas de projeção e vídeo. Innãs da Divina Providência.
A Educação Física é ministrada num Campo de Esportes com duas
quadras polivalentes, mn campo de futebol suíço, uma pista de atletismo, além
do Ginásio de Esportes, onde confonne a Lei, os alunos têm três aulas SENAI
semanais, além de praticar atletismo, voleibol, handebol e basquetebol. No dia (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial)
5 de outubro foi inaugurado o Ginásio de Esportes Irmã "Angélica
Zimmennalm" .
A Segunda Guerra Mundial colocou o Brasil, país agrícola, na era da
A Biblioteca do Colégio conta com 11. 752 volumes, e desde 1985 o
industrialização. Para acelerar a formação profissional para a illdústria e
Colégio promove o festival de Arte e o Festival da Poesia com números criados
propiciar inclusive a fabricação de annamentos foi criado em 22 ~ janeiro de
e interpretados pelos próprios alunos.
1942, nos tennos do Decreto-Lei nO 4.048, o Serviço Nacional de
As festas escolares desde a fundação do Colégio são realizadas
Aprendizagem Industrial - SENAI.
principalmente no encerramento do ano letivo, quando são realizadas as
Instituição privada de âmbito nacional funciona às expensas da
exposições de artes plásticas. Paralelamente às exposições são realizadas
Confederação Nacional da Indústria, através da taxa de 1 % sobre a folha de
noites de arte no Salão Nobre com apresentações musicais, declamações,
pagamento, recolhida pelas empresas industriais.
canto, dança e teatro. Também são realizadas festas escolares cívicas, e algullS
São objetivos do SENAI:
anos atrás a parada de "Sete de Setembro" era abrilhantada com o tradicional
Colégio Sagrada Família desfilando garbosamente, tendo à frente a fantàrra a) realizar, em escolas instaladas e mantidas pela instituição, ou sob forma de
integrada por alunas do Colégio. cooperação, a aprendizagem industrial a que estão obrigadas as empresas
O Colégio é apoiado pelo COllSelho Consultivo de Pais que se reúne de categorias econômicas sob sua jurisdição, nos termos do dispositivo
bimestralmente, convocado pela Direção do Colégio. cOllStitucional e da legislação ordinária:
b) assistir os empregadores na elaboração e execução de programas gerais de
A Comunidade Religiosa é formada por doze Irmãs que se ocupam das
treinamento do pessoal dos diversos lúveis de qualificação, e na realização
mais diversas atividades. Três das Innãs exercem atividades domésticas,
de aprendizagem metódica mÍllÍstrada no próprio emprego;
enquanto que as demais exercem suas atividades nos diversos setores do
c) proporcionar aos trabalhadores, maiores de 18 anos, a oportunidade de
Colégio: recepção, vigilância, datilografia, tesouraria, setor de pessoal,
completar, em cursos de curta duração a formação profissional
cantina, serviço de orientação religiosa, magistério e direção geral.
parcialmente adquirida no local de trabalho;
O Colégio, desde a sua fundação, foi dirigido pelas Irmãs: Paula
(1895-1927); Wigberta (1927-1934); Arthuris (1935-1939); Benedictine
(1940-1948); Bernwarda (1948-1950); Clotilda (1950-1956); Glória
(1957-1963); Clotilda (1964-1971); Lourdes Zibetti (1972-1974); Maria Dalila
Becker (1975); DiOlúsia e Delcy Heck (1976-1977); Dácia (1978)
 d) conceder bolsas de estudo e de aperfeiçoamento a pessoal de direção e a
empregados de excepcional valor das empresas contribuintes, bem como a
professores, instrutores, administradores e servidores do próprio SENAI;
e) cooperar no desenvolvimento de pesquisas tecnológicas de interesse para a
indústria e atividades assemelhadas."
O SENAI é organizado com um Conselho Nacional e um Departamento
Nacional, órgãos centrais de planejamento, coordenação e controle, que se
articulam com os Conselhos e Departamentos Regionais, órgãos operacionais
sediados em cada estado do Brasil.
O SENAI de Santa Catarina com sede em Florianópolis esteve
vinculado ao Departamento Regional do Paraná de 1945 a 1954.
O Departamento Regional de Santa Catarina implantou em diversas
cidades com desenvolvimento industrial, Centros de Formação Profissional,
Centros de Treinamento e Agências de Treinamento.
Em Blumenau as atividades do SENAI tiveram Í1úcio em 1945.
Na época, os cursos funcionavam em instalações provisórias cedidas por
empresas (Itoupava Seca, Garcia e Bom Retiro).
Dirigiram o SENAI, na época, Gilberto Leal de Meirelles, sucedido por
José Carlos Gubert. Durante os cursos em instalações provisórias foram
iniciados os estudos para a construção da Escola de Aprendizagem de
Blumenau que começou a ser construída em 1952 e concluída em novembro de
1955. Na época, a escola contou ainda com a Agência de Treinamento
denominada Serviço de Treinamento na Indústria - SETI, e no liúcio de 1956
foram iniciadas as atividades de: ajustador, torneiro mecânico, mecânico de
veículos, eletricista e marceneiro.
Dirigiram a Escola de Aprendizagem até 1967: Dr. Clóvis de Souto
Goulart, Renato Wendhausen e Ermelindo Vicente Bugmallli.
Em 1968 a Escola de Aprendizagem foi transfonnada em Centro de
Formação Profissional, voltando-se para a fonnação de menores aprendizes
com programas desenvolvidos pelo SENAI e que compreendem: Cursos de
Aprendizagem Industrial, Cursos de Fonnação ProtíssionaI, Treinamento e
Aperfeiçoamento de Pessoal de Empresas, Formação de Auxiliares Técnicos
Industriais de 20 grau e Treinamento e Aperfeiçoamento de Pessoal do SENAI.
Os Cursos de Aprendizagem e de Fonnação Profissional preparam mão
de obra para os seguintes otIcios: mecânico ajustador, torneiro mecânico,
mecânico de veículos, eletricista, ferramenteiro, desenhista técnico mecânico,
desenhista arquitetônico, soldador elétrico e oxi-acetilênico, construção civil e
supervisão e gerência.
Atualmente o SENAI atua em três grandes áreas: Metalúrgica-mecânica;
Elétrica-eletrônica (curso técnico especial de eletrônica); Têxtil escola têxtil,
técnico têxtil com especialidade em contecções. (Na área têxtil atua desde a
costureira, mecânico de máquinas de costura, modelista, supervisão de
confecções e desenhista de modas).
Em 1977, o Centro de Fonnação Protissional de Blumenau, acionou
wna Unidade Móvel de Treinamento que desenvolveu suas atividades na
cidade de Timbó-SC com dois cursos de Mecânica Geral.
A coordenação do Centro de Formação Profissional de Blumenau
contou com Ennelindo Vicente Bugmaml (1968-1973); Cláudio Jair Moritz
(1973-1976); José Zen (1977); Cláudio Jair Moritz (1978-1984) e Danilo
Moritz a partir de 1984. Duas diretorias subordinam-se à Coordenação Central:
Direção dos Cursos de Aprendizagem e Direção da Agência de Treinamento.
Atualmente entre corpo docente e administrativo o SENAI conta com
63 funcionários.
O SENAI de Blumenau está localizado no bairro Victor Konder à Rua
São Paulo na 1147, nwna área 54.497,34 m2, totalmente ajardinada, onde
foram construídos blocos que abrigam a administração, salas de auIas, oficinas
de aprendizagem, almoxarifado, associação, etc.
SENAC
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
O SENAC foi criado a 10 de janeiro de 1946, tendo suas atribuições e
tinalidades detinidas pelos Decretos-Leis na 8621 e 8622.
Sua atividade precípua é atender o mercado de trabalho, sendo
subvencionado pelas empresas de Comércio e Serviços, que contribuem com 1
% sobre os salários pagos aos empregados. É de caráter privado, integra o
Conselho Federal de Mão de Obra do Ministério do Trabalho que detennina a
política de formação profissional. O SENAC é filiado ao CINTERFOR,
organismo da Organização Internacional do Trabalho.
Tendo como objetivos o desenvolvimento de recursos humanos o
SENAC é orientado por políticas que respondem a problemas sociais e
econômicos orientando a Fonnação Profissional, Desenvolvimento Em-
presarial e Valorização Protíssional.
O SENAC amplia e diversifica o seu atendimento, oferecendo
programações em vários níveis: iniciação, qualitícação, habilitação e
9)
aperfeiçoamento.
Para implantar as suas programações apoiado em recursos oferecidos pela
moderna tecnologia utiliza-se de Centros de Fonnação Profissional, Empresas
Pedagógicas, Unidades Móveis, Teleducação e Capacitação na Empresa. O
SENAC atua nas seguintes áreas:
Comércio: Administração e Gerência; Escritório; Venda; Comunicação;
Compra; Propaganda; Annazenagem, Embalagem e Expedição de Mercadorias;
Aferição e Classificação de Produtos Vegetais.
Serviços: Hospitalidade; Turismo; Saúde; Higiene e Beleza; Conservação,
Manutenção e Serventia; Informática.
"0 Sistema - SENAC compreende o órgão central de coordenação -
Departamento Nacional - e as unidades executivas localizadas nos Estados e
Territórios da Federação - Departamentos Regionais e Delegacias
Executivas. "
O SENAC iniciou suas atividades em Blumenau em 1959 sob a direção do
Professor Rodolfo Gerlach que se aposentou em 197~ sendo substituído por
Moacir Bosco Galliani.
O SENAC que funcionava num prédio alugado, em 1979 inaugurou seu
novo prédio a Avenida Brasil, 610, que conta com 9 salas ambiente e mais 5 salas
comuns.
Com uma média de oito mil matrículas por ano, entrou na era da
infonnática, contando com uma sala com cinco micros e uma gravadora de textos.
O Centro de Formação Profissional de Blumenau - SENAC, é um
verdadeiro 1ahoratório de ensino que oferece ao aluno a oportunidade de adquirir
os necessários conhecimentos e experiências, através de aulas práticas, ao
exercício de sua profissão.
Colégio Vale do Itajaí
"PONTINHO ESTUDANTIL"
O Colégio Vale do Itajaí "Pontinho Estudantil" foi fundado pelo professor
Celso Voss com o objetivo de oferecer ao "estudante blwnenauense uma opção a
mais para dar continuidade a seus estudos. "
Criado pelo parecer 228174, do Conselho Estadual de Educação,
funcionou inicialmente na Escola Básica "Júlia Lopes de Almeida" (Ponta Aguda)
com 32 alunos. Atualmente, o complexo do Colégio Vale do Itajaí "Pontinho
Estudantil" funciona em 15 salas de aula com todos os
requisitos necessários para o bom desempenho do processo ensino-aprendizagem.
No ensino supletivo do Colégio Vale do ltajaí "Pontinho Estudantil", o
primeiro de Blumenau, o estudante tem a oportunidade de cursar o [ grau em dois
anos ou, se tiver freqüentado algwna série da 5a, 6a e 7a série, poderá terminá-Io em
menos tempo. Se o estudante possuir o I grau completo, o Colégio Vale do Itajaí
"Pontinho Estudantil" oferece o fi grau com duração de um ano e meio.
O fundador e diretor do Colégio Vale do Itajaí "Pontinho Estudantil" Celso
Voss, cônscio da sua responsabilidade, visando o bom desempenho do corpo
docente, propicia a seus professores, todos com curso de lúvel superior, a
freqüência em cursos de aperfeiçoamento, seminários, congressos, encontros e
cursos de férias. A maioria dos professores de I e II grau, concluíram o Curso de
Atualização para Docentes de Nível Universitário do Projeto 9.4 - Capacitação de
Recursos Humanos para o Ensino Supletivo, promovido pelo CETEB - Centro de
Ensino Técnico de Brasília.
Pela sua bem montada estrutura que começa na escola com seu corpo
docente e tennina no seu quadro administrativo é considerado um dos mais
tradicionais do Estado. Funciona na Rua Uruguai, 183 - Ponta Aguda.
COLÉGIO "DOUTOR BLUMENAU"
Em 1960, com quatro máquinas de escrever, nos fundos da casa que alugara,
à Rua João Pessoa, 397 (Velha), o Prof. Dorval Barbieri abriu um curso de
datilografia. Em 1963, adquiriu o Curso de Datilografia "Doutor Blwnenau" que
funcionava na Rua Floriano Peixoto e que foi transferido para instalações mais
amplas no segundo andar do Edifício "A Capital" (esquina da Rua XV de
Novembro com Nereu Ramos). Em 1967, os Cursos "Doutor Blwnenau"
inauguraram sua sede própria à Rua Curt Hering, 40. Em 1970, o Cursos "Doutor
Blumenau" que registrara na JUCESC em 1969, o contrato social de "Dorval
Barbieri & Cia. Ltda. ", entidade mantenedora dos Cursos "Doutor Blumenau",
°
recebe Registro Definitivo (1522), sendo reconhecidos os cursos Supletivo de 1 °
e 2° graus (Madureza), Pré-Vestibular, Datilografia e Preparatório para Concursos
Públicos. Pelo Decreto 5806178 de setembro de 1978, foi criado também, o Colégio
"Doutor Blumenau", passando a operar no 2° grau regular com os cursos de
Auxiliar de Processamento de Dados,
Técnico em Contabilidade e Assistente de Administração. No mesmo mês e
ano, pelo Decreto 5810/78, o Colégio foi autorizado a oferecer o Curso
0
Supletivo de 1 grau, mais conhecido como "Ginásio em dois anos" .
Em 1983, o contrato social, "Dorval Barbieri & Cia. Ltda.", foi
reavaliado, após conversações com o sócio-gerente, e o capital da empresa
distribuído entre novos sócios, quase todos professores, familiares e
ex-professores que passaram a constituir o quadro social da sucessora "Colégio
Doutor Blumenau Ltda.". Visando a construção da nova sede todos os sócios
passaram a contribuir mensalmente com uma certa quantia em dinheiro
Pró-construção. Numa área de 4.260 metros quadros, na Rua Capitão Santos,
145, em 1983, apesar da grande enchente que causou sérios prejuízos ao
patrimônio do Colégio, ainda sediado à Rua Curt Hering, 40, foi iniciada a
construção da nova sede social com 5.400 metros quadrados em quatro
pavimentos.
Em 1984, o Colégio "Doutor Blwnenau", pelo Parecer 435/84, con-
substanciado peJa Portaria E.0194/84 foi defmitivamente reconhecido.
Em 1985, foi implantado o sistema de matrícula por disciplina a lúvel de
20 grau e registrado na JUCESC o contrato social do Colégio "Doutor
Blumenau Ltda.", mantenedora do Colégio "Doutor Blumenau". Em 1986, pelo
Parecer 410/86, exarado pelo Egrégio Conselho Estadual de Educação em
29/12, o Colégio foi autorizado a oferecer o Curso de 10 grau (5a a 8a séries). E
no mesmo ano, pela Portaria E.457/86 de 25 de novembro, a Secretaria de
Educação autorizou o Colégio "Doutor Blumenau" a implantar, a partir de
1987, o Curso de 10 grau ou seja o Primário (1 a à 4a série). O Colégio "Dr.
Blumenau" oferece os seguintes cursos:
a) a nível de 1 o grau:
Supletivo, dividido em 4 fases letivas, correspondendo a dois anos civis.
Curso Primário - (10 grau, de 1 a à 4a série) e Curso Ginasial (10 grau, de 5a à
8a série), ambos desenvolvidos em regime anual, com implantação
gradativa a partir de 1987.
b) a nível de 20 grau:
Curso de Auxiliar de Processamento de Dados. Curso de Técnico em
Contabilidade. Curso de Assistente de Administração, todos desenvolvidos
em seis períodos letivos, correspondendo a dois anos civis. Curso de 2 o
grau "Acadêmico", a ser desenvolvido em seis semestres letivos,
correspondendo sua duração integral a três anos civis.
O Colégio conta com bons professores, todos legalmente habilita-
dos para o exercício do magistério. Em 1991, o Colégio contou com 1.152
matrículas.
Desde os primórdios, a educação das crianças era austera e as mesmas
partilhavam de programas de alto IÚ vel cultural, porém, enquanto nas
"Kinderfest"(Festa das Crianças) havia brincadeiras, jogos, café, doces, teatro
de bonecos e baile infantil, nas "Schulfeste"(Festas Escolares), o programa
incluía, festas comemorativas, concertos e espetáculos de alto lúvel.
Em 1901, era Superintendente de Blwnenau o Dr. José Bonifácio da
Cunha, que tinha wn modo muito especial de tratar os escolares, doava os seus
honorários de Superintendente para manutenção de escolas, vacinava as
crianças quando necessário, promovia testas, piqueniques e outras atrações
para os escolares. No piquenique promovido no dia 15 de novembro de ] 90],
que o Dr. José Bonitacio da Cunha proporcionou aos alunos das cinco escolas
parti<.:ipantes até a cascata Dietrich no Ribeirão Fresco (hoje Pastor Hesse),
foram distribuídos cerca de 300$000 Rs. em brinquedos. Foi uma grande festa
com entretenimentos para adultos e crianças, não faltando refrigerantes e
outras bebidas. À noite, foi promovido pelo Dr. José Bonifácio da Cunha, um
baile no Teatro "Frohsinn" que foi muito concorrido.
Além das fe-s-tividades na sede, todo o grande município de Blumenau
também as promovia e algwnas testas escolares marcaram pela programação,
considerando que as mesmas estavam a cargo de crianças que freqüentavam
escolas de primeiras letras. Alguns programas, em diversos locais e em épocas
diferentes nos fornecem o nível cultural dessas escolas.
No dia 17 de novembro de 1907, a Escola Evangélica de Indaial,
promoveu wna grande festa escolar com marcha festiva, jogos diversos no
terreno de Engelmann, e após o pôr do sol grande desfile com tachas acesas. À
noite no salão de Amold Lueders, apresentação de cenas burlescas,-números
musicais com piano e violino, baile e também a peça teatral "Luta dos Espíritos
com os Mineiros" de Theodor Koemer, adaptada para a escola.
No dia 7 de março de 1909, a Escola Particular de Itoupava Seca,
realizou wna festa escolar para consagrar a sua nova bandeira. Mandada
confeccionar ll2. Alemanha por Louis Boettcher, a bandeira apresentava de um
lado as cores da bandeira nacional com as armas do Brasil ricamente bordadas e
do outro lado as cores da bandeira alemã. Da programação constava um desfile
que sairia da casa de Boettcher até a escola, porém uma trovoada impediu o
desfile e a cerimônia da entrega da bandeira realizou-se na escola. Era
presidente da Comunidade Escolar, Hans Lorenz, que explicou aos presentes o
significado da bandeira, dizendo ainda aos alunos para sempre venerarem a
bandeira nacional e a defenderem, quando homens, pois representava a
soberania da Pátria brasileira. A bandeira foi entregue ao Professor Gottschalk
com banda de música pelo filho de Boettcher. Na ocasião, os alunos cantaram
"Minha casa paterna", canção patriótica de Rudolph Damm, que obteve o
primeiro lugar no concurso que fora recém-realizado pela Associação das
Escolas de Santa Catarina e que foi muito aplaudida por todos. Em seguida,
realizou-se a festa popular com rifas de donativos e trabalhos manuais execu-
tados pelas senhoras que também serviram café e doces aos munos e adultos. A
festa foi encerrada, à noite, com um baile. Com Gottschalk, segundo a nota, a
escola teve grande desenvolvimento.
Peças de alto nível como o drama de Lessing "Minna von Barnhelm" foi
apresentada aos alunos no dia 7 de julho de 1910.
No dia 26 de setembro de 1914, a Escola Paroquial de Gaspar
apresentou uma programação em benefício da Cruz Vennelha, da qual
constaram números como "Largo" de Haendel com harmônio; "Vigília no
Reno" com canto e orquestra; "Gennânia" - quadros vivos; "Flor de Lotus" -
canto (barítono) e piano "Hino Nacional da Alemanha" - canto em conjunto;
"Os Dois Granadeiros" - canto (barítono) e piano; "O Bom Camarada" - coral
escolar e piano; "A Cruz Vermelha" e outros números.
A festa escolar realizada no dia 23 de maio de 1914, em Itoupava Norte,
incluiu além da programação com jogos diversos, doces, café, marcha e canto,
três peças teatrais e baile no salão Schoenau. As peças encenadas foram: "O
Alojamento", "Os Professores Distraídos" e "Como Curei Minha Esposa" .
No dia 29 de agosto de 1920, a escola de Garcia I festejou seus cinqüenta
e cinco anos com uma grande festa popular com a participação do coral
masculino Garcia I, música e os festejos envolvendo mais de cem pessoas.
