Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Inea0015345 PDF
Inea0015345 PDF
Série
Gestão
Ambiental
Oficinas mecânicas
e lava a jato
Orientações para o controle ambiental
instituto estadual
do ambiente
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral Filho
Governador
Organizadores:
Ilma Conde Perez
Rogerio Giusto Corrêa
Maria Teresa da Cruz
José Luiz Pires
Rio de Janeiro
2013
instituto estadual
do ambiente
Direitos desta edição do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Diretoria de Gestão das Águas e do Território (Digat).
Gerência de Apoio à Gestão Ambiental Municipal (Gegam).
Av. Venezuela, 110 – Saúde - CEP 20081-312 – Rio de Janeiro - RJ
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Disponível também em www.inea.rj.gov.br
Produção editorial:
Gerência de Informação e Acervo Técnico (Geiat / Vice-Presidência)
Coordenação editorial:
Tânia Machado
Revisão técnica:
Ana Cristina Henney
Copidesque:
Cristhiane Ruiz
Revisão:
Sandro Carneiro
Normalização:
Josete Medeiros
Esquemas:
Maria Teresa da Cruz
Impressão:
WalPrint Gráfica e Editora
Glossário p. 40-42
1. Gestão ambiental. 2. Poluição da água. 3. Oficina mecânica.
4. Lava a jato. I. Perez, Ilma Conde. II. Corrêa, Rogério Giusto.
III. Cruz, Maria Teresa da. IV. Pires, José Luiz. V. Título.
CDU 504.06
Apresentação
Durante várias décadas, a política de meio ambiente foi implementada
no Brasil, sobretudo, pela União e pelos estados. Nossa gestão tem se
pautado pelo empoderamento dos municípios na gestão ambiental.
A primeira iniciativa forte, neste sentido, foi a descentralização do
licenciamento ambiental, iniciada em 2007. A segunda iniciativa
concerne à Lei do ICMS Verde, que não aumenta o imposto mas aporta
mais recursos aos municípios que alcançarem objetivos sustentáveis.
Outras iniciativas importantes foram a formação dos consórcios para
aterros sanitários e o subsídio para a destinação adequada de resíduos
sólidos através do Programa Compra de Lixo Tratado.
Referências bibliográficas 39
Glossário 40
Anexo 1 - Classificação dos resíduos sólidos 43
Anexo 2 - Legislação e normas técnicas 45
1. Agentes poluidores
Basicamente, em uma oficina mecânica, os agentes polu-
idores do meio ambiente são:
7
Óleo lubrifi- Tambores de boca
Classe I Manutenção Rerrefinadora
cante usado estreita
Resíduo oleoso
do sistema Sistema de Tambores de boca
Classe I Rerrefinadora
separador de tratamento estreita
água e óleo
Borra de fundo Coproces-
Sistema de Tambores de boca
do separador Classe I samento,
tratamento estreita
de água e óleo incineração
Recuperação,
Solventes Área de Tambores de boca incineração,
Classe I
usados operação estreita coproces-
samento
Lâmpadas Administração Tambores
Classe I Reciclagem
fluorescentes / Produção metálicos
8
nado (Oluc) ― é o óleo lubrificante acabado que, em fun-
ção do seu uso normal ou por motivo de contaminação, se
tornou inadequado à sua finalidade original. É constituído,
na maioria das vezes, de uma mistura de óleos acabados
usados cujos produtos originais apresentavam especificações
diferenciadas. O Oluc é considerado um resíduo perigoso pela
classificação da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) contida na norma NBR-10.000:2004, uma vez que apre-
senta em sua composição ácidos orgânicos, hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos (HPAs) e dioxinas, além de metais pesa-
dos como cádmio, níquel, chumbo, mercúrio, cromo e cobre
― todos considerados potencialmente carcinogênicos.
9
e derivados estabeleceram que o melhor destino para
esse resíduo perigoso é a coleta e o envio obrigatório
a um rerrefinador. Este tem a finalidade de retirar os
contaminantes do Oluc e recuperar a máxima quanti-
dade possível de óleo básico. Para atingir este objeti-
vo, foi estabelecido um conjunto de regras que envolve
vários atores.
