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Departamento de Engenharia Civil

10
PUNÇOAMENTO

CARLOS FÉLIX

NOVEMBRO / 2010
Departamento de Engenharia Civil

ÍNDICE
10 Punçoamento 1

10.1 Introdução 1

10.2 Primeiro perímetro de controlo 4

10.3 Secção de controlo 5

10.4 Perímetro de controlo em capitéis 6

10.5 Perímetro de controlo na vizinhança da área carregada 10

10.6 Condições para a verificação da resistência ao punçoamento 11

10.7 Valor de cálculo da tensão de punçoamento devido às acções externas 13

10.8 Máxima tensão resistente ao punçoamento 14

10.9 Resistência de elementos sem armadura de punçoamento 15

10.10 Resistência de elementos com armadura de punçoamento 17

10.11 Armadura de punçoamento em lajes 18

10.12 Procedimentos para o cálculo de armaduras de punçoamento em lajes 22

10.13 Outras disposições relativas a armaduras 24

10.14 Resumo 25

10.14.1 Cálculos iniciais 25

10.14.2 Verificação de vRd,máx 25

10.14.3 Verificação de vRd,c 26

10.14.4 Cálculo da armadura de punçoamento 26

10.15 Bibliografia 27

Instituto Superior de Engenharia do Porto i


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10 Punçoamento

10.1 Introdução

O punçoamento é um problema de esforço transverso que se desenvolve em torno de


uma área carregada de uma laje. É um mecanismo de colapso local, desprovido de
ductilidade e originando uma rotura do tipo frágil. A resistência a este fenómeno depende
de vários factores, tais como, a geometria do pilar ou área carregada, espessura da laje,
resistência do betão, quantidade de armadura de flexão, existência de armadura
específica de punçoamento e a existência de pré-esforço. Existem outros factores que de
certa forma influenciam e potenciam o aparecimento deste fenómeno, tais como a
transferência de momentos entre a laje e o pilar, a localização do pilar e a própria
geometria da laje.

Trata-se de um fenómeno complexo que tem sido amplamente tratado na bibliografia,


com desenvolvimentos recentes de modelos numéricos, calibrados e validados com base
em resultados experimentais. Para um conhecimento mais detalhado deste problema
recomenda-se a leitura dos documentos em referência, e em particular do CEB-FIP Model
Code for Concrete Structures.

As situações mais usuais em que a segurança ao punçoamento têm de ser verificadas


são as zonas envolventes dos pilares em lajes fungiformes e em fundações directas e as
zonas das lajes sujeitas a importantes cargas concentradas provenientes, por exemplo,
do peso de maquinaria em instalações industriais (ver Figura 10.1).

Figura 10.1 – Situações em que é imperativa a verificação ao punçoamento (Favre et al.,


1997).

A rotura por punçoamento pode ser entendida como uma extensão do problema da
rotura por esforço transverso que ao desenvolver-se em torno da área carregada gera
uma superfície troncocónica, conforme se ilustra na Figura 10.2. O problema de esforço

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.1


Estruturas de Betão

em lajes ou em vigas, que pode ser considerado um problema bidimensional, é assim


transformado num problema tridimensional, mas aos quais estão associados idênticos
princípios de funcionamento e idênticos mecanismos de rotura, nomeadamente, a
compressão radial do betão, o efeito de engrenagem e de imbricamento entre agregados
e o efeito de ferrolho da armadura de flexão (ver Figura 10.3).

Figura 10.2 – Esquema de fendilhação e esforços gerados devidos ao punçoamento (Lima


et al., 1985).

1 – Compressão radial
2 – Engrenagem entre agregados
3 – Efeito de ferrolho

Figura 10.3 - Mecanismos de rotura no punçoamento (Marchão e Appleton, 2006).

10.2 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

Estudos experimentais têm demonstrado que a rotura por punçoamento apenas ocorre
em lajes numa fase adiantada de deformação por flexão e nas situações em que as
armaduras sejam suficientes para resistir à flexão. Verifica-se que em lajes com
percentagens de armadura relativamente elevadas as roturas são por punçoamento,
enquanto que em lajes com percentagens de armaduras reduzidas, as roturas são
devidas à flexão.

Ao contrário da rotura por flexão, à qual estão associadas a importantes deformações, a


rotura por punçoamento é uma rotura frágil que deve ser evitada. Isto pode ser
conseguido procurando-se soluções de lajes que apresentem percentagens de armaduras
de flexão relativamente contidas.

De acordo com a metodologia proposta pelo EC2, a verificação da segurança ao


punçoamento é realizada em termos de controlo da tensão de punçoamento em
determinadas secções verticais que envolvem, a uma certa distância, a área carregada
(ver Figura 10.4). A definição de tal superfície assume especial importância atendendo a
que, para um mesmo valor do esforço a transmitir, a tensão de punçoamento aí actuante
será tanto mais elevada quanto mais próxima esta secção de controlo se localizar da área
carregada, e irá sendo reduzida consoante dela se for afastando. Considerações de
ordem empírica, por um lado, e o interesse em se adoptar para a verificação da
segurança ao punçoamento expressões idênticas às que foram apresentadas para o
esforço transverso, por outro, conduziu a que se fixasse em 2d o valor daquela distância,
sendo d a altura útil da laje.

kd Secção de
controlo

Figura 10.4 – Secção de controlo da tensão de punçoamento.