Foram apresentados quadros da História do Brasil, Viagem de Carroça em
1850, Bandeirantes e outros. Foram apresentados ainda os espetáculos teatrais:
"Joãozinho e Margarida", "Branca de Neve e os Sete Anões" e "Chapeuzinho
Vermelho". À noite, grande baile.
. ~a festa pop~ar promovida pela Comunidade Escolar de Hammo-
ma (fblrama), no dI.a 25 de julho de 1920, nas dependências de Paulo Kra.use,
aléI~ das dIversões próprias desses festejos, foi apresentada a peça teatral.
Branca de Neve e os Sete Anões" e o Kasperletheater.
_No dIa .25 de dezembro de 1921, a escola de Taquaras promoveu no
salao de Richard Koepsel a festa de Natal da qual participou a Socieda?e de
Canto Taquaras. Na ocasião, foi inaugurado o novo palco e à nOIte,
apresentada a peça teatral "Branca de Neve e os Sete Anões" en-
cerrando com baile abrilhantado pela banda Koepsel. ',
192~, Centenário da Independência do Brasil e várias festividades
foram realIZadas t~nt.o nas escolas públicas como nas particulares todas
enfocando temas patnos.
A escola de Salto Weissbach programou para o dia 11 de setembro de
1927, grande festa escolar que além das costumeiras atrações a presentou
também teatro ao ar livre. As crianças saíram às 12 horas' ~m marcha da casa de
Heinrich Weise até o novo prédio escolar a se; ll1au~ur~~o. Após o discurso as
crianças cantaram. Depois da pausa para o café fOl apre~enta?a ao ar livre a
peça teatral "A Menina de Longe" de Agnes Fr~nz .. J: noIte, marcha até o salão
de Arnold Lindner e às 8 horas da nOIte fOI encenada a peça teatral de Louis
Gottschalk "A Mulhe
Emprestada". Depois baile. r
. Os cinqüenta anos da escola de Arapongas (Benedito I) foram fes-
teJados com um programa especial do qual constaram números de canto sob a
regência de Joseph Wollinger Jr. Também o "Liederkranz" colabor~u com
bO~litOS números do seu repertório. Na sala de aula, sob a direçao do
Professor Joseph Lueten foi apresentada a peça teatral "O Sovina Cur~d?",
comédia em três atos. Foram também. apresentadas cenas 11Umonstlcas.
A escola evangélica de Benedito (Timbó) apresentou no dia 10 de
dezemb.ro e 1928, no salão Hermann, grande festa popular e escolar em
be~le~clO da escola com noite teatral, quando foi encenada a peça "O ~nncIpe
com o Coração de Ouro" em cinco atos. Durante os intervalos foram
apresentados quadros vivos, cantos e cenas hmnorísticas.
No dia 16 de dezembro de 1928, na grande festa escolar de Altona;
~ealizada no salão Teutônia, além de jogos, declamações, ginástica, mUSlca de
concerto e danças, às 8 horas da noite foi apresentada a peça
teatral em três atos "Natal na Casa da Floresta". .
. Pelos vinte e cinco anos de funcionamento da escola de Sellin, no
dIa 15 de setembro de 1929, foi apresentada a peça teatral' "O Pai Em-
prestado". .
10)
A comédia escolar "Flachsmann como Educador" de Otto Ernst, foi
apresentada pela seção teatral do "Geselligerverein Timbó" , no salão Mueller,
no dia 1 ° de outubro de 1932, sob a direção de Martin Lorenz.
Além dessas festividades as escolas também promoviam festas natalinas
onde eram apresentados temas de Natal. No dia 15 de dezembro de 1935, a
escola de Testo Salto apresentou na sua programação de Natal:
1 - Natal;
2 - Como o Anjinho Procurou sua Mãe (conto de fadas); 3 - A
Estrela Perdida do Natal.
A partir do Decreto-lei nO 88, de 31 de março de 1938, começaram as
promoções cívicas com efeitos nacionalizadores e as belas promoções de
antanho desapareceram. Apesar da proibição do idioma alemão, o Kasperle,
teatro de bonecos de Neise de São Paulo e o Kasperle em português se
apresentaram em maio de 1939, com as peças teatrais "A Feiticeira da Floresta"
e "A Caixa de Mentira" .
Para acelerar a nacionalização foram criados centros cívicos. Em
Itoupava Central funcionou o Centro Cívico Duque de Caxias que sob a
orientação do sargento Santiago de Souza, Maria Monteiro de Souza,
professora Lilian Filipe e professor Manoel Luiz dos Santos promoveram a
"Hora Cívica" que também foi apresentada em Itoupava Alta no dia 2 de
setembro de 1939.
As festas cívicas tinham o seu ponto alto no dia 7 de setembro, onde
entre outras cerimônias realizava-se o grande desfile escolar: Em 1940, a
bandeira foi hasteada defronte ao Teatro "Cartos Gomes" pelo Comandante Bra
yner, o coral da Escola Pedro 11 cantou a canção "S. João d'Aragão", o prefeito
José Ferreira da Silva discursou e o Capitão Newton Machado dirigiu a parada
escolar puxada pela banda do 32° B.C. (atual 23° B.I.). Em 1941, foi
organizada a Semana da Pátria com a seguinte programação:
Dia 3 - Escola Pedro 11 - às 8 horas, festa em homenagem ao Comércio e
Indústria. Falou o Promotor Público, DI. José Ribeiro de Carvalho;
Dia 4 - Grupo Escolar "Machado de Assis" - Itoupava Seca, às 9 horas,
homenagem à classe intelectual e imprensa. Falou o DI. Luiz Stotz;
Dia 5 - Colégio Sagrada Família, homenagem à Juventude Brasileira.
Falou o Capitão Augusto José Presgrave;
Dia 6 - Grupo Escolar "Luiz Delfino", às 16 horas, homenagem a autoridades
civis. Falou o Juiz de Direito DI. João de Lima Freire.
Dia 7 - Às 9,30 horas grande desfile (32 ° B. c., Tiro de Guerra, colégios,
operários, sociedades desportivas, associações de classe). Às 15
horas, corrida da bandeira entre escolas.
Às 16,30 horas, na Prefeitura, hora da Independência e hasteamento
da bandeira pela equipe vencedora da corrida. Hino da
Independência. Falou o Cel. Otávio da Silva Paranhos, comandante
do 32° B.C. - Hino Nacional.
As festas cívicas, visando à nacionalização, continuaram por muitos
anos e as promoções artístico-culturais, atualmente, são raras, apesar da
educação artística fazer parte do currículo das escolas.
As escolas também promoviam exposições dos trabalhos realizados
durante o ano, e a realizada no dia 13 de dezembro de 1930, no Teatro
"FrohsiIm" pelo Professor Sattler da Escola Nova foi considerada "uma idéia
muito feliz do Diretor". Na oferta de matrícula, os colégios Santo Antônio e
Sagrada Fanúlia, entre outras matérias, divulgavam amplamente o ensino das
Artes Plásticas, incluindo para meninas o Artesanato (bordados à mão e à
máquina).
Também os primeiros programas de ensino do Estado, incluíam
recitação de poesias, dramatizações, desenho, canto, música e trabalhos
manuais para ambos os sexos, ministradas pelos regentes de classe.
Atualmente, os estabelecimentos de ensino contam com professores de
Educação Artística.
Em Blumenau as crianças contam também com a Escola de Artes,
criada em 1972 na administração do Prefeito Felix Theiss, pela Professora
Vilma Pegoretti Ebel com a finalidade de estimular a criatividade artística em
crianças de todas as classes sociais.
Com o nome de Escola de Artes de Blumenau, iniciou suas atividades
tendo por local o Salão Porta Aberta da Igreja Matriz de Blumenau. Em 1974,
passou a funcionar no Colégio Sagrada Família, onde recebia apoio do colégio
e da Comunidade. Em 1980, passou a funcionar na rua Ângelo Dias, anexa ao
Departamento de Cultura, passando no início de 1987, a funcionar no Centro
de Cultura de Blumenau, onde atende uma média de 250 crianças. Os
professores da Escola de Artes são pagos pela Prefeitura Municipal de
Blumenau, que também colabora com material.
Pelo Decreto nO 2.144, em 1 ° de julho de 1983, a Escola de Artes de
Blumenau passou a denominar-se "Escola de Artes 'Monteiro Lobato'" .
A escola realiza exposição dos trabalhos executados pelos alunos
durante o ano, apresentando também espetáculos teatrais.
 No dia 17 de agosto de 1984, foi criado em Blumenau o coral "Mil Vozes"
que se apresenta na abertura dos Jogos da Primavera, dois de setembro, Natal e
outras comemorações importantes.
Além das atividades artísticas apresentadas pelas crianças, estas também
assistiam a outras programações, pois no dia 11 de agosto de 1900, tiveram o
privilégio de assistir ao primeiro espetáculo cinematográfico realizado no Teatro
"Frohsinn", em sessão especial para crianças. A partir dessa data sempre havia
espetáculos cinematográficos especiais para crianças, que também eram
apresentados em caráter beneficente em diversos locais. Em 1926, no mês de
março, houve as seguintes apresentações para os escolares: dia 24 no salão Hardt de
Inclaial; dia 25 no salão Koepsel de Hammonia (Ibirama); dia 26 no salão Lang de
Warnow; dia 27 no salão Seltmann de Timbó e dia 28 no Teatro "Frohsüm" em
Blumenau, em benetIcio da Escola Nova.
Além do cinema, os slides (Lichtbilder) também atraíam as crianças e eram
apresentados freqüentemente com final idade instrutiva, principalmente para os
escolares. Entre os programas de slides destacaram-se os cento e cinqüenta slides
trazidos pelo Protessor Clemens Schmidt, de Joinville, que mostraram a Annada
Alemã para terra e mar e também a guerra na Europa. O espetáculo apresentado no
dia 22 de novembro de 1914, no Teatro "Frohsüm" foi em beneficio da Cruz
Vennelha.
No dia 2 de setembro de 1916, no Teatro "Frohsinn", sob a responsabilidade
do Dr. H. Lotz, diretor da Sociedade Diamantífera Alemã, foram apresentados
slides que versavam sobre a África Sudeste Alemã.
No dia 25 de dezembro de 1916, em benetIcio dos tlagelados da Primeira
Guerra, foi apresentado no Teatro "Frohsinn" um programa que versou sobre" A
Cruz de Ferro" (história da Alemanha dos últimos cem anos). Foram ainda
apresentados slides sobre a guerra da libertação de 1813 a 1870/1871; contos
alemães e humor alemão em poesia e prosa. O convite foi formulado por Otto Bock
de São Paulo.
No dia 23 de junho de 1922, no Hotel Holetz, a Associação Carita& da
Alemanha apresentou slides sobre a África Oriental, Itália, Alemanha e
Necessidade da criança alemã.
O tema dos slides apresentados o dia 29 de agosto de 1922, no salão do
Hotel Holetz, em beneficio das crianças alemãs vitimadas pela guerra foram as
creches. Na mesma programação foram apresentados os melodramas: "A Canção
da Bruxa" de Schillings; "Na Tempestade, a Necessidade" de Hohenstein e "A
Meta de Marienburg" de Lewin.
Para a imprensa alemã, no dia 25 de agosto de 1923, foi realizada uma
apresentação de slides, pelo Pastor Keffel sob o tema "Terra Alemã".
N os dias 24 e 25 de outubro de 1924, a Escola Nova promoveu a
apresentação de slides sobre os temas: "Cidades Históricas Alemãs" e "O que nos
contam as Estrelas" .
No club Gennânia, os slides sobre "O Homem e a força da Natureza" foram
apresentados no dia 3 de setembro de 1929.
Frei Stanislau Schaette apresentou no Teutônia, slides sobre a História de
Blumenau e conferência, em alemão, no dia 30 de março de 1931.
Os espetáculos de slides também eram prestigiados pelos adultos.
Com o advento do cinema, os slides pouco a pouco foram sendo substituídos por
filmes e atualmente são mais utilizados como meio didático nos meios
educacionais.
"KINDERFEST"
(Festa das Crianças)
As crianças desde o início da colonização sempre foram agraciadas com
festas especiais, além das tradicionais festas familiares de Páscoa e Natal. As festas
de Páscoa eram divertidíssimas, pois o tradicional coelho depositava seus "ovos"
nos lugares os mais diversos, e as crianças tinham que procurá-l os como também
tinham que confeccionar os ninhos onde eram colocadas folhas de couve, cenouras,
etc., para alimentar o coelho, e que durante a noite desapareciam como num toque
de mágica. Os ovos eram cozidos e coloridos com tintura extraída de ervas. Tempos
depois formou-se o hábito de guardar as cascas dos ovos, pintá-Ias e enfeitá-Ias das
mais variadas formas como: coelhinhos, pintinhos, palhaços, carinhas somente
pintadas ou enteitadas de papel, etc. As casquü1has são recheadas com amendoim
envolto em açúcar ou balas bem pequeninas. Algumas casquinhas, ainda hoje,
apesar dos sofisticados ovos de chocolate, são verdadeiras obras de arte.
Quanto aos festejos de Natal, estes já começavam no dia de São Nicolau
(seis de dezembro), quando as crianças já recebiam presentes e algumas
guloseimas. No dia 24, à noite, o "Weinachtsmann" ou o "Christkind", este
anunciando a sua chegada com o tilintar de um siniI1ho, e a árvore enfeitada com
flocos de algodão, imitando a neve, lembrava aos nossos colonizadores os "natais"
de sua pátria distante com canções, ceia de Natal, doces e brinquedos. É o folclore
passando de geração em geração como tradição, e que hoje ainda persiste, principal-
mente em algumas regiões do interior, mantendo intacto o espírito do Natal que
trouxeram da velha pátria através do "Weinachtsmalm"e do "Christkind",
utilizando ainda a nossa maravilhosa araucária e outras árvores.
Presume-se que as primeiras festas infantis tenham acontecido de fonna
espontânea durante os "Kraenzchen"e "Skat" dos adultos, quando as crianças
se reuniam e brincavam. Mais tarde, sociedades e também particulares
promoviam essas festas, geralmente no mês de outubro. O "Blumenauer
Zeitung" de 12 de outubro de 1884, publicou pela primeira vez um programa
de festa infantil, que teve início às duas horas da tarde com as seguintes
atrações:
1 - marcha das crianças do centro até a casa dos Atiradores 2 -
distribuição de café e doces
3 - jogos diversos como: pau de sebo, tiro ao pássaro, cavalo de pau, etc.
Depois dos jogos era feita a apresentação do Teatro de Bonecos para
crianças. Os adultos e crianças que não tomavam parte na fes~a pagavam 320
réis de entrada para assistirem ao Teatro de Bonecos e participarem do baile
infantil que durava até as 9 horas da noite. A nota dizia ainda: "0 Sr. Franz
Lungershausen pede às crianças para se inscreverem com antecedência". O
bonito dessas festas era a marcha das crianças do centro até a Sociedade de
Atiradores (hoje Tabajara Tênis Clube) cantando, e as meninas portando arcos
de tlores.
As festas infantis sempre se repetiam com a mesma programação,
porém no dia 30 de outubro de 1887, além da programação costumeira 'ou seja,
marcha das crianças, café, doces, brinquedos, etc. foram ainda distribuídos
balões de ar com forma de animais. À tarde concerto com a Banda Ruediger e
Teatro de Bonecos, encerrando com baile infantil até às 8 horas da noite. O
preço de participação por criança foi de 400 réis. Crianças que não
participavam dos festejos pagavam 240 réis para assistirem ao Teatro de
Bonecos. Os adultos pagaram 320 réis. Após encerrar o baile das crianças tinha
üúcio o baile dos adultos com preço extra. Franz Lungershaunse pediu para as
crianças se inscreverem com antecedência, portanto era o organizador das
festas infantis. A festa foi reprisada no dia 21 de outubro de 1888. Em 1889,
em virtude do mau tempo a festa infantil programada para o dia 6 de outubro
foi transferida para o dia 13 com a programação costumeira. Já no dia 19 de
outubro de 1890 houve uma alteração no Teatro de Bonecos; foram
apresentadas peças inteiras, sendo a primeira "O rabo do gato", comédia em
quatro atos e a segunda "O valente Kasper", comédia em seis atos. As festas
infantis se repetiam todos os
anos e em 1897 foi festejada no novo salão dos Atiradores e não em outubro
como era hábito, porém no dia 28 de março, com festejos idênticos aos dos
anos anteriores, tendo ainda o Teatro de Bonecos. com programação especial e
bem interessante:
1 - Kasper viajando de Berlin para Blumenau 2
- Kasper como barbeiro de Sevilha
3 - A salgada sopa de bolotas
4 - Uma pintura de costumes orientais 5 -
Como se recupera a saúde.
Após cada festa havia sempre o baile infantil.
O Teatro de Sombras apareceu pela primeira vez na programação de
testa infantil no dia 21 de setembro de 1901.
As crianças também colaboravam com festas beneficentes. Em 1902, a
Igr~ja Evangélica necessitou de fundos e para consegui-I os G. Foell
orga11lzou uma programação especial com crianças que foi apresentada no
Teatro "Frohsinn" no dia 15 de novembro. Em 1905, houve ne~es~idade ~e.
Ülze! reparos na Igreja e casa do pastor, e para anganar fundos tOl realizada
uma grande festa popular e também testa iJ~!antil na ~ociedade de Atiradores.
À tarde, no dia 7 de janeiro, reu11Iao das cnanças em frente ao Teatro
"FrohsÍlm" e marcha com bandeirolas até a Sociedade de Atiradores onde
havia inúmeras diversões como ~ita~, ~sc?rregadeira, pescaria, etc. Fazia parte
da programação um baIle 1l1tantll de tarde, e à noite, para adultos também um
baile. Os ingressos, na ocasião, foram vendidos por Heinrich Sachtleben e Paul
Husadel.
As festas infantis se repetiam geralmente com a mesma programaç~o,
P?rém o, Teatro de Bonecos sempre trazia inovações. Largamente difundIdo na
epoca, também apareceu em quadros num filme sob o título "Das
Puppentheater des Fraulein Hold" (O Teatro de Bonecos da Senhorita Holel),
apresentado no dia 18 de abril de 1909 no Teatro "Frohsüm". As crianças
pagaram 200 réis pelo ingresso.
O "Kasperle Theater" (série de bonecos entalhados em madeira
simbolizando personagens os mais diversos) era muito apreciado e Franz
Krueger promoveu uma apresentação do mesmo, no dia 13 de outubro de 1912,
com üúcio às duas e meia da tarde. As crianças saíram marchando da casa de
Oskar Gross até a Sociedade de Atiradores, onde se realizou o espetáculo. A
Comunidade de Itoupava Norte também promovia testas infantis e Luiz Haertel
formulou convite para as crianças participarem da
4.
5.
mesma no dia 20 de outubro de 1912, quando seriam apresentadas peças teatrais,
canto, declamação, jogos, etc. Também em Warnow, além de outras atrações,
numa testa infantil foi apresentada a peça teatral "Hans J oerg" ou "Idiotas têm
sorte" .
Não só os adultos participavam de churrascadas com música, pois no dia 2
de fevereiro de 1919, Gustav Otte convidou as crianças para um concerto com
churrasco, às quatro horas da tarde.
"2ur Heimat" (Para a Pátria), festas com música, poesias, canções, teatro,
etc. organizadas por H. Butzke e E. Dittrich, eram apresentadas com ti'eqüência,
por vol ta de 1919.
Os bailes à tantasia para crianças taziam parte do calendário dos festejos
int~lI1tis. Eram animados por bandas (Werner, Kuersten e outras) .
Havia também apresentações teatrais especiais para crianças, inclusive o
"Deutsches Puppentheater" (Teatro de Bonecos da Alemanha) que se apresentou
no Teatro" Frohsinn" no dia 28 de janeiro de 1923. Os ingressos foram cobrados
a razão de 500 e 1$000 réis. No dia 10 de agosto de 1924, foram apresentados os
contos de tadas "Der Schweinhirt" (O pastor de porcos) e "Die Zaubergeige" (O
violino encantado). Nestas apresentações as crianças com menos de quatorze
anos pagaram 500 réis e os adultos 1$100 réis, entretanto no mesmo ano, dia 30
de novembro, as crianças não tiveram abatimento para assistirem ao conto de
üldas, "O pequeno Joãozinho partiu sozinho mundo afora". As crianças pagaram
6$000 réis.