10
Revendedores – são as empresas que comercializam
óleo lubrificante acabado no atacado e no varejo, tais
como: postos de serviço, oficinas, supermercados, lo-
jas de autopeças, atacadistas etc.
11
através da qual se concluiu que muitos usos populares
foram considerados inadequados e perigosos.
12
Resíduos gerados na troca de óleo lubrificante
Vários são os resíduos gerados na troca de óleo lubrificante.
O correto gerenciamento dessas substâncias previne
acidentes e aborrecimentos.
13
Acondicionamento em Aterro licenciado de
Fluido de limpeza de separado em embalagem resíduos perigosos ou
ferramentas sujas com identificada e armazena- empresa licenciada de
óleo lubrificante gem temporária em local tratamento de efluentes
adequado líquidos
Água: reuso nos
sistemas de limpeza;
Separação do óleo
óleo lubrificante:
Águas contaminadas com da água através de
coletor autorizado; outros
óleos lubrificantes centrifugação ou caixa de
resíduos oleosos: aterro
separação de água e óleo
licenciado de resíduos
perigosos
Acondicionamento em
Outros resíduos oleosos
separado em embalagem
/ misturas de óleo com Aterro licenciado de
identificada e armazena-
combustíveis, solventes resíduos perigosos
gem temporária em local
ou outras substâncias
adequado
Reciclagem (se possível);
Resíduos não contami- Acondicionamento em
aterro sanitário (se não
nados (papel, papelão, embalagem específica,
houver alternativa de
plástico) evitando contaminação
tratamento)
14
Por outro lado, o Oluc contém diversos metais tóxicos, como
cromo, cádmio, chumbo e arsênio, oriundos da fórmula orig-
inal ou absorvidos do próprio motor ou equipamento, além
dos contaminantes já citados.
15
1.2 Emulsões oleosas
A formação de uma emulsão oleosa é um fenômeno físico
ou químico, passível de ocorrência nas oficinas mecânicas.
Caracteriza-se pela presença de pequenas gotas de óleo
completamente dispersas na água, mas que permanecem
em suspensão.
16
2. Licenciamento
ambiental
Os principais aspectos legais e técnicos/legais que devem
ser considerados quando da análise do processo de licen-
ciamento para uma atividade poluidora são:
Aspectos legais
• Zoneamento municipal
• Unidades de conservação
Aspectos técnicos/legais
• Poluentes do ar
• Pressão sonora
• Risco ambiental
• Efluente líquido
• Resíduos sólidos
• Solo
2.1 Instrumentos
Entre os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambi-
ente, o licenciamento ambiental faz uso, em sua prática,
de atos administrativos (licenças, autorizações, certidões
etc.), os quais, por sua vez, variam conforme a etapa do
processo de licenciamento.
18
No Estado do Rio de Janeiro, o Decreto Estadual no
42.159/2009, que dispõe sobre o Sistema de Licen-
ciamento Ambiental (Slam), estabeleceu, ainda, outros
instrumentos para o licenciamento, de acordo com a
natureza, características e peculiaridades da atividade
ou empreendimento. Ao licenciamento de oficinas e esta-
belecimentos do tipo lava-rápido, se aplicam também as
novas modalidades de licenças:
19
• Licença Ambiental de Recuperação (LAR) - ato
administrativo mediante o qual o órgão ambiental
aprova a remediação, recuperação, descontamina-
ção ou eliminação de passivo ambiental existente,
na medida do possível e de acordo com os padrões
técnicos exigíveis, em especial aqueles em ativi-
dades ou empreendimentos fechados, desativados
ou abandonados.
20
3. Controle ambiental
Um dos aspectos do licenciamento ambiental é a adequação
do empreendimento de acordo com a legislação e as
normas técnicas vigentes. No caso das oficinas, devem ser
considerados os dispositivos e as exigências de controle
descritos a seguir.
3.1 Sistema separador de óleo
As áreas da oficina em que são executadas atividades de
troca de óleo, mecânica pesada e lavagem de motor, car-
roceria e peças devem ser sempre abrigadas da chuva,
pois as chamadas águas pluviais não podem ser contami-
nadas com óleo.
Dispositivos de controle
Os despejos contaminados com óleo, detergente e resíduo
não podem ser lançados na rede de esgotos sem trata-
mento adequado.
