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DA GESTÃO
AMBIENTAL
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
SEJA BEM-VINDO(A)!
Seja muito bem-vindo(a) ao livro que utilizaremos na disciplina de Fundamentos da
Gestão Ambiental. Este livro foi especialmente organizado e planejado para você, de
forma a ser uma ferramenta de base importante para direcioná-lo(a) e auxiliá-lo(a) na
compreensão dos temas abordados. O objetivo é despertar a vontade de buscar o co-
nhecimento e se sentir motivado para tal.
O livro foi dividido em cinco unidades para facilitar a organização dos temas e a inter-re-
lação entre eles. Todas as unidades se relacionam ao tema principal da nossa disciplina,
“Fundamentos da Gestão Ambiental”, pois sabemos que na atualidade o foco que está
em pauta diz respeito às discussões de assuntos ligados ao meio ambiente. Como os
futuros profissionais que engajarão no mercado de trabalho certamente irão, direta ou
indiretamente, lidar com a gestão ambiental, nada mais interessante então do que focar
a questão ambiental, pelo fato desta estar diretamente ligada às diferentes atividades
e segmentos.
A crescente preocupação ambiental é notória dentro e fora do nosso país, uma vez que
a utilização responsável dos recursos naturais é o foco da sustentabilidade, tema esse
discutido amplamente por todos os setores da sociedade. Por acaso, você sabe o que é
sustentabilidade? A tal sustentabilidade de que tanto se fala refere-se: como apresen-
tado no relatório nosso futuro comum, à “capacidade de atender às necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas
próprias necessidades”. Assim sendo, o planejamento e a adoção de práticas sustentá-
veis pelas atividades devem ser assunto muito bem pautado e posicionado na tomada
de decisões por profissionais de todas as áreas, sobretudo a ambiental.
Na primeira unidade, iremos tratar da Gestão Ambiental de forma abrangente. Inicial-
mente, partiremos de como ocorreu a relação homem X natureza para explicar a relação
de depredação do ser humano sobre o meio ambiente. Abordaremos como as altera-
ções climáticas, fruto da exploração antropogênica sobre os recursos naturais, afetam
a economia de forma geral. Abordaremos também algumas definições sobre gestão
ambiental, falaremos dos marcos ambientais que deram origem à gestão ambiental
atual. Trataremos do sistema de gestão ambiental (SGA), ou seja, da metodologia de
sistematização da gestão ambiental. Esses tópicos servirão de base para que você possa
compreender alguns assuntos discutidos nas unidades a seguir.
Na segunda unidade, trataremos da sustentabilidade e desenvolvimento sustentável
que muito se fala hoje, mas que poucas vezes paramos para entender ou relacionar a
nossa forma de vida. Afinal de contas, você colabora para o desenvolvimento sustentá-
vel com suas ações? Abordaremos a questão da sustentabilidade empresarial, das exi-
gências e necessidades de ações socioambientais por parte das organizações na atua-
lidade e como podem contribuir para uma economia verde. Veremos também o papel
da sociedade, do governo e das empresas, na busca por um mundo mais sustentável e
mais humano. Ainda, veremos algumas considerações sobre responsabilidade social e
discutiremos algumas diretrizes específicas sobre o tema.
APRESENTAÇÃO
UNIDADE I
17 Introdução
45 Gestão Ambiental
59 Considerações Finais
UNIDADE II
65 Introdução
66 Sustentabilidade
74 A Sustentabilidade Empresarial
93 Economia Verde
UNIDADE III
113 Introdução
UNIDADE IV
169 Introdução
UNIDADE V
213 Introdução
215 Braskem
225 Klabin
233 Natura
245 Ambev
252 Walmart
255 Coca-Cola
265 CONCLUSÃO
267 REFERÊNCIAS
275 GABARITO
Professora Dra. Cláudia Fabiane Meneguetti
Professora Dra. Edneia Aparecida de Souza Paccola
I
Professora Dra. Francielli Gasparotto
A FORMULAÇÃO DA
UNIDADE
GESTÃO AMBIENTAL ATUAL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar as bases da terminologia básica ao aluno para a
formulação e a definição relativa à Gestão Ambiental.
■■ Refletir sobre os Marcos Ambientais Mundiais.
■■ Desenvolver a capacidade crítica e reflexiva do aluno a respeito dos
temas abordados.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Meio Ambiente e Sociedade
■■ Os Grandes Marcos Ambientais Mundiais
■■ Gestão Ambiental
17
INTRODUÇÃO
Introdução
I
©shutterstock
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
este deve abranger todos os seres vivos, assim como as circunstâncias que tor-
nam possível a vida na terra.
Barbieri (2007, p. 6) explica as fronteiras do meio ambiente:
O meio ambiente, como condição de existência da vida, envolve a bios-
fera e estende-se muito além dos limites em que a vida é possível. Por
exemplo, os seres vivos estão condicionados a uma certa exposição às
radiações ultravioleta que, por sua vez, dependem da camada de ozô-
nio existente na estratosfera, região da atmosfera que vai até cerca de 35
km de altitude e onde não há vida.
O termo oikos, do grego, significa casa; o sufixo logos quer dizer estudo; então,
ecologia pode ser definida como o estudo da casa. Esse conceito leva em conta
os seres vivos e as relações estabelecidas entre si (CAPRA, 2005).
Apesar do conceito abrangente de ecologia, existem correntes que não enxer-
gam a ecologia como ciência integradora. A ecologia rasa, por exemplo, prega
que o homem está fora da natureza. Propõe que o ser humano tem o direito
ilimitado de explorar os recursos naturais em prol do seu desenvolvimento, jus-
tificando, dessa forma, as agressões contra o meio ambiente.
A ecologia profunda, ao contrário da rasa, não restringe o homem da natu-
reza. Sob essa nova visão, o mundo é constituído por teias da vida (CAPRA,
2005). A sociedade é constituída por redes sociais em que os seres humanos
convivem, os quais são constituídos por uma rede de órgãos que são compostos
por uma rede de células. Portanto, a manutenção da vida no planeta depende
dos cuidados que temos com as teias.
A definição de ecossistema é composta pelas palavras gregas oikos e sys-
tema, que quer dizer sistema da casa. Esse conceito de ecossistema explora as
inter-relações existentes entre os organismos vivos e os demais elementos que
os compõem. Segundo Curi (2011), uma boa definição de ecossistema seria um
conjunto composto por diversas comunidades biológicas que vivem e interagem
em determinada região e, também, pelos fatores abióticos. Dessa forma, todas as
alterações promovidas por um componente do ecossistema provocam mudan-
ças no lugar onde esse vive, afetando o meio e os demais organismos.
A relação estabelecida entre os organismos do ecossistema é que garante a
eles a capacidade de manterem o equilíbrio necessário para sua sobrevivência.
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demais. Exemplo disso são os centros urbanos que são compostos por ambien-
tes domesticados e naturais para manterem o abastecimento de alimentos e
de outros recursos, como minerais, por exemplo. O resultado disso é o incha-
mento dos centros urbanos e o aumento exacerbado de lixo produzido, sendo
que grande parte desses materiais não biodegradáveis não tem destinação cor-
reta, o que acaba por contaminar solo e água.
Segundo Curi (apud BOFF, 2005, p.35), a ação humana alcançou um alto
grau de exploração predatória nos últimos séculos:
Como espécie – Homo sapiens ET demens -, temos ocupado 83% do
planeta, explorando para nosso proveito quase todos os recursos natu-
rais. A velocidade é tal que temos depredado os ecossistemas a ponto
de a Terra ter superado já em 20% sua capacidade de suporte e de re-
generação.
nos fizeram pensar somente sobre o que precisávamos e não sobre os limites da
nossa forma de exploração.
O homem sempre enxergou a natureza como fonte de recursos para satisfazer
as suas necessidades. O ser humano sempre ignorou a capacidade de suporte do
meio em prol de seus desejos. Na verdade, o que mudou com o passar do tempo
foi o poder de destruição das suas ferramentas (GIL, 2005, p. 45).
Diamond (apud CURI, 2011), em seu livro “Armas, germes e aço”, esclarece
que a forma como a sociedade interage com o meio ambiente pode ser decisiva
para o seu apogeu ou para o seu declínio.
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Entender a relação da natureza com a sociedade é fácil, quando analisa-
mos a história e os marcos que influenciaram essa relação. Na pré-história, por
exemplo, os nossos ancestrais se dedicavam à pesca e à caça, além da coleta de
frutos e vegetais para suprir as suas necessidades. Essa forma de exploração não
causava desequilíbrios ecológicos, pois, quando os alimentos ficavam escassos,
eles migravam para outro lugar, permitindo que aquele ambiente se regenerasse.
Quando o homem pas-
sou a domesticar animais e
a cultivar seu próprio ali-
mento, ele se fixou e foi
assim que surgiram os
primeiros indícios de orga-
nização social, há cerca de
10 mil anos. As civilizações
gregas, por exemplo, utiliza-
vam o chumbo para fabricar
©shutterstock
Com isso, grande parte do contingente humano do campo migrava para as cidades.
O século XVI, marcado pelas grandes descobertas das navegações, foi tam-
bém determinante para a exploração predatória da imensa quantidade de recursos
extraídos das chamadas “colônias”. Exemplo disso são os portugueses que, ao
chegarem ao Brasil, depararam-se com uma abundância inesgotável de recur-
sos naturais e minerais, que fez com que muitos dos nossos recursos naturais: ao
serem explorados, quase se exaurissem, como é o caso do pau-brasil.
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Até o século XVIII, o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente
só aumentou (CURI, 2011). Com a Revolução Industrial, houve a intensificação
da produção para suprir as demandas de consumo que não paravam de cres-
cer. A industrialização só alterou a forma de se produzir degradação ambiental.
Esse cenário é o que vem se desenhando até os nossos dias, nos quais a ação
exploratória do homem sobre a natureza é impulsionada pelo lucro e pelo con-
sumismo descontrolado.
A preocupação ambiental é uma realidade que só tende a aumentar, visto que
os problemas ambientais decorrentes de formas indiscriminadas dos recursos
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não vêm somente afetando a qualidade de vida das pessoas, mas principalmente,
comprometendo a sobrevivência das gerações futuras.
Atualmente, as atividades de extração mineral, vegetal e animal têm alimen-
tado uma crença ingênua e capacidade ilimitada das suas fontes. As tendências
predatórias são acentuadas por novidades como mercadorias descartáveis e pro-
dutos tecnológicos que se tornam obsoletos em pouco tempo, exigindo uma
exploração mais veloz do meio ambiente como fornecedor de matéria-prima
(CURI, 2011). Do ponto de vista ambiental, a história do homem pode ser vista
como uma transição gradual do ambiente natural, passando pelo domesticado
até o artificial (Figura 1).
Não é possível falarmos de ação humana sobre o meio ambiente sem nos
lembrarmos da classificação usual para os recursos naturais em renováveis e não
renováveis. Há aqueles que preferem não adotar essa classificação por conside-
rá-la inadequada, uma vez que todos os recursos podem se renovar por meio de
seus ciclos naturais, ainda que para isso possam levar milhões de anos. A pers-
pectiva de tempo humano e o modo de usar os recursos são condições que os
tornam renováveis ou não, como sugere Barbieri (2007).
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Figura 2: Recursos Naturais – tipos e exemplos.
Fonte: Barbieri (2007, p.11).
9 Bilhões
8 Bilhões
7 Bilhões
6 Bilhões
5 Bilhões
4 Bilhões
3 Bilhões
Anos
Figura 3: Estimativa de crescimento populacional de 1950 a 2050.
Fonte: Reuters (2002).
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Segundo o Artigo 1º da Resolução n.º 001/86, do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA), Impacto Ambiental é:
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que afetem diretamente ou indire-
tamente: a saúde, a segurança, e o bem estar da população; as ativida-
des sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do
meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.
Alcance:
Imediato:
Local, regional, global
Ar, água, solo
Origem:
Natural, antropogênica Danos:
Final:
Aos seres humanos: toxicidade
Organismos, mate-
aguda ou crônica, alteração gené-
riais, ecossistemas
tica...
À flora, fauna e aos solos
Fonte: Aos materiais, construção, equi-
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SETOR POLUENTES
Metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), compostos
orgânicos voláteis (COV), metais pesados, embalagens
Agropecuária
de agrotóxicos, materiais não aproveitados, materiais
particulados.
CO2, monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio
Mineração (NOX), óxidos de enxofre (SO2), metais pesados, águas
residuárias, resíduos sólidos, ruídos, vibração.
SO2, NO2, CO, COV, DBO, escórias e lodos de tratamen-
Siderurgia
tos de efluentes, ruídos, materiais particulados.
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SO2, CO, materiais particulados, DBO, lodos de trata-
Metais não metálicos
mentos de efluentes, ruídos.
Usinas termoelétricas Materiais particulados, lodos, CO, CO2, CH4, NOx, SO2.
Têxtil Materiais particulados, SO2, HC, DBO, ruídos.
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ECONOMIA
Olhar para trás é buscar enxergar o que talvez não conseguimos perceber no
momento exato de impedir que algo de ruim acontecesse. Se observarmos a his-
tória e conseguirmos tirar dela os bons e maus exemplos para nos servirem de
guia, certamente erraremos muito menos no presente. Pensando assim, se formos
capazes de entender quanto mal fizemos ao meio ambiente e o quanto estamos e
tendemos a sofrer com as chamadas mudanças climáticas, aquecimento global,
e outras consequências do nosso estilo de desenvolvimento atual, baseado no
consumismo desenfreado, iremos entender quão importante são nossas ações.
O século XXI é o século do meio ambiente, afinal nunca ouvimos e trata-
mos as questões ambientais com tanta pompa como agora. Há muitas discussões
e propostas apontadas por diferentes nações, para minimizar os impactos que
viemos provocando, já faz um bom tempo. A única certeza é a de que não pode-
mos mais ignorar os sinais que a natureza está emitindo, ou repensamos nosso
modo de vida, ou inventamos uma nova fórmula para sobreviver sem os recur-
sos naturais.
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superpopulosos, as enchentes matam
milhões, sem contar as doenças que
disseminam. Pela primeira vez, foi ©ChristianJohnsson
provado que os gases de efeito estufa são responsáveis pelo aumento das chuvas.
“Agora podemos dizer com confiança que o aumento da intensidade de chuvas
no final do século XX não pode ser explicado pelos modelos climáticos existen-
tes”, disse a pesquisadora Gabriele Hegerl à revista Nature. Ela é líder de pesquisa
na Universidade de Edimburgo, no Reino Unido. E aí? Ainda vamos dizer que
não temos nada a ver com isso?
Svante Arrhenius era um desconhecido físico sueco quando, em 1896,
fez um alerta: se a humanidade continuasse a emitir dióxido de carbo-
no na atmosfera no mesmo ritmo que fazia desde a alvorada da Revo-
lução Industrial, em 1750, a temperatura média do planeta subiria de
maneira dramática, em decorrência do efeito estufa (REVISTA VEJA,
2009).
reservatórios de água das hidrelétricas ficam muito baixos. Temos como exem-
plo a situação da crise hídrica do verão 2013/2014, quando o nível de chuvas
ficou muito abaixo do normal (www.suapesquisa.com).
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2,3%. Conforme o documento, as perdas acumuladas até 2050 ficariam entre R$
719 bilhões e R$ 3,6 trilhões. Foram projetados dois cenários para o Brasil, que
levaram em conta duas possíveis trajetórias do clima futuro, desenvolvidas pelo
Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Os resultados do
estudo provaram os seguintes fatos: é muito melhor antecipar essas mudanças;
assumir políticas públicas de redução de emissões, por parte do setor produtivo;
o Brasil deve reduzir o desmatamento. “Com tudo isso, estaremos reduzindo
custos”, disse à BBC Brasil o coordenador do estudo, Jacques Marcovitch, pro-
fessor da FEA/USP.
O estudo estima que as mudanças climáticas resultariam em redução de 40%
da cobertura florestal na região sul-sudeste-leste da Amazônia, que será substituída
pelo bioma savana. No Nordeste, a redução de chuvas causaria perdas na agri-
cultura e reduziria a capacidade de
pastoreio de bovinos de corte. Nesse
cenário, a saída seria as modificações
genéticas, servindo como alternativas
para reduzir os impactos das mudan-
ças climáticas na agricultura, o que
exigiria investimentos em pesquisa
da ordem de R$ 1 bilhão por ano.
©shutterstock
A Conferência chamou a atenção das nações para o fato de que a ação humana
estava causando séria degradação da natureza e criando severos riscos para o
bem-estar e para a própria sobrevivência da humanidade. Foi marcada por uma
visão antropocêntrica de mundo, em que o homem era tido como o centro de
toda a atividade realizada no planeta, desconsiderando o fato de a espécie humana
ser parte da grande cadeia ecológica que rege a vida na Terra.
Essa Conferência se destacou pelo confronto entre as perspectivas tanto dos
países desenvolvidos quanto dos países em desenvolvimento. Propuseram um
programa internacional voltado para a Conservação dos recursos naturais e gené-
ticos do planeta. A Conferência produziu a Declaração sobre o Meio Ambiente
Humano, uma declaração de princípios de comportamento e responsabilidade
que deveriam governar as decisões concernentes às questões ambientais. Outro
resultado formal foi um Plano de Ação que convocava todos os países, os orga-
nismos das Nações Unidas, bem como todas as organizações internacionais a
cooperarem na busca de soluções para uma série de problemas ambientais.
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1. examinar a situação ambiental mundial desde 1972 e suas relações com
o estilo de desenvolvimento vigente;
2. estabelecer mecanismos de transferência de tecnologias não poluentes
aos países subdesenvolvidos;
3. examinar estratégias nacionais e internacionais para a incorporação de
critérios ambientais ao processo de desenvolvimento;
4. estabelecer um sistema de cooperação internacional para prever amea-
ças ambientais e prestar socorro em casos emergenciais;
5. reavaliar o sistema de organismos da ONU, eventualmente criando novas
instituições para implementar as decisões da conferência.
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PROTOCOLO DE KYOTO
Alemanha Islândia
Austrália Itália
Áustria Japão
Bélgica Letônia
Bulgária Liechtenstein
Canadá Luxemburgo
Dinamarca Mônaco
Eslováquia Noruega
Irlanda Suíça
Quadro 4 - Países que compõem o anexo I do Protocolo de Kyoto
Fonte: Curi (2001, p. 38).
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direito de emitir o equivalente em gases-estufa.
CO-GERAÇÃO
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ram metas; apresentaram algumas cifras, mas não explicaram como o dinheiro
seria captado e administrado. Segundo a ONU, dos 111 países e União Europeia
que expressaram apoio ao acordo de Copenhague, 75 países fixaram meta de
emissão de gases-estufa para 2020.
Mais preciso no capítulo financeiro do que no relativo à redução de emis-
sões, o Acordo de Copenhague - um documento político não vinculante – apenas
previu uma ajuda aos países mais vulneráveis de 30 bilhões de dólares em três
anos (2010 a 2012) e um aumento progressivo para alcançar os cem bilhões de
dólares anuais em 2020.