As festas infantis variavam de local para local. Em 1884, um programa
publicado incluiu o tiro ao pássaro. Promoveu-se em seguida a festa de rei e
rainha para crianças, já que as mesmas praticavam o tiro ao pássaro, ou seja um
pássaro preso a uma corda, que era lançado contra um alvo, e quem se
aproximasse mais do centro seria o vencedor ou vencedora. Dava-se então o
título de rei ao menino e rainha para a menina, enquanto que para os outros
colocados dava-se o título de 10 e 2 o cavalheiro para os meninos e I a e 2 a
princesa para as meninas. Antes do torneio uma banda puxava o cortejo das
crianças, que cantavam e portavam bandeirolas ou arcos com tlores até ao local
da festa. Em algumas festas, o rei, a rainha, cavalheiros, princesas e demais
participantes do torneio faziam o "Fackelzug" (marcha "tlambeaux"), marcha
com tochas e lanternas. Depois da festa, para encerrar, o baile infantil.
As promoções especiais para crianças mostram a preocupação da
Comunidade, desde os primórdios, com a formação cultural da juventu-
de. O programa publicado pelo "Der Urwaldsbote" de 24 de junho de 1927,
anunciando que havia trem especial para as crianças e no Club Gennünia cate e
cuca, e que mais de quinhentas crianças se inscreveram para assistir a apresentação
da peça histórica "O Mestre da Corporação de Nürnberg", confinnam, segundo o
jornal: - "Tudo faremos para a nossa juventude ".
Com o juramento - "observar as leis de DEUS e cumprir suas obrigações
para com ELE e a a PÁTRIA, respeitando o próximo", os lobinhos e escoteiros,
através do escotismo (que teve início a mais de um século por Baden fowelJ, oficial
da reserva do exército inglês, que atuou muitos anos na A 1i"ica) para atuarem
como bons cidadãos. Esta filosofia trazida pelos professores vindos da Alemanha,
incentivou o Professor Kurt Boettner da Escola Nova, a fundar em 1912, o primeiro
grupo de Escoteiros de Blumenau que funcionava paralelamente à Escola Nova e
que em 1914, excursionou a pé até Florianópolis em três dias, sendo o primeiro dia
até Brusque. o segundo até Porto do Moura, em Tijucas, o terceiro até Biguaçu,
chegando a Florianópolis no quarto dia pela manhã.
Apesar das duas guerras mundiais prejudicarem as associações de
juventude alemãs, em II de junho de 1938, a Associação dos Escoteiros Brasileiros
de Blumenau, que registrou Estatutos em 6 de maio de 1938, comemorou a Batalha
Naval do Riachuelo com o seguinte programa:
1 - Hino dos Escoteiros
2 - Alocução sobre a data pelo Professor Joaquim de Salles 3 -
Inau.s'1Jração da foto de Getúlio Vargas
4 - Hino Nacional
5 - Destile dos Escoteiros.
As atividades escoteiras paralisadas, devido ao segundo contlito mundial,
foram reiniciadas no dia 13 de agosto de 1958, na antiga sede do Clube de Caça e
Tiro do Bom Retiro, soh a orientação do Engenheiro Gerd G. Leyer, antigo
escoteiro. No dia 5 de setembro de 1959, prestou compromisso o primeiro grupo de
Escoteiros patrocinado pelo Lions Clube de Blumenau, chetiado por Gerd G.
Leyen.
Para a fundação do Grupo Escoteiro Leões (GELB), esteve em B1umenau,
Arnaldo José de Mello, Comissário Regional, que proteriu
palestra no Lions, surgindo dessa reunião a primeira diretoria integrada pelo
Coronel Moziul Moreira Lima (presidente de honra), Bertholdo Neitzel
(presidente), Arno Zadrozny (vice-presidente), Getúlio Vieira Braga
(secretário), Lotário Stueber (tesoureiro) e Gert G. Leyen (instrutor-chefe) .
As atividades estiveram paralisadas de 1966 até 1968, voltando às
atividades com o Dr. Werner KIein, assessorado por uma diretoria ativa que
tinha à frente Curt Max Lebrecht, período de grandes atividades, que
projetaram os escoteiros do 5° Distrito Escoteiro (Blumenau e Gaspar), em
encontros estaduais, nacionais e exterior. Nessa época os recursos carreados
para o grupo, provinham de churrascadas e exibição de filmes ("A Morte
comanda o Cangaço" em 05/0511961).
Apesar da Prefeitura Municipal ter doado uma área de terras na Prainha,
a diretoria com Lothar Sander, Curt Max Lebrecht e Werner Klein, optou por
uma área de terras de mais de 147.000 m2 na rua Pastor Oswald Hesse, onde em
1970 foi construída a sede com lpais de 580 metros quadrados e que na época
custou aproximadamente 280,00 cruzados, considerando também a
colaboração do 23° B.I., que cedeu um pelotão de soldados para auxiliar no
preparo do terreno. Coube à diretoria constituída por Peter Gabei (presidente),
Curt Max Lebrecht (tesoureiro), Ademar Grahl (diretor financeiro), Armando
Dutra (diretor de patrimônio), Felipe Schmidt (d iretor t1orestal) e Esta Em
(diretora de cantina) completar a construção.
O Grupo Escoteiro Leões, dentro do Projeto Padrão-Ouro, conquistou o
terceiro lugar em 1978, o primeiro em 1979 e o 2° em 1980.
O Grupo Escoteiro Leões registrou seus Estatutos em 5 de abril de 1971
no L-A-7, tIs. 165 V. no Cartório de Getúlio Vieira Braga.
Com a mesma tílosotía, funcionou paralelamente ao Grupo Escoteiro o
grupamento de Bandeirantes.
NA VEGAÇÃÜ FLUVIAL
"Certos rios parecem ter por si a etemidade" Os rios participam do
progresso econômico e sempre foram importantes na evolução das
civilizações.
O nome do rio Itajaí começou a aparecer nos atos oficiais e im-
prensa no século XIX.
O rio Itajaí-Açu é fonnado por dois grandes rios. Dos contrafortes
da Serra Geral desce o rio do Oeste que é absorvido pelo rio Itajaí do Sul, após
pequeno trajeto. O rio Itajaí do Sul é formado nas serras dos Faxinais, da Boa
Vista e Serra Geral; corre para o norte. O rio ltajaíAçu é formado da
confluência dos rios Oeste e Sul, em Rio do Sul, e o percurso de Rio do Sul até
o Oceano Atlântico é de 190 quilômetros. Depois de seguir para o leste por
terras pouco acidentadas ou seja de Rio do Sul até Subida, ele força passagem
por encostas empinadas de granito e pórfiro, precipita-se por gargantas
estreitas, e após fonnar corredeiras e belos saltos segue para o Oceano
Atlântico. Avolumam as águas do rio Itajaí-Açu os rios: Lontras, Hercílio ou
Itajaí do Norte, Subida, Warnow, Benedito, Testo, Itoupava, Velha, Garcia,
Gaspar Grande e Gaspar Pequeno e Luiz Alves. Nas proximidades da foz, no
Oceano Atlântico, recebe as águas do rio Itajaí-Mirim.
O trajeto depois de Blumenau até a foz do Oceano Atlântico é calmo de
águas profundas, o que possibilita a navegação t1uvial.
O primeiro barco a vapor a sulcar as águas do rio Itajaí-Açu foi o "Dom
Pedro" da Marinha de Guerra do Brasil, no dia 4 de março de 1857.
O rio Itajaí-Açu, apesar das enchentes, é um cartão postal tal é a beleza
em todo o seu curso.
Há alguns anos atrás, Marcos Konder escreveu: "em face da penosa
conjuntura rodoviária, a tábua de salvação é o Itajaí-Açu, nosso rio sagrado
".
A comunicação entre Blumenau e o resto do mundo foi feita em canoas
e pequenos barcos à vela pelo rio Itajaí-Açu por quase trinta anos. Por terra, à
margem direita do rio, havia somente uma picada por onde mal passavam
cavaleiros. O tráfego de cargas e passageiros era precário.
Em 1863, o colono Fernand Ebert, propôs a S. M. Imperial estabelecer
uma "Companhia de Navegação a Vapor" entre a capital da Província e
BIumenau, servindo os portos de Tijucas, POlto Belo e Itajaí. O projeto apesar
de discutido e aprovado na Assembléia não foi levado a sério. Os motivos do
não atendimento às pretensões de Fernand Ebert estão expostos no abaixo
assinado copiado de documentos do Arquivo Histórico da Baixa Saxônia e
existentes no Arquivo Histórico Prof. "José Ferreira da Silva" de Blumenau -
"Declaramos n6s abaixo assinados em referência à petição que na data de 18
de junho p. passado à S. M. Imperial tem dirigido Fernand Ebert, que à
asserção de que, milhares de braços trabalhadores e assíduos não podem
procurar-se as primeiras necessidades da vida; é não s6 lllna falsidade,
mas ainda uma calúnia da
nossa Colônia e que, como em anos anteriores, assim também ainda hoje
qualquer que pode e quer trabalhar e com juizo e economia administra seus
bens, não só tem facilidade para ganhar as indispellSáveis necessidades da
vida, como pouco a pouco poderá aliviar-se as penas da vida e alcançar maior
ou menor prosperidade e abastança; declaramos mais que, bem que uma
navegação a vapor no rio Itajaí e para o Desterro era muito a desejar, todavia a
mesma não havia de contribuir para o aumento da prosperidade dos habitantes
desta Colônia de maneira tal, como aconteceria com o acabamento da estrada,
já principiada, para o porto e vila de Itajaí de um, e com a explosão e
estabelecimento de uma boa e direta estrada para acima da Serra do outro
lado; e muito especialmente que o estabelecimento destas estradas seria muito
preferível no caso, de que a navegação a vapor em questão não fosse
empreendida por uma Companhia particular, assistida pelo Governo Imperial
com auxílios pecuniários de pouca importância, e sim fosse estabelecida e
sustentada inteiramente pelo dito Governo, empregando este acaso para (al fim
quantias de tal importância, que pelas mesmas também dentro de alguns anos
podiam ser feitas as referidas duas estradas. Ao mesmo tempo, porém,
declaramos, que é muito à desejar e urgentemente necessário, que os vapores
da Linha Intermediária, que fazem escala por São Francisco, também toquem
regularmente no nosso porto de Itajaí, estabelecendo desde anos anelados e
solicitada comunicação rápida e segura do mesmo porto com as capitais do
Império e da Província. - Colônia Blumenau, 30 de agosto de 1864. -
Assinados: Meyer & Spierling, negociantes; Viktor Gaertner, idem; Karl
Wilhelm Friedenreich, médico homeopata, subdelegado de Polícia e Juiz de Paz
0
mais votado; Julius Bawngarten, 1 Suplente do Subdelegado de Polícia e Juiz
de Paz; Viktor von Gilsa, ex-capitão de Artilharia e Professor Público; Dr.
Bernhard Knoblauch, médico empregado da Co16nia; Louis Sachtleben,
Comerciante, J'uiz de Paz e Suplente do Subdelegado; Fernand Schrader,
hospedeiro e fabricante de charutos; Johann Schrepp, hospedeiro e
proprietário de açougue; Sametzki, lavrador; Baucke, idem; Haertel, idem;
Scheejfer, idem; L. Scheeifer, dono de olaria; A. Bausch, lavrador; a rogo de
Johann Gieseler, W. Friedenreich; G. Endremi, lavrador; Eduard Klein, nego-
ciante; W. Meyer, lavrador; G. Sasse, Suplente do Subdelegado de Polícia; L.
Wochmutte, Gollbind Huschleve, Eugen Kurtz e G. Gruegel, lavradores;
Hennann Westendorjf; W. Schreiber; Chr. Mueller; Emil Odebrecht,
engenheiro; Wilhelm Peters; G. Bichels; J. Hojfmann; John Povant; Joinil
Schoeflau; Otto Stutzer; August Hille; W. Tuschinsky; Friedrich Meinrich;
Janthl Thommsen e Jolullln August Prefhein, lavra-
Ao abaixo assinado, o Dr. Blumenau anexou ainda as seguintes
considerações:
" ... Não há dúvida de que uma navegação a vapor neste rio /tajaí e no
litoral até a capital da Província, seria de grande utilidade para esta Colônia e
os pontos intermediários; mas não só duvido como tenho as melhores razões
para decididameme comestar, que no atuallJlomento constitui, para aquela,
uma indeclinável necessidade para a sua prosperidade, que seria a conclusão
da estrada desta Co16nia para o litoral, já principiada, e a exploração e feitura
de uma outra para acima da serra, são por ora de muito lJIaior vantagem para
a própria Colônia como à Província e ao estado. O que era muito necessário e
o que desde muitos anos sempre e sempre tenho solicitado, é que os vapores da
linha dos Portos Intermediários também toquem no nosso porto de Itajaí. Nisto
insisti, insisto e tenho razões para insistir; porque o comércio do porto de 1tqjaí
está sempre crescente, porque ele urgentemente exige tal melhoramento e
finalmente porque este é praticável sem dispêndio, incompatível com as atuais
forças do Tesouro. Praticado este melhoramento durante alguns anos e
acabadas as estradas que mencionei, tendo crescido a população, produção e
exportação da Colônia, enNí.o um vaporzinho no próprio rio será muito útil e
até necessário e então também até melhoramento se há de efetuar com
sacrifícios medíocres e tais como o Tesouro os poderá suportar. No atual
momento, porém, não vejo possibilidade alguma para estabelecer esta
navegação fluvial, a ser que a Companhia da Linha Intermediária a encete,
ligando-a a seus outros vapores do alto mar mediante llIna medíocre
subscrição. Devendo esta ser muito considerável ou ainda, devel/do a mesma
estabelecer o vapor e sustentar a navegação totalmente por sua conta e as suas
próprias custas - o que a meu ver seria um imenso absurdo e inqualificável
desperdício - os benefícios e vantagens durante anos nâo hão de compensar os
sacrifícios e muito melhor seria empregar-se as respectivas quantias no
aumento e melhoramento das comunicações terrestres da Colônia com o fim de
proporcionar-lhe a vinda de gado barato d'acima da serra, a saída para lá, do
seu açúcar, aguardente, filmo, farinha de mandioca, etc., e a sempre segura
comunicação com o litoral. Os produtos de pouco preço, como milho, feijão e
farinha de mandioca e outros tais nunca ou bem raras vezes poderão suportar o
dispendioso frete de vapor e sempre hão de ser exportados em barcos à vela; os
de maior valor, porém, como fumo, charutos, manteiga, algodão, etc., nâo se
acham ainda em quantidades tais para compensarem as despesas de sustento de
um vapor e por ora
não fará grande diferença de transportá-los até a barra em canoas, lanchas
e iates, como até agora, sendo nos primeiros anos seguintes s6 de
importância, que da mesma barra tenham fácil safda nos vapores costeiros
para o Desterro ou a Corte. Esta é suscintamente minha opinião sobre este
assunto e seria fácil montá-la com cálculos e algarismos. Esta é também a
opinião de quase todos os habitantes da Colônia, que possuem inteligência
e conhecimento de tais coisas bastantes, para poderem haver e dar jufzo
próprio e competente sobre os assuntos em questão. Os muitos analfabetos
ou quase analfabetos, os jornaleiros, aldeões, etc., que compõem a grande
maioria das assinaturas, apresentadas pelo peticionário Ebert, em apoio do
seu requerimento, a meu ver não podem constituir jufzes competentes nem
sobre o lado econômico e muito menos sobre o lado financeiro em relação
ao Estado; e tendo eles estupidamente dado suas assinaturas em branco,
estas poderão servir para qualquer .fim. Queriam exprimir um vago desejo
de melhoramentos e um indivfduo meio louco ou efetivo embusteiro os
aproveitou para seus fins. COJJW tal e como pelo seu talento de fazer
dfvidas e nunca pagá-las, o Fernand Ebert esperou extorquir-me dinheiro a
mim e arranjá-lo, ainda, do Governo Imperial, para melhorar suas
circunstâncias, que pelo seu proceder tem arruinado. Os signatários todos
foram persuadidos de que se tratava em primeiro lugar do estabelecimento
de uma grande fábrica de fios de algodão, para a qual o Governo havia de
fornecer os fundos e de que o Ebert se lisonjeava de ser o fundador e
administrador. Gabando-se este de boca cheia de suas fntimas relações
com pessoas de alta posição, muitos populares acreditam em tais
fanfarronadas, tão ridfculas que foram os numerosfssimos credores que se
lisonjeavam de que, arranjando o Ebert dinheiro do Governo, haviam de,
enfim, ficar pagos, e persuadiram os outros, para também assinarem. Além
disto, não tendo este sujeito outro trabalho, senão palrar na miserável
baiúca de que vive, e enfim, mandando por sernanas um homem por toda a
Colônia, para mendigar assinaturas, alcançou destas o número que
apresentou, com tanto maior facilidade, quando tal assinatura não custa e
não compromete a nada, e grande parte delas é escrita à rogo e por pessoas
de que conheço bem a letra. Na Corte, porém, o proje..to de fiar e tear
algodão da fábrica devia parecer até ao Ebert por demais absurdo e
vertiginoso e assim ele se restringiu à navegação a vapor, ficando os
signatários à quem mostrei a petição, não pouco admirados e os sensatos
até indignados sobre a mesma e as calúnias que nela diz sobre a Colônia
inteira. E na realidade a petição contém quase tantos absurdos, mentiras e
calúnias quantos são os perfodos. É absurdo e mentira dizer, que a
dificuldade das comunica-
ções entre a Colônia e outros lugares seja tal, que os colonos não possam
exportar seus produtos e quando os iates como dantes também ainda hoje
sempre chegam até meia légua acima da povoação. É mais absurdo ainda
dizer que a navegação a vapor faria nascer fábricas de toda a espécie -
quando faltam capitais, conhecimentos, pessoas idôneas para tal fim.
Finalmente, é a mais louca grosseria e desavergolthada mentira e calúnia
dizer que não obstante ser o terreno fertilfssimo, milhares de braç?s
trabalhadores e assfduos não podem procurar-se as primeiras necessIdades
da vida. Contando a Colônia com dois mil e trezentos habitantes entre
crianças, adultos, velhos decrépitos, etc. - assim pois pelo menos 1/8 partes
da população não podiam subsistir e isto "não obstante ser o terreno
fertilfssimo"!!! O absurdo é tão palpável, que nem merece impugnação e um
simples passeio até os mais remotos cantos da Colônia o relata. Quem tem
boas terras no Brasil e nelas trabalha, nunca sofreu e sofre fome e quem faz
ISto com assiduidade, economia e inteligência, prospera mais ou menos.
Assim também em esta Colônia. Se o seu estado fosse tal como o Ebert pinta,
ele não se podia sustentar com sua famaia, com a mesquinlUt baiúca que
erigiu, desde que não gostou mais de trabalhar, nem os olltros baiuqueiros
que se acham no mesmo caso e formam a lnaior praga da Colônia, tirando o
dinheiro à algibeira dos levianos e favorecendo o vfcio da bebida. A petição
do Ebert, repito-o, não passa de uma intriga e embuste, com que procura
haver dinheiro para se salvar das garras dos seus impacientes credores,
indispor contra mim, tanto os meus superiores, como a bruta massa entre os
colonos. Assim para acima ele pinta o estado da Colônia com as cores mais
negras e falsificadas; e aos papalvos e estúpidos, narl'a, que eu seja o único
obstáculo dos seus desejos. Ainda no momento, em que escrevo, preside a
uma reunião, que convocou, e o maior embrutecido beberrão da Colônia,
jàz o orador. Causa nojo e asco tal proceder a qualquer homem de bem, mas
tenho bastante energia e confiança no bom senso da maioria dos colonos,
para me deixar atemorizar. Estas intrigas já datam desde ano e meio e
principiaram no instante em que me neguei de adiantar mais dinheiro ao
referido Ebert, porque já me devia uns 1 :200$000 e toda anterior
assistência ficava infrutifera e perdida nas suas mãos, que s6 sabia dissipar
e já na Alelnanha havia dissipado Ulna boa fortuna. Desde então o Ebert,
procurou por todos os meios extorquir-me dinheiro, ameaçando-me em
cartas mais loucas ainda, do que insolentes, de acusação perante o
Governo, o Ministro da Prússia e o mundo inteiro por causa da minha má
administração, de Ulna reunião geral dos colonos, da sua "acerba vingança
", etc., e intrigando entre os colonos, para
indispô-los contra mim. Corno me comiserava da infeliz mulher e família
do desvairado, deixei-o impune, até que depois da sua recente volta da
Corte e tendo ele ali malogrado no negócio de arranjar dinheiro ou mer-
cadorias contra d(lerentes pessoas fez alusões as mais injuriosas contra
mim, para amedrontar-me e restabelecer "as antigas amigáveis relações
entre ele e a Direção ". O mesmo fez em carta particular que evidencia que
seu autor já não está no pleno gozo de seu juízo e que me escreve em
resposta a um "oficio" em que lhe pedira suas üifonnações e cálculos sobre
a navegação pretendida, inculpando-me quase diretamente de peculato,
prevaricação e outros crimes. Então enfim o fiz citar perante a autoridade
por causa de iJ!júrias e para provar suas imputações. Procedi a este
extremo para tomar desforra a llIn homem, que considero ou como meio
louco ou corno um desprezível velhaco, mas para convencer aos néscios ou
malévolos, que, julgando meu caráter pelo seu próprio, não se podiam
interpretar minha nímia indulgência e longanimidade para com Ebert,
senão pelo receio de que eu tinha a encobrir erros ou erimes e aquele
sujeito, por meio de suas altas relações de que sempre se gabava, fosse
capaz de muito incomodar-me. À vista das provas e da própria defesa do
acusado a sentença não pode ser duvidosa e dada ela, hei de perdoar a
pena ao culpado e entregá-lo ao merecido desprezo dos homens honrados
da Colônia ou ainda a comiseração dela, porque para mim não resta
dúvida, de que este indivíduo já se acha no princípio de efetiva aluciJUlção
mental.