22
Para isso, devem ser instalados três tipos de dispositivos:
23
Vai para a
Caixa Coletora
Vem da Caixa de Óleo
de Areia
24
Se houver resistência à imersão dessa haste, estará com-
provado que a caixa necessita de limpeza.
Vem da Caixa
Separadora de
Óleo
Operação do sistema
Após a construção da caixa separadora de água e óleo,
recomenda-se o seu enchimento com água limpa para
verificar possíveis rompimentos, vazamentos e, além dis-
so, para garantir que, quando ocorrer a chegada da água
oleosa, o óleo não seja carregado diretamente para a
caixa de inspeção, certificando assim a eficiência da sepa-
ração do óleo.
25
Caixa Separadora de Óleo
Caixa de Areia
Caixa de
Inspeção
26
Planta Baixa Esquemática
A B A
CA CO CI
BOX DE LAVAGEM
CCO
Legenda
CA - Caixa de Areia B
CO - Caixa separadora de Óleo
CCO - Caixa Coletora de Óleo
CI - Caixa de Inspeção
HI - Altura da Lâmina Líquida
FI - Feixo Hídrico
Corte A-A
Ø100 mm Óleo
10 cm
HI Ø100 mm Ø100 mm Ø100 mm
HI
Ø75 mm
Ø100 mm
Esgoto
HI Óleo
Ø100 mm
Ø 75 mm
FH
Óleo
CCO
CA CO CI
CA
Figura 5 - Esquema de ligação para 3
CO CCO
boxes de lavagem
CI
Figura 4 - Esquema
de ligação para 2
boxes de lavagem
28
PARA 4 BOX DE LAVAGEM
CA
CCO
CI CO
CA
CA
CCO
CO CI
CA
29
Exigências de controle
• As áreas destinadas à lavagem de veículos e a ser-
viços mecânicos deverão ser cobertas, de modo a
não permitir a entrada de água da chuva nas caixas
de areia e óleo e o contato dela com o piso imper-
meabilizado;
30
• As grelhas destinadas a coletar ou conduzir a água de
lavagem de veículos ou oficinas mecânicas não po-
dem receber contribuição de água da chuva;
31
3.2 Cabine de pintura
Quando a oficina exercer atividades de pintura deverá,
obrigatoriamente, implantar uma cabine de pintura com
ventilação/exaustão, equipada com sistema adequado ao
controle das emissões de material particulado e emissões
gasosas.
32
Cabines de pintura podem ser do tipo com pressão positiva
ou com pressão negativa. Em ambos os tipos, o ar contami-
nado com pigmentos, solventes e partículas em suspensão é
aspirado para garantir uma pintura melhor e um ambiente
mais limpo ao pintor.
Dispositivos de controle
Conheça alguns filtros encontrados no mercado e em que ca-
sos eles devem ser empregados:
33
Exigências de controle
Geralmente, a troca dos filtros é feita a cada 600 horas de
utilização da cabine de pintura.
36
acordo com a NBR-17.505 - Armazenamento de líquidos inflamáveis
e combustíveis, da ABNT;
38
Referências bibliográficas
APROMAC. ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE DE
CIANORTE. Gerenciamento de óleos lubrificantes usados ou
contaminados: guia básico. Cianorte, [200-]
39
Glossário
ANP – Agência Nacional do Petróleo, filtragem. Por meio do processo de
Gás Natural e Biocombustíveis. Órgão decantação acontece a separação do
regulador das atividades que integram óleo ou graxa. Pode ser construída sob
a indústria do petróleo e gás natural e medida ou adquirida pronta dos vários
a dos biocombustíveis no Brasil. Vincu- fabricantes existentes.
lada ao Ministério de Minas e Energia Conama – Conselho Nacional do Meio
(MME), sua missão, em linhas gerais, Ambiente. Órgão colegiado de âmbito
é garantir que os diversos produtos federal, formado por representantes
derivados de petróleo e seus similares dos diversos segmentos da sociedade,
sejam elaborados e comercializados tais como governo federal, estados e
seguindo padrões de qualidade que municípios, comunidade científica,
garantam o respeito ao consumidor e organizações não governamentais am-
a segurança da população e do meio bientalistas, trabalhadores e empresári-
ambiente. os. A missão principal do Conama é
Aterro – é o enterramento planejado estabelecer regras e padrões nacionais
dos resíduos sólidos e controlado tec- relativos ao controle e à manutenção
nicamente quanto aos aspectos ambi- da qualidade do meio ambiente, com
entais, de modo a evitar a proliferação vistas ao uso racional dos recursos am-
de vetores e roedores e outros riscos bientais, incluindo os hídricos, evitando
à saúde. O seu planejamento envolve ou reduzindo a poluição.