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.3


Estruturas de Betão

10.2 Primeiro perímetro de controlo

Segundo o EC2, o primeiro perímetro de controlo de áreas carregadas, para efeitos da


verificação da segurança ao punçoamento, dista da área carregada 2d, e deve ter um
desenvolvimento mínimo, conforme se ilustra na Figura 10.5 para algumas situações
correntes.

2d

2d 2d
2d

2d 2d
U1 U1 U1

Figura 10.5 - Primeiros perímetros de controlo de áreas carregadas correntes.

Para a obtenção do valor da altura útil da laje, atendendo a que armadura principal
existe em duas direcções ortogonais (Aly e Alz), pode adoptar-se para d o valor médio da
altura útil em cada uma das duas direcções, conforme se ilustra na Figura 10.6.

Aly Alz

dz dy

d = (dy+dz)/2

Figura 10.6 – Definição da altura útil da laje.

No caso de existência de aberturas nas proximidades da área carregada, a uma distância


inferior a 6d, o perímetro de controlo deve ser reduzido conforme se apresenta na Figura
10.7.

≤ 6d ≤ 6d

l1 ≤ l2 l1 > l2

2d 2d
l2 l2 l1 ⋅ l2

2d 2d

a) l1 ≤ l2 b) l1 > l2

Figura 10.7 – Perímetro de controlo junto de aberturas.

10.4 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

Nos pilares localizados nas proximidades dos bordos livres de lajes, o primeiro perímetro
de controlo pode ser obtido a partir dos esquemas apresentados na Figura 10.8,
descontando os respectivos bordos livres. O perímetro assim calculado não poderá ser
superior ao que se obteria se se considerasse o pilar interior. Em determinadas
condições, conforme se ilustra em Figura 10.8 f), poderão ter de ser calculados mais do
que um perímetro (no exemplo em apreço, ui e uj) sendo u1 o que conduzir à situação de
verificação da segurança mais desfavorável. Além do valor do perímetro, este cálculo
determinará se o pilar deve ser classificado como interior, de bordo ou de canto.

2d 2d 2d

2d 2d 2d
U1 U1 U1

a) b) c)

Uj

2d 2d 2d
U1 U1
Ui

d) e) f)

Figura 10.8 - Primeiros perímetros de controlo para áreas carregadas junto dos bordos.

10.3 Secção de controlo

Conforme foi já referido, a verificação da segurança ao punçoamento é realizada em


termos de controlo da tensão em determinadas secções, designadas secções de controlo.
Estas secções são definidas pelo produto do perímetro do perímetro de controlo pela
altura útil d. Em sapatas ou lajes de espessura variável, pode considerar-se que a altura
da secção de controlo é a altura útil no perímetro da área carregada (ver EC2 – 6.4.2 (6)
e Figura 10.9).

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.5


Estruturas de Betão

Secção de controlo = d × ui

Área carregada

Figura 10.9 – Altura da secção de controlo em lajes de altura variável.

10.4 Perímetro de controlo em capitéis

A utilização de capitéis em pilares (column heads em inglês) permite aumentar a


resistência ao punçoamento através do aumento do perímetro de controlo e,
eventualmente, através do aumento da respectiva altura da secção de controlo. A Figura
10.10 apresenta duas soluções de capitéis: (i) por aumento da espessura da laje na zona
de apoio no pilar, com planta quadrangular; (ii) por variação do diâmetro do pilar,
formando um tronco de cone.

a) Espessamento da laje b) Tronco de cone

Figura 10.10 – Soluções de capitéis em lajes fungiformes.

10.6 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

Capitel com lH < 2hH

No caso de capitéis sobre pilares circulares de reduzida dimensão (lH < 2hH), conforme se
ilustra na Figura 10.11, tem como efeito o aumento do primeiro perímetro de controlo.
De facto, nas condições expressas, a verificação da segurança ao punçoamento deverá
ser feita somente numa secção exterior ao capitel cujo perímetro é circular, centrado
com o centro de gravidade do pilar, cujo raio é dado pela expressão:

rcont = 2d + lH + 0.5c (10.1)

onde,

d - altura útil da laje

lH - espessura do capitel

c - diâmetro do pilar

Nesta secção (secção de controlo de referência) a altura a considerar para efeitos da


verificação da segurança ao punçoamento é a altura útil da laje, d.

A - Secção de controlo
de referência

B - Área carregada Aload

Figura 10.11 - Laje sobre capitel com lH < 2hH.

A Figura 10.12 ilustra em planta a área carregada, a área definida pela linha de inserção
do capitel na laje (área do capitel) e o perímetro de controlo que será, neste caso,
exterior ao capitel.

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.7


Estruturas de Betão

2d l = c + 2lH 2d

perímetro de
controlo
exterior ao
capitel
lH c lH
área carregada

área do capitel rcont

Figura 10.12 - Laje sobre capitel circular com lH < 2hH: planta.