Resumindo minha it!fonnação em poucas palavras, sou, pois, da
opinião, que a pretendida navegação fluvial, bem que útil e agradável, não
é indispensável para a ulterior prosperidade desta Colônia e do Itajaí em
geral, que os vapores da linha dos Portos Intermediários, toquem quanto
antes no porto deste rio e que as estradas desta Colônia para a vila de
Itajaí, de wn e para cima da Serra do outro lado, fiquem COtltinuadas e
quanto antes acabadas. Deus Guarde va Excia - Colônia Blumenau, 19 de
setembro de 1864. - /lm o Sr. José Bonifácio Caldeira de Andrada, Dmo.
Delegado das Terras Públicas. - O Diretor - Dr. Hermann Bnlflo Otto
Bllllnenau ". (I)
O projeto de Ebert morreu, porém, tempos depois, Blumenau adquiriu
de Frederico Bruestlein, de Joinville, um vaporzinho que passou a servir no rio
Itajaí-Açu como rebocador. O vaporzinho, adquirido na Alemanha, para fazer o
trajeto entre São Francisco e J oinville fora construído para viagens t1uviais e
não para suportar as águas da baía de Babi-
tonga, a ação e as conseqüências da água salgada.
Em 1874, foi constituída na capital da Província, a Cia. Catarinense de
Navegação que adquiriu o vapor São Lourenço, inaugurando no dia 22 de
novembro de 1874, uma linha regular entre Gaspar e Desterro. Devido às fortes
corredeiras existentes e pouca profundidade na localidade de Belchior, o São
Lourenço não podia subir o rio até Blwnenau e o trajeto restante era feito em
canoas e carroças. Pelo São Lourenço, além dos passageiros e cargas vinham
também as malas postais destin~das aos blwnenauenses pois, em 1874, foi
criada a agência do Correio, tendo na direção 0 agente Reinhold Freygang. Foi
comandante do São Lourenço, João Várzea, pai do escritor Virgílio dos Reis
Várzea.
A Colônia crescera e as viagens do São Lourenço que deveriam ser
mensais eram irregulares prejudicando o comércio e a indústria de Blwnenau,
bem como o transporte de passageiros e malas postais, o que levou os
blwnenauenses a fundar no dia 20 de maio de 1878, a Companhia de
Navegação Fluvial a Vapor Itajahy-Blumenau, com subscrição de ações. Pelo
Decreto Federal nO 6.989 de 10 de agosto de 1878, foram aprovados os
Estatutos da Companhia, fonnada com o capital de trinta contos de réis,
divididos em ações de cem mil réis cada uma, cabendo o controle acioná rio da
Companhia a Louis Sachtleben, sendo seus primeiros diretores eleitos Karl
Wilhelm Friedenreich, Hennann Wendeburg, Louis Sachtleben, J ohalID H.
Grewsmuehl e Karl Meyer. O vapor foi encomendado na Europa e
destinava-se ao transporte de passageiros e pequenas cargas entre o porto de
Itajaí e Blumenau. O vapor foi construído nos estaleiros de "Schlick.sche
Flussdamp:tWerkei" em Dresden-Alemanha pela finna "Dampfschiffs und
Masch~nenbauanstalt", recebeu o nome de "Progresso" e atravessou o
Atlântico a reboque no ano de 1879, sendo recebido em Blumenau com musica
e foguetes, prenunciando, ao apitar na curva do rio (Capim Volta),
desenvolvimento econômico. O "Progresso" era um vapor de pequena
tonelagem, provido de caixas de rodas laterais e uma máquina de trinta
cavalos; media 22,80m de comprimento por 3,34 m de largura e 1,80 m de
altura e calava setenta centímetros. O "Progresso" vinha comandado por
Friedrich KuhlmalID, sendo gerente da Cia., Karl Meyer, da finna Meyer &
Spierling, que se localizava nas imediações da CELESC, na atual Alameda
Duque de Caxias.
Antes da chegada do "Progresso", a Companhia publicou no dia 21 de
junho de 1879, no "Kolonie Zeitung" de Joinville o seguinte avi:;o:
"A Companhia de Navegação Fluvial a Vapor Itajahy - Blwnenau pretende
engajar uma pessoa idônea, que sirva de comandante no seu va-
6.
por, cuja chegada da Europa se espera em brevidade. Por tal fim chama-se
pelo presente a todas as pessoas qual~ticadas, que quiserem entrar em
concorrência, para até o dia 15 de julho p. vindouro por escrito dirigirem
as suas relativas ofertas ao gerente abaixo assinado. Note-se que o
respectivo comandante ha-de depositar uma caução de cinco ações da
Companhia. - Blumenall, 12 de maio de 1879. O Gerente da Companhia:
Karl Meyer. "
Navegação Fluvial
O primeiro comandante do "Progresso" foi Carl Jansen, que residia no
prédio onde esteve instalado o Hotel Estrela (rua Itajaí e 15 de novembro).
Posterionnente o "Progresso" foi comandado por Gustav Hack.laender. O
maquinista do "Progresso" foi por muitos anos, Alfredo Canto.
Em 1880, durante a grande enchente, o "Progresso" prestou preciosos
serviços à população, transportando pessoas para os postos de socorro
instalados nas Igrejas evangélica e católica. Na ocasião, o "Progresso"
navegava pela rua das Palmeiras orientando-se pelas copas dos coqueiros.
O "Progresso" completou 25 anos de viagens entre Blumenau e Itajaí no
dia 9 de dezembro de 1904, data que foi festejada com o vapor, chegando ao
porto, todo enfeitado com palmitos, flores, bandeiras, es-
poucar de foguetes e a banda musical Werner tocando um dobrado. Foi um dia
de festa. O povo aplaudia pela praça e pelo caminho que dava acesso à rua 15
de Novembro. Os diretores da Companhia de Navegação serviram churrasco e
chopp ao comandante, tripulação, amigos e fregueses até altas horas da
madrugada. Hack.laender, comandante do "Progresso" foi presenteado pelo
povo com uma grande âncora de madeira enfeitada de tlores.
Em face do crescimento da Colônia, o "Progresso" tornou-se insu-
ficiente para o escoamento da produção blumenauense, e a Companhia de
Navegação resolveu encomendar ao mesmo estaleiro que construiu o
"Progresso", o vapor que foi batizado com o nome de "Blumenau". O vapor foi
montado em Itajaí nas imediações da antiga Igreja Matriz; media 28 m de
comprimento por 4,40 m de largura e 2,10 m de altura e calava oitenta
centímetros, tendo a força de oitenta cavalos. O "Blumenau" fez sua viagem
inaugural no dia 30 de maio de 1895, trazendo para Blumenau o Governador
eleito Hercílio Luz. O vapor "Blumenau" era idêntico ao "Progresso", porém
mais potente e espaçoso com maior capacidade para passageiros e cargas.
Como desenvolvia maior velocidade foi apelidado de "Palheta". Em 1911, na
grande enchente, o "Blumenau" prestou relevantes serviços à Comunidade
blumenauense. Fazia três viagens semanais de ida e volta até Itajaí, levando em
média quatro horas para descer o rio sete horas e meia para subir com as chatas
e lanchas que rebocava. O vapor "B1umenau", mais tarde com o "Jan", o "Santa
Catarina" ou "Catarina" e o "Richard Paul", formavam a frota a vapor com linha
regular, enquanto o "Progresso" que sofrera uma pane em suas máquinas e
requeria grande soma em dinheiro para repará-Ias foi aposentado em janeiro de
1912, depois de trinta anos de serviços. As máquinas foram desmontadas e o
casco transfonnado em lancha de carga, atrelado ao rebocador "Catarina".
No dia 27 de outubro de 1889, aportou em Blumenau o rebocador "Jan"
de propriedade de Grewsmuehl e Hering. Era bem menor do que o "Progresso",
entretanto tinha uma máquina possante e serviu para aumentar os meios de
comunicação entre Blumenau e o porto de Itajaí. Em janeiro de 1907, foi
vendido por dez contos de réis à Comissão de Melhoramentos da Barra do Porto
de Itajaí. Em 1908, Frederico G. Busch Sênior, mandou construir, em estaleiro
local, o barco a vapor "Gustavo" para transportar passageiros entre Blumenau e
Itajaí.
O vapor "Santa Catarina" ou "Catarina" como era conhecido, era um
rebocador curto e bojudo, e segundo um relato de Celso Liberato "era pequeno
o danado do vapor, mas roncava como gente grande. No
7.
corte da proa fonnava-se um enorme "bigode" de espumas, e o deslocamento
das águas armava marretas que rebentavam nas margens, balouçando as
pequenas embarcações ali ancoradas". Era difícil estabelecer qual o mais veloz
se o "Blumenau" ou o "Catarina", pois nunca trafegavam no mesmo sentido,
enquanto um subia o rio o outro descia. O "Blumenau" todo embandeirado em
arco, consagrou-se o mais veloz durante um piquenique, que um grupo de Itajaí
fez até a cidade de Gaspar. Na volta, o "Blumenau", tendo como comandante
Gustav Hacklaender, teve na sua esteira o "Catarina" e para não perder a "fita
azul" para o "Catarina", Hacklaender curvou-se sobre o porta-voz de metal
dizendo:
To ... da ... e o vapor arrancou violentamente com José Gall, João Nascimento e
outros .na casa de máquinas, seguindo garboso para o porto de Itajaí, atracando
no trapiche de Asseburg & Cia .. já com as luzes acesas. Durante setenta anos, o
"Blumenau" fez o percurso Blumenau-ltajaí, transportando de cinqüenta a
sessenta passageiros. A primeira classe viajava no salão de popa em
confortáveis acomodações. No convés viaJava a segunda classe com relativo
conforto.
o rio Itajaí-Açu
No dia 26 de junho de 1910, domingo, Blumenau recebeu no seu porto
com foguetes e vivas, o vapor "Richard Paul" que a firma Richard Paul
encomendara na Alemanha e que vinha garboso e todo embandeirado. O vapor
era um transatlântico em miniatura; media 28 m de compri~ mento por 4,65 m
de largura, calava noventa e cinco centímetros e tinha
duas hélices. Transportava passageiros e cargas entre Blumenau, Itajaí,
Florianópolis e se preciso fosse, até o Rio de Janeiro. Quando o vapor surgiu na
clara manhã na curva do rio, espoucaram foguetes e rojões. Personalidades,
convidados e grande número de curiosos aguardavam a chegada do vapor, e aos
que foram a bordo, Lorenz, o representante da finna, serviu urna taça de
champanhe. Com o lançamento do "Richard Paul" começou uma concorrência
nos preços das passagens. A Companhia de Navegação Fluvial a Vapor
Itajahy-Blumenau, proprietária dos vapores "Progresso" e "Blumenau" teve que
baixar os preços das passagens entre Blumenau e Itajaí, porque o "Richard
Paul" ia fazer o trajeto por seis mil réis o bilhete de primeira classe e cinco, o de
segunda classe. A Companhia Fluvial baixou os preços cobrando cinco mil réis
pelo bilhete de primeira classe e três pelo de segunda, estabelecendo também as
passagens de ida e volta entre Blumenau e Itajaí, com validade para dez dias, ao
preço de oito mil réis na primeira classe e cinco na segunda. A concorrência não
durou muito, pois os proprietários logo chegaram a um acordo.
Além das embarcações citadas, operavam ainda no rio Itajaí-Açu, a chata de
ferro "Stefânia" de 100 T. e as lanchas: "Itajaí" de 80 T., "Progresso" e "Ilhota"
de 40 T., "Gaspar" e "Boa Esperança" de 20 T. (2) Entre 1929 e 1956, Alfredo
Luz atuou como Marinheiro da Ordem no vapor "Blumenau" e outras
embarcações no rio Itajaí-Açu.
A Companhia de Navegação Fluvial a Vapor Itajahy-Blumenau, foi
manchete no dia 26 de setembro de 1907, ao detlagrar a primeira greve no
Vale do Itajaí. Nesse dia, a maior parte do pessoal da Companhia fez greve em
Blumenau exigindo aumento de salário, porém o resultado foi negativo porque
os diretores da Companhia telegrafaram para Itajaí e obtiveram outros
trabalhadores que substituíram os grevistas.
Em 1909, a Companhia Estrada de Ferro Santa Catarina, adquiriu cerca
de dois terços das ações da Companhia de Navegação Fluvial a Vapor
Itajahy-Blumenau, tornando-se a maior acionista da Companhia. Em
Assembléia Geral realizada no dia 21 de fevereiro de 1909, foi eleito presidente
da Companhia Fluvial, o engenheiro Scheftler, representante da Companhia
Estrada de Ferro Santa Catarina. Faziam parte da Diretoria, Alwin Schrader,
Gustav Salinger e Louis Altenburg. Para o Conselho Fiscal foram eleitos, Otto
Rohkohl, Philipp Doerck e Julius Probst. Na época, o "Der Urwaldsbote"
comentou ainda que a nova diretoria tomasse providências para reorganizar o
serviço de transporte de cargas e
8.
passageiros, evitando o favoritismo no despacho de mercadorias e as ar-
bitrariedades por parte dos empregados.
Os vapores "Progresso" e "Jan" tiveram ativa participação na revolução de
1893, quando transportaram próceres republicanos, cerca de 150 pessoas, para
Itajaí. Posterionnente, o vapor "Jan" transportou até Itajaí, vinte pessoas, delegação
que foi cumprimentar o Tte. Machado, e que foi impedida de desembarcar voltando
para Blumenau, pois populares se postaram no trapiche e agrediram com pedradas,
vaias e até um velho canhão carregado com pregos enferrujados foi preparado para
atirar nos blumenauenses se fosse necessário.
No dia 19 de abril de 1920, por portaria do Inspetor Federal das Estradas,
Gustav Hacklaender foi nomeado Superintendente da Navegação da Secção Fluvial
da Ferrovia, e ainda em 24 de julho do mesmo ano, pela portaria nO 81, foi
elogiado pelo esforço e inteligência empregados na construção de um salão de
primeira classe no vapor "Blumenau". Ao festejar seus 25 anos como capitão do
vapor "Progresso", Hacklaender foi cumprimentado pelo engenheiro Bischof, em
nome da Companhia Ferroviária. Aposentou-se em 1 ° de abril de 1928, depois de
trinta e sete anos de serviços. No dia 2 de setembro de 1950, Centenário de
Blumenau, Gustav Hacklaender, ao leme da miniatura do vapor "Blumenau",
desfilou no préstito histórico, sob os aplausos da "Blumenau Centenária" .
Desativado, o vapor "Blumenau" estava encalhado na foz de um riacho em
Itoupava Seca quando os Vereadores da Câmara Municipal de Blumenau, após
prévia petição, receberam no dia 5 de janeiro de 1960, a transcrição do despacho
ministerial pelo diretor da Estrada de Ferro Santa Catarina, chegando as tramitações
de doação do histórico vapor em fase final. Formalizada a doação, começaram as
apreensões do Prefeito Municipal sobre os custos com a restauração da histórica
embarcação e a sua instalação em local público adequado. O problema interessou o
Kennel Clube de Blumenau cujo presidente empenhou-se em campanha para
despertar no blumenauense a colaboração ao nobre objetivo, e no dia 31 de março
de 1960, houve entendimentos entre o Governo Municipal, Keill1el Clube e o povo
em geraL para instalação do vapor. Em 8 de setembro de 1961, com a cheia do
Itajaí-Açu, o velho vapor que estava encalhado durante anos na foz do riacho,
flutuou. A diretoria do KelUlel Club de Blumenau, que há tempos vinha preparando
com carinho o vapor com trabaLho gratuito de mecânicos para a sua última viagem
não mais impulsionada pelo vapor das máquinas que moviam as duas grandes rodas
laterais, mas sim equilibrado em tambores cheios de ar, e rebocado por duas lanchas
até a "Prainha" na Ponta Aguda onde foi recebido com espoucar de foguetes e
instalado como relíquia histórica do passado. O vapor "Blumenau" que sulcando as
águas do nosso Itajaí-Açu, transportou cargas e socorreu a Comunidade nas
enchentes, também transportou sonhos e esperanças, e exposto às margens do rio
que sulcou com galhardia é uma visão da efemeridade do material no tempo.
Alfredo Canto, que foi maquinista do vapor "Progresso", festejou suas
bodas de prata no vapor ornamentado de flores, recebendo ainda um relógio de ouro
com corrente e inscrição pela sua dedicação ao pioneiro dos vapores de Blumenau.
Antes da construção das pontes que ligam a margem direita à esquerda do
rio Itajaí-Açu a única forma de atravessar o rio era a balsa que ligava o porto tluvial
de Blumenau à "Prainha" (Ponta Aguda), e segundo S. C. Wahle os seis portos de
canoas:
"1. porto de canoas da Estrada de Ferro Santa Catarina, nos fundos do
almoxarifado da Estrada de Ferro;
2. porto do Hotel Schmidt nos fundos do hotel;
3. porto de Peter's Kanal entre os terrenos Zadrozny e Emflio Bawngar-
ten (Blumenauer Zeitung);
9. porto da Casa São José, nos fundos da Casa São José;
10.porto dos Braga entre os terrenos Schadrack e Braga;
11.porto de canoas do porto fluvial".
 O acesso aos portos da Rua 15 de Novembro eram picadas que foram
absorvidas pelos proprietários após a construção das pontes. Os vestígios dos
portos de canoas desapareceram com a construção da Avenida Beira-Rio,
pern1anecendo o porto fluvial, parte do patrimônio histórico da cidade.
Para evitar obstáculos à Navegação Fluvial, a ponte metálica sobre o rio
Itajaí-Açu, na foz do ribeirão da Velha, foi calculada e construída com 18 metros de
altura acima do nível do rio (nonnal). Com 315 metros de extensão foi construída
sobre dois pilares de concreto e pedras separadas por 62 metros de rio, sendo usadas
estruturas de ferro fornecidas pela firma Erledegund. Foi construída pela tinna
alemã PH Holzmallli, subsidiária brasileira da Cia. de Obras e Construções S/A,
sob a supervisão do Engenheiro Heinrich Schloemallli, que também supervisio-
.nava as obras do porto de Itajaí e São Francisco do Sul. A construção teve início no
dia 10 de agosto de 1929 sob a responsabilidade do Engenheiro Braeke.
Entre as pessoas que esperavam a chegada dos vapores "Progresso",
"Blumenau" e outros, estava o alegre Christian Piependeckel, natural da Alemanha
e uma tigura típica bastante popular. Christian, mediante alguns tostões,
transportava bagagens de passageiros e algumas cargas que lhe eram contiadas,
obtendo assim algum dinheiro que geralmente gastava nos botecos onde bebia seus
traguinhos. Apesar do cheiro da cachaça, Christian sempre se mantinha na linha.
Usava bigodes compridos, cabelos cortados à escovinha, baixo, vestia sempre uma
camisa de malha grosseira, sem gola, e era alvo de chacota, o que não o inco-
modava, pois era um pouco retardado. Fazia também outros serviços que lhe
proporcionavam meios de subsistência. Ninguém sabe o fim que levou. Ficou na
história.
ESTRADA DE FERRO SANTA CATARINA
(Santa Catlzarina Eisenhalzn Gesellsclzaft)
A Estrada de Ferro Santa Catarina foi o elo que possibilitou grandes
realizações em todo o Vale do Itajaí.