estudo de localização quanto à Dioxina – consiste em um organo-
proximidade de habitações, pos- fosforado altamente carcinogênico,
sibilidade de contaminação de água, composto por um grupo de anéis de
distâncias, acesso ao local, obras de benzeno, dois átomos de oxigênio
drenagem, planejamento da própria e quatro átomos de cloro. É um
operação e das sucessivas frentes a subproduto não intencional de diver-
serem atacadas. sos processos industriais nos quais
Aterro industrial – nos aterros indus- se utiliza ou é queimado cloro na
triais, os resíduos são confinados em presença de materiais orgânicos. A
grandes áreas especialmente projeta- exposição à dioxina ocasiona diversos
das para receber os tipos de resíduo efeitos negativos sobre o organismo,
que estão sendo dispostos. Existem como malformações fetais, câncer,
aterros para resíduos “Classe I” e diabetes, atraso do desenvolvimento
“Classe II” (classificação segundo a mental, endometriose e anormali-
norma NBR 10.004:2004), que diferem dades no sistema imunológico.
entre si no sistema de impermeabili- Faixa Marginal de Proteção (FMP) –
zação e controle necessário. faixa de terra às margens de rios,
Caixa de separação de água e óleo – lagos, lagoas e reservatórios d’água,
dispositivo composto normalmente por necessárias à proteção, defesa,
três compartimentos. Num deles en- conservação e operação de sistemas
tra a água misturada com os resíduos, fluviais e lacustres. Essas faixas
inclusive terra, e nos demais ocorre a de terra são de domínio público e
40
suas larguras são determinadas em Hidrocarbonetos Aromáticos Policí-
projeção horizontal, considerados os clicos – também conhecidos como
níveis máximos de água (NMA), de HAPs ou HPAs (Hidrocarbonetos Policí-
acordo com as determinações dos clicos Aromáticos), são compostos
órgãos federais e estaduais. químicos que constituem vários tipos
Grupo de Monitoramento Per- de combustíveis e são responsáveis
manente da Resolução Conama por boa parte da poluição atmosférica
no 362/2005 – Grupo mantido e que tanto afeta o meio ambiente.
coordenado pelo Ministério do Existem várias formas de HAPs, que
Meio Ambiente (MMA) para o acom- diferem em sua estrutura química
panhamento da resolução supracita- específica, mas todos contêm seis
da. Deve se reunir ao menos trimes- anéis de carbono, chamados de anéis
tralmente, ficando assegurada a par- aromáticos. Os anéis aromáticos são
ticipação de representantes do órgão prejudiciais porque são difíceis de
regulador da indústria do petróleo, neutralizar e destruir, levando a um
dos produtores e importadores, acúmulo de HPAs tóxicos no ambiente
dos revendedores, dos coletores, e nos tecidos do corpo humano. Os
dos rerrefinadores, das entidades HPAs são compostos carcinogênicos,
representativas dos órgãos ambi- pois causam mutações no DNA, sendo
entais estaduais e municipais e das um fator essencial no desenvolvimento
organizações não governamentais do câncer.
ambientalistas. Integram o grupo: Licença ambiental - ato adminis-
Ministério do Meio Ambiente (MMA), trativo pelo qual o órgão ambiental
Ministério das Cidades (MCidades), competente estabelece as condições,
Ministério de Minas e Energia (MME), restrições e medidas de controle am-
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente biental que deverão ser obedecidas
e dos Recursos Naturais Renováveis pelo empreendedor, pessoa física
(Ibama), Agência Nacional do Petróleo, ou jurídica, para localizar, instalar,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ampliar e operar empreendimentos
Associação Brasileira das Entidades ou atividades utilizadoras dos recursos
de Meio Ambiente (Abema), Associa- ambientais consideradas efetiva ou
ção Nacional de Órgãos Municipais potencialmente poluidoras ou aquelas
de Meio Ambiente (Anamma), que, sob qualquer forma, possam
Associação de Proteção ao Meio causar degradação ambiental.