No caso de o pilar ter secção rectangular (e com lH < 2hH), o perímetro de controlo pode
ser considerado igualmente circular (ver Figura 10.13), baricentrico com a secção
transversal do pilar, com rcont dado por:

r = 2d + 0.56 l1l2 (10.2)


O menor dos valores:  cont
rcont = 2d + 0.69 l1

onde l1 e l2 são as dimensões em planta do capitel, com l1 ≤ l2, dados por:

l1 = c1 + 2 lH1 (10.3)

l2 = c 2 + 2 lH2 (10.4)

2d l1 = c1 + 2lH1 2d

2d
perímetro de
controlo
exterior ao lH2
capitel

lH1 c1 lH1 l2 = c2 + 2lH2


área carregada c2

área do capitel rcont


lH2

2d

Figura 10.13 - Laje sobre capitel rectangular com lH < 2hH: planta.

10.8 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

Capitel com lH > 2(d+hH)

Para capitéis de dimensões superiores, com lH > 2(d+hH), a segurança ao punçoamento


deve ser verificada em duas secções de controlo (ver Figura 10.14):

— Uma, com o perímetro interior ao capitel (rcont, int) e com altura útil considerando a
espessura da laje mais o espessamento do capitel (dH = d+hH);

— Outra, com o perímetro exterior ao capitel (rcont, ext) e com altura útil considerando
apenas a espessura da laje.

- Secções de controlo de
A
referência para pilares
circulares
B - Área carregada Aload

Figura 10.14 - Laje sobre capitel com lH > 2(d+hH)

2d l = c + 2lH 2d

perímetro de
controlo
interior ao
capitel
área lH c lH
carregada
rcont,int
área do
capitel
perímetro de
controlo rcont,ext
exterior ao
capitel

Figura 10.15 - Laje sobre capitel circular com lH > 2(d+hH): planta.

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.9


Estruturas de Betão

A Figura 10.15 ilustra o traço das secções de controlo a considerar no caso de um pilar
circular de diâmetro c. As distâncias dos perímetros de controlo medidas desde o
baricentro do pilar são dadas pelas expressões:

rcont, ext = lH + 2d + 0.5c (10.5)


rcont, int = 2 (d + hH ) + 0.5c

Capitel com 2hH < lH < 2(d+hH)

No caso em que 2hH < lH < 2(d+hH), o raio do perímetro de controlo medido a partir do
baricentro da secção transversal do pilar (rcont) continua a ser dado pela expressão
(10.1). Como este perímetro é exterior aos limites do capitel (ver Figura 10.16), será
suficiente verificar a segurança ao punçoamento na secção de controlo definida por
aquele perímetro e pela altura útil da laje (d).

rcont

d
hH θ

tgθ=1/2 2hH<lH<2(d+hH)
c

Figura 10.16 - Laje sobre capitel com 2hH < lH < 2(d+hH)

10.5 Perímetro de controlo na vizinhança da área carregada

O perímetro de controlo na vizinhança do pilar ou da área carregada, designado por u0,


necessário para a verificação a que se refere a expressão (10.6), pode ser obtido a partir
dos esquemas da Figura 10.17. Admite-se que a excentricidade de aplicação da carga, no
caso dos pilares de bordo ou de canto, conduzirá a uma distribuição não uniforme das
tensões de punçoamento, pelo que se limita a 1.5d a dimensão a considerar na
contabilização deste perímetro, na direcção ortogonal ao bordo, sendo d a altura útil da
laje.

10.10 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

≤1.5d
≤1.5d
c2

c2 c2 ≤1.5d
c1
c1 c1
Bordo Bordo
livre livre

u0 = 2c2+2c1 u0 = c2+3d ≤ c2+2c1 u0 = 3d ≤ c2+c1

a) Pilar interior b) Pilar de bordo c) Pilar de canto

Figura 10.17 — Perímetros de controlo u0 junto da área carregada.

Caso se trate de pilares de secção circular, pode adoptar-se uma secção quadrangular
com um perímetro equivalente (ver Figura 10.18) e adoptar as mesmas regras que as
indicadas para os pilares rectangulares.

≤1.5d ≤1.5d
Secção
equivalente

φ c

Bordo Bordo
livre c livre c

c =πφ/4 u0 = c+3d ≤ 3c

Figura 10.18 — Perímetros de controlo u0 para secções circulares.

10.6 Condições para a verificação da resistência ao punçoamento

O método proposto no EC2 para a verificação da segurança ao punçoamento (EC2 – 6.4)


assenta na comparação entre valores de cálculo de tensões actuantes e resistentes que
se desenvolvem numa ou mais secções de controlo. São definidos os seguintes valores,
ao longo de uma dada secção de controlo considerada:

vEd Valor de cálculo da tensão de punçoamento resultante das acções


exteriores;

vRd,c Valor de cálculo da tensão resistente ao punçoamento de uma laje sem


armadura de punçoamento;

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Estruturas de Betão

vRd,cs Valor de cálculo da tensão resistente ao punçoamento de uma laje com


armadura de punçoamento;

vRd,máx Valor de cálculo da máxima tensão resistente ao punçoamento.

