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Dimensionamento Da Fundacao de Um Silo Metalico de Fundo Plano PDF
Dimensionamento Da Fundacao de Um Silo Metalico de Fundo Plano PDF
ANÁPOLIS-GO
2012
ANA CLÁUDIA OLIVEIRA SÉRVULO
ANÁPOLIS–GO
2012
AGRADECIMENTOS
ii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... ix
RESUMO...................................................................................................................... xiii
1. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 16
iii
3.4.5. Água no solo ............................................................................................ 33
CONCLUSÃO............................................................................................................... 87
vi
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Distribuição dos tipos de solos e denominações. ..................................... 31
TABELA 6 - Resultados finais do esforço normal (Nx), momento fletor (Mx) e esforço
cortante (Qx) devido à combinação: peso próprio (PP) e grãos (G), em relação à
coordenada (x). ............................................................................................................... 60
vii
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Características do material armazenado. ................................................. 58
QUADRO 8 - Massa de aço (em kg) necessária para as armaduras da estaca e do bloco
de coroamento................................................................................................................. 86
viii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Distribuição da produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas,
por regiões. ..................................................................................................................... 18
FIGURA 5 - Armazém graneleiro: (a) Fundo plano, (b) semi plano, em “V” (c) e em
“W”. ................................................................................................................................ 21
FIGURA 11 - Silo cilíndrico de fundo plano, onde: (Hto) altura total do silo, (Hc) altura
do cilindro, (Ht) altura do telhado, (Hg) altura do cone de grãos, (D) diâmetro do silo,
(V1) volume do cilindro e (V2) volume do cone de grãos. ............................................ 27
FIGURA 12 - Tipos de solo: (a) Argila, (b) Silte, (c) Areia, (d) Pedregulho, (e) Matacão
e (f) Rocha. ..................................................................................................................... 30
FIGURA 15 - Trépano de lavagem com corte em bisel, vista frontal (a), corte AA (b) e
vista lateral (c). ............................................................................................................... 38
FIGURA 17 - Principais tipos de fundação superficial: (a) Bloco, (b) Sapata, (c) Viga,
(d) Radier e (e) Grelha. ................................................................................................... 45
FIGURA 18 - Tipos de fundações profundas: (a) Estaca, (b) tubulão e (c) caixão........ 46
FIGURA 19 - Tipos de fundação mista: (a) Estaca ligada a sapata (“estaca T”), (b)
Estaca abaixo de sapata (“estapata”), (c) Radier sobre estacas e (d) Radier sobre
tubulões........................................................................................................................... 47
ix
FIGURA 23 - Execução de estaca hélice contínua. Introdução do trado (a) e
concretagem (b). ............................................................................................................. 53
FIGURA 27 - Blocos apoiados sobre duas estacas, ligados por viga baldrame (a) e bloco
corrido (b). ...................................................................................................................... 57
FIGURA 37 - Trecho representativo do anel de coroamento (em cm), sob ação de carga
distribuída, utilizado na análise. ..................................................................................... 79
x
FIGURA 41 - Detalhamento de armadura para o bloco, com medidas em centímetros. 82
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
xii
RESUMO
O silo metálico está presente em quase todas as unidades armazenadoras e seu uso se dá
devido à praticidade de construção, manejo do produto armazenado e sua ampla
capacidade de armazenamento. Devido à importância social e econômica dos grãos
armazenados, é indispensável que a estrutura de armazenamento apresente estabilidade
e resistência. Foi analisada e dimensionada a fundação de um silo metálico de 19,8 m de
diâmetro por 37,2 m de altura, para armazenamento de milho a granel, em uma unidade
armazenadora, localizada no município de Palotina, Paraná. De acordo com o laudo de
sondagem, o solo local foi de estrutura argilosa com consistência variando de mole à
rija ao longo do perfil analisado, apresenta resistência satisfatória, com existência de
rocha basáltica há aproximadamente 11,0 m da superfície, conferindo estabilidade
suficiente para a instalação da estrutura. Foram dimensionados o bloco de coroamento
em formato de anel e as estacas, ambos em concreto armado (fck = 20 MPa). O bloco de
coroamento apresenta 0,8 m de largura, 0,6 m de altura e 62,2 m de comprimento. As
estacas, do tipo Hélice Contínua, têm 0,5 m de diâmetro e 11,0 m de comprimento. Para
o bloco de coroamento, admitiu-se um comportamento estrutural elástico linear, sendo
empregada na análise estática a teoria das barras. Foi observado que os maiores esforços
solicitantes do bloco ocorreram na região de apoio (estacas). As estacas foram
dimensionadas como pilares biengastados submetidos à compressão centrada. Embora
não fosse necessário para resistir à compressão, foi utilizada armadura mínima nos 5,0
m iniciais da estaca, com finalidade de ancoragem entre estaca e bloco. Para combate
dos esforços gerados utilizou-se, para o bloco, armadura longitudinal com área de aço
total de 36,2 cm² em aço CA-50 com bitola de 16 mm. Para as estacas, utilizou-se área
total de armadura longitudinal igual a 9,8 cm² em aço CA-50 com bitola de 12,5 mm.