Ambiente de Cianorte (Apromac),
Metais pesados – são metais alta-
Sindicato Interestadual do Comércio
mente reativos e bioacumuláveis, ou
de Lubrificante (Sindilub), Sindicato
seja, os organismos não são capazes
Nacional da Indústria do Rerrefino
de eliminá-los.
de Óleos Minerais (Sindirrefino),
Sindicato Nacional das Empresas MME – Ministério de Minas e Energia.
Distribuidoras de Combustíveis e Órgão federal vinculado diretamente à
Lubrificantes (Sindicom) e Sindicato Presidência da República cuja missão,
Interestadual das Indústrias Mistura- em termos gerais, é gerenciar os as-
doras e Envasilhadoras de Produtos suntos relativos aos recursos minerais
Derivados de Petróleo (Simepetro). e energéticos do Brasil, orientando a
41
política adotada pelo país neste setor. contaminados, conferindo aos mes-
Resíduos – são restos provenientes mos características de óleos básicos,
de quaisquer atividades ou proces- conforme legislação específica.
sos de origens industrial, hospitalar, Siderurgia – é o ramo da metalurgia
comercial, agropecuária e outras, in- que se dedica à fabricação e trata-
cluindo os lodos e cinzas provenientes mento do aço.
de sistema de controle de poluição ou
de tratamento de água, nos estados Tanques de retenção – tanques que
sólido, semissólido e/ou líquido, não objetivam a sedimentação da fase
passíveis de tratamento convencional. sólida de um efluente líquido.
Outorga – é o ato administrativo de Unidade de conservação – espaço
autorização mediante o qual o órgão territorial e seus recursos ambientais,
gestor de recursos hídricos faculta ao incluindo as águas jurisdicionais, com
outorgado o direito de uso dos recursos características naturais relevantes,
hídricos, superficiais ou subterrâneos, legalmente instituído pelo poder pú-
por prazo determinado, nos termos e blico, com objetivos de conservação e
nas condições expressas no respectivo limites definidos, sob regime especial
ato. Seu objetivo é assegurar o controle de administração, ao qual se aplicam
quantitativo e qualitativo dos usos da garantias adequadas de proteção.
água e o efetivo exercício dos direitos Zoneamento – é um instrumento do
de acesso aos recursos hídricos. planejamento urbano, caracterizado
Rerrefino – é a denominação dada pela aplicação de um sistema legislativo
aos processos industriais destinados (normalmente em nível municipal) que
à remoção de contaminantes, procura regular o uso, ocupação e ar-
produtos de degradação e aditivos rendamento da terra urbana.
dos óleos lubrificantes usados ou
42
Anexo 1
Classificação de resíduos sólidos
A classificação da norma NBR B da NBR 10.004:2004 ou apre-
10.004:2004 (Resíduos Sólidos sentar uma ou mais das seguintes
– Classificação) baseia-se nas características: inflamabilidade,
características dos resíduos, se corrosividade, reatividade, toxi-
reconhecidos como perigosos, ou cidade e patogenicidade.
quanto à concentração de polu- Os métodos de avaliação dos re-
entes em suas matrizes. De acor- síduos, quanto às características
do com a norma, os resíduos são acima listadas, estão descritos
classificados da seguinte forma: em detalhes na NBR 10.004:2004
ou em normas técnicas comple-
mentares e são amplamente
Classificação dos Resíduos
aceitos e conhecidos no Brasil.
Classe I: Classe II:
Perigosos Não Perigosos
Exemplos de resíduos “Classe
Classe II A: I – Perigosos”:
Não Inertes
Classe II B: ► Lodos de galvanoplastia;
Inertes ► Óleo lubrificante usado ou
contaminado;
► Óleo de corte e usinagem
usado;
► Equipamentos descartados
Resíduos “Classe I –
Perigosos” contaminados com óleo;
► Lodos gerados no tratamento
Os resíduos “Classe I – Perigosos”
são aqueles cujas propriedades de efluentes líquidos de pin-
físicas, químicas ou infecto- tura industrial;
contagiosas podem acarretar em ► Efluentes líquidos ou resídu-
riscos à saúde pública e/ou ris- os originados do processo de
cos ao meio ambiente, quando o preservação da madeira;
resíduo for gerenciado de forma ► Acumuladores elétricos à
inadequada. base de chumbo (baterias);
Para que um resíduo seja apon- ► Lâmpadas com vapor de
tado como “Classe I”, ele deve mercúrio após o uso (fluores-
estar contido nos anexos A ou centes).