A verificação da segurança ao punçoamento deve iniciar-se por verificar se é excedido o


valor limite de esmagamento do betão. Tal verificação deve ser feita no perímetro do
pilar, ou no perímetro da área carregada, através da expressão:

v Ed ≤ v Rd, máx (10.6)

Nas situações em que esta condição não se verifique, será necessário redimensionar a
secção, aumentando as dimensões da área carregada ou a espessura da laje. Um
procedimento corrente para resolução deste problema é através da introdução de
capitéis.

No seguimento da verificação da segurança ao punçoamento podemos distinguir as


situações em que as lajes necessitam de armadura de punçoamento daquelas em que o
seu cálculo está dispensado.

Não é necessário o cálculo da armadura de punçoamento nas regiões do elemento em


que se verifique a condição:

v Ed ≤ v Rd, c (10.7)

Contudo, nas situações em que o cálculo desta armadura está dispensado, será sempre
conveniente prever uma armadura mínima, conforme adiante será referido.

É necessário o cálculo da armadura de punçoamento nas regiões do elemento em que se


verifique a condição:

v Ed > v Rd, c (10.8)

Neste caso, a armadura poderá ser quantificada impondo-se a condição:

v Ed ≤ v Rd, cs (10.9)

A verificação da segurança ao punçoamento deve ser realizada no perímetro da área


carregada (com vRd,máx) e ao longo de perímetros de controlo (com vRd,c e vRd,cs), a uma
certa distância da área carregada, nomeadamente no primeiro perímetro de controlo
(u1). No caso de ser necessária armadura de punçoamento, a segurança ao punçoamento
deve ainda ser verificada num outro contorno (uout,ef), a partir do qual já não será
necessária armadura de punçoamento. Também no caso da existência de capitéis, outros
contornos devem ser considerados (como por exemplo, rcont, rcont,int e rcont,ext).

10.12 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

10.7 Valor de cálculo da tensão de punçoamento devido às acções externas

O valor de cálculo da tensão de punçoamento devido a uma acção aplicada com uma
certa excentricidade é dado pela expressão:

β VEd (10.10)
v Ed =
ui d

em que:

β é um factor de agravamento da resultante do esforço de punçoamento para ter


em atenção o efeito desfavorável da existência de eventuais momentos flectores

VEd é o esforço de punçoamento (reacção de apoio ou carga aplicada em lajes)

ui é o perímetro do perímetro de controlo considerado

d é a altura útil da laje

vEd

d
rcont
u1

VEd
MEd

Figura 10.19 – Distribuição de tensões na secção de controlo.

A existência de momentos flectores na ligação do pilar à laje ou à sapata condiciona a


distribuição de tensões na secção de controlo (ver Figura 10.19). Se os momentos
flectores transmitidos forem reduzidos será ainda aceitável admitir que aquela
distribuição de tensões é uniforme (com valor vEd) desde que a resultante VEd seja
agravada pelo factor β. Tal factor deverá ser avaliado em função da grandeza dos
momentos flectores que actuam em cada direcção, da geometria e da orientação da
secção transversal do pilar, assim como da sua localização em planta (ver EC2 – 6.4.3
(3) a (5)). No caso de estruturas em que a estabilidade lateral não depende do
funcionamento de pórtico formados por lajes e pilares, como será o caso das estruturas
contraventadas por paredes de betão armado, e com uma relação entre vãos de tramos
adjacentes equilibrada (superior a 75%), podem adoptar-se os valores aproximados de β

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.13


Estruturas de Betão

conforme esquematizado na Figura 10.20. Nas situações em que não exista


excentricidade de aplicação da carga pode ainda considerar-se β = 1.0.

Pilar de
canto
β = 1.5

Pilar de Pilar
bordo interior
β = 1.4 β = 1.15

Figura 10.20 – Valores aproximados de β.

O perímetro ui, depende do perímetro de controlo considerado:

(i) o primeiro perímetro de controlo (u1) será calculado conforme exposto em 10.2
para lajes sem capitéis e em 10.4 em lajes com capitéis;

(ii) o perímetro de controlo na vizinhança do pilar ou da área carregada, u0, poderá


ser estimado de acordo com 10.5.

No caso das sapatas de fundação, a verificação da segurança ao punçoamento deve ser


realizada noutros perímetros de controlo, além do u0 e do u1 mas compreendidos entre
estes, conforme adiante será exposto (ver expressão (10.19)). Por outro lado, ao esforço
de punçoamento VEd, deve ser subtraído o valor da pressão do solo que actua no interior
do perímetro de controlo considerado, ou seja, na expressão (10.10) VEd pode ser
substituído por VEd,red, dado por:

VEd, red = VEd − ∆VEd (10.11)

10.8 Máxima tensão resistente ao punçoamento

Para efeitos da verificação a que se refere a expressão (10.6) deve considerar-se que a
máxima tensão resistente ao punçoamento é dada por:

v Rd, max = 0.5 ν fcd (10.12)

em que υ é dado por:

 f 
ν = 0.61 − ck  , com fck em MPa (10.13)
 250 

10.14 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

O Quadro 10.1 resume os valores obtidos por aplicação das expressões (10.12) e (10.13)
para betões com fck≤50MPa.