Para a armadura transversal das estacas utilizou-se barras de aço CA-50 com bitola de
6,3 mm, e para o bloco, barras de 8,0 mm. Estima-se que, na execução dos elementos de
fundação, sejam consumidos aproximadamente 190 m³ de concreto e 84.068 kg de aço.
xiii
1. JUSTIFICATIVA
14
Para se escolher a fundação mais adequada, deve-se conhecer os esforços
atuantes sobre a edificação, as características do solo e dos elementos estruturais que
formam as fundações (MELHADO et al., 2002).
Fundações bem projetadas correspondem de 3% a 10% do custo total da
edificação; porém, se forem mal concebidas e mal projetadas, podem atingir 5 a 10
vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso.
Os elementos necessários para o desenvolvimento de um projeto de fundações
são: topografia da área, dados geológicos-geotécnicos, dados da estrutura a construir, e
dados sobre construções vizinhas. As cargas da estrutura devem ser transmitidas às
camadas do terreno capazes de suportá-las sem ruptura (CAMPOS, 2009).
Ao longo dos anos, construtores de silos têm melhorado a concepção e
construção da porção aérea dos silos, mas, em contraste, muito pouco tem sido feito
para melhorar a fundação (BOZOZUK, 1976).
15
2. OBJETIVOS
16
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. CEREAIS
Os cereais são a maior fonte de alimento para consumo direto pelo homem.
Dos 2,4 bilhões de toneladas de cereais produzidos atualmente, 1,1 bilhão de toneladas
são consumidas diretamente pelo homem, 800 milhões de toneladas (35 % do consumo
mundial) são destinadas à alimentação animal, e os 500 milhões de toneladas
remanescentes são usadas em processos industriais, sementes, ou são simplesmente são
perdidas (FAO, 2012).
3.1.1. Estimativas
17
FIGURA 1 - Distribuição da produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas,
por regiões.
Fonte: IBGE (2012).
3.1.2. Milho
18
sistemas de produção da safrinha têm sido aprimorados nos últimos anos, contribuindo
para elevar a produtividade e consequente produção das lavouras nessa época. Os
Estados do Paraná, do Mato Grosso e de Minas Gerais destacaram-se em termos de
produção (LANDAU, 2011).
20
FIGURA 2 - Silos cilíndricos elevados de concreto.
Fonte: Tecbarragem Slipform (2012).
FIGURA 3 - Armazém graneleiro: (a) Fundo plano, (b) semi plano, em “V” (c) e em
“W”.
Fonte: GOMES E CALIL JUNIOR (2005).
21
c. Silos herméticos: os silos herméticos podem manter os grãos livres de
insetos e impedir o desenvolvimento de fungos. O princípio básico do armazenamento
hermético é o mesmo tanto para grãos secos ou úmidos, e baseia-se no seguinte:
redução da taxa de oxigênio a um nível que causa a morte ou deixa inativos os insetos e
fungos, antes que esses organismos nocivos proliferem a ponto de prejudicar o produto.
O modelo mais utilizado é o Silo Bolsa, feito de polietileno, instalado diretamente no
chão, como mostrado na Figura 4. O Silo Bolsa requer baixo investimento inicial,
rápido retorno, redução nos custos operacionais e dispensa investimentos em obras
civis.
22
FIGURA 5 - Silos metálicos elevados.
Fonte: ARMCO STACO (2012).
24
FIGURA 7 - Parede do silo metálico, em detalhe: montante de perfil “W”.
Fonte: Kepler Weber (2012).
25
Todas as peças que compõem um silo são unidas por parafusos com
acabamento superficial efetuado através do processo de zincagem ou biocromatizagem
(SCALABRIN, 2008).
O Brasil ainda não possui uma norma específica para a construção de silos,
entretanto as seguintes normas internacionais podem ser consideradas para o seu
dimensionamento: AS 3774 (1996), DIN 1055-6 (2005), EUROCODE 1-Part 4 (2002) e
ISO – 11697 (1995).
A célula de fundo plano requer menos altura para um determinado volume de
material armazenado. O seu custo inicial é baixo, comparado a outros tipos, e uma das
razões pela qual a construção pode ser econômica é que o produto repousa sobre o solo,
do qual ele é isolado apenas por uma laje impermeável. Isso significa que a fundação é
limitada a um anel de concreto sob as paredes. O recalque do fundo plano resultante das
pressões verticais exercidas pelo produto não é considerado problemático (TIMM,
2002).
26
cálculo da inclinação de dutos, dimensionamento de rampas de descarga de grãos, e
cálculo e dimensionamento da capacidade estática de silos.
A capacidade estática de armazenamento, logo, será determinada de acordo
com as relações apresentadas a seguir, de acordo com Rezende (2010). A Figura 9
ilustra um silo cilíndrico de fundo plano com suas respectivas dimensões.
FIGURA 9 - Silo cilíndrico de fundo plano, onde: (Hto) altura total do silo, (Hc) altura
do cilindro, (Ht) altura do telhado, (Hg) altura do cone de grãos, (D) diâmetro do silo,
(V1) volume do cilindro e (V2) volume do cone de grãos.
Fonte: REZENDE (2010).
D 2 Hg
V2 (2)
4 3
Hg
tg ( ) 2 (3)
D
Onde:
Hto – altura total do silo;
27
Hc – altura do cilindro;
Ht – altura do telhado;
Hg –altura do cone de grãos;
D – diâmetro do silo;
V1 – volume do cilindro;
V2 – volume do cone de grãos;
α – ângulo de repouso do produto armazenado.