43
Resíduos “Classe II – Não Perigosos” centrações superiores aos
padrões de potabilidade de
De acordo com a NBR
água, excetuando-se aspec-
10.004:2004, os resíduos “Classe
to, cor, turbidez, dureza e
II – Não perigosos” dividem-se
sabor, conforme Anexo G, da
em:
NBR 10.004:2004.
► Resíduos “Classe II A – Não
O Anexo H da NBR 10.004:2004
inertes”: aqueles que não se
lista alguns resíduos classificados
enquadram nas classificações
como não perigosos.
de resíduos “Classe I – Perigo-
sos” ou de resíduos “Classe
II B – Inertes”. Os resíduos Exemplos de Resíduos “Classe
“Classe II A – Não inertes” po- II A – Não inertes”: o lixo comum
dem apresentar propriedades gerado em qualquer unidade in-
como biodegradabilidade, dustrial (proveniente de restau-
combustibilidade ou solubili- rantes, escritórios, banheiros
dade em água. etc.) é normalmente classificado
como “Classe II A – Não inerte”.
► Resíduos “Classe II B –
Inertes”: quaisquer resídu-
os que, quando amostrados Exemplos de Resíduos “Classe
de uma forma representa- II B – Inertes”: para determi-
tiva, segundo a ABNT NBR nar com precisão o enquadra-
10.007, e submetidos a um mento nesta categoria, o resíduo
contato dinâmico e estático não deve constar nos anexos da
com água destilada ou de- NBR 10.004:2004, não pode es-
ionizada, à temperatura am- tar contaminado com nenhuma
biente, conforme ABNT NBR substância dos anexos C, D ou E
10.004:2004, não tiverem da norma e ser testado de acordo
nenhum de seus constitu- com todos os métodos analíticos
intes solubilizados a con- indicados.
44
Anexo 2
Legislação e normas técnicas
Legislação federal endereço e o telefone do Pro-
► Constituição da República Federa- grama de Orientação e Proteção
tiva do Brasil de 1988 – Cap. VI, ao Consumidor (Procon);
art. 225; ► Lei no 3.467/2000 – Dispõe sobre
as sanções administrativas de-
► Lei no 9.605/98 – Dispõe sobre as rivadas de condutas lesivas ao
sanções penais e administrativas meio ambiente no Estado do Rio
derivadas de condutas e ativi- de Janeiro. Óleo: Capítulo III (Das
dades lesivas ao meio ambiente. Infrações Administrativas em Es-
► Lei Complementar no 140/2011 – pécie e das Penalidades) – Seção
Fixa normas para a cooperação III (Das Sanções Aplicáveis à Polu-
entre a União, os estados, o Dis- ição e a Outras Infrações Ambien-
trito Federal e os municípios para tais) art. 61, § 1o, V;
o exercício da competência ma- ► Lei no 5.101/2007 – Criação do
terial comum na defesa do meio Inea;
ambiente.