Quadro 10.1 – Valores de υ e de vRd,max para fck≤50MPa.

fck [MPa] 12 16 20 25 30 35 40 45 50
υ 0.571 0.562 0.552 0.540 0.528 0.516 0.504 0.492 0.480
vRd,max [MPa] 2.285 2.995 3.680 4.500 5.280 6.020 6.720 7.380 8.000

10.9 Resistência de elementos sem armadura de punçoamento

Punçoamento em lajes

A resistência ao punçoamento de uma laje sem armadura de punçoamento, na secção de


controlo de referência (correspondente ao primeiro perímetro de controlo), é dada por:

v Rd, c = C Rd, c k (100 ρ l fck ) + k 1 σ cp (10.14)


13

Devendo ser verificado que o valor de vRd,c seja superior ou igual a:

v Rd, c ≥ ν min + k 1 σ cp (10.15)

Em que:

fck é expresso em MPa

200
k =1+ ≤ 2.0 , com d expresso em mm
d

ρl = ρ ly ρ lz ≤ 0.02

em que ρly e ρlz representam as percentagens de armadura de tracção nas


direcções y e z, calculadas tendo em conta o valor médio existente numa
largura igual à largura do pilar acrescida de 3d para cada lado (ver Figura
10.21)

σ cp = (σ cy + σ cz ) 2

em que σcy e σcz representam as tensões normais nas direcções y e z devidas


ao pré-esforço, expressas em MPa, positivas para compressão (para
outras informações consultar o EC2 6.4.4-(1))

C Rd, c = 0.18 γ c = 0.12 (valor recomendado)

K1=0.10 (valor recomendado)

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Estruturas de Betão

e νmin é dado pela expressão:

ν min = 0.035 k 3 2 fck 1 2 com fck expresso em MPa (10.16)

Zona de armaduras de
Alz tracção a considerar Aly

3d 3d

Figura 10.21 — Definição de Asl.

Em secções de betão armado sem esforço normal (σcp=0) as expressões (10.14) e


(10.15) podem ser reescritas simplificadamente do seguinte modo:

v Rd, c = 0.12 k (100 ρ l fck ) (10.17)


13
, desde que σcp=0

Devendo-se ainda verificar a condição:

v Rd, c ≥ ν min , desde que σcp=0 (10.18)

O Quadro 10.2 resume os valores de k e de νmin, de acordo com a expressão (10.16)


para diversas classes de betão e para diversos valores de altura útil.

Punçoamento em sapatas

A resistência ao punçoamento de sapatas de pilares deve ser verificada em perímetros de


controlo localizados entre o perímetro definido pelo pilar (u0) e o primeiro perímetro de
controlo (u1), através da expressão:

v Rd, c = 0.12 k (100 ρ l fck )


13 2d (10.19)
a

Devendo ser verificado que o valor de vRd,c seja superior ou igual a:

2d
v Rd, c ≥ ν min (10.20)
a

em que a representa a distância da face do pilar ao perímetro de controlo considerado. É


frequente a secção condicionante localizar-se entre 0.5d e d da face do pilar.

10.16 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

Quadro 10.2 — Valores de νmim.

fck [MPa]
d
k 12 16 20 25 30 35 40 45 50
[mm]
νmin
≤200 2.000 0.343 0.396 0.443 0.495 0.542 0.586 0.626 0.664 0.700
210 1.976 0.337 0.389 0.435 0.486 0.532 0.575 0.615 0.652 0.687
220 1.953 0.331 0.382 0.427 0.478 0.523 0.565 0.604 0.641 0.676
230 1.933 0.326 0.376 0.420 0.470 0.515 0.556 0.595 0.631 0.665
240 1.913 0.321 0.370 0.414 0.463 0.507 0.548 0.586 0.621 0.655
250 1.894 0.316 0.365 0.408 0.456 0.500 0.540 0.577 0.612 0.645
260 1.877 0.312 0.360 0.403 0.450 0.493 0.532 0.569 0.604 0.636
270 1.861 0.308 0.355 0.397 0.444 0.487 0.526 0.562 0.596 0.628
280 1.845 0.304 0.351 0.392 0.439 0.480 0.519 0.555 0.588 0.620
290 1.830 0.300 0.347 0.388 0.433 0.475 0.513 0.548 0.581 0.613
300 1.816 0.297 0.343 0.383 0.428 0.469 0.507 0.542 0.575 0.606
310 1.803 0.294 0.339 0.379 0.424 0.464 0.501 0.536 0.569 0.599
320 1.791 0.290 0.335 0.375 0.419 0.459 0.496 0.530 0.563 0.593
330 1.778 0.288 0.332 0.371 0.415 0.455 0.491 0.525 0.557 0.587
340 1.767 0.285 0.329 0.368 0.411 0.450 0.486 0.520 0.551 0.581
350 1.756 0.282 0.326 0.364 0.407 0.446 0.482 0.515 0.546 0.576
360 1.745 0.280 0.323 0.361 0.404 0.442 0.477 0.510 0.541 0.571
370 1.735 0.277 0.320 0.358 0.400 0.438 0.473 0.506 0.537 0.566
380 1.725 0.275 0.317 0.355 0.397 0.435 0.469 0.502 0.532 0.561
390 1.716 0.273 0.315 0.352 0.393 0.431 0.466 0.498 0.528 0.556
400 1.707 0.270 0.312 0.349 0.390 0.428 0.462 0.494 0.524 0.552