29
FIGURA 10 - Tipos de solo: (a) Argila, (b) Silte, (c) Areia, (d) Pedregulho, (e) Matacão
e (f) Rocha.
Fonte: Elaborada pela autora.
30
partículas esféricas em um meio viscoso é proporcional ao quadrado do diâmetro da
partícula.
Os solos encontrados normalmente não se apresentam completamente puros,
dependendo da porcentagem em massa de cada tipo de solo encontrado na mistura, dá-
se a ele uma denominação especial.
A Tabela 1 mostra como ocorre a distribuição dos tipos de solos e suas
respectivas denominações.
31
Grau de saturação: Relação entre o volume de água e o volume total de
vazios. Quando o grau de saturação é 100 % o solo é dito saturado.
Massa específica seca: Relação entre o peso das partículas sólidas e o volume
total do solo.
Massa específica saturada: Peso específico do solo quando todos os vazios
estiverem ocupados com água.
Massa específica submersa: Peso específico saturado menos peso específico da
água.
Nas areias, não existem ligações atômicas como nas argilas, por isso esse tipo
de solo não é denominado coesivo, mas granular.
Para areias é importante conhecer o grau de compacidade. É óbvio que
fundações em areias fofas podem apresentar grandes deformações e prejudicar o
comportamento da estrutura. O índice mais usado para as areias é o da compacidade
relativa.
Compacidade relativa é a relação entre duas diferenças: no numerador, a
diferença entre o índice de vazios máximo do solo o mais fofo possível e o índice de
vazios no estado real; no denominador, a diferença entre o estado de índice de vazios
máximo e o menor índice de vazios do solo muito compacto.
33
3.4.5.2. Percolação de água
Sempre que houver uma diferença de pressão entre dois pontos no interior do
solo haverá movimentação da água, que tende a ir do local de maior pressão para o de
menor.
O conhecimento de como a água percola no solo é muito importante para o
estudo dos recalques das fundações. Este fenômeno ocorre por conta da expulsão da
água dos interstícios do solo, provocando vazios que se fecham, com a conseqüente
diminuição de volume do solo. Este fato também é importante no estudo da estabilidade
de taludes e na pressão que o solo aplica sobre os arrimos.
A velocidade de percolação da água no solo é inferior a 1 cm/s.
34
Quando o solo está submerso, a água exerce pressão sobre as suas partículas,
comprimindo-o. Como a pressão da água, em um determinado ponto, tem a mesma
intensidade em todas as direções, a pressão sobre uma determinada partícula não
aumenta a tensão no solo, já que a pressão da água na parte superior da partícula é
praticamente igual à da parte inferior.
Como não altera o valor das tensões no solo, a pressão da água é denominada
pressão neutra, podendo ainda receber o nome de sobrepressão hidrostática ou
intersticial.
Denomina-se tensão efetiva à tensão normal que realmente é aplicada ao solo.
O seu valor é igual à tensão aplicada ao solo por seu peso próprio e pelas sobrecargas da
fundação subtraída da pressão neutra.
Conclui-se, assim, que a existência de água no solo é um princípio favorável,
pois diminui a tensão aplicada ao solo. Por outro lado, sob pressão, a água pode ser
expulsa para regiões de menor pressão no solo, provocando vazios, com o conseqüente
recalque (deslocamento vertical descendente de uma estrutura apoiada sobre um
terreno). A velocidade com a qual se dá o recalque depende da permeabilidade do solo.
Em argilas, graças à sua menor permeabilidade, o recalque, aqui chamado de
adensamento, pode levar muito tempo. Isso explica recalques que aparecem em
edificações depois de muitos anos.
3.4 SONDAGEM
36
FIGURA 12 - Sistema de tripé, peso e amostrador, em detalhe o amostrador.
Fonte: CAMPOS (2012).
Várias informações são obtidas com esse tipo de sondagem: nível da água do
lençol freático, tipo de solo e sua resistência.
Após o término da sondagem, é determinada a cota do furo em relação a um
nível de referência fixo. Após a instalação do tripé, inicia-se o furo no solo, inicialmente
com auxílio de uma cavadeira, até atingir 1 m de profundidade. A partir daí, iniciam-se
os procedimentos padronizados: o peso é lançado sobre o amostrador e conta-se a
quantidade de golpes necessários para cravá-lo a uma profundidade total de 45 cm,
contando-se intermediariamente o número de golpes a cada 15 cm. Interessa como
resultado o número de golpes dos últimos 30 cm de cada metro perfurado: esse valor
recebe o nome de SPT.
Com esse número, pode-se determinar resistência, consistência, compacidade e
coesão do solo. A cada metro perfurado, são recolhidas amostras do solo retido no
amostrador, permitindo a classificação visual e identificação granulométrica do solo.
Quando o material a ser atravessado já não apresenta coesão ou está abaixo do
nível da água, o trado não consegue mais cavar e a abertura do furo passa a ser feita
mediante a circulação de água, procedimento denominado “avanço com percolação de
37
água”. Retira-se o amostrador, substituindo-o por uma ferramenta denominada trépano
(Figura 13). O avanço na perfuração é obtido pela injeção de água, que amolece o solo,
e pela rotação do trépano.
a) b) c)
FIGURA 13 - Trépano de lavagem com corte em bisel, vista frontal (a), corte AA (b) e
vista lateral (c).
