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Satanismo e o Renascimento

Neste texto iremos falar sobre a primeira ideologia que, verdadeiramente, envolveu o satanismo no mundo.

O Período do Renascimento
O Renascimento foi o primeiro movimento que veio combater aquele
período da Idade Média, do qual falei na aula Satanismo na Idade Média.
Ele leva esse nome por ser o retorno de várias ideias antigas, da época
anterior a Queda do Império Romano, que foi o período onde todo o saber
acadêmico começou a ficar comprometido.

Esse período era o “renascimento” de toda essa época. Era a


descentralização do poder da Igreja, que se considerava o único intermédio
para se chegar a Deus – e, dominava o homem, em virtude disso.

Alguns datam o Renascimento como tendo surgido no começo do Século


XIV (1300) com a Obra a “Divina Comédia”, de Dante Alighieri – e tendo
terminado no século XVI.

Seu primeiro século foi limitado aos Estados próximos a Região Italiana, e
só no século XV começamos a ter esse desenvolvimento no resto da
Europa, que é a data onde tivemos a Queda de Constantinopla (1453) data
oficial do fim da Idade Média.

No último século do Renascimento surge o Renascimento Humanista, ou apenas “Humanismo”, que é o ponto que nos
importa aqui.

O Humanismo era a filosofia que colocava o Homem como centro do Universo, apresentava uma oposição ás
autoridades metafísicas. Deixava o sobrenatural de lado para dar prioridade ao homem.

Foi nesse cenário que algumas correntes de pensamento começam a surgir como a Kaballah Cristã, a Filosofia
Alquímica e Oculta e o Satanismo.
Na época, essa ideologia não era conhecida como Satanismo (a não ser pela Igreja Católica, que já denominava tudo
como Satanismo), mas pode ser considerado assim, já que as bases ideológicas estavam alí.

Foi também um período em que a informação voltou a ser acessível (na medida do possível). As pessoas agora
poderiam fundamentar seus questionamentos sob a luz de novos conhecimentos.
Uma nova Luz para novos questionamentos
Como exemplo, surgiram os primeiros questionamentos com relação a Gênese Bíblica.

Surgia a dúvida de “porque Deus, com toda a sua grandeza e sabedoria, iria destruir a humanidade, como ocorreu no
Dilúvio, se ele, na condição de ser onisciente, sabia do passado, presente e futuro do homem”? E, por favor, não
responda que é por causa do livre arbítrio, esse argumento já era falho desde aquela época (mas falemos disso uma
outra hora).

Questionavam-se sobre um “deus mau”, que estava presente no Antigo Testamento, e que era bem diferente do Deus
de Amor, do Novo Testamento. Afinal, para os que nunca pensaram nisso, o Deus do Antigo Testamento passa a
IMPRESSÃO de ser cruel e vingativo (bem diferente do Novo Testamento, onde “Deus é Amor”).

É importante esclarecer também que todo esse questionamento era o mais puro e sincero possível. Vinha da vontade e
da liberdade, pela primeira vez explorada, de poder questionar e buscar a verdade. E essa busca era tão sincera quanto
as suas perguntas.

“Se Deus era mesmo dessa forma, será mesmo que ele é o nosso verdadeiro Deus? Não poderia, o homem, estar sendo
enganado? Não poderia, a Igreja, estar tentando nos enganar?”

Entendem do que se tratava?

Longe de qualquer rebeldia sem sentido, era um questionamento verdadeiro, de sinceros buscadores da verdade.

É nesse momento que, Satan aparece, como personagem.


Satãn, o adversário de Deus

Satan é aquele que aparece, de repente, na Bíblia – no Livro de Jó – para desafiar Deus a testar a confiança dos
homens. Lembrando que não há qualquer história que relate sua origem.

A palavra que o designava na Bíblia, em hebraico, era Shaitan – que significa “adversário”. Não existe na Bíblia aquela
história onde Deus cria um Inferno para ele só porque ele questionou o Poder de Deus. Essa história vem de uma
tradição, e foi absorvida pela Igreja Católica. Shaitan era o “adversário” de Deus – e apenas isso.

No livro de Jó, Shaitan desafia a Deus e diz que, se ele tirasse tudo do homem, ele não mais o veneraria como seu
Deus. E Deus permite que isso aconteça.

A vida de um homem (Jó) é destruída para que Jeová provasse a Shaitan que sim, o homem continuaria a adorá-lo,
mesmo que tudo lhe fosse tirado.

Shaitan passa a ser um exemplo de liberdade que caracterizava muito bem a mentalidade da época.

Ele foi àquele dentre os demais anjos que questionou o trabalho do Senhor Deus, aquele que não poderia ser
questionado.

O que era o Humanismo senão a personificação da personalidade de Shaitan, aquele que se Libertou, a mente que
questionou? Esse era o homem do Renascimento.

O homem passou a ser o centro do universo, aquele que merecia ser reconhecido como tal – além do mais, foi graças a
essa ideologia que hoje temos as belas obras de Michelangelo e DaVinci; de Rafael e Donatello.

E o que vem depois disso?

Próxima aula!

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