N os primeiros anos da colonização o Doutor Blumenau já cogitava da
necessidade de uma estrada de terro, e, em fins de 1870, o Engenheiro Emil
Odebrecht, que traçara a estrada de rodagem para o planalto, também partilhava da
necessidade de uma estrada de ferro que atingisse
o planalto.
Antes da implantação da ferrovia vários estudos foram realizados, entre eles,
os da Companhia Inglesa que recebeu o contrato do Engenheiro Sebastião Antônio
Rodrigues Braga, que havia sido contratado pelo Decreto de 10 de tevereiro de
1871. Na época, a Companhia Inglesa recebeu cinco mil contos de réis pelos estudos
realizados para a implantação de 717 quilômetros da então chamada "Estrada D.
Pedro I" .
No dia 3 de janeiro de 1884, chegaram à Vila de Blumenau dois empregados
da Comissão de Estudos da "Estrada de Ferro D. Pedro I". Segundo o jornal
"Immigrant" de 19 de março do mesmo ano, a estrada atravessaria Blumenau em
direção ao Barracão, Brusque, etc., e que o escritório central já fora transferido para
Blumenau, onde já se encontravam os engenheiros, J. Hopkins e W. M. Schmidt e
dois auxiliares, e que se o fato se concretizasse, Blumenau seria benetíciada com
linha telegráfica que acompanharia o leito da estrada. A construção seria confiada ao
Engenheiro Emil Odebrecht. Também foi veiculada a notícia de que o projeto ligaria
Santa Catarina ao Rio Grande do Sul, atravessando os dois estados, partindo de São
Francisco, passando por Joinvil1e e Blumenau. Inviável, na época, o Governo pagou
pesada indenização aos concessionários e empreiteiros da estrada.
Em 1890, ou seja seis anos depois, a construção da estrada de ferro volta a
ser notícia em Blumenau através de um telegrama enviado pelo Governador Raulino
Horn, no dia 18 de outubro de 1890, comunicando que recebera da capital da
República a informação de que seria construída uma estrada de ferro que além de
ligar Blumenau ao Estreito, seguiria também até Rio do Sul. O teor do telegrama foi
o seguinte: - "Desterro, 14 de outubro de 1890. Neste momento recebo eu da
Capital Federal o seguinte comunicado telegráfico: Neste instante o
Governo Federal garantiu juros e outras vantagens para a construção de
uma estrada de ferro a qual partindo do Estreito, passará por Blwnenau,
atravessando a Serra, seguindo pela margem direita do rio 19uaçu até
alcançar a margem esquerda do rio Paraná, no mesmo estado. De pontos
especialmente designados, partirão ramais para São Francisco, e outro
pelo Vale do Canoas, sobre Lages, até atingir Passo Fundo, no Estado do
Rio Grande do Sul. Uma nova era de progresso se abre para a nossa pátria.
Aceitem as minhas elltusiásticas congratulações. Viva a República! asso
Lauro Mueller. Viva o Governador Lauro Mueller. Viva o Estado de Santa
Catarina. Raulino Horn, Governador".
O telegrama, aliado à euforia dos blumenauenses, suscitou o seguinte
comentário no "Blumenauer Zeitung", nO 42: "Com isso, não só
os interesses de nossa Colonia e os de Dona Francisca, /nas também dos de
Desterro, que entrosam com os nossos, encontraram uma solução satisfatória,
aproveitada pelo Estado inteiro. Nós blumenallenses, podemos ficar
especialmente satisfeitos com a solução desse projeto, que nos colocará,
imediatamente em destaque como centro do nosso Estado. Conseguimos rnais
que podfamos esperar, em nossas mais ousadas esperanças. E tudo, pela
intervenção do nosso Governador, Lauro Mueller, e como reconhecimento
pelo aparecimento das eleições, esperadas com tanta ansiedade". O
blumenauense desiludiu-se, pois a notícia serviu apenas para
politicagem e arrecadação de votos para o Partido Republicano. Na
ocasião, Lauro Mueller foi considerado o maior cabo eleitoral de Santa
Catarina.
Através da Lei na 392, de 20 de setembro de 1898, o Engenheiro
Friedrich van Ockel, genro de Wilhelm Eberhard, agente postal, conseguiu a
concessão para implantar uma ferrovia com trem a vapor entre Blumenau e
Aquidabã, e no dia 18 de dezembro de 1899, numa segundafeira, com grande
público e solenidade, van Ockel convidou o representante do Governador Dr.
Felippe Schmidt, Heinrich Krohberger, para dar as tradicionais três marteladas
no marco da obra. O terreno de Heinrich Korhberger foi o local escolhido para a
construção da Estação da Estrada de Ferro. Compareceram autoridades
municipais, representante do Governador, do Consulado geral da Alemanha, do
comércio, indústria e das sociedades blumenauenses. Antes das tradicionais
marteladas, Friedrich van Ockel, em português, expôs tudo o que iria envolver
o empreendimento, cuja concessão lhe fora dada por atos do legislativo e exe-
cutivo do município com autorização do Governo Estadual, e apoio do
Governador Hercílio Luz, Cônsul Alemão von Zimmer, Companhia de
Colonização Hanseática e outros. Na ocasião, Friedrich van Ockel falou sobre
os esforços para fonnar em Berlin um sindicato t1nanceiro tendo a frente os
bancos Bleichroeder e Varschauer com nove milhões de francos para construir
a Estrada de Ferro Blumenau-Aquidabã e Estrada de Ferro
Saguaçu-Joinville-Jaraguá, disse ainda, que deveria chegar em breve a
Blumenau, pelo porto de São Francisco, o Conselheiro von Hagen, rep-
resentante do sindicato, que no dia 30 de novembro, embarcou no porto de
Hamburg, no vapor "Paranaguá" (von Hagen chegou a Blumenau no dia 13 de
janeiro de 1900). Com vivas ao Governo Estadual e Municipal, van Ockel
convidou o Dr. José Bonifácio da Cunha, Superintendente local, para dar início
às solenidades, porém o Superintendente disse que tal honra caberia ao seu
antecessor Otto Stutzer que assinou o decreto de concessão, porém como
Superintendente aceitava a incumbência, dizen-
d~ ainda que a construção d.a f~rrovia era u~a conquista do regime repu-
?lIcano,' q.ue dava aos mUI1lClplOS autonOlma para concessões de grande
unportancla, sendo esta, a primeira a ser concedida dentro do Estado. F~lou
tambéI~ da im~ortância e beneficios que adviriam com o empreendlln~nto.
Apos as tres marteladas dadas por Heinrich Krohberger, este dese~o~ .que a
obra se concretizasse em ritmo acelerado para o bem do mumclplO, e que a
meta da mesma não se restringisse a Aquidabã e sim se est.endesse até o
planalto e fronteira com a Argentina, confonne havia planejado o Doutor
Blumenau. Após batidas várias fotos sobre as solenidades e a execução do Hino
Nacional Brasileiro e o da Alemanha van Ockel convidou autoridades e
convidados especiais para o banquet~ em sua casa. Antes, porém, van Ockel
solicitou que todos assinassem a ata que o tabelião 'da Comarca lavrara sobre o
acontecimento. Durante o banquete o Dr. José Bonifácio da Cunha ressaltou a
importância da irnigr~ção e colonização, convidando os presentes, com ele, a
erguer um brmde para homenagear os irnigrantes e descendentes. Peter C.
Feddersen agradeceu em nome dos imigrantes, dizendo ainda que os blume-
nauenses, nos cinqüenta anos de existência da Comunidade não se omitiram em
atender ao ch~lmado da Pátria, em defesa desta (1865), durante a Guerra do
Paragual, bem como em defesa da ordem e das institu.iç~es rep.ub.licanas,
demO!lS~rando assirn a sua lealdade para com a patna brasIleIra, sua
constltmção e seu governo finalizando com um brinde ao Brasil e ao seu
Governo. Durante o b~nquete foram dados e trocados brindes. O Cônsul
Alemão em Blumenau, Gustav Salinger ao Cônsul G.eral von Zirnmer pelo
incentivo ao empreendirnento, granjeando a gratliliío dos blumenauenses.
Francisco Margarida, saudou van Ockel pela sua atividade junto aos órgãos
governamentais e classes econômicas para iniciar a obra meritória. O Deputado
Louis Abry brindou o ex-Governador Hercílio Luz, em cuja gestão foram
assinados os atos de concessão, um brinde a Hermann Baumgarten, do
"Blumenauer Zeitung" e ao Sindicato de Berlin, que garantiu o financiamento
da obra. Gustav Salinger agradeceu a van Ockel e família a hospitalidade e o
banquete em nome dos participantes. Pelas duas horas da tarde os convidados se
retiraram para se reunirem com suas famílias à noite, num baile que esteve
animado até altas horas.
Apesar da vinda do engenheiro alemão Solinz para estudar a viabilidade
do projeto, e o Governo, através do Decreto na 430, de 11 de outubro de 1899,
ter prorrogado o prazo de assinatura do contrato até 31 de dezembro de 1900, o
empreendimento iniciado com grandes esperanças e entusiasmo só ficou na
batida das estacas. A concessão de van Oc-
kel caducou por falta de recursos financeiros. construção da ferrovia e suas estações, autorizando o Superintendente a utilizar
Por Decreto Estadual nO 227, de 27 de setembro de 1904, foi dada a verba de 100:000$000.
concessão a Harry von Skinner ou empresa por ele organizada para a É evidente que na época, todo o material de construção para a Es-
construção de uma Estrada de Ferro da cidade de Blumenau até a região da trada de Ferro era importado, e o "Blumenauer Zeitung" de 9 de novembro
Sociedade Colonizadora Hanseática com um ramal até a cidade de Rio Negro, de 1907, noticiou que no dia 27 de outubro de 1907, aportou em Itajaí o
e outro partindo da linha principal até a cidade de Curitibanos, seguindo para vapor "Koblenz" do Norddeutscher LJoyd-Bremen, e que descarregou 800
Rio Negro. toneladas de material para a Estrada de Ferro Santa Catarina.
Em 1904, também foram realizados estudos para a implantação de uma Entre o material também chegou a primeira locomotiva que depois de
ferrovia elétrica pelo Dr. Paul Aldinger, von Wettstein e Fritz Kühne, que alguns dias foi transportada para Blwnenau. As primeiras experiências com a
levantaram a possibilidade de implantar uma ferrovia elétrica de 76 nova locomotiva, posta sobre os trilhos, foram realizadas em Itoupava Seca no
quilômetros, que sairia de Blumenau, atravessaria a Colônia Hansa para dia 20 de dezembro de 1907. No dia 3 de novembro de 1908, a "Macuca"
Lucena, seguindo para o Rio Negro. Como fornecedora de força foi escolhida a atravessou o ribeirão da Velha, sobre a ponte recémconstruída, fazendo o
queda de água do Itajaí, cujo poder de força foi calculado em 25.000 trajeto de Itoupava Seca até a rampa em Blumenau.
cavalos-força e um sistema de 5.000 turbinas bastaria para movimentar o trem.
Fritz Kühne, encarregado de construir o trem, foi ao mesmo tempo incumbido
pela Intendência de Blumenau para instalar uma rede de ilwninação elétrica.
A partir de 1900, a Sociedade de Colonização Hanseática se empenhou
para que a construção da ferrovia se concretizasse para viabilizar seus planos
de Colonização, tendo gasto mais de 200.000 marcos em estudos. Ao iniciar o
loteamento das terras às margens do rio Hercílio (Itajaí do Norte), a Sociedade
de Colonização Hanseática deparou com a falta de transportes para a
Alemanha, fazendo com que o projeto de construção da ferrovia fosse
amplamente estudado por Peter Christian Feddersen, que, baseado em
estatísticas de Theodor Lueders, viabilizou o projeto que ligaria todo o Vale do
Itajaí por via férrea ao porto de Itajaí. Após coletar o material necessário,
Feddersen empreendeu várias viagens ao Rio de Janeiro e Alemanha para
despertar o interesse pelo projeto e o financiamento para a construção da
ferrovia.
Coube à Sociedade de Colonização Hanseática, o mérito de incentivar
em 1906, a fundação em Berlin, sob a direção do Banco Alemão e a
cooperação de outros bancos e Empresas de Navegação (alemãs), a realização A Macuca
do projeto de construção da "Santa Catharina Eisenbahn Gesellschaft S.A." Para dinamitar rochas em alguns trechos da construção da Estrada de
com sede social em Berlin (sem capital ou empresas brasileiras). Os estudos Ferro, um vapor alemão aportou em Itajaí com 30 toneladas de dinamite. O
definitivos começaram em 1906, porém com o falecimento do engenheiro Otto Baumeier foi até Itajaí para providenciar o transporte da
engenheiro-chefe Krober, em Blumenau, o projeto sofreu certa demora, sendo dinamite, de lancha, até Itoupava Seca. A lancha com bandeira preta no mastro
completado pela- comissão de construção da finna construtora Hermann principal deveria ficar ancorada no meio do rio, em Itoupava Seca e muito bem
Bachstein & Arthur Koppel, que chegou a Blwnenau em 1907, dando Í1úcio à vigiada. Estas instruções foram dadas ao chefe ~ lancha. Chegando a
construção em dezembro do mesmo ano. Blumenau, via terrestre, Otto Bawneier en-
No dia 2 de dezembro de 1905, a Câmara de Blumenau aprovou
vários projetos de lei, referentes a desapropriação de terrenos para a
controu a lancha ancorada no meio do rio, e não notando ninguém a bordo,
somente uma pequena fumaça que saía de uma parte da embarcação, foi de
canoa até a lancha e surpreso encontrou sentado sobre uma caixa de
dinamite, o vigia que fumava calmamente o seu cigarro de palha, ignorando
perigo a que expunha a si e toda a redondeza.
O responsável pela supervisão da construção da Estrada de Ferro,
Dr. Goes, despediu-se de Blumenau no dia 5 de julho de 1907, numa
reunião entre amigos realizada no Hotel Holetz. No seu discurso o Dr. Goes
agradeceu a acolhida que teve em Blumenau, dizendo ainda que "0 alemão
demora em tomar uma decisão definitiva; porém tomada, a execução segue de
imediato e sem vacilação".
Em nome do Superintendente falou o Deputado Peter C. Feddersen
que expressou satisfação por Blumenau ter em breve a sua Estrada de
Ferro.
Para o cargo de engenheiro-chefe foi nomeado Muzíka, que viria da
Alemanha.
O contrato para iniciar a construção da Estrada de Ferro, incentivou
o Conselho Municipal de Blumenau, em dezembro de 1907, em uma das
sessões, conceder licença à Companhia Estrada de Ferro Santa Catarina
para a construção de wn ramal da estação até o porto, pelas ruas da cidade.
O fato criou wna oposição e o projeto não se realizou.
Em dezembro de 1907, por iniciativa de um grupo integrado pela
Companhia Hanseática de Colonização, foi iniciada no dia 1 ° de janeiro de
1908, a construção da Estrada de Ferro pela fIrma Bachstein & Koppel e
deveria ser entregue em vinte e um meses, segundo contrato com o
Governo Brasileiro. Os serviços técnicos fIcaram a cargo da firma Arthur
Koppel & Cia., de Berlin, sob a chefIa dos engenheiros Groeber e Muzika.
A inauguração da Estrada de Ferro para o tráfego regular entre
Blumenau e Warnow foi no dia 3 de maio de 1909, com o seguinte pro-
grama:
07:30 horas - recepção e saudação dos convidados na estação
central de Blumenau;
07:45 horas - solenidade de inauguração;
08:00 horas - partida do trem para Warnow;
10: 11 horas - chegada em Warnow;
12:00 horas - partida de Warnow;
14:03 horas - chegada em Blwnenau.
Foi um dia festivo para o município, considerando que a população
esperava há mais de 25 anos pelo melhoramento. Para o ato solene a
estação central engalanou-se. Ao ato compareceram mais de duzentos
convidados, inclusive o Cônsul Alemão, von Landmann de Desterro.
Compareceram autoridades locais, comandante e ofIciais do 55° B. C.
inclusive a banda de música da corporação.
~a es~ção de Itoupava Seca, às 7,30 horas da manhã, chegou o
comboiO enfeItado com flores, faixas e com as bandeiras do Brasil e da
~lemanha, encostou na plataforma de embarque e do· primeiro vagão,
dIscursou, em português, o representante da Companhia Estrada de Ferro
Santa Catarina, Scheffler que suscintamente discorreu sobre a história da
Estrad~. No seu discurso enfàtizou a importância da estrada para o
desenvolvrmento da região ou seja a ligação do Vale do Itajaí entre o porto e
as fronteiras com a Argentina e Paraguai. Disse que o futuro econôm.ico de,
Sa.nta Catarina estava no Vale do Itajaí e que além da grande rmportancta
para a colonização, comércio, lavoura e indústria tinha também significação
estratégica. Finalizou com vivas ao Brasil, 'Estado de Santa Catarina e
município. Em seguida, o Deputado Peter C. Feddersen, representante do
Governador cortou a fIta simbólica e entregou a Estrada de Ferro ao tráfego.
A seguir, os convidados embarcaram no tre~ q~e seguiu para Warnow.
Houve parada em todas as estações intermedIánas que estavam
embandeiradas e enfeitadas com flores e palmitos. Os moradores
aguardavam o comboio na estação e saudavam os seus ocupantes. O trem
saiu de Blumenau com atraso de doze minutos, porém chegou pontualmente
a Warnow. Tanto em Warnow como em Indaial grande ~úmero de pessoas
em trajes festivos compareceram às estações:
Em Indalal, houve uma recepção especial organizada por Dreer que saudou
todos com discurso. Em Warnow, os alunos da escola formaram com sua
bandeira e bandeirolas, cantando duas canções patrióticas brasileiras.
Hoeschl, comerciante local, fez um discurso, enaltecendo a importância da
Estrada de Ferro e o empenho de Peter C. Feddersen na concretização da
mesma. Perto da estação, numa barraca coberta de lona, estavam dispostas
fIlas de mesas onde foi servido almoço aos visitantes. Tomaram parte no
almoço autoridades do distrito de Indaial e pessoas de destaque da
localidade. Durante o almoço, Peter C. Feddersen brindou o exército
brasileiro, na ocasião representado pelo Comandante do 55° B.C. e oficiais.
O Cel. Crispim Ferreira, agradeceu a homenagem fazendo um brinde a
Alemanha representada pelo Cônsul alemão von Landmann. Na ocasião, a
banda do 55° B.C. tocou o Hino P~ssiano. Von Landmaml, agradeceu ao
Tenente Coronel, dizendo ser o dIa um marco na história da aproximação
entre o povo alemão e brasileiro. Terminou com um viva ao Brasil e ao
Estado de Santa Catarina que
 0
se tornou a segunda Pátria dos imigrantes alemães. A banda do 55 B.C. tocou
o Hino Nacional que foi ouvido de pé e aclamado pelos presentes. Peter C.
Feddersen, lembrou aos presentes o trabalho dos colonos que possibilitaram a
festa, enalteceu o diretor da Estrada de Ferro e ao engenheiro Dr. Goes que se
interessou junto ao Governo para a realização do projeto. Antes de
regressarem, Francisco Margarida deu vivas a Pátria brasileira sendo
correspondido por membros da comitiva. O comboio regressou normalmente
comprovando que o trecho inaugurado oferecia segurança e pontualidade. Às 2
horas da tarde, o trem estava de volta na estação central de Blumenau,
tenninando a festa oferecida pela direção da estrada que agradeceu os diretores
e representantes da Companhia.
Antes da inauguração oficial da Estrada de Ferro, houve uma excursão
ou primeira viagem de um trem de passageiros entre Blumenau e Indaial no dia
13 de fevereiro de 1909, na qual tomaram parte mais ou menos cinqüenta
convidados que atenderam ao convite do representante da Companhia Estrada
de Ferro Santa Catarina, engenheiro Scheffler, para homenagear o Cônsul
alemão von Landmalltl e o Deputado Federal DI. Paula Ramos, que chegaram
no dia anterior de Desterro. Às 9 horas da manhã, o trem partiu da estação de
Blumenau, levando duas horas para chegar até Indaial devido as paradas nas
estações e a redução da marcha nos trechos da obra ainda em construção. Nos
22 quilômetros percorridos, os convidados apreciaram as obras de engenharia e
téClúcas como: terraplenagem, pontes, aterros, cortes de morros, escavações,
etc. Em Indaial, os excursionistas foram recepcionados pelo Intendente Mu-
nicipal Struwe e personalidades de destaque da localidade. Struwe ofereceu
refrigerantes e petiscos em sua residência. Da estação telegráfica de Indaial o
Df. Paula Ramos telegrafou ao Ministro da Viação, Df. Lauro Mueller,
noticiando o fato. Ao regressarem, o trem parou em Encano onde na chácara de
Ernst Eckardt, o hoteleiro Franke de Itoupava Seca, serviu uma churrascada
que foi elogiada por todos. Durante o almoço o Df. Ayres Gama, Juiz de
Direito brindou o Deputado Pàula Ramos, que agradeceu enaltecendo
Blumenau onde iniciara sua carreira política. Francisco Margarida saudou com
um brinde o Dr. Scheffler e os engenheiros que executaram a construção,
exaltando também, os merecimentos da "Santa Catharina Eisenbalm
Gesellschaft" (Estrada de Ferro Santa Catarina). Depois da churrascada todos
regressaram a Blumenau, pois as nuvens negras prenunciavam forte trovoada
que desabou ao chegar o trem. Os convidados tomaram os carros de mola que
os aguardavam na estação e foram para casa.