Fonte: ABNT NBR 6484 (2001).
38
conhecimento da estratigrafia (representação das camadas e sequências de rochas) do
mesmo; medir a resistência à penetração, fornecendo indicações sobre a consistência ou
compacidade dos solos investigados; e possibilitar a determinação da profundidade de
ocorrência do lençol freático.
39
O valor do atrito lateral, também fornecido nessas tabelas, é útil para a determinação da
força transmitida ao solo pelas estacas, proveniente do atrito entre elas e o solo.
Atrito lateral
Consistência Tensão admissível (MPa)
SPT (MPa)
<2 Muito mole < 0,025 -
2-4 Mole 0,025 - 0,05 < 0,01
4-8 Média 0,05- 0,10 0,01 - 0,04
8 - 15 Rija 0,10 – 0,20 0,04 - 0,08
15 - 30 Muito rija 0,20 – 0,40 0,08 – 0,12
> 30 Dura > 0,40 > 0,12
Fonte: Rebello, 2008.
40
Deve-se verificar a condição de impenetrável à percussão através de um ensaio
de avanço da perfuração por lavagem, com duração de 30 minutos, anotando-se os
avanços do trépano a cada 10 minutos. Caso o avanço seja inferior à 5 cm por 10
minutos o solo é impenetrável.
41
TABELA 5 - Classificação da rocha quanto ao grau de fraturamento.
Rocha Nº de fraturas/metro
Ocasionalmente fraturada 1
Pouco fraturada 1-5
Medianamente fraturada 6 - 10
Muito fraturada 11 - 20
Extremamente fraturada 20
Em fragmentos pedaços de diversos tamanhos caoticamente dispersos
Fonte: CAMPOS, 2009.
42
Segundo Rebello (2008), para escolha da quantidade de sondagens a serem
executadas em uma determinada obra, deverão ser atendidos alguns critérios
estabelecidos pela Norma Brasileira.
Devem ser executados no mínimo 3 furos não colineares. Não estando
os furos sobre uma mesma reta, a sondagem pode representar três planos diferentes, o
que significa maiores possibilidades de análise do solo.
Deverá ser executado um furo a cada 200 m², para áreas de projeção da
edificação até 1.200 m².
Deverá ser executado um furo adicional, a cada 400 m², para áreas de
projeção entre 1.200 e 2.400 m².
Para projeções acima de 2.400 m², deverá ser estudado cada caso,
respeitando-se os mínimos exigidos pelos critérios anteriores.
A distância mínima entre furos deverá ser de 8 m e a máxima de 25 m.
3.6 FUNDAÇÕES
3.6.1. Definição
FIGURA 15 - Principais tipos de fundação superficial: (a) Bloco, (b) Sapata, (c) Viga,
(d) Radier e (e) Grelha.
Fonte: QUARESMA et al. (1998) e Multisolos (2012).
45
Estaca – elemento de fundação profunda executado com auxílio de ferramentas
ou equipamentos, execução esta que pode ser por cravação a percussão, prensagem,
vibração ou por escavação, ou, ainda, de forma mista, envolvendo mais de um destes
processos (Figura 16 a);
Tubulão – elemento de fundação profunda de forma cilíndrica, em que, pelo
menos na sua fase final de execução, há a descida de operário (o tubulão não difere da
estaca por suas dimensões mas pelo processo executivo que envolve a descida de
operário) (Figura 16 b);
Caixão – elemento de fundação profunda de forma prismática, concretado na
superfície e instalado por escavação interna (Figura 16 c).
FIGURA 16 - Tipos de fundações profundas: (a) Estaca, (b) tubulão e (c) caixão.
Fonte: Multisolos (2012).
46
FIGURA 17 - Tipos de fundação mista: (a) Estaca ligada a sapata (“estaca T”), (b)
Estaca abaixo de sapata (“estapata”), (c) Radier sobre estacas e (d) Radier sobre
tubulões.
Fonte: QUARESMA et al. (1998).
48
Somente com esse conhecimento é que será possível escolher a solução que
atenda às características técnicas e ao mesmo tempo seja adequado à realidade da obra.
3.6.5. Estacas
49
especiais, sobretudo, quando se trabalha abaixo do lençol freático, para evitar a entrada
de água no molde.
50
FIGURA 19 - Execução da estaca Franki.
Fonte: Benapar (2012).
51
FIGURA 20 - Trado helicoidal.
Fonte: REBELLO (2008).
52
FIGURA 21 - Execução de estaca hélice contínua. Introdução do trado (a) e
concretagem (b).
Fonte: Drilling do Brasil (2012).
O furo é executado com uso de um tubo rotativo que tem em sua base uma
ferramenta denominada sapata de perfuração, com diâmetro pouco menor que o tubo. A
perfuração é auxiliada por circulação de água. A água injetada dentro do tubo lava o
solo, que é expulso pelo espaço formado entre a face externa do tubo e o terreno. Este
tipo de estaca pode atravessar maciços rochosos. Neste caso, não é usado o tubo de
revestimento e a perfuração é feita com um equipamento denominado “tricone” que
dispõe de pastilhas de vídia ou diamante. Quando o furo atinge a cota especificada em
projeto, procede-se a instalação da armadura e posterior argamassamento do furo, que se
faz mediante um tubo de injeção com 1 ½” a 1 ¼” de diâmetro. Após o preenchimento,
54
o tubo de revestimento é fechado no topo com um tampão ligado a um compressor de
ar. O compressor aplica golpes de ar comprimido enquanto o tubo é retirado. A Figura
23 mostra a execução da estaca raiz.