O acordo de Copenhague foi criticado por muitos, uma vez que não estabe-
leceu limites à poluição e indicou que os países concordassem que a tempe-
ratura do planeta não poderia subir mais de 2º C até 2020. Prevendo ações
para a manutenção do aumento da temperatura global a 2º C. No acordo
não foi previsto qualquer redução de emissões dos gases que provocam o
efeito estufa. Neste documento, foi descritA a criação de um fundo emer-
gencial de US$ 30 bilhões pelos próximos três anos, para ajudar países po-
bres a combater UM causas e efeitos das mudanças do clima e também para
arrecadar fundos aos financiamentos de longo prazo de até US$ 100 bilhões
até 2020.
Para saber mais sobre o Acordo de Copenhague na íntegra, acesse o site:
<http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1421535-17816,00.
html>
Os principais temas debatidos foram: (a) uma revisão do que foi feito nos últi-
mos 20 anos em relação ao meio ambiente; (b) a importância e os processos da
Economia Verde; (c) ações para garantir o desenvolvimento sustentável do pla-
neta; (d) maneiras de eliminar a pobreza; (e) a governança internacional no
campo de desenvolvimento sustentável.
O documento com 53 páginas destaca aspectos sociais e ressalta o esforço
conjunto para o combate à pobreza e à fome, à proteção das florestas, dos ocea-
nos e da biodiversidade e o incentivo à agricultura e à energia sustentável.
Em cada um dos 253 itens do texto final, há algum tipo de afirmação, seja
reconhecendo um problema, seja se comprometendo com algum ideal ou mesmo
propondo alguma ação específica. No entanto, a maior parte do documento ape-
nas reforça ou reafirma compromissos estabelecidos em outras conferências, como
a ECO-92, realizada há 20 ano, também no Rio de Janeiro, o que despertou críti-
cas de ecologistas, organizações sociais e até delegações dos governos. Enquanto
isso, alguns dos temas mais polêmicos, como a negociação das formas de finan-
ciamento das metas estabelecidas, acabaram adiando para os próximos anos a
definição de medidas práticas para garantir a proteção do meio ambiente. Muitos
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analistas disseram que a crise econômica mundial, principalmente nos Estados
Unidos e na Europa, prejudicou as negociações e tomadas de decisões práticas.
GESTÃO AMBIENTAL
Gestão Ambiental
I
Década de 1960:
■■ Industrialização acelerada - aceitação da ideia de que os prejuízos ambien-
tais devem ser assumidos pela sociedade, em favor do desenvolvimento
econômico.
■■ Preocupação com acidentes de trabalho.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Legislação ambiental incipiente no Brasil.
■■ Publicação do romance “Silent Spring” (Primavera Silenciosa), da bióloga
americana Rachel Carson, que contribuiu decisivamente para a proibi-
ção do uso do DDT.
Década de 70:
■■ Conferência de Estocolmo, promovida pela ONU em 1972.
■■ Crise do Petróleo e aceleração dos programas nucleares na Europa.
■■ Surgimento das ONG’s - em 1971, nasce o Greenpeace, que apresenta uma
das atuações mais radicais em favor do meio ambiente.
■■ Inicia-se a implantação da tecnologia de fim de tubo (ponto de descarga).
■■ Em 1974, pela primeira vez, cientistas americanos chamam a atenção
do mundo para os perigos da destruição da camada de ozônio, pelo uso
dos CFCs.
■■ Criação da Agência Ambiental Americana (EPA), do Selo Verde na
Alemanha e do Anjo Azul na França.
Década de 80:
■■ Instituição da Política Nacional do Meio ambiente, em 1981, e criação de
diversos órgãos de atuação ambiental.
Década de 90:
■■ Conferência Rio-92, que consolidou o conceito de desenvolvimento sus-
tentável e aprovou a Agenda 21.
■■ Promulgada, em 1991, pela Câmara Internacional do Comércio (ICC),
a “Carta de Roterdã”, conhecida também por “Princípios do desenvolvi-
mento sustentável”.
■■ Gestão Proativa (ações preventivas para evitar a poluição no ponto de
geração).
■■ Intensificação da mobilização das comunidades, de forma organizada e
reivindicativa.
■■ Adesão das empresas a princípios estabelecidos por determinados gru-
pos, com base no conceito de desenvolvimento sustentável. Exemplos:
“Responsible Care” (Atuação Responsável), da Associação de Indústrias
Químicas e “Princípios do Desenvolvimento sustentável”, da ICC.
Gestão Ambiental
I
Década de 2000:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Introdução do conceito do ciclo de vida do produto (análise ambiental
de todas as etapas de produção, incluindo fornecedores e consumidores,
conhecida também pela expressão “do berço ao túmulo”).
■■ Integração das questões ambientais às estratégias de negócios, gestão
ambiental vista como um diferencial competitivo e um fator de melho-
ria organizacional.
■■ Exploração do “ecomarketing”; “empresa cidadã”; preocupação da empresa
frente à sociedade.
Gestão Ambiental
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a logística reversa aplicada às embalagens de agrotóxicos.
A gestão ambiental se aplica a uma grande variedade de iniciativas relativas
a qualquer tipo de problema ambiental. A qualidade de vida e a própria sobre-
vivência da sociedade humana não podem ser estudadas simplesmente como
variáveis do sistema econômico. O desafio é ultrapassar essa visão reducionista
para alcançar soluções capazes de harmonizar o plano econômico, ambiental
e social. A adoção de procedimentos mais responsáveis em relação aos efeitos
ambientais das atividades econômicas é um jogo que não admite perdedores
(ANDREOLI, 2002).
A adoção da gestão ambiental deve passar por uma mudança em sua cultura
empresarial e por uma revisão de seus paradigmas (Quadro 5). Nesse sentido, a
gestão ambiental tem se configurado como uma das mais importantes ativida-
des relacionadas com qualquer empreendimento (KRAEMER, 2009).
GESTÃO AMBIENTAL
Gestão de Gestão de Gestão de Gestão do Plano
Processos Resultados Sustentabilidade Ambiental
Exploração de Princípios e compro-
Emissões gasosas Qualidade do ar
recursos missos
Transformação de
Efluentes líquidos Qualidade da água Política ambiental
recursos
Acondicionamento
Resíduos sólidos Qualidade do solo Conformidade legal
de recursos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Gestão Ambiental
I
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS
Economia de Custos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vendidos a preços mais altos.
√√ Aumento da participação no mercado, devido à inovação dos produtos e à
menor concorrência.
√√ Linhas de novos produtos para novos mercados.
√√ Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da
poluição.
BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS
√√ Melhoria da imagem institucional.
√√ Renovação da carteira de produtos.
√√ Aumento da produtividade.
√√ Alto comprometimento do pessoal.
√√ Melhoria nas relações de trabalho.
√√ Melhoria da criatividade para novos desafios.
√√ Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e gru-
pos ambientalistas.
√√ Acesso assegurado ao mercado externo.
√√ Melhor adequação aos padrões ambientais.
Quadro 6 - Benefícios da gestão ambiental
Fonte: Cagnin (1999).
Segundo a Resolução
CONAMA nº 306/02, a ges-
tão ambiental é a condução,
direção e controle do uso
dos recursos naturais, ris-
cos ambientais e emissões
para o meio ambiente, por
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
intermédio da implementa-
ção de um sistema de gestão
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ambiental (SGA). Esse sis-
tema é parte de uma gestão
global que inclui estrutura
organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, proce-
dimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar
criticamente e manter a política ambiental da instalação.
A implementação de um SGA constitui uma ferramenta para identificar
oportunidades de melhorias que reduzam os impactos das atividades sobre o
meio ambiente, gerando com isso novas receitas e oportunidades de negócio
(ANDREOLLI, 2002).
Para Dias (2008), o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é a expressão utili-
zada para denominar a gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida
do possível, problemas para o meio ambiente, cujo objetivo é obter um desen-
volvimento sustentável. O SGA pode ser entendido, segundo Dias (2008), como:
“(...)conjunto de responsabilidades organizacionais, procedimentos, pro-
cessos e meios que se adotam para implantação de uma política ambiental em
determinada empresa ou unidade produtiva” (DIAS, 2008, p. 91).
“(...)método empregado para levar uma organização a atingir e manter-se em
funcionamento de acordo com as normas estabelecidas, bem como para alcan-
çar os objetivos de sua política ambiental” (DIAS, 2008, p. 91).
Gestão Ambiental
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Uma política proativa está baseada num planejamento prévio dos possíveis
efeitos ambientais e numa atuação antecipada para evitar os impactos ambien-
tais, reestruturando os produtos e processos envolvidos. A política proativa está
ligada à aplicação de métodos preventivos que estudam a eliminação dos impac-
tos na origem, buscando as causas (DIAS, 2008).
O SGA não deve estar ligado somente à aplicação de técnicas corretivas, como
reciclagem, armazenamento de resíduos, filtragem de emissões etc. É necessário
que essas sejam substituídas por políticas preventivas, atuando sobre a origem do
problema. Nesse contexto, precisamos refletir sobre a importância dos profissio-
nais envolvidos no processo, de forma que esses estejam aptos a tomar decisões
sábias e viáveis sobre a questão ambiental dentro das organizações.
O SGA pode ser aplicado dentro de qualquer empresa, que possua qual-
quer tamanho e setor. No entanto, as pequenas empresas têm dificuldades de
implementar o SGA, por ter de disponibilizar parte de seus recursos humanos
e financeiros para tal. A implantação e certificação do sistema ainda prevê um
custo apreciável.
Quando uma pequena empresa se encontra vinculada a grandes clientes que
exigem de seus fornecedores um SGA, ou são empresas voltadas para exporta-
ção, a implantação desse sistema pode ser necessária e imprescindível para a
continuidade dos negócios. Nesse caso, a decisão de implantação do SGA deve
ser baseada nas vantagens e desvantagens da adoção. O que não deve ser despre-
zado é o fato de que a cada dia torna-se maior a exigência de adoção de sistemas
de gestão sustentáveis, por parte dos consumidores, de instituições públicas e
do mercado internacional.
Dessa forma, podemos dizer que o SGA pode ser entendido como a sistema-
tização da gestão ambiental adotada por uma organização determinada.
A gestão deve providenciar os meios humanos, tecnológicos e financeiros
para a implementação e controle do sistema. O responsável pela gestão ambien-
tal deverá garantir que o SGA seja estabelecido, documentado, implementado e
mantido de acordo com o descrito nas normas ISO 14000 (KRAEMER, 2009).
A autora resume as etapas de um SGA (Figura 5) da seguinte forma:
1. Política Ambiental – É a posição adotada por uma organização refe-
rente ao ambiente, ou seja, é o ponto de partida para a implementação
e aprimoramento do SGA de uma organização, permitindo a expressão
de suas intenções a respeito do tratamento das questões ambientais que
lhe digam, ou possam lhe dizer, respeito. A política deve refletir o com-
prometimento, do nível hierárquico mais alto da organização, de estar
em conformidade com requisitos legais aplicáveis e outros requisitos,
com a prevenção de poluição e com a melhoria contínua do desempe-
nho ambiental. A elaboração e definição dessa política é o primeiro passo
na implementação de um SGA, traduzindo-se numa espécie de compro-
metimento da organização para com as questões do ambiente, buscando
uma melhoria contínua dos aspectos ambientais.
2. Planejamento – Busca-se identificar aspectos ambientais e avaliar o
impacto de cada um no meio ambiente; a organização deve estabele-
cer e manter procedimentos para identificar os aspectos ambientais que
controla e sobre os quais exerce alguma influência, devendo igualmente
garantir que os impactos por eles provocados estão considerados no esta-
belecimento da sua política ambiental.
Gestão Ambiental
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
identificáveis e acessíveis.
5. Revisão - Cabe à direção, com uma frequência definida por ela própria,
rever o SGA e avaliar a adequabilidade e eficácia dele, num processo que
deverá ser devidamente documentado.
Figura 6: O SGA propõe-se a equacionar a complexa relação das organizações com o meio ambiente e
com a regulamentação, legal ou técnica, aplicável.
Fonte: adaptada de Sindicel (2006).
Gestão Ambiental
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
todos os níveis organizacionais.
A Fiat foi a primeira indústria brasileira a conseguir a certificação ISO 14001
em 1997. A implantação do SGA e a elaboração da política ambiental consoli-
daram as diretrizes e ações da empresa na área.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. A maior parte das teorias sobre o meio ambiente admite que o ser humano é
parte integrante do ambiente no qual habita. Nesse sentido, defina:
a. meio ambiente;
b. ecologia;
c. ecossistema.
2. O termo gestão ambiental pode ser definido de várias maneiras, segundo di-
ferentes autores, mas algumas práticas e conhecimentos são ferramentas que
devem ser visadas por essa forma de gestão. Cite tais práticas e exemplifique os
conhecimentos que podem ser associados à gestão ambiental.
3. O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é a expressão utilizada para denominar a
gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida do possível, problemas
para o meio ambiente, cujo objetivo é obter um desenvolvimento sustentável.
Dessa forma, explique como o SGA pode se tornar uma ferramenta de competi-
tividade para uma organização.
61
II
Professora Dra. Francielli Gasparotto
SUSTENTABILIDADE E
UNIDADE
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar uma abordagem genérica e sistematizada sobre a
sustentabilidade e a responsabilidade social.
■■ Compreender o tema tratado e ampliar a sua visão sobre a
sustentabilidade.
■■ Mensurar a importância e os benefícios dos assuntos para o
momento atual e futuro.
■■ Incentivar a formulação de conceitos e argumentos próprios que
contribuam com a sua formação.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Sustentabilidade
■■ A Sustentabilidade Empresarial
■■ Economia Verde
■■ Os Papéis na Busca da Sustentabilidade
■■ Responsabilidade Social
■■ Certificações e Normativas de Responsabilidade Social e Gestão
Ambiental
65
INTRODUÇÃO
Introdução
II
SUSTENTABILIDADE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continui-
dade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da so-
ciedade humana. Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização
e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e
as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar
o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a bio-
diversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a
atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais (ABRIL,
online).
Sustentabilidade
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
benefícios do novo desenvolvimento.
O desenvolvimento da tecnologia deverá ser orientado para metas de equi-
líbrio com a natureza e incremento da capacidade de inovação dos países em
desenvolvimento. O progresso será entendido como fruto de maior riqueza, maior
benefício social equitativo e equilíbrio ecológico (KRAEMER, 2009).
Nesse sentido, o conceito de sustentabilidade surge como derivado do con-
ceito de desenvolvimento sustentável. Então, a sustentabilidade pode ser entendida
como a capacidade de satisfazer as necessidades do presente sem se comprome-
ter com os interesses das gerações futuras, a fim de corresponder às suas próprias
necessidades.
Como relatado por Curi (2011), o Relatório Brundtland firmou um com-
promisso entre gerações.
Sachs (apud CAMPOS, 2001) apresenta cinco dimensões do que se pode
chamar desenvolvimento sustentável (Figura 7).
Sustentabilidade
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gestão ambiental é mais específica, pois só determina a forma como
a empresa se relaciona com o meio ambiente. Decisões relativas à ad-
ministração dos recursos naturais e à avaliação dos impactos ecológi-
cos são da alçada da gestão ambiental. Já a sustentabilidade resulta de
um olhar mais amplo, pois não engloba apenas questões ambientais.
(CURI, 2011, p. 62).
Os três aspectos do Triple Bottom Line que se relacionam são os seguintes: ser eco-
nomicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Assim, não é
possível alcançar o desenvolvimento sustentável sem considerar que dependemos
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Sustentabilidade
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
res, que contraria a lógica prevalecente, a da acumulação de capital.
Brügger (2004 apud MENEGUZZO et al., 2009) argumenta que o conceito
de desenvolvimento sustentável comumente apresentado na literatura possui
consonância com a ideologia vigente do sistema capitalista. Depreende-se, por-
tanto, que ele não atinge a “raiz” do problema, ou seja, não provoca mudanças
na estrutura produtiva, nem na qualidade de vida das pessoas.
Montibeller Filho (2007 apud MENEGUEZZO et al., 2009) indica que o
desenvolvimento sustentável tem sido efetivado em atividades empresariais
apenas no sentido de buscar a sustentabilidade do ambiente físico, não con-
templando, portanto, as outras dimensões (cultural, educacional e política, por
exemplo) que constituem sua razão de ser.
O crescimento global é o grande desafio para se construir um desenvolvimento
sustentável que valorize os recursos naturais e humanos, visando a melhoria da
qualidade e à edificação de uma sociedade sustentável capaz de superar os pro-
blemas atuais e utilizar as potencialidades existentes no país. É preciso solução
para uma série de problemas, além de estabelecer mudanças, como exemplifica
Mininni-Medina (2001 apud ARAÚJO, 2006):
■■ Agricultura sustentável: transformações no modelo de desenvolvimento e
nas políticas de ocupação do solo, de produção, de novos modelos e prio-
ridades para comercialização, investimentos em crédito rural.
■■ Sustentabilidade nas cidades: transformar os espaços urbanos em luga-
res adequados para o desenvolvimento das atividades humanas, com boas
condições de moradia, transporte, lazer, entre muitas outras.
Sustentabilidade
II
A SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de governo empregado vigente no país, é a geração de lucros, as pressões sociais e
restrições impostas fazem com que as empresas sejam forçadas a buscarem formas
de reduzir seu impacto ambiental e a melhorarem sua imagem frente a respon-
sabilidade social. Nesse sentido, muito tem sido feito para a sustentabilidade do
setor produtivo (CORAL, 2002).
As organizações sustentáveis devem modificar seus processos produtivos,
quando for necessário, para que possam contribuir para a sustentabilidade, a fim
de se tornarem ecologicamente sustentáveis. Isso implica em construir sistemas
de produção que não causem impactos negativos, mesmo que estejam contri-
buindo para a recuperação de áreas degradadas ou oferecendo produtos e serviços
que contribuam para a melhoria do desempenho ambiental dos consumidores
e clientes de uma indústria (CORAL, 2002). A autora apresenta um modelo de
sustentabilidade a ser aplicado pelas empresas (Figura 9).
Araújo et al. (2006) ressaltam que dentro dos princípios de sustentabilidade
não se pode separar as questões sociais das ambientais. Por isso, quando uma
organização é ecologicamente sustentável, ela também estará atuando de forma
socialmente responsável, de forma a atender os interesses de todos os stakehol-
ders que afetam ou são afetados por suas atividades.
Ainda de acordo com Araújo et al. (2006), é importante ressaltar que, se uma
empresa investe em ações ambientais, tão somente ela possui uma boa gestão
ambiental; se uma empresa está voltada para o social, gestão social; e se mes-
cla ações voltadas para o meio ambiente e para o social, apresenta uma gestão
socioambiental. Para ser considerada sustentabilidade empresarial, é necessário
apresentar ações voltadas para as três dimensões básicas.
As preocupações dos empresários são constituídas por três tipos de forças que
interagem entre si: o governo, a sociedade e o mercado (Figura 10). Sem pressões
impostas pela sociedade e imposições governamentais, não teríamos o envolvi-
mento das empresas com as questões ambientais.