Os três primeiros vagões para passageiros foram construídos na
fábrica de vagões de Zypen & Charlier Ltda. em Kõln-Deuz-Alemanha. Cada
um dos vagões media 13 metros de comprimento por 2,60 metros de largura e
estavam divididos em primeira classe com 12 poltronas estofadas, e segunda
classe com 40 assentos de madeira. A iluminação elétrica era fornecida por seis
lâmpadas, providas por baterias acondicionadas por baixo do assoalho.
O custo estipulado em cinco mil contos de réis incluiu o galpão com
oficina, guindaste a vapor com capacidade para cinco toneladas de içamento. O
equipamento constava de duas locomotivas de trinta toneladas e uma de quinze;
três vagões de passageiros, trinta de carga de dez toneladas cada, dez vagões
fechados, dez vagões abertos e dez vagões compridos para toras. A obra foi
itúciada em 10 de janeiro de 1908, e nos setenta quilômetr.os foram construídas
quinze pontes e oitenta bueiros, sendo gastos 2.160 toneladas de cimento. O
material de citnento para construir a ponte sobre o rio Itajaí do Oeste foi
transportado de Subida até o local por carretas puxadas por mulas. As peças de
metal para a ponte de cem metros de comprimento foram montadas no locaL
em seis semanas. Com a enchente de 1911, a estrada de ferro sofreu grandes da-
nos, sendo restaurada sob a direção do engenheiro Buendgens. Durante todo o
período de trabalho houve somente um acidente grave. A malária até então
desconhecida, atacou os trabalhadores. Trazida por operários de outras zonas,
os atacados eram tratados na empresa em Aquidabã. Durante a construção da
ferrovia, um pequeno hospital foi instalado em Warnow, sendo contratado o Df.
Bratz, que servia a Comunidade de Timbó. Com a saída do Df. Bratz, a
Sociedade Hospitalar de Timbó, fundada em fevereiro de 1908, solicitou a
A1win Schrader e Peter Christian Feddersen que estavam na Alemanha, a
contratação de outro médico para Titnbó.
0
O primeiro comboio chegou a Warnow no dia 1 de maio de 1909, no
0 0
dia 1 de julho em Aquidabã, em 1 de outubro de 1909, entrou festivamente em
Hansa-Hammonia (Ibirama). O diretor de obras foi Otto Rohkoh1 auxiliado por
Otto Baumeier no cargo de chefe do tráfego e gerente do almoxarifado. Na
época, o engenheiro-chefe Muzika, recebia setecentos mil réis por mês, os
engenheiros Hans Meyer, Wilhelm Meyer e Weidnauer, que com ele
trabalhavam recebiam quinhentos mil réis por mês, enquanto o Dr. Oscar
Castilho, fiscal do Governo Federal recebia três contos de réis por mês. O
pagamento era feito em moedas e vinha acondicionado em pequenas barricas de
trinta quilos cada e levado ao local de trabalho em carroça puxada por burros. A
viagem até Ibirama levava uma semana. O engenheiro-chefe 10comovia-se em
carro de
mola com quatro cavalos. Durante a administração alemã, os gastos com o
pessoal foram reduzidos ao mínimo. Funcionavam quatro empregados na
estação de Blumenau; em Itoupava Seca, Indaial e Hansa-Hammonia
funcionavam dois em cada estação. Nas oficinas de Itoupava Seca trabalhavam
dez empregados. As estações de Warnow, Ascurra, Aquidabã e Morro Pelado
eram atendidas por um agente. Salto Weissbach, Passo Manso, Encano e
Subida um encarregado atendia a venda de passagens, embarque e
desembarque de mercadorias. Estes serviços eram feitos por pessoa da
localidade que funcionava como agente durante a passagem do trem,
comparecendo meia hora antes da chegada, e lá permanecendo até o telefone
acusar a chegada do trem na próxima estação.
Um fato interessante ocorrido na época, foi a glosa que a firma
construtora da estrada de ferro impôs ao Dr. Castilho e ao engenheiro
Weidnauer. A construtora, ao deparar nas despesas da Companhia, graxa preta
e um espelho, a reação foi enérgica, e através de uma carta comunicaram que
estava à disposição de Weidnauer para sua locomoção, uma mula, arreio e
ração, porém os gastos com graxa preta para os cascos da mula, era problema
dele. Weidnauer servira na Cavalaria do Exército Alemão e estava acostumado
com sua montaria com o pelo bem escovado e almofadada e ainda com os
cascos das patas da mula bem engraxados e lustrados. Quanto ao Dr. Castilho,
andava sempre impecavelmente trajado, barba feita e bem penteado, e o
espelho era necessário porém, segundo a Companhia, espelho não dizia
respeito à construção. Ambos foram glosados.
Em 1909, a "Santa Catharina Eisenbahn Gesellschaft", adquiriu dois
terços das ações da Companhia de Navegação Fluvial a Vapor Itaja-
hy-Blumenau, e em Assembléia Geral realizada no dia 21 de fevereiro de 1909,
foi eleito presidente o engenheiro Scheffler da Estrada de Ferro. Também
faziam parte da Diretoria, Alwin Schrader, Gustav Salinger e Louis Altenburg;
para membros do Conselho Fiscal, Otto Rohkohl, Philipp Doerck e Julius
Probst.
Em dezembro de 1911, o Governo Federal firmou outro contrato com a
mesma tírma alemã para a construção de mil quilômetros de estrada de ferro,
inicialmente até Itajaí e depois até a fronteira com a Argentina, obrigando a
firma a entregar 100 (cem) quilômetros por ano. Em oito meses deveria estar
concluído o trecho até Itajaí, isto sem tratores e carregadeiras para o
movimento da terra. Com a construção da projetada ferrovia até a foz do rio
Peperiguaçu, fronteira com a República Argentina, e para explorar por 60 anos
os demais prolongamentos, inclusive o ramal para Brusque, novos estudos
foram realizados e o traçado foi alte-
rado com partida da ferrovia do porto de Itajaí.
No dia 20 de outubro de 1912, a "Santa Catharina Eisenbahn Ge-
sellschaft"foi manchete, quando o trem descarrilou junto ao morro do Ilse. Os
trilhos foram criminosamente desviados, o trem tombou e com a queda um
cano de vapor rompeu-se atingindo o maquinista Pabsch e o foguista
Habitzreuter que sofreram sérias queimaduras. Em conseqüência das
queimaduras, Habitzreuter faleceu 24 horas após o acidente.
O primeiro diretor da ferrovia foi Otto Rohkohl, que antes de che&ar a
Blumenau trabalhava na direção da Estrada de Ferro Otavi, na Africa do Sul e
que fora construída pela mesma firma Bachstein & Koppel, com uma extensão
de 560 quilômetros através de zonas inexploradas. Otto Rohkohl foi removido
para Blumenau, a fim de assumir a administração da construção da ferrovia,
continuando na direção da mesma até agosto de 1913, quando ele e o
Engenheiro Weitnauer foram designados para proceder aos estudos do
prolongamento da ferrovia ao porto de Itajaí. Otto Rohkohl foi substituído por
Martin Bischoff na direção da ferrovia. O escritório para os estudos do
prolongamento da ferrovia foi instalado no Morro do Aipim (onde está o
Centro de Saúde). Na época foram estudados vários projetos, inclusive o de
margear o rio Itajaí-Açu com um muro de arrimo desde a foz do ribeirão da
Velha até o Vorstadt, dotando a cidade de um cais de vários quilômetros de
comprimento e que só poderia ser concretizado com o auxílio do Governo
Federal.
Em 1917, Primeira Guerra Mundial, a ferrovia ficou sob administração
militar, e pelo Decreto nO 13.907 de.6 de janeiro de 1918, foi rescindido o
contrato com a firma alemã, sendo a ferrovia administrada pela Inspetoria Geral
de Estradas de Ferro.
No dia 9 de abril de 1919, por Decreto do Presidente da República,
Delfim Moreira, a "Santa Catharina Eisenbach Gesellschaft S.A." foi
incorporada ao patrimônio nacional com o nome de "Estrada de Ferro Santa
Catarina". Na mesma época, a Companhia de Navegação Fluvial a Vapor
Itajahy-Blwnenau, que explorava o transporte de carga e passageiros no
percurso de 72 quilômetros foi incorporada à Estrada de Ferro Santa Catarina.
Em 1921, o Estado de Santa Catarina interessou-se pela ferrovia e a
arrendou por 18 anos, inclusive a seção fluvial, prevendo ainda o pro-
longamento até a Barra do Trombudo, trajeto mais dificil de ser construído
devido à Serra do Mar (15km). Em 1925, aceleraram-se os serviços de
prolongamento da ferrovia de Subida até Trombudo, e em maio de 1926,
iniciaram-se os trabalhos de prolongamento para o porto de Itajaí
(48km), obra demorada e dispendiosa por ter seu traçado sobre áreas alagadiças
que exigiram terraplenagem, só foi concluída em 1954 e inaugurada no dia 18
de dezembro do mesmo ano com a presença do Presidente João Café Filho na
viagem inaugural. A ponte de ferro sobre o rio ItajaíAçu na confluência do
ribeirão da Velha, destinada à passagem do trem para Itajaí, foi iniciada em
1929.
No iIúcio de 1925, o Senado Federal aprovou a verba de quatro mil
contos de réis destinados à continuação da ferrovia no trecho SubidaTrombudo
e Blumenau-Itajaí. E em 31 de março de 1929, foi inaugurado com grandes
festejos o trecho da ferrovia entre Subida e Lontras. Em 1933, foi concluído o
trecho Lontras-Matador e em 1937, Rio do SulBarra do Trombudo. Em 1958, a
ferrovia chegou até Trombudo Central e em 1964 até São João.
O contrato de renovação de arrendamento com o Governo Federal foi
autorizado em julho de 1949, por mais trinta anos, entretanto em 1956, o Estado
de Santa Catharina solicitou a rescisão do contrato elJ1 projeto de lei que foi
encaminhado ao Congresso Nacional com exposição de motivos ao Ministro da
Viação e Obras Públicas.
No dia 5 de julho de 1961, a imprensa divulgou a notícia da liberação de
quinze milhões de cruzeiros para a ferrovia, a abertura de crédito de trinta
milhões de cruzeiros e a inclusão da mesma no orçamento de 1962. Para a
retificação de trecho Blumenau-Subida foram ainda destinados seiscentos
milhões de cruzeiros, sendo duzentos milhões para as obras entre Subida e
Warnow.
Em junho de 1963, por decisão da Rede Ferroviária Federal, a Estrada
de Ferro Santa Catarina foi incorporada à Rede Viação ParanáSanta Catarina.
Apesar da concessão de elevadas verbas pelo Governo Federal, os
balancetes negativos de 1962-1967 pesaram na desativação e posterior
erradicação da Estrada de Ferro Santa Catarina. Também foi levada em conta a
concorrência feita através das rodovias BR-116 e BR-I01, e ainda os elevados
investimentos que seriam necessários para recuperar e modernizar a ferrovia.
Em janeiro de 1968, a diretoria da Rede Ferroviária Federal S.A. autorizou o
diretor da empresa a suspender, quando fosse conveniente, o tráfego da
ferrovia, reaproveitando os funcionários em outras redes da União. No dia 13
de maio de 1977, todo o tráfego ferroviário foi suspenso, permanecendo o
rodoviário. No mesmo ano, todo o patrimônio da Estrada de Ferro Santa
Catarina, inclusive a administração de pessoal e material, foi transferido para a
Superintendência do Paraná. As comissões criadas para zelar pelos bens
patrimoniais,
transferi-los para outros órgãos da empresa ou vender para terceiros não foi
viável, considerando que a ferrovia havia sido desativada e não erradicada.
No dia 23 de novembro de 1978, foi assinado um tenno no qual a Rede
Ferroviária Federal autorizava a Prefeitura Municipal de Blumenau a retirar
viadutos e trilhos implantados sobre as ruas Karl Rischbieter, República
Argentina, Itajaí e acesso à rua Xavantina. A pennissão, após ratificada pela
Câmara de Vereadores resultou de dois memoriais entregues pelo Prefeito
Renato de Mello Vianna, em junho de 1977 e maio de 1978, respectivamente, à
direção da Rede Ferroviária Federal. Segundo o acordo assinado entre Renato
Meister, Superintendente Regional da Rede Ferroviária Federal e Renato de
Mello Vianna, Prefeito Municipal, a Prefeitura fària por sua conta o desmonte,
ficando o material sob sua guarda e responsabilidade, fazendo também às suas
expensas a reconstrução e recolocação de todo o material nos locais e no prazo
de 120 dias, quando solicitado pela Rede Ferroviária Federal. No dia 20 de
abril de 1979, chegou às mãos do Prefeito de Blumenau o ofício do Chefe do
Departamento Regional do Patrimônio da Rede Ferroviária Federal, Enge-
nheiro Ibis Rodrigues Bosse, autorizando a demolição dos viadutos da Rede
Ferroviária Federal nas ruas República Argentina e Itajaí. Em março de 1980,
foram autorizadas medidas possibilitando às prefeituras dos municípios
decidirem sobre as obras na área urbana. A Superintendência do Paraná,
autorizou também a alienação dos terrenos laterais à faixa da ferrovia,
preservando a faixa central que somente poderia ser usada por terceiros
mediante pennissão. Em setembro de 1980, a Superintendência do Paraná foi
autorizada a retirar o materia.'1 metálico, e em dezembro de 1981, o Conselho
Nacional de Transportes, considerando ser a Estrada de Ferro-487,
antieconômica, resolveu erradicar definitivamente a Estrada de Ferro Santa
Catarina.
A Estrada de Ferro Santa Catarina foi um dos fatores que muito
contribuiu para a integração sócio-cultural artística do grande Vale do Itajaí,
além de prestar inegáveis serviços, quando das várias enchentes que assolaram
o nosso Vale.
Com o patrimônio que passou para Rede Ferroviária Federal estava o
vapor Blumenau, e que provavelmente seria vendido como sucata, se
uma campanha liderada pela Associação de Imprensa e Rádio do Vale
do Itajaí não reivindicasse o vapor para Blumenau. O vapor foi doado
para a Prefeitura Municipal de Blumenau como relíquia histórica,
porém sem verba para restaurá-l o imediatamen-
 te, o Prefeito Frederico G. Busch J I., com autorização da Câmara de
Vereadores, passou para o Kennel Clube de Santa Catarina os direitos de
utilizá-lo. Na época, o Kennel Clube era presidido por Alexandre Feigel,
tendo Raul Deeke como vice-presidente, que encetou uma campanha
para que o vapor fosse restaurado e colocado na Prainha em área de terras
pertencente ao Kennel Clube. O trabalho de Raul Deeke contou com a
colaboração de uma equipe de funcionários da Rede Ferroviária Federal,
sob a orientação de Generoso que colocaram o barco em situação de
flutuar sobre tambores, que foram adquiridos junto ao comért:io e
indústria de Blumenau. Com a elevação do nível do rio, o vapor que
tantos serviços prestara a Blumenau e que desativado, estava ancorado na
foz do ribeirão do Tigre (Tigerbach) em Itoupava Seca, flutuou, e apesar
de um pouco adernado para a esquerda, foi rebocado por proprietários de
lanchas até a Prainha, no dia 8 de setembro de 1961. O espoucar de
foguetes marcou a última via-. gem do vapor Blumenau que levava
muitas pessoas a bordo, que se preocuparam com a ponte "Adolpho
Konder", devido a altura do mastro do vapor, porém este passou um
metro abaixo, o que não seria possível no dia seguinte, quando as águas
subiram. O vapor ficou amarrado a trinta metros de distância do local
definitivo. Com outra cheia, o vapor foi puxado e no dia seguinte estava
flutuando no local onde foi construído o atual pedestal. Raul Deeke,
sentiu-se realizado, encetando nova campanha para a construção do
pedestal, e, sendo amigo de todos, conseguiu ver o vapor assentado,
pintado e recuperado, porém sem o bar e a petisqueira que havia
idealizado. Posteriormente, o vapor Blumenau passou para a
municipalidade, tendo o Kennel Clube recebido uma área de terras em
outro local por permuta.
O Kennel Clube de Santa Catarina foi fundado no dia 14 de maio de
1952 tendo realizado sua primeira exposição no dia 26 de outubro de 1952. Em
junho de 1963, apareceu o primeiro número do Boletim Mensal do Kennel
Clube de Santa Catarina. Os Estatutos estão registrados no Cartório de Getúlio
Vieira Braga no L-A-6, fls. 262 de 5 de novembro de 1954. É de Utilidade
Pública Estadual e Municipal.
O Kennel Clube inaugurou sua sede no dia 7 de fevereiro de
O primeiro Diretor da Estrada de Ferro Santa Catarina foi Otto Rohkohl
que posteriormente foi Cônsul alemão em Blumenau. Foi geren-
te da Empresa Força e Luz Santa Catarina e um dos idealizadores e fillldadores
da Electro Aço Altona S/A e da Cremer S/A Produtos Têxteis e Cirúrgicos,
prestando também serviços na administração da Empresa Telefônica, mantida
pela Associação Comercial de Blumenau.
A TENACIDADE DOS
CONSTRUTORES DAS RODOVIAS
Um dos grandes problemas enfrentados pelos colonizadores era o
intercâmbio, via terrestre, com outros núcleos coloniais.
Até Itajaí, além da navegação fluvial, as picadas estabeleciam o
intercâmbio, principalmente por darem vasão aos tropeiros, cavaleiros e
andantes, entretanto a ligação Blumenau-Curitibanos foi um dos maiores
desafios enfrentados pelos blumenauenses, pois o traçado da rodovia concluído
em 1867 pelo Engenheiro Emil Odebrecht, apesar de constantemente
reivindicado, em 1887 não fora concretizado.
O acesso da estrada para Curitibanos havia sido comentado com o
Presidente da Província, DI. Francisco José da Rocha e um grupo de
blumenauenses que o acompanharam de vapor até Itajaí na sua viagem de
regresso à capital, tendo o Presidente sugerido que o grupo interessado
apresentasse uma proposta, que ele, de sua parte, tomaria as providências
cabíveis. Para concretizar a proposta foi realizada propaganda, e formulado
convite aos blumenauenses para no dia 2 de outubro de 1887, participarem de
uma reunião na Sociedade de Atiradores, que foi assinada por Gustav Salinger,
Louis Altenburg, Julius Sametzki, Friedrich van Ockel, Franz Lungershausen,
Louis Sachtleben, Heimich Grewsmuehl, Heimich Probst, Jacob Luiz
Zimmermann, Leopold Knoblauch, R. Voigt e Otto StutzeI. A reunião
realizou-se e Gustav Salinger foi encarregado das primeiras providências junto
à Assembléia Provincial. Na ocasião, o Governo Provincial concedeu à
Sociedade Anônima, o privilégio de durante 30 anos cobrar o pedágio de 1$000
por. cada cabeça de gado de corte ou animal de venda que transitasse pela
estrada mantida pela Sociedade Anônima, podendo cobrar 500 réis de cada
animal de carga. Quanto aos animais de montaria, para cada grupo de cinco ani-
mais de carga, um animal de reserva não pagaria. A Sociedade deveria manter a
estrada com três metros de largura e desmatamento de quinze metros de cada
lado da estrada, obrigando-se também a manter uma balsa em Rio do Sul. O
capital foi fixado em quarenta contos de réis, em
400 ações de 100$000 cada. Para facilitar, as ações foram vendidas em dez
prestações, conforme chamadas, e os trabalhadores poderiam adquirir ações
em prestações, dando como pagamento parte do salário. A estrada seria de
grande importância principalmente no comércio do açúcar, aguardente e
erva-mate, facilitando também o "escoamento e permuta de seus produtos e
o intercâmbio entre os diversos centros produtores da Província tI.