3.6.5.7 Micro-estaca
55
Estas estacas são fornecidas prontas, normalmente já executadas em indústrias
e são cravadas no solo mediante equipamento denominado bate-estaca. Podem ser de
madeira, de aço ou de concreto.
56
Assim, é mais interessante utilizar estacas de maior capacidade, reduzindo a quantidade,
a perda de eficiência e o tamanho do bloco.
As cargas distribuídas provenientes, principalmente, das alvenarias estruturais,
são comumente transmitidas às fundações profundas pelas vigas baldrames que se
apoiam em blocos isolados (Figura 25 a).
Por serem uniformes e distribuídas sobre uma linha, pode-se distribuir essas
cargas ao longo de uma linha de estacas uniformemente espaçadas, gerando uma
espécie de bloco contínuo, ou bloco corrido (Figura 25 b). A experiência tem mostrado
que o uso de blocos corridos para cargas uniformemente distribuídas é mais econômico
e apresenta grande facilidade de execução.
FIGURA 25 - Blocos apoiados sobre duas estacas, ligados por viga baldrame (a) e bloco
corrido (b).
Fonte: Rebello (2008).
57
4. MATERIAL E MÉTODOS
58
determinação das dimensões do silo, partiu-se da capacidade de armazenamento pré-
determinada de forma a se obter a relação de forma de silo esbelto; conforme
apresentado no Quadro 2 e ilustrado na Figura 26, onde: (γ) peso específico do produto,
(V) volume total armazenado, (D) diâmetro do silo, (HC) altura do cilindro, (HT) altura
do telhado, e (HTOTAL) altura total do silo.
Armazenamento HTOTAL
γ (tf/m³) V (m³) D (m) HC (m) HT (m)
(toneladas) (m)
9.000,00 0,80 11.036,00 19,80 28,91 8,31 37,22
QUADRO 2 - Dimensões do silo estudado.
Fonte: Elaborado pela autora.
TABELA 6 - Resultados finais do esforço normal (Nx), momento fletor (Mx) e esforço
cortante (Qx) devido à combinação: peso próprio (PP) e grãos (G), em relação à
coordenada (x).
x (m) Nx (kN/m) Mx (kNm/m) Qx (kN/m)
6,0 -4,75E+02 -1,49E-11 5,89E-11
5,0 -5,42E+02 6,79E-10 2,36E-09
4,0 -6,13E+02 1,49E-07 -6,66E-07
3,0 -6,85E+02 -9,52E-06 -1,53E-05
2,0 -7,60E+02 -1,46E-03 7,37E-03
1,0 -8,37E+02 1,24E-01 5,27E-02
0,0 -9,16E+02 1,38E+01 -7,98E+01
Fonte: Elaborada pela autora (2012).
4.4. MATERIAL
O silo será construído com chapas de aço de perfil ondulado, para o corpo, e
perfil trapezoidal, para o telhado.
A fundação e o anel de coroamento serão de concreto armado. Para efeito de
cálculo, segundo as normas NBR 6118 e NBR 8880, adotou-se as especificações
descritas no Quadro 3, onde: (ρc) massa específica do concreto, (fCK) resistência à
compressão do concreto característica, (γc) coeficiente de ponderação da resistência do
concreto, (ρa) massa específica do aço, (fY) resistência ao escoamento do aço, (γa)
60
coeficiente de ponderação da resistência do aço, (E) módulo de elasticidade, (ν)
coeficiente de Poisson.
62
4.6. CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS POR MEIO DO
SPT
Onde:
Qu - carga de ruptura (kN);
N – índice de resistência à penetração (golpes);
k – coeficiente de resistência específica de ponta (MPa);
α – coeficiente da resistência específica lateral (%);
F1 – coeficiente da resistência específica de ponta (adimensional);
F2 – coeficiente da resistência específica lateral (adimensional);
Ap – área da seção transversal da estaca (m²);
U – perímetro da estaca (m);
ΔL – segmento da estaca que está sendo calculado (m).
63
Os coeficientes “F1” e “F2” são fatores de correção das resistências de ponta e
lateral que levam em conta diferenças de comportamentos entre a estaca e o cone
estático. Foram tomados de Monteiro (1993) in Lobo (2005), apresentados na Tabela 7.
65
Devido ao fato do anel ser uma estrutura em que a maior dimensão é o
comprimento da peça, estando as duas outras dimensões (pequenas em relação à
primeira) situadas no plano perpendicular a ela (plano da seção transversal da peça), seu
estudo estático pode ser feito através da teoria das barras.
Definiram-se as dimensões iniciais do anel de coroamento a partir das relações
para dimensões de blocos de coroamento de Benetati Filho (1991). Para o bloco corrido,
mostrado na Figura 28, tem-se: (a) largura, (d) altura útil, (L) distância entre apoios, (φ)
diâmetro da estaca. Será utilizado cobrimento nominal de 5,0 cm, como indicado na
Figura 28, e um trecho de 10,0 cm das estacas estará embutido no bloco.