10.10 Resistência de elementos com armadura de punçoamento

Em elementos para os quais é exigida armadura de punçoamento, esta é constituída por


varões verticais, dispostos radialmente em torno da zona carregada, conforme se
esquematiza na Figura 10.22, ou por varões inclinados a 45º. O respectivo valor
resistente da tensão de punçoamento é dado no EC2 pela expressão:

 d   1 
v Rd, cs = 0.75v Rd, c + 1.5   A sw f ywd, ef   senα (10.21)
 sr   u1 d 

em que:
Asw é a área de um perímetro de armaduras de punçoamento em torno do
pilar expressa em mm2

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.17


Estruturas de Betão

sr o espaçamento radial dos perímetros de armadura de punçoamento


expresso em mm
fywd,ef o valor de cálculo da tensão de cedência das armaduras de
punçoamento, dada por fywd,ef = 250+0.25d ≤ fywd [MPa]
d a média das alturas úteis nas direcções ortogonais expressa em mm
α o ângulo entre as armaduras de punçoamento e o plano da laje

k = 1.5 (valor recomendado)

- Contorno uout - Contorno uout,ef

Figura 10.22 — Perímetros de controlo para pilares interiores.

Uma vez encontrada uma solução de armaduras deve ser verificada a desigualdade dada
pela expressão (10.7) em que ui é substituído por uout ou uout,ef (ver Figura 10.22),
conforme a armadura seja disposta radialmente ou em cruz:

β VEd
≤ v Rd, c (10.22)
u out d

β VEd
≤ v Rd, c (10.23)
u out, ef d

O valor de uout, ou de uout,ef é dado pela expressão:

β VEd
uout = (10.24)
v Rd, c d

10.11 Armadura de punçoamento em lajes

A armadura de punçoamento em lajes pode ser constituída por varões inclinados a 45º
ou por estribos verticais (ver Figura 10.23). Uma ou outra solução exigem elevada mão-
de-obra e a sua eficiência tem sido posta em causa, porquanto a sua distribuição na zona
de rotura não ser uniforme. Recorre-se por isso cada vez mais a soluções de armaduras

10.18 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

pré-fabricadas (ver Figura 10.24), de fácil instalação e cuja eficiência tem sido
demonstrada nos mais estudos e ensaios laboratoriais.

a) Varões inclinados a 45º b) Estribos verticais

Figura 10.23 - Armadura de punçoamento em laje fungiforme.

Figura 10.24 - Armadura de punçoamento: soluções comerciais pré-fabricadas.

A armadura de punçoamento a dispor em lajes deve distribuir-se, conforme se ilustra na


Figura 10.25 (ver 9.4.3 no EC2), entre o perímetro da área carregada ou do pilar de
apoio e o perímetro exterior uout, calculado de acordo com a expressão (10.24).

As armaduras de punçoamento, no caso de ser constituída por estribos, devem obedecer


às seguintes disposições regulamentares:

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.19


Estruturas de Betão

— O primeiro perímetro de armaduras deve estar compreendido entre 0.5d e 0.3d da


face do pilar ou da área carregada;

— O último perímetro de armaduras deve distar menos de 1.5d do perímetro uout;

— Devem ser dispostos pelo menos dois perímetros de armaduras;

— O espaçamento máximo entre perímetros sucessivos de armaduras (espaçamento


radial) não deve ser superior a 0.75d;

— O espaçamento máximo entre ramos de estribos de um mesmo perímetro não deve


ser superior a 1.5d para perímetros interiores ao primeiro perímetro de controlo (u1)
nem superior a 2d para perímetros exteriores a u1.

O Quadro 10.3 e a Figura 10.25 resumem estas disposições para o caso dos estribos e
dos varões inclinados.

Quadro 10.3 - Espaçamentos máximos para estribos.

Espaçamento radial entre estribos (sr) sr ≤ 0.75d

Espaçamento tangencial ui ≤ u1 st ≤ 1.5d


entre ramos do estribo (st) u1 < ui < uout st ≤ 2.0d

k = 1.5 (valor recomendado)

Perímetro de controlo exterior que


necessita de armaduras de punçoamento

Primeiro perímetro de controlo que não


necessita de armaduras de punçoamento

Figura 10.25 — Exemplos de armaduras de punçoamento.

10.20 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

último perímetro de
sr
armaduras

primeiro perímetro de st
armaduras

Asw

Área carregada Área de influência


de um estribo

Figura 10.26 – Planta da área de influência de cada estribo.