Apesar de comissões aprovarem o requerimento de Gustav Salinger,
representando a Sociedade Anônima, em 1888, o Governo Imperial
contratou Gottlieb Reif para abrir a picada para cargueiros e cavaleiros
entre Rio do Bugre (Apiúna), via Rio do Sul até a divisa de Blumenau com
a serra dos Índios, ligando o Vale do Itajaí com a região serrana.
Contratada, na época, por dezoito contos de réis, terminada a empreitada, o
Governo Imperial não pagou a importância a Gottlieb Reif porque estava
envolvido com a crescente propaganda republicana e Reif teve que vender
suas propriedades para pagar os trabalhadores que o auxiliaram. Reif,
recebeu seu dinheiro após dois anos, já no regime republicano. Em junho de
1897, o trecho até Morro Pelado já era carroçável quando foi visitado pelo
Governador Rercílio Luz e o Embaixador Alemão Dr. Krauel. Também foi
construída por Reif a estrada carroçável até Ransa de difícil construção,
pois teve que ser desviada pelo Morro do Coxo de 400 metros de altura. Em
1900, no Governo do Superintendente Dr. José Bonifácio da Cunha, foi
concluída a estrada da serra que alcançou Rio do Sul, tendo o Governo
Estadual expressado sua gratidão ao arquiteto Krohberger.
Entretanto, cabe ao Engenheiro Emil Odebrecht, o traçado da es-
trada Blumenau-Curitibanos. A primeira expedição realizada por Ode-
brecht às cabeceiras do rio Itajaí, por ordem do Doutor Blumenau, para
explorar o melhor traçado para uma estrada até Curitibanos, remonta ao
período de 14 de janeiro a 21 de fevereiro de 1863, sem êxito. Em 1864, em
companhia do Engenheiro Kreplin, melhor preparado e provisionado, com
boa turma de trabalhadores, Odebrecht tentou novamente, levando os
amigos convidados, Dr. Fritz Mueller, Wilhelm Friedenreich, Karl e
Theodor Kleine, subindo pelo rio do Oeste até além de Taió. Karl Kleine, o
escritor de belas páginas literárias, relatou essa expedição que foi publicada
em 1914 num calendário blumenauense. Segundo Kleine, após o dia de
trabalho, a turma se reunia ao redor do fogo para comentar os resultados
obtidos. Enquanto Odebrecht, Kreplin, Theodor e Karl Kleine e
trabalhadores se preocupavam com os trabalhos do traçado da estrada, o Dr.
Fritz, vivia completamente desligado, dedicando-se unicamente ao
estudo da flora e dos insetos, mister que o fez constantemente desviar-se dos
rumos, perdendo-se, chegando até a pernoitar na mata desarmado e faminto,
apesar das constantes advertências de Odebrecht'. Poucos dias dep~is,
Kreplin voltou para Blumenau e as palestras ao redor do fogo enVOlVl~
Odebrecht, Friedenreich e o Df. Fritz. Numa dessas palestras ao ser
mterpelado sobre a possível colonização do Alto Itajaí, o Dr. Fritz
respondeu que não opinava, pois não se afastara das margens do rio, porém
para completar o pensamento, disse que o que vira em Rio do Sul e Rio do
Oeste era animador. Friedenreich para zombar do Dr. Fritz, perguntou se ele
se referia às borboletas e orquídeas, tendo o Dr. Fritz retrucado que era leigo
em matéria de solos preferindo ouvir a opinião de Odebrecht e a de
Friedenreich que foi a seguinte: - "Nas margens dos rios há muita terra
plana, isto é, terra arável, seguida de chão mais alteroso, ainda lavradio,
nos fundos, ao longe, vê-se as encostas das serras, que também oferecem
possibilidades, mas s6 à enxada e ao machado. Para as cabeceiras dos rios,
os vales se estreitam mais e mais, todavia ainda com trechos cultiváveis",
opinião confirmada por Odebrecht. Outros assuntos também entraram em
pauta, como a construção de uma ferrovia, preconizada na época por Odebrecht,
e que lament~velmente foi desativada. Apesar de Friedenreich ter pilheriado,
dtzendo que a ferrovia taLvez chegasse um pouco aLém das cachoeiras de
Lontras e que de lá seria necessário utilizar uma lancha a motor, Odebrecht
respondeu em tom grave que a idéia de Friedenreich era fantástica, porém
viável com o tempo. Quando Friedenreich começou a criticar o Governo por sua
atuação nos processos de.colonização, foi interrompido pelo Dr. Fritz que disse:
- "Deixa o Governo de lado, não cabe a n6s criticá-lo ". Após vários
comentários sobre a atuação do Governo na colonização, a implantação da
ferrovia e infiltração do Paraná em território catarinense, Odebrecht disse que
nem tudo estava perdido e que seria humilhante a subordinação de Santa
Catarina ao Paraná, enquanto Friedenreich disse que apesar da existência de
Deus, desejava que Odebrecht comandasse a construção da ferrovia. Com o
fogo se extinguindo todos se recolheram às barracas.
Em 1867, após o regresso de Odebrecht dos campos do Paraguai
onde adquiriu malária, para completar o traçado da estrada Blumenau-
Curitibanos, o Doutor Blumenau sugeriu itinerário inverso, ou seja, iniciar a
abertura da picada do alto da serra (Curitibanos) até encontrar a confluência
dos rios Oeste e Sul, descendo até Subida, chegando em Blumenau pelo
traçado já realizado. Deve-se a Frei Stanislau Schaette, uma entrevista
realizada em 1930, com Wilhelm Michel, que participou da
turma de Odebrecht. Segundo Michel, "a expedição saiu da Colônia Blumenau
para Itajaí, beirando o mar até o Estreito e em seguida pelo caminho dos
cargueiros rumaram para Lages e de lá para Curitibanos. Na época, o Doutor
Blumenau publicou uma nota dizendo que necessitava de seis homens fortes e
corajosos para auxiliarem Odebrecht. Dos sessenta que se apresentaram foram
selecionados seis: Franz Mathias, Wilhem Michel, Ernst Seide, Claus Harbs,
Brogmann e Carl Grube, que deveriam prover-se de roupas, botas resistentes,
espingarda e facão, enquanto a munição e mantimentos ficaram a cargo do chefe
da turma. A turma partiu de Blumenau no dia 8 de maio de 1867, percorrendo
quinhentos quilômetros até Lages, onde descansou oito dias, suprindo-se de
mantimentos. Em Curitibanos, pousaram na fazenda de Lucindo Alves e antes
de penetrarem na mata de Curitibanos foram acompanhados por von Buettner
que ao voltar levou as mulas, e a carga de quarenta e cinco quilos por pessoa foi
carregada pela turma. Antes de penetrarem no mato, Odebrecht e Franz Mathias
subiram num monte alto e depois çle cuidadosas observações Odebrecht disse: -
"Em quinze dias estaremos em Blumenau". Era inverno e os dias curtos,
enquanto Odebrecht apontava a direção a turma abria a picada. Paravam de
trabalhar entre as duas ou três horas da tarde e enquanto uns armavam a barraca
onde o chefe fazia suas anotações diárias, outros procuravam lenha e dois
serviam como cozinheiros. Apesar de passarem dezessete dias com chuva fina,
dormiam e comiam bem, não faltando caça e também peixe. Um barulho fora do
comum fez com que Odebrecht exigisse silêncio para verificar a origem e
afastando-se alguns passos deparou com índios que utilizavam uma árvore
gigantesca derrubada pelo vento como ponte para atravessarem o rio, sumindo
no manto. O outro lado do rio era mais fácil e Michel e Mathias resolveram
construir uma balsa com taquaras, cipó e dois galhos terminados em forma de
garfo para obter dois remos. Colocaram uma parte da carga no meio e
manejando os remos, Michel e Mathias alcançaram a margem oposta, repetindo
as viagens até atravessar tudo, abandonando em seguida a improvisada
embarcação. Após quinze dias na mata virgem, estavam bem longe do local
onde Wendeburg tinha prometido mandar homens, víveres e uma canoa na
confluência dos rios Oeste e Sul. Com mais dez dias de trabalho os mantimentos
estavam no fim e o local indicado por Wendeburg só foi alcançado nove dias
mais tarde. A caça e a pesca os mantiveram vivos. Seguindo pela margem direita
do rio Taió e depois pelo rio Itajaí do Oeste, chegaram à margem esquerda do rio
Itajaí do Sul, trinta e cinco dias após terem entrado na mata em Curitibanos. Não
achando os víveres no local combinado, subi-
ram o rio deparando com um salto, onde no outro lado havia um pequeno
rancho onde estavam os víveres (feijão, café, açúcar, sal, carne seca, farinha e
aguardente), e segundo o relato de Michel, a turma pegou o prato de folha,
colocou íàrinha misturando-a com água do rio. Foi o pirão de água fria mais
delicioso que comeram na vida. Odebrecht não pennitiu a repetição do pirão
devido ao estômago enfraquecido da turma, pois à noite iriam jantar feijoada
com gordas jacutingas. No dia seguinte, seguiram pelo rio Itajaí-Açu, passando
por Salto do Pilão e Itajaí do Norte, alcançando o I1se onde acamparam,
encontrando no local muitos vestígios de indígenas. Quando o cozinheiro
estava preparando o jantar foram ouvidos tiros que foram respondidos pela
turma. Era Friedenreich e alguns companheiros mandados pelo Diretor da
Colônia à procura de Odebrecht e da turma. Na mesma noite a Comissão seguiu
para Blumenau, entretanto os empregados fizeram questão de terminar a
viagem a pé levando barraca e o restante dos víveres. No rio Morto, Michel
jogou suas botas rebentadas no rio, chegando ao Encano onde moravam os fa-
miliares da turma. No dia 3 de agosto de 1867, a turma se apresentou a
Wendeburg, Diretor substituto da Colônia Blumenau."
Três décadas após ter sido traçada a estrada Blumenau-Curitibanos, em
dezembro de 1895, a casa que servia de alojamento ao pessoal que trabalhava
na construção da estrada foi atacada pelos indígenas que assassinaram a
flechadas e facadas os jovens trabalhadores Carl Halmemann e Carl KIegien,
que estavam a sós na casa. Halmemann, além de morto, teve a nuca toda
retalhada a golpes de faca. Os indígenas levaram além de roupas e outros
objetos, um fuzil "Mauser" com 80 cartuchos, cortando o fio telegráíIco em
diversos lugares, danificando também os toscos móveis do rancho. Foram
solicitadas medidas enérgicas ao Governo, para evitar a repetição do fato.
Os indígenas, senhores das terras, atacavam sempre, pois até as
primeiras décadas deste século, uma viagem de Blumenau a Lages durava em
média oito dias a pé ou em lombo de burro e geralmente em companhia de
tropeiros, pois o maior perigo nessas viagens, sempre, era o ataque dos
indígenas. O ocorrido em 1897, entre Rio do Sul e Curitibanos, quando o
tropeiro Cardoso voltava para o planalto com doze mulas, levando dois
tropeiros e dois sacerdotes franciscanos, salvando-se apenas um sacerdote,
mostram o quanto era difícil e perigosa a estrada Blumenau-Curitibanos.
Todo o "hinterland" era perigoso, porém com o avanço da colonização,
as estradas foram sendo construídas, pois muitos colonos e empresas
construíam estradas em troca de áreas de terras, entre eles, o
colono Luiz Bertoli que construiu duas boas estradas em Mosquito e Ca-
pivari (Benedito). O Sindicato Agrícola, para colonizar o Vale do Trom-
budo, melhorou o acesso para Lages, e Krohberger demarcou com uma
picada muito bem feita, o acesso para Pouso Redondo e Pombinhas. Em
1919, por meios políticos, a Empresa Bona & Cia. construiu o acesso li-
gando o Vale dos Cedros com São Bento e Mafra.
A ligação de Blumenau-Itajaí data dos primórdios da Colônia e foi
mandada construir em grande parte, pelo Doutor Blumenau. A então picada
feita pela margem direita do rio ltajaí-Açu, atravessava esse rio abaixo da
barra do rio Luiz Alves, voltando à margem direita na barra do rio
ltajaí-Mirim. Essa estrada foi construída em 1864/1865, pela Diretoria da
Colônia Blumenau que em julho de 1870, recebeu do Governo a
importância de 6:000$000 para as despesas da administração, sendo o
Doutor Blumenau incumbido de fiscalizar o caminho, sua reconstrução e
conservação, tendo os moradores daquela via pública a obrigação de roçar
as divisas, sete e meia braças nas margens direita e esquerda pelo menos
uma vez por ano. O caminho não poderia ser fechado por cercas e as
existentes devt.~·iam ser removidas.
O traçado da estrada foi praticamente feito pelos colonizadores as-
sentados nas margens do Itajaí-Açu, por isso as distâncias não foram
exatamente medidas e sim assinaladas, por medidas econômicas, no mapa
do Major Riviére, que fez um levantamento do rio por ordem do Governo.
A estrada acompanhava quase sempre a barranca do rio com exceção de
pequenas distâncias na foz do rio Itajaí-Mirim, bem como a extensão do
desvio para os morros dos Pinheiros, avançando até novamente chegar ao
rio Itajaí-Açu. Na época, essa extensão foi medida pelo Engenheiro Emil
Odebrecht por 30$000, por dez dias de trabalho e dois trabalhadores que o
acompanharam receberam 25$000. Do levantamento feito, Odebrecht
forneceu a Diretoria três mapas, porém grande parte da estrada, inclusive a
parte medida por Odebrecht, foi reestudada e melhorada pelo Doutor
Blumenau, com desvios em algumas extensões executadas por pessoas que
trabalhavam na Diretoria. Segundo documento datado de 25 de abril de
1871, pelo Doutor Blumenau e enviado ao Presidente da Província, no
período 186411865, foram gastos 11:874$800 na construção da estrada e
pontes, enquanto que em 1866/1868, foram gastos em consertos e
conservação I :614$740. A estrada que servia mais para tropas de gado,
cavaleiros e andantes, não era devidamente conservada pelos proprietários
de terras que confrontavam com a via pública o que muito aborrecia ao
Doutor Blumenau, que exigia que o Código de Posturas da Colônia fosse
cumprido.
Em junho de 1959, quando a rodovia Blumenau-Itajaí já tinha o seu
leito asfaltado no trecho Blumenau-Gaspar e inaugurado pelo Governador
Heriberto Hülse em 26 de maio de 1959, foi denominada por decreto
governamental de "Governador Jorge Lacerda".
Da estrada Blumenau-Joinville, via Guaramirim, estavam concluí-
dos 27 quilômetros, faltando apenas 7, quando o Governador Hercílio Luz,
trafegou de carro de mola, levando duas horas e meia, no dia 24 de maio de
1897. Atualmente é rodovia asfaltada.
AVIAÇÃO E O
AEROCLUBEDEBLUMENAU
O primeiro avião a sobrevoar Blumenau foi o hidroplano "Dornier
Wall" no dia 23 de novembro de 1926, que levava a bordo o Ministro
alemão Dr. Luther. No ano seguinte, o Ministro Dr. Victor Konder passou
sobre Blumenau no hidroavião "Atlântico", marcando o início da aviação
comercial no Brasil.
No terceiro aniversário do evento o Sindicato Condor Ltda. emitiu
um selo aéreo comemorativo de 2$000, impresso na Casa da Moeda, com
tiragem de vinte mil exemplares com a efigie do Ministro Victor Konder e
a inscrição - "Comemoração do início da Aviação Comercial no
Brasil-1927 -janeiro -1930".
Após essas demonstrações é evidente ql1e o blumenauense ficasse
entusiasmado e não esmorecesse até ver uma dessas máquinas voadoras
pousar em seu solo. Esse interesse fez com que uma organização se inte-
ressasse em estabelecer uma linha aérea entre São Paulo e Blumenau.
Para concretizar o evento, o Prefeito Municipal, Antônio Cândido
de Figueiredo, entrou em entendimentos com Boettger, dono de uma área
de terras em Itoupava Seca. Quando a área estava sendo preparada pela
Prefeitura Municipal para campo de pouso, dois telegramas de São Paulo
informavam que no dia 7 de maio de 1932, à tarde, chegaria a Blumenau o
primeiro avião. Apesar do conteúdo dos telegramas não ter sido liberado,
uma centena de pessoas, apesar das chuvas, se dirigiu ao local para
presenciar e documentar a chegada do primeiro avião em Blumenau, que
deveria acontecer às quatro horas da tarde, porém só ocorreu às 6 horas,
quando foi avistada a silhueta de um avião que se aproximava rapidamente
da pista de aterrissagem. Nas imediações do morro Boa Vista o avião
guinou para a direita retornando pelo nordeste,
descendo em seguida e ficando em silêncio, quando irromperam os hurrah! e
bravos! dos presentes ao Capital Holland, piloto e dono do avião, e J oachim
von Ribbeck, organizador do futuro "Aero Loyd Iguassu Fluggesellschaft".
Essa organização também facilitaria a chegada dos jornais do Rio e São Paulo
no mesmo dia. Após breve saudação do Prefeito e de Otto Rohkohl, o avião foi
empurrado para um abrigo improvisado.
O avião pilotado pelo Capitão Holland havia decolado de São Paulo às
11 horas da manhã e chegado a Curitiba às 2 horas da tarde, quando problemas
técnicos atrasaram a viagem para Blumenau, tendo decolado de Curitiba às 4
horas da tarde, e gasto na viagem 1 hora e meia. Desviando-se de Jaraguá
devido a tempestade que se fonnava no oeste, optaram pelas costas, alcançando
o rio Itajaí-Açu, Gaspar e Blumenau. O aparelho, um "Moth-Apparat" de 80
cavalos (Eirrus-motor), desenvolvia 170 quilômetros por hora, com uma média
de 130 quilômetros horários para viagens, sendo também muito seguro e usado
nas escolas de pilotagem. O avião tinha espaço para um piloto e um
acompanhante, porém para viagens comerciais seriam usados aparelhos para
transportar quatro pessoas. Na manhã seguinte, o avião sobrevoou a cidade de
Brusque e a de F10rianópolis, e à tarde, se o tempo fosse favorável, sobrevoaria
Blumenau. A viagem para Joinville foi planejada para o dia seguinte, às 4 horas
da tarde. O povo blumenauense agradeceu a prioridade no evento.
O vôo experimental de maio demonstrou que as viagens experimentais
continuariam e que em janeiro de 1933, possivelmente, funcionaria a linha São
Paulo-Blumenau e ainda outras como Curitiba-Assunção e as conexões
Blumenau-Lages-Herval e Blumenau-Florianópolis.
No dia 3 de maio de 1933, foi inaugurada a primeira linha aérea
B1umenau-Curitiba com o avião da Aero Loyd Iguassu, que aterrissou em
Itoupava Seca às 16 horas. Esteve presente à inauguração, o diretor gerente da
Aero Loyd Iguassu, Felinto Jorge Eisenbach.
N o dia 14 de maio de 1933, durante os festejos do Sangerbund
Itajahytal, na Sociedade de Atiradores, um avião da Aero Loyd Iguassu
sobrevoou o local com faixas saudando os participantes.
Acreditando na aviação como meio mais eficiente de transporte, o
governo estadual, em 1936, doou a impo~ncia de vinte contos de réis para
completar o campo de pouso de Blumenau, tendo Lages e J oinville recebido
quinze contos de réis cada.
Na administração do Prefeito José Ferreira da Silva, em terreno
pertencente à Prefeitura Municipal, e de acordo com colonos, dos quais
foram adq~iridas áreas de terras, compradas pelo Aero Clube, teve início a
construçao do campo de pouso de Itoupava Central (Quero-Quero), que em 24
de. novembro de 1940, estava quase concluído, tendo mil metros de
cOI~pnmento e cem metros de largura, possibilitando, após a mudança da lInha
de alta tensão, o pouso, pela primeira vez de um aparelho da
Aviação Civil em Blumenau. '
. Com o Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho (1941/1945) e o projeto
"Asas para o Brasil", formaram-se Aero Clubes em todo o território nacional.