Onde:
a 2 15cm (6)
l / 4
d ou (7)
comprimento.de.ancoragem
66
De acordo com a norma NBR 6118 (ABNT, 2001), o comprimento de
ancoragem básico, definido pelo comprimento reto de uma barra de armadura passiva
necessário para ancorar a força limite Asfyd nessa barra, é dado por:
f yd
lb (8)
4 f bd
Sendo:
f bd 1 2 3 f ctd (9)
Onde:
lb – comprimento de ancoragem básico (cm);
fyd – resistência de cálculo ao escoamento do aço (MPa);
fbd – resistência de cálculo de aderência do aço (MPa);
fctd – resistência de cálculo à tração do aço (MPa);
1 , 2 e 3 - coeficientes para cálculo da tensão de aderência do aço.
3lb
lb ,mín 10
10cm
67
A flexão subentende a existência de uma zona comprimida e outra tracionada,
ao longo do anel de coroamento (bloco). A Figura 29 ilustra o comportamento da viga
sob flexão, onde: (h) altura total da seção, (d’) distância do centro de gravidade da
armadura à borda tracionada da seção, (d) altura útil = h – d’, (bw) base da seção e (x)
distância da linha neutra à borda da região mais comprimida da seção.
a) Momento de cálculo
M d 1,4 M k (11)
c) Domínio da solicitação
x
K x (13)
d
cd 0,85 f cd (16)
f yk
f yd (17)
s
M sd f M k (18)
N sd f N k (19)
N sd
v
bd cd (20)
M sd
bd 1
2
cd (21)
d'd (22)
1
Onde:
fcd – resistência de cálculo à compressão do concreto (kPa);
fck – resistência do concreto à compressão característica (kPa);
σcd – tensão admissível de compressão do concreto (kPa);
fyd – resistência de cálculo ao escoamento do aço (kPa);
fyk – resistência ao escoamento do aço característica (kPa);
Msd – momento fletor solicitante de cálculo (kNm);
Nsd – esforço normal de tração solicitante de cálculo (kN);
f – coeficiente de ponderação das ações;
ν, μ e δ – coeficientes adimensionais.
Se 0,51 v domínio 1
Se 0,51 v domínio 2 ou domínio 3
70
a) Solução para o domínio 1:
0,51 v
' (23)
1
0,51 v
(24)
1
1,25 1 1 2 sd (25)
0,8 v (26)
e ' 0 .
sd lim
0,8 v (27)
1
sd lim f yd
' (28)
1 ' sd
c) Áreas de aço:
cd
AS bd (29)
f yd
cd
A' S ' bd (30)
f yd
d) Armaduras mínimas:
71
Para o caso de flexo tração no domínio 1, deve-se garantir que:
AS A' S f yd AC f ctk ,sup
AS A' S 1,mín AC
Onde:
2
f 3
1, mín 0,392 ck (31)
f yd
Onde:
2
f 3
2,mín 0,0784 ck 0,15% (32)
f yd
72
FIGURA 31 - Forças horizontais uniformemente distribuídas.
Fonte: Billington, (1965), modificado.
N Hr (35)
Onde:
N – esforço normal atuante no anel (kN/m);
H – carga solicitante (kN/m);
r – raio da circunferência (m).
73
FIGURA 32 - Corte diametral do anel com enfoque na força radial (inspirado –
Pedroso, 1998).
Fonte: Elaborada pela autora, adaptado - PEDROSO (2010).
74
M x 2 2 M r cos d 2M rsen 0 2 2M r (36)
0
M x M r (37)
Onde:
Nk – força normal característica no pilar (kN);
n – coeficiente de majoração da força normal;
f – coeficiente de majoração da força normal.
Onde:
As,TOTAL – área total da armadura (cm²);
Nd – força normal (kgf);
Ac – área da seção da peça (cm²);
sd 0,002 – tensão de trabalho do aço (kgf/cm²).
c) Armadura transversal:
5,0mm
t
L
4
75
Onde:
φt – diâmetro da seção do estribo (mm);
φL – diâmetro da seção da armadura longitudinal (mm).
76
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
77
FIGURA 34 - Disposição das estacas ao longo do anel de coroamento, onde 19,8 m é o
diâmetro do silo, 0,8 m é a largura do anel de coroamento, e 0,5 m é o diâmetro da
estaca.
Fonte: Elaborada pela autora.
A partir das cargas dos esforços normal, cortante e momento fletor axiais na
base da parede do silo, determinou-se as cargas atuantes no anel de coroamento, através
da transmissão das forças atuantes na base da superestrutura para o anel, e assim foram
obtidos os respectivos esforços solicitantes.
O anel foi analisado como viga contínua, apoiada sobre as estacas. Feita a
análise estrutural do elemento, observou-se que haverá um momento positivo no meio
dos vãos livres e um momento negativo nos apoios. Considerando o comportamento dos
momentos ao longo do anel de coroamento, utilizou-se para o dimensionamento um
trecho representativo, denominado faixa, correspondente à distância de eixo a eixo entre
estacas.
78
As dimensões da faixa determinadas segundo Benetati Filho (1991) e
posteriormente ajustadas são apresentadas nas Figuras 35 e 36.
FIGURA 35 - Trecho representativo do anel de coroamento (em cm), sob ação de carga
distribuída, utilizado na análise.