Sendo necessária armadura de punçoamento, a área mínima de cada ramo depende da


resistência à tracção do betão e do aço e da área de betão que envolve por cada estribo
(ver Figura 10.26), dada pelo produto entre os seus espaçamentos em planta (direcção
radial e tangencial). No EC2, a área mínima de cada estribo é dada pela expressão:

0.08 (s r ⋅ s t ) fck
A sw, min = (10.25)
(1.5senα + cos α ) fyk
em que:

sr o espaçamento dos estribos, medido na direcção radial

st o espaçamento dos estribos, medido na direcção tangencial

α ângulo formado entre a armadura de punçoamento e a armadura principal

fck e fyk expressos em MPa

O Quadro 10.4 resume os valores de (Asw,min/(sr.st)) para estribos verticais (α=90º) e


para algumas das classes de betão.

 A sw, min 
Quadro 10.4 — Valores de   [%] para α=90º e fck≤50MPa.

 sr ⋅ s t 

fck [MPa] 12 16 20 25 30 35 40 45 50
A400 0.053 0.060 0.067 0.073 0.079 0.084 0.089 0.094 0.053
A500 0.043 0.048 0.053 0.058 0.063 0.067 0.072 0.075 0.043

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.21


Estruturas de Betão

10.12 Procedimentos para o cálculo de armaduras de punçoamento em lajes

Identificada a necessidade de dispor de armadura de punçoamento numa laje, a


obtenção da respectiva solução de armaduras deve ser efectuada de modo a que, para
além de se verificar a condição vEd≤vRd,cs, sejam também tidos em atenção os seguintes
aspectos:

— Deve ser idêntica a área total de estribos em cada perímetro;

— Os estribos devem ser distribuídos radialmente tendo em atenção a posição do


primeiro e do último perímetro de armaduras, o afastamento entre perímetros e o seu
número (no mínimo devem ser dois);

— Em cada perímetro de armaduras devem ser respeitados os espaçamentos máximos


na direcção tangencial (variáveis na direcção radial);

— Deve ser verificada a área mínima de cada estribo que depende dos afastamentos
radial e tangencial adoptados.

Propõe-se para a resolução deste problema a seguinte metodologia, aplicável à solução


de estribos, solução esta que será a mais frequentemente utilizada.

Definição de sr

Deve-se começar por definir a coroa circular onde se vai localizar a armadura de
punçoamento, conforme esquematizado na Figura 10.27. Admitindo que o perímetro uout
é circular de raio rout:

uout = 2π rout (10.26)

e substituindo na expressão (10.24), virá:

β VEd
rout = (10.27)
2π v Rd, c d

rout
rw,ext
rw,int

(np-1)sr sr ≤ 0.75d
np ≥ 2
>0.3d ≤1.5d
≤0.5d

Figura 10.27 — Coroa circular de localização da armadura.

10.22 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

Com base nos condicionantes apresentados na Figura 10.27 é possível obter uma
primeira estimativa do número de perímetros de estribos (np) e do valor de sr que melhor
serve ao problema.

Calcular Asw

A armadura de punçoamento a dispor em cada perímetro poderá ser calculada igualando


vEd a vRd,cs na expressão (10.21):

v Ed − 0.75v Rd, c s r u1
A sw = (10.28)
f ywd, ef senα 1.5

Deverá ser preparado um controlo em termos de armadura total de punçoamento a


dispor em torno da zona carregada que, em termos de área, é dada pelo produto da área
de cada perímetro de armaduras (Asw) pelo número de perímetros de armaduras (np)
previsto no ponto anterior:

A sw, tot = np A sw (10.29)

Calcular st em cada perímetro de armadura

Impondo uma determinada solução de diâmetro de estribos (Asw,ef – área de um estribo),


pode-se calcular o espaçamento máximo tangencial que satisfaça a condição de Asw,
através das expressões:

A sw, ef
s t, ui = ui (10.30)
A sw

em que,

ui - corresponde ao perímetro definido por cada conjunto de armaduras.

Em particular podemos procurar duas soluções de espaçamento que poderão ser


condicionantes, a mais próxima da área carregada (ver Figura 10.27):

A sw, ef
s t, int = uint (10.31)
A sw

sendo,

uint o perímetro dos estribos mais interiores, em correspondência com rw,int,


dado por uint= 2πrw,int

e a mais afastada da área carregada:

A sw, ef
s t, ext = uext (10.32)
A sw

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.23


Estruturas de Betão

sendo,

uext o perímetro dos estribos mais exteriores, em correspondência com rw,ext,


dado por uint= 2πrw,ext

Verificar Asw,min, ajustando st

A necessidade de verificação da armadura mínima de punçoamento poderá condicionar o


espaçamento tangencial dos estribos. Para o efeito a expressão (10.25) pode ser
reescrita do seguinte modo:

A sw, ef (1.5senα + cos α ) f yk


st ≤ (10.33)
0.08 s r fck

Valores muito reduzidos de st podem conduzir ao redimensionamento da armadura, quer


por aumento do seu diâmetro, quer por alteração da solução do espaçamento radial (sr).

Verificação dos limites máximos de st

Finalmente verifica-se se os valores encontrados para st estão dentro dos limites


previstos no EC2, conforme resumido no Quadro 10.3.