O Aero Clube de Blumenau foi fundado no dia 22 de abril de 1941. Dessa
primeira diretoria participaram o Dr. Max Tavares do Amaral - Presidente, Irani
Guimarães - Secretário, Dr. José Ribeiro de Carv~lho :- Tesoureiro e Dante
Caneparo - Instrutor. Na gestão dessa dIretona foram brevetados sete pilotos,
sendo também elaborados os Estatutos que foram publicados no dia 23 de maio
de 1941. A finalidade do Clube, segundo os Estatutos, "é estimular a aviação
civil no Munic{pio de Blumenau e cooperar com as entidades congêneres no
desenvolvimento aeronáutico, mantendo uma escola de pilotagem no interesse
da economia e da defesa nacional". O Aero Clube de Blumenau é fIliado ao
Aero Clube do Brasil e considerado de Utilidade Pública pelo art. 8 do
Decreto-Lei Federal nO 1.683, de 14 de outubro de 1939 e subordinado ao
Ministério da Aeronáutica, conforme o art. 26 do De~reto-Lei Federal nO
2.961, de 20 de janeiro e 1941.
Dante Caneparo, piloto instrutor do Aero Clube de Blumenau em 31 de
outubro de 1941, viajou para Curitiba para solucionar vários ~roblemas que
entravavam o seu regular funcionamento.
. _Atr~v~s dos esforços do instrutor Dante Caneparo, a Escola da A Vlaçao
~IVII de Blumenau obteve o seu avião que foi doado pela Fábrica de TecIdos
Bangu de São Paulo, cujos operários contribuíram espontaneamente à
Campanha A viação Civil e que escolheram o nome de Martim Afonso de
Souza para o avião que a Companhia Industrial do Brasil destinou a Blumenau.
O avião foi batizado no dia 14 de janeiro de 1942, tendo como paraninfo J.
Pires, diretor do Jornal do Brasil do Rio de Janeiro. O avião chegou a Blumenau
no dia 18 de janeiro de 1942 e no dia 8 de fevereiro do mesmo ano, apesar de
não ser realizada a festa do Aero Clube, devido ao mau tempo, o avião foi doado
oficialmente ao Aero Clube de Blumenau pelo industrial Dr. Guilherme da
Silveira, comparecendo ao local as principais autoridades municipais.
No dia 13 de abril de 1942, a primeira turma a ser brevetada pelo Aero
Clube de Blumenau como "Voluntariado do Ar", foi examinada
pelo médico da Base Naval Aérea de Florianópolis, no Pavilhão de Saúde do 32°
B.C. (Tenente-médico Df. Vilson de Oliveira Freitas, em coLaboração com o
Capitão-médico, Df. Moacir, Tenente-médico Df. Wilson G. Santiago e Dr. Hans
Pape).
Em beneficio do Aero Clube de Blumenau, no dia 20 de abril de 1942, a
violinista llze Dorow realizou um recital.
No dia 9 de junho de 1942 foi entregue mais um avião ao Aero Clube de
Blumenau em cerimônia presidida pelo Ministro Salgado Filho. O batismo do
avião, que recebeu o nome de "Conselheiro Lafaiete", ocorreu no Aeroporto
"Santos Dumont" com numerosa assistência. O avião vinha se fazendo
"necessário em virtude da afluência de candidatos ao brevet de pilotos
aviadores da nossa Força Aérea".
O Aero Clube de Blumenau (13/06/1942), conquistou a simpatia da cidade
e importantes doações foram feitas: Herbert Willeke da Casa Royal, ofereceu um
jogo de mesa e cadeiras para servir aos alunos; Pedro Salles, gerente da Cia.
Gropp, além do madeiramento oferecido para o primeiro "hangar", ofereceu o
madeiramento para o segundo "hangar" abrigar o avião "Conselheiro Lafaiete".
Em 16 de junho de 1942, o Clube da Boa Vizinhança fez uma coleta em benefício
do Aero Clube de Blumenau que rendeu 70$000 mil réis e que foram entregues ao
Dr. Max Tavares do Amaral, presidente do Aero CLube.
No dia 26 de setembro de 1942, em nota baixada pelo Ministro da
Aeronáutica, o Aero Clube de Blumenau restringiu as atividades dos cursos de
pilotagem em vista do racionamento de combustível. A nota determinava também
que só seriam admitidos novos alunos aos cursos de pilotagem, com idade inferior
a 25 anos e que apresentassem certificado de conclusão da quinta série do curso
secundário (comercial ou normal) oficial ou reconhecido e ser do sexo masculino.
Facultava o treinamento de vôo aos pilotos civis que tinham menos de duzentas
horas de vôo, menos de trinta anos e ter apresentado conclusão da quinta série de
curso secundário (comercial ou normal); para os que tinham mais de duzentas
horas de vôo como piloto, ter idade inferior a trinta e cinco anos. Podiam continuar
nos cursos de pilotagem até sua conclusão, alunos já matriculados com idade
inferior a vinte e cinco anos e que possuíssem instrução secundária.
No dia 2 de fevereiro de 1943, o Ministro Marcondes Filho, regulamentou
a concessão de subvenções aos Aero Clubes, que só poderiam ser concedidas
mediante documentação que satisfizesse o art. 5 ° do Regulamento dos Aero
Clubes. Nessa época, o Aero Clube de Blumenau passava por sérias dificuldades,
quando o jornal "A Nação", em data de
27 de outubro de 1944, fez um apelo à Comunidade e o Aero Clube de Blumenau
voltou a estabilizar-se.
. À primeira diretoria, seguiu-se a integrada por Isaias de Mello _ PresIdente,
Dr. Antônio Victorino d' A vila Filho - Vice-presidente Nicácio. Heusi - Secretário,
José Sampaio Coelho - 2° Secretário,' Dr. M~rtlnhO Cardoso da Veiga - Tesoureiro
e Romeu Pereira - 2° TesoureIro.
Isaias de Mello, não completou seu mandato por ter sido transferido para
São Paulo, assumindo o Vice-presidente Df. Antônio Victorino d' A vila Filho, que
no dia 7 de fevereiro de 1944, abriu matrículas para o curso de "Piloto de Turismo",
época em que o Aero Clube de Blumenau obteve grande prestígio na aviação
nacional e estadual.
No dia ~ de ~arço de 1945, foi rezada missa por Dante Caneparo, que
faleceu tres dIas após dar entrada no hospital, vítima de acidente quando testava um
aparelho que havia estado em conserto. Substituiu Dante Canepa!"o o Instrutor José
Waldemar Mendes Ferreira, conhecido por Tupy, ex-mstrutor do Aero Clube de São
Paulo, com diploma de instr:utor, paraquedista e vôovelista. Na sua gestão como
instrutor foi orgal1lza~0 o Departamento de Estatística. Colaboraram com Tupy no
bom funCIOnamento da escola, sua esposa Leonor que cronometrava os vôos e
Francisco Weber professor de meteorologia. De 1941 até a chegada de Tupy foram
brevetados 16 pilotos, sendo sete na primeira turma, cinco na segunda quatro na
terceira. Em 1945 foram brevetados oitq. A brevetação desses vinte e quatro pilotos
foi um fato notável, considerando que a Escola de Aviação Civil de Blumenau
possuía na época ~penas um avião para treinamento de seus alunos.
A brevetação da turma de 1945, realizou-se no dia 22 de abril no Teatro
"Carlos Gomes" com baile e presença de representantes de vários Aero Clubes. Foi
paraninfo da turma o Major-aviador Carlos Alberto de Mattos, Comandante da
Base Aérea de Florianópolis e que se fez representar pelos tenentes Ivan e Durval, e
aspirante Uchôa e o Tenente Bergerant da Base Aérea de Curitiba. Dessa
brevetação participou Lya G. Pereira, primeiro elemento feminino de Santa
Catarina a brevetar-se e que realizou a maior façanha aérea já vista em Blumenàu -
um vôo rasante por baixo da ponte "Desembargador Pedro e Silva" sobre o ribeirão
Garcia. No dia 8 de novembro de 1945, os pilotos foram homenageados com um
coquetel oferecido por Victor Hering. Na ocasião Tupy apresentou a parte
humorística, sua esposa Leonor declamou poesias e Victor Hering executou
números musicais ao piano. Posteriormente Tupy retirou-se para atuar no Aero
Clube de Três Corações
e quando este se retirou Tupy voltou para Blumenau (início da década de
cinqüenta). Seguiram-se os instrutores: Ronaldo Bauke, Rolf Ricardo Bauke,
Maurício Rutzen, Ruy Gomes dos Santos e José Erci Narciso.
Com quatro aviões para treinamento, funciona como Escola Civil de
Aviação. Na pista asfaltada de 1.400 metros de comprimento, 18 metros de
largura com acostamentos laterais de 30 metros de largura cada, aterrissam
aviões "Bandeirante" no vôo comercial entre Porto Alegre, Blumenau e São
Paulo.
O Aero Clube registrou seus primeiros Estatutos no dia 30 de junho de
1939, no Livro A -4, 11s. 173 e posteriormente no dia 31 de agosto de 1951, no
Livro A-6, fls. 43, ambos no Cartório de Getúlio V. Braga.
É de Utilidade Pública pela Lei Federal nO 205, de 27 de fevereiro de
1967; Estadual pela Lei nO 4.106, de 4 de dezembro de 1967, e Municipal pela
Lei nO 1.455, de 1 ° de dezembro de 1967.
Os grandes festejos de aniversário do Aero Clube foram substituídos
por um jantar de confraternização entre os associados. O mandato da diretoria é
de dois anos.
Um fato que marcou o Aero Clube de Blumenau foi o acidente ocorrido
em 1954, quando faleceram Alvir Kühler e Norberto Serpa. Na ocasião,
decolaram de Florianópolis dois aviões. Um deles pilotado por Alex Budag e
que levava o empresário Schwers e que sobrevoou a casa de Schwers em
Camboriú, enquanto Alvir e Serpa, no outro avião, seguiram para Blumenau e
Alvir resolveu sobrevoar a sua casa batendo no morro da Maternidade. O
acidente deixou a população consternada considerando que os ocupantes do
aparelho eram muito conhecidos, principalmente Serpa, dono do Bar Avenida,
que funcionava onde hoje está o Grande Hotel.
N o dia 7 de maio de 1967, foi fundado no quarto nO 7 do Hotel Fraga
no Garcia, o Departamento de Paraquedismo "Ícaros do Vale" que funciona
anexo ao Aero Clube de Blumenau. Seu primeiro diretor e instrutor foi o
Sargento do 23 ° B. 1., Luiz Carlos Karstens, que dirigiu o então departamento
de 1967 até 1970 quando faleceu (a 1 a Cia. do 23° B.I. traz o nome do Sargento
Luiz Carlos Karstens). Atualmente funciona como "Clube de Paraquedismo
Ícaros do Vale" que registrou seus Estatutos no dia 31 de maio de 1978 no
Livro A-8, fls. 041 no Cartório de Getúlio V. Braga.
Em 1981 realizou o 1 ° Torneio Regional de Paraquedismo.
CARVALHO, Brasilino de. Blumenau suas raízes e sua fama - São Paulo
BIPA Editora, 1979. '
KORMANN, Edith. O Maestro Geyer - Blumenau, Impressora Acadêmica
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PETRY, Sueli M. V. Os Clubes de Caça e Tiro da região de Blumenau -
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Imprensa Oficial do Estado de Santa Catarina, 1945.
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SILVA, José Ferreira da.Fritz Müller - Rio de Janeiro, Alba, 1931.
1 ° Centenário da Comunidade Evangélica de Blumenau (1859-1959).
1 ° Centenário da Comunidade Evangélica de Badenfurt, Blumenau (1884-
1984).
80° Aniversário da Associação Evangélica de Senhoras, Blumenau (1907-
1987).
Festas de Cantores em Blumenau (1952-1981).
Estatutos da S. D. M. "Carlos Gomes" de Blumenau.
Cremer S/A Produtos Têxteis e Cirúrgicos, Blumenau.
Companhia Hemmer Indústria e Comércio, Blumenau.
Relatório do Colégio das Irmãs da Divina Providência de Blumenau.
Relatórios da Escola Nova de Blumenau: 1910, 1911, 1912, 1913 e 1929.
Relatórios de Prefeitos Municipais de Blumenau.
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São Paulo Apóstolo, Blumenau, Julho de 1973.
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Tópicos da vida de um homem. Adolfo Kolping, adaptação do Pe. Arsênio J.
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especiais de Oswaldo Furlan (1972 e 1973); José E. Finardi (1978); Frei
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Der Urwa1dsbote Kalender - B1umenau, 1900.
Kolonie Zeitung (1862-1880) - Joinville, SC.
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A Nação (1943-1965) - B1umenau, SC.
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O Universitário (março de 1975) - FURB de Blumenau, SC. O
Co1ored (1962-1963) - Blumenau, SC.
Jornal de Santa Catarina (1971-1983) - Blumenau, SC.
Arquivo Histórico de Joinville - Joinville, SC.
Arquivo Histórico Prof. José Ferreira da Silva - Blumenau, SC.
ABART - Associação Blumenauense de Artesãos.
ABT A - Associação Blumenauense de Teatro Amador.
ARTEX S/A - Fábrica de Artefatos Têxteis - Blumenau, SC. BEC
- Blumenau Esporte Clube.
BLUAP - Associação dos Artistas Plásticos de Blumenau, SC.
Cristais Hering S/A -Blumenau, SC.
Escola Auxiliar de Enfermagem - Blumenau, SC.
Foto Clube de Santa Catarina - Blumenau, SC.
FURB (Relação de Faculdades e Reitores) - Blumenau, se.
Histórico do Spitzkopf (folhetos e entrevistas com J. Itten em março de
1980) no Garcia - Blumenau, SC.
Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí - Blumenau, SC. Obra
Kolping do Brasil - Cartilha do Sócio.
Programas e Informações fornecidas por empresas blumenauenses.
SENAI e SENAC.
SESC e SESI.
Sindicato dos Músicos Profissionais de Blumenau, SC.
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itoupava Central - Blumenau, SC.
Sociedade Dramátioo Musical "Carlos Gomes" - Blumenau, SC. Sociedade
Recreativa e Cultural Lyra - Blumenau, SC.
BUDAG, A1ex - Aero Clube de Blumenau, Fe.vereiro de 1982.
DANKER, Hel1muth - Arte e Cultura de Vila Itoupava - Março de 1982.
GAERTNER, Edazima - Conservatório de Música Curt Hering - Blume-
nau, Maio de 1978.
GARNI, Werner - Tabajara Tênis Clube - Blumenau, Março de 1983.
Hering, Carlos (Cao) - Cartunista - Blumenau, Abril de 1985.
JENSEN, Use - Arte e Cultura de Vila Itoupava - B1umenau, Março de
1982.
ODEBRECHT, Marlore - SESI - Blumenau, Novembro de 1985.
PETRY, Inês - SESC - Blumenau, Dezembro de 1985.
POKRYWIECKI, Eduardo - Colégio Santo Antônio - Blumenau, Novem-
bro de 1984.
RABE, Afonso - Hospital Santo Antônio e Saúde Pública, Outubro de 1979.
RIGHETTO, Ivan - B1umenau Esporte Clube, Agosto de 1984.
STRASSBURGER, Frederico - Hospital Misericórdia de Vila Itoupava -
 Blmnerum, Setembro de 1985. Blmnenau, Abril a Junho de 1983.
SCHOENING, Almiro - SESI - Blmnenau, Novembro de 1985. CINEASTAS e
Cinegrafistas: Willy Sievert, Johann E. W. Mogk, familiares de José Julianelli,
Alfred Baumgarten, Irmãos Holzwarth e Hinkeldey, Herbert Holetz e Reinaldo
Olegário - Blmnenau, Fevereiro a Abril de 1979.
REGENTES E BANDINHAS: familiares de Hermarnl Ruediger e Franz Baumgart,
Manoel C. S. Krieger, Alfredo Radloff, Rikobert Doering, Max Lindner e (de atividades culturais, artísticas e sociais)
outros - Blumenau, Setembro a Novembro de 1980'.
ARTES PLÁSTICAS, Artesanato, Cartuns e Fotos.
LANÇAMENTOS de livros, Concertos Musicais, Peças Teatrais, Balé e outros.

CARTÓRIOS: Roberto Bayer, Benjamim Margarida e Getúlio Vieira Braga

BELA VISTA COUNTRY CLUB - Gaspar, 1983. -Blumenau.
CASA SÃO JOSÉ de Vila Itoupava - Blmnenau, 1981.
CENTRO CULTURAL "25 DE JULHO" - BlmneI)au, 1979. ENFERMEIRA
IRMÃ LETÍCIA - Hospital Santa Isabel - Blmnenau, Junho
de 1985.
ENFERMEIRA SOLANGE - Hospital Santa Catarina - Blumenau, Junho de 1985.
Adquiridas de: Guilhenne Jensen Bauer, Arquivo Histórico de Blmnenau e
FOTÓGRAFOS: Helma Axthelm (Hoeschl), familiares de Willielm Scholz, Fritz particulares.
Schmurr e Hugo Schrikte, Alfredo Wilhelm, Hans Raun, Rubens Heusi,
Mário Holetz, Günther Schroeder, Sidney Luiz Saut, Walter R. Momm,
Guilhenne J. Bauer e Jorge Holetz - Blmnenau, Maio a Julho de 1981.
SACERDOTES, pastores, dirigentes de entidades religiosas e assistenciais -
 Sobre "O Maestro Geyer e período
áureo do Teatro "Carlas Gomes", Enéas
Athanázio (1985) :"Sua atitude diante dos
fatos, é de uma coragem nem sempre
encontrada, declinando suas conclusões
sem o menor receio desde que lhe pareçam
fundadas. Esse procedimento tem sido uma
constante na defesa dos seus pontos de
vista, sejam eles manifestados por escrito
ou oralmenteo que não é ignorado por
quantos a conhecem".

Magalhães Costa " (O Estado de

Teresina" - PI de 21 e 22 de junho de 1987)
escreveu; "Contos Breves - são estes
reunidos no vdiume Destinos" da
catarinense Edith Kormann, mas onde se
sente a força da dramaticidade em que a
autora é Mestra. Outro ponto a destacar é a
simplicidade da linguagem e a variedade
dos temas, muito deles recheados de fina
ironia e ternura".

Nelson Barbalho (Recife - PE)

escreveu ... "você sabe captar a essência
das coisas e à sua percepção nada escapa, o
que revela sua extremada sensibilidade e
seu notável poder de síntese.
Parabéns !".
 13.
12.
15.
14.
EDITH
de estabelecimentos de ensino, inspetora
Bacharel em Direção Teatral, Licenciada em
Alemanha), Técnicas Dramáticas Aplicadas
Medieval, Tendência do Espetáculo
(Maria Fux -Buenos Aires) e outros.
Participou e promoveu festivais de teatro,
Estado, Brasil e exterior. Foi atriz e dirigiu
PHOENIX (06-03-1974). Fundou com os
que presidiu por dois anos (1978-1980).
Foi homenageada pelos alunos do Curso de
homenageada pela SEE de Santa Catarina
estadual de ensino.
·Premida em 1978, no Concurso de Contos da
Geyer" e "Destinos" (contos). Participa de várias Antologias. Colaborou com a revista
de nascimento" foi premiado. Faz parte da União Brasileira de Escritores.
Participou do Conselho Municipal de Cultura (1981-1983). De sua autoria possui
solfejo e composição com o Maestro Geyer, sendo solista sob a batuta do mesmo no
Hoffmann e Ludwig Emmerich. Pesquisa sobre o Vale do ltaja{ desde 1978.
No dia 28 de outubro de 1993, a Câmara Municipal de Blumenau lhe conferiu o t{tulo
KORMANN, (20-03-1921), natural de Brusque-SC, professora de letras, diretora
escolar, professora de educação ftsica e professora universitária (FURE).
Arte Dramática pela URGS. Fez curso de Técnica Vocal (Charlote Kahle -
ao Ensino, Cultura Cinematográfica, O Barroco no Brasil, O Homem e a Arte
Contemporâneo, Canto, M{mica (Rolf Charre - Alemanha), Expressão Corporal
seminários e encontros de arte. Participou ainda de diversos congressos no
espetáculos teatrais. Com estudantes;da FURE, fundou o Grupo Teatral
grupos teatrais doEstado a Federação Catarinense de Teatro Amador (FECATA)
Atualmente é Presidente de Honra.
Educação Artfstica da FURE com uma placa de prata (1982); no mesmo ano foi
com a seleção do livro "Teatro na Educação Artfstica ", distribu{do na rede
FURE, é autora dos livros "Teatro na Educação Art{stica"(esgotado), "O Maestro
"Blumenau em Cadernos". Escreve desde os 15 anos e em 1949 o soneto "O cego
quadros a lápis, crayon, aquarela e trabalhos de tapeçaria. Estudou teoria,
Teatro "Carlos Gomes". Desenho, aquarela e crayon com o Professor Humberto
de "Gdadã Blumenauense".