A Sustentabilidade Empresarial
II
CARACTERÍSTICAS ABORDAGENS
CONTROLE DA PREVENÇÃO DA
ESTRATÉGIAS
POLUIÇÃO POLUIÇÃO
cumprimento da
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Preocupação legislação e respos- uso eficiente de
competitividade
Básica tas às pressões da insumos
comunidade
Postura Típica reativa reativa e proativa reativa e proativa
corretivas, preven-
corretivas; uso de tivas e antecipató-
tecnologias de rias; antecipação
corretivas e preven-
remediação e de dos problemas e
tivas; conservação
controle no final do captura de oportu-
Ações Típicas e substituição de
processo (end-of- nidades utilizando
insumos; uso de
-pipe); aplicação de soluções de médio
tecnologias limpas
normas de segu- e longo prazos;
rança uso de tecnologias
limpas
redução de custo e
Percepção dos vantagens compe-
custo adicional aumento da produ-
Empresários titivas
tividade
Envolvimento da permanente e siste-
esporádico periódico
Alta Administ. mático
atividades ambien-
crescente envolvi-
tais disseminadas
ações ambientais mento de outras
pela organização;
confinadas nas áreas (produção,
Áreas Envolvidas ampliação das
áreas geradoras de compras, desenvol-
ações ambientais
poluição vimento de produ-
para toda a cadeia
tos e marketing)
produtiva
Quadro 7- Gestão ambiental na empresa - abordagens
Fonte: Barbieri (2007).
A Sustentabilidade Empresarial
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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O gerenciamento ambiental passa a ser um fator estratégico que a alta admi-
nistração das organizações deve analisar. As organizações deverão incorporar
a variável ambiental no aspecto de seus cenários e na tomada de decisão, man-
tendo com isso uma postura responsável de respeito à questão ambiental.
Empresas experientes identificam resultados econômicos e estratégicos do
engajamento da organização na causa ambiental. Esses resultados não se viabilizam
de imediato, há necessidade de que sejam corretamente planejados e organiza-
dos todos os passos para a interiorização da variável ambiental na organização,
com o intuito de que ela possa atingir o conceito de excelência ambiental, tra-
zendo com isso vantagem competitiva.
De acordo com Donaire (1999), os dez passos necessários para a empresa
alcançar a excelência ambiental são:
1. Desenvolva e publique uma política ambiental.
2. Estabeleça metas e continue a avaliar os ganhos.
3. Defina claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das áreas
e do pessoal administrativo (linha de assessoria).
4. Divulgue interna e externamente a política, os objetivos, metas e as res-
ponsabilidades.
5. Obtenha recursos adequados.
A Sustentabilidade Empresarial
II
Donaire (1999 apud KRAEMER, 2003) argumenta que algumas empresas têm
demonstrado que é possível ganhar dinheiro e proteger o meio ambiente, mesmo
não sendo uma organização que atua no chamado ‘mercado verde’, desde que as
empresas possuam certa dose de criatividade e condições internas que possam
transformar as restrições e ameaças ambientais em “oportunidades de negócios”.
Conforme Kraemer (2003), para se entender a relação entre a empresa e
o meio ambiente, é preciso aceitar, como estabelece a teoria de sistemas, que a
empresa é um sistema aberto. Sem dúvida nenhuma, as interpretações tradi-
cionais da teoria da empresa como sistema têm incorrido em uma certa visão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
parcial dos efeitos da empresa geral e em seu entorno.
Ainda segundo a autora, a empresa é um sistema aberto, porque está for-
mada por um conjunto de elementos relacionados entre si, gera bens e serviços,
empregos, dividendos, porém consome recursos naturais escassos e gera con-
taminação e resíduos. Por isso, é necessário que a economia da empresa defina
uma visão mais ampla dela como um sistema aberto.
Para a empresa o meio ambiente que estuda ecologia constitui simples-
mente o suporte físico que fornece a empresa os recursos necessários
para desenvolver sua atividade produtiva e o receptor de resíduos que
se geram.
A Sustentabilidade Empresarial
Em uma pesquisa realizada pelo instituto Akatu, no ano de 2012, segundo a Revista
Exame (2013), destacaram-se como as 10 práticas de sustentabilidade empresarial que
os consumidores mais valorizam: o não ao trabalho infantil e escravo; a igualdade de
oportunidades; remuneração justa; cuidados com bem-estar; respeito ao trabalhador
terceirizado; o investimento em especialização; a preocupação com reciclagem; formar
consumidores conscientes; orientar sobre uso e descarte do produto.
A Sustentabilidade Empresarial
II
©shutterstock
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INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
IDS
Os IDS são instrumentos essenciais para guiar a ação e subsidiar o acompanha-
mento e a avaliação do progresso alcançado por um país rumo ao desenvolvimento
sustentável. Têm a função de identificar variações, comportamentos, processos e
tendências; estabelecer comparações entre países e entre regiões dentro do Brasil;
indicar necessidades e prioridades para a formulação, monitoramento e avalia-
ção de políticas, enfim, por sua capacidade de síntese são capazes de facilitar o
entendimento ao crescente público envolvido com o tema.
Os indicadores de sustentabilidade desenvolvidos pelo IBGE compreendem
um conjunto de informações sobre a realidade brasileira, em suas dimensões
ambiental, social, econômica e institucional.
ISE
Os índices de sustentabilidade fornecem marcas de nível objetivas para os pro-
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dutos financeiros que são ligados aos critérios econômicos, ambientais e sociais.
Oferecem uma linha de base do desempenho como uma marca de nível e uni-
verso do investimento para o número crescente de fundos mútuos, de certificados
e outros veículos de investimento que são baseados no conceito de sustentabi-
lidade (KRAEMER, 2003).
O Índice Dow Jones de Sustentabilidade reflete a lucratividade das ações
das 312 empresas com melhor desempenho socioambiental, dentre as aproxi-
madamente três mil que compõem o Índice Dow Jones Geral, principal índice
bolsista do mundo.
Hoje, a principal ferramenta de escolha de ações de empresas com respon-
sabilidade social e ambiental é o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI
- Dow Jones Sustainability Group Index). O DJSI foi lançado em setembro de
1999, pela Dow Jones e a Sustainable Asset Management (SAM), gestora de recur-
sos da Suíça especializada em empresas comprometidas com a responsabilidade
social e ambiental (KRAEMER, 2003).
Ainda segundo a autora, as empresas que integram a lista do DJSI podem
render vários benefícios:
■■ reconhecimento público da preocupação com a área ambiental e social;
■■ reconhecimento dos stakeholders importantes, tais como legisladores,
clientes e empregados;
■■ benefício financeiro crescente pelos investimentos baseados no índice;
■■ os resultados altamente visíveis, internos e externos à companhia, como
todos os componentes são anunciados publicamente pelo Boletim do
A Sustentabilidade Empresarial
II
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social e a sustentabilidade empresarial e também atuar como promotor das boas
práticas no meio empresarial brasileiro” (BM&F BOVESPA, 2014).
A missão do índice de sustentabilidade da Bovespa é:
• Ser replicável.
• Estimular boas práticas por parte das demais empresas (BM&F BO-
VESPA, 2014)
É pré-requisito para participação no ISE a ação ser uma das 200 mais negocia-
das da Bolsa e ter sido negociada em pelo menos 50% dos pregões no período
de vigência das três carteiras anteriores, atender aos critérios de sustentabilidade
e não ser classificada como “Penny Stock” (BM&F BOVESPA, 2014).
A seleção das empresas para compor o índice teve início em 2005 e é refeita
anualmente por meio do envio às empresas pré-selecionadas (200 ações mais
líquidas) de questionário de avaliação. O questionário tem sido aperfeiçoado a
cada ano e é bem abrangente, considerando a performance da empresa em sete
dimensões: geral, governança cooperativa, natureza do produto, social, eco-
nômico-financeira, ambiental e mudanças climáticas. Para as quatro últimas
dimensões são seguidos os mesmos critérios, divididos em quatro conjuntos:
1) políticas (indicadores de comprometimento); 2) gestão (indicadores de pro-
gramas, metas e acompanhamento); 3) desempenho; 4) cumprimento legal. Na
Dessa forma, o ISE busca refletir o retorno de uma carteira composta dos ISR do
mercado de capitais brasileiro, servindo como referência de desempenho dessas
empresas e atendendo a demanda dos investidores ao funcionar como um “selo
de qualidade” para empresas socialmente responsáveis e sustentáveis. Pretende
ainda estimular as demais empresas a utilizarem boas práticas de responsabili-
dade social e sustentabilidade (BOVESPA, 2008 apud LUZ, 2009).
O critério para seleção das empresas participantes do ISE se baseia no con-
ceito do “Triple-Bottom-Line” (TBL), ilustrado na Figura 8, além de indicadores
que avaliam a natureza do produto, as práticas de governança corporativa ado-
tadas e características gerais (BOVESPA, 2008).
De acordo com a BM&F Bovespa, o ISE promove as seguintes vantagens à
empresa:
1. reconhecida pelo mercado como empresa que atua com responsabili-
dade social corporativa;
2. reconhecida como empresa com sustentabilidade no longo prazo;
3. reconhecida como empresa preocupada com o impacto ambiental das
suas atividades;
4. em resumo: o ISE é um “selo de qualidade”.
A Sustentabilidade Empresarial
II
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O processo utiliza 69 indicadores, cada um ligado aos três pilares da sustenta-
bilidade (ambiental, econômico e social), para calcular, de forma ponderada,
aproximadamente 200 fatores de avaliação.
ESTRATÉGIAS SUSTENTÁVEIS
As organizações como um todo devem fazer uma análise interna antes de tomar
qualquer decisão e avaliar o seu desempenho econômico, social e ambiental, ou
seja, é necessário que se faça uma revisão inicial. De acordo com Curi (2011),
esse diagnóstico pode ser realizado por auditores internos ou por consultores
especializados.
Para Andrew Savitz (2007 apud BARBIERI, 2007), a avaliação deve ser base-
ada em quatro partes:
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A Sustentabilidade Empresarial
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buscam fazê-la sem alterar significativamente os processos e os produtos que as
produziram, podendo ser tecnologias de remediação – resolver um problema
ambiental que já ocorreu – ou tecnologias de controle no final do processo (end-
-of-pipe) – capturar e tratar a poluição antes de chegar ao meio ambiente. Essas
soluções tecnológicas nem sempre eliminam o problema de modo definitivo,
além de agregar custos adicionais. As soluções baseadas no controle da polui-
ção são fundamentais, mas não suficientes.
Prevenção da poluição: refere-se à atuação sobre processos e produtos para
prevenir a geração de poluição, com vistas a uma produção mais eficiente, pou-
padora de materiais e energia em diferentes fases do processo de produção e
comercialização. Requer mudanças em processos e serviços para reduzir ou eli-
minar os rejeitos na fonte.
A prevenção da poluição é baseada no uso sustentável dos recursos e no con-
trole da poluição. Os instrumentos para o uso sustentável dos recursos podem
ser sintetizados pelos 4R’s: redução de poluição na fonte, reuso, reciclagem e
recuperação.
Além da reciclagem, a troca de materiais poluentes é uma medida essencial
de prevenção da poluição, como é o caso das sacolas plásticas que foram proi-
bidas em muitos países e agora essa proibiçãochegou ao Brasil. As sacolas têm
como principal matéria-prima o petróleo. O óleo passa por um processo de des-
tilação que retira suas impurezas, possibilitando a produção de polietileno de alta
densidade, insumo necessário para a fabricação do plástico, que segue para uma
fábrica onde a sacola é confeccionada (REVISTA BRASIL SUSTENTÁVEL, 2011).
A Sustentabilidade Empresarial
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II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Revista Época (2012).
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ECONOMIA VERDE
Economia Verde
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
embora tenha ganhado impulso nos últimos 25 anos. O desafio hoje é
tirar proveito do esforço acumulado em prol da preservação ambien-
tal e do desenvolvimento socioeconômico, de modo a se aproveitar a
janela de oportunidade global que está se abrindo pelo e para o Brasil.
O PAPEL DO GOVERNO:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fazer parte das empresas, de modo que possa contagiar e, ao mesmo tempo, con-
templar as expectativas dos consumidores e da sociedade.
O PAPEL DA EMPRESA
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valorização da organização. Portanto, mais que uma necessidade, medidas sus-
tentáveis ou gestão sustentável são pré-requisitos fundamentais para a empresa
manter-se em funcionamento e continuar a galgar novos mercados.
As pressões externas advindas de países importadores, da sociedade e do
governo são requisitos meramente básicos a serem cumpridos para que a empresa
se adeque às novas exigências dessas entidades. Hoje, a empresa deve buscar ir
além, uma vez que o básico todos já estão buscando fazer. Sendo assim, inovar
é a palavra mestre para se alcançar a sustentabilidade.
O PAPEL DA SOCIEDADE
Os consumidores estão a cada dia que passa se preocupando mais com as ques-
tões ambientais e expressando ou transmitindo suas preocupações mediante
cobranças e pressões sobre as empresas. Mais do que os seus direitos, estão pas-
sando a exigir que as organizações cumpram seus deveres de preservação com
o meio ambiente.
Esses novos consumidores estão aptos, inclusive, a pagar mais por produtos
que tenham apelo ambiental. Tal nicho de consumidores ainda não é muito repre-
sentativo, sobretudo no Brasil. No entanto, em alguns países, principalmente os
Europeus, o mercado de produtos sustentáveis vem ganhando força a cada dia
que passa. Também chamados de consumidores verdes ou consumidores green,
estes representam uma fatia do mercado consumidor que se preocupa com meio
ambiente e qualidade de vida como requisitos primordiais para a escolha de um
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sável por possíveis impactos
à comunidade.
Uma empresa pode,
ao implantar o Plano de
Gestão, contemplar ações
sociais, por exemplo, a
Educação Ambiental. Por
esse instrumento espera-se
uma mudança de compor-
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Responsabilidade Social
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de socialmente consciente. Sendo assim, por enquanto, não existe um conceito
formal de Responsabilidade Social, por isso permanecem diversos pontos de
vista particulares sobre o tema.
Segundo relatos de Kraemer (2005), em 1998 foi criado o Instituto Ethos de
Empresas e Responsabilidade Social, pelo empresário Oded Grajew. O Instituto
serve como uma ligação entre os empresários e a responsabilidade social. Tem
por objetivo disseminar a prática da responsabilidade social empresarial por
meio de publicações, experiências, programas e eventos para os interessados
nas ações sociais.
A visão clássica da responsabilidade social empresarial, conforme Tenório
(2004), incorporava os princípios liberais, influenciando a forma de atuação
social das empresas e definindo as principais responsabilidades das empresas,
em relação aos agentes sociais na época.
De acordo com o mesmo autor, a responsabilidade social surge de um com-
promisso da organização com a sociedade, em que sua participação vai além do
que apenas gerar empregos, impostos e lucros. O equilíbrio da empresa den-
tro do ecossistema social depende basicamente de uma atuação responsável e
ética em todas as frentes, em harmonia com o equilíbrio ecológico, com o cres-
cimento econômico e o desenvolvimento social, tornando-se uma ferramenta
para a sustentabilidade da sociedade e dos negócios. Algumas empresas buscam
a melhor maneira de praticar a responsabilidade, desenvolvendo ou participando
de projetos sociais, para que esse envolvimento tenha uma identificação com a
sociedade e seu público (interno e externo), a fim de conseguir um diferencial
para seus produtos e uma boa imagem institucional.
CERTIFICAÇÕES E NORMATIVAS DE
RESPONSABILIDADE SOCIAL E GESTÃO AMBIENTAL
A norma AA1000 foi desenvolvida pelo Institute of Social and Ethical Accoutability
- ISEA, criado para assistir organizações na definição de objetivos e metas, na
medição do progresso em relação a essas metas, na auditoria e relato da perfor-
mance, no estabelecimento de mecanismos de feedback e compreender princípios
e normas de processo.
De acordo com Torres (2002), as normas de processo da AA1000 associam
a definição e integração de sistemas dos valores da organização com o desen-
volvimento das metas de desempenho e com a avaliação e comunicação do
desempenho organizacional. Por esse processo, focalizado no comprometimento
da organização para os stakeholders, a AA1000 vincula as questões sociais e éti-
cas à gestão estratégica e às operações da organização.
O padrão não é certificável, mas um instrumento verificável de mudança
organizacional, derivado da melhoria contínua e de aprendizagem e inovação,
para servir de modelo do processo de elaboração, proporcionar mais qualidade
a outros padrões específicos e complemento a outras iniciativas.
Em 30 de dezembro de 2004, foi criada pela ABNT a NBR 16001:2004, uma Norma
de Responsabilidade Social que envolve todo o sistema de gestão organizacional,
servindo de referência para as empresas brasileiras que queiram implantar, de
forma sistêmica, um conjunto de técnicas de gestão da responsabilidade social.
Conforme Ohnuma (2005), a NBR ISO 9001:2000 (Qualidade), a NBR ISO
14001:1996 (Meio Ambiente) e a SA 8000:2001 (Responsabilidade Social) são de
inteira compatibilidade com a estrutura da NBR 16001:2004 (política, objetivos,
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planejamento, medição, análise e melhoria contínua). Portanto, todas as orga-
nizações que estejam implantando algum tipo de “sistema de gestão”, baseado
nas séries de normas relacionadas anteriormente, tendem a ter maior facilidade
para implantar e implementar os requisitos da NBR 16001:2004.
Para o autor, as organizações, no intuito de implantar a NBR 16001:2004, deve-
rão em sua política e em seus objetivos atender aos requisitos legais e promover
o desenvolvimento humano e social, o bem-estar da comunidade, a cidadania e
o desenvolvimento sustentável, de forma transparente com a sociedade em que
está inserida e tendo sempre consideração com os grupos de interesses, ou seja,
com todas as pessoas/grupos que se preocupam ou que possam ser prejudica-
dos/afetados pelas ações de uma organização.
A NBR 16001:2004 tem seu
foco nas “pessoas”, a preocupa-
ção baseia-se no ser humano, na
sociedade, o investimento ocorre
na qualidade de vida das pessoas
,e não mais apenas nos procedi-
mentos organizacionais e em
seus produtos. Hoje, o grande
interesse da sociedade é sobre o
retorno social que as organiza-
ções tendem a devolver para ela.
©Stockbyte
Essa visão gera uma atenção maior para todos os colaboradores organizacio-
nais, já que são eles que buscam sempre a melhoria operacional de uma empresa.
Os processos tendem a ficar cada vez mais humanos e com maior envolvimento
da sociedade com as organizações. Essa busca o reconhecimento com as empre-
sas, enquanto as empresas buscam uma maior integração com a comunidade.
Em outras palavras, Ohnuma (2005) afirma que as organizações devem buscar
sempre melhorias na qualidade de suas relações sociais e humanas, considerando
os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, das Organizações
das Nações Unidas (1948), as Convenções da Organização Internacional do
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Diferentemente dessas, a ISO 26000 não é uma norma para certificação, uma vez
que ela serve apenas como um guia de diretrizes e não como base para obtenção
de selos e certificados de responsabilidade socioambiental, da parte das empre-
sas e outras organizações.
Os objetivos da norma ISO 26000 são:
1) Ajudar uma organização a endereçar suas responsabilidades sociais.
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2) Fornecer diretrizes práticas relacionadas a:
• Operacionalização da responsabilidade social.
• Identificação e engajamento de partes interessadas.
• Aumento da credibilidade de relatórios e reivindicações feitas sobre
responsabilidade social.
3) Enfatizar resultados e melhorias de desempenho.
4) Aumentar a satisfação e confiança dos clientes.
5) Promover uma terminologia comum na área de responsabilidade social.
6) Ser consistente e não entrar em conflito com os documentos, tratados,
convenções existentes e outras normas da ISO (SANTOS, 2011).
COMPOSIÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. Na atualidade, a inovação é reconhecida como uma ferramenta de gestão para
se alcançar a sustentabilidade. Para inovar, as organizações devem questionar os
modelos de negócio e pensar em modelos totalmente novos. Sob esse aspecto,
relate sobre os principais pontos que uma empresa interessada em inovação e
sustentabilidade deve trabalhar.
2. Os índices de sustentabilidade podem ser utilizados tanto como indicadores do
nível de sustentabilidade de um país, quanto de uma empresa. Relate sobre a
função desses índices de forma geral.
3. Para as organizações traçarem suas estratégias de sustentabilidade, elas devem
realizar um diagnóstico ou uma revisão inicial. Enumere os pontos que devem
ser considerados nessa fase de avaliação e dê exemplos de estratégias sustentá-
veis que podem ser utilizadas pelas empresas.
4. Responsabilidade social está relacionada à gestão ambiental, pois a empresa é
responsável por possíveis impactos à comunidade ou sociedade. Logo, defina
qual a importância das ações de responsabilidade social para as organizações.
MATERIAL COMPLEMENTAR
A Bovespa criou um índice para medir as emissões de CO2 das empresas, um índice de
sustentabilidade, que visa diminuir o aquecimento global, o efeito estufa, e diminuir as
mudanças climáticas. Veja mais sobre o assunto em:
<http://www.youtube.com/watch?v=sko4q-gN6Gg>.
Material Complementar
Professora Dra. Cláudia Fabiane Meneguetti
Professora Dra. Edneia Ap. de S. Paccola
III
Professora Dra. Francielli Gasparotto
CERTIFICAÇÕES E AUDITORIAS
UNIDADE
AMBIENTAIS, ROTULAGEM AMBIENTAL,
FERRAMENTAS DE GESTÃO AMBIENTAL
E GESTÃO DE CUSTOS AMBIENTAIS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar uma visão mais clara sobre as definições e estruturação
dos processos de auditoria, licenciamento e os principais
documentos empregados.
■■ Permitir a construção de uma visão positiva a respeito da importância
das ferramentas de gestão ambiental para a conscientização
empresarial/organizacional.
■■ Introduzir o conceito de custos ambientais de forma a enfatizar a sua
importância dentro do sistema de gestão atual.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Certificações Ambientais
■■ Auditorias Ambientais
■■ Rotulagem Ambiental
■■ Ferramentas de Gestão Ambiental: Análise do Ciclo de Vida (ACV),
Ecoeficiência e Produção Mais Limpa (P+L)
■■ A Gestão de Custos Ambientais
113
INTRODUÇÃO
Nesta terceira unidade de nosso livro, iremos dar continuidade a nossa busca por
conhecimento na área de gestão ambiental, abordando temas importantíssimos
para você, gestor(a), que irá atuar em setores que envolvem a área ambiental,
as certificações ambientais, as auditorias ambientais e a rotulagem ambiental.
O meio ambiente é um direito de todos, conforme estabelecido por lei. O
licenciamento é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente,
cujo objetivo é agir preventivamente sobre a proteção desse direito e compati-
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Introdução
III
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CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS
Certificações Ambientais
III
ORGANISMO NORMALIZADOR
ORGANISMO CREDENCIADOR
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É o responsável pela criação de critérios para definir quem pode analisar os
pedidos de certificação e emitir os certificados. Ele credencia as entidades certi-
ficadoras conhecidas como Organismos de Certificação Credenciados (OCC),
responsáveis pela realização de auditorias e, nos casos de aprovação, pela emis-
são de certificados.
Cada país tem seu próprio organismo credenciador que se encarrega de moni-
torar as entidades das OCC’s. No Brasil, essa é a função do Sistema Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO), mas, na reali-
dade, quem credencia os OCCs na prática é o Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (INMETRO), que após a inspeção libera o reconheci-
mento formal de que o organismo de certificação opera segundo os critérios
estabelecidos em âmbito nacional e internacional, sendo habilitado para avaliar
solicitações e emitir certificados (CURI, 2011).
Organismos de certificação que operam ou que buscam atender clientes no
ORGANISMO CERTIFICADOR
as necessidades de seus clientes. Para uma empresa que busca fechar negócios
com os Estados Unidos, por exemplo, é interessante que o OCC seja creden-
ciado ao Register Accreditation Board (RAB) para conferir maior credibilidade
ao certificado.
No Brasil, além da ABNT, existem vários outros OCC’s, como a Bureau
Veritas Quality International (BVQI) do Brasil, que é um grupo credenciado para
emitir certificações nas áreas de qualidade, segurança, saúde ocupacional, meio
ambiente e responsabilidade social. Conta com o aval de vários órgãos creden-
ciadores renomados e opera em 140 países (CURI, 2011).
Outras opções de OCC’s de reconhecimento internacional são o ABS Quality
Evaluations (ABS QE) e o Lloyd`s Register Quality Assurance (LRQA), ambos
credenciados em vários países pelo mundo.
Um OCC credenciado apenas pelo Inmetro terá menos apelo comercial
que outro que ostente seu portfólio credenciamentos pelo RAB norte-
-americano, DAR alemão, JAB do Japão e outros órgãos credenciadores
de importância reconhecida mundialmente. (BARBIERI, 2007, p. 204)
Certificações Ambientais
III
A certificação LEED
A LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema in-
ternacional de certificação e orientação ambiental, que chegou ao Brasil em
2007, sete anos após sua criação pelo Conselho de Construção Sustentável
dos EUA (USGBC). Cerca de 143 países já utilizaram essa certificação com o
objetivo de incentivar a transformação dos projetos, obras e operação das
edificações, sempre com foco na sustentabilidade.
No Brasil já existem 216 edificações com o selo LEED, nove dos estádios que
receberam os jogos da Copa do Mundo de Futebol possuem o selo da orga-
nização norte-americana, outros três estão em processo de certificação, que
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vai da categoria básica até a Platinum. Entre os estádios certificados estão
o Mineirão (Platinum), o Estádio Nacional de Brasília (Ouro), o Maracanã, o
Beira-Rio, a Arena Pernambuco e Fonte Nova (Prata), a Arena da Amazônia, o
Castelão e a Arena das Dunas (básico).
A iniciativa de adotar medidas sustentáveis na construção dos estádios foi
feita de forma voluntária pelo governo brasileiro, como um requisito para
que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) li-
berasse financiamento para as obras.
Fonte: GOVERNO FEDERAL, Portal Brasil. Arena das Dunas recebe certifi-
cação LEED de sustentabilidade. Brasília, DF, 2015. Disponível em: <http://
www.brasil.gov.br/esporte/2015/02/arena-das-dunas-recebe-certificacao-
-leed-de-sustentabilidade>. Acesso em: abr. 2015.
em uma área particular. Alguns países são representados por entidades governa-
mentais, como o Brasil, que é representado pela ABNT – Associação Brasileira
de Normas Técnicas (NASCIMENTO, 2009).
A ISO desenvolve normas em todos os setores industriais, exceto as relacio-
nadas à engenharia elétrica e eletrônica, que são desenvolvidas pela International
Electrotechnical Commission (IEC).
As normas ISO 14000 são aplicadas às atividades industriais, extrativas,
agroindustriais e de serviços. A certificação ambiental a que se refere a ISO em
questão pode ser relacionada às instalações da empresa, linhas de produção e
também aos produtos, desde que satisfaçam os padrões de qualidade ambien-
tal (VALLE, 1995).
Para a ISSO, norma significa um acordo documentado com especificações
técnicas ou outros critérios a serem utilizados como regra, diretriz ou defini-
ção de características, com a finalidade de assegurar que os materiais, produtos,
processos e serviços sejam adequados a sua finalidade. O objetivo das normas
é facilitar o comércio internacional, aumentando a confiabilidade e eficácia das
mercadorias e serviços (MOURA, 1988).
O objetivo da série ISO 14000 é a criação de um Sistema de Gestão Ambiental
(SGA), de forma a auxiliar as organizações a cumprirem seus compromissos
assumidos com o meio ambiente. O reconhecimento internacional dispensado
pela adoção da ISO por uma organização pode fazer muita diferença quanto à
agregação de valor aos seus produtos e serviços.
Certificações Ambientais
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ambiental.
Um SGA, segundo a ISO 14001:2004, permite a uma organização desenvolver
uma política ambiental, estabelecer objetivos e processos para o seu cumpri-
mento, agir, conforme necessário, para melhorar continuamente seu desempenho
ambiental, verificar e demonstrar a conformidade do sistema com os requisitos
legais, da norma e aqueles com os quais a organização decide voluntariamente
aderir. A finalidade geral do SGA proposta na ISO 14001:2004 é equilibrar a pro-
teção ambiental e a prevenção de poluição com as necessidades econômicas das
organizações (FIESP, 2007).
Para atingir os objetivos ambientais e a política ambiental, convém que o SGA
estimule as organizações a considerarem a implementação das melhores técni-
cas disponíveis, quando for apropriado e economicamente viável (FIESP, 2007).
Segundo a ABNT (2004), a norma ISO 14000 não estabelece requisitos
absolutos para o desempenho ambiental. Cada organização identifica aqueles
aspectos ambientais que possa controlar e aqueles que possa influenciar. Dessa
forma, duas organizações com processos similares e níveis de desempenho dife-
rentes podem estar em conformidade com os requisitos expressos nas políticas
ambiental, legal e melhoria contínua que cada uma tenha subscrito.
guia
ISO 14004 Sistema de Gestão Ambiental - Diretrizes Gerais
ISO 14010 Guias para auditoria ambiental - Diretrizes Gerais
ISO 14011 Diretrizes para Auditoria Ambiental e Procedimentos para Auditorias
ISO 14012 Diretrizes para a Auditoria Ambiental - Critérios de Qualificação
ISO 14020 Rotulagem Ambiental - Princípios Básicos
ISO 14021 Rotulagem Ambiental - Termos e Definições
ISO 14022 Rotulagem Ambiental - Simbologia para Rótulos
ISO 14023 Rotulagem Ambiental - Testes de Metodologias para Verificação
ISO 14024 Rotulagem Ambiental - Guia para Certificação com Base em Análise Multi-
criterial
ISO 14031 Avaliação da Performance Ambiental
ISO 14032 Avaliação da Performance Ambiental dos Sistemas de Operadores
ISO 14040* Análise do Ciclo de Vida - Princípios Gerais
ISO 14041 Análise do Ciclo de Vida - Inventário
ISO 14042 Análise do Ciclo de Vida - Análise dos Impactos
ISO 14043 Análise do Ciclo de Vida - Migração dos Impactos
* Normas passíveis de certificação
Quadro 8 - Famílias de normas NBR ISO 14000
Fonte: ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Certificações Ambientais
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 12: Ciclo do PDCA
Fonte: Casa Da Consultoria, 2011, online.
Certificações Ambientais
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
meio do mecanismo de certificação, a conservação ambiental, a melhoria das
condições de vida dos trabalhadores rurais e o desenvolvimento da região, onde
a propriedade se insere aliando, dessa forma, produção, conservação da biodi-
versidade e desenvolvimento humano, especialmente nas regiões dedicadas à
produção de commodities agrícolas cultivadas nos trópicos.
AUDITORIAS AMBIENTAIS
Auditorias Ambientais
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vidades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais especifica-
dos ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com
os critérios de auditoria estabelecidos nesta resolução e, para comuni-
car os resultados desse processo (CONAMA, 2002).
■■ Subprodutos e desperdícios.
■■ Estações de tratamento de águas residuárias.
■■ Sítios contaminados.
■■ Reformas e manutenções de prédios e instalações.
■■ Panes, acidentes e medidas de emergência e mitigação.
■■ Saúde ocupacional e segurança do trabalho.
Auditorias Ambientais
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Proteção e melhoria da imagem da empresa junto à comunidade.
Auditorias Ambientais
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fases: compreensão dos controles internos e critérios, avaliação dos con-
troles internos, coleta de dados, avaliação dos resultados da auditoria e
relatório dos resultados.
3. Atividade Pós-auditoria: consiste na reavaliação do relatório apresentado,
elaboração e distribuição do relatório final, desenvolvimento e acompa-
nhamento do plano de ação.
Auditorias Ambientais
III
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postas na legislação e na política da organização, como também se a empresa
mantém um canal aberto com os stakeholders sobre os impactos ambientais da
atividade e se ouvem as suas solicitações; verificam planos de emergência e geren-
ciamento de riscos, e a realização de respectivos treinamentos e simulações, por
último, confeccionam um relatório contendo os seguintes itens:
■■ Membros da equipe de auditoria e distribuição de tarefas.
■■ Descrição dos aspectos operacionais e administrativos do setor da empresa
e das instalações auditadas.
■■ Escolha da metodologia e dos critérios que orientaram a auditoria.
■■ Período coberto pela auditoria.
■■ Documentos, normas e regulamentos de referência.
■■ Lista de documentos e unidades auditadas.
■■ Lista de entrevistados e suas respectivas funções na empresa.
■■ Conclusão da auditoria, incluindo a identificação de conformidades e
não conformidades.
Com base nos dados do relatório da auditoria, a empresa deve elaborar um plano
de ação contendo no mínimo os componentes:
■■ Ações corretivas e preventivas para extinguir os problemas com não con-
formidade indicados no relatório.
■■ Cronograma para o plano de ação.
ROTULAGEM AMBIENTAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Rotulagem Ambiental
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bal do rótulo ecológico é a promoção de produtos potencialmente capazes de
reduzir impactos negativos ao meio ambiente e assim apoiar o uso eficiente de
recursos e uma eficaz condição de proteção ambiental, contribuindo para tor-
nar o consumo mais consciente.
O primeiro rótulo ambiental que surgiu foi o Anjo Azul, na Alemanha, em
1978. Esse selo era uma referência às empresas que tinham respeito com a natureza.
Com o passar do tempo, muitas organizações passaram a sentir a necessidade de
adotar o selo, por conta da preferência dos consumidores aos produtos rotulados.
Atualmente, na Europa, muitos outros selos foram criados para identificar as
empresas que tratam o meio ambiente com respeito em seus processos de pro-
dução de bens ou serviços (Figura 14).
Rotulagem Ambiental
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SELOS DO TIPO I
Rótulo Ecoló-
reduzidos ao longo do seu ciclo de vida, rela-
gico da UE
tivamente aos outros produtos convecionais
Energy Star
com excepcional eficiência energética
Pan- European
Certificação de florestas com uma gestão
Forest
ambiental, social e economicamente viável
Certification
Rotulagem Ambiental
III
Aqueles das reivindicações ambientais que são feitas pelos próprios fabricantes,
importadores ou distribuidores para os seus produtos, sem avaliação de orga-
nizações de terceira parte.
Não são verificados independentemente, não usam os critérios preestabe-
lecidos e aceitos como referência, e são questionáveis como sendo os menos
informativos das três categorias de selos ambientais. De qualquer forma, as
autodeclarações dos produtos têm uma vantagem sobre as do Tipo I e III, pois
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
são mais econômicas, uma vez que não estão envolvidos os custos de certifica-
ção ou de validação.
São aqueles que listam critérios de impactos ambientais para produtos, por meio
do seu ciclo de vida, semelhantes aos selos de produtos alimentícios que deta-
lham seu teor de gordura, açúcar ou vitaminas.
Os rótulos ambientais de Tipo III fornecem informação sobre um produto
ou serviço baseado na análise de ciclo de vida, por meio de diagramas que apre-
sentam um conjunto de indicadores ambientais (aquecimento global, depleção
de recursos, resíduos, entre outros), acompanhados de uma interpretação da
informação.
A Environmental Product Declaration (EPD) é desenvolvida por iniciativa da
própria indústria. As EPD’s fornecem uma descrição quantitativa fiável e verifi-
cada do desempenho de produtos e serviços do qual é objeto, devido ao uso do
método de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV).
Embora a EPD seja verificada por terceira parte, ela não é necessariamente
certificada. As EPD’s são aplicáveis a todos os produtos, serviços e são atualizáveis.
As categorias de informação podem ser estabelecidas pelo setor industrial ou
por organismos independentes. Diferentemente dos de Tipo I, eles não julgam
produtos, deixando essa tarefa para os consumidores. Seu ponto crítico é se o
consumidor comum tem tempo e conhecimento suficiente para tais julgamentos.
Diferentes dos selos do Tipo I e Tipo II, eles não têm padronização para alcançar.
Assim, os próprios usuários avaliam o nível de impacto ambiental dos pro-
dutos, baseados em dados quantitativos obtidos pela ACV (Avaliação do Ciclo
de Vida). Esse tipo de selo ainda continua em discussão como ISO 14025.
No Quadro 10, são apresentados os tipos de selos e as suas características
particulares, organismo certificador e as normas seguidas por eles.
Dentro da série ISO 14000, as normas que se referem à rotulagem ambien-
tal e ao ciclo de vida do produto são especificadas pelas ISOS 14020, 14030 e
14040 (Quadro 11).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Rotulagem Ambiental
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ISO 14042 Avaliação do Impacto - ACV
ISO 14043 Interpretação do ACV
Quadro 11 - Normas da Série 14000 referentes à rotulagem ambiental e análise do ciclo de vida dos
produtos
Fonte: Siqueira (2010).
Os programas de rotulagem ambiental variam muito, tanto com relação aos pro-
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dutos que eles cobrem, quanto para com os problemas de meio ambiente para os
quais estão voltados. Podem ser classificados de acordo com o número de carac-
terísticas do programa. Uma das características mais importantes considera o
tipo de organização que administra o programa (BARBOZA, 2000).
Esse tipo de rotulagem é a que mais gera polêmica e cria uma ilusão para
o consumidor, pois parte direto do fabricante que, muitas vezes, divulga como
atributo ambiental a reciclabilidade do produto, quando na realidade a fase de
extração da matéria-prima é o processo mais poluente (CABRAL, 1996). Ainda
assim, são as mais conhecidas dos brasileiros e utilizadas pelos americanos
(CORRÊA, 1998).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
produtos ou embalagens concedidos por associações comerciais. Não estão dire-
tamente ligados à fabricação ou venda do produto, e as categorias de informação
podem ser estabelecidas pelo setor industrial ou organismos independentes.
(BARBOZA, 2000).
Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), em jargão técnico, é uma forma que tende
a examinar o impacto total de um produto por meio de cada etapa de sua vida,
desde a obtenção de matéria-prima, até a forma de como é fabricado, a venda no
mercado, o uso em casa e seu descarte. As opções de descarte incluem incine-
ração, depósito em aterros ou reciclagem. Muitos países utilizam a metodologia
ACV para a concessão de selos ambientais (BARBOZA, 2000).
Quando a certificação se converte em informação para o consumidor, este
irá valorar, de forma distinta, outros produtos de iguais aparências, além de deci-
dir a favor ou contra outra empresa.
Torres (2002) diz que para conquistar um diferencial e obter a credibilidade
e aceitação da sociedade e das diversas partes interessadas dentro do universo
empresarial, além de novas práticas sociais, as corporações têm buscado certi-
ficações, selos e standards internacionais na área
social. Entre os exemplos brasileiros mais signi-
ficativos estão o Selo Empresa Amiga da Criança,
conferido pela Fundação Abrinq; o Selo Empresa-
Cidadã, que é uma premiação da Câmara Municipal da
Cidade de São Paulo; e o Selo Balanço Social Ibase/Betinho,
do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas,
desde 1998.