Fonte: Elaborada pela autora.
79
FIGURA 37 - Diagrama de esforço cortante e momento fletor atuantes na faixa,
respectivamente.
Fonte: Elaborada pela autora.
80
Armadura Longitudinal Seção (cm²) φ barra (mm) nº barras
Flexão
Positivo 3,71 - -
Momento
Negativo 7,51 - -
81
No Quadro 6 é apresentada a armadura de cisalhamento para cada trecho da
faixa.
Armadura de cisalhamento
Trecho Apoio Mínima
L (cm) 31,3 95,7
φ estribo (mm) 8,0 8,0
nº estribos 8 8
Espaçamento (cm) 2,23 13,60
QUADRO 6 - Armadura de cisalhamento da faixa.
Fonte: Elaborado pela autora.
5.3.2. Estaca
82
De acordo com a NBR 6122, as estacas submetidas a esforços de compressão
normalmente não necessitam de armação, ficando a critério do projetista a armação de
ligação com o bloco.
Neste dimensionamento optou-se utilizar a armadura de compressão da estaca,
portanto, serão necessários 8 φ 12,5 mm c/ 15,7 cm, no sentido longitudinal, e φ 6,3
mm de 15 em 15 cm para armadura transversal. Esta armadura terá 5,0 m de
comprimento com a única função de servir de âncora entre a estaca e o bloco. A Figura
40 ilustra o detalhamento da armadura da estaca.
83
FIGURA 41 - Detalhamento da armadura dos elementos de fundação, vista superior (medidas em centímetros).
Fonte: Elaborado pela autora.
84
FIGURA 42 - Detalhamento da armadura dos elementos de fundação, vista lateral (medidas em centímetros.
Fonte: Elaborado pela autora.
85
5.4. LEVANTAMENTO DE MATERIAL
Área (m²)
Largura (m) 0,80
0,20
Altura (m) 0,60
Comprimento (m) 1,27 11,00
Volume (m³) 0,61 2,16
Quantidade (unid.) 49 49
V total (m³) 29,87 105,83
V cálculo (m³) 189,98
QUADRO 7 - Volume total necessário de concreto para construção dos elementos de
fundação, considerando 40% de perdas.
Fonte: Elaborado pela autora.
φ (mm) kg
ESTACA
86
CONCLUSÃO
88
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J. M. Curso de concreto armado. Rio Grande: Dunas. v.4, 3.ed. cap. 2.
2003.
AZEREDO, H. A. O Edifício até sua cobertura. São Paulo. Ed. Edgar Blucher Ltda,
1977. 182 p.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de Janeiro; São
Paulo: LTC-Livros Técnicos e Científicos, 1987. 2v. 512 p.
90
CHAER, A. V.; OLIVEIRA, M. G. D. Estruturas de concreto armado I – Notas de
aula. Departamento de Engenharia Civil. Universidade Católica de Goiás. Goiânia,
2004. Cap. 25, 27 e 31.
91
FRANKI. Estaca escavada retangular (barrete). s.d. Disponível em: <
http://www.franki.com.br/est_esc_retangular.html> Acesso em: 02/09/2012. il.
GOMES, F. C.; CALIL JUNIOR, C. Estudo teórico e experimental das ações em silo
horizontais. Cadernos de engenharia de estruturas, São Carlos, v.7, n.24, p.35-63,
2005. il. color.
92
OLIVEIRA, W.; PIEDADE, A. R.; BORSATTO, R. S.; WEBER, E. F. Capacidade
dinâmica de armazenagem de grãos a granel na mesorregião de Itapetininga – SP. Rev.
Científica da FATEC de Tatuí, Tatuí, v.2, n.2, 2010. 11 p.
93
ANEXO A – DETERMINAÇÃO DAS CARGAS ATUANTES NO SILO
pho
pvf ( z ) YJ ( z ) (3)
K
Sendo:
1 A
z0 (4)
K U
pho K z (5)
YJ ( z ) 1 e z / z0 (6)
Onde:
– peso específico do material armazenado;
μ – coeficiente de atrito entre o material armazenado e a parede vertical do silo;
K – razão entre a pressão horizontal e a pressão vertical;
z – profundidade abaixo da superfície equivalente;
A – área da seção transversal do silo;
U – perímetro interno da seção transversal do silo.
94
O valor característico resultante da força vertical sobre a parede por unidade de
comprimento do perímetro da parede (nzSKf), a uma dada profundidade z, é determinado
pela Equação 7:
z
nzSKf ( z ) pwf ( z )dz pho z z0 YJ ( z ) (7)
0
A magnitude da componente que atua para fora da estrutura (ppf) pode ser
determinada pela Equação 8, enquanto que a componente que atua para dentro do silo
(ppfi) é determinada pela Equação 9:
p pf C pf p hf (8)
p pfi p pf / 7 (9)
Sendo:
C pf 0,21 Cop 1 2E 2 1 e 1,5hc / dc 1 (10)
E 2 ef / d c (11)
95
Onde
ef Excentricidade máxima durante o enchimento
aplicada
C op Fator de referência do sólido para a pressão local
durante o carregamento:
s d c / 16 0,2 d c (12)
p we C w p wf (14)
Onde
C h =1,15 é o fator de descarga para pressões horizontais
96
Z
n zSKe ( z ) p we ( z )dz C w p ho z z 0 YJ ( z ) (15)
0
componente que atua para dentro do silo ( p pei ) é determinada pela Equação 17:
p pe ( z ) C pe phe ( z ) (16)
p pei ( z ) p pe ( z ) / 7 (17)
Sendo:
C pe 0,42 Cop 1 2E ² 1 e1,5h / dc 1
Para h / d c 1,2 (18)
E 2 e / dc (20)
e max e f , e0 (21)
Onde
e f Excentricidade máxima durante o enchimento
97
ANEXO B - ANÁLISE ESTRUTURAL
O silo foi considerado engastado por toda a extensão de sua base e livre em sua
extremidade superior. O fato de a cobertura ser considerada simplesmente apoiada na
estrutura, o que não confere rigidez relevante à parede do silo, e por desconsiderar a
interação entre a laje de fundo e a parede de aço foram essenciais para a adoção destas
restrições.