Verificação final em termos de área de aço

Desenhada a solução final, esta deve ser validada em termos de espaçamento dos
estribos, da sua localização e da área total de armadura. Em particular, deve ser
comparada a armadura total necessária (Asw,tot) com a efectivamente adoptada.

10.13 Outras disposições relativas a armaduras

É conveniente adoptar uma armadura inferior sobre o pilar, de forma a gerar um


mecanismo secundário de resistência, e evitar uma rotura em cadeia, caso se verifique
uma rotura por punçoamento num dos pilares.

Figura 10.28 – Esquema de mecanismo de rotura por punçoamento com armadura de


suspensão.

10.24 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

10.14 Resumo

Com vista à verificação da segurança ao punçoamento em lajes propõe-se a metodologia


a seguir descrita.

10.14.1 Cálculos iniciais

Definir as propriedades dos


materiais: fck; fyk
Definir a altura útil d Ver Figura 10.6
Definir a armadura principal
Ver Figura 10.21
de flexão (Asl,y e Asl,z)
Definir o esforço de
punçoamento, VEd
Calcular o primeiro
Ver Figura 10.5
perímetro de controlo, u1
Caracterizar o pilar e obter
Ver Figura 10.20
o valor de β
Calcular vEd para o primeiro β VEd
v Ed = Expressão (10.10)
perímetro de controlo u1 ui d

Calcular o perímetro de
Ver Figura 10.17
controlo u0
Calcular vEd para o primeiro β VEd
v Ed = Expressão (10.10)
perímetro de controlo u0 ui d

10.14.2 Verificação de vRd,máx

Calcular vRd,máx v Rd, max = 0.5 ν fcd


Expressões
 f 
ν = 0.61 − ck  (10.12) e (10.13)
 250 

Verificar a desigualdade Verifica? – A resolução prossegue.


v Ed ≤ v Rd, máx Não verifica? – É necessário alteração Expressão (10.6)
da geometria do problema.

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.25


Estruturas de Betão

10.14.3 Verificação de vRd,c

Calcular ρly, ρlz e ρl a partir A sl, y A sl, z


de Asl,y e Asl,z ρ sl, y = ; ρ sl, z = , com b=1m
bd bd
ρl = ρ ly ρ lz ≤ 0.02

v Rd, c = 0.12 k (100 ρ l fck )


Calcular vRd,c 13
e
v Rd, c ≥ ν min , com σcp=0
Expressões
ν min = 0.035 k 3 2 fck 1 2 (10.14) e (10.15)
200
k =1+ ≤ 2.0
d

Verificar a desigualdade Verifica? – Está verificada a segurança


v Ed ≤ v Rd, c ao punçoamento.
Não verifica? – É necessário calcular Expressão (10.7)
armadura de punçoamento. Pode-se
também optar por alterar a geometria
do problema.

10.14.4 Cálculo da armadura de punçoamento

Definir sr e np uout = 2π rout


β VEd Ver Figura 10.27
rout =
2π v Rd, c d

Calcular Asw e Asw,tot v Ed − 0.75v Rd, c s r u1


A sw =
f ywd, ef senα 1.5 Expressões
(10.28) e (10.29)
A sw, tot = np A sw

Calcular para cada A sw, ef


perímetro o valor de st s t, ui = ui Expressão (10.30)
A sw

Verificar Asw,min, ajustando st A sw, ef (1.5senα + cos α ) f yk


st ≤ Expressão (10.33)
0.08 s r fck

Verificar limites máximos de


Ver Quadro 10.3
st
Desenho da armadura e Em termos de distribuição em planta,
verificações finais e em termos de área de aço

10.26 Departamento de Engenharia Civil


Punçoamento

10.15 Bibliografia

CEB-FIP Model Code 1990. Thomas Telford, Ltd., 1993.

Traité de Génie Civil. Dimensionnement des Structures en Béton. Volume 8. Aptitude ao


service et éléments de structures. Renaud Favre, Jean-Paul Jaccoud, Olivier Burdet e
Hazem Charif. Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne. Presses Polytechniques et
Universitaires Romandes. 1997.

Projecto de Estruturas de Betão – Estados Limites de Resistência. Isabel Alvim Teles.


Instituto para o Desenvolvimento Tecnológico. Fundação IPP. Novembro de 2008.

Nova Regulamentação para o Projecto de Estruturas de Betão. Rui Faria, Nelson Vila
Pouca. FEUP. 1997.

EN 1992-1-1 – Eurocódigo 2: Projecto de estruturas de betão – Parte 1-1: Regras gerais


e regras para edifícios. Agosto, 2006.

J. D’Arga e Lima, Vítor Monteiro e Manuel Pipa. Betão Armado. Esforços Transversos, de
Torção e de Punçoamento. LNEC. 1985.

F. Leonhardt e E. Mönnig. Construções de Concreto. Volume 2: Casos especiais de


dimensionamento de estruturas de concreto armado. Editora Interciência, Lda. 1978.

Apontamentos de Betão Armado e Pré-Esforçado II. Carla Marchão e Júlio Appleton. IST.
2006.

Instituto Superior de Engenharia do Porto 10.27

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