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CONHEÇA O GREENWASHING
O termo Greenwashing ou “lavagem verde” é um termo usado quando uma
empresa, ONG ou mesmo o próprio governo, propaga práticas ambientais
positivas e, na verdade, possui atuação contrária aos interesses e bens am-
bientais. Trata-se do uso de ideias ambientais para construção de uma ima-
gem pública positiva de “amigo do meio ambiente” que não é condizente
com a real gestão. Trocando em miúdos, é a mascaração da empresa que
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não se preocupa com as questões, mas que precisa dar ao seu produto/
serviço um apelo ambiental, tanto para vender mais, quanto para vender a
preços diferenciados e para clientes diferenciados.
Essa prática nociva de gestão é um problema global e vem sendo discutido
por vários meios especializados no assunto. Em um artigo intitulado “Green
is the colour of money”, a jornalista norte-americana Amanda Witherell de-
nuncia que empresas estão investindo dinheiro em iniciativas ambientais
para encobrir ofensas do passado ao meio ambiente.
O último relatório do Terra Choice mostra que, de 2007 a 2009, o crescimen-
to dos produtos verdes subiu de 40% para 176%, mas 98% desse total prati-
ca o greenwashing de alguma forma.
Fonte: REZENDE, Bruno. Um vilão chamado Greenwashing. 2009. Disponí-
vel em: <http://www.colunazero.com.br/2009/11/um-vilao-chamado-gre-
enwashing.html>. Acesso em: 18 maio 2015.
Avaliação do ciclo de vida (ACV) é uma forma que tende a examinar o impacto
total de um produto por meio de cada etapa de sua vida, desde a obtenção de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A Figura 15 ilustra os possíveis estágios de ciclo de vida que podem ser con-
siderados numa ACV, e as típicas entradas/saídas medidas (USEPA, 2001 apud
FERREIRA, 2004).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 15: Estágios do ciclo de vida do produto
Fonte: USEPA (2001 apud FERREIRA, 2004).
O processo ACV é uma abordagem sistemática composta por quatro fases: defini-
ção de objetivos e âmbito; análise de inventário; análise de impacto; e interpretação
dos resultados, como se ilustra na Figura 16 (ISO 14040: 1997).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Um dos mais antigos métodos de análise de impacto é do Environmental Priority
System (EPS), desenvolvido pelo IVL na Suécia. Nesse método, é calculada a
cadeia completa de causa e efeito de cada impacto em um ser humano.
Outro método é o do Ecopoints, desenvolvido pelo governo suíço. É baseado
no princípio da distância existente do objetivo a ser atingido. Nesse método, a
distância entre o nível existente de um impacto e a meta a ser alcançada, nível
alvo, é tida como representativa da gravidade da emissão.
Existem vários softwares para avaliação da ACV:
Boustead Consulting Database and Software;
CMLCA - Chain Management by Life Cycle Assessment - CML at Leiden
University;
Design for Environment, Ver 1.0 - Boothroyd Dewhurst, Inc. and TNO Institute;
ECO-it: Eco-Indicator Tool for environmentally friendly design - PRé
Consultants;
EcoManager - Franklin Associates.
Para a análise da segunda etapa da Avaliação do Ciclo de Vida, a análise do
impacto ambiental, várias são as ferramentas existentes. O SimaPro, desenvol-
vido pela Pré-Consultants, inclui as seguintes ferramentas para análise de impacto:
■■ Eco-indicator 99;
■■ Eco-indicator 95;
■■ ML 92 (2001);
■■ EDIP/UMIP;
■■ EPS 2000;
■■ Ecopoints 97.
ECOEFICIÊNCIA
(WBCSD apud CEDSB, 2012). Ainda de acordo com o texto, esse processo
envolve uma visão para produção de bens e serviços economicamente viáveis e
que reduzem os impactos ecológicos da produção. A ecoeficiência busca o uso
mais eficiente de matérias-primas e energia, visando à redução dos custos eco-
nômicos e dos impactos ambientais, reduzindo ainda os riscos de acidente e
melhorando a relação da organização com as partes interessadas.
O CEBDS (2012) aponta alguns elementos que compõem a ecoeficiência:
1. Reduzir o consumo de materiais com bens e serviços.
2. Reduzir o consumo de energia com bens e serviços.
3. Reduzir a dispersão de substâncias tóxicas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ecoeficiência (AGENDA 21 EMPRESARIAL, online).
©shutterstock
satisfaçam as necessidades huma-
nas e contribuam para a qualidade
de vida e, por outro, reduzam pro-
gressivamente o impacto ecológico
e a intensidade de utilização de
recursos ao longo do ciclo de vida, até atingirem um nível que, pelo menos, res-
peite a capacidade de sustentação estimada para o planeta Terra.
Para o WBCSD, a ecoeficiência está relacionada a três importantes objetivos:
Indicadores de Ecoeficiência
1. Ser relevantes e significativos na proteção do meio ambiente e da saúde
humana e/ou na melhoria da qualidade de vida.
2. Fornecer informação aos tomadores de decisão, com o objetivo de melhorar
o desempenho da organização.
3. Reconhecer a diversidade inerente a cada negócio.
4. Apoiar o benchmarking e monitorar a evolução do desempenho.
5. Ser claramente definidos, mensuráveis, transparentes e verificáveis.
6. Ser compreensíveis e significativos para as várias partes interessadas.
7. Basear-se em uma avaliação geral da atividade da empresa, produtos e ser-
viços, concentrando-se principalmente nas áreas controladas diretamente
pela gestão.
8. Levar em consideração questões relevantes e significativas, relacionadas
com as atividades da empresa, a montante (ex.: fornecedores) e a jusante
(ex.: utilização do produto).
Quadro 12 - Princípios do WBSCD para a Definição e Utilização de Indicadores de Ecoeficiência
Fonte: WBSCD (2003).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mente aceitas.
Todos os outros indicadores que não respeitarem esses três critérios são deno-
minados específicos de negócio, o que significa que deverão ser definidos de
acordo com o negócio ao qual se referem. Tais distinções não implicam que os
indicadores de aplicação genérica sejam mais importantes do que os indicadores
específicos, ou seja, a questão dependerá da natureza do próprio negócio. Seguem
alguns exemplos de indicadores de aplicação genérica (SALGADO et al., 2004):
empresa que tem uma das maiores gamas de projetos ambientais ligados ao
desenvolvimento de produtos e a ecoeficiência.
A metodologia de análise da ecoeficiência foi desenvolvida na Alemanha pela
BASF AG, em 1996, e pode ser considerada como uma classe de técnicas de ges-
tão que visa avaliar o desempenho ambiental de produtos, processos e serviços, de
forma a integrar uma avaliação econômica. A análise de ecoeficiência tem como
base a metodologia da avaliação do ciclo de vida, conforme a série de normas
ISO 14040 e é usada principalmente para a comparação de produtos similares,
visando à geração de subsídios para a tomada de decisão em diversos níveis.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Segundo Kraemer (2010), o
conceito de gestão de custos
ambientais engloba aspectos
da gestão ambiental, como o
uso consciente de matérias
primas e energia, a redu-
ção do volume produzido
de resíduos e da gestão de
custos, que envolvem a redu-
ção de custos ambientais e o
©istock
incremento da receita.
De acordo com o mesmo
autor, os custos oriundos dos resíduos representam gastos sem acréscimo de valor
e sua redução geralmente acarreta em efeitos positivos economicamente e eco-
logicamente. Os resíduos geram custos em sua aquisição, com a mão de obra
durante o processo produtivo e em seu tratamento final, sendo assim, represen-
tam uma preocupação não apenas ambiental, mas também financeira.
A gestão dos custos ambientais pode constituir a primeira fase para a implan-
tação da ISO 14001 em uma organização, pois produz informações básicas,
auxilia na conscientização e estruturação. Além disso, serve como estratégia que
visa ao aumento dos lucros e à redução de custos, conduzindo a um processo de
mudanças em desenvolvimento contínuo (KRAEMER, 2010).
Segundo Robles Jr. e Bonelli (2006), a identificação dos custos ambientais referen-
tes ao nível de falhas existentes e ao volume de gastos necessários para eliminar
e/ou reduzir as falhas torna-se o primeiro passo para a contabilidade ambiental.
A identificação dos gastos e a sua classificação são de suma relevância na
administração da empresa para a tomada de decisão relacionada à gestão ambien-
tal, para a mensuração dos programas ambientais implantados e ainda para a
divulgação dos gastos por meio do balanço social ou socioambiental (ROBLES
Jr.; BONELLI, 2006).
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- Tratamento de recuperação e restauração de áreas contaminadas.
- Mão de obra utilizada nas atividades de controle, preservação e recupera-
ção do meio ambiente.
Moura (2000) mostra em um fluxograma uma forma de classificação dos
custos ambientais (adaptando os conceitos de qualidade total), enquadrando-se
de maneira mais específica na realidade das empresas brasileiras.
a) Custos Ambientais de Controle:
- Custos de prevenção.
- Custos de avaliação.
a1) Custos de Prevenção: são aqueles que visam prevenir a indústria de
certos danos ambientais no processo industrial. O setor de atividade com res-
ponsabilidade desse setor ajuda a se livrar de ocorrência de problemas ambientais
durante o processo produtivo, ainda tem como função manter o cumprimento
de padrões, normas e a fabricação de problemas que causam danos ambientais,
caso venha ocorrer falhas e acidentes.
a2) Custos de Avaliação: são os custos dispendidos para manter os níveis
de qualidade ambiental da empresa, por meio de trabalhos de laboratórios e ava-
liações formais do sistema de gestão ambiental, ou sistema gerencial. Englobam
custos com inspeções, testes, auditorias da qualidade ambiental e despesas
similares.
b) Custos Ambientais da Falta de Controle:
- Custos de falhas internas.
- Custos de falhas externas.
- Custos intangíveis.
b1) Custos de Falhas Internas: é o primeiro dos custos decorrente das falhas/
falha de controle. Esses custos resultam de ações internas na empresa, tais como
correção de problemas ambientais e recuperação de áreas internas degradadas,
desperdícios de material, energia, água e outros recursos naturais, além de tem-
pos de máquinas paradas como resultado de problemas ambientais causados
(interdições e retrabalhos) por não conformidades ambientais.
b2) Custos de Falhas Externas: compreende os custos de qualidade ambien-
tal e não conformidades fora dos limites da empresa, resultantes de uma gestão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PEGADA ECOLÓGICA
A Pegada Ecológica é apenas uma estimativa. Ela nos mostra até que
ponto a nossa forma de viver está de acordo com a capacidade do pla-
neta de oferecer, renovar seus recursos naturais e absorver os resíduos
que geramos por muitos e muitos anos. (WWF-BRASIL, 2007, online).
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PEGADA ECOLÓGICA GLOBAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 19: Área média disponível por pessoa no planeta
Fonte: WWF-BRASIL (2007, online).
E você, sua forma de viver está de acordo com a capacidade de nosso plane-
ta? Já parou para pensar qual o tamanho da sua pegada ecológica?
Fonte: as autoras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, abordamos conceitos importantes para gestores que irão atuar
em áreas relacionadas ao meio ambiente, como as certificações ambientais, em
especial a ISO 14000, que está passando por um processo de reformulação para
se adequar às exigências atuais da sociedade e governo.
A norma ISO 14000 busca a melhoria contínua das empresas no geren-
ciamento de seus processos produtivos por meio do planejamento, execução,
verificação e ações corretivas.
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Considerações Finais
1. A busca por ações socioambientais é um círculo que vai se fechando para expor
ou popularizar os SGAs das organizações. Segundo Barbieri (2007), a empresa
conta com quatro instrumentos para popularizar a sua política ambiental públi-
ca. Relate sobre tais instrumentos.
2. No processo de certificação ambiental, estão envolvidos diversos organismos
com finalidades distintas, para tornar o SGA de uma organização certificado.
Enumere e defina a finalidade desses organismos.
3. As normas ISO 14000 se aplicam às atividades industriais, extrativas, agroindus-
triais e de serviços, certificando as instalações da empresa, linhas de produção e
produtos que satisfaçam os padrões de qualidade ambiental. Descreva a finali-
dade e os objetivos de tais normas.
4. Em função da popularização das questões ambientais, as auditorias ganharam
novas formas e especificidade. De acordo com Barbieri (2007), existem sete mo-
delos de auditorias ambientais. Relate e descreva sobre cada tipo de auditoria.
5. Ecoeficiência é uma ferramenta de gestão ambiental que descreve uma visão
para produção de bens e serviços que possuam valor econômico, enquanto re-
duzem os impactos ecológicos da produção. Conceitue o termo “ecoeficiência”.
6. A gestão dos custos ambientais é um instrumento estratégico para aumentar os
lucros e reduzir os custos, conduzindo a um processo de mudanças em desen-
volvimento contínuo. Sob essas considerações, comente sobre a identificação
dos custos e dos gastos ambientais.
165
Assista aos vídeos a seguir e tire as suas próprias soluções sobre o assunto.
<http://www.colunazero.com.br/2009/11/um-vilao-chamado-greenwashing.
html#ixzz1vkQvcTFd>.
<http://www.colunazero.com.br/2009/11/um-vilao-chamado-greenwashing.
html#ixzz1vkQl2NGj>.
<http://globotv.globo.com/globo-news/cidades-e-solucoes/v/
estudo-sobre-maquiagem-verde-ou-greenwashing-investigou-501-produtos-no-
brasil/1847755/>.
<http://www.revistaespacios.com/a15v36n05/15360501.html >.
<http://www.expoprint.com.br/es/noticias/
two-sides-lanca-nova-iniciativa-global-contra-greenwashing>.
Professora Dra. Cláudia Fabiane Meneguetti
Professora Dra. Edneia Aparecida de Souza Paccola
IV
Professora Dra. Francielli Gasparotto
POLÍTICAS PÚBLICAS
UNIDADE
AMBIENTAIS E
LICENCIAMENTO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar ao aluno uma visão global da organização e função da
política ambiental brasileira e da legislação ambiental.
■■ Indicar as fontes de informação completa para consulta da legislação
ambiental.
■■ Qualificar o aluno a identificar possíveis inadequações legais no seu
ambiente de trabalho e possibilitar a indicação de ações pró-ativas
para a sua resolução.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Políticas Públicas Ambientais
■■ A Política Pública Ambiental Brasileira
■■ Licenciamento Ambiental
■■ Estudos Ambientais
■■ A Política Nacional De Resíduos Sólidos (PNRS)
■■ O Novo Código Florestal Brasileiro
169
INTRODUÇÃO
Introdução
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tivas e não preventivas, de pouco significado e baixa eficiência. Somente a partir
de 1970 começam a surgir medidas preventivas, por meio de políticas governa-
mentais. Para isso, contribuíram os debates sobre a relação entre meio ambiente,
desenvolvimento e acordos ambientais, como a Conferência de Estocolmo, em
1972.
Os padrões de emissão
referem-se aos poluentes
lançados individualmente
por fontes (fixa ou esta-
cionária), como fábricas,
automóveis, armazéns e ©shutterstock
outros. Estabelecem uma
quantidade máxima aceitável de cada tipo de poluente por fonte poluidora.
Os padrões tecnológicos dizem respeito à tecnologia disponível. Deve ser
estabelecido um consenso quanto ao melhor padrão tecnológico disponível a ser
adotado, já que a tecnologia está em constante evolução. Esses critérios baseiam-
-se no conceito de Melhor Tecnologia Disponível, ou de Melhor Tecnologia
Disponível que Não Acarrete Custo Excessivo (BARBIERI, 2007).
Outros instrumentos de comando e controle da poluição são as proibições
ou banimentos da produção, comercialização e uso de produtos e o estabeleci-
mento de cotas de produção, comercialização ou utilização de recursos.
O licenciamento ambiental para atividades ou obras potencialmente polui-
doras e o zoneamento ambiental são outros instrumentos de comando e controle.
Assim, as normas sobre parcelamento do uso do solo também são instrumentos
de comando e controle, pois limitam o direito dos proprietários de dispor livre-
mente sobre seus imóveis.
©shutterstock
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA
©shutterstock
foi publicado com o título de
Limites do Crescimento. Esse
documento apresentava mode-
los que relacionavam variáveis de crescimento econômico, explosão demográfica,
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
intermédio do programa Nossa Natureza, foram unificados o Sudepe (pesca),
o Sudhevea (borracha), o IBDF (Desenvolvimento Florestal) e a Sema (meio
ambiente) em torno de um único órgão federal: o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA).
A Constituição Federal de 1988 estabelecia que a construção, instalação,
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras dos
recursos ambientais - considerados efetivos ou potencialmente poluidores - depen-
deriam de prévio licenciamento por órgão estadual integrante do SISNAMA sem
prejuízo de outras licenças exigíveis.
O decreto 99.274 de 1990, que regulamentou a Lei 6938/81 e suas modifi-
cações posteriores, explicava o procedimento para o licenciamento ambiental,
prescrevendo que o prévio licenciamento de atividades e obras utilizadoras
dos recursos ambientais seria feito pelos devidos órgãos estaduais competen-
tes – incluindo o técnico e o político – cabendo ao Conselho Nacional de Meio
Ambiente (CONAMA) fixar os critérios básicos exigidos para os Estudos de
Impacto Ambiental (EIA). Os Estudos de Impacto Ambiental e o Relatório de
Impacto Ambiental (EIA/RIMA), em cada caso específico, ficam a cargo do órgão
concessor da licença por meio do chamado Termo de Referência. Tais estudos
são conduzidos por profissionais habilitados, que respondem legalmente por
seus atos, embora não haja um sistema de acreditação e supervisão da quali-
dade de seu trabalho.
A ótica preventiva da política ambiental dos anos 1980 cedia lugar a uma
nova ótica, agora integradora, que passava a combinar os aspectos econômicos
e sociais com os ambientais, em busca tanto da preservação do meio ambiente,
como também de formas mais racionais de utilização dos recursos naturais, com
vistas à preservação das gerações futuras. A pauta da política ambiental interna-
cional precisava, portanto, ser redefinida. O principal documento que representou
esses esforços foi o Relatório Bruntland – mais conhecido como Nosso Futuro
Comum – de 1987, por meio da iniciativa do Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (Pnuma) (SOUSA, 2010).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de não aplicação das penas, desde que o infrator recupere o dano, ou, de outra
forma, pague sua dívida à sociedade. Esperou-se com essa Lei que órgãos ambien-
tais e Ministério Público pudessem contar com um instrumento a mais que lhes
garantisse agilidade e eficácia na punição dos infratores do meio ambiente.
Em 2002, foi realizada em Johannsburg, África do Sul, a Conferência
Ambiental Rio +10. Essa conferência objetivou dar continuidade à discussão
iniciada pela ECO-92. A discussão incidiu sobre ações mais voltadas à erradica-
ção da pobreza, globalização e questões energéticas, tais como o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL) e o Protocolo de Kyoto, bem como às mudan-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ças climáticas, entre outrAs.
A Rio+10 reconheceu a importância e a urgência da adoção de energias reno-
váveis em todo o planeta e considerou legítimo que os blocos regionais de países
estabelecessem metas e prazos para cumpri-las. No entanto, não conseguiu fixá-
-las para todos os países, o que foi uma derrota, atenuada apenas pela decisão de
que o progresso na implementação de energias renováveis fosse revisto periodi-
camente pelas agências e instituições especializadas das Nações.