O aço das paredes foi considerado como sendo um material homogêneo
isotrópico, ou seja, possui as mesmas propriedades físicas em todas as direções
consideradas, com módulo de elasticidade de 200 GPa e coeficiente de Poisson de 0,3.
Tomou-se uma faixa vertical de elementos para a determinação das solicitações
da parede em alvenaria.
98
FIGURA 45 - Sistema principal com esforços redundantes X1 e X2.
Fonte: Ricarte (2009).
10 11 X 1 12 X 2
20 21 X 1 22 X 2 (22)
99
Os índices dos deslocamentos indicam o local (onde o vínculo foi rompido) e a
causa da deformação (carregamentos) respectivamente.
Assim, no estado E0 (sistema principal) a estrutura é analisada sob o
carregamento externo e com os esforços redundantes iguais a zero. 10 se refere ao
deslocamento horizontal provocado pelo carregamento externo e 20, indica a rotação
provocada pelo carregamento, conforme expressa a Figura 47. Como a natureza e a
disposição dos vínculos não geram esforços flexionais para se determinar estes
deslocamentos, utiliza-se a teoria de membrana.
100
No Estado E2 os deslocamentos aparecem devido ao esforço redundante X2,
sem o carregamento externo e com X1=0. Neste caso, os deslocamentos que aparecem
são 12, deslocamento horizontal provocado por X2 e 22 rotação provocada por
X2.Como ilustrado na Figura 49.
101
O esforço normal na direção axial (Nx), o deslocamento radial (w) e a rotação
dw dx provocados pelo peso próprio do aço, são expressos pelas Equações 23, 24 e 25,
respectivamente.
N x AE e h x
(23)
AE r
w h x
E (24)
dw AE r
dx E (25)
onde,
e é a espessura da chapa de aço (m);
dw dx provocados pela pressão normal à parede do silo são expressos pelas Equações
26, 27 e 28.
hx
n
N ph0 1 1 r
z 0 h0
(26)
102
lx
n
r ph0 1
2
1
z 0 h0
w
Eh (27)
n
hx
r ph0
2
1 n
dw
z 0 h0
dx hx
Eh ( z 0 h0 ) 1
z 0 h0 (28)
O esforço na direção axial (Nx) devido à pressão normal à parede do silo é igual
a zero.
n 1
x
h
1 z 0 h0
z h0 z 0 h0 z h0
r ph0 x 0 ph0 1 0
n 1 n 1
w
Eh (30)
n 1
x h 1
z h z 0 h0
rph0 1 0 0
x
h
1
z 0 h0 z 0 h0
dw
dx Eh (31)
103
O esforço normal na direção circunferencial (N) devido ao atrito lateral é igual
a zero.
Onde,
4
3 1 2
r 2e2 (36)
w
1
M 0 x Q0 x
2 3 D (37)
dw
1
2M 0 x Q0 x
dx 2 2 D (38)
104
d 2w
1
2M 0 x 2Q0 x
dx 2
2D (39)
d 3w 1
2M 0 x Q0 x
dx3 D (40)
onde,
D é a rigidez flexional de cascas calculada de acordo com a Equação 41.
Ee 3
D
12 1 2 (41)
1
11
2 3 D (42)
1
12
2 2 D (43)
1
21
2 2 D (44)
1
22
D (45)
105
Nx 0 (46)
Eew
N
r (47)
d 2w
M x D
dx 2 (48)
M M x
(49)
d 3w
Qx D
dx 3 (50)
O esforço cortante (Q) e os momentos torçores (Mx = Mx) são iguais a zero
em função da simetria dos carregamentos redundantes.
106
FIGURA 50 - Distribuição dos esforços atuantes em uma casca cilíndrica circular
carregada simetricamente em relação ao seu eixo.
Fonte: Timoshenko (1959).
O esforço cortante (Qx) por sua vez será considerado positivo quando obedecer
ao sentido mostrado na Figura 48, ou seja, orientando o eixo x para a direita, o esforço
cortante é positivo, quando calculado pelas forças da esquerda, for voltado para cima,
ou, quando calculado pelas forças da direita, for voltado para baixo.
Ainda sobre a análise da Figura 48, os deslocamentos radiais devidos às
deformações na estrutura serão positivos quando seu sentido for em direção ao eixo da
estrutura. As rotações serão consideradas positivas quando a seção analisada rotacionar
no sentido dos momentos positivos.
107