Isto significa que o terapeuta vai buscar criar um clima de confiança, para que o
paciente se sinta livre para se abrir e contar o que for necessário durante as
consultas. Com isso, a empatia, a atenção e o respeito verdadeiro por parte do
terapeuta são fundamentais para que as sessões possam fluir a contento. Com
a experiência de mais de cinco décadas, a abordagem da terapia cognitiva
afirma que, enquanto alguns pacientes tem facilidade de confiar, outros podem
apresentar extrema dificuldade, o que torna as sessões não somente mais
lentas, mas faz com que a aliança terapêutica segura exija uma preocupação
maior.
A ideia do filósofo Epiteto de que “não sofremos pelas coisas, mas sim pelo
modo como vemos as coisas” é central na terapia racional-emotiva. Entre o
estímulo e a resposta há um elemento fundamental: a nossa interpretação
sobre o estímulo. Se uma criança cai, ela pode imediatamente interpretar o
tombo como horrível ou como algo engraçado. A resposta de chorar ou de rir
virá não a partir do estímulo inicial e sim da interpretação.
Ellis explica esta questão através das letras ABC. A é o acontecimento. B vem
da palavra Belief, crença, em inglês e C é a consequência. Se não houvesse o
ponto do meio do B, das crenças, todas as pessoas reagiriam do mesmo modo
frente à um mesmo estímulo.
Por exemplo, se não houvesse a crença mediando a relação entre o
acontecimento e a consequência, a resposta, todo final de relacionamento
poderia ser visto como triste. E sabemos que não é o caso. O acontecimento
de terminar uma relação pode ser sentido como um alívio, como felicidade,
como liberdade, etc; pois dependendo da crença sobre o que a relação
significou a consequência terá lugar. Se a pessoa pensa que o seu parceiro ou
parceira era o amor de sua vida, ficará desconsolada e até deprimida. Se, por
outro lado, entende que separar é a melhor coisa que aconteceu então ficará
alegre.
Portanto, tanto os comportamentos como as emoções aparecem a partir das
crenças que temos e mantemos.
12 distorções cognitivas
Conclusão