Em 2010, depois de 21 anos de tramitação no Congresso Nacional, a lei que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi sancionada, no dia
02 de agosto de 2010, em Brasília. Com a sanção da PNRS, o país passa a ter
um marco regulatório na área de Resíduos Sólidos. A lei faz a distinção entre
resíduo (lixo que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o que não é pas-
sível de reaproveitamento), além de se referir a todo tipo de resíduo: doméstico,
industrial, da construção civil, eletroeletrônico, lâmpadas de vapores mercuriais,
agrosilvopastoril, da área de saúde e perigosos.
A PNRS instituiu o princípio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo
de vida dos produtos, incluiu a chamada logística reversa, que se constitui em um
conjunto de ações para facilitar o retorno dos resíduos aos seus geradores, a fim
de que sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos e estabeleceu prin-
cípios para a elaboração dos Planos Nacional, Estadual, Regional e Municipal de
Resíduos Sólidos. Ainda propiciou oportunidades de cooperação entre o poder
público federal, estadual e municipal, o setor produtivo e a sociedade em geral.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
©shutterstock
em seu art. 225, “todos têm direito
ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qua-
lidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gera-
ções.” Com isso, o meio ambiente
tornou-se direito fundamental do
cidadão, cabendo tanto ao governo
quanto a cada indivíduo o dever de
resguardá-lo.
O licenciamento é também um dos instrumentos da Política Nacional do
Meio Ambiente (PNMA), cujo objetivo é agir preventivamente sobre a prote-
ção do bem comum do povo, qual seja o meio ambiente, e compatibilizar sua
preservação com o desenvolvimento econômico-social, essenciais para a socie-
dade. São direitos constitucionais (TCU, 2007).
O conceito de Licenciamento Ambiental pode ser definido como:
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabeleci-
mentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados
efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qual-
quer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio
licenciamento por órgão estadual competente, integrante do Sistema
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - Ibama, em caráter
supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. (LEI 6.938/81, art.
10).
Licenciamento Ambiental
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ autorização para queimada controlada em práticas agropastoris e flores-
tais (Lei 4.771/65, art. 27 e Decreto 2.661/98);
■■ concessões das agências reguladoras, por exemplo autorização para explo-
ração, de centrais hidrelétricas até 30MW (Resolução ANEEL 395/98) e
autorização para implantação, ampliação ou repotenciação de centrais
geradoras termelétricas, eólicas e de outras fontes alternativas de energia
(Resolução ANEEL 112/99).
Licenciamento Ambiental
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O ideal é que esse prazo termine ao mesmo tempo dos programas de controle
ambiental, o que possibilitará melhor avaliação dos resultados, bem como a con-
sideração deles no mérito da renovação da licença. No entanto, o órgão ambiental
poderá estabelecer prazos de validade específicos para a licença de operação
de empreendimentos que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a
encerramento ou modificação em prazos inferiores (TCU, 2007).
A renovação da LO deverá ser requerida pelo empreendedor com antece-
dência mínima de 120 dias do prazo de sua expiração. Caso o órgão ambiental
não conclua a análise nesse prazo, a licença ficará automaticamente renovada
até sua manifestação definitiva. Na renovação da licença de operação, é facul-
tado ao órgão ambiental, mediante justificativa, aumentar ou reduzir seu prazo
de validade, mantendo os limites, mínimo e máximo, entre quatro e dez anos.
A decisão será tomada com base na avaliação do desempenho ambiental da ati-
vidade no período anterior.
A licença de operação possui três características básicas:
1. é concedida após a verificação, pelo órgão ambiental, do efetivo cumpri-
mento das condicionantes estabelecidas nas licenças anteriores (prévia
e de instalação);
2. contém as medidas de controle ambiental (padrões ambientais) que ser-
virão de limite para o funcionamento do empreendimento ou atividade;
3. especifica as condicionantes determinadas para a operação do empre-
endimento, cujo cumprimento é obrigatório, sob pena de suspensão ou
cancelamento da operação (TCU, 2007).
ESTUDOS AMBIENTAIS
Estudos Ambientais
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da AIA só foram estabelecidos a partir da Resolução Conama 01/86.
A necessidade do EIA para o licenciamento é reforçada pela Constituição
Federal de 1988, em seu artigo 225, parágrafo 1º, e incumbiu ao Poder Público
“exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou de atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade”. Além disso, segundo o art. 3º da Resolução
Conama 237/97, todas as atividades e empreendimentos considerados, efetiva
ou potencialmente, causadores de significativa degradação do meio ambiente,
dependerão de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e de respectivo Relatório de
Impacto Sobre o Meio Ambiente (RIMA).
Para identificar atividades e empreendimentos que demandam o EIA, a
Resolução Conama 01/86 apresentou uma lista com alguns deles considerados
potencialmente causadores de significativo impacto ambiental. Vale ressaltar que
essa lista é apenas exemplificativa, por isso poderá ser ampliada, mas não reduzida.
Cabe destacar que o inciso IV, § 1º do art. 225, da Constituição Federal de
1988, não tornou o EIA exigível em todos os casos, permitindo àqueles rela-
cionados ao empreendimento ou atividade não “potencialmente causadora de
significativa degradação ambiental” a possibilidade de dispensa da realização
desse estudo. Isso não significa que a Carta Magna tenha dispensado o órgão
licenciador, competente de proceder a Avaliação do Impacto Ambiental (AIA),
do empreendimento a ser licenciado por meio de outros estudos ambientais.
Nesses casos, quando o impacto ambiental de determinada atividade for
considerado não significativo, o órgão ambiental competente poderá deman-
dar, como subsídio ao processo decisório, outros estudos ambientais que não o
EIA, tais como relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, rela-
tório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de
recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.
Assim, a Resolução Conama 237/97, no parágrafo único de seu art. 3º,
assevera que “o órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou
empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação
do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo pro-
cesso de licenciamento”. Dessa forma, quando da solicitação de licença prévia,
ou da regularização de empreendimento em fase de instalação, ou de operação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Estudos Ambientais
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA)
De acordo com o art. 6º da Resolução Conama 237/97, o EIA deve ser composto
obrigatoriamente por quatro seções:
Estudos Ambientais
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tes, emissões, resíduos de energia, e os empregos diretos e indiretos a
serem gerados;
III. a síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico ambiental da área
de influência do projeto;
IV. a descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e opera-
ção da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes
de tempo de incidência dos impactos, indicando métodos, técnicas e
critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação;
V. a caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,
comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alter-
nativas e a hipótese de sua não realização;
VI. a descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em
relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não pude-
ram ser evitados e o grau de alteração esperado;
VII. o programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
VIII. a recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e
comentários de ordem geral).
Estudos Ambientais
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ PARCELAMENTO DO SOLO.
■■ ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS.
■■ PROJETO AGRÍCOLA.
■■ CRIAÇÃO DE ANIMAIS.
■■ PROJETOS DE ASSENTAMENTOS E COLONIZAÇÃO.
■■ USO DE RECURSOS NATURAIS.
■■ SILVICULTURA.
■■ EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DA MADEIRA OU LENHA E
SUBPRODUTOS FLORESTAIS.
■■ ATIVIDADE DE MANEJO DE FAUNA EXÓTICA E CRIADOURO DE
FAUNA SILVESTRE.
■■ UTILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO GENÉTICO NATURAL.
■■ MANEJO DE RECURSOS AQUÁTICOS VIVOS.
■■ INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS E/OU GENETICAMENTE
MODIFICADAS.
■■ USO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA PELA BIOTECNOLOGIA.
■■ OUTRAS ATIVIDADES QUE, POR SUAS CARACTERÍSTICAS, SEJAM
CONSIDERADAS EFETIVA OU POTENCIALMENTE POLUIDORAS,
OU QUE POSSAM CAUSAR DEGRADAÇÃO AMBIENTAL (TCU,
2007).
Vejamos alguns exemplos de políticas públicas que fazem parte do nosso coti-
diano e interferem diretamente em nosso modo de vida, como é o caso da Política
Nacional de Resíduos Sólidos e o Código Florestal Brasileiro.
Promulgada no dia 2 de agosto de 2010, após amplo debate com governo, uni-
versidades, setor produtivo e entidades civis, a Política Nacional de Resíduos
Sólidos impulsiona o retorno dos produtos às indústrias após o consumo e obriga
o poder público a realizar Planos para o gerenciamento do lixo.
“O poder público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela
efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional
de Resíduos Sólidos (...)” (BRASIL, 2010).
No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana (...)
adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutili-
záveis e recicláveis (...), estabelecer sistema de coleta seletiva, (...) dar
disposição final ambientalmente adequada aos rejeitos (...) (BRASIL,
2010).
Pela nova lei, os governos municipais e estaduais teriam prazo de dois anos para
elaborar um plano de resíduos sólidos, com diagnóstico da situação do lixo e
metas para redução e reciclagem, além de dar um fim aos lixões e buscar solu-
ções consorciadas com outros municípios.
Até o dia 03 de agosto de 2014, os municípios tiveram de se adaptar à Política
de Resíduos Sólidos, que proíbe os lixões a céu aberto e o descarte de resíduos
que possam ser reciclados ou reutilizados. No lugar deles, devem ser criados
aterros controlados ou aterros sanitários.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os dados do Panorama 2013 sobre a destinação final dos resíduos coletados
indicaram que 58,3% seguiram para aterros sanitários nesse ano. Essa situação
manteve-se inalterada em relação ao panorama de 2012. A outra parte, que equi-
vale a 41,7% do que é coletado, é encaminhada para lixões e aterros controlados,
que pouco diferenciam dos lixões, em termos de impacto ambiental.
Nessa análise realizada pela ABRELPE, a destinação inadequada de RSU
ainda é uma prática presente em todas as regiões brasileiras e 3.344 municípios
- correspondentes a 60% do total - ainda fizeram uso, no ano 2013, de locais ina-
dequados para destinação final dos resíduos coletados.
A coleta seletiva é a etapa mais importante para que vários tipos de resí-
duos sigam o caminho para a reciclagem ou destinação final correta. No Brasil,
em 2013, constatou-se que 62% dos municípios apontaram alguma iniciativa de
coleta seletiva, que muitas vezes são apenas alguns locais esporádicos de entrega
voluntária em locais públicos, ou convênios com cooperativas de catadores pouco
estruturadas, que não abrangem a totalidade do território ou da população do
município (Figura 20).
Figura 20: Distribuição dos municípios com iniciativas de Coleta Seletiva em 2013 (%)
Fonte: Pesquisa ABRELPE (2013).
A existência desse plano de resíduos sólidos, que será simplificado nas cida-
des com menos de 20 mil habitantes, é condição para o acesso a recursos da
União. Terão prioridade às fontes financeiras do governo federal os municípios
que implantarem coleta seletiva com participação de cooperativas de catadores.
No caso do governo federal, a lei obriga a elaboração de um plano nacional
com horizonte de duas décadas, atualizado a cada quatro anos, sob coordena-
ção do Ministério do Meio Ambiente.
Antes Depois
• Municípios farão plano de metas
sobre resíduos com participação dos
• Falta de prioridade para o lixo urbano
catadores
• Existência de lixões na maioria dos
• Os lixões precisam ser erradicados
municípios
em 4 anos
• Resíduo orgânico sem aproveitamen-
• Prefeituras passam a fazer a compos-
to
tagem
• Coleta seletiva cara e ineficiente
• É obrigatório controlar custos e me-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dir a qualidade do serviço
Fonte: <http://cempre.org.br/artigo-publicacao/artigos>.
Antes Depois
• Catadores reduzem riscos à sáude e
• Exploração por atravessadores e
aumentam renda em cooperativas
riscos à sáude
• Cooperativas são contratadas pelos
• Informalidade
municípios para coleta e reciclagem
• Problemas de qualidade e quantida-
• Aumenta a quantidade e melhora a
de dos materiais
qualidade da matéria-prima reciclada
• Falta de qualificação e visão de
• Trabalhadores são treinados e capaci-
mercado
tados para ampliar produção
Fonte: <http://cempre.org.br/artigo-publicacao/artigos>
“As embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização
ou a reciclagem” (BRASIL, 2010). Por intermédio da reciclagem, determinados
materiais, muitas vezes reconhecidos como lixo, podem ser reutilizados como
matéria-prima para a fabricação de novos produtos. A figura 21 apresenta os
índices de reciclagem disponíveis para alumínio, papel e plástico. Os índices
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
©shutterstock
Atualmente, 13% dos resíduos urbanos são reciclados, mas o potencial para
reciclagem é muito maior. Um recente estudo do Instituto de Pesquisa Eco-
nômica e Aplicada (IPEA), do governo federal, indicou que o país perde anu-
almente R$ 8 bilhões por enterrar materiais recicláveis que podem voltar à
produção industrial.
Parte extraída da reportagem disponível em:
<http://cempre.org.br/artigo-publicacao/artigos>
Fonte: CEMPRE. Compromisso Empresarial Para Reciclagem. Review 2013.
Um panorama reciclagem no Brasil. Disponível em: <http://cempre.org.
br/artigo-publicacao/artigos>. Acesso em: 20 abr. 2015.
Antes Depois
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Antes Depois
• Consumidor fará separação mais
• Não separação do lixo reciclável nas
criteriosa nas residências
residências
• Campanhas educativas mobilizarão
• Falta de informação
moradores
• Falhas no atendimento da coleta
• Coleta seletiva melhorará para reco-
municipal
lher mais resíduos
• Pouca reivindicação junto às autori-
• Cidadão exercerá seus direitos junto
dades
aos governantes
Fonte: <http://cempre.org.br/artigo-publicacao/artigos>
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com geração de metano como produto metabólico e a incineração con-
trolada do lixo. A fermentação – decomposição da matéria orgânica – é
geralmente feita em biodigestores ou em aterros sanitários munidos de
sistema de dutos de coleta do biogás, um conjunto de gases gerados por
essa decomposição. O biogás possui entre 50% e 70% de metano, que
tem poder calorífico, isto é, pode ser queimado para gerar energia. No
caso da incineração, a energia é gerada por meio da queima completa
dos resíduos. Esse processo produz monóxido de carbono, que também
apresenta poder calorífico. Em ambos os casos, é possível não apenas
gerar energia a partir do lixo, mas também utilizar a redução das emis-
sões de gases de efeito estufa para negociar certificados de créditos de
carbono com valor no mercado financeiro, de acordo com o Protocolo
de Kyoto (BUENO, 2008).
Em 25 de maio de 2012, foi aprovado o Novo Código Florestal Brasileiro, pela Lei
12.651. O Novo Código apresentou algumas alterações para que ficasse condi-
zente com o que se deseja em relação à legislação ambiental brasileira. Continua
no novo código a obrigação do proprietário de manter em sua propriedade pri-
vada as Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL), a fim de
proteger o meio ambiente natural, porém a forma de fiscalização dessas foi alte-
rada, sendo agora necessário o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
De acordo com Zakia e Pinto (2013), os conceitos fundamentais de APP e
RL foram mantidos. Com algumas exceções, os requisitos para o cumprimento
das APPs e das RLs também se mantiveram. Portanto, a expansão de novas áreas
de produção deve contemplar a proteção das florestas, contudo, flexibilizou-se o
cumprimento da Lei quanto às novas formas de contabilização de áreas de RL e
APP e novas formas de compensação de RL, especialmente em função do tama-
nho da propriedade.
Ainda segundo os autores supracitados, dependendo do tamanho do imó-
vel rural, essa lei tem aplicações diferenciadas. Segundo a legislação fundiária
brasileira, os imóveis rurais podem ser:
■■ Minifúndios: imóveis rurais com área inferior a 1 (um) módulo fiscal.
■■ Pequenas propriedades: imóveis rurais de área entre 1 (um) e 4 (quatro)
módulos fiscais.
■■ Médias propriedades: imóveis rurais com área entre 4 (quatro) e 15
(quinze) módulos fiscais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O Art. 3o da referida Lei apresenta o conceito de diversas áreas ambien-
tais, ou termos utilizados nos dispositivos de seu conteúdo. Assim, destacamos
alguns desses conceitos:
Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental
de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a bio-
diversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar
o bem-estar das populações humanas.
O artigo 4º apresenta como locais considerados como Área de Preservação
Permanente, em zonas rurais ou urbanas:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermi-
tente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura
mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros
de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a
50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a
200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzen-
tos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura supe-
rior a 600 (seiscentos) metros;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura
mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20
(vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TAMANHO DA PROPRIEDADE
MÓDULOS FISCAIS
(IMÓVEL RURAL)
Até 1 >1a2 >2a4 > 4 a 10 > 10
Rios com largura de: Qualquer Qualquer Qualquer
10 m Todos
Largura Largura Largura
De 30 a 100 m
Rios 5m 9m 15 m 20 m em função da
Obrigação
largura do rio
mínima de
recompor a Nascentes 15 m 15 m 15 m 15 m 15 m
APP: Lagoas e lagos 5m 9m 15 m 30 m 30 m
Veredas 30 m 30 m 30 m 50 m 50 m
Quadro 13 - Faixas mínimas e obrigatórias de recomposição de APP hídricas naturais para áreas
convertidas até 22 de julho de 2008
Fonte: FAEP (2012).
RESERVA LEGAL
De acordo com o artigo 3o da referida Lei, considera-se Reserva Legal: área loca-
lizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do
art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos
recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos
processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o
abrigo e proteção de fauna silvestre e flora nativa.
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação
nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as
Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos
em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei:
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
- Todo imóvel rural que tenha área de Reserva Legal em extensão in-
ferior ao estabelecido, poderá regularizar sua situação, independente-
mente da adesão ao PRA, (ou seja, pode começar agora).
1. plantio;
II. a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a 50%
(cinquenta por cento) da área total a ser recuperada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conservação de domínio público pendente de regularização fundiária;
Manejo sustentável
Administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos,
sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossis-
tema objeto do manejo e se considerando, cumulativa ou alternativamente, a
utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e
subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
serão suspensas, a partir da publicação do Novo Código e enquanto o proprie-
tário que aderiu ao PRA estiver cumprindo o termo de compromisso.
11) Desde que o produtor cumpra os prazos e as condições estabelecidas no
termo de compromisso, as multas serão consideradas convertidas em serviços
de melhoria ou recuperação da qualidade do meio ambiente.
12) O Novo Código autoriza o Governo Federal a instituir um programa de
apoio à conservação do meio ambiente. O programa poderá fazer pagamentos
em retribuição a serviços ambientais, tais como o sequestro de carbono, a con-
servação das águas e da biodiversidade e a manutenção de APPs e Reserva Legal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. As políticas públicas tiveram seu surgimento em diferentes épocas, dentro de
diferentes países. A política ambiental brasileira nasceu e se desenvolveu nos
últimos quarenta anos. Comente sobre o surgimento dela em nosso país e sobre
como estava fundamentada.
2. O licenciamento ambiental tem como objetivo agir preventivamente sobre a
proteção do meio ambiente e compatibilizar sua preservação com o desenvolvi-
mento econômico-social, essenciais para a sociedade. Dessa forma, defina licen-
ciamento e licença ambiental.
3. Como ferramentas do licenciamento ambiental, têm-se as licenças ambientais e
os estudos ambientais. Os últimos, requeridos para atividades que apresentem
reais ou potenciais impactos sobre o meio ambiente. Nesse sentido, descreva
sobre os principais estudos ambientais e caracterize-os.
MATERIAL COMPLEMENTAR
<http://codigoflorestal.sistemafaep.org.br/wp-content/uploads/2012/11/novo-codigo-
florestal.pdf>
<http://www.aci-scs.org.br/uploads/conteudo/386/NOVO%20CODIGO%20
FLORESTAL%20-%20RESUMO.pdf>
Para saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo indicado e satisfaça algumas
curiosidades a respeito dele. Bom filme!
<http://www.haztec.com.br/ambiental/index.php/
globonews-cidades-e-solucoes-lixo-se-torna-alternativa-de-energia-no-brasil>
Para você entender melhor o assunto, leia a formulação da lei na íntegra pelo site:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>
Para você, que é curioso, entender melhor a diferença entre aterro e lixão, assista ao
vídeo indicado no site:
<http://globotv.globo.com/editora-globo/revista-epoca/v/
como-funciona-um-aterro-sanitario/1738367>
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Assista ao vídeo: “Sopa Plástica: o Lixão do Oceano Pacífico”, no site indicado e reflita
sobre os apontamentos feitos a respeito da relação do ser humano com o seu meio:
<http://www.youtube.com/watch?v=XwvYzmk-NjY>
<http://www.abrelpe.org.br/>
Professora Dra. Cláudia Fabiane Meneguetti
Professora Dra. Edneia Aparecida de Souza Paccola
V
Professora Dra. Francielli Gasparotto
GESTÃO AMBIENTAL DE
UNIDADE
SUCESSO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar ao aluno uma visão ampla a respeito da importância das
ações socioambientais para as empresas, por meio da apresentação
de cases.
■■ Estimular o aluno a comparar as diferentes ações entre segmentos
diferenciados, de forma que este possa comparar os resultados
e formular sua própria opinião acerca das ações socioambientais
adotadas pelas organizações.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Gestão Ambiental de Sucesso
■■ Braskem
■■ Klabin
■■ Natura
■■ AmBev
■■ Walmart
■■ Coca-Cola
213
INTRODUÇÃO
Introdução
V
©iStock
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
GESTÃO AMBIENTAL DE SUCESSO
BRASKEM
Com escritórios nas Américas, Europa e Ásia e parcerias com clientes em mais
de 60 países, a Braskem é um importante player global no mercado de resinas
termoplásticas.
As soluções para os problemas sociais e ambientais que afligem o nosso
tempo vêm sendo muito discutidas pelas nações em todo o mundo,
mas naturalmente não há saídas simples ou únicas para este tema. No
entanto, não há dúvidas de que as empresas têm um papel importan-
te nesse cenário como geradoras de riquezas. A geração dessa riqueza
pode ser feita de forma responsável, tanto social quanto ambientalmen-
te. As empresas que assim o fizerem serão parte da solução.
(BRASKEM, 2002, online)
Braskem
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
- Programa Atuação Responsável: A Atuação Responsável busca aprimorar
a gestão ambiental das empresas químicas e da sua cadeia. Entre os itens obser-
vados, estão a segurança das unidades fabris, de seus processos e produtos, bem
como a preservação da saúde dos trabalhadores e proteção do meio ambiente.
- Pacto Global: A Braskem é signatária desde 2007 do Pacto Global, pro-
grama das Nações Unidas que visa fortalecer a aplicação da responsabilidade
social empresarial no mundo, e conta com a adesão de mais de 6 mil empresas.
Desde 2008, a Braskem integra o Comitê Brasileiro do Pacto Global.
- Carbon Disclosure Project (CDP): A Braskem apoia esta iniciativa lan-
çada em 2000, que tem o objetivo de coletar e publicar as emissões de gases de
efeito estufa de mais de 2.500 organizações, em 60 países. Desde 2008, a Braskem
reporta suas emissões de gases de efeito estufa para o CDP.
- Declaração Internacional de Produção mais limpa: A Braskem foi a pri-
meira empresa brasileira a assinar a declaração, em 2004. A declaração faz parte
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e tem por objetivo dis-
seminar políticas de produção ambientalmente limpas, bem como práticas de
produção e consumo mais sustentáveis.
- Global Reporting Initiative (GRI): As diretrizes propostas pela GRI orien-
tam o processo de elaboração de relatórios de sustentabilidade das empresas. A
metodologia GRI permite um reporte de informações com alto grau de consis-
tência, credibilidade e comparabilidade. O Relatório Anual e de Sustentabilidade
da Braskem evoluiu, em 2011, para o nível B+, e até 2015 deve evoluir para o
nível A+.
- Global Product Strategy (GPS): A Braskem lidera, na América Latina, este
Braskem
V
SEGURANÇA
- 2010: Registro dos produtos da > 2012 - 2015: liderar a im- Ser reconhecida
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Braskem no sistema europeu REA- plementação do GPS - Global como a referência
CH (Registration, Evaluation, Autho- Product Strategy na América em Seguranaça
rization and Restriction of Chemical Latina. química do traba-
Substances). Assumiu a Liderança, lho e processos
na America Latina, do Global no setor químico
> 2012 - 2015: promover a
Product Strategy, ligado ao ICCA mundial.
melhoria contínua do risk
(Internacional Council of Chemical
rating, índice de segurança
Associations). Iniciou a implanta-
de processos estabelecido
ção do Sistema de Excelência em
por companhias segurado-
Segurança, Saúde e Meio Ambiente
ras, de forma a alcançar, no
(Sempre) nas unidades adquiridas
mínimo, 90 pontos na média
da Sunoco Chemicals e Quattor.
da Braskem, com todas as
plantas above standard
- 2011:Submissão do Plano de (acima do padrão).
Implantação do GPS ao ICCA em
conjunto com a Abiquim e emissão
> 2014 - 2015: Identificar
dos safety summaries de 27 subs-
altenativas para substituição
tâncias e dos planos de controle,
de substâncias depletoras da
conforme GPS, de duas substâncias.
camada de ozônio.
Priorizada a evolução na gestão de
segurança de processos, através do
projeto varredura de riscos altos, > 2012 - 2015: manter está-
tendo sido analisados e implemen- vel a geração de resíduos e
tadas melhorias para 608 cenários permanecer como referência
de risco de processo, além disso foi no setor.
iniciada a implantação das Regras
de Ouro para fortalecer a disciplina
operacional.
Continuação Segurança
Braskem
V
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
- 2010: Passou a utilizar cana-de- > 2012 - 2015: Reduzir a Estar entre as
-açúcar como matéria-prima para a intensidade das emissões. melhores grandes
fabricação de eteno, o que evitará indústrias quí-
a emissão de até 750 mil toneladas micas do mundo
> 2012 - 2015: atingir e
por ano de CO2. em intensidade
manter a evolução do CDP
de emissões de
na dimensão “transparência”
Gases de Efeito
-2011: A evolução da gestão em e na dimensão “resultado”.
Estufa (GEE) e ser
permitiu a entrada da Braskem no
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um importante
índice Carbono Eficiente (ICO2)
> 2012 - 2015: obter os sequestrador de
da BM&FBovespa, a classificação
primeiros créditos de carbo- emissões de GEE
do inventário da Companhia na
no (Prazo: adiado devido à devido ao uso de
Categoria Ouro do GHG Protocol e
instabilidade do mercado de matérias-primas
a entrada da Braskem na categoria
carbono e queda de atrativi- renováveis.
Alta Transparência do CDP Carbon
dade dos créditos.)
Disclosure Project. Realizada a pri-
meira verificação externa indepen-
dente do inventário de emissões
de GEE.
- Fortalecimento do engajamento da
cadeia de Fornecedores nas questões
associadas a mudanças climáticas,
em alinhamento com iniciativas junto
com o CDP Supply Chain, CEBDS,
GVces, CNI
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Braskem
V
EFICIÊNCIA HÍDRICA
- 2012: Reduziu em 12% a gera- > 2012 - 2015: Continuar Continuar como
ção de efluentes em relação ao melhorando o índice de referência em uso
ano anterior. Entre 2002 e 2010, consumo de água e percen- de recursos hídricos
houve redução de 36% na gera- tual de reuso de água da na indústria química
ção de efluentes. Braskem. mundial e alcançar
o índice de reuso
maior que 40%.
- 2011: Atingimos o índice de > 2012-2015: dar conti-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
18% de reutilização de toda a nuidade aos projetos de
água consumida ao longo de remediação. O processo
2011, índice de 18% de reutiliza- de gestão de remediação
ção de àgua. No polo de Capuava, da Braskem tem o foco em
em São Paulo, foram iniciadas as prevenção de passivos e
obras do Projeto Aquapolo, em mitigação dos possíveis
parceria com a empresa Foz do problemas detectados. Os
Brasil e a Sabesp, para disponibili- projetos novos apresentam
zar água de reuso. mecanismos de melhorias
com eliminação de impac-
tos.
- 2012 Obtido o índice de geração
de efluentes líquidos de 1,18m3/t,
o melhor índice histórico desde
2002 e índice de reuso atingiu
24,3% com a partida dos projetos
de reuso de água Aquapolo em
São Paulo e Água Viva em Cama-
çari-BA.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Braskem
V
A ACV na Braskem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
São três os focos de nossos estudos:
KLABIN
para serrarias e laminadoras; a de papéis (papel Kraft, papel cartão e papel reci-
clado); e a de conversão, com a produção de embalagens de papelão ondulado
e sacos industriais.
O desenvolvimento sustentável orienta a gestão da empresa, que busca cres-
cimento integrado e responsável, unindo rentabilidade, desenvolvimento social e
compromisso ambiental. A Klabin fez parte em 2014 do Índice de Sustentabilidade
Empresarial (ISE), da BM&FBovespa, além de ser signatária do Pacto Global
da ONU e do Pacto Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, buscando
fornecedores e parceiros de negócio que sigam os mesmos valores de ética,
transparência e respeito aos princípios de sustentabilidade. Em 1998, a empresa
recebeu a certificação FSC® - Forest Stewardship Council®, atestando gestão que
conserva os recursos naturais, proporciona condições justas de trabalho e esti-
mula boas relações com a comunidade.
A companhia conta ainda com um Programa de Fomento Florestal, iniciativa
que busca ampliar e diversificar a renda nas comunidades em que atua a partir
da formação de florestas plantadas em propriedades rurais. A atividade auxilia
na fixação dos agricultores na terra, promovendo a recuperação da vegetação e
o estabelecimento de diferentes tipos de cultivos. O programa já beneficiou 19
mil produtores rurais e distribuiu mais de 160 milhões de mudas.
Klabin
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A Klabin desenvolve suas atividades florestais e industriais com base no conceito
de Desenvolvimento Sustentável, para garantir a biodiversidade e o equilíbrio
dos ecossistemas das regiões onde atua, como é o caso do fechamento do ciclo
da reciclagem.
A Klabin conduz de forma multidisciplinar sua gestão de sustentabilidade,
utilizando-se das melhores práticas nas atividades operacionais, o respeito aos
direitos humanos, o desenvolvimento das comunidades e dos colaboradores, a
utilização racional dos recursos naturais e o cumprimento de critérios éticos e
legais. A empresa alega que todos os seus níveis hierárquicos estão envolvidos na
estrutura de governança, assegurando o sucesso de seu modelo de gestão. Para
afirmar que os conceitos da sustentabilidade sejam abrangidos nas tomadas de
decisão e na gestão da Companhia, existe um Comitê de Sustentabilidade com
essa função, formado por representantes da Diretoria Executiva e por um membro
externo. A empresa estabeleceu em 2013 os desafios e diretrizes para os próximos
anos, por intermédio da preparação do documento a Visão de Sustentabilidade.
Segundo a Klabin, a política de sustentabilidade da empresa envolve os
seguintes princípios, que são considerados em todas as atividades relativas aos
seus produtos e serviços:
- Buscar a qualidade competitiva, visando à melhoria sustentada dos
seus resultados, aperfeiçoando continuamente os processos, produtos e
serviços para atender às expectativas dos clientes, colaboradores, acio-
nistas, comunidade e fornecedores.
segurança.
Klabin
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 22: Investimentos e gastos ambientais da Klabin em 2013
Fonte: Relatório de Sustentabilidade Klabin (2013).
Meta médio
Meta Resultado Meta
Objetivo prazo (3 a 5
2013 2013 2014
anos)
190 kg 201,6 kg 205 Kg CO2 185 Kg CO2 eq/t
Reduzir emissões de gases de efeito
CO2 eq/t CO2 eq/t eq/t papel papel (Klabin
estufa(1)
papel papel (Klabin S.A) S.A)
Reduzir
Reduzir emissões diretas absolutas de 442.800 t
- 0,5% (Kla- -
gases de efeito estufa de CO2 eq
bin S.A)
40 m3 t/ 37,02 m3 t/ 39 m3 t/
Reduzir consumo de água(2) 38 m3 t/papel
papel papel papel
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Klabin
V
Energia direta e
2010 2011 2012 % 2013 %
indireta (GJ/ano)
Fontes Renová-
79,97% 79,80%
veis
Licor preto 14.067.186 14.442.191 19.161.973 47.94% 19.089.867 46.63%
Biomassa 10.860.711 12.250.109 12.045.455 30,14% 12.825.020 31,33%
Energia elétrica
761.023 761.340 753.648 1,89% 755.234 1,84%
própria (hidráulica)
Fontes não reno-
12.09% 12.29%
váveis
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Gás natural 1.236.245 1.344.699 1.169.165 2.93% 1.224.675 2.99%
Óleo combustível 6.020.728 5.325.550 3.371.850 8.44% 3.483.306 8.51%
Óleo diesel 11.238 9.564 2.719 0.01% 2.318 0.01%
GLP 286.243 276.689 285.223 0.71% 321.724 0,79%
Energia elétrica
7.95% 7.91%
adquirida
Energia elétrica
3.247.174 3.089.286 3.177.194 7.95 3.239.039 7.91%
adquirida
Total 36.490.548 37.499.428 39.967.227 100% 40.941.183 100%
Quadro 15 - Consumo de energia indireta discriminado por fonte de energia primária (GJ/ano).
Fonte: Relatório de Sustentabilidade Klabin (2013)
Nos Quadros 16, 17, 18 e na Figura -23 são apresentados dados referentes
aos materiais usados nos processos produtivos das empresas; consumo de água;
qualidade da água e dos resíduos gerados pela Companhia. Esses números refle-
tem a governança e a preocupação ambiental da empresa e a melhoria de seus
números relativos à área ambiental.
Klabin
V
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Qualidade dos efluentes Klabin Papéis
Demanda Química
de Oxigênio (DQO) 192,94 198,65 142,70 167,08
(mg/l)
Demanda Bioquí-
mica de Oxigênio 47,22 35,84 18,80 28,19
(DBO) (mg/l)
Quadro 18 - Consumo total de água, por qualidade e destinação, e qualidade de efluentes
Fonte: Relatório de Sustentabilidade Klabin (2013).
Figura 23: Distribuição de resíduos perigosos e não perigosos gerados pela Klabin, em 2013
Fonte: Relatório de Sustentabilidade Klabin (2013).
NATURA
A Natura é uma marca de origem brasileira, nascida das paixões pela cosmé-
tica e pelas relações, presente em sete países da América Latina e na França. No
Brasil, é a indústria líder no mercado de cosméticos, fragrâncias e higiene pes-
soal, assim como no setor da venda direta. Desde 2004, é uma companhia de
capital aberto, com ações listadas no Novo Mercado, o mais alto nível de gover-
nança corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
A Natura se intitula uma empresa ambientalmente responsável por gerenciar
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Natura
V
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Figura 24: Comparação entre os números obtidos em 2009 e em 2013, pela Natura, em diferentes áreas
Fonte: Relatório Natura, 2013.
Em 2006, para cada quilo de produto faturado pela Natura, era gerado
o equivalente a 4,18 kg de CO2. Em 2013, esse índice caiu 33,2%, che-
gando a 2,79 kg de CO2 e/quilo de produto faturado. Com essa redu-
ção, a empresa alcança o compromisso assumido em 2007 de reduzir
um terço das suas emissões relativas de carbono, considerando todo o
ciclo de vida do produto – da extração da matéria-prima até o descarte
das embalagens pelo consumidor.
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Natura
V
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Adoção de álcool orgâ- na frota de força de energia com geradores criar novo produto.
nico na perfumaria. vendas. em Cajamar (SP). Nova diretriz: decisões
Otimização de embala- sobre lançamento devem
gens e ampliação do uso priorizar impacto menor
de materiais reciclados. ou similar ao de produtos
equivalentes.
a visão da empresa: nossas marcas e produtos, nossa rede e nossa gestão e orga-
nização, e por meio deles foram estabelecidas as diretrizes a serem seguidas até
2050 e as ambições públicas para 2020. Confira a seguir cada uma dessas ambi-
ções/áreas apresentadas pela Natura:
Marcas e Produtos:
Formulação
Embalagens
Carbono
Resíduos
- implementar um sistema de logística reversa que permita coletar, em
toneladas equivalentes, 50% da quantidade de resíduos gerados pelas
embalagens.
Natura
V
Sociodiversidade
Água
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Energia
Rede de relações:
Consultoras
Comunidades
Fornecedores
Gestão e organização
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Modelo de gestão
Natura
V
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efeito estufa, riscos à saúde humana
Natura
V
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de produção dos sabonetes. Com isso, será possível triplicar a produção desse
item até 2015, ampliar o uso de insumos e reduzir custos pela concentração do
processo industrial próximo à cadeia de fornecimento.
A região ganha uma operação de maior valor agregado, fomentando a economia
local com novas oportunidades de negócio e geração de emprego. Além da Natura, o
fabricante internacional de fragrâncias e matérias-primas Symrise já confirmou sua ins-
talação no Ecoparque (RELATÓRIO NATURA, 2013).
TABELA AMBIENTAL
Os produtos da Natura vêm com uma tabela (Figura 25) constando todas as infor-
mações referentes aos produtos para conferir transparência sobre os impactos de
todos os produtos e embalagens, incentivando o consumo consciente.
Natura
V
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O Programa Carbono Neutro está dividido em três momentos que orientam
as ações de melhoria contínua e aperfeiçoamento dos processos. Para cada um
desses momentos, identificamos uma oportunidade de potencializar essa atuação.
O programa da natura tem como desafio atuar em toda a cadeia de negó-
cios, da produção de matéria-prima à destinação pós-consumo, por isso, sempre
busca alternativas de melhoria dessa eficiência para garantir o sucesso do negó-
cio, evitando que as emissões de gás carbônico da empresa cresçam proporcionais
às operações.
O programa Carbono Neutro está dividido em três momentos: Inventário,
Redução e Compensação, que orientam as ações da empresa na busca pela
ções da empresa.
3. Compensação: Apoio a projetos de compensação para neutralizar as emis-
sões que não puderam ser evitadas. Resume-se em projetos de compensação
que necessariamente apresentem benefícios ambientais e sociais. A organização
neutraliza as emissões de toda a cadeia, por isso é possível afirmar que todos os
produtos desta são carbono neutro. (NATURA, 2008, online)
AMBEV
Ambev
V
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um mês cerca de 580 mil pessoas, mais do que a população de Florianópolis (SC).
As unidades que produzem exclusivamente refrigerantes têm índices expressiva-
mente baixos. Sapucaia (RS), por exemplo, consome apenas 1,53 litros de água
para cada litro produzido. A unidade de Jundiaí (SP), 1,55 litros e a Curitibana
(PR), 1,56 litros.
Foram adotadas fontes renováveis de energia desde 2003, visto que 27% da
nossa matriz energética são compostas de combustíveis provenientes de fontes
renováveis. O uso de biomassa, biogás e gás natural, em substituição ao óleo
combustível, reduziu, em cinco anos, 35% a emissão de CO2 na atmosfera - o
que equivale ao plantio de 1,6 milhões de árvores.
Graças à prática, a Ambev é a primeira indústria de bebidas apta a negociar
crédito de carbono com certificação da ONU, alinhada ao Protocolo de Kyoto,
com a prática da Filial Viamão. Esse conjunto de práticas também traz resul-
tados financeiros positivos. Em 2009, a Ambev reaproveitou 98,2% de todo o
subproduto gerado no processo de fabricação de bebidas das fábricas, gerando
uma receita extra de R$ 78,8 milhões.
Algumas das ações ambientais da AmBev: tratamento da água utilizada nos
processos produtivos, que garante uma água de ótima qualidade e é devolvida
a natureza; estações de tratamentos de efluentes industriais; reciclagem de cas-
cos; reciclagem de plástico.
MOVIMENTO CYAN
PROJETO BACIAS
O Movimento Cyan, realizado pela Ambev, engloba o Projeto Baciais, que tem
como objetivo recuperar e preservar bacias hidrográficas de destaque do Brasil.
Por exemplo, na região de Jaguariúna (SP), esse projeto é desenvolvido em con-
junto com a ONG The Nature Conservancy, que tem por finalidade incentivar
agricultores a desenvolverem práticas de conservação nas suas propriedades, por
meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) (AMBEV, 2015).
Ambev
V
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CONHEÇA AS METAS DA AMBEV PARA 2017:
Reduzir o consumo interno Trabalhar em parceria com Junto com parceiros locais,
de água para um índice de stakeholders locais para participar de medidas que
3,2 litros para cada litro de melhorar a gestão de água protejam os mananciais
bebida envasado em regiões-chave de culti- de todos os ponto estraté-
vo de cevada gicos onde temos insta-
lações fabris em 7 países,
incluindo o Brasil
AMBEV RECICLA
Por meio do programa, houve a criação da primeira PET 100% reciclada do Brasil,
a do Guaraná Antarctica. A empresa apoia cooperativas de reciclagem em todo o
país. Com ações assim, o Ambev Recicla beneficia consumidores, cooperativas,
a sociedade e o meio-ambiente. O programa reúne todas as nossas iniciativas
voltadas ao descarte correto de resíduos e à reciclagem de embalagens pós-con-
sumo, em linha com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Ambev
V
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Figura 27: Eixos de atuação dos projetos do Ambev Recicla
Fonte: AMBEV (online)
FÁBRICA VERDE
LOGÍSTICA VERDE
FROTA COMPARTILHADA
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A empresa, com esse projeto, compartilha sua frota com empresas parceiras,
como Unilever, JBS, JMacedo, Heinz e Stora Enso, que utilizam os caminhões
da Ambev quando estes estão no trajeto de volta dos Centros de Distribuição,
evitando que eles rodem vazios.
RENOVAÇÃO DA FROTA
A empresa renova sua frota em um ritmo cinco vezes maior do que o praticado
pelo mercado, gerando uma redução na emissão de CO2. Sua frota possui em
média 3,7 anos de idade e conta com o motor equipado de sistema para redu-
ção de emissões de poluentes.
Ambev
V
SISTEMA TRACKING
O sistema Tracking está instalado nos celulares fornecidos pela AMBEV a seus
motoristas. Esse sistema permite o acompanhamento das entregas, indicando
as que foram realizadas, mercadorias devolvidas e o motivo da devolução. Uma
equipe monitora em tempo real as entregas e controla se a rota ou as condições
foram mantidas. Tal sistema proporcionou nas rotas em que é utilizado uma
redução de 8% no tempo médio.
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WALMART
A rede foi fundada nos Estados Unidos, em 1962, com a abertura da primeira
loja de descontos Walmart em Rogers, no Arkansas. Dez anos depois, em 1972,
a empresa abriu capital na Bolsa de Valores, o que acelerou sua expansão. No
final dos anos 70, já contava com 276 lojas em 11 Estados. Em 1983, a empresa
abriu o primeiro Sam’s Club e, em 1988, o primeiro Supercenter. O Walmart se
transformou em uma empresa internacional em 1991, quando abriu o primeiro
Sam’s Club perto da Cidade do México. Pelo programa “Qualidade selecionada.
Origem Garantida”, desenvolvido pelo Walmart Brasil, você pode saber a pro-
cedência dos produtos que está levando para casa.
O programa “Qualidade selecionada. Origem Garantida” é mais uma ini-
ciativa do Walmart para atestar a qualidade de seus produtos e reforçar seu
compromisso com a sustentabilidade.
LOJAS ECOEFICIENTES
EMISSÕES DE CARBONO
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GESTÃO DE RESÍDUOS
Walmart
V
ESTAÇÕES DE RECICLAGEM
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Com 250 estações de reciclagem implantadas, o Walmart, em parceria com a
Coca-Cola, recebe em suas redes os resíduos de vidro, papel, papelão, plástico e
metal. Essas estações de reciclagem colaboram com a geração de trabalho e renda
para cooperativas de catadores que atuam em parceria com a rede.
COCA-COLA
ÁGUA
A meta do sistema Coca-Cola Brasil é reduzir o consumo de água dos seus pro-
cessos de produção até 2020. Para isso, a companhia assumiu a estratégia dos “3
R’s”, que contempla as seguintes frentes de atuação:
1. Reduzir: alcançar a meta de utilizar 1,5 litros de bebida produzida.
2. Repor: devolver para a natureza 100% da água utilizada na produção de
nossas bebidas.
3. Reciclar: estar 100% em conformidade com os parâmetros de tratamento
de efluentes.
A redução e otimização no uso de água na fabricação de inúmeros produ-
tos é uma política de qualidade de efluentes desde 1992. Atualmente,o Sistema
Coca-Cola Brasil utiliza 1,91 litros de água para cada litro de bebida produzido.
Coca-Cola
V
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REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA
EMBALAGENS SUSTENTÁVEIS
A Coca-Cola tem como meta reciclar 100% de suas embalagens. Para alcançar
tal meta, a companhia divulga a Política dos “3 R’s”, qual seja:
1. Reduzir: fomentando inovações tecnológicas que permitam a redução do
consumo de matérias-primas na produção das embalagens.
2. Reutilizar: ampliando a oferta de embalagens retornáveis.
3. Reciclar: gerando renda e impulsionando o aprimoramento da gestão de
cooperativas de catadores.
PRODUÇÃO DE EMBALAGENS
Coca-Cola
V
Bottle to Bottle, Plant Bottle e a nova Crystal Eco são embalagens sustentáveis.
Bottle to Bottle são garrafas feitas de PET reciclado de outras garrafas, as Plant
Bottle são embalagens feitas com 30% à base de cana de açúcar, uma fonte reno-
vável que diminui a emissão de CO2 e a dependência do petróleo. A Crystal Eco é
uma garrafa que pode ser retorcida depois de ser usada, ocupando menos volume.
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ENERGIA E CLIMA
PROJETO QUALIDADE DO AR
Outra iniciativa destacável são os caminhões que podem ser movidos 100%
a diesel de cana, adotados incialmente pela “Rio de Janeiro Refrescos”, fabricante
de produtos Coca-Cola no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, em um projeto
piloto. O diesel de cana é de origem 100% renovável se estima que a redução de
gases de efeito estufa com o seu uso supere os 90% quando comparado ao uso
do diesel fóssil.
Coca-Cola
V
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que tem sido firmado e divulgado por muitas empresas nos mais diversos setores.
O empresário, atualmente, já percebeu que ganho ambiental é ganho empre-
sarial, ou seja, não é preciso deixar de investir em ações socioambientais para
manter o seu lucro. Pelo contrário, as ações socioambientais estão passando a
fazer parte com mais afinco das gestões das organizações que já se deram conta
de que meio ambiente é um bom negócio e que essa pauta não deve ser descon-
siderada no seu planejamento.
Quando a empresa opta pelo uso mais eficiente de energia, reduz seu custo
no processo produtivo. Quando mantém um ambiente de trabalho sem ruídos,
faz com que seus funcionários fiquem mais produtivos. Pequenas atitudes que
não agridem o meio ambiente tornam uma empresa socialmente responsável e
isso já está sendo valorizado e utilizado como ferramenta ou critério de escolha
pelos consumidores mundo afora.
De qualquer maneira, o consumidor está mais atento, mais exigente e valo-
rizando iniciativas que tenham impactos positivos não somente em sua vida,
no meio ambiente, mas no contexto social como um todo. Portanto, as empre-
sas devem ficar atentas às Oportunidades Socioambientais, uma vez que meio
ambiente, além de compromisso com o futuro do planeta, está sendo encarado
como estratégia empresarial, relacionado ao aumento da lucratividade empre-
sarial. Pensemos nisso!
Reconhecendo-se que uma empresa é formada não só por ativos tangíveis, mas tam-
bém por intangíveis, que a ela agregam valor, percebe-se que estes podem ser frutos
de atividades desenvolvidas pela empresa, incluindo-se aquelas voltadas à sociedade
em que está inserida. Dessa forma, constata-se que as ações sócio-ambientais, cada vez
mais importantes no contexto organizacional, vêm contribuindo para a formação de
uma boa imagem para a empresa. Este artigo buscou mostrar a relação dessas ações
como ativos intangíveis em uma empresa do ramo de papel e celulose. Por meio da
análise de conteúdo do demonstrativo de sustentabilidade, averiguou-se que as ações
sócio-ambientais representam grande parcela do ativo intangível dela. Entre as ações
ambientais verifica-se a adoção de tecnologias limpas pela empresa em todas as etapas
do processo de produção, que proporcionam melhor aproveitamento dos recursos, as-
sim como minimizam os impactos causados pelos resíduos gerados por ela. Em relação
às ações sociais, nota-se que a empresa investe em muitos projetos sociais. Dessa ma-
neira, essas práticas sócio-ambientais contribuem para a continuidade da organização,
auferindo o reconhecimento por parte da sociedade, o que pode ser ilustrado pelos
prêmios que a empresa vem ganhando, assim como participação no Índice de Susten-
tabilidade Empresarial.
Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Investigação das ações sócio-ambientais
como um dos elementos do ativo intangível de uma empresa do ramo de papel e celulose. In: 1º
CONGRESSO UFSC DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM CONTABILIDADE, 2008, Santa Catarina. Anais
eletrônicos... Disponível em: <www.dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/1CCF/20090727160214.
pdf>. Acesso em: abr. 2015.
1. Considerando os benefícios alcançados pelas organizações de diferentes seg-
mentos com as ações socioambientais adotadas, relate sobre o papel do consu-
midor nesse processo.
2. Com base nas pesquisas realizadas para avaliar o consumidor brasileiro quanto à
importância dispensada às ações sociais desenvolvidas pelas empresas, descre-
va sobre o perfil atual do consumidor brasileiro.
3. Na atualidade, meio ambiente, além de uma exigência legal, é uma necessidade
que começa a ser revista por muitas empresas. Nesse sentido, destaque a impor-
tância de ações socioambientais para as organizações de forma geral.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Saiba mais sobre as ações socioambientais desenvolvidas pelas empresas citadas nesta
unidade, e outras, acessando:
<www.natura.net>.
<www.braskem.com.br>.
<www.klabin.com.br>.
<www.sadia.com.br>.
<www.bradesco.com.br>.
<www.ambev.com.br>.
<www.ype.ind.br>.
<www.cocacola.com.br>.
Para saber mais sobre as Certificações ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001, acesse:
<www.braskem.com.br/site.aspx/Certificacoes>.
Material Complementar
265
CONCLUSÃO
Esperamos que goste e aproveite este livro para ampliar seus conhecimentos e que
o utilize em seu dia a dia. A sua participação nas nossas aulas e a leitura das unida-
des são essenciais para o aprendizado. Todas as informações repassadas neste livro
têm como objetivo não somente ampliar o conhecimento, mas também levantar
questões que o(a) remeta a pensar e a reformular suas ideias sobre os diferentes
temas abordados.
Os profissionais da área ambiental devem conhecer a importância da gestão para a
eficiência e para a sustentabilidade dos negócios e do planeta e, portanto, devem
estar aptos a lidar com mudanças e desafios. Conhecer e lidar com a gestão ambien-
tal é primordial na tomada de decisões. Assim sendo, os conceitos particulares que
você formula sobre os temas abordados neste livro e a consciência da importância
da gestão ambiental devem servir de referencial nas decisões que vierem direcionar
tanto sua vida particular quanto profissional.
Atualmente, não há como trabalhar em qualquer atividade sem considerar a ques-
tão ambiental, se considerarmos a representatividade, a necessidade e as exigências
referentes ao tema que norteiam o mercado nacional e internacional.
A formação de um profissional crítico e informado é o primeiro passo para a cons-
trução de um país desenvolvido e comprometido, tanto com as questões ambien-
tais quanto com as sociais. Portanto, questionamentos e sugestões são sempre
bem-vindos para a melhoria da qualidade do nosso ensino.
Esperamos ter contribuído para o seu processo de ensino/aprendizagem, assim
como para formar cidadãos mais conscientes das suas responsabilidades com o
meio ambiente, de forma a garantir a nossa sobrevivência tranquila e pacífica, bem
como de preservá-la às futuras gerações.
Desejamos felicidades para você!
Professora Dra. Cláudia Fabiane Meneguetti
Professora Dra. Edneia Aparecida de Souza Paccola
Professora Dra. Francielli Gasparotto
267
REFERÊNCIAS
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2014. Disponível em: <http://www.qualityconsult.com.br/index.php/versao-2015-i-
so-14001/>. Acesso em: 05 maio 2015.
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lhada da História. Revista Espaço Acadêmico, São Paulo, ano II, n. 14, jul. 2002. Dis-
ponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/014/14crattner.htm>. Acesso
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www.colunazero.com.br/2009/11/um-vilao-chamado-greenwashing.html>. Acesso
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TCU – Tribunal de Contas da União. Cartilha de Licenciamento Ambiental. 2. ed.
Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007.
REFERÊNCIAS
UNIDADE I
1. A maior parte das teorias sobre o meio ambiente admite que o ser humano é
parte integrante do ambiente no qual habita. Nesse sentido, defina:
a) meio ambiente;
b) ecologia;
c) ecossistema.
Meio ambiente: ambi = ao redor. Dessa forma, a noção de meio ambiente refor-
ça a ideia de um lugar que está em volta do homem, sem incluí-lo.
Ecologia: oikos, do grego, significa casa; logos quer dizer estudo; ecologia pode
ser definida como o estudo da casa. Esse conceito leva em conta os seres vivos
e as relações estabelecidas entre si.
Ecossistema: oikos e systema significam sistema da casa. Esse conceito de ecos-
sistema explora as inter-relações existentes entre os organismos vivos e os de-
mais elementos que o compõem.
2. O termo gestão ambiental pode ser definido de várias maneiras, segundo di-
ferentes autores, mas algumas práticas e conhecimentos são ferramentas que
devem ser visadas por essa forma de gestão. Cite tais práticas e exemplifique os
conhecimentos que podem ser associados à gestão ambiental.
Uso de práticas que garantam a conservação e preservação da biodiversidade,
a reciclagem das matérias-primas e a redução do impacto ambiental das ativi-
dades humanas sobre os recursos naturais.
Exemplo: técnicas para a recuperação de áreas degradadas, técnicas de reflo-
restamento, métodos para a exploração sustentável de recursos naturais e o
estudo de riscos e impactos ambientais para a avaliação de novos empreendi-
mentos ou ampliação de atividades produtivas.
UNIDADE II
1. Na atualidade, a inovação é reconhecida como uma ferramenta de gestão para
se alcançar a sustentabilidade. Para inovar, as organizações devem questionar os
modelos de negócio e pensar em modelos totalmente novos. Sob esse aspecto,
relate sobre os principais pontos que uma empresa interessada em inovação e
sustentabilidade deve trabalhar.
• Investir no espírito criativo dos colaboradores, não só daqueles que atu-
am nas áreas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de produtos ou na
engenharia do produto, mas num sentido mais amplo, ótimas ideias po-
dem surgir no chamado “chão de fábrica”.
• Buscar práticas de gestão participativa, isso pode gerar ideias que tra-
zem inovações pequenas, incrementais, mas que no conjunto fazem
muita diferença.
• Usar a educação para transformar paradigmas e gerar maior conscien-
tização. Não se deve pensar apenas em treinamentos, que são usados,
em geral, para tarefas específicas ou aplicação de técnicas. As empresas
devem investir na formação dos recursos humanos.
• Questionar o próprio modelo de negócios.
• Inserir sustentabilidade no planejamento estratégico da empresa.
UNIDADE III
1. A busca por ações socioambientais é um círculo que vai se fechando para expor
ou popularizar os SGA’s das organizações. Segundo Barbieri (2007), a empresa
conta com quatro instrumentos para popularizar a sua política ambiental públi-
ca. Relate sobre tais instrumentos.
1) Autoavaliações: são declarações emitidas pela própria empresa sobre a sua
política ambiental.
2) Confirmação da autodeclaração por partes interessadas: clientes, fornece-
dores, vendedores podem ser testemunhos sobre a eficiência do SGA para
conferir mais credibilidade à autodeclaração.
3) Confirmação da autodeclaração por organização externa: o SGA é aprova-
do por uma organização de terceira parte.
4) Certificação ou registro do SGA por organização externa: a empresa segue
a cartilha proposta por uma norma e se submete à avaliação de um órgão
credenciador para receber a certificação.
UNIDADE IV
1. As políticas públicas tiveram seu surgimento em diferentes épocas, dentro de
diferentes países. A política ambiental brasileira nasceu e se desenvolveu nos
últimos quarenta anos. Comente sobre o surgimento dela em nosso país e como
estava fundamentada.
GABARITO
UNIDADE V
1. Considerando os benefícios alcançados pelas organizações de diferentes seg-
mentos com as ações socioambientais adotadas, relate sobre o papel do consu-
midor nesse processo.
Com maior consciência, o consumidor está valorizando as iniciativas que te-
nham impactos positivos não somente em sua vida, mas no contexto social
como um todo. A sociedade tem hoje maior grau de consciência sobre seu pa-
pel e o papel das empresas, com isso tem exercido cada vez mais seu poder
crítico em questões que envolvem sustentabilidade.
2. Com base nas pesquisas realizadas para avaliar o consumidor brasileiro quanto à
importância dispensada às ações sociais desenvolvidas pelas empresas, descre-
va sobre o perfil atual do consumidor brasileiro.
Metade dos consumidores brasileiros escolhe produtos por influência da ação
socioambiental das empresas que os fabricam; 45% dos homens e mulheres
que responderam à pesquisa valorizam marcas que tenham ações socioam-
bientais, escolhendo produtos baseados não apenas nos tradicionais critérios
de marca, qualidade e preço, mas também reconhecendo e valorizando as
ações socioambientais das empresas por meio de seu poder de compra.