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A ambição de Neil em chegar à lua não envolve questões políticas ou científicas. É interno,
pessoal. Envolvem questões emocionais tão fortes quanto ser a primeira pessoa a pisar na lua.
O último ato do filme decaí numa representação à frustração do ser humano em chegar a um
lugar morto. E a imensidão vazia que Neil encontra ao chegar até seu objetivo material, reflete
o exato vazio que existe no seu emocional. A atmosfera contemplativa desse momento é tanto
uma forma de compreender àquele lugar, quanto uma forma de sentir uma profunda
identificação. Neil se encontra. Nada mais adequado disso ser demonstrado através de uma
história que passa despercebida em relação ao seu simbolismo, mas pela conquista
comandada pelo ego humano.
A lua, além de representar o emocional, também representa os ciclos da vida. Está sujeita à lei
universal do devir, do nascimento e da morte, representando tanto a passagem da vida para a
morte, quanto da morte para a vida. E é em todos os aspectos que Neil passa por mortes e
renascimentos.
A lua também é a mãe. É como se Neil (ou a humanidade), quisesse voltar a sua origem para
entender coisas que não seriam supridas depois de descobertas. É a eterna vontade do
homem de querer saber “a verdade” buscando no externo tudo que está no interno. Rumi já
dizia que não somos uma gota dentro do oceano, mas um oceano inteiro dentro de uma gota.
Buscar respostas explorando o externo é ser eternamente um explorador insatisfeito.