► Lei no 5.216/2008 – Torna
obrigatória a fixação de quadro
com os preços dos serviços
Legislação estadual prestados pelas oficinas mecâni-
► Constituição Estadual / 89 – cas e afins no âmbito do Estado
Cap. VIII; do Rio de Janeiro;
► Decreto-Lei no 134/75 – Dispõe ► Lei no 5.541/2009 – Disciplina a
sobre a prevenção e o controle comercialização e o descarte de
da poluição do meio ambiente no óleos lubrificantes e de filtros
Estado do Rio de Janeiro; de óleo, na forma da resolução
Conama no 362, de 23/06/2005;
► Decreto no 41.628/2009 – Instala
► Lei no 6.034/2011 – Dispõe so-
o Inea e extingue a Feema, a Ser-
bre a obrigatoriedade dos postos
la e o IEF;
de combustíveis, lava-rápidos,
► Decreto no 42.062/2009 – Altera a transportadoras e empresas de
estrutura organizacional do Inea; ônibus urbanos intermunicipais e
► Decreto no 42.159/2009 – Dispõe interestaduais, localizados no Es-
sobre o Sistema de Licenciamen- tado do Rio de Janeiro, a instala-
to Ambiental (Slam); rem equipamentos de tratamen-
► Lei no 2.487/1995 – Obriga os to e reutilização da água usada
estabelecimentos comerciais e na lavagem de veículos;
de prestação de serviços a man- ► Resolução Conema no 42/2012 –
ter fixado, em local visível, o Dispõe sobre as atividades que
45
causam ou possam causar impacto ► DZ-1.310 – Sistema de Manifesto
ambiental local, fixa normas gerais de Resíduos.
de cooperação federativa nas
ações administrativas decorrentes Normas técnicas
do exercício da competência co- ► NBR 11.174:1990 – Armazenamento
mum relativas à proteção do meio de resíduos classes II - “Não inertes”
ambiente e ao combate à poluição e III - “Inertes” – Procedimento;
em qualquer de suas formas. ► NBR 12.235:1992 – Armaze-
namento de resíduos sólidos
Normas da Feema/Ceca perigosos – Procedimento;
(atual Inea) ► NBR 10.151:2003 – Acústica –
Avaliação do ruído em áreas
► NT-202 – Critérios e Padrões para habitadas, visando ao conforto
Lançamento de Efluentes Líqui- da comunidade – Procedimento;
dos;
► NBR 10.004:2004 – Resíduos Sóli-
► DZ-205 – Diretriz de Controle de dos – Classificação.
Carga Orgânica em Efluentes
Líquidos de Origem Industrial; ► Resolução Conama no 1/1990 –
Dispõe sobre critérios e padrões
► NT-213 – Critérios e Padrões para de emissão de ruídos decorrentes
Controle de Toxicidade em Eflu- de quaisquer atividades industri-
entes Líquidos Industriais; ais, comerciais, sociais ou recre-
► DZ-215 – Diretriz de Controle de ativas, inclusive as de propagan-
Carga Orgânica Biodegradável da política;
em Efluentes Líquidos de Origem ► Resolução Conama no 313/2002 –
Sanitária; Dispõe sobre o Inventário Nacio-
► DZ-703 – Roteiros para Apresenta- nal de resíduos sólidos industri-
ção de Projetos para Tratamento ais;
de Efluentes Líquidos; ► Resolução Conama no 362/2005 –
► DZ-942 – Diretriz do Programa de Dispõe sobre o recolhimento, co-
Autocontrole de Efluentes Líqui- leta e destinação final de óleo lu-
dos – Procon-Água; brificante usado ou contaminado.
46
Lei no 5.541/2009
Lei no 5.541, de 17 de setembro de 2009
DISCIPLINA A COMERCIALIZAÇÃO E O DESCARTE DE ÓLEOS LUBRIFICAN-
TES E DE FILTROS DE ÓLEO, NA FORMA DA RESOLUÇÃO CONAMA No 362,
DE 23/06/2005.
47
Lei no 6.034/2011
LEI No 6.034 DE 08 DE SETEMBRO DE 2011
DISPÕE SOBRE A OBRIGATORIEDADE DOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS,
LAVA-RÁPIDOS, TRANSPORTADORAS E EMPRESAS DE ÔNIBUS URBANOS
INTERMUNICIPAIS E INTERESTADUAIS, LOCALIZADOS NO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO, A INSTALAREM EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO E REUTI-
LIZAÇÃO DA ÁGUA USADA NA LAVAGEM DE VEÍCULOS.
48
Para mais informações:
Instituto Estadual do Ambiente (Inea)
Atendimento ao Público
De segunda a sexta-feira – Horário: 10h às 12h / 13h às 16h
É necessário agendar pelos telefones: (21) 2334-8394 / 2334-8395
ou pelo site: www.inea.rj.gov.br
Central de Atendimento
Rua Sacadura Cabral, 103, Saúde – Rio de Janeiro – RJ
Informações Técnicas
ISBN 978-85-63